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tira 53 crianças a famílias adotivas tratos Maior parte dos casos está ligada à dificuldade dos pais em lidar com os desafios da adoção páginas

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(1)

No ano

passado,

19

menores correram

perigo

junto

dos

adotantes

c

voltaram

ao

sistema de

acolhimento

Maior parte

dos

casos

está

ligada

à

dificuldade

dos pais

em

lidar com

os

desafios

da

adoção

páginas 1cs

Risco

de

maus

tratos

tira

53 crianças

(2)

Proteção

no

ano passado,

19

menores

adotados

tiveram

que

voltar

a

entrar

no sistema de

acolhimento

53 crianças

em

perigo

tiradas

a

pais

aclotivos

Alexandra Figueira

afigueira(ajn.pt

? No ano passado, 19 crianças

adota-das correram perigo junto da nova fa-mília

-

negligência oumaus-tratos

-

e

voltaram aentrar no sistema de

aco-lhimento. Omesmo aconteceu a

cin-co crianças

em

fase de pré-adoção. Somaram-se a29 outras que, no

pas-sado, já tinham saído dasfamílias

ado-tivas. No total, em2016, estavam aco-lhidas 53 crianças que já tinham sido adotadas ou estavam emfase de

pré-adoção, indica orelatório CASA (Cara-terização Anual da Situação de Acolhi-mento das Crianças eJovens). São

du-plamente

vitimizadas:

pela

família

biológica epela adotante.

Orelatório indica que estas "volta-ram a servítimas de situações de

pe-rigo" no seio dafamília adotiva.

Peri-go suficiente para justificar uma "nova separação temporária" e

uma

inter-venção pelos técnicos, para

definir

outro projeto devida. Namaioria dos casos, disse o Instituto de Segurança

Social (ISS), esteve emcausa a incapa-cidade dos pais adotivos delidar com

os desafios durante operíodo de

pré-adoção, como a"aceitação dahistória

devida e ascaracterísticas da criança,

compreensão eaceitação do

tempo

necessário paraque seadapte ao novo

contexto familiar".

Questionado sobre que tipo de pe-rigo

corriam

os menores tirados aos pais, o ISS disse apenas que se tratou de progenitores sem competências e

comportamentos adequados, que

pu-nham emcausa obem-estar da

crian-ça.Nesses casos, éinterrompido o

pe-ríodo de pré-adoção, por iniciativa dos próprios pais ou das equipas técnicas, com validação por um tribunal.

Note-seque só sereferiu amenores emfase de pré-adoção, não aos jáadotados.

Quanto àtriagem dos candidatos, para garantir queacriança éentregue

afamílias idóneas, éfeita mediante a

(3)

criminal, certidão de nascimento de

filhos, sehouver, eatestado médico).

Étambém feita uma avaliação psicos-social para aferir da sua

personalida-de e capacidade, as motivações para adotar ouascaracterísticas dafamília.

As crianças epais são

acompanha-dos pelo ISSdurante oprocesso, mas depois de concluída a adoção são, por norma, entregues asipróprias (ler pá-gina seguinte).

Confronto do sonho com a

realidade

Os pedopsiquiatras

alertam

para as consequências desta dupla rejeição

-pelos pais biológicos e os adotivos

-para o

desenvolvimento

emocional

das crianças. Arejeição destes

meno-res é"muito grave", já que se trata de "crianças vulneráveis, com falhas no desenvolvimento emocional e

gran-des carências de afetos", cuja expe-riência passada asleva a "desenvolver defesas e inseguranças nas relações emocionais", assegura Pedro Montei-ro. Uma adoção falhada tem, por isso,

"consequências graves" para o desen-volvimento da sua personalidade.

Manuel Coutinho, do SOS Criança,

reforça aideia de que esta

"revitimi-zação" éainda mais grave do que a

ori-ginal, por ser perpetrada pela família que adevia resgatar do abandono, e

usa palavras como "angústia" ou

"de-sespero"

para descrever

as

conse-quências. Por isso, aadoção traz uma "particular responsabilidade" ànova

família. "Não sepode falhar", disse.

Aadaptação, contudo, pode não ser

fácil, sobretudo quando arealidade

não corresponde ao filho idealizado,

dizem

os pedopsiquiatras. A convi-vência diária com uma criança que se

conhece mal pode trazer

um

grau de

conflitualidade para oqual a

família

não está preparada.

Atendência, diz Pedro Monteiro, é

culpabilizar

os pais adotantes, mas

essa é avia fácil. Melhor será analisar

os procedimentos de avaliação da sua capacidade paraacolher crianças

por-ventura mais difíceis, no que toca à sua tolerância àfrustração ou tendência para ter comportamentos de oposição,

advoga. Sóassim será possível saber se

algumas situações

podiam ter

sido

prevenidas.

Manuel

Coutinho assegura que o

processo de adoção "émuito

comple-xoe asfamílias são sujeitas auma ava-liação rigorosa" edestaca que a

maio-ria das adoções é

bem

sucedida. Mas

concorda que os procedimentos "po-dem sempre ser melhorados".»

A dupla

vitimização

-

pelos

pais

biológicos

e

pelos

adotantes

-

é

especialmente

grave

para

o

menor

Adoção

visou

Legislação

acelerar

Novo

regime

processo

Alentidão aos processos de adoção é

uma crítica frequente de quem espe-rapor um filho e foi com oobjetivo de

oacelerar que foi publicado um novo

Regime Jurídico do Processo de

Ado-ção, em vigor desde dezembro de

2015. Entre as principais alterações está adefinição de prazos para cada

fase, acomeçar na seleção dos

can-didatos. Afase de instrução do

pro-cesso não pode ultrapassar os 12

meses, aque se seguem um período de transição de até 15dias eoutro de

pré-adoção, deseis meses, findos os

quais os serviços emitem um

relató-rio eum parecer. Depois, afamília tem três meses para requerer a

ado-ção. Apartir daí, compete ao tribunal analisar opedido e proferir sentença.

Estrangeiro

Adotadas

de

Cabo

Verde

e

China

Uma criança cabo-verdiana e

ou-tra chinesa foram adoptadas ou

estavam em fase de pré-adoção

por famílias portuguesas aresidir em Portugal, dejaneiro de 2015 a

agosto de2016, indicou o

Minis-tério daSegurança Social ao

Blo-co de Esquerda. Não têm irmãos.

Nacionais

13

crianças

adotadas

fora

Dejaneiro de 2015 aagosto de

2016, 13 crianças aviver em

Portu-gal estavam em fase de pré-adoção

na Holanda, Bélgica eItália. Seis so-friam de doenças graves etinham

entre quatro eseis anos de idade. Ainda, cinco viviam em casa de

(4)

"Há

lacunas

no sistema

que

importa corrigir"

MENINOS DOMUNDO O sistema de adoção, talcomo está estruturado, tem lacunas que devem ser

corri-gidas, diz Maria loão Matos, presi-dente daMeninos do Mundo, uma instituição que trabalha na área da adoção equeintegra pais adotivos ou candidatos àadoção. Sobre os

números

da

Segurança

Social,

alerta

que é

preciso

saber em

maior pormenor oque aconteceu, antes de fazer juízos de valor.

Entre as falhas apontadas, está

o acompanhamento das famílias após a adoção. "A

lei

prevê um

acompanhamento

por

técnicos até aos 18 ou 21anos, mas a

pedi-do das

famílias",

afirmou

Maria

loão Matos. Contudo, desconhece

seesta informação édada aos

fu-turos pais, ou em que condições é

dada. Nem conhece alguma

famí-lia quem tenha sido acompanhada

depois de decretada aadoção.

Écerto que amedida sóestáem vigor desde 2015, mas afalta de

re-cursos nas equipas técnicas da Se-gurança Social leva asuspeitar que

poucos

sejam

os

serviços

de acompanhamento jáestruturados.

Esta éuma segunda lacuna que

importaria colmatar. "Todos

sabe-mos que os recursos são poucos", até para afase de seleção dos

can-didatos apais adotivos. "Não

po-nho em causa acompetência téc-nica dos profissionais, mas ponho em causa as condições laborais, como acarga de trabalho",

afian-çou. São precisos mais técnicos,

especializados, quer na seleção de candidatos, quer nas equipas que

acompanham as crianças no aco-lhimento, para as preparar para a

vida numa

nova

família,

defen-deu. "Quanto mais velhas

forem

as crianças, mais

importante

é a

sua preparação para adoção, que

éessencial para osucesso", disse. Quanto aos dados do CASA,

sa-lientou que só sepodem tirar con-clusões sabendo aidade da criança oujovem eháquanto tempo tinha

sido decretada aadoção, bem como

se foram retiradas àforça ou por

acordo, oupor iniciativa do

adota-do. "Sem estes dados, arealidade pode estar enviesada", disse.»

É

importante

saber

a

idade

e

há quanto

tempo estas

crianças

e

jovens

tinham

sido

adotados

(5)

"Instituições,

tribunais,

e

Segurança

Social

devem

questionar-se"

Como

interpreta

os dados do CASA?

Estas crianças tiveram de ser protegidas

das famílias de origem, onde foram ex-postas deforma recorrente egrave a

ne-gligências emaus-tratos. São confiadas

provisoriamente àguarda de uma

insti-tuição, mas aforma como são protegidas

merece-me muita inquietação.

Porquê?

Otempo necessário para que sejam

da-das como tendo condições de

adotabili-dade é quase escandalosamente excessi-vo. Estamos afalar de crianças sujeitas a

um sofrimento inacreditável, confiadas à guarda de centros deacolhimento ípor um tempo] que, regra geral, vai muito

além do razoável.

É

uma

questão legal ouprática?

Há um longuíssimo processo de

buro-cracia napré-adoção edepois, quando

são colocadas

-

crianças muito sofridas, que falam por atos eomissões, que de-safiam atésaberem se serão devolvidas ou amadas

-,

asfamílias são deixadas ao desamparo. E osúnicos responsáveis

são os pais? Tenham paciência.

Deve-mos todos tomar isto como uma

interpe-lação serilssima.

Os pais estão prontos para asreceber?

Há instrumentos de avaliação psicológica fiáveis. Não podemos remeter a respon-sabilidade para ospais, mas perguntar se

ascrianças ficam demasiado tempo nas instituições. Tudo deixa cicatrizes, que serão pagas pela família. Éinjusto que se

aponte odedo aos pais (muitas vezes, são

mais vítimas do que responsáveis) enão

sepergunte onde éque osistema falhou. Não digo que ostécnicos não sejam

pes-soas empenhadas, mas osistema

-

tribu-nais, instituições eSegurança Social

-deve questionar-se.

procedimentos

Quem pode

adotar?

Podem ser pais adotivos casais casados (sejam ou não do mesmo

sexo) ou aviver em união de facto há

mais de quatro anos, setiverem

mais de 25anos. Ou uma pessoa

singular, com mais de 30anos (ou

de25anos, se o adotado for filho do

cônjuge). 0limite édefinido nos 60

anos de idade, salvo exceções.

De-pois, aSegurança Social segue

crité-rios como apersonalidade do

candi-datos, as motivações, asituação fa-miliar eeconómica, asaúde ea

ido-neidade para criar acriança.

Eser

adotado?

uma pequena parte das crianças

institucionalizadas éadotável, oque

apenas acontece quando ostécnicos concluem que não existem laços

afe-tivos com asfamílias biológicas, ou

que são demasiado ténues para

se-rem viáveis. Como diz Eduardo Sá,

basta que um pai oumãe telefonem

no Natal, para que se possa

conside-rar ahipótese de uma reintegração na

família biológica enão seinscrever a

criança na lista da adoção.

Que formações há?

Estão previstas três. Aprimeira é

dada no arranque do processo e é

so-bretudo informativa, sobre os

objeti-vos, requisitos eprocesso daadoção. São também identificadas as capaci-dades necessárias para adotar. Sese

formalizar acandidatura, háuma

se-gunda formação, na qual édefinido o

projeto de adoção, se reflete sobre as

motivações para aadoção eoimpacto que ahistória devida da criança terá

no adulto. São ainda abordadas as

ca-pacidades dos adultos para responder

às necessidades das crianças. Sea

candidatura for aprovada, aúltima

for-mação lidacom áreas como a vincula-ção afetiva ou como lidar com

com-portamentos esituações particulares, entre outras.

Qual o

primeiro

passo a dar?

Contactar oCentro Distrital de

Se-gurança Social, aSanta Casa de

Lis-boa (se viver na capital) ou o

Institu-to daSegurança Social dos Açores e

da Madeira, caso more nas ilhas.

425

à

espera

de

adoção

Em agosto do ano passado, havia

425crianças ejovens com um

proje-to de adoção definido, àespera de

uma nova família. E entre agosto de

2015 eomesmo mês de2016,

fo-ram decretadas 447 adoções

candidatos

a

pais

2039

2039

candidaturas aadoção em

lista deespera. Quase todas pedem

bebés e amaioria prefere uma

meni-nasem irmãos nem doenças graves.

Nenhuma estava em lista de espera

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