• Nenhum resultado encontrado

A FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO CIVIL DO CEFET-MG

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO CIVIL DO CEFET-MG"

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

A FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO

CIVIL DO CEFET-MG

Lidiane Pedra Vieira Melo1 – lidiane.vieira@gmail.com

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - CEFET/MG Endereço: Rua Tuiuti, 17/301 – Padre Eustáquio

CEP: 30720-440 – Belo Horizonte – MG – Brasil Adriana Maria Tonini2- atonini2@hotmail.com

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - CEFET/MG Endereço: Rua Dr. Helvécio Arantes, 16/202 – Luxemburgo

CEP: 30380-465 – Belo Horizonte –MG – Brasil

Resumo: Este artigo apresenta a pesquisa em andamento que pretende analisar o perfil profissional do engenheiro egresso do curso de Engenharia de Produção Civil do CEFET-MG. A publicação da resolução CNE/CES 11/2002 não exigiu existe mais a fixação de áreas, modalidades ou habilitações, portanto, cada Instituição de Ensino Superior possui mais liberdade para propor novos cursos. Assim o curso de Engenharia de Produção Civil carrega como proposta construir um novo modelo organizacional e acadêmico que se adeque as necessidades da sociedade. O uso de novas tecnologias, o processo de globalização, e a criação de novas relações econômicas requerem dos engenheiros contemporâneos uma atuação multidisciplinar principalmente para desempenhar suas funções nas áreas de gestão e administração.

Palavras-chave: Engenharia. Projeto Político-Pedagógico. Formação. Educação em Engenharia.

1 INTRODUÇÃO

Este artigo objetiva apresentar a pesquisa em desenvolvimento no contexto de

1

Mestranda em Educação Tecnológica pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - CEFET/MG, especialista em Gestão Estratégica de Projetos pelo Centro Universitário UNA, graduada em Engenharia de Produção Civil pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - CEFET/MG.

2

Orientadora. Doutorado em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professora do Mestrado em Educação Tecnológica do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - CEFET MG.

(2)

educação em engenharia, na área de formação profissional do Engenheiro de Produção Civil do CEFET-MG. A pesquisa está inserida dentro da linha de pesquisa – Processos Formativos em Educação Tecnológica - do Programa de Pós-Graduação do Mestrado em Educação Tecnológica do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – CEFET-MG, e no grupo de pesquisa FORQUAP - Formação e Qualificação Profissional.

Com a publicação da Resolução CNE/CES nº 11, de 11 de março de 2002, publicada em 09 de abril de 2002, possibilitou-se a flexibilização curricular, e assim, cada Instituição de Ensino Superior possui autonomia para definir o perfil de seu egresso e as concepções curriculares, respeitando o conjunto de habilidades e competências a serem desenvolvidas pelo engenheiro durante a graduação.

A flexibilização possibilitou a criação de uma nova concepção do currículo, principalmente, com a inclusão das atividades complementares. Segundo Tonini (2009, p.58), essa nova concepção “permite o entendimento de que tudo o que se faz ou se vivencia em uma escola é currículo, parte integrante da formação profissional, e que nada é definitivo, sendo que a construção do saber é inerente ao cotidiano escolar”.

No século atual, espera-se que o Engenheiro seja um profissional ciente das questões sociais, com habilidades, competências e atributos que possibilitem a solução de problemas multidisciplinares e complexos. Conforme descrito no artigo 3º da Resolução CNE/CES 11/2002, o perfil esperado do engenheiro é definido assim:

[...] com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a absorver e desenvolver novas tecnologias, estimulando a sua atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas, considerando seus aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade (BRASIL, 2002).

Diante do exposto, observa-se a responsabilidade das Instituições de Ensino Superior dos cursos de engenharia em proporcionar um novo modelo organizacional e acadêmico que esteja em sintonia com as questões atuais, relacionando a formação com as demandas sociais e proporcionando ao egresso análise crítica das situações por ele vivenciadas.

2 CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO CIVIL

O Projeto Político-Pedagógico

(3)

elaboração do projeto político-pedagógico dos cursos de engenharia, e também os conhecimentos requeridos para o exercício da profissão. 

As transformações sociais, políticas e econômicas enfrentadas pelas instituições de ensino de engenharia caracterizam a necessidade da elaboração de um projeto político-pedagógico inovador, que contemple o contexto social e cientifico, as particularidades da escola, o perfil do egresso que se deseja formar, incluindo, na sua elaboração, a participação de toda a comunidade acadêmica. Esse projeto político-pedagógico inovador “[...] enfatiza mais o processo de construção. É a configuração da singularidade e da particularidade da instituição educativa. É algo que lança para a frente, que avança, que rompe, que antecipa o futuro e suas possibilidades” (VEIGA, 2004, p.20). Tonini (2009) acrescenta que

[...] os projetos político-pedagógicos devem considerar as diferenças de valores, conhecimentos, interesses, crenças e outras características importantes de seus autores, pois suas marcas estarão presentes na elaboração de seu texto, ao apresentar a realidade do curso, da instituição em que se insere e de seus representantes – os docentes, os discentes, a coordenação dos cursos, a administração da instituição como um todo, e até mesmo o seu entorno. (TONINI, 2009, P.67)

De acordo com o projeto político-pedagógico do curso de Engenharia de Produção Civil, CEFET-MG (2011), a elaboração de um currículo está orientada por princípios gerais referentes à concepção filosófica e pedagógica:

Estes princípios passam por quatro dimensões básicas que envolvem: (i) a concepção de conhecimento e sua forma de aplicação e validação (dimensão epistemológica); (ii) a visão sobre o ser humano que se pretende formar (dimensão antropológica); (iii) os valores que são construídos e reconstruídos no processo educacional (dimensão axiológica) e (iv) os fins aos quais o processo educacional se propõe (dimensão teleológica)” (CEFET-MG, 2011, p. 21).

Entende-se, desse modo, que o projeto político-pedagógico segundo Veiga (2004) “[...] deve estar sintonizado com uma nova visão de mundo, expressa no paradigma emergente de ciência e de educação”, contemplando então o que se espera na formação profissional do egresso, uma formação crítica e global onde todos os envolvidos poderão exercer a cidadania, obter a formação profissional e o pleno desenvolvimento pessoal.

 

Engenharia de Produção Civil do CEFET-MG

A publicação da resolução CNE/CES 11/2002 não exigiu mais a fixação de áreas, modalidades ou habilitações, portanto, cada Instituição de Ensino Superior possui mais liberdade para propor novos cursos. O curso de engenharia deverá ser criado respeitando os

(4)

conteúdos básicos e profissionalizantes e a modalidade será definida pelos conteúdos específicos. Estudos demonstram um aumento nos cursos de Engenharia no Brasil, principalmente o curso de Engenharia de Produção o qual mais cresceu nos últimos anos. A figura 1 apresenta o crescimento do número de cursos das principais modalidades de Engenharia no período de 2001 a 2011.

Figura 1 - Crescimento dos cursos de Engenharia por modalidade (2001-2011)

Fonte: Oliveira et al., 2014

De acordo com Oliveira et al. (2014, p.14), a justificativa para o crescimento do curso de Engenharia de Produção está relacionada “[...] à necessidade de melhoria geral das organizações em termos de competitividade e qualidade dos produtos [...] além dos sistemas logísticos e demais aspectos relacionados à produção de uma maneira geral, o que é do escopo do perfil profissional do Engenheiro de Produção”.

Dentre os cursos ofertados pelo CEFET-MG, o curso de Engenharia de Produção Civil propõe a integração dos conhecimentos das áreas de Engenharia Civil e de Engenharia de Produção. “Ao integrar os conhecimentos de Engenharia Civil e das áreas de Administração Financeira e Economia, o profissional torna-se capaz de atuar na organização e no controle de grandes obras da construção civil, em busca do aumento da eficácia produtiva e do desenvolvimento de sistemas operacionais” 3. Espera-se que o profissional formado esteja capacitado a elaborar projetos, executar obras, organizar e controlar os sistemas produtivos de

3

Informações coletadas no site oficial do CEFET-MG

http://www.cefetmg.br/textoGeral/Cursos/Graduacao/Engenharia-de-Producao-Civil.html acessado em 09/11/2015

(5)

construção civil, visando a melhoria do produto e da produtividade no trabalho. De acordo com CUNHA (2002) o perfil do engenheiro de produção é caracterizado para atuar na área técnica e também na área gerencial pois:

em termos técnicos, ele deve ser capaz de atuar fundamentalmente na organização das atividades de produção, assim recebendo treinamento em métodos de gestão e em técnicas de otimização da produção. Quanto ao seu modo de atuação, deve ser preparado, acima de tudo, para ser um profissional capaz de estabelecer as interfaces entre as áreas que atuam diretamente sobre os sistemas técnicos e entre essas e a área administrativa da empresa. Este perfil tem tornado este profissional muito procurado pelas empresas pela sua capacitação híbrida gerencial-técnica. (CUNHA, 2002, p.9)

O Engenheiro de Produção Civil está envolvido no processo construtivo, controlando a produtividade, desenvolvendo métodos para otimização do trabalho, programas de controle de qualidade e solução de problemas complexos. Conforme o projeto para implantação do curso de engenharia de produção civil do CEFET-MG o profissional estará capacitado a atuar como engenheiro civil e engenheiro de produção:

Através deste curso, procura-se a integração de conhecimentos da Engenharia Civil e da Engenharia de Produção, capacitando o profissional a atuar no projeto e execução de obras, na organização e controle do sistema de produção, visando melhoria da qualidade do produto em cada uma das etapas do processo e aumento da produtividade. (Projeto para Implantação do Curso de Graduação em Engenharia de Produção Civil – CEFET-MG, 1998, p. 17 apud LAUDARES; BATISTA, 2003, p.8).

Portanto, percebe-se que a formação profissional do egresso do curso de Engenharia de Produção Civil do CEFET-MG pretende uma formação multidisciplinar unindo a formação técnica, administrativa e gerencial, proporcionando ao profissional atuar como Engenheiro Civil e Engenheiro de Produção. 

3 CONSIDERAÇOES FINAIS

A oferta de cursos de engenharia tem aumentado a cada ano e em destaque percebe-se o crescimento do curso de engenharia de produção dentre os diversos cursos de engenharia ofertados no Brasil. Percebe-se que a atuação profissional dos engenheiros está intrinsicamente relacionada as mudanças econômicas, sociais, políticas e ideológicas no Brasil e no mundo, sendo que o perfil do profissional do engenheiro também acompanha as necessidades da sua época. Deste modo, o estudo da formação profissional proporcionada aos egressos dos cursos de engenharia, em especial do curso de Engenharia de Produção Civil do CEFET-MG adquire atenção especial. Dentro desse contexto, a pesquisa pretende responder a seguinte questão: a formação do engenheiro de produção civil do CEFET-MG está coerente

(6)

com o perfil do engenheiro egresso desse curso?

Entende-se que este estudo trará contribuições para a formação profissional dos engenheiros e educação em engenharia uma vez que verificará a organização do Projeto Político-Pedagógico e o perfil de formação do Engenheiro egresso do curso de Engenharia de Produção Civil do CEFET-MG.

4 REFERÊNCIAS

BRASIL, CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Resolução CNE/CES 11/2002, de 11 de março de 2002. Diário Oficial da União, Brasília, 9 de abril de 2002, Seção 1, p. 32.

CEFET-MG. Projeto político-pedagógico para reestruturação do curso de engenharia de produção civil. Belo Horizonte, 2011 (Atualização 2014).

CUNHA, Gilberto Dias da. Um panorama atual da engenharia de produção. Porto Alegre: ABEPRO, 2002.

LAUDARES, J. B.; BATISTA, J. P. Um estudo comparativo dos currículos dos cursos de engenharia civil e de engenharia de produção civil de escolas de engenharia mineiras. In: COBENGE, 2003. Anais.... Disponível em

<http://www.abenge.org.br/CobengeAnteriores/2003/artigos/PRP118.pdf>. Acessado em 15/10/2015;

OLIVEIRA, V. F.; ALMEIDA, N. N. de; CARVALHO, D. M. de; PEREIRA, F. A. A. Um estudo sobre a expansão da formação em engenharia no Brasil. In: ABENGE, 2014.... Disponível em

<http://www.ufjf.br/observatorioengenharia/files/2012/01/ExpEng-RevAbenge.pdf>. Acessado em 05/11/2015;

TONINI, A. M. Novos tempos, novos rumos para a engenharia. Belo Horizonte: FUNDAC, 2009.

VEIGA, I. P. A. Educação básica e educação superior: projeto político-pedagógico. Campinas: PAPIRUS, 2004.

(7)

THE PROFESSIONAL FORMATION OF PRODUCTION CIVIL

ENGINEER OF CEFET-MG

Abstract : This article presents the ongoing research that aims to analyze the professional profile of the graduate engineer of Production Civil Engineering course from CEFET MG. Resolution CNE/CES 11/2002 publication not required areas fixation, modalities or qualifications, for that reason, each Higher Education Institution has more freedom to propose new courses. Therefore, the Production Civil Engineering course loads as proposal develop a new organizational and academic model as needs by the society. The use of new technologies, the globalization process and cr+eation of new economic relations require the contemporary engineers a multidisciplinary acting to perform their functions in the areas of management and administration

Keywords: Engineering. Political-Pedagogical. Project. Formation. Engineering Education

Referências

Documentos relacionados

•   O  material  a  seguir  consiste  de  adaptações  e  extensões  dos  originais  gentilmente  cedidos  pelo 

There a case in Brazil, in an appeal judged by the 36ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (São Paulo’s Civil Tribunal, 36th Chamber), recognized

Ainda que das carnes mais consumidas nesta altura em Portugal, tanto os caprinos como os galináceos estão re- presentados apenas por um elemento, o que nos pode dar a indicação que

O relatório encontra-se dividido em 4 secções: a introdução, onde são explicitados os objetivos gerais; o corpo de trabalho, que consiste numa descrição sumária das

A manutenção dos cuidados pelo paciente não significa apenas a instalação da PTR (GONÇALVES et al., 2011; ZENTHÖFER et al., 2013), como também faz parte do tratamento

4 Este processo foi discutido de maneira mais detalhada no subtópico 4.2.2... o desvio estequiométrico de lítio provoca mudanças na intensidade, assim como, um pequeno deslocamento

Fornecer soluções de qualidade, com uma excelente relação Custo-Benefício e um serviço técnico de classe mundial, para criar vínculos sólidos e duradouros com nossos

O Comitê Técnico Setorial é composto por profissionais internos e externos ao SENAI, que possam contribuir com suas experiências profissionais, formação e visão de futuro, sendo