B
O
L
E
T
I
M
Nova proposta da Globo reduz
desnível de ganhos entre clubes
O F E R E C I M E N T O
S E X TA - F E I R A , 2 6 D E F E V E R E I R O D E 2 0 1 6
€ 2 mi
o Barcelona pagará por ano para
ter a Unicef no uniforme do
clube; o acordo vai até 2020
N Ú M E R O D O D I A
E D I Ç Ã O • 4 4 9
POR DUDA LOPES E ERICH BETING
O duelo entre a Globosat e o Esporte Interativo pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro na TV paga para o perí-odo de 2019 a 2024 vai provocar uma mudança significativa na divisão da receita oriunda da TV.
No projeto montado pela Glo-bo após a investida do EI sobre os clubes, a divisão das receitas da TV passarão a ser feitas da seguinte forma: 40% distribuído igualmente, outros 30% conforme a posição do time no Brasileiro e os 30% restantes conforme a apa-rição dos clubes na televisão.
A mudança na divisão do bolo da TV era um dos trunfos usados pelo EI na negociação. O canal do Grupo Turner acenava com uma proposta de dividir metade igualmente entre os clubes, 25% conforme a performance e o res-tante de acordo com a audiência.
A reviravolta aconteceu durante o último final de semana, quando a Globosat decidiu reformular a proposta que faria ao São Paulo.
A emissora promoveu a
ven-da exclusiva dos direitos de transmissão na TV paga e apresentou o novo modelo de rateio da verba, convencendo o clube a declinar da proposta do EI na reunião do Conselho. A assinatura do contrato foi uma espécie de ponto
de virada no andamento das ne-gociações, que agora estão mais pendentes para a Globosat.
Ao todo, nove clubes já assina-ram com a Globo (Atlético-MG, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Fluminense, São Paulo, Sport, Vasco e Vitória), enquanto o EI tem o Santos e o Bahia mais adiantados, mas sem assinatura.
Na próxima semana, o Atlético Paranaense levará ao Conselho a discussão da proposta da TV.
No início da semana, o Esporte
Interativo divulgou nota pelo Fa-cebook em que cobrava o Grupo Globo a separar as propostas de transmissão por plataforma (TV aberta, paga e pay-per-view), além de bater na tecla da divisão mais igual do dinheiro dos times.
A proposta da Globo, para as três plataformas, é de R$ 1,1 bi-lhão por temporada. O EI oferece R$ 550 mi só para a TV paga.
Com a conquista do São Paulo e o novo modelo de divisão das cotas, a Globo ficou mais forte.
2
POR ERICH BETING
diretor da Máquina do Esporte
O fim do acordo entre Corinthians
e Caixa pode vir a representar uma
ruptura do modelo que consagrou o
investimento em esporte no Brasil
durante as últimas três décadas.
Quando assinou com o clube, em
2012, a Caixa tinha um propósito
claro, que era o de marcar seu
es-paço num território de altíssima (e
bem remunerada) concorrência.
Os três anos que se passaram,
po-rém, mostraram um maior
envolvi-mento do banco com o esporte, mas
ele se deu unicamente pela compra
de patrocínio em outras camisas.
O projeto de R$ 100 mihões por
ano da Caixa, porém, revela a
essên-cia de como muitas marcas
enxer-gam o que é patrocinar. Em vez de
buscar um envolvimento maior com
o torcedor do clube, a empresa opta
por ter o máximo de exposição.
Um dos argumentos do
Corin-thians na busca do novo parceiro é
exatamente ter uma marca que
pos-sa ajudar a construir uma relação
mais íntima com o seu torcedor.
Aos poucos, o mercado percebe
que a ativação do patrocínio é tão
ou mais importante que a exposição
que ele é capaz de proporcionar.
Melhor do que a passividade da
exposição de marca, podemos dar
ao patrocinador a veia pulsante de
uma relação calcada na paixão do
consumidor pelo esporte. É isso o
que norteia as grandes marcas em
ações de patrocínio pelo mundo.
No Brasil, temos de mudar o
con-ceito do que é patrocinar esporte. É
curioso notar que, no mercado do
entretenimento, as marcas sabem
que não adianta patrocinar um show
se não ativar a propriedade. É hora
de começar a fazer isso no esporte.
Precisamos mudar o conceito
do que é patrocinar no Brasil
Record volta a investir em esporte e usa
canal de notícias para exibir a Nascar
POR REDAÇÃO
A Record News passou a cobrir a Sprint Cup, principal categoria da Nascar, equivalente à Sto-ck Car dos Estados Unidos. A emissora irá veicu-lar conteúdo nos telejornais, boletins e, semanal-mente, um programa especial com os melhores momentos de cada etapa da temporada.
Segundo os organizadores da Nascar, a com-petição já é exibida em 131 países e acompanha-da por mais de 81 milhões de famílias em todo o mundo. No Brasil, a Fox Sports, é a emissora oficial na TV fechada, e a Record News terá a exclusividade entre os canais abertos. Na capital paulista, a emissora é sintonizada nos canais 42 (UHF), 78 (NET digital) e 55 e 441 (Vivo TV).
“O objetivo é que o telespectador brasileiro entenda tudo sobre a Nascar, a maior competi-ção do automobilismo norte-americano”, afir-mou Ailton Nasser, diretor de redação e progra-mação da Record News, em comunicado oficial.
A Nascar é um novo investimento da Record na área esportiva. Nos últimos anos, o foco da emis-sora tem sido a transmissão de grandes eventos multiespor-tivos, como foi o caso da Olimpíada de Londres-2012, além dos Jogos Pan--Americanos de
Guadala-jara-2011 e Toronto-2015. Em anos recentes, o canal também chegou a transmitir o Mundial de desportos aquáticos. Para 2016, a Record é uma das detentoras dos direitos do Rio na TV aberta.
Em 2010, a Record entrou na concorrência pelos direitos de TV do Brasileiro, mas viu acabar suas chances após a implosão do Clube dos 13.
4
A Arena da Baixada, casa do Atlético Paranaense, ganhou nes-ta semana novo piso. Na Primeira Liga, o time enfrentou o Criciúma e estreou o gramado sintético do estádio, que até o fim de 2015 mantinha a grama natural.
A troca foi realizada priorita-riamente por razões comerciais. Como o estádio é coberto em quase a totalidade, a manutenção da grama antiga era difícil e cara. O excesso de jogos tornava ainda mais complicado o bem-estar do gramado com a grama natural.
Com a troca, o local poderá re-ceber mais eventos sem que isso cause prejuízos técnicos e finan-ceiros ao time. Um dos planos do Atlético é transformar a arena em um dos principais palcos de sho-ws no país. Em 2015, por
exem-plo, o local recebeu o cantor inglês Rod Stewart. No fim do ano, dias an-tes do início da troca de gramado, o estádio teve um festival de música sertaneja.
Em campo, o clube celebrou o selo de aprovação da Fifa, com o certificado Fifa Pro, além dos elo-gios recebidos pelos jogadores do Criciúma na partida de inau-guração do primeiro gramado de Série A com a grama sintética.
Segundo o diretor de projetos do Atlético, Luiz Volpato, nos pró-ximos jogos, o gramado já não
deverá mais ser assunto.
“A escolha foi acertada. Além de ter as características físicas muito semelhantes ao natural, a grama dá um conforto muito grande ao jogador em termos de estabilidade e condições térmi-cas”, disse para o site do clube.
Hoje, considerando os grandes palcos do futebol brasileiro, o Atlético Paranaense é o único a utilizar essa tecnologia.
POR DUDA LOPES
Por negócio, Atlético-PR faz
festa por usar grama sintética
O Corinthians deverá fazer a apresentação do seu novo patrocinador na próxima semana, quan-do inicia o mês de março. O clube guarda a sete chaves quem é a empresa e quais as proprieda-des envolvidas, que podem ser, além do espaço máster da camisa, o naming right da Arena.
Na última quarta-feira, a direção do Corinthians iniciou a remoção de qualquer menção à Caixa, patrocinadora máster do time nos últimos três anos. A marca foi retirada do site e das redes so-ciais do clube. Além disso, o atacante André con-cedeu entrevista coletiva sem a marca do banco no backdrop, e o elenco treinou com uniforme
sem o logotipo do antigo parceiro. No próximo fim de semana, a camisa de jogo também não terá a marca da Caixa Econômica Federal. O clu-be adiou, porém, o comunicado de agradecimen-to à parceira que faria ainda na quinta-feira.
O nome do futuro parceiro tem sido mantido em absoluto sigilo pelo clube. Especula-se, no entanto, que se trate de um grupo de investido-res com empinvestido-resas no setor financeiro, que fariam parte de um acordo que envolve lançamento de produtos. Nesse caso, seria impossível a manu-tenção da Caixa, que ofereceu a renovação do aporte pelos mesmos R$ 30 milhões anuais.
A Fifa realiza, nesta sexta-feira, novas eleições à presidência da entidade. A federação que comanda o futebol vem sendo dirigida interinamente pelo cama-ronês Issa Hayatou desde que Joseph Blatter foi suspenso pelo Comitê de Ética, em outubro.
O novo mandatário terá um grande desafio pela frente.
Desde maio do ano passado, a Fifa vive grave crise institucional. Na ocasião, sete de seus princi-pais dirigentes foram presos em Zurique, na Suíça, às vésperas do início do Congresso da federação que iria eleger o novo presidente.
Joseph Blatter acabou eleito, mas renunciou três dias depois.
Para a nova eleição, cinco dirigentes apresentaram candi-datura: Gianni Infantino, Salman Bin Ibrahim Al-Khalifa, Ali Bin Al Hussein, Tokyo Sexwale e Jérôme Champagne. O prazo máximo para a duração do mandato é de oito anos, já com uma reeleição, segundo novo estatuto da Fifa.
O novo mandatário será eleito durante o Congresso da Fifa para um mandato de quatro anos. O eleitorado é composto por 209 delegados, cada um de uma federação filiada à Fifa. A votação
é secreta. Para ser eleito na pri-meira rodada, o candidato deve conquistar dois terços dos votos.
A partir da segunda rodada, bastará maioria simples. Caso ninguém a conquiste, será elimi-nado um candidato por rodada.
A escolha do novo presidente, no pleito mais concorrido e sem previsões desde que João Ha-velange foi eleito presidente em 1974, colocará fim a uma dinastia.
A dupla Havelange-Blatter foi responsável por gerenciar a Fifa nos últimos 41 anos, quando a Copa do Mundo virou o grande torneio de futebol do mundo.
POR ADALBERTO LEISTER FILHO
Fifa escolhe novo presidente e
põe fim a 41 anos de dinastia
QUEM É QUEM NA ELEIÇÃO
NOME: Xeque Salman Bin Ibrahim Al-Khalifa
IDADE: 50 anos PAÍS: Bahrein
STATUS: Presidente da Confederação Asiática de Futebol, é um dos favori-tos. É considerado conservador e defendeu a punição dos cartolas da Fifa em seu país de origem.
NOME: Gianni Infantino IDADE: 45 anos
PAÍS: Suíça
STATUS: Trabalha na Uefa desde 2000, tornando-se seu secretário-geral nove anos depois. Aliado de Platini, desde que lançou candidatura, tenta se afastar da imagem do dirigente que foi punido pela Fifa.
NOME: Ali Bin Al-Hussein IDADE: 40 anos
PAÍS: Jordânia
STATUS: Príncipe, foi derrotado por Blatter no ano passado. Quer maior participação de jogadores e clubes na Fifa e teto de dois mandatos na presidência.
NOME: Jérôme Champagne IDADE: 57 anos
PAÍS: França
STATUS: Ficou na Fifa até 2010, mas saiu com a ascensão de Jérôme Val-cke, com quem sempre teve proble-mas. Defende projetos para a periferia da bola. NOME: Tokyo Sexwale
IDADE: 62 anos PAÍS: África do Sul
STATUS: É o grande azarão da disputa. Integrou a candi-datura da África do Sul à Copa de 2010. Antigo aliado de Blatter, pode até renunciar para apoiar outro pretendente.