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PROPOSTA DE REQUALIFICAÇÃO ARQUITETÔNICA PARA O EDIFÍCIO MADAME ALBERTINA HOLZ: UM PATRIMÔNIO EDIFICADO DO MUNICÍPIO DE BAIXO GUANDU-ES

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SAIMO WAGNER

PROPOSTA DE REQUALIFICAÇÃO ARQUITETÔNICA PARA O EDIFÍCIO MADAME ALBERTINA HOLZ: UM PATRIMÔNIO EDIFICADO DO MUNICÍPIO DE

BAIXO GUANDU-ES

Colatina 2020

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PROPOSTA DE REQUALIFICAÇÃO ARQUITETÔNICA PARA O EDIFÍCIO MADAME ALBERTINA HOLZ: UM PATRIMÔNIO EDIFICADO DO MUNICÍPIO DE

BAIXO GUANDU-ES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenadoria do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Instituto Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

Orientadora: Me. Minieli Fim

Coorientadora: Me. Lílian de Oliveira Locatelli

Colatina 2020

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Elaborado por Richards Sartori Corrêa CRB 6-ES / 767

W135p Wagner, Saimo

Proposta de requalificação arquitetônica para o edíficio Madame Albertina Holz : um patrimônio edificado do município de Baixo Guandu / Saimo Wagner.- 2020.

128 f. : il. ; 30 cm.

Orientadoras: Minieli Fim e Lílian de Oliveira Locatelli. Monografia (graduação) – Instituto Federal do Espírito Santo, Coordenadoria de Arquitetura e Urbanismo, Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo, 2020.

1. Monumento – Conservação e restauro – Baixo Guandu (ES). 2. Arquitetura – Conservação e restauro. 3. Baixo Guandu -História local – Conservação. I. Fim, Minieli. II. Locatelli, Lílian de Oliveira. III. Instituto Federal do Espírito Santo – campus

Colatina. IV. Título.

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MADAME ALBERTINA HOLZ: UM PATRIMÔNIO EDIFICADO DO MUNICÍPIO DE BAIXO GUANDU-ES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenadoria do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Instituto Federal do Espírito Santo como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

Aprovado em 20 de agosto de 2020.

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof.ª M.a. Minieli Fim Orientadora

Instituto Federal do Espírito Santo

M.a. Lílian de Oliveira Locatelli Coorientadora

Arquiteta e Urbanista – Prefeitura Municipal de Colatina

Prof.ª M.a. Kamila Drago Bona Examinadora

Instituto Federal do Espírito Santo

M.a. Natália Oliveira Lira da Silva Arquiteta e Urbanista

Obs.: Banca realizada a distância, via plataforma RNP

(https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/minieli-fim), de acordo com o estabelecido na Resolução nº 1/2020 do Conselho Superior do Ifes

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Dedico este trabalho aos meus pais, Adriano Wagner e Maria do Carmo Araújo Wagner, que mesmo diante de todas as dificuldades, me educaram e me proporcionaram o melhor deles.

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pessoas com palavras de apoio, me motivando a nunca desistir.

Aos meus familiares,pela paciência em meus dias de estresse e ansiedade, e por todo o apoio durante minha trajetória acadêmica.

Aos meus amigos, que me ajudaram em cada etapa da minha vida acadêmica e que me deram o ombro amigo e apoio quando mais precisei. Cito especialmente: Aguinaldo Ferreira de Almandes, Weverngton Faroni, Gabriel Sintra Terra, André Gomes, Savio Araujo Pagung, Renan Peixoto, Danilo Rossmann, Jhordan Ortolani, Aline da Silva Brodel, Janaina Rodrigues, Juliana Lopes França, Pâmella Peixoto, Renata Reis,entre outros.

De modo especial, agradeço à minha professora orientadora Minieli Fim, por todo o conhecimento e auxílio prestado durante a confecção deste trabalho. Pela paciência, pela persistência e principalmente pela segurança que me passou.

À minha coorientadora Lílian de Oliveira Locatelli,que não mediu esforços para me coorientar, sempre disponibilizando materiais de estudo para encaminhar a realização deste trabalho.

Aos demais participantes da banca, que se disponibilizaram em contribuir com o trabalho.

Com alegria, agradeço ainda a todos os professores que contribuíram na minha capacitação acadêmica, ao longo desta jornada.

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Edifício Madame Albertina Holz, uma construção de uso comercial e residencial, com importância histórica para a cidade de Baixo Guandu - ES. A edificação construída em 1919 e tombada como monumento municipal em 2005, encontra-se desocupada e sem uso, desde 2006. Visto que a relevância histórica do edifício e seu atual estado de abandono e deterioração, o objetivo desta pesquisa consiste na proposta de requalificação arquitetônica para a edificação, a partir de novos usos e da implantação de edifícios anexos em seu terreno, de modo a reinserir o patrimônio edificado na dinâmica da cidade. Como metodologia, realizou-se estudo teórico acerca do tema, levantamento histórico da edificação, mapeamento de danos do local, e por fim, um estudo projetual, de nível preliminar, para a requalificação do edifício. Para edificação histórica, definiu-se o uso de um museu, no térreo, e sede da Secretaria Municipal de Cultura de Baixo Guandu, no primeiro pavimento. Propôs-se ainda a implantação de dois blocos anexos no terreno, um auditório para fins culturais e um café. O edifício histórico teve sua arquitetura original preservada, e para os blocos anexos, sugere-se uma arquitetura limpa, sem adornos, que evidencie a edificação tombada. Como resultado, espera-se que este trabalho contribua para salvaguarda do local, e que ainda, evidencie a necessidade de uma intervenção física, que requalifique e mantenha vivo o Edifício Madame Albertina Holz, na memória e na ambiência urbana de Baixo Guandu - ES.

Palavras chave: Requalificação arquitetônica. Monumento histórico. Estudo

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Albertina Holz, a commercial and residential construction, with historical importance for the city of Baixo Guandu-ES. The building, built in 1919 and declared a municipal monument in 2005, has been unoccupied and unused since 2006. Given the relevance of the building and its current state of abandonment and deterioration, the objective of this research is the proposal of architectural requalification for the building, from new uses and the implantation of annexed buildings on its land, in order to reinsert the built heritage in the city dynamics. As a methodology, a theoretical study was carried out on the subject, historical survey of the building, mapping of damage to the site, and finally, a preliminary level project study for the requalification of the building. For the historical building, the use of a museum was defined, on the ground floor, and the headquarters of the Municipal Secretariat of Culture of Baixo Guandu, on the first floor. It was also proposed the implantation of two attached blocks on the ground, an auditorium for cultural purposes and a coffe place. The historical building had its original architecture preserved, and for the attached blocks, it is suggested a clean architecture, without adornment, which shows the building fallen. As a result, it is hoped that this work will contribute to safeguard the site, and that it will also highlight the need for a physical intervention that will requalify and keep alive the building, in the memory and urban ambience of the city.

Keywords: Architectural requalification. Historic monument. Preliminary study.

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Figura 1 - Edifício Madame Albertina Holz ...15

Figura 2 - Mapa do Espírito Santo com município de Baixo Guandu em destaque ...16

Figura 3 - O casal Alberto Holz e Albertina Holz, proprietários do casarão ...28

Figura 4 - Estação Ferroviária em frente ao casarão Madame Albertina Holz (1935) .28 Figura 5 - Registro da inauguração da Praça Governador Bley e da Avenida Carlos de Medeiros, em que se observa o edifício Madame Albertina Holz ao fundo (1935) ...29

Figura 6 - Planta de situação esquemática (sem escala) ...30

Figura 7 - Beiral que contorna a edificação ...31

Figura 8 - Planta de implantação esquemática (sem escala) ...32

Figura 9 - Plantas baixas esquemáticas do edifício: planta baixa do térreo à esquerda e planta baixa do pavimento superior à direita, com indicação de um anexo (área de serviço no andar térreo) e cozinha (pavimento superior), inserido provavelmente em reformas posteriores à construção da edificação ...33

Figura 10 - Vista para a fachada principal (norte) e fachada leste do edifício ...34

Figura 11 - Fachada lateral leste ...35

Figura 12 - Fachada lateral oeste ...35

Figura 13 - Imagens dos tipos de pisos presentes na edificação ...36

Figura 14 - Detalhe de elemento decorativo circular, denominado gablete, na platibanda da fachada principal ...36

Figura 15 - Planta baixa do térreo, com indicação das imagens dos danos nas áreas comerciais (sem escala) ...38

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estruturais, umidade descendente ...39 Figura 18 - Planta baixa do térreo, com indicação das imagens dos danos na área de serviço (sem escala) ...40 Figura 19 - Imagem C: Piso da área de serviço ...41 Figura 20 - Imagem D: Estado de conservação das paredes da área de serviço com trincas e buracos ...41 Figura 21 - Planta baixa do primeiro térreo, com indicação das imagens dos danos no almoxarifado (sem escala) ...42 Figura 22 - Imagem E: Estado de conservação do teto e paredes ...43 Figura 23 - Imagem F: Piso com acúmulo de lixo e materiais ...43 Figura 24 - Planta baixa do térreo, com indicação das imagens dos danos na circulação 1 (sem escala) ...44 Figura 25 - Imagem G: Piso da circulação 1 com acúmulo de lixo ...45 Figura 26 - Imagem H: A paredes da circulação 1 em bom estado. Teto e escada com ataque de insetos xilófagos ...45 Figura 27 - Planta baixa do primeiro pavimento, com indicação das imagens dos danos nas salas de estar 1 e 2, e circulações 4 (sem escala) ...46 Figura 28 - Imagem I: umidade descendente vandalismo e acúmulo de lixo na sala de estar 1 ...47 Figura 29 - Imagem J: Perda de material no teto e umidade descendente nas paredes ...47 Figura 30 - Imagem K: Bom estado de conservação com danos da circulação 4 ...47

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Figura 32 - Planta baixa do primeiro pavimento, com indicação das imagens dos

danos nos quartos 2 e 4 (sem escala) ...49

Figura 33- Imagem M: Desbotamento, vandalismo e descascamento de pintura da parede. Acúmulo de lixo do chão – Quarto 2 ...50

Figura 34 - Imagem N: Fissuras na parede, ausência de rodapé e perda de material do piso ...50

Figura 35 - Imagem O: Forro com perda de material e parede com trincas no quarto 4 ...50

Figura 36 - Imagem P: Vandalismo na parede do quarto 4 ...50

Figura 37 - Imagem Q: Vandalismo e acúmulo de lixo no piso do quarto 4 ...51

Figura 38 - Planta baixa do primeiro pavimento, com indicação das imagens dos danos nas áreas molhadas (sem escala) ...52

Figura 39 - Imagem R: Bom estado de conservação do piso do banheiro, mas com acúmulo de lixo ...53

Figura 40 - Imagem S: O forro do teto pendendo, acúmulo de lixo no piso e a boa condição física da parede do banheiro...53

Figura 41 - Imagem U: Perda de material do forro da cozinha...53

Figura 42 - Imagem V: Descascamento da parede cozinha...53

Figura 43 - Imagem X: Bom estado de conservação do piso da cozinha ...54

Figura 44 - Extremidades da cobertura, com perda de telhas...54

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amarela) ...56 Figura 47 - Fachada oeste, com indicação de danos: crosta negra (cor azul), trincas (cor preta), destacamento do reboco (cor rosa escuro), corrosão metálica (cor amarela), alveolização (cyan) ...56 Figura 48 - Fachada sul, com indicação de danos: crosta negra (cor azul), presença de vegetação (cor verde), materiais não pertencentes à obra original (cor cinza), alveolização (cyan), perda de material (cor magenta) ...57 Figura 49 - Fachada leste, com indicação de danos: crosta negra (cor azul) trinca (cor preta), perda de material (magenta), alveolização (cyan), destacamento (marrom claro), material não pertencente à obra original (cor cinza) e vandalismo (rosa claro) 57 Figura 50 - Imagem da fachada norte, em que é possível perceber os danos indicados na Figura 46 ...58 Figura 51 - Imagem da fachada oeste em que se percebem os danos crosta negra e alveolização, indicados na Figura 47 ...58 Figura 52 - Fachada oeste com destaque para os seguintes danos: vandalismo, destacamento, crosta negra e perda de material, indicados na Figura 47 ...59 Figura 53 - Imagem da fachada sul, em que se percebem os danos indicados na Figura 48 ...59 Figura 54 - Fachada sul com indicação dos danos: alveolização, vegetação, crosta negra e materiais não pertencentes à obra original, indicados na Figura 48 ...60 Figura 55 - Fachada leste com os danos indicados na Figura 49 ...60 Figura 56 - Proposta de implantação do projeto de requalificação do edifício histórico (01), com os novos anexos: café (02), auditório (3) e bloco de serviço (sem escala) ..63

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Figura 59 - Planta baixa auditório (sem escala) ...67

Figura 60 - Planta baixa, bloco de serviço anexo ao auditório ...68

Figura 61 - Planta baixa café (sem escala) ...69

Figura 62 - Fachada 01, frontal em relação ao edifício histórico (sem escala) ...70

Figura 63 - Fachada 02, fachada dos edifícios anexos, e ao fundo a fachada lateral do edifício histórico ...70

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1. INTRODUÇÃO ...15

2. O PATRIMÔNIO CULTURAL NA ATUALIDADE ...20

2.1POSTURASDEPRESERVAÇÃO ...20

2.2LEGISLAÇÕESBRASILEIRASPERTINENTES ...22

3. ANÁLISE DO EDIFÍCIO MADAME ALBERTINA HOLZ ...27

3.1OVALORDOEDIFÍCIOPARAOPATRIMÔNIOLOCAL ...27

3.2 ANÁLISEARQUITETÔNICA ...29

3.3 ANÁLISEDACONSERVAÇÃODOEDIFÍCIO ...37

3.3.1 Térreo ...37

3.3.2 Primeiro pavimento ...45

4. NOVO USO PARA O CASARÃO MADAME ALBERTINA HOLZ ...61

4.1DIRETRIZESPROJETUAIS ...62 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...71 REFERÊNCIAS ...73 ANEXOS ...75 ANEXOA–DECRETO ...75 APÊNDICES ...76

APÊNDICEA – EDIFICAÇÕES RELEVANTESNO ENTORNO DA EDIFICAÇÃOEM ESTUDO ...76

APÊNDICE B – LEVANTAMENTO ARQUITETÔNICO DO EDIFÍCIO MADAME ALBERTINAHOLZ ...82

APÊNDICEC–FICHADECARACTERIZAÇÃODEDANOS ...86

APÊNDICED–LEVANTAMENTODOMAPADEDANOS ... 122

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1. INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta uma proposta de requalificação arquitetônica do Edifício Madame Albertina Holz (Figura 1), um antigo casarão construído no ano de 1919 e usado como residência e comércio pela família Holz, na cidade de Baixo Guandu, região noroeste do estado do Espírito Santo (Figura 2). O antigo casarão localiza-se próximo à Estação Ferroviária do município e possui importância para a cidade, sendo tombado em 2005, pela Prefeitura Municipal de Baixo Guandu (PMBG). A importância histórica explanada acima quer dizer que o edifício possuía contribuição para o comércio local da época, com isso ele tem destaque na história do município.

Figura 1 - Edifício Madame Albertina Holz

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Figura 2 - Mapa do Espírito Santo com município de Baixo Guandu em destaque

Fonte: IBGE (2018)

Apesar de ser tombado pelo município, atualmente o Edifício Madame Albertina Holz encontra-se em desuso e em estado de intensa degradação, mediante ações de vandalismo e intempéries, seguidas pela ausência de manutenção por parte do setor público responsável pelo imóvel. Mediante esta situação, tornam-se necessárias medidas que requalifiquem a edificação, a fim de recuperar seu valor artístico, histórico e cultural para a cidade, com preservação da identidade e da memória do lugar.

A preservação e a manutenção em construções históricas são ações primordiais para manterem vivas a história local e as lembranças que estas suscitam, são pontos de referências aos diferentes indivíduos que dela usufruem. Neste contexto, entende-se que:

Cada indivíduo é parte de um todo – da sociedade e do ambiente onde vive – e constrói, com os demais, a história dessa sociedade, legando às gerações futuras, por meio dos produtos criados e das intervenções no ambiente, registros capazes de propiciar a compreensão da história humana pelas gerações futuras. A destruição dos bens herdados das gerações passadas acarreta o rompimento da corrente do conhecimento, levando-nos a repetir incessantemente experiências já vividas (SPISSO, 2009, p. 15).

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Assim, com a devida requalificação e preservação, intenciona-se que o edifício Madame Alberti Holz seja reinserido na vivência urbana da cidade e que essa ação desperte o interesse de seus moradores e visitantes sobre a história não só da edificação, como também do município.

Portanto, a partir da condição de tombamento da edificação, do seu atual estado de degradação e da importância de se preservar o patrimônio edificado, o objetivo principal deste trabalho é contribuir para resgatar, valorizar e requalificar esse bem de importância histórica e cultural para o município e sua população, por meio de uma proposta de requalificação arquitetônica. Aliado ao objetivo principal, os objetivos específicos consistem em:

1. Compreender a metodologia de intervenção em edifícios com valor patrimonial, a partir do estudo de autores referenciais no assunto e de análise de cartas patrimoniais;

2. Realizar levantamento histórico do edifício;

3. Mapear os danos no edifício histórico, indicando possíveis ações de recuperação;

4. Realizar uma proposta arquitetônica, de nível preliminar, para a requalificação arquitetônica do edifício;

5. Contribuir para o resgate da memória do edifício histórico.

A metodologia adotada contempla abordagem teórica sobre preservação do patrimônio arquitetônico, com revisão bibliográfica de autores referências, como: Alois Reigl e Françoise Choay. Também foram estudadas as cartas patrimoniais, como a Carta de Restauro de Veneza (1964), Carta de Burra (1980), Carta de Petrópolis (1987) e Carta de Québec (2008).

Fez-se também o levantamento histórico do edifício, objeto de estudo. Tal ação deu-se através de pesquisas nos acervos da biblioteca municipal Baixo Guandu.

No que diz respeito ao estado de conservação do edifício, realizou-se um levantamento das patologias, a partir de visitas ao local conforme o sistema normativo de mapas de danos de edifícios históricos proposto por Giovana Gonçalves Achiamé (2017). Segundo o autor, “o mapa de danos é utilizado para se ter conhecimento dos

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danos existentes em determinado edifício para então, numa próxima etapa, serem apresentadas as melhores soluções de restauro, de acordo com cada patologia encontrada” (ACHIAMÉ, 2017, p.11).

Por fim, a partir dos levantamentos e dos estudos realizados, partiu-se para o desenvolvimento de uma proposta arquitetônica de nível de estudo preliminar, com vistas à requalificação do edifício e sua reinserção na dinâmica cultural do município. O trabalho estrutura-se em três capítulos. No capítulo 1 apresentam-se as posturas de preservação do patrimônio histórico na atualidade, com abordagem de conceitos sobre monumento histórico e análise de algumas cartas patrimoniais mundiais com o objetivo da salvaguarda do monumento histórico. Neste capítulo, também são estudadas as leis que protegem o patrimônio histórico e cultural, em âmbito nacional, estadual e municipal.

No capítulo 2 é feita uma análise do edifício em âmbito histórico e arquitetônico. A investigação histórica tem o intuito de mostrar o valor do edifício como um patrimônio local. A análise arquitetônica do edifício visa compreender e caracterizar seus elementos constituintes tais como fachadas, ambientes, estruturas, revestimentos de parede, piso e teto e sua implantação urbana. Após o conhecimento do valor histórico do edifício e sua caracterização arquitetônica, realizou-se uma análise de conservação do edifício, com base no mapa de danos, segundo Achiamé e Hautequestt Filho (2017). Neste mapeamento são apresentados os principais danos do edifício, com sugestões de restauro para cada dano. No entanto, equipe multidisciplinar, com profissionais de diferentes áreas e análises laboratoriais, quando necessárias.

A partir da compreensão do valor histórico do edifício e de seu estado de conservação, tem-se o capítulo 3, onde se apresentou um projeto arquitetônico no nível de estudo preliminar visando à adequação de um novo uso ao edifício Madame Albert Holz, de modo a requalificá-lo e reinseri-lo na vivência urbana e cultural da cidade de Baixo Guandu - ES. Em uma pesquisa de campo com a atual secretária de cultura da referida cidade, é contatado a identificação da carência de uma área cultural na cidade e do conhecimento que a Secretaria Municipal de Cultura funciona atualmente em um local improvisado, é proposto que o edifício abrigue esta secretaria

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e espaço para instalação de um museu. Somado a esses, propõe-se ainda a construção de dois anexos no terreno do Edifício Madame Albertina que contemple o uso cultural, como um auditório para reuniões e pequenos eventos e um café de apoio. Com esses usos, intenciona-se que este conjunto arquitetônico seja usado em outros horários para a movimentação e vivacidade do local.

Com essas intervenções, entende-se que o edifício não seria somente lembrado por sua história, mas que também encontrar-se-á inserido no cotidiano, assim como era no século XIX, com movimento de pessoas, tornando-se um ponto de encontro ou um local de referência na cidade.

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2. O PATRIMÔNIO CULTURAL NA ATUALIDADE

Neste capítulo é realizada uma breve abordagem sobre conceitos de monumentos históricos, além da apresentação de algumas cartas patrimoniais pertinentes à temática do trabalho, assim como leis que resguardam o patrimônio histórico e cultural, em âmbito nacional, estadual e municipal.

2.1 POSTURAS DE PRESERVAÇÃO

O monumento, no sentido mais antigo da palavra, é uma criação feita pelo homem com o objetivo de manter viva na mente humana ações que aconteceram no passado, como diz Alois Riegl (1905) no livro “O culto moderno dos monumentos”. Trata-se de um instrumento para suscitar a memória sobre algum instrumento para suscitar a memória sobre alguém ou algum acontecimento importante, para lembrar. Entretanto, no início do século XIX, com o advento da imprensa e das novas tecnologias, como a fotografia e a gravação de som, a característica do fazer lembrar do monumento, perde força, uma vez que existem outras formas de reviver a memória (CHOAY, 2006).

Na metade do século XIX, no ocidente, é inventado o termo monumento histórico, que vem do espírito de lembrar e reviver algo do passado. O monumento histórico é considerado uma herança, algo valioso, que é passado de geração em geração, selecionado dentre vários, por fazer parte de algo importante na história, por ser documento, prova, de algum fato significativo para um determinado grupo de pessoas (CHOAY, 2006). Nas palavras de Choay (2006, p. 26):

O monumento histórico se relaciona de forma diferente com a memória viva e com a duração. Ou ele é simplesmente constituído em objeto do saber e integrado numa concepção linear do tempo – neste caso, seu valor cognitivo o relega-o inexoravelmente ao passado, ou antes, a história em geral, ou a história da arte em particular -; ou então ele pode, além disto, como obra de arte, dirigir-se a nossa sensibilidade artística, ao nosso “desejo de arte” (Kunstewollen): neste caso ele se torna parte constituinte do presente, mas sem mediação da memória ou a história.

No entanto, o “[...] esquecimento, o desapego, a falta de uso faz com que ele seja deixado de lado e abandonado” (CHOAY, 2006, p. 26). A fim de conservar edifícios proclamados históricos e evitar a perda, o termo monumento histórico é consagrado em 1964, na Carta de Veneza.

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A partir do ano de 1964, são realizadas reuniões pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) e pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) com a finalidade de conservação do monumento histórico, visando à salvaguarda da arte e do testemunho histórico. Com o passar dos anos, os conceitos sobre monumento histórico se ampliam e novas posturas de conservação surgem. Observa-se a elaboração das cartas internacionais, como a Carta de Burra de 1980, que revela definições para a preservação, manutenção e conservação dos monumentos, tal como aponta em seu 1º artigo:

O termo conservação designará os cuidados a serem dispensados a um bem para preservar-lhe as características que apresentem uma significação cultural. De acordo com as circunstâncias, a conservação implica ou não a preservação ou a restauração, além da manutenção; ela poderá, igualmente, compreender obras mínimas de reconstrução ou reconstrução que atende as necessidades e exigências práticas.

A preservação será a manutenção do estado da substância de um bem e a desaceleração do processo pelo qual ele se degrada

A restauração será o restabelecimento da substância de um bem em um estado anterior conhecido.

A reconstrução será o restabelecimento, com o máximo de exatidão, de um estado anterior conhecido; ela se distingue pela introdução na substância existente de maneira diferente, seja novos ou antigos. A reconstrução não deve ser confundida, nem com recriação, nem com reconstituição hipotética, ambas excluem do domínio regulamentado pelas presentes orientações (CARTA DE BURRA, 1980, p.1-2).

Outro exemplo a citar é a Carta de Petrópolis, de 1987, que fala sobre a preservação e revitalização dos Sítios Históricos Urbanos (SHU). O SHU é parte de um ambiente construído, que faz ligação do passado com o presente, vivendo em constante transformação. Com relação à cidade, ele não se opõe, visto que a cidade também é um organismo histórico (CARTA DE PETRÓPOLIS, 1987).

O SHU é uma construção sociocultural que pode perder seu potencial ao longo do tempo. Para evitar esse processo, é importante que o SHU faça parte do cotidiano local e que seja respeitado seu valor histórico. A preservação do SHU pode ser feita por meio de diferentes tipos de instrumentos, como: tombamento, inventário, normas urbanísticas, declaração de interesse cultural, desapropriação, isenções e incentivos (CARTA DE PETRÓPOLIS, 1987).

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Por fim, dentre as cartas selecionadas para este trabalho, tem-se a carta de Québec (2008). O assunto principal desta carta é o conceito de Spiritu loci, também denominado de espírito do lugar, que trata dos valores espirituais empregados a certo local, dotando-o de sentido, emoção e mistério. O Spiritu loci tem como característica os elementos tangíveis, que fazem parte da realidade concreta ou material, e os elementos intangíveis, que envolvem a realidade abstrata, como as afetividades e memórias. O conceito de Spiritu loci também é citado pala carta de Foz do Iguaçu (2008), que confirma o lugar como algo para além de sua materialidade, como um lugar espiritual, de memória e de vivências.

[...] um “lugar” não é apenas um espaço, mas um espaço caracterizado por uma identidade singular. Nesse sentido, o “espírito” é o sopro vital que expressa tal identidade, resultante da relação entre uma cultura específica e a localização na qual ele existe (CARTA DE FOZ DO IGUAÇU, 2008, p. 4).

Voltando à Carta de Québec (2008) afirma-se que os monumentos históricos, possuem o conceito de espírito do lugar, visto que remetem ao sentido emocional de reviver um passado de glória e a curiosidade de como seria esta época. O Spiritu loci é encontrado em todas as culturas do mundo, inclusive em pequenas comunidades, em resposta às suas necessidades socioculturais. Assim, prevê-se a necessidade de preservar o Spiritu loci, favorecendo a memória e a vitalidade dos locais (CARTA DE QUÉBEC, 2008).

Em comparação com o edifício estudado, Madame Albertina Holz, pode-se afirmar que este se trata de um monumento histórico, por fazer lembrar acontecimentos da história de Baixo Guandu; por sua importância para a família que ali morava e por ser considerado, na época, um grande comércio para a vila e, depois, para a cidade. Deste modo, indica-se que o edifício Madame Albertina Holz, edifício localizado dentro de um sítio urbano, deve ser preservado como um patrimônio histórico local, possuidor de Spiritu loci capaz de fazer lembrar a história do lugar.

2.2 LEGISLAÇÕES BRASILEIRAS PERTINENTES

Neste item serão abordadas legislações pertinentes ao patrimônio histórico e cultural, com foco em instrumentos de preservação e responsabilidade do poder público.

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Salienta-se que o patrimônio cultural e ambiental é um bem preservado por lei, conforme Constituição Federal de 1988. Nos artigos 23, 24, 30, 129 e 225 deste documento, tem-se que a responsabilidade, a salvaguarda, a fiscalização e a proteção do patrimônio devem ser garantidas pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, conforme o nível de tombamento. Segundo o artigo 216,

Art. 216 - Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:

I - as formas de expressão;

II - os modos de criar, fazer e viver;

III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;

IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;

V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

§ 1º O poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.

§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.

§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais.

§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei (BRASIL, 2008).

O patrimônio cultural também é abordado pela Lei nº 10.257 de 2001, denominada Estatuto da Cidade. O artigo 2° dessa Lei propõe em uma de suas diretrizes a “proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico” (BRASIL, 2001). Como uma das estratégias de facilitar a aquisição de um bem de interesse público, no artigo 26 desta Lei, tem-se o direito de preempção, que se trata de uma preferência do poder público na compra de um imóvel, a fim de resguardar a proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico. Tal instrumento foi aplicado ao monumento estudado, o edifício Madame Albertina Holz, a partir do decreto N° 3.823, 29 de

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agosto de 2005, da Prefeitura Municipal de Baixo Guandu - ES (PMBG) (Ver anexo A).

Salienta-se ainda que como uma das estratégias de preservação do patrimônio como um todo, incluindo o seu entorno, tem-se o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), apresentada no artigo 37 do Estatuto da Cidade. O EIV refere-se ao estudo dos impactos que a implantação de um imóvel, vai gerar na região, inclusive na paisagem urbana, patrimônio natural e cultural. Quando se volta ao edifício Madame Albertina Holz, entende-se que este instrumento pode auxiliar na preservação do entorno da edificação, impedindo que novas construções obstruam ou interfiram na leitura do edifício, o que poderia promover uma leitura errônea ou ainda impedir sua visualização pelas comunidades locais e transeuntes.

Além disto, o Estatuto da Cidade garante a proteção do patrimônio histórico em áreas de loteamento. Conforme a Lei, o Estado é responsável por disciplinar os municípios em caso de loteamento ou desmembramentos em áreas de patrimônio cultural, histórico, paisagístico e arqueológico, como citado no capítulo V, intitulado “Da Aprovação do Projeto de Loteamento e Desmembramento”, no Artigo 13°, inciso I.

Neste contexto, observa-se que o Plano Diretor Municipal (PDM) de Baixo Guandu, Lei nº 2362, do ano de 2005, promove a proteção do patrimônio cultural, em um capítulo próprio da Lei, cap. IV, intitulado “O tombamento”. Especificamente, no artigo 203 do capítulo IV, informa que o patrimônio histórico é todo bem que tem relevância “sócio-cultural, ambiental, arqueológica, histórico científica, artística, estética, paisagística ou turística” (BAIXO GUANDU, 2006). Ainda neste capítulo, no artigo 205, citam-se 11 diretrizes de proteção ao patrimônio cultural (BAIXO GUANDU, 2006):

Art. 205. São diretrizes de proteção da memória e do patrimônio cultural: I - priorizar a preservação de conjuntos e ambiências em relação às edificações isoladas;

II - proteger os elementos paisagísticos, permitindo sua visualização e a manutenção do seu entorno;

III - promover a desobstrução visual da paisagem e dos conjuntos de elementos de interesse histórico e arquitetônico;

IV - adotar medidas, visando à manutenção dos terrenos vagos lindeiros a mirantes, mediante incentivos fiscais ou desapropriação;

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V - estimular ações com a menor intervenção possível que visem à recuperação de edifícios e conjuntos, conservando as características que os particularizam;

VI - proteger o patrimônio cultural;

VII - compensar os proprietários de bens protegidos; VIII - coibir a destruição de bens protegidos;

IX - disciplinar o uso da comunicação visual para melhoria da qualidade da paisagem urbana;

X - criar um arquivo de imagem dos imóveis tombados;

XI - definir o mapeamento cultural para áreas históricas e de interesse de preservação da paisagem urbana.

No artigo 208 do PDM de Baixo Guandu (Lei 2362/2006) são apresentados os patrimônios históricos presentes na cidade, confirmando o edifício Madame Albertina Holz como um monumento preservado:

Art. 208. Ficam desde logo identificados e declarados como edificações, obras e monumentos de preservação, pelo só efeito desta Lei, conforme Anexo 04 - Mapa de Zoneamento urbanístico, os seguintes imóveis:

I – Distrito Sede:

a) antigo Colégio perto da antiga Estação; b) antigo Hotel Rutz;

c) antiga Usina Hidrelétrica de Baixo Guandu; d) antigo Cine Alba;

e) casarão do Clube Canaã; f) prédio da Câmara Municipal; g) casa da família Fritz Von Lutzow;

h) casarão Madame Albertina Holz;

i) casarão e Capelinha da sede da Fazenda Holz

j) capelinha na subida do Monjolo e Cachoeira do Monjolo;

k) igreja de São Sebastião em Mascarenhas (BAIXO GUANDU, 2006, grifo nosso).

A partir do estudo das legislações e posturas de preservação, conclui-se que o patrimônio histórico é um bem importante para a sociedade nos âmbitos histórico, econômico, artístico, cultural e social. Desta forma, destaca-se a importância da existência de normas e posturas internacionais, leis nacionais e municipais que visam

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a sua preservação e manutenção, por meio de instrumentos como desapropriação, tombamento, desobstrução das visuais do patrimônio e indicação de possíveis novos bens.

Com os estudos realizados, entende-se que o edifício Madame Albertina Holz possui ambiência caracterizada pelo chamado Spiritus loci, citado na carta de Quebec (2008), pois relata um momento importante da cidade de Baixo Guandu a seus moradores. Destaca-se ainda, sua relevância enquanto edifício localizado em um sítio, que na época era considerado centro comercial e político do município, e que até hoje apresenta outras edificações relevantes (APÊNDICE A), mas que não possuem tombamento.

Com o propósito de garantir a salvaguarda do edifício Madame Albertina Holz, a PMBG buscou adquiri-lo, conforme o Decreto 3.823 de 29 de agosto de 2005 (Ver anexo A), como citado anteriormente. Registra-se por meio do artigo 203, parágrafo 1°, do PDM de Baixo Guandu, o tombamento desse edifício a nível municipal, no entanto, até o momento da realização deste trabalho, não foi possível localizar o documento referente ao registro de tombamento1.

E por fim, vale salientar o conceito de requalificação, em que tal tem como propósito recuperar as áreas deterioradas com a finalidade de enquadrá-las novamente no cotidiano da sociedade, nos quesitos econômicos, ambientais e socioculturais. Sempre com o objetivo de colocá-las na vida da população com o intuito de melhorias na qualidade de vida de tal.

[...] a requalificação é utilizada para ações que procuram o reordenamento, proteção e a recuperação dos centros urbanos, sempre integrando as questões econômicas, ambientais e socioculturais para uma melhor qualidade de vida (VARGAS, 2015).

1

Foi realizada uma busca na Prefeitura Municipal de Baixo Guandu sobre o documento de tombamento da edificação Madame Albertina Holz. Na ocasião, a servidora atendente da Secretaria de Cultura foi solícita na busca pela informação, no entanto, até o momento, esse documento não foi disponibilizado para consulta.

(27)

3. ANÁLISE DO EDIFÍCIO MADAME ALBERTINA HOLZ

3.1 O VALOR DO EDIFÍCIO PARA O PATRIMÔNIO LOCAL

O edifício Madame Albertina Holz é localizado no município de Baixo Guandu, situado no noroeste do estado do Espírito Santo fazendo divisão com a cidade mineira de Aimorés.

Além de sua imponência arquitetônica, o edifício Madame Albertina Holz é importante para a cidade de Baixo Guandu - ES por seu valor histórico, pois retrata a época em que era um importante comércio alimentícios de secos e molhados, e o recebimento de imigrantes que chegavam à cidade, localizado no antigo centro da cidade.

Além do comércio, em seu pavimento superior, a edificação abrigava uso residencial da família Holz, formada pelo casal Alberto Holz, sua esposa Albertina Holz, apelidada de Madame, e seus filhos (Figura 3). Como à senhora Albertina Holz ficava à frente dos afazeres do comércio, o casarão passou a receber oficialmente o nome Madame Albertina Holz, em 2006, pelos moradores de Baixo Guandu, em memória dos antigos proprietários. No relato a seguir é possível conhecer um pouco sobre a história do edifício e de sua proprietária:

Albertina Holz nasceu na Alemanha em 1862. Aos 13 anos migrou para o Brasil com outras famílias pomeranas e, em 1892, mudou-se com o marido e os 14 filhos para Baixo Guandu, devido à construção da Estrada de Ferro Vitoria a Minas. Fortaleceu-se no comércio de secos e molhados e expandiu para cafés e cereais. [...] O casarão foi erguido em 1919, sendo uma das primeiras edificações do município, antes mesmo da emancipação política de Baixo Guandu. Localiza-se próximo à Estação Ferroviária, na Praça Governador Bley, no Centro. (MOTTA, 2017, p. 56).

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Figura 3 - O casal Alberto Holz e Albertina Holz, proprietários do casarão

Fonte: Schneider (2016)

O edifício Madame Albertina Holz, datado de 1919, foi construído antes da emancipação política de Baixo Guandu, ocorrida em 1935, anterior a este ano, a cidade era um distrito pertencente à Colatina-ES. O casarão localizava-se em uma área do antigo centro da cidade, em frente à Estação Ferroviária de Baixo Guandu, construída em 1910 e dos principais comércios da época (Figura 4).

Figura 4 - Estação Ferroviária em frente ao casarão Madame Albertina Holz (1935)

Fonte: Schneider (2016)

Pelas imagens da época, observa-se que nos principais eventos da cidade, a presença do casarão é constante, devido à sua localização central, função social e comercial. O edifício funcionava ainda como ponto de encontro dos imigrantes, que

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por vezes pernoitavam neste comércio. Na Figura 5, no registro de inauguração da Praça Governador Bley e da Avenida Carlos de Medeiros em 1935, é possível observar o edifício Madame Albertina Holz ao fundo. (EDNO, 2018).

Figura 5 - Registro da inauguração da Praça Governador Bley e da Avenida Carlos de Medeiros, em que se observa o edifício Madame Albertina Holz ao fundo (1935)

Fonte: Cardoso (2018)

Segundo relato de Julia Motta (2017), a PMBG comprou o edifício com o intuito de transformá-lo em museu, dada a importância da família Holz e da edificação para a cidade. Hoje, o Casarão Madame Albertina Holz encontra-se tombado a nível municipal. Diante do reconhecimento do valor da edificação, este estudo segue com a sua análise arquitetônica.

3.2 ANÁLISE ARQUITETÔNICA

O edifício é localizado em um lote de esquina, situado nas ruas Milagres Junior e Estrada de Mascarenhas, em frente à estrada de ferro Vitória - Minas, localizado no centro da cidade de Baixo Guandu - ES (Figura 6).

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Figura 6 - Planta de situação esquemática (sem escala)

Fonte: Autor (2020)

O PDM da cidade de Baixo Guandu considera o edifício Madame Albertina Holz como uma edificação de uso misto. No térreo da construção, costumava funcionar o uso comercial, ao passo que o primeiro pavimento se voltava para o uso residencial. Sabe-se que cada pavimento possui área de aproximadamente 188 m² (Apêndice B). A edificação apresenta estilo eclético, com influência do neoclassicismo, caracterizado por uma fachada reta e simétrica, também por seus ornamentos: o frontão, as mísulas, e elementos similares a beirais, que contornam todo o edifício, com um formato contínuo, simples e funcional, mostrado na figura 7.

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Figura 7 - Beiral que contorna a edificação

Fonte: Autor (2020)

O edifício é datado da segunda metade do século XIX. Segundo Motta (2017, p. 56), o terreno em que se localiza o edifício possui formato irregular como é mostrado na figura 8, “[...] com 30 metros de frente e 38 metros de lado, numa área de 746 metros quadrados”, conforme se visualiza na Figura 6. O edifício original tem forma regular, com aproximadamente, 12 metros de frente e laterais com 15,80 metros.

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Figura 8 - Planta de implantação esquemática (sem escala)

Fonte: Autor (2019)

No pavimento térreo, o edifício possui os seguintes espaços: uma escada e três compartimentos, provavelmente oriundos de reforma realizada, após a construção do edifício, percebida por meio de análises em levantamentos no local (Figura 9). O pavimento superior, de caráter residencial, possui quatro quartos; duas pequenas salas; vão da escada; uma cozinha, com parte de uma escada e um banheiro, ambos construídos em reforma realizados após o ano de 1944 (Figura 9).

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Figura 9 - Plantas baixas esquemáticas do edifício: planta baixa do térreo à esquerda e planta baixa do pavimento superior à direita, com indicação de um anexo (área de serviço no andar térreo) e cozinha (pavimento superior), inserido provavelmente em reformas posteriores à construção da edificação

Fonte: Autor (2019)

Quanto à estrutura, o edifício possui pilares de concreto na parte interna, e as paredes externas são autoportantes. O anexo, local em que se localiza a área de serviço no pavimento térreo e a cozinha no pavimento superior (Figura 9), construído na reforma, se estrutura em sistema de vigas e pilares em concreto armado.

Com análise feita no local, foi pontuado que a alvenaria interna da construção é constituída em sua maioria de tijolos de barro maciços, e as paredes externas com duas fiadas de tijolos, totalizando aproximadamente 30 cm de espessura. Com as reformas, foram adicionadas algumas paredes feitas com “tijolo baiano”.

Em relação às esquadrias, na fachada principal, no térreo têm-se: uma porta de madeira com duas folhas de abrir e duas portas de enrolar de aço, que davam acesso à parte comercial do edifício (Ver figura 10). No primeiro pavimento, têm-se três portas de madeiras do estilo balcão, alinhadas às portas do pavimento inferior. Na fachada leste, no primeiro pavimento, têm-se três janelas de madeira, com quatro folhas de abrir e uma janela de vidro e metal (Ver figura 11). Nesta fachada, no pavimento

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térreo, não há aberturas, porém, especula-se que as existentes foram fechadas. Na fachada oeste, no primeiro pavimento (Ver figura a) constam três janelas de madeira maciça, com quatro folhas de abrir e uma báscula de vidro e metal, situado no anexo do edifício. No térreo desta fachada (Ver figura b), a 3 janelas pivotantes de vidro e metal (Ver figura 12).

Figura 10 - Vista para a fachada principal (norte) e fachada leste do edifício

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Figura 11 - Fachada lateral leste

Fonte: Autor (2019)

Figura 12 - Fachada lateral oeste

a - Janela de madeira maciça pavimento superior

b - Janela pivotante no térreo

Fonte: Autor (2019)

O piso do edifício possui variações por pavimento e cômodo. O piso do térreo é um contrapiso e no primeiro pavimento, a maioria dos compartimentos possui piso e rodapé de madeira, exceto a cozinha e o banheiro, com piso cerâmico, assim como mostra a figura 13.

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Figura 13 - Imagens dos tipos de pisos presentes na edificação

Imagem a: Piso circulação 2

Imagem b: Piso banheiro Imagem b: Piso circulação 1

Fonte: Autor (2019)

A cobertura do edifício apresenta conformação original, composta por quatro águas, com telhas cerâmicas francesas, as quais acreditam que sejam originais, com inclinação de aproximadamente 30%, embutidas por platibandas ornamentadas (Figura 14). A platibanda, na fachada frontal é coroada por um elemento denominado gablete. A estrutura do telhado é em madeira de lei.

Figura 14 - Detalhe de elemento decorativo circular, denominado gablete, na platibanda da fachada principal

(37)

3.3 ANÁLISE DA CONSERVAÇÃO DO EDIFÍCIO

A análise da conservação do edifício Madame Albertina Holz foi feita baseada no mapeamento de danos, segundo Achiamé e Hautequestt Filho (2017). O mapa de danos e as fichas de classificação de danos encontram-se nos apêndices C e D, respectivamente. O mapeamento de danos foi realizado por meio da observação do pesquisador, no entanto, atenta-se que para um projeto de conservação ou restauro adequados da edificação, é necessário o trabalho de uma equipe multidisciplinar, além de testes e análises laboratoriais.

Inicialmente, será analisado o pavimento térreo da edificação, seguidos do primeiro pavimento, cobertura e fachada. Em cada cômodo será descrito os danos do teto, paredes, piso e rodapé, e sugeridas técnicas de restauro para os respectivos danos, de acordo com a literatura mapa de danos dos autores Genildo Coelho Haustequestt Filho e Giovana Gonçalves Achiamé.

3.3.1 Térreo

 Áreas comerciais 1, 2 e 3

Conforme descrito no mapa de danos (Apêndice C), as áreas comerciais 1, 2 e 3 (Figura 15) apresentam péssimo estado de conservação, em condição de arruinamento (Figuras 16 a 17). As paredes dos ambientes estão em péssimas condições de preservação: problemas estruturais, descolamento e umidade descendente. Os pisos dos ambientes demonstram trincas, acúmulo de lixo e sedimentos, devido à umidade descendente. O teto está arruinado: danos devido ao ataque de insetos xilófagos, comprometendo a estrutura em alguns locais.

Desta forma, para as paredes, sugere-se a retirada do material degradado, limpeza adequada, seguido de preenchimento com material compatível e pintura. Em relação ao piso, é sugerida a limpeza e a reconstituição do contrapiso, segundo recomendações de restauro do apêndice C Para o teto, propõe-se o combate dos insetos, com a impregnação de substancias tóxicas a essa manifestação biológica, e a troca do material afetado da estrutura.

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Figura 15 - Planta baixa do térreo, com indicação das imagens dos danos nas áreas comerciais (sem escala)

Fonte: Autor (2019)

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Figura 16 - Imagem A: Piso com trincas Figura 17 - Imagem B: Teto com ataque de insetos xilófagos e parede com problemas estruturais, umidade descendente

Fonte: Autor (2019) Fonte: Autor (2019)

 Área de serviço

Conforme descrito no mapa de danos (Apêndice C), a área de serviço (Figura 18), de forma geral, apresenta estado de conservação regular se comparado ao restante da edificação. No entanto, as paredes do ambiente apresentam sinais de vandalismo, umidade descendente, crosta negra, bolor e a falta de manutenção, assim como acúmulo de lixo e poeira (Figura 19 e 20). Desta forma, sugere-se limpeza e a reconstituição do local, com posterior pintura adequada.

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Figura 18 - Planta baixa do térreo, com indicação das imagens dos danos na área de serviço (sem escala)

Fonte: Autor (2019)

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Figura 19 - Imagem C: Piso da área de serviço

Figura 20 - Imagem D: Estado de conservação das paredes da área de serviço com trincas e buracos

Fonte: Autor (2019) Fonte: Autor (2019)

 Almoxarifado

Conforme descrito no mapa de danos (Apêndice C), o almoxarifado (Figura 21) demonstra bom estado de conservação em suas paredes, teto e piso (Figura 22). Com apenas acúmulo de materiais no piso e paredes com sujeira, decorrente do tempo de uso (Figura 23). Desta forma, sugere-se a remoção destes materiais, limpeza, pintura das paredes e do teto.

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Figura 21 - Planta baixa do primeiro térreo, com indicação das imagens dos danos no almoxarifado (sem escala)

Fonte: Autor (2019)

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Figura 22 - Imagem E: Estado de conservação do teto e paredes

Figura 23 - Imagem F: Piso com acúmulo de lixo e materiais

Fonte: Autor (2019) Fonte: Autor (2019)

 Circulação 1

Conforme descrito no mapa de danos (Apêndice C), este cômodo (Figuras 24) apresenta estado de conservação de regular a em arruinamento (Figuras 25 a 26). Apesar das paredes do ambiente e o piso apresentarem bom estado de conservação, com marcas de sujeira, devido ao tempo de uso, e com acúmulo de lixo, respectivamente, o teto e a escada em madeira, apresentam péssimas condições (em arruinamento), devido ao ataque de insetos xilófagos, afetando sua estrutura. Para a conservação das paredes, são propostas limpeza e pintura; para o teto, impregnação com substâncias químicas para combater os insetos e também para imunizar a madeira, com troca das peças comprometidas. Para o piso, propõe-se limpeza. Para a escada, visto suas condições de conservação, propõe-se uma nova escada de madeira tratada.

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Figura 24 - Planta baixa do térreo, com indicação das imagens dos danos na circulação 1 (sem escala)

Fonte: Autor (2019)

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Figura 25 - Imagem G: Piso da circulação 1 com acúmulo de lixo

Figura 26 - Imagem H: As paredes da circulação 1 em bom estado. Teto e escada com ataque de insetos xilófagos

Fonte: Autor (2019) Fonte: Autor (2019)

3.3.2 Primeiro pavimento

 Circulações 2,3 e 4 e Salas de estar 1 e 2

Conforme descrito no mapa de danos (Apêndice C), esses cômodos (Figura 27) são avaliados em condição de conservação de ruim a em arruinamento (Figuras 28 a 29). As paredes, os pisos e os rodapés apresentam umidade descendente, trincas, vandalismo e acúmulo de lixo. Para preservação do material atingido por umidade descendente sugere-se a troca de peças danificadas da cobertura e reposição de telhas e peças faltantes. O vandalismo sofrido pelos rodapés pode ser corrigido com a reposição do material e uma nova camada de pintura. Deve-se ainda limpar o local. Em relação ao arruinamento do forro, que ocorre por meio de ataque de insetos xilófagos e umidade descendente, propõe-se a troca do forro de todos os ambientes, por apresentar problemas estruturais.

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Figura 27 - Planta baixa do primeiro pavimento, com indicação das imagens dos danos nas salas de estar 1 e 2, e circulações 4 (sem escala)

Fonte: Autor (2019)

Conforme descrito no mapa de danos (Apêndice C), o cômodo circulação 4 (Figura 27) é avaliado de forma geral como regular (Figuras 30 a 31). As paredes, o piso, o rodapé e o teto, apresentam boas condições de conservação em sua grande maioria, exceto em uma extremidade, tendo os danos como: umidade descendente e desagregação, a manutenção proposta abrangeria a troca dos materiais afetados fisicamente, a limpeza, a pintura da parede, com tinta protegendo a mesma, e o estancamento da cobertura.

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Figura 28 - Imagem I: Umidade descendente vandalismo e acúmulo de lixo na sala de estar 1

Figura 29 - Imagem J: Perda de material no teto e umidade descendente nas paredes

Fonte: Autor (2019) Fonte: Autor (2019)

Figura 30 - Imagem K: Bom estado de conservação com danos da circulação 4

Figura 31 - Imagem L: Circulação 4, parte da parede e do piso está com umidade descendente e desagregação

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 Quartos 1, 2, 3 e 4.

Conforme descrito no mapa de danos (Apêndice C), estes cômodos (Figura 32) apresentam condições de conservação que variam entre regular a em arruinamento. As paredes dos quartos 1, 2 e 3 apresentam estado de conservação ruim, visto que demonstram diversas patologias: desbotamento da pintura, bolor, mofo, umidade ascendente, ausência de rodapé, descascamento e fissuras (Figuras 33 a 34).

As paredes do quarto 4 apresentam-se em estado de conservação regular, o seu principal dano é a pichação. Para reverter isso, são recomendadas raspagem, limpeza e pintura do local. O piso classifica-se como péssimo, seus danos referem-se à umidade descendente, acúmulo de lixo e vandalismo, identificado pela queima do material lenhoso do piso. O manejo proposto para o reparo dos danos é a limpeza do local e a troca do material danificado (Figuras 35 a 37).

Os rodapés também estão comprometidos com umidade descendente e vandalismo. Sugere-se a substituição do rodapé. Os forros dos ambientes, em madeira, estão em arruinamento, devido à umidade descendente e o ataque de insetos xilófagos, portanto, também se recomenda a troca total do forro.

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Figura 32 - Planta baixa do primeiro pavimento, com indicação das imagens dos danos nos quartos 2 e 4 (sem escala)

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Figura 33- Imagem M: Desbotamento, vandalismo e descascamento de pintura da parede. Acúmulo de lixo do chão – Quarto 2

Figura 34 - Imagem N: Fissuras na parede, ausência de rodapé e perda de material do piso

Fonte: Autor (2019) Fonte: Autor (2019) Figura 35 - Imagem O: Forro com perda

de material e parede com trincas no quarto 4

Figura 36 - Imagem P: Vandalismo na parede do quarto 4

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Figura 37 - Imagem Q: Vandalismo e acúmulo de lixo no piso do quarto 4

Fonte: Autor (2019)

 Áreas molhadas: banheiro e cozinha.

Conforme descrito no mapa de danos (Apêndice C – Figura 38), o banheiro é avaliado de forma geral como bom e em arruinamento (Figuras 39 e 40). As paredes, o rodapé e o piso do ambiente, apresentam boas condições de conservação: Com apenas acúmulo de lixo. O teto é classificado como em arruinamento, sendo seu dano: a perda de material e o ataque de insetos xilófagos, o manejo proposto seria a troca de todo o material do forro.

Conforme descrito no mapa de danos (Apêndice C – Figura 38), a cozinha é avaliada de forma geral como regular e ruim (Figuras 41, 42 e 43). As paredes, o teto e o piso do ambiente, apresentam boas condições de conservação: as paredes com sujeira e descascamento decorrente do tempo de uso, o teto com a perda do material, e o piso com acumulo de lixo. Desta forma, sugere-se a remoção destes materiais, a pintura das paredes, e a reposição do material perdido do teto. O rodapé é caracterizado como ruim, tendo danos como: o vandalismo, o manejo proposto seria a troca do material mutilado.

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Figura 38 - Planta baixa do primeiro pavimento, com indicação das imagens dos danos nas áreas molhadas (sem escala)

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Figura 39 - Imagem R: Bom estado de conservação do piso do banheiro, mas com acúmulo de lixo

Figura 40 - Imagem S: O forro do teto pendendo, acúmulo de lixo no piso e a boa condição física da parede do banheiro

Fonte: Autor (2019) Fonte: Autor (2019)

Figura 41 - Imagem U: Perda de material do forro da cozinha

Figura 42 - Imagem V: Descascamento da parede cozinha

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Figura 43 - Imagem X: Bom estado de conservação do piso da cozinha

Fonte: Autor (2019)

 Cobertura

Conforme descrito no mapa de danos (Apêndice C), a cobertura é classificada como ruim (Figuras 44 e 45), apresentando ataque de insetos xilófagos e ausência de telhas em algumas partes. O reparo proposto é a impregnação de substâncias tóxicas, para combater os insetos e reposição das peças quebradas e faltantes.

Figura 44 - Extremidades da cobertura, com perda de telhas

Figura 45 - Ataque de insetos xilófagos no madeiramento da cobertura

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 Fachadas

Conforme descrito no mapa de danos (Apêndice C) fez-se uma identificação geral dos danos encontrados nas fachadas. Os principais danos consistem em: perda de material, trincas, crosta negra, vandalismo, corrosão metálica, interferência de materiais não pertencentes à obra original, umidade ascendente, alveolização, vegetação e o destacamento do reboco (Figuras 46 a 55).

O manejo proposto para a fachada, que apresenta trincas, é primeiramente, a contratação de engenheiro especializado em construções históricas para análise estrutural da obra. Caso a obra apresente problemas estruturais, será necessário fazer projeto e execução de consolidação da estrutura, caso não, pode-se efetuar a remoção dos materiais afetados, com raspagem, limpeza, preenchimento das trincas com material compatível e pintura adequada. Para a requalificação das esquadrias, com boas condições de uso, propõe-se à retirada da tinta antiga, limpeza e a pintura da superfície, sendo recomendada a troca do material quando sua estrutura física for comprometida. Recomenda-se ainda a retirada de materiais não pertencentes à obra original e da vegetação, que obstrui visualmente a construção.

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Figura 46 - Fachada norte, com indicação dos danos: crosta negra (cor azul), trincas (cor preta), sinais de vandalismo como vidros quebrados e portas arrombadas (cor magenta), destacamento do reboco (cor rosa escuro) e corrosão metálica (cor amarela)

Fonte: Autor (2019)

Figura 47 - Fachada oeste, com indicação de danos: crosta negra (cor azul), trincas (cor preta), destacamento do reboco (cor rosa escuro), corrosão metálica (cor amarela), alveolização (cyan)

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Figura 48 - Fachada sul, com indicação de danos: crosta negra (cor azul), presença de vegetação (cor verde), materiais não pertencentes à obra original (cor cinza), alveolização (cyan), perda de material (cor magenta)

Fonte: Autor (2019)

Figura 49 - Fachada leste, com indicação de danos: crosta negra (cor azul) trinca (cor preta), perda de material (magenta), alveolização (cyan), destacamento (marrom claro), material não pertencente à obra original (cor cinza) e vandalismo (rosa claro)

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Figura 50 - Imagem da fachada norte, em que é possível perceber os danos indicados na Figura 46

Fonte: Autor (2019)

Figura 51 - Imagem da fachada oeste em que se percebem os danos crosta negra e alveolização, indicados na Figura 47

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Figura 52 - Fachada oeste com destaque para os seguintes danos: vandalismo, destacamento, crosta negra e perda de material, indicados na Figura 47

Fonte: Autor (2019)

Figura 53 - Imagem da fachada sul, em que se percebem os danos indicados na Figura 48

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Figura 54 - Fachada sul com indicação dos danos: alveolização, vegetação, crosta negra e materiais não pertencentes à obra original, indicados na Figura 48

Fonte: Autor (2019)

Figura 55 - Fachada leste com os danos indicados na Figura 49

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4. ADEQUAÇÃO DE UM NOVO USO

A proposta de adequar novo uso para uma edificação histórica tem por finalidade evitar sua perda ou descaracterização e favorecer a uma preservação permanente, pois ao inseri-la no contexto local, fornecendo-lhe uma função que respeite sua identidade, mantém-se sua continuidade histórica (CARTA DE VENEZA, 1964). Além disso, a preservação da originalidade arquitetônica do edifício fundamenta-se na afirmação que um edifício é inseparável de sua história e, assim em suas características físicas comprova sua história (CARTA DE VENEZA, 1964).

Para essa análise, foram consideradas ainda as recomendações da Carta de Petrópolis (1987) que considera que o uso do edifício histórico para preservação, não é dado somente para atividades culturais, e deve necessariamente abrigar atividades de trabalho e do cotidiano nas quais se manifesta a expressão de uma sociedade heterogênea e plural.

Assim, a partir dos levantamentos históricos e arquitetônicos realizados, do estudo das cartas patrimoniais, da análise do estado de deterioração do edifício Madame Albertina Holz, e ainda, frente à necessidade de preservação do patrimônio histórico como salvaguarda da memória de um lugar, este estudo propõe um projeto arquitetônico preliminar, com vistas à requalificação arquitetônica desta edificação. Para a definição dos possíveis usos, realizou-se uma breve pesquisa das atividades com potencial de garantir a vivacidade do local. Em conversa com a secretária de cultura do município, foi constatado que a sede dessa secretaria funciona em local improvisado, e seria interessante que o edifício abrigasse a Secretaria de Cultura Municipal, pois ambos, secretaria e a construção histórica, têm por finalidade a divulgação da identidade cultural local.

Além desse uso, analisou-se também que a cidade de Baixo Guandu carece de espaços culturais e que propiciar esse uso no edifício tombado seria uma oportunidade de preservá-lo. Assim, na proposta projetual, o térreo do edifício Madame Albertina Holz destina-se a um museu, o qual abrigará os diversos tipos de exposições: sobre a cidade, artistas locais, e ainda exposições temporárias ou itinerantes compatíveis ao espaço. Enquanto, em seu pavimento superior funcionará a

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sede da Secretaria de Cultura de Baixo Guandu, com suas demandas e um espaço para uma biblioteca pública, com acervo sobre Baixo Guandu. E, como o edifício encontra-se em um terreno amplo, propõe-se ainda a implantação de um auditório e um café de apoio. Essas atividades fomentariam o caráter cultural que se pretende conferir ao conjunto arquitetônico.

4.1 DIRETRIZES PROJETUAIS

Conceitualmente, a intenção foi configurar um conjunto arquitetônico com atividades potenciais para garantir uso contínuo do local. Quanto às diretrizes estéticas, priorizou-se manter as características físicas do edifício Madame Albertina Holz e adotar uma arquitetura limpa, sem adornos, priorizando o uso do concreto e da madeira. Dessa forma, almeja-se que a edificação histórica continue em destaque no conjunto edificado.

Manteve-se a preservação das principais fachadas e seu material constitutivo, a fim de não descaracterizar a ambiência que este comporta na identidade local. Enquanto que internamente foram feitas modificações para adequá-lo ao novo uso proposto. Pois a edificação estudada possui grau de preservação local, da identidade, que permite tais ações, diferente dos casos, nos quais pelos valores de antiguidade e singularidade impõe-se preservação total, não sendo permitidas alterações na configuração de sua planta.

A seguir, são apresentadas as diretrizes projetuais para cada edificação: Edifício Madame Albertina Holz, auditório e café. O estudo preliminar, composto por Planta de situação, Planta de implantação, Plantas Baixas, Cortes e Fachadas, se organiza em 14 pranchas, apresentadas no Apêndice E deste trabalho (Prancha 1/14: Planta de Situação; Prancha 2/14: Planta de implantação; Prancha 3/14: Planta baixa layout térreo; Prancha 4/14: Planta baixa layout 1° pavto Edifício Histórico; Prancha 05/14: Planta de Reforma térreo e 1° pavto - Edifício histórico; Prancha 06/14: Planta baixa técnica Térreo - Edifício Histórico; Prancha 07/14: Planta Baixa Técnica 1° pavto – Edifício Histórico; Prancha 08/14: Planta Baixa técnica – Café; Prancha 09/14: Planta Baixa técnica – Auditório; Prancha 10/14: Planta Baixa Técnica Sanitários; Prancha 11/14: Plantas de Cobertura; Prancha 12/14: Cortes AA e BB – Edifício Histórico,

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Corte EE – Auditório; Prancha 13/14: Corte FF - Auditório, Cortes CC e DD – Café; Prancha 14/14: Fachadas 01 e 02.).

Os edifícios anexos são implantados estrategicamente, com o intuito de aproveitar o potencial de cada um e o formato do terreno (Prancha 2/14 - Apêndice E). O café, com 46,90 m² ocupa as fachadas de maior visibilidade, de modo que seu uso culinário seja mais um atrativo para o local. A acomodação de mesas e cadeiras acontece em espaço aberto, permite e configura-se no edifício mais próximo dos acessos dos demais. O auditório, localizado aos fundos do edifício histórico Madame Albertina Holz, constitui-se em um bloco de visibilidade no conjunto, com área de 204,50 m², com capacidade para acomodar 79 pessoas. Junto ao auditório, tem-se ainda um anexo de serviços, com sanitários e área de serviço de apoio ao café, ao auditório e ao edifício histórico. O edifício histórico, ocupando a maior parte da fachada principal, encontra-se cercado pelos dois edifícios anexos. (Figura 56).

Figura 56 - Proposta de implantação do projeto de requalificação do edifício histórico (01), com os novos anexos: café (02), auditório (3) e bloco de serviço (sem escala)

Referências

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