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Aula 05 - Compra e Venda - Alienação Fiduciária em garantia

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Academic year: 2021

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Compra e venda empresarial

O Código Civil regula o contrato de compra e venda pelo Código Civil em seus arts. 432 a 581.

 

A compra e venda civil é vista geralmente como ato de consumo, enquanto a compra e venda empresarial (mercantil) como ato especulativo, com intuito de lucro e revenda, em varejo ou atacado.

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Características gerais

a) no contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa ao outro contratante, e este a pagar-lhe certo preço em dinheiro.

Nos termos do disposto no art. 482, a compra e venda, quando pura, será considerada obrigatória e perfeita, desde que as partes acordem no objeto e no

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O contrato é veículo, instrumento, embora não o único, para aquisição de bens, mas por si só não transfere a propriedade. O domínio transmite-se pela tradição, quanto aos móveis, e pela transcrição do título aquisitivo para os imóveis.

No nosso sistema, o acordo de vontades negocial produz, como regra geral, unicamente a obrigação de o devedor entregar a coisa ao comprador.

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b) a compra e venda sempre deverá ser contratada em moeda corrente nacional, sob pena de nulidade, sendo que apenas as operações de importação e exportação, câmbio ou aquelas que envolvam partes domiciliadas no exterior podem ser contratadas em moeda estrangeira, conforme disposto no art. l do Dec. Lei 857/1969;

c) o contrato de compra e venda, pode ter por objeto coisa atual ou futura. Nesta

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d) na compra e venda empresarial, o bem é comumente adquirido pelo comprador empresário com a finalidade de revendê-lo ou alugar o seu uso a outrem;

e) na compra e venda disciplinada pelo Código Civil, considerando que não há nenhuma proibição expressa, podem ser objeto de contrato de compra e venda empresarial bens móveis, semoventes ou imóveis;

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f) com relação às obrigações atribuídas às partes no contrato de compra e venda empresarial, é importante observar que a fixação do preço também poderá ser baseada em taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar;

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g) no contrato de compra e a venda poderão ser convencionadas sem a fixação de preço ou de critérios para a sua determinação, entendendo-se, nesse caso, que, não havendo tabelamento oficial, as partes se sujeitarão ao preço corrente nas vendas habitualmente praticadas pelo vendedor, conforme o art. 488;

h) na falta de acordo entre as partes, em decorrência de diversidade de preço, prevalecerá o termo médio, sendo nulo o contrato de compra e venda quando se deixar ao arbítrio exclusivo de uma das

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Formas de classificação

A doutrina comercialista usualmente classifica a compra e venda sob várias formas, das quais destacamos as seguintes: 1 Quanto ao modo de execução

a) De execução imediata - Nesse caso, a execução do contrato não está subordinada a nenhum evento futuro, devendo os atos jurídicos previstos no contrato ser imediatamente praticados pelas partes.

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b) De execução condicional - Nesse caso, a execução do contrato está subordinada a determinado evento futuro, podendo estar, nesse sentido, subordinada a uma condição.

2 Quanto à forma de apresentação das mercadorias

a) Simples - Considera-se simples o contrato de compra e venda em que a contratação é efetuada pelas partes à vista da própria mercadoria, que é entregue pelo vendedor ao comprador no mesmo ato.

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b) Por amostras - Considera-se "por amostras" o contrato de compra e venda em que a contratação é efetuada pelas partes com base em uma amostra. Nesse caso, a mercadoria não é entregue no ato da contratação, mas sim em data futura, devendo, entretanto, possuir as mesmas qualidades da mostra apresentada quando da contratação.

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Obrigações das partes

a) como regra geral, no contrato de compra e venda pura e simples cabe ao comprador primeiramente pagar o preço contratado e à vista das mercadorias, para então o vendedor proceder à sua tradição;

b) na hipótese de inadimplemento contratual, a parte lesada pode pedir a resolução do contrato, cabendo, indenização por perdas e danos;

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c) não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço do comprador, correndo, até o momento da tradição, os riscos da coisa por conta do vendedor, e os do preço, por conta do comprador.

Responde ainda o vendedor, salvo convenção em contrário, por todos os débitos que gravem a coisa até o momento da tradição, e, na falta de estipulação expressa, a tradição da coisa vendida

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d) se, por outro lado, a coisa for expedida para lugar diverso, por ordem do comprador, correrão por sua conta os riscos, a partir do momento em que a coisa seja entregue a quem haja de transportá-la; e) se antes da tradição o comprador cair

em insolvência, o vendedor poderá sobrestar a entrega da coisa, até que o comprador lhe dê garantia de pagar no tempo ajustado;

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f) nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma delas não autoriza a rejeição de todas.

Cláusulas especiais à compra e venda  

O contrato de compra e venda pode, a critério de ambas as partes e em adição às disposições fundamentais supra referidas, conter as seguintes cláusulas especiais:

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Retrovenda

De acordo com a cláusula de retrovenda art. 505 do CC/2002, o vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive aquelas que, durante o período de resgate, foram efetuadas com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias na coisa, de modo que o comprador não terá lucro propriamente, mas apenas a restituição do

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Venda a contento e venda sujeita a

prova

A compra e venda feita a contento do comprador é realizada sob condição suspensiva, e, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue, não será tida como perfeita enquanto o adquirente não manifestar o seu contentamento com a coisa, de acordo com critérios previamente definidos no contrato de compra e venda, e conforme o art. 509 do CC/2002.

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A compra e venda sujeita a prova, por sua vez, sujeita-se à presunção de que tenha sido contratada sob a condição suspensiva de que a coisa possui as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se destina.

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Preempção ou preferência

A cláusula de preempção ou preferência pode ser contratada pelas partes como acessória a contrato de compra e venda e impõe àquele que tenha adquirido determinado bem a obrigação de, no prazo legal (até 180 dias se o bem for móvel, ou até dois anos se for imóvel), oferecer ao antigo proprietário e vendedor o referido bem quando pretender vendê-lo ou dá-lo em pagamento a terceiro (art. 513). Nesse

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Diferencia-se da cláusula de retrovenda, pois aquela compreende somente bens imóveis e obriga o atual proprietário a vender o bem

adquirido ao anterior pelo mesmo preço e pelas condições de pagamento que o adquiriu, caso o anterior proprietário o exija no

prazo legal. A cláusula de preempção ou preferência, por seu turno, compreende tanto bens móveis quanto imóveis e obriga o atual

proprietário a dar a preferência ao anterior para que adquira o bem, caso o atual proprietário pretenda vendê-lo ou dá-lo em pagamento no prazo legal, sendo

que as condições do negócio serão aquelas definidas com o atual proprietário, não existindo nenhuma vinculação com aquelas contratadas

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Compra e venda com reserva de domínioDe acordo com a cláusula de reserva de

domínio, o vendedor reserva para si o domínio do bem, de modo que mantém sob sua titularidade, o direito de dispor do bem vendido, transferindo ao comprador apenas o direito de usar e fruir do referido bem, sendo o domínio propriamente dito transferido ao comprador somente quando do pagamento de todas as parcelas relativas ao preço total de venda e compra de referido bem, conforme contratado pelas partes. Todavia, o comprador

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A cláusula de reserva de domínio somente pode ter por objeto bens móveis, devendo ser contratada sempre por escrito e dependendo de registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros.

A transferência de propriedade integral ao comprador dá-se no momento em que o preço esteja integralmente pago.

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Venda sobre documentos

De acordo com a cláusula de venda sobre documentos, conforme o art. 529 do CC/2002, a tradição do bem é substituída pela entrega de seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou, no silêncio deste, pelos usos e costumes mercantis vigentes.

Desde que a documentação esteja em ordem, o comprador não pode recusar o pagamento, a pretexto de vício de qualidade ou do estado da coisa vendida, salvo se o vício em questão já houver sido comprovado. Ainda nesse caso,

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Contrato estimatório

Também denominado compra e venda em consignação, o contrato estimatório é aquele em que uma das partes (consignante) entrega bens móveis à outra (consignatário), que fica autorizada a vendê-los, devendo pagar ao consignante o preço ajustado.

É comumente utilizado em atividades de venda de produtos ditos perecíveis - por exemplo, jornais e revistas.

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Alienação Fiduciária em garantiaDefinição

A alienação fiduciária em garantia pode ser definida como o negócio jurídico pelo qual uma das partes, designada devedor-fiduciante (que é proprietário, livre e desembaraçado de um certo bem), com a finalidade de garantir o pagamento de determinada dívida à outra parte, designada credor-fiduciário, transmite a esta o domínio e a posse indireta do bem

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Desse modo, na alienação fiduciária em garantia, o devedor-fiduciante transfere ao credor-fiduciário apenas o direito de dispor do bem, também chamado de domínio, bem como a posse indireta de referido bem, caracterizada não propriamente pelo direito de usar o bem (atributo da posse), mas pela possibilidade de acesso físico a ele por meio da busca e apreensão judicial, caso o contrato seja descumprido pelo devedor-fiduciante.

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Por outro lado, o alienante e devedor-fiduciante permanece nominalmente como "proprietário do bem" (ainda que sem o poder de disposição ou domínio, mas com as outras faculdades inerentes ao direito de propriedade – direitos de usar e fruir), tendo a sua posse direta.

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Características gerais

São características gerais da alienação fiduciária em garantia:

 

a) a alienação fiduciária em garantia é tradicionalmente incluída entre as modalidades de garantias reais, visto que constitui claro impedimento à livre transferência do bem por parte do devedor-fiduciante a terceiros, na pendência da alienação contratada com o credor-fiduciário;

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b) o devedor-fiduciante tem a posse direta e o credor-fiduciário tem a posse indireta do bem. Assim, para poder reavê-lo, na hipótese de descumprimento contratual por parte do devedor-fiduciante, em se tratando de bem móvel, o credor-fiduciário deve ingressar com uma medida cautelar de busca e apreensão;

c) o domínio (poder de disposição) sobre o bem é transferido sob condição resolutiva ao credor-fiduciário, e, quando o evento futuro (quitação da dívida pelo

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devedor-d) o inadimplemento contratual por parte do devedor-fiduciante gera o vencimento antecipado das prestações vincendas, tornando possível ao credor-fiduciário requerer judicialmente a busca e apreensão do bem;

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e) tendo já o credor-fiduciário requerido judicialmente a busca e apreensão do bem, caso este não venha a ser localizado, poderá requerer também a sua conversão em ação de depósito contra o devedor-fiduciante à condição de seu depositário infiel, sendo que atualmente não se admite mais a sua prisão civil, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal consolidado na Súmula Vinculante n. 25 "É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito", aprovada, em 16.12.2009.

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f) na hipótese de inadimplemento ou mora nas obrigações garantidas pela alienação fiduciária, o credor-fiduciário poderá vender o bem a terceiros, independentemente de leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, sendo que o credor-fiduciário deverá aplicar o preço da venda no pagamento de seu crédito e das despesas decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado. Na hipótese de remanescer saldo negativo para o devedor, este continuará pessoalmente obrigado pelo pagamento da dívida;

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Requisitos essenciais do contrato de alienação fiduciária em garantia

O contrato de alienação fiduciária em garantia deverá, outrossim conter, além de outros dados, os seguintes requisitos essenciais:

a) o total da dívida ou sua estimativa;b) o local e a data do pagamento;

c) a taxa de juros, as comissões cuja cobrança for permitida e, eventualmente, a cláusula penal e a estipulação de correção monetária, com indicação dos índices

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