MICROGALVANOPUNTURA NO TRATAMENTO DAS ESTRIAS Mariana Christoni Leite1, Eunice Tokars2.
1 Acadêmico do curso de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR);
2 Fisioterapeuta, Prof. Universidade Tuiuti.
Endereço para correspondência: Mariana Christoni Leite, mari_ctba90@hotmail.com
RESUMO:As estrias são rupturas das fibras elásticas caracterizadas por lesões em trajeto
linear, mas classificadas como processo de natureza estética por apenas apresentar alterações visíveis e não gerar incapacitação física. O objetivo desse trabalho foi avaliar a eficácia do uso da microgalvanopuntura no tratamento da estria. Este estudo descritivo de revisão bibliográfica ocorreu num período compreendido entre os meses de março e outubro de 2012.O tratamento de estrias através da microgalvanopuntura associa o estímulo elétrico de uma corrente galvânica ao estímulo mecânico de uma agulha. A ação ocorre na camada dérmica da pele provocando uma microlesão tecidual localizada, com conseqüente reorganização celular. Resulta assim uma regeneração tecidual através do aumento da proliferação celular, neovascularização e estímulo dos fibroblastos a produção de colágeno e elastina. A microgalvanopuntura demonstrou ser eficaz na suavização das estrias, tornando-as minimamente visíveis.
Palavras-chave:estética, estria, microgalvanopuntura.
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ABSTRACT:The stretch marks are breaks of elastic fibers characterized by lesions in linear
path, but classified as aesthetic nature process by presenting only visible changes and not generate physical incapacitation.The aim of this study was to evaluate the efficacy of the microgalvanopunturastria treatment. This descriptive study of bibliographic review occurred in the period between March and October 2012. The treatment of stretch marks through "microgalvanopuncture" associates the electric stimulus of a galvanic current to mechanical stimulation of a needle. Its action occurs in the dermal layer of the skin causing a localized tissue "micro lesion", with consequent cell reorganization thus promoting a tissue regeneration through increased cell proliferation, neovascularization and fibroblast stimulation and production of collagen and elastin, promoting a smoothing of the stretch marks, making them minimally visible.
Keywords:esthetics,stretch,microgalvanopunture.
1. INTRODUÇÃO
Atualmente existem diversos recursos estéticos que podem amenizar as estrias para possibilitar uma melhor aparência a pele. As estrias fazem parte das alterações estéticas consideradas desagradáveis aos olhos afetando emocionalmente as mulheres1.
As estrias cutâneas são definidas como rupturas das fibras elásticas, localizadas na derme,com aspecto linear e variam de coloração de acordo com sua fase evolutiva2.
São frequentemente observadas em indivíduos obesos, no período gestacional (principalmente no último trimestre), crescimento rápido de adolescente, aumento ou perda de peso rapidamente, estado infeccioso, quando há atividade física vigorosa com aumento excessivo de massa muscular, estresse, podendo ocorrer também devido ao uso tópico ou sistêmico de esteróides entre outras condições desencadeantes3.
Alguns métodos vem sendo empregados na tentativa de eliminar as estrias, entre eles está a microgalvanopuntura, que vem sendo apresentado como umas das soluções para amenizá-las4.
O uso da corrente galvânica, realizada com um eletrodo ativo em forma de agulha, provoca uma pequena lesão na pele, logo, o organismo gera uma ação reparadora, onde ocorre a dilatação dos pequenos vasos correspondentes à região lesada, resultando em edema e processo inflamatório. A inflamação provocada pela corrente não tem nenhum efeito sistêmico podendo ser absorvido em um período de tempo de até uma semana5.
A procura por tratamentos estéticos das estrias aumentou muito nos últimos anos o que torna essa pesquisa imprescindível para que se possa analisar na literatura existente os reais resultados da aplicação da microgalvanopuntura no tratamento da estria¹.
O objetivo desse trabalho foi avaliar a eficácia do uso da microgalvanopuntura no tratamento das estrias.
2. ESTRIAS
As estrias são consideradas como uma atrofia tegumentar adquirida, caracterizada por lesões em trajeto linear. São classificadas como um processode natureza estética, por não gerarem incapacitação física ou alteração da função cutânea6.
Apesar de seu aparecimento freqüente, a sua etiologia exata ainda permanece controversa e esta é em parte devido à variabilidade das situações clínicas em que surgem as estrias. Elas são resultado final de vários estados fisiológicos4.
O surgimento dos sintomas é variável. Apresentam-se no início um aspecto eritemo-violáceo (rosadas), provavelmente devido a uma resposta inflamatória. Geralmente, nesta fase, são finas e podem gerar prurido, denominadas de estrias rubras. Com o passar do tempo, as lesões tornam-se esbranquiçadas, sendo denominadas de Albas7.
Para Kunz o melhor momento para procurar um tratamento é na fase inicial da lesão, quando ainda apresentam aspecto rosado. Isso significa que ainda há presença de alguns elementos celulares e capilares sanguíneos, o que permite, nesse caso, maiores possibilidades de regeneração. Pois não há atrofia total8.
Sendo sua etiologia bastante controversa, existem três teorias que tentam explicá-la. A teoria mecânica onde acredita-se que a exagerada deposição de gordura no tecido adiposo, com subseqüente dano as fibras elásticas e colágenas da pele seja o principal mecanismo do aparecimento das estrias. Principalmente quando esse dano às fibras ocorre rapidamente9.
A teoria endocrinológica que começou a surgir com a hipótese do “estiramento da pele” desgastada, por uso terapêutico de hormônios adrenais corticais, associados à percepção do aparecimento das estrias como um efeito local. Pode se explicar então que o aparecimento das estrias em algumas patologias não acontece pela afecção em si, mas sim por medicamentos usados em seus tratamentos10. E também a teoria infecciosa, que defende o aparecimento de estrias após precessos infecciosos. Mas não possui muitos adeptos, já que os estudiosos partidários da teoria endocrinológica conseguem explicar o surgimento das estrias em decorrência do tratamento efetuado a base de corticóides9.
No geral não se encontra um único fator desencadeante, é uma associação que propicia o surgimento das estrias3.
3. MICROGALVANOPUNTURA
Entre os tratamentos utilizados para amenizar a aparência das estrias está a microgalvanopuntura.O estímulo da puntura e da corrente desencadeiam um processo de reparação, por meio de uma inflamação aguda localizada, que visa restabelecer de forma satisfatória a integridade dos tecidos tratados10.
O equipamento é composto por corrente galvânica microamperada (intensidade reduzida em nível de microamperes) com um eletrodo ativo em forma de agulha sustentada por um eletrodo do tipo caneta e um eletrodo passivo do tipo placa8. O uso da microgalvanopuntura tem por objetivo provocar um processo inflamatório agudo no tecido acometido pela estria, para que haja uma regeneração do mesmo. O trauma aumenta a atividade metabólica local, que leva a formação de tecido colágeno, preenchendo a área a,degenerad com retorno de sensibilidade fina11.
O procedimento realizado deve ser feito de maneira rápida e precisa usando a técnica de punturação (de forma subepidérmica) introduzindo a agulha em um ângulo de aproximadamente 45 graus de inclinação em toda a extensão da estria. A intensidade da corrente deve ser dada pela sensibilidade do paciente (que pode ser de 150 até 200 microampéres)12.
De acordo com Borges a estimulação em uma mesma estria deve ocorrer num período de sete dias de intervalo entre uma aplicação e outra sendo que os resultados surgem com cinco a quinze sessões12.
Nenhum outro estímulo que provoque processo inflamatório deverá interromper o edema e hiperemia durante o período de absorção do processo inflamatório. É necessário esperar esse período que dura entre dois a sete dias para que ocorra um novo estímulo, evitando assim a formação de um processo inflamatório crônico3.
As células de defesa do sangue geram um processo inflamatório para combater os agentes agressores, isso ocorre quando um tecido é lesionado. Esse processo tem duração de até 48 horas, que apresentam características como
edema, rubor, ardor e dor. Nessa fase ocorre à defesa da área lesionada, é a reação dos vasos sanguíneos, levando ao acúmulo de fluídos e leucócitos com objetivo de destruir os agentes lesivos.13
Neste processo ocorre uma resposta vascular onde são formados muitos capilares, que transportam oxigênio e nutrientes para a reparação da região lesada. As terminações celulares são forçadas por novas células a avançar para a região da lesão. A cicatrização ocorre após a agressão tecidual e a inflamação, onde o tecido lesado é substituído por outro tecido semelhante. Esta cicatrização pode ser influenciada pela idade do paciente, nutrição tecidual e patologias como a diabete.2
É preciso observar através de uma anamnese se o cliente/paciente não apresenta nenhuma restrição ao tratamento, pois existem algumas contra-indicações para o uso da corrente galvânica em pacientes como os cardíacos, portadores de marcapasso, gestantes, diabéticos, hipertensos, tendência a quelóides e uso de algumas medicações (esteróides e corticoesteróides).2
4. METODOLOGIA
Este estudo descritivo de revisão bibliográfica ocorreu no período compreendido entre os meses de março e outubro de 2012. Foi realizado através de livros, artigos e periódicos indexados entre os anos de 2005 a 2012. Utilizou-se as seguintes palavras chaves: Estética,estria, microgalvanopuntura
5. DISCUSSÃO
Alguns autores consideram estrias como sendo seqüela irreversível. Já Canto afirma que não há tratamento efetivo para as estrias, entretanto, recentemente verifica-se a existência de técnicas efetivas e seguras no tratamento tanto das estrias eritematosas quanto das estrias albas1.
Para Galdino, a microgalvanopuntura tem por objetivo provocar um processo inflamatório agudo, para que haja uma regeneração do tecido acometido pela estria11.
fase inicial da lesão, quando ainda apresentam aspecto rosado. Isso significa que ainda há presença de alguns elementos celulares e capilares sanguíneos, o que permite, nesse caso, maiores possibilidades de regeneração. Pois não há atrofia total8.
Para Guirro e Guirro o mecanismo de lesão da agulha contribui para a reparação tecidual melhorando o aspecto visual da estria10.
Segundo Borges após o uso da microgalvanopuntura, as fibras de colágeno se regeneram e levam ao aumento do número de fibroblastos, fibras colágenas e elásticas, e estas se organizam, o que proporciona uma neovascularização e conseqüentemente uma melhora da sensibilidade local e melhora da aparência da estria12.
Nascimento observa a necessidade de uma avaliação para que a escolha do protocolo de tratamento seja ideal, levando-se em conta que a resposta do tratamento está diretamente ligada com as características da pele estriada e as características do paciente, como na presença de alguma contra-indicação13.
6. CONCLUSÃO
O tratamento estético das estrias com a aplicação da microgalvanopuntura atua na camada dérmica da pele, causa inflamação tecidual localizada e como conseqüência a reorganização celular e regeneração cutânea .
A utilização da microgalvanopuntura demonstrou ser eficaz na melhora da aparência das estrias ,tornando-as menosvisíveis.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. CANTO, S. M. L.; MEJIA, D. P. M. Efeito da microdermoabrasão em
peeling de cristal na terapêutica das estrias. Trabalho de conclusão de
curso. Faculdade Ávila. Goiânia, 2012.
2. ROCHA, K. C. Uso da corrente galvânica no tratamento das estrias
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Faculdade Ávila. Goiânia, 2012.
3. YABIKU, F. N. Tratamento de estrias através da microgalvanopuntura:
revisão de literatura. Trabalho de Conclusão de Curso. Instituto Brasileiro
de Therapias e Ensino. Curitiba, 2010.
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6. MAIO, M. D. Tratado de medicina estética. 2 ed. São Paulo: Roca, 2011. 7. OLIVEIRA, K. S. Efeitos comparativos entre a aplicação de eletroterapia
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Universidade do sul de Santa Catarina. Tubarão, 2009.
8. KUNZ, V. C. Tratamento dermato functional utilizando a técnica de
microgalvanopuntura em pacientes portadores de estrias. Trabalho de
conclusão de curso. Instituto Brasileiro de Therapias e Ensino. Curitiba, 2006.
9. PONTE, M. G. Recursos fisioterapêuticos utilizados no tratamento das
estrias: uma revisão de literatura. Trabalho de Conclusão de curso.
Faculdade Ávila. Goiânia, 2011.
10. GUIRRO, E.; GUIRRO,R. Fisioterapia dermato funcional.São Paulo, 2007.
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12. BORGES, F. S. Dermato funcional: modalidades. São Paulo, Phorte: 2006.
13. NASCIMENTO, E. G. Efeito comparativo no uso de cosméticos
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