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Pedro o louco de Jean-Luc Godard

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Academic year: 2021

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Pedro o louco

de Jean-Luc Godard

France - 1965 -

112 min

A D B C

Ficha jovem

espectador

O filme

Na Europa e não só

O filme e eu

Ir mais longe

> Pedro o louco faz parte de uma colecção de filmes europeus: a colecção CinEd, um programa de educação para o cinema dirigido a crianças e jovens.

> Esta ficha permite redescobrir o filme, percorrê-lo em palavras e em imagens, saber mais sobre o lugar em que vivem as personagens e sobre a sua época, criar e inventar, ir mais longe através da descoberta de outras obras: filmes, livros, músicas, fotografias, pinturas...

Ao participar em CinEd, partilho a descoberta de filmes com jovens de outros países, através de toda a Europa!

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CinEd - ficha jov em espa cta dor P edr o o lo uco

A

1

(2)

Marianne e Pierrot passam a noite juntos,

e fogem de Paris deixando um cadáver para trás.

(1)

Homem casado e pai de duas crianças, Ferdinand (a quem chamaremos Pierrot) está enjoado do seu ambiente burguês onde as pessoas falam como se estivessem a citar anúncios. Um antigo amor reaparece na sua vida: Marianne

(3)

O filme passa a ser um road movie, o casal atravessa a França, rouba um grande carro americano que acaba na água.

(4)

Marianne e Pierrot isolam-se

e vivem ao estilo de Robinson

Crusoé numa ilha deserta. Ele

lê, ela prefere a música e tem o desejo grande de ir dançar.

(1) (2)

(5)

Marianne aborrece-se, eles

voltam ao mundo e rapidamente se separam: negócios sujos, o sentimento duvidoso de Marianne pelo seu “irmão”…

(6)

A alegria do reencontro em breve desaparece, Marianne envolve

Pierrot nas histórias de crimes. (7)

Pierrot acaba por perceber o que

já era evidente, que Marianne o traiu: Fred não é irmão dela.

(8)

Marianne e Pierrot vivem o seu

trágico destino até ao fim: ela leva um tiro de Pierrot, que depois decide suicidar-se, fazendo-se explodir.

(3) (4)

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(7) (8)

(6)

O filme

Visto no filme

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CinEd - ficha jov em espa cta dor P edr o o lo uco

Pierrot : Porque é que tens um ar tão

triste?

Marianne : Porque me falas com palavras,

e eu olho-te com sentimentos.

Pierrot : Conversar contigo

é impossível. Tu nunca tens ideias, apenas sentimentos.

Marianne : Isso não é verdade!

Há ideias

nos sentimentos.

Marianne : O que estás a fazer ? Pierrot : A olhar para mim próprio. Marianne : E o que é que vês ?

Pierrot : A cara de um homem que está

prestes a atirar-se de um precipício a 100 km/h.

Marianne : Eu vejo a cara de uma rapariga

apaixonada por um homem que está prestes a atirar-se de um precipício a 100 km/h

Pierrot : Então, beijemo-nos

« Allez, au pieu les p’tits vieux ! » 

Pierrot

« Bon, allons-y Alonzo ! » 

Pierrot

« Tu parles, Charles ! » 

Marianne

2

A

«Havia a civilização ateniense, houve o Renascentismo, agora estamos a entrar na civilização do cú.”

Pierrot

« Obviamente. Em francês é engraçado, as palavras dizem o oposto do que querem dizer. Nós dizemos “obviamente” quando as coisas não são absolutamente nada óbvias.» 

Marianne

Ouvido no filme

O filme

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CinEd - ficha jov em espa cta dor P edr o o lo uco

Um filme,

vários títulos

A

3

Chantal Akerman evoca aqui a sua descoberta de

“Pedro o Louco”, quando tinha quinze anos.

Ela é uma cineasta belga, reconhecida pela grande audácia e pelos seu ensaios. A sua filmografia conta com formas muito variadas, de ficções (Jeanne Dielman, 23, Quai du commerce,

1080 Bruxelles e “A Prisioneira” ...) ou documentários

(“News From Home”, “D’Est”...).

«Fui ver este filme porque gostei do título, “Pedro o Louco…” Vi o filme, e era de tal forma outra coisa, de tal forma diferente. Tive a impressão que ele falava comigo, que aquilo era poesia. E como antes de querer fazer filmes eu sempre quis escrever, com aquele filme senti algo de comparável aos grandes momentos da escrita, mas por um outro ângulo, e esse outro ângulo pareceu-me ainda mais fascinante.

E quando saí do cinema pensei: eu também quero fazer filmes.»

B

1

Espanha : Pierrot el Loco Finlândia : Hullu Pierrot Reino Unido :

Pierrot the Madman

Italia :

Il bandito delle 11

(Itália, de onde foi retirado o título do livro adaptado por Godard - O Demónio das onze horas, de Lionel White)

Bulgaria :

Лудият Пиеро

República Checa :

Bláznivý Petříček Lituânia : Pamišėlis Pjero

O filme

Dito sobre o filme

Na europa

e não só

O título do filme nos países parceiros do programa CinEd:

Roménia :

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CinEd - ficha jov em espa cta dor P edr o o lo uco Contexto : 1965

Depois do fim da Segunda Guerra Mundial o planeta divide-se em dois: é a Guerra Fria. Os Estados Unidos representam o lado capitalista, a URSS o modelo do comunismo, enquanto a China se desenvolve livremente. Um dos maiores conflitos da Guerra Fria intensifica-se em 1965 e agita o mundo: a Guerra do Vietname.

Em França, o general

De Gaulle é Presidente da

República desde 1958, figura da resistência durante a Segunda Guerra Mundial ele incarna a ordem e a autoridade. Exerce um poder que uma parte da juventude contesta cada vez mais em 1965, três anos antes da contestação de Maio de 68. Esta época foi também marcada pelo poderoso desenvolvimento

da sociedade de consumo em França e, mais amplamente, em todo o Ocidente.

Cartazes estrangeiros

2

B

C

1

Se eu pudesse dar outro nome ao filme “Pedro o Louco”, esse nome seria …

O que é que eu gostava de saber mais sobre o país ou a época onde a história decorre?

Vemos Pierrot, várias vezes, a escrever no seu diário durante o filme. Imagino como seria o diário da Marianne quando ela se encontra na ilha e começa a aborrecer-se.

Eu escrevo uma carta ao cineasta,

Jean-Luc Godard, a dizer o que achei do filme,

o que me tocou, o que não gostei, e o que percebi, ou não, sobre as suas escolhas como realizador.

O filme,

a sua época

Na europa

e não só

O filme

e eu

Eu aprendo

e imagino

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CinEd - ficha jov em espa cta dor P edr o o lo uco

Estas imagens de “Pedro o Louco” fazem-me pensar noutras imagens que conheço?

Encontro imagens que fazem eco com estes dois fotogramas, podem ser imagens de qualquer tipo (pinturas, banda desenhada, fotos, vídeos musicais, anúncios, outros filmes, etc.)

2

C

Em "Pedro o Louco", Jean-Luc Godard integra posters, logótipos ou painéis publicitários no seu filme; 

essas imagens são fonte de inspiração até mesmo para fotógrafos (Walker Evans,

Bilbords in Times Square, New York, 1952).

Eu próprio posso tirar fotografias e também posso jogar com as palavras e dar-lhes outros sentidos como faz Godard.

No Espaço Jovem Espectador, eu escolho as minhas dez imagens preferidas, as que me marcaram, comoveram, as que me chocaram… Também posso seleccionar imagens a partir dos seguintes temas: os rostos e os olhares, as cores, o casal, a paisagem, a violência.

Componho uma sequência de imagens a partir da minha selecção. Posso fazer um poema visual misturando as imagens e as palavras.

E também posso realizar os meus próprios planos.

O filme

e eu

Escolher

e criar imagens

Vemos Pierrot, várias vezes, a escrever

no seu diário durante o filme.

Imagino como seria o diário da Marianne quando

ela se encontra na ilha e começa a aborr

ecer-se.

No espaço jovem espectador

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CinEd - ficha jov em espa cta dor P edr o o lo uco

D

Michel Poiccard :

Em O Acossado (1960), realizado por Jean-Luc Godard

Michel é interpretado por Jean-Paul Belmondo; ele podia ser irmão de Pierrot, por exemplo quando diz «Se não gosta do mar… Se não gosta da montanha… Se não gosta da cidade: vá-se lixar!”. Este bandido insolente, que matou um polícia, vai a Paris para conquistar o coração de Patrícia, uma estudante americana.

Monika :

Monika: é a personagem principal de

Mónica e o Desejo (1953) de Ingmar Bergman

Embora o filme seja muito diferente, ele inspirou “Pedro o Louco” - Godard foi muito tocado por esse filme quando o descobriu. Como Pierrot e Marianne, Monika e Harry fogem da cidade para viver o seu amor numa ilha. Após esse parêntesis, a relação entre os dois é posta à prova quando voltam para a sociedade.

Bonnie Parker e Clyde Barrow :

Eles realmente existiram na América dos anos 30 do século XX. como Pierrot e Marianne, são um casal romântico, criminoso, assassino e especializado em assaltos a bancos à mão armada. As suas vidas inspiraram filmes, como “Mortalmente Perigosa” (1950) de Joseph H. Lewis, e o filme do realizador Arthur Penn “Bonnie e Clyde” em 1967.

Se gostei de “Pedro o Louco”, sou capaz de gostar ...

Este filme da colecção CinEd:

A Rapariga Mais Feliz do Mundo (2008, Roménia) de Radu Jude (filmedacolecção cined)

Trata-se de uma sátira da sociedade de consumo. Délia, de 18 anos, ganhou um carro num concurso, para consegui-lo tem que aparecer num anúncio. Mas nada bate certo: Délia é uma péssima actriz, a equipa de filmagens não é nada simpática... E os pais dela interferem em tudo.

Ir mais longe

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CinEd - ficha jov em espa cta dor P edr o o lo uco

D

Estes pintores e os seus trabalhos em “Pedro o Louco” :

Auguste Renoir (Nu, 1880)

Henri Matisse

(La Blouse roumaine, 1940) (Portrait de Sylvette, 1954) Pablo Picasso

Robinson Crusoé (1719) de Daniel Defoe

A história de Robinson, naufragado numa ilha deserta durante 28 anos. Em Pierrot le fou, os amantes em fuga isolam-se para viver como um Robinson. É dito e também o lemos numa das páginas do diário de Pierrot “Sexta-feira”. É assim que Robinson chama no romance ao indígena que ele encontra na ilha.

O Demónio das onze horas (1963) de Lionel White

É o romance policial adaptado por Jean-Luc Godard, foi o título do filme por muito tempo antes do cineasta escolher Pierrot le fou. O romance passa-se nos Estados Unidos. Allie é mais jovem que Marianne no filme, é um amor escandaloso entre um homem casado e uma mulher-criança sem moral, que não hesita em matar quando a contrariam.

Ces livres:

Viagem ao Fim da Noite (1932) de Louis-Ferdinand Céline Bardamu narra as suas tumultuo-sas aventuras na primeira pessoa: a sua experiência como soldado na Primeira guerra mundial, o período entre duas guerras e a colonização africana ou o inverso do sonho americano. Bardamu como Pierrot vivem dificilmente o confronto entre o seu idealismo e a turbulência do mundo. Se Pierrot se chama também Ferdinand é em homenagem ao autor deste romance.

O autor desta ficha é Arnaud Hée.

Referências

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