Sum´
ario
1 T´ecnicas de Integra¸c˜ao 3
1.1 Integral por substitui¸c˜ao . . . 3
1.2 Integral por partes . . . 4
1.3 Integrais Trigonom´etricas . . . 6
1.4 Fra¸c˜oes Parciais . . . 8
2 Extens˜oes do conceito de integral 11 2.1 Integrais Impr´oprias . . . 11
2.2 Convergˆencia e divergˆencia: Crit´erio de Compara¸c˜ao . . . 13
3 Alguns teoremas sobre integrais 16 4 Aplica¸c˜oes da Integral Definida 22 4.1 Coordenadas Polares . . . 22
SUM ´ARIO 2
4.3 Areas . . . .´ 28 4.4 Volumes de Revolu¸c˜ao . . . 31 4.5 Superf´ıcies de Revolu¸c˜ao . . . 36
5 Fun¸c˜oes de V´arias Vari´aveis 39
5.1 Introdu¸c˜ao . . . 39 5.2 Limite e Continuidade . . . 42
Cap´ıtulo 1
T´
ecnicas de Integra¸
c˜
ao
1.1
Integral por substitui¸
c˜
ao
Sejam f (x) e F (x) fun¸c˜oes tais que F′(x) = f (x). Suponha g(x) uma fun¸c˜ao, tal que Im(g) ⊂ Dom(F ), ou seja, sempre ´e poss´ıvel a composi¸c˜ao F ◦ g. Derivando F ◦ g:
[F (g(x))]′ = F′(g(x)).g′(x) = f (g(x)).g′(x) (1.1) Tomando a integral em rela¸c˜ao a x em ambos os membros da equa¸c˜ao acima:
ˆ [F (g(x))]′dx = ˆ f (g(x)).g′(x)dx F (g(x)) + c = ˆ f (g(x)).g′(x)dx (1.2)
1.2 Integral por partes 4 Fazendo u = g(x)→ du = g′(x)dx: ˆ f (g(x)).g′(x)dx = ˆ f (u)du = F (u) + c (1.3)
ou seja, ´e poss´ıvel adotar uma substitui¸c˜ao de vari´aveis conveniente (u =
g(x)) de forma que a integral possa ser reescrita de maneira mais simples.
Exemplos: a) ´ senxcosxdx.
b) ´ 1+x2x2dx.
1.2
Integral por partes
F´ormula: ˆ udv = uv− ˆ vdu Demonstra¸c˜ao:
Sejam f e g fun¸c˜oes deriv´aveis em um intervalo (a, b). Derivando o pro-duto:
[f (x)g(x)]′ = f′(x)g(x) + f (x)g′(x)
1.2 Integral por partes 5
Integrando ambos os membros (em rela¸c˜ao a x): ˆ f (x)g′(x)dx = ˆ [f (x)g(x)]′dx− ˆ f′(x)g(x)dx ˆ f (x)g′(x)dx = f (x)g(x)− ˆ f′(x)g(x)dx (1.5) Fazendo u = f (x)→ du = f(x)dx v = g(x)→ dv = g(x)dx , temos: ˆ udv = uv− ˆ vdu . Exemplos: a) ´ xe−2xdx b) ´ x2senxdx c) ´ sen3xdx d) ´ lnxdx
1.3 Integrais Trigonom´etricas 6
Exerc´ıcios:
1) Resolva as integrais usando o m´etodo de integra¸c˜ao por substitui¸c˜ao: a) ´ √5 x x2−1dx b) ´ et et+4dt c) ´ tgxsec2xdx d) ´ √4t 4t2+5dt e) ´ cos√x √ x dx
2) Resolva as integrais usando o m´etodo de integra¸c˜ao por partes:
a) ´ xsen5xdx b)´ xln3xdx c) ´ xcos2xdx d) ´ x13e 1 xdx e)´ e3xcos4xdx 3) Resolva as integrais: a) ´ x+32 dx b)´ sen2xcosxdx c) ´1 0 x 1+x4dx d) ´ π3 0 sen 4xcosxdx e)´ excosx 2dx f ) ´ cos3xdx
4) Calcule (usando integrais) a ´area do c´ırculo de raio r.
1.3
Integrais Trigonom´
etricas
A) As f´ormulas a seguir s˜ao muito ´uteis:
sen2x = 1− cos2x 2 e cos 2x = 1 + cos2x 2 (1.6) Exemplo: a)´ sen2xdx
1.3 Integrais Trigonom´etricas 7
B) Para qualquer inteiro n, temos: ˆ sennxdx = 1 nsen n−1xcosx +n− 1 n ˆ senn−2xdx (1.7) ˆ cosnxdx = 1 ncos n−1xcosx + n− 1 n ˆ cosn−2xdx (1.8) Dem.: ´E uma consequˆencia direta da integra¸c˜ao por partes:
Exemplo: b)´ sen3xdx
C) Tamb´em pode-se integrar potˆencias de seno e cosseno usando: sen2x = 1− cos2x cos2x = 1− sen2x Exemplo: c)´ sen2cos2xdx
D) Substitui¸c˜ao trigonom´etrica ´
E a substitui¸c˜ao de um uma fun¸c˜ao qualquer por uma fun¸c˜ao seno ou cosseno:
Exemplos: d)´ √9− x2dx
1.4 Fra¸c˜oes Parciais 8
e)´ √ 1
2+4x2dx
Exerc´ıcios:
1) Resolva as integrais :
a) ´ sen4xdx b) ´ sen2xcos2xdx c)´ sen3xcos5xdx *
d) ´ x2√dxx2−5 e)
´
secxdx f )´ √4 + x2dx
g)´ √ex
4−e2xdx
* use senaxcosbx = 12sen(a + b)xsen(a− b)x
2) Mostre que: senaxcosbx = 1
2sen(a + b)xsen(a− b)x
3) Calcule a ´area interior a elipse de equa¸c˜ao
x2
a2 +
y2
b2 = 1
1.4
Fra¸
c˜
oes Parciais
Define-se a fun¸c˜ao racional como a fun¸c˜ao do tipo h(x) = P (x)Q(x), onde P (x) e
Q(x) s˜ao polinˆomios e Q(x)̸= 0. Para calcular a integral da fun¸c˜ao racional, escrevemos-a em forma de uma soma de fun¸c˜oes mais simples, denominadas fra¸c˜oes parciais, e por conseguinte,calculamos a integral. H´a v´arios casos a serem estudados. O primeiro (e mais simples), ´e o caso em que o gram do polinˆomio do numerador ´e maior que o grau do polinˆomio do denominador, em que uma simples divis˜ao de polinˆomios resolve o problema:
1.4 Fra¸c˜oes Parciais 9
Exemplo: a) x
2+4
x+2
Seguem, as t´ecnicas para o caso em que o grau do denominador ´e maior que o do denominador:
A) Caso linear:
(i) Fatores lineares distintos:
Exemplos: b)
´
5x−4x2−x−2
dx
c)
´
x+20x2−2x−8
dx
(ii) Fatores lineares repetidos:
Exemplo: d)
´
3x2+4x+2
1.4 Fra¸c˜oes Parciais 10
B) Caso quadr´atico:
(ii) Fatores quadr´aticos irredut´ıveis diferentes:
Exemplo: e) 8x
2+3x+20
x3+x2+4x+4
(ii) Fatores quadr´aticos irredut´ıveis repetidos:
Exemplo: e) x 2+x+2 x(x2+1)2 Exerc´ıcios: 1) Resolva as integrais: a) ´ x3x+2x3+3x2−3x+12+2x dx b) ´ t+7 (t+1)(t2−4t+3)dt c)´ x(x+2)(x2x2−1)dx d) ´ 4t5−3t4−6t3+4t2+6t−1 (t+1)(t2−1) dt e) ´ y4dy−16 f ) ´ 2t2−t+1 t(t2+25)dt g)´ (x−2)(2x6x2−8x−12−3x+5)dx
Cap´ıtulo 2
Extens˜
oes do conceito de
integral
2.1
Integrais Impr´
oprias
DEFINI ¸C ˜AO: Seja f integr´avel em [a, t] para todo t > a. Definimos: ˆ ∞ a f (x)dx = lim t→∞ ˆ t a f (x)dx
desde que o limite exista e seja finito. Tal limite ´e chamado integral impr´opria de f estendida de f no intervalo [a, +∞[.
Da mesma form, temos, para f integr´avel em [t, a], ˆ a −∞ f (x)dx = lim t→−∞ ˆ a t f (x)dx.
2.1 Integrais Impr´oprias 12
Caso a integral impr´opria resulte em um limite finito, dizemos que ela con-verge e caso o limite seja infinito, dizemos que a mesma concon-verge.
Exemplos a)
´
+∞ 1 1 x2dx
b)´
1+∞ 1xdx
DEFINI ¸C ˜AO: Seja f n˜ao limitada em ]a, b] e integr´avel em [t, b] pata todo t∈]a, b[. Define-se
ˆ b a f (x)dx = lim t→a+ ˆ b t f (x)dx
desde que o limite exista e seja finito. Exemplos c)
´
1 0 1 √ xdx
2.2 Convergˆencia e divergˆencia: Crit´erio de Compara¸c˜ao 13 d)
´
1 0 1 xdx
Exerc´ıcios:1) Calcule (se existir): a)
´
1+∞ x12dx
b)´
+∞ 0e
−sxdx; (s > 0)
c)´
+∞ 0 1 1+x2dx
d)´
1+∞ √31 x4dx
e)´
+∞ 1e
xdx
f )´
−∞0xe
−x2dx
g)´
−∞+∞ 4+x1 2dx
2) Determine m para que:
´
+∞ −∞
f (x)dx = 1
sendo f (x) = { m se |x| ≤ 3 0 se |x| > 33) Calcule (se existir): a)
´
01 √31xdx
b)´
1 0lnxdx
c)´
1 0 1 √ 1−x2dx
d)´
−1+1 |x|1dx
2.2
Convergˆ
encia e divergˆ
encia: Crit´
erio de
Compara¸
c˜
ao
TEOREMA: Sejam f e g fun¸c˜oes integr´aveis em [a, t] para todo t > a e tal que para todo x≥ a, 0 < f(x) ≥ g(x). Ent˜ao:
2.2 Convergˆencia e divergˆencia: Crit´erio de Compara¸c˜ao 14
(ii) ´a+∞f (x)dx divergente→ ´a+∞g(x)dx divergente.
Dem.:
Exemplos: a) ´0+∞e−xsen2xdx
b) ´1+∞x4x+33 dx
TEOREMA: Suponha f integr´avel em [a, t] para todo t > a. Ent˜ao, ´+∞
a |f(x)|dx ´e convergente, se e somente se
´+∞
a f (x)dx for convergente.
Dem.:
2.2 Convergˆencia e divergˆencia: Crit´erio de Compara¸c˜ao 15
c) ´0+∞e−xsen3xdx
TEOREMA:
(i) ´1+∞x1αdx ´e convergente para α > 1 e divergente para α≤ 1;
(ii) ´0+∞e−αxdx ´e convergente para α > 0. Dem.:
Exerc´ıcios:
1) Convergente ou divergente? Justifique : a)
´
1+∞ x5+3x+11dx
b)´
+∞ 2 x2+1 x3+1 c)´
1+∞ cos3xx3dx
d)´
+∞ 4 2x−3 x3−3x2+1dx
e)´
1+∞ √ x+1 3 √ x6+x+1dx
f )´
0 −∞ x4+x12+1dx
Cap´ıtulo 3
Alguns teoremas sobre integrais
Essa parte de destina a apresentar algumas informa¸c˜oes sobre integrais, de forma a complementar o conhecimento te´orico adquirido na disciplina de C´alculo I.
TEOREMA:
Sejam f e g integr´aveis em [a, b], tais que f (x)̸= g(x) em apenas um n´umero finito de pontos. Ent˜ao:
ˆ b a f (x)dx = ˆ b a g(x)dx Dem.:
Seja h(x) = f (x)− g(x) integr´avel. Ent˜ao h(x) ̸= 0 exceto em um n´umero finito de pontos. Como
ˆ b a h(x)dx = lim max∆xi n ∑ i=0 h(ci)∆xi
17
para ci ∈ [xi−1, xi] arbitr´ario, podemos escolhˆe-lo de forma que h(ci) = 0.
Assim: ˆ b a h(x)dx = lim max∆xi n ∑ i=0 h(ci)∆xi = 0 ˆ b a [f (x)− g(x)]dx = 0 ∴ ˆ b a f (x)dx = ˆ b a g(x)dx (3.1) Exemplo a) Calcule ´04f (x)dx onde f (x) = x2; 0≤ x ≤ 1 3 x; x > 1 .
DEFINI ¸C ˜AO: (Fun¸c˜ao dada por uma integral)
Sejam f uma fun¸c˜ao definida em um intervalo I, integr´avel em todo [c, d] contido em I. Seja a um n´umero fixo pertencente a I. Para todo x ∈ I, a integral ´axf (t)dt existe. Assim, define-se a fun¸c˜ao
F (x) =
ˆ x a
f (t)dt
como sendo a fun¸c˜ao dada pela integral de F de a a x. Exemplo
18
b) Esbo¸car o gr´afico de F (x) =´0xf (t)dt onde f (t) =
1; 0≤ x < 2 2t; t≥ 2 .
TEOREMA: (Do Valor M´edio para Integrais) Seja f cont´ınua em [a, b]. Ent˜ao, existe c∈ [a, b], tal que:
ˆ b a
f (x)dx = f (c)(b− a).
Dem.:
Usemos o teorema de Weiertrass: Se f ´e cont´ınua em [a, b], ent˜ao atinge um m´aximo e um m´ınimo nesse intervalo. Se M ´e o valor m´aximo atingido por f e m o valor m´ınimo, ent˜ao, para todo x∈ [a, b], tem-se que:
m≤ f(x) ≤ M.
Como f ´e cont´ınua em [a, b], obedecendo `as condi¸c˜oes do teorema de Wiertrass, ent˜ao:
19
. Aplicando a integral definida em [a, b]: ˆ b a mdx≤ ˆ b a f (x)dx≤ ˆ b a M dx m(b− a) ≤ ˆ b a f (x)dx≤ M(b − a) m ≤ ´b af (x)dx b− a ≤ M (3.2) Como ´b af (x)dx
b−a atende `as condi¸c˜oes do teorema de Weiertrass, existe c∈ [a, b]
tal que: f (c) = ´b af (x)dx b− a ∴ ˆ b a f (x)dx = f (c)(b− a) (3.3)
Interpreta¸c˜ao geom´etrica: A ´area do retˆangulo de base b− a e altura
f (c) ´e igual a ´area sob a curva y = f (x) entre a e b.
2° TEOREMA FUNDAMENTAL DO C ´ALCULO
20 F , definida por F (x) = ˆ x a f (t)dt ´
e uma primitiva de f em I, ou seja, F′(x) = f (x) para todo x∈ I.
Dem.: Queremos provar que
F′(x) = lim h→0 F (x + h)− F (x) h = f (x) Temos que: F (x + h)− F (x) h = ´x+h a f (t)dt− ´x a f (t)dt h = ´x+h x f (t)dt h (3.4)
Pelo Teorema do Valor M´edio para integrais, existe c∈ [x, x + h] tal que: ˆ x+h x f (t)dt = f (c)h. Substituindo em 3.4: F (x + h)− F (x) h = f (c)h h = f (c) (3.5)
Tomando o limite, quando h→ 0, tem-se que x + h → x e c → x. Logo:
F′(x) = lim h→0 F (x + h)− F (x) h = f (x) (3.6) Exemplos: Determine F′(x) dado F (x):
21
c) F (x) =´−2x 1+t3t6dt.
d) F (x) =´1x2sent2dt.
Exerc´ıcios
1) Suponha que f (x) > 0 e ´e cont´ınua em [a, b]. Prove que ´abf (x)dx > 0
2) Calcule ´02f (x)dx onde f (t) = { 2; 0≤ t ≤ 1 1 t; 1 < t≤ 2 3) Esboce os gr´aficos a) F (x) =´1xtdt b) F (x) =´−5x tdt, onde f (t) = { 0; |t| ≥ 1 t2; |t| < 1 4) Calcule F′(x): a) F (x) =´2xsent2dt b) F (x) =´x 0 t 2e−s2dt c) F (x) =´senxx3 1+t34dt d) F (x) = ´x3 x2 1 5+t4dt
5) Suponha f cont´ınua em [−r, r] (com r > 0), e considere a fun¸c˜ao
F (x) =´0xf (t)dt.
Cap´ıtulo 4
Aplica¸
c˜
oes da Integral Definida
4.1
Coordenadas Polares
At´e o presente momento descrevemos um ponto (ou uma curva) atrav´es de coordenadas retangulares. Podemos representar um ponto P (x, y) atrav´es da distˆancia OP = r do mesmo at´e a origem e do ˆangulo θ formado entre o segmento OP e o eixo−x, de forma que ao par (r, θ) nomeamos coordenadas polares do ponto P .
cosθ =
xr⇒ x = rcosθ
senθ =
yr⇒ y = rsenθ
x
2+ y
2= r
24.2 Comprimento de curvas 23
A partir dessas rela¸c˜oes, convertemos a representa¸c˜ao de um lugar geo-m´etrico entre coordenadas polares e retangulares.
Exemplos:
1) Achar as coordenadas polares correspondentes a (1,√3).
2) Escrever a equa¸c˜ao r = senθ em coordenadas retangulares e represent´a-la graficamente
Exerc´ıcios 1) Esbo¸car:
a) r = 5 b) r = senθ + cosθ c) r = asenθ (a > 0) d) r = 1 + 2senθ
2) Reescrever em coordenadas retangulares:
a) θ = 2 b) r = 4 c) r = 2senθ
d) r = cosθ1 e) r = 2−cosθ2
4.2
Comprimento de curvas
Seja uma curva de equa¸c˜ao y = f (x), onde f ´e uma fun¸c˜ao deriv´avel em [a, b], cuja derivada f′ ´e cont´ınua. Queremos determinar o comprimento da
4.2 Comprimento de curvas 24
curva dada entre os pontos a e b.
Vamos aproximar a curva atrav´es de segmentos de reta. Para tanto, con-sidere a parti¸c˜ao P : a = x0 < x1 < ... < xn = b. Cada um dos segmentos
determinado tem extremidades em (xi−1, f (xi−1) e (xi, f (xi). O comprimento
desse segmento ´e:
m(Ii) =
√
(xi− xi−1)2+ (f (xi)− f(xi−1))2
Pelo Teorema do Valor M´edio (TVM), existe ci ∈]xi−1, xi[ tal que
f (xi− f(xi−1) = f′(ci)(xi− xi−1). Ent˜ao: m(Ii) = √ (xi− xi−1)2+ f′(ci)2(xi− xi−1)2 m(Ii) = (xi− xi−1) √ 1 + f′(ci)2 m(Ii) = √ 1 + f′(ci)2∆xi (4.1)
4.2 Comprimento de curvas 25
A soma dos comprimentos desses segmentos ´e:
S = n ∑ i=0 √ 1 + f′(ci)2∆xi (4.2)
Como √1 + f′(ci)2 ´e cont´ınua em [a, b] (uma vez que f′ ´e cont´ınua nessse
intervalo), podemos afirmar que o limite da Soma de Riemann (com n → ∞) ´
e a integral definida em [a, b]:
C = lim n→∞ n ∑ i=0 √ 1 + f′(ci)2∆xi = ˆ b a √ 1 + f′(x)2dx (4.3)
ou seja, o comprimento da curva de equa¸c˜ao y = f (x) no intervalo [a, b] ´e dado por: C = ˆ b a √ 1 + f′(x)2dx (4.4) Exemplo
a) Determine o comprimento da curva y = ex para 0 < x < 1.
FORMA PARAM´ETRICA
Seja uma curva dada na forma param´etrica pelas equa¸c˜oes x = x(t);
4.2 Comprimento de curvas 26
a = t0 < t1 < t2 < ... < tn= b, obtendo os pontos (x(ti), y(ti)). Temos que:
m(Ii) =
√
(x(ti)− x(ti−1))2+ (y(ti)− y(ti−1))2
Do teorema do valor m´edio para as fun¸c˜oes x(t) e y(t), existem ci e di em
[a, b], tais que:
x(ti)− x(ti−1) = x′(ci)(ti− ti−1)
y(ti)− y(ti−1) = y′(di)(ti− ti−1)
De forma que a soma dos comprimentos S ´e dada por:
S = n ∑ i=1 √ x′(ci)2+ y′(di)2(ti − ti−1) (4.5)
Aplicando o limite (n → ∞) a soma de Riemman acima, obtemos a forma param´etrica do domprimento da curva de equa¸c˜ao param´etrica x = x(t);
y = y(t) com a < t < b: C = ˆ b a √ x′(t)2+ y′(t)2dt (4.6) Exemplo
b) Achar o comprimento da curva x = cos3t, y = sen3t entre t = 0 e t = π
4.2 Comprimento de curvas 27
COORDENADAS POLARES:
Considere a curva r = f (θ), com θ1 ≤ θ ≤ θ2. Sabemos que:
x = rcosθ = f (θ)cosθ y = rsenθ = f (θ)senθ
Aplicando o c´alculo de comprimento de curvas para a forma param´etrica:
x = f (θ)cosθ → x′(θ) = f′(θ)cosθ− f(θ)senθ
y = f (θ)senθ → y′(θ) = f′(θ)senθ + f (θ)cosθ
C = ˆ b a √ f (θ)2+ f′(θ)2dt (4.7) Exemplo
c) Determine o comprimento do c´ırculo de raio R.
Exerc´ıcios
1) Determinar o comprimento das curvas:
a) y = x32 entre x = 1 e x = 3 b) y = 12(ex+ e−x) entre −1 e 1
c) r = cosθ entre −π2 e π2 d) r = cosθ2 entre 0 e π3 e) x = cos3t, y = sen3t entre 0 e π
OBSERVA ¸C ˜AO:
Certas vezes n˜ao ´e poss´ıvel tornar a equa¸c˜ao da curva explicita da forma
4.3 ´Areas 28
x = g(y), com c < y < d, e assim:
C = ˆ b a √ 1 + g′(y)2dy Exemplo
d) Estabele¸ca a integral que calcula o comprimento da curva y3+3xy+2x = 0
entre os pontos A(−14, 1) e B(0, 0)
4.3
Areas
´
Conforme aprendido no c´alculo I, a ´area sob a curva y = f (x) para a < x < b ´
e dada pela integral definida de f no intervalo [a, b].
4.3 ´Areas 29
A =
´
cdf (y)dy
A =
´
ab[f (y)
− g(y)]dy
f
c
d
Agora, vamos determinar uma ”f´ormula”para o c´alculo de ´areas em coor-denadas polares. Suponha uma fun¸c˜ao cont´ınua r = f (θ), definida em um certo intervalo a < θ < b, com f (θ) ≥ 0 e b ≤ a+2π. Tomemos uma parti¸c˜ao
P : a = θ0 < θ1 < ... < θn = b. Suponha si ∈ ]θi−1θi[, tal que f (si) seja
m´aximo.
θi−1
θi f (ti)
4.3 ´Areas 30
A ´area entre θi−1 e θi e a curva compreendida entre esses setores est´a
entre as ´areas dos setores de raio f (ti) e f (si). Logo:
θi− θi−1 2 πf (ti) 2 ≤ A i ≤ θi− θi−1 2 πf (si) 2 (4.8)
Aplicando a soma em ambos os membros:
n ∑ i=0 θi− θi−1 2 πf (ti) 2 ≤ A ≤ n ∑ i=0 θi− θi−1 2 πf (si) 2 (4.9)
E como a ´area est´a entre a soma superior e inferior associada a parti¸c˜ao P , tomando o limite (com n/to/inf ty), obtemos a integral:
A = 1 2 ˆ b a f (θ)2dθ (4.10) Exemplos
a) Determine e a ´area de um la¸co da curva r2 = 2a2cos2θ, (a > 0).
4.4 Volumes de Revolu¸c˜ao 31
Exerc´ıcios
1) Achar a ´area limitada pelas curvas em coordenadas polares: a) r2 = a2sen2θ, (a > 0) b) r = 1 + senθ
c) r = 2 + cosθ
2) Esboce a regi˜ao delimitada por cada gr´afico e calcule sua ´area: a) y = x2 e y = 4x b) y2 =−x; x − y = 4; y = −1 e y = −2 c) y = x√4− x2 e y = 0 d) x = y2; e x = 2y2− 4
4.4
Volumes de Revolu¸
c˜
ao
Seja y = f (x) uma fun¸c˜ao cont´ınua em [a, b] e suponha que f (x) ≥ 0 nesse intervalo. Ao girarmos essa curva em torno do eixo-x, obtemos um s´olido de revolu¸c˜ao, cujo volume queremos determinar. Tomemos a parti¸c˜ao P : a =
a b
y = f (x)
a b
y = f (x)
x0 < x1 < ... < xn = b, e considere Ii = [xi−1, xi]. Sejam ci, di ∈ Ii, tais que
f (ci) e f (di) sejam o m´ınimo e o m´aximo de f em Ii respectivamente. Assim
4.4 Volumes de Revolu¸c˜ao 32
e menor, de altura ∆xi = xi − xi−1 e raios f (di) e f (ci) respectivamente.
Ent˜ao:
πf (ci)2∆xi ≤ Vi ≤ πf(di)2∆xi
Somando em toda a parti¸c˜ao:
n ∑ i=0 πf (ci)2∆xi ≤ n ∑ i=0 Vi ≤ n ∑ i=0 πf (di)2∆xi
e tomando o limite dessas somas de Riemman, com n → ∞, chega-se a integral que d´a o volume do s´olido de revolu¸c˜ao obtido pela rota¸c˜ao de y =
f (x) em torno do eixo-x, no intervalo [a, b]:
V =
ˆ b a
πf (x)2dx (4.11)
Analogamente, se ocorrer a rota¸c˜ao de uma curva x = g(y), y ∈ [c, d], em torno do eixo−y, temos:
x = g(y)
c d
V =´cdπg(y)2dx
Exemplos
a) Determine os volumes dos s´olidos de revolu¸c˜ao obtidos pela rota¸c˜ao da curva y = x2, entre x = 0 e x = 1, em torno dos eixos x e y.
4.4 Volumes de Revolu¸c˜ao 33
b) Calcule o volume de uma esfera de raio r.
VOLUME DE UM ANEL:
Suponha y = f (x) e y = g(x) fun¸c˜oes cont´ınuas definidas em um intervalo [a, b] e positivas nesse intervalo. A rota¸c˜ao em torno do eixo-x dessas fun¸c˜oes, gera um anel, cujo volume queremos determinar. O volume do anel pode ser
y = f (x) y = g(x)
y = f (x) y = g(x)
calculado pela diferen¸ca entre os volumes de revolu¸c˜ao das curvas externa e interna: V = Vexterno− Vinterno = ˆ b a πf (x)2dx = ˆ b a πg(x)2dx V = ˆ b a π[f (x)2− g(x)2]dx (4.12) Analogamente, dadas fun¸c˜oes x = g(y) e x = f (y) em c ≤ y ≤ d, com
4.4 Volumes de Revolu¸c˜ao 34
g(y)≥ f(y) para todo y ∈ [c, d], temos:
V = π
ˆ d c
[g(y)2− f(y)2]dx Exemplos
a) Determine o volume do s´olido gerado a partir da rota¸c˜ao em torno do eixo−x, das curvas de equa¸c˜oes x2 = y− 2 e 2y − x − 2 = 0, entre x = 1 e
x = 0.
b) Determinar o volume do s´olido gerado a partir da regi˜ao descrita no exem-plo anterior, rotacionada em torno do eixo y = 3.
Observe pelo exemplo anterior, que na express˜ao
V = π
ˆ d c
[f (x)2− g(x)2]dx,
f (x) corresponde ao “raio maior” e g(x) corresponde ao “raio menor”. Logo:
Raio maior = 3− g(x) = 3 − (x 2 + 1 ) = 2− x 2 Raio menor = 3− f(x) = 3 − (x2+ 2) = 1− x2
4.4 Volumes de Revolu¸c˜ao 35 Portanto: V = π ˆ 1 0 [( 2−x 2 )2 −(1− x2)2 ] dx = 51π 20 u.v.
VOLUME POR SEC ¸C ˜OES TRANSVERSAS:
Seja S um s´olido delimitado por planos que s˜ao permendiculares ao eixo-x em a e b. Se para todo x ∈ [a, b], a ´area por sec¸c˜oes transversas ´e dada por
A(x), sendo A cont´ınua em [a, b]. Ent˜ao o volume de S ´e:
V =
ˆ b a
A(x)dx,
sendo o resultado an´alogo para um intervalo [c, d] em y e uma ´area por sec¸c˜oes transversas A(y).
Exemplos
c) Seja R uma regi˜ao delimitada pelos gr´aficos x = y2 e x = 9. Determine o
volume do s´olido que tem R por base, se toda sec¸c˜ao transversa tem a forma de um semi-c´ırculo.
Exerc´ıcios
1) Achar os volumes de revolu¸c˜ao de: a) y = senx entre x = 0 e x = π4, eixo-x b) a regi˜ao entre xy = x2 e y = 5x, eixo-x
4.5 Superf´ıcies de Revolu¸c˜ao 36
2) Seja R a regi˜ao delimitada pelos gr´aficos das equa¸c˜oes dadas. Estabele-¸ca uma integral que permita calcular o volume do s´olido gerado:
a) y = x2 e y = 4 em torno de
(i) y = 4 (ii) y = 5 (iii) x = 2 (iv) x =−3 b) y = x23; y = x2 em torno de y =−1
3) Um s´olido tem como base a regi˜ao do plano-xy delimitada pelos gr´aficos
y = 4 e y = x2. Ache o volume do s´olido em que toda se¸c˜ao transversal por
um plano perpendicular ao eixo-x ´e um triˆangulo retˆangulo is´osceles com a hipotenusa no plano-xy.
4) Mostre que o volume do toro (cˆamara de ar) ´e dado por V = 2πaπr2.
Dica: Considere a rota¸c˜ao de uma circunferˆencia de raio r em torno de uma reta que dista a unidades de seu centro).
4.5
Superf´ıcies de Revolu¸
c˜
ao
Seja uma fun¸c˜ao f n˜ao-negativa em um intervalo [a, b]. Rotacionando-a em torno do eixo-x, ont´em-se uma superf´ıcie de revolu¸c˜ao.
Tomemos uma parti¸c˜ao P : a = x0 < x1 < ... < xn = b. Cada s´olido
4.5 Superf´ıcies de Revolu¸c˜ao 37
pode ser aproximado por um tronco cone 1, de superf´ıcie lateral dada por:
Si = 2π f (xi)− f(xi−1) 2 d(Qi−1Qi) Somando: Sn = n ∑ i=0 2πf (xi)− f(xi−1) 2 d(Qi−1Qi)
Tomando limite com o n → ∞, e lembrando que ∑ni=0d(Qi−1Qi) ´e a soma
de Riemman correspondente ao comprimento de curva, temos:
Si = 2π
ˆ b a
f (x)√1 + f′(x)2
Exemplos
a) Calcule a superf´ıcie de revolu¸c˜ao obtida pela rota¸c˜ao de y = 2√x entre A(1, 2) e B(4, 4) em torno do eixo-x.
b) Fa¸ca o mesmo para y = 2√3 x entre A(1, 2) e B(8, 4) em torno do eixo-y.
1FATO: Considere um, tronco de cone de geratriz g e raio m´edio R
m. A ´area lateral
4.5 Superf´ıcies de Revolu¸c˜ao 38
Exerc´ıcios
1) Determine as superf´ıcies de revolu¸c˜ao obtida pela rota¸c˜ao de: a) 8y = 2x4− x−2 em torno do eixo-x entre A(1,3
8) e B(2, 129
32).
b) x = 4√y em torno do eixo-y entre A(4, 1) e B(12, 9).
2) Estabelecer uma integral definida para calcular:
a) a ´area lateral de um cone circular reto de altura h e raio r; b) um segmento esf´erico de altura h em uma esfera de raio r; c) Uma esfera de raio r.
Cap´ıtulo 5
Fun¸
c˜
oes de V´
arias Vari´
aveis
5.1
Introdu¸
c˜
ao
DEFINI ¸C ˜AO: Seja D⊂ R2. Uma fun¸c˜ao que associa a cada par (x, y) um
n´umero denotado por f (x, y), real e denominada fun¸c˜ao de duas vari´aveis. A maneira mais usada para representar uma fun¸c˜ao de duas vari´aveis graficamente ´e o m´etodo das curvas de n´ıvel. Nesse m´etodo, s˜ao analisadas as curvas z0 = f (x, y), z1 = f (x, y),... e assim sucessivamente, de forma
a serem constru´ıdas as curvas em planos paralelos ao plano-xy, em v´arias alturas:
5.1 Introdu¸c˜ao 40
´
E comum o uso dessa t´ecnica em topografia, em que cada curva de n´ıvel representa um conjunto de pontos que est´a a uma mesma altitude.
Exemplo:
a) Construir o gr´afico de z = x2+ y2.
DEFINI ¸C ˜AO: Seja D ⊂ R3. Uma fun¸c˜ao que associa a cada terna (x, y, z) um n´umero denotado por f (x, y, z), real e denominada fun¸c˜ao de
trˆes vari´aveis.
5.1 Introdu¸c˜ao 41
´
e comum fazer representa¸c˜ao de superf´ıcies de n´ıvel para alguns valores de
f (x, y, z):
Exemplo:
b) Algumas superf´ıcies de n´ıvel da fun¸c˜ao de f (x, y, z) = x2+ y2 − z2.
Exerc´ıcios
1) Desenhe as curvas de n´ıvel e esboce os gr´aficos: a) f (x, y) = 1− x2− y2 b) z = 4x2+ y2
c) f (x, y) = senx, 0≤ x ≤ π, y ≥ 0.
2) Desenhe as curvas de n´ıvel e determine a imagem das fun¸c˜oes a) f (x, y) = xx+y−y b) z = x2x+y2 2
3)Suponha que T (x, y) = 4x2+ 9y2 represente a temperatura em cada
pon-to do plano-xy em °C.
a) Desenhe a isoterma correspondente a temperatura de 36°C. b) Determine o ponto de mais baixa temperatura na reta x + y = 1. 4) Desenhe a superf´ıcie de n´ıvel correspondente a z = 1 em:
5.2 Limite e Continuidade 42
5.2
Limite e Continuidade
DEFINI ¸C ˜AO: Seja f uma fun¸c˜ao definida no interior de um c´ırculo de centro (a, b) (exceto possivelente em (a, b)). O limite de f (x, y). O limite de
f (x, y) quando (x, y) tende para (a, b) ´e L e escrevemos
lim
(x,y)→(a,b)f (x, y) = L
se dado ε > 0 arbitr´ario, existe δ > 0 tal que:
0 <||(x, y) − (a, b)|| < δ ⇔ |f(x, y) − L| < ε
Exemplos:
a) Se f (x, y) = k (fun¸c˜ao constante), para todo (x0, y0),
lim (x, y)→ (a, b)k = k,
pois |f(x, y) − L| = |k − k| = 0 < ε para qualquer ε > 0. Assim, dado ε > 0 existe δ > 0 tal que
0 <||(x, y) − (a, b)|| < δ ⇔ |f(x, y) − k| < ε
e
lim (x, y)→ (a, b)k = k,
5.2 Limite e Continuidade 43
Sabemos que f ´e definida em todo ponto, exceto em (0, 0), o que n˜ao significa que a fun¸c˜ao n˜ao possa ter limite nesse ponto. Para que isso ocorra, ´
e necess´ario que a defini¸c˜ao fuincione, ou seja, que para uma aproxima¸c˜ao de (0, 0) implique em uma tendˆencia para o limite, independente do caminho pelo qual essa aproxima¸c˜ao ocorre. Note que:
(i) em um ponto arbitr´ario da reta formada pelos pontos (x, 0), temos
f (x, 0) = 1, (x̸= 0)
(ii) em um ponto arbitr´ario da reta formada pelos pontos (0, y), temos
f (0, y) =−1, (y ̸= 0). Assim temos, que existe δ > 0 com ε ≥ 1
0 <||(x, y) − (a, b)|| < δ ⇔ |f(x, y) − L| < 1 ≤ ε,
ou seja, a defini¸c˜ao n˜ao ´e obedecida para um δ e ε quaisquer. Assim o limite n˜ao existe.
De maneira geral, para provar que o limite de f (x, y) com (x, y)→ (a, b) n˜ao existe basta mostrar que os limites de f (x, y) com (x, y)→ (a, b) em pelo menos dois caminhos distintos divergem.
Exemplos: c) Mostre que lim (x,y)→(0,0) 2x2− y2 x2+ 2y2 n˜ao existe.
5.2 Limite e Continuidade 44
d) lim(x,y)→(1,2)x2+yxy−2x−y+22−2x−4y+5
De maneira geral, as regras dos limites para fun¸c˜oes reais tem resultados semelhantes para fun¸c˜oes de v´arias vari´aveis:
TEOREMA (do confronto):
Se f (x, y)≤ g(x, y) ≤ h(x, y) para 0 < ||(x, y) − (a, b)|| < r e lim (x,y)→(a,b) f (x, y) = lim (x,y)→(a,b) h(x, y) = L ent˜ao, lim (x,y)→(a,b)g(x, y) = L
A demonstra¸c˜ao fica a cargo do leitor. COROL ´ARIO:
Se lim(x,y)→(a,b)f (x, y) = 0 e |g(x, y)| = M (ou seja, g ´e limitada), ent˜ao:
lim
(x,y)→(a,b)f (x, y)g(x, y) = 0
.
5.2 Limite e Continuidade 45
e) Calcule, caso exista,
lim
(x,y)→(0,0)
x3
x2+ y2.
DEFINI ¸C ˜AO: (Continuidade)
Seja f uma fun¸c˜ao de duas vari´aveis com (a, b) ∈ Dom(f) com (a, b) ponto de acumula¸c˜ao de Dom(f ). Define-se:
f´e cont´ınua em(a, b) ⇔ lim
(x,y)→(a,b)f (x, y) = f (a, b)
Exemplos:
f ) A fun¸c˜ao f (x, y) = 2y ´e cont´ınua, para todo (a, b)∈ R2, pois: lim
(x,y)→(a,b)f (x, y) = 2b = f (a, b)
g) A fun¸c˜ao f (x, y) = x2−y2 x2+y2 ; (x, y)̸= (0, 0) 0 ; (x, y) = (0, 0) ´ e cont´ınua em (0, 0) ?
5.2 Limite e Continuidade 46
TEOREMA:
Sejam f : A ⊂ R2 → R e g : B ⊂ R → R fun¸c˜oes tais que Im(f) ⊂ Dom(g).
Se f for cont´ınua em (a, b) e g for cont´ınua em f (a, b), ent˜ao h(x, y) =
g(f (x, y)) ser´a cont´ınua em (a, b).
Dem.:
(i) Se g(u) ´e cont´ınua em f (a, b), ent˜ao, dado ε > 0, existe δ1 > 0 tal que:
0 <|u − f(a, b)| < δ1 ⇔ |g(u) − g(f(a, b))| < ε,
(ii) Se f (x, y) ´e cont´ınua em (a, b), ent˜ao, dado ε = δ1 > 0, existe δ > 0 tal
que:
0 <||(x, y) − (a, b)|| < δ ⇔ |f(x, y) − f(a, b)| < ε = δ1,
Comparando as duas senten¸cas, (com u = f (x, y)) temos que dado ε > 0, existe δ > 0 tal que:
0 < ||(x, y) − (a, b)|| < δ ⇔ |g(f(x, y)) − g(f(a, b))| < ε,
ou seja, h(x, y) = g(f (x, y)) ´e cont´ınua em (a, b). Exemplos:
h) A fun¸c˜ao h(x, y) = sen√y− 4x2 tem como dom´ınio y/ge4x2. Note que se
fizermos g(u) = senu e f (x, y) = √y− 4x2 teremos que h(x, y) = g(f (x, y).
g ´e cont´ınua para todo u∈ R e f ´e cont´ınua para todo (x, y) tal que y > 4x2.
5.2 Limite e Continuidade 47
Exerc´ıcios
1) Determine os limites, se existirem: a) lim(x,y)→(0,0) x
2−2
3+xy b) lim(x,y)→(0,0) 2x2−y2
x2+2y2
c) lim(x,y)→(0,0)x
3−x2y+xy2−y3
x2+y2 d) lim(x,y)→(0,0) xy+yz+xzx2+y2+z2
2) Discuta a continuidade da fun¸c˜ao f :
a) f (x, y) = ln(x + y + 1) b) f (x, y) = x2xy−y2
c) f (x, y) =√xe√1−y2
d) f (x, y, z) =√xytgz
3) Se lim(x,y)→(a,b)f (x, y) = L e c∈ R, prove que:
lim(x,y)→(a,b)c.f (x, y) = c.L
4) A fun¸c˜ao f (x, y) = { xy2 x2+y2 ; (x, y)̸= (0, 0) 0 ; (x, y) = (0, 0) ´ e cont´ınua em (0, 0)?