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3. As crianças na Pós-Modernidade

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Academic year: 2021

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Sumário

1. As crianças na Antiguidade

a. Estudo de Philippe Ariès

b. As crianças na perspectiva dos filósofos na Antiguidade

2. As crianças na Modernidade

a. A invenção da Infância

b. Os Estudos da Filosofia sobre as infâncias c. Os Estudos da Psicologia sobre as infâncias d. Os Estudos da Antropologia sobre as infâncias

3. As crianças na Pós-Modernidade

a. A Reinvenção da Infância b. Sociologia da Infância

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As Crianças na Antiguidade

Neste período histórico, não existia a infância enquanto fase distinta do adulto e as crianças eram consideradas deficientes em relação ao adulto, pois representavam a AUSÊNCIA de maturidade corporal e intelectual.

As crianças estão ausentes da literatura Europeia até o século XVIII. Tal tema era considerado

indigno de ser estudado, por ser considerado trivial.

Estudo de Philippe Ariès

Philippe Ariès fez um estudo sobre a

representação das crianças por pintores e artistas dos séculos XV, XVI e XVII.

Nas pinturas as crianças são representadas pela imagem de adulto em miniatura, uma pessoa em tamanho menor.

Obra: Um Milagre de São Nicolau Autor: Bicci di Lorenzo Época: Século XV Local: Itália

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Em algumas obras de arte com tema religioso, as crianças são representadas pelo menino Jesus e por anjos. Estes apresentam traços de adultos, com músculos e rosto envelhecido.

Obra: Madonna e Criança Autor: Traballesi Bartolomeo Época: Século XVI

Local: Itália

Outras obras de arte famosas representam os

retratos de príncipes em sua fase infantil, em que as roupas, penteados e comportamentos demonstram que eram tratados como mini-adultos.

Obra: Retrato de um menino Autor: Wallerant Vaillant Época: Século XVII Local: Bélgica

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Obra: La familia de Felipe IV ou Las Meninas Autor: Diego Velázquez Época: Século XVII Local: Espanha

As crianças na perspectiva dos filósofos na Antiguidade

Os antigos filósofos apresentam abordagens sobre o ser criança. De acordo com alguns

filósofos, a criança era considerada fisicamente débil, moralmente incompetente e intelectualmente incapaz. Ao mesmo tempo, percebiam que esta era uma fase privilegiada da vida humana, período

extraordinário para o aprendizado, para ensinar os ofícios e preparar para a vida adulta.

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As crianças na Modernidade

As crianças modernas apresentam um caráter “não social” ou “pré-social” (BUCKINGHAM,

2002), que as exclui da sociedade dos adultos e as submetem às decisões e regulações destes. As crianças são consideradas sujeitos de

direitos, com características e necessidades próprias.

Emergiram vários estudos sobre o

desenvolvimento das crianças. Buscou-se

definir, normatizar, homogeneizar e controlar as crianças no estabelecimento de padrões de

cuidado e das atividades infantis: saber como a criança se comporta, brinca, imagina, pensa, aprende etc. Criou-se um modelo moderno “ideal” de criança. A criança deve ser cuidada, educada e obediente.

Dualidades sobre as infâncias na modernidade

criança carente X criança consumista criança vítima X criança mimada criança violenta X criança inocente

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A Invenção da Infância

Com o surgimento da industrialização, da

sociedade burguesa na Europa, dos movimentos Iluminista e Higienista, do fortalecimento da

inserção da mulher no mercado de trabalho,

emerge o sentimento de Infância e Família a partir do século XVII, no início da Modernidade. Assim, surge a preocupação com o desenvolvimento e a socialização das crianças, bem como os primeiros estudos psicológicos e a criação de políticas

públicas para o controle e o cuidado das crianças carentes ou abandonadas. Sendo assim, emerge a necessidade de educação direcionada para as

crianças e ampliação das Escolas de Massas.

“Algumas alterações na educação das crianças surgem a partir das mudanças no modelo e concepções de ser família e ser criança. Novos padrões de relações no ambiente familiar são criados em conseqüência do modelo de família nuclear burguesa, novas formas de amor e autoridade se evidenciam na criação dos filhos – a l e i t a m e n t o m a t e r n o , a t e n ç ã o c o n s t a n t e , alimentação regular, limpeza meticulosa e intenso carinho (ARIÈS, 1981). Os papéis dos integrantes do grupo familiar são definidos a partir desta configuração nuclear: o pai provedor do sustento da família, a mãe responsável pelo cuidado da casa e dos filhos e os (poucos) filhos obedientes e estudiosos” (GARCIA, 2012, p. 25).

(8)

Estudos da Filosofia sobre as infâncias

A partir do século XVI, surge a preocupação dos filósofos com a educação da infância.

Michel de Montaigne – reforça a importância de uma educação lúdica, aberta, que favoreça o desenvolvimento de um pensar autônomo.

Jean-Jacques Rousseau – Emílio – experiência com a natureza para preservar a infância.

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Matthew Lipman – filosofia para crianças, a fim de desenvolver o raciocínio e a capacidade de j u l g a m e n t o d a s c r i a n ç a s .

Estudos da Antropologia sobre as infâncias

As contribuições da Antropologia na educação da infância são recentes. Os estudos antropológicos fornecem um modelo analítico que permite

entender

as crianças por si mesmas, a partir dos seus discursos e produções culturais. A criança é percebida como sujeito ou ator social.

No livro Antropologia da criança, a autora Clarice Cohn analisa o que significa ser criança em

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Três fases dos estudos da Antropologia da Criança • Estudos pioneiros em Antropologia – Escola

Culturalista – preocupavam-se em entender o que significa o ser criança e adolescente em outras realidades socioculturais. Ênfase na influência cultural para a formação da personalidade. A experiência da criança é cultural e só pode ser entendida em contexto. • Escola Estrutural-Funcionalista – estudos sobre as

práticas e o processo de socialização das crianças. Delimitação dos papéis e relações sociais envolvidas no processo de socialização.

• Nova antropologia da infância – sistema simbólico acionado pelos atores sociais. Sentidos e significados atribuídos por aqueles que atuam na sociedade. A criança como produtora de cultura.

Algumas considerações sobre as crianças na Antropologia:

· Crianças existem em toda parte, mas as experiências e vivências são diferentes em cada lugar.

· A criança tem um papel ativo na constituição das relações sociais em que se engaja, não sendo p a s s i v a n a i n c o r p o r a ç ã o d e p a p é i s e comportamento sociais.

· O que é ser criança, ou quando acaba a infância, pode ser pensado de maneira muito diversa em diferentes contextos socioculturais.

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Estudos da Psicologia sobre as infâncias Os estudos psicológicos sobre as crianças

emergem no final do século XVIII, pelos teóricos tradicionais da Psicologia do Desenvolvimento. Os estudos apresentaram como foco a personalidade, o comportamento ou aprendizado infantil.

Os conceitos de infância e criança que emergem nos estudos da Psicologia sofrem mudanças ao longo do tempo e influenciaram diretamente a educação das crianças.

Infância e Psicologia: primeiros estudos

• Documentação das expressões emocionais em crianças, realizados por Charles Darwin (1877), biólogo inglês.

• I n fl u ê n c i a s n o m o v i m e n t o “ C h i l d S t u d y Movement” (1986) e de Gesell (1943).

• Te o r i a s b i o l ó g i c a s e e v o l u c i o n i s t a s – desenvolvimento “normal” de crianças.

• O desenvolvimento infantil seria resultante de processos maturacionais, visando adaptação ao ambiente – maturação orgânica.

• Ênfase em bases biológicas do comportamento – necessidades físicas.

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Infância e Psicologia Psicanálise • Freud (1856 – 1939)

• Desenvolvimento com base nas leis biogenéticas

• Conceitos de latência-sexual, sublimação, formação reativa, regressão e aspectos psicopatológicos do desenvolvimento infantil. • Influenciou os estudos dos intelectuais da

Escola de Frankfurt em 1934 e o pesquisador Erich Fromm (1940) – reflexões

sociopsicológicas – Psicologia Humanista. Outras abordagens no mesmo período - Pedagogia Cultural de Eric Erickson (1945) nos Estados Unidos.

Infância e Psicologia Epistemologia e Jean Piaget

• Piaget (1970) – “Como se passa de um estado de menor conhecimento para um estado de maior conhecimento?”

• Estudo das estruturas intelectuais e noções básicas em sujeitos humanos em crescimento.

• Investigação sobre os estágios do desenvolvimento infantil.

• Saber como as crianças constroem e desenvolvem novas ferramentas intelectuais e formas de raciocínio.

• Egocentrismo – as crianças seriam egocêntricas e não socializadas pela sua dificuldade de diferenciar o seu próprio ponto de vista do dos outros.

• E m b o r a e s s e n c i a i s p a r a o p r o c e s s o d e desenvolvimento, as relações sociais não são primordiais para este autor.

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Infância e Psicologia Desenvolvimento sociogenético

• Henri Wallon (1946 – 1975) – a criança é um ser geneticamente social – nasce num meio do qual depende para a satisfação de suas necessidades. • A criança nasce em um contexto social e

simbólico, no qual seus outros sociais mediarão e interpretarão suas ações no mundo.

• Constelação familiar

• A partir dos 6 meses a criança se revela essencialmente emocional - deixa o lugar de organismo vivente constituindo-se em sujeito psíquico.

Infância e Psicologia

Lev Vygotsky e a Psicologia Infantil

• O lugar da história como chave para a compreensão

de qualquer processo de desenvolvimento – importância dos fatos da vida social.

• O desenvolvimento da criança é caracterizado por períodos de calma e de crise – propiciam

transformações – o contexto social e a cultura têm função de alicerce para estas transformações.

• A criança não é vista como produto das circunstâncias, mas como alguém que transforma as circunstâncias transformando-se , nessa interdependência.

• O brinquedo serve como referência dos valores das

gerações anteriores que o produziram – a criança aprende e age no mundo social – o brinquedo envolve a criança no mundo imaginário.

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As crianças na pós-modernidade

Na contemporaneidade, emerge um novo olhar sobre as crianças. A infância é percebida como uma categoria social, em que é preciso considerar a condição infantil: como as crianças são e estão. Emerge como isso, uma valorização das infâncias em que as crianças não podem ser consideradas o “futuro”, um “vir a ser”, mas sim como atores sociais, que já “são” sujeitos que atuam em sociedade.

A Reinvenção da Infância

— Crise da infância idealizada na Modernidade. — Não existe uma infância ideal, mas sim

diferentes infâncias.

— É preciso considerar as culturas infantis, olhar os desejos e interesses das crianças, não

somente as expectativas dos adultos sobre a infância.

— Mesmo diante das condições sociais, as crianças apresentam resistências e modos Sociologia da Infância

• Primeiros estudos sobre a inserção social da criança: a socialização infantil.

• Inicialmente, a Sociologia não se ocupou da criança como um ser social, mas promoveu o “aluno” a objeto científico.

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• A emergência contemporânea de um novo

discurso sociológico centrado na infância toma por referência uma revisão crítica do conceito de

socialização, em que as crianças são percebidas como atores no processo de socialização.

• Objetos dos estudos da sociologia da infância: a infância como categoria social e as crianças

como atores sociais.

Alguns estudiosos da Sociologia da Infância Emile Durkheim – 1972 – estudos sobre o processo de socialização

Jans Qvortrup – dinamarquês - iniciou os estudos em 1991. Outros autores da área: Lahire Prout Corsaro Buchingham Montandon Outros...

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Referências

ARIÈS, Phillipe. História Social da Criança e da

Família. Rio de Janeiro: Guanabara, 1981.

COHN, Clarice. Antropologia da Criança. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.

SARMENTO, Manuel Jacinto e GOUVEA, Maria Cristina (orgs.). Estudos da Infância: educação e práticas sociais. Petrópolis, 2008.

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Referências

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