• Nenhum resultado encontrado

Importância da atividade física no processo do envelhecimento e nos níveis de autonomia de idosas ativas e inativas

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Importância da atividade física no processo do envelhecimento e nos níveis de autonomia de idosas ativas e inativas"

Copied!
53
0
0

Texto

(1)

DHE – DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO

EMANUELY FONTANA

A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NO PROCESSO DO

ENVELHECIMENTO E NOS NÍVEIS DE AUTONOMIA DE IDOSAS ATIVAS E INATIVAS

IJUÍ/RS 2015

(2)

EMANUELY FONTANA

IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NO PROCESSO DO

ENVELHECIMENTO E NOS NÍVEIS DE AUTONOMIA DE IDOSAS ATIVAS E INATIVAS

Trabalho de Conclusão do curso de Educação Física, Departamento de Humanidades e Educação (DHE) da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Educação Física.

Orientadora: Professora Ms. MoaneMarchesanKrug

IJUÍ/RS 2015

(3)

A Banca Examinadora abaixo assinada aprova o trabalho de conclusão de curso:

A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NO PROCESSO DO

ENVELHECIMENTO E NOS NÍVEIS DE AUTONOMIA DE IDOSAS ATIVAS E INATIVAS

Elaborado por EMANUELY FONTANA

Como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Educação Física

Ijuí (RS) BANCA EXAMINADORA __________________________________________________ Professora Ms. MoaneMarchesanKrug Orientadora BANCA EXAMINADORA __________________________________________________ Professora Ms. Stela Maris StefanelloStefanello

(4)

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por iluminar o meu caminho, abençoar os meus passos e estar sempre ao meu lado.

Aos meus pais, e irmã pelo amor, incentivo е apoio incondicional. A minha mãe Mari, heroína quе mе apoiou, incentivou-me nas horas difíceis, de desânimo е cansaço. Ao meu pai, Adelar quе apesar dе todas аs dificuldades mе fortaleceu e estava ao meu lado sempre, quе pаrа mіm foi muito importante. A minha irmã Ana Eliza, por todos momentos que compartilhamos juntas, e por acreditar em mim sempre.

Quero agradecer ao meu namorado Tiago, que esteve presente e compartilhou todos os momentos difíceis e alegres da minha formação. Agradecer por se preocupar comigo e estar sempre ao meu lado.

Aos colegas dе trabalho, e aos amigos que ganhei no curso agradeço por fazerem parte dа minha vida е quе vão continuar presentes em minha memória. Agradeço a Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ) e ao corpo docente por proporcionar as melhores vivências acadêmicas e contribuir na minha formação como profissional em Educação Física.

Agradeço a minha orientadora Moane Marchesan Krug pelo seu incentivo e paciência por essa pesquisa, e a sua dedicação por formar profissionais qualificados.

(5)

RESUMO

A população mundial idosa está crescendo rapidamente. A grande preocupação dos governos e população em geral é o envelhecer de forma saudável e autônoma, assim essa linha de pesquisa busca investigar a importância da atividade física no processo de envelhecimento e nos níveis de autonomia de idosas ativas e não ativas. A pesquisa é do tipo estudo de caso, de cunho qualitativo/quantitativo, onde os sujeitos pesquisados foramidosas ativas (15 idosas) e inativas (10 idosas), da cidade de Ijuí, Rio Grande do Sul. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário, contendo perguntas abertas e fechadas e na aplicação dos testes do Protocolo GDLAM (Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para a Maturidade). Esse protocolo consiste emverificar a autonomia por meio da resistência muscular, equilíbrio e a mobilidade de idosos. Os testes aplicados foram: o caminhar 10 metros, levantarem-se da posição sentada, levantar-se da posição decúbito ventral e levantar-se da cadeira e caminhar pela casa. Os resultados mostraram que a maioria das idosas encontra-se na faixa etária de 65 a 70 anos (56%), eviúva (44,44%) e não possuem um emprego remunerado (72,22%). Ainda, maior parte das idosas não relatou algum tipo de doença (66,67%). Com relação à percepção das idosas sobre o envelhecimento foi possível verificar que enquanto as idosas ativas entendiam o envelhecimento como um processo natural, sendo a melhor fase da vida, as idosas inativas percebiam,e entendiam como o fim da vida, pois se sentiam abandonadas e sem utilidade. A autonomia foi entendida por ambos os grupos como sendo a independência para tomar as próprias decisões, no sentido de liberdade e segurança. Em relação a percepção sobre a atividade física, ambos os grupos entendem como diversão, o cuidado do corpo e saúde em geral. Sobre os testes físicos foi possível visualizar que as idosas ativas apresentaram valores superiores aos encontrados nas idosas inativas, com diferença significativa em todos os testes (p<0,001). Sendo assim, é possível concluir que as idosas ativas, além de apresentaram melhor autonomia física, se sentem mais vivas, alegres, determinadas e autônomas, enquanto que as inativas são mais debilitadas e se percebem como donas de um corpo envelhecido, mal cuidado, sendo infelizes no seu dia a dia.

(6)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1-Percepção do envelhecer das idosas ativas...29

Figura 2-Percepção do envelhecer das idosas inativas...30

Figura 3-Percepção das idosas ativas e inativas sobre autonomia...31

Figura 4-Percepção das idosas ativas e inativas sobre atividade física...32

Figura 5-Classificação dos resultados do Protocolo GDLAM aplicado nas idosas ativas...34

(7)

LISTA DE TABELAS

TABELA 1- Características sócias demográficas e presença de doenças das

idosas ativas e inativas da cidade de Ijuí- RS,2015. 27 TABELA 2- Comparação das variáveis de autonomia avaliadas pelo

Protocolo GDLAM em idosas ativas e inativas: análise do Teste “t”

(8)

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

GDLAM Grupo de Desenvolvimento Latino Americano para a Maturidade C10m Caminhar 10 metros

LPS Levantar da Posição Sentada

LPDV Levantar da Posição Decúbito Ventral

LCLC Levantar da Cadeira e Locomover-se Pela Casa IA Idosas Ativas

(9)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 10 1.1 Problema ... 11 1.2 Objetivos ... 11 1.2.1 Objetivo Geral ... 11 1.2.2 Objetivo específico ... 11 1.3 Justificativa ... 11 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 13

2.1 ATIVIDADE FÍSICA E ENVELHECIMENTO ... 13

2.2 TEORIAS DO ENVELHECIMENTO HUMANO ... 15

2.3 PROCESSO DO ENVELHECIMENTO HUMANO ... 16

2.4 EDUCAÇÃO EM SAÚDE ... 18

2.5 ATIVIDADE FÍSICA E AUTONOMIA NO PROCESSO DO ENVELHECIMENTO ... 20 3. METODOLOGIA ... 23 3.1 Tipo de pesquisa ... 23 3.2 População e amostra ... 24 3.3 Procedimentos ... 24 3.4 Coleta de Dados ... 25

3.5 Análise e interpretação dos resultados ... 26

3.6 Cuidados Éticos ... 26

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 27

4.1 Caracterizações da Amostra ... 27

4.2 PERCEPÇÕES DAS IDOSAS ... 28

4.2.1 Percepção sobre o envelhecimento ... 28

4.2.2 Percepção sobre autonomia ... 30

4.2.3 Percepção sobre atividade física ... 31

4.3 Análises dos Testes ... 33

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 38

APÊNDICE ... 40

(10)

INTRODUÇÃO

O processo de envelhecimento é acompanhado, muitas vezes, por muitas perdas e um estilo de vida inativo, que favorece a incapacidade física e a dependência. “O envelhecimento traz a diminuição gradual da capacidade funcional, a qual é progressiva e aumenta com a idade” (FERREIRA et al, 2012, p. 514). Por esse motivo que a população entende o envelhecimento como algo perverso, pois ocorrem muitas perdas, dependência e a rotina dessas pessoas se tornará toda debilitada e frágil.

Estudos como de Farinatti (2008), Silva (2011), Dantas; Oliveira (2003) apontam o envelhecimento como um processo natural. Assim ao envelhecer as capacidades funcionais, motoras, genéticas e psicológicas irá sofrer modificações e por esses motivos que a busca por autonomia e qualidade de vida está aumentando. As pessoas estão buscando informações e modos que auxiliam no retardo do envelhecimento para se beneficiar e ter uma vida com qualidade.

Segundo Ferreira et al (2012) “mesmo existindo as perdas durante o processo do envelhecimento, o envelhecer de maneira ativa deve ser estimulado entre os idosos, pois ele é sinônimo de vida plena e com qualidade”. Por esse motivo se entende que a atividade física auxilia na melhoria na vida do idoso, insere esse idoso a ter uma vida mais ativa, com mais qualidade e fazendo com que esse idoso se sinta sociável dentro de uma comunidade. Por esse modo a atividade física vem ser uma alternativa para envelhecer melhor, com mais saúde e autonomia, além de proteger de várias doenças.

Com o aumento da população idosa a busca por programas voltados ao envelhecimento é grande. Entretanto não só os governos estão investindo nessa área com programas específicos para a terceira idade, mas, a sociedade está motivada a ajudar na criação desses programas e incentivar o público idoso a ter uma vida ativa e autônoma.

Dessa maneira é verificável o quão importante é a atividade física na busca por autonomia e qualidade de vida para o público idoso. Desse modo busco através dessa pesquisa investigar a vida de idosos ativos e inativos de Ijuí, e assim entender a importância que a atividade física tem em relação ao ganho de autonomia do idoso. Desta forma, poder analisar a diferença de hábitos de vida desses idosos e perceber o valor de ter uma vida ativa desde jovens.

(11)

1.1 Problema

Quais são os benefícios de ter uma vida ativa em comparação a uma vida sedentária. Quais níveis de autonomia são ideais para proporcionar mais qualidade de vida em grupos de idosas ativas e inativas da cidade de Ijuí?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Comparar os níveis de autonomia de idosas ativas frequentadoras de um programa de atividade física vigorosa em relação às idosas inativas, verificando os níveis de autonomia por meio de testes e questionário.

1.2.2 Objetivo específico

 Caracterização da amostra.

 Identificar os níveis de autonomia de idosas ativas e inativas.  Comparar os níveis de autonomia das idosas ativas e inativas.

 Investigar a percepção das idosas sobre envelhecimento, autonomia e atividade física.

1.3 Justificativa

Nos últimos anos pode se observar que a população idosa brasileira vem crescendo rapidamente. Assim com o aumento da população idosa teve o aumento da expectativa de vida. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística a expectativa de vida da população brasileira cresceu e teve um acréscimo de 33% de anos em comparação a pesquisas realizadas em 1980, assim a “expectativa de vida aos 60 anos, que era de 16,4 anos em 1980, passou para 21,8 anos em 2013” (IBGE, 2014, p.1).

Com o aumento da população idosa, cresceu a procura por qualidade de vida, saúde, autonomia e bem-estar. Hoje as pessoas estão se cuidando melhor e estão em busca de prazer, satisfação, autoestima e com isso, a procura por locais que proporcionam o bem-estar é

(12)

grande. É por esse motivo que existem várias áreas onde atende essa população, proporcionando qualidade de vida e dando mais sentido na vida do idoso.

Segundo Meirelles (2000) apud Araújo, Sales e Júnior (2008, p.04),“a falta de atividade física mostra que um número crescente de idosos está vivendo abaixo dos limites da capacidade física, bastando qualquer doença para se tornarem dependentes”. É por esse motivo que os pesquisadores do envelhecimento estão priorizando esses estudos para contribuir e auxiliar os profissionais que irão trabalhar com esse público.

Diante de tais informações que expressam o aumento da população idosa e a procura por mais qualidade de vida, se verifica cada vez mais a importância de compreender esse idoso e o que ele busca para se tornar mais independente. Desta forma, poder entender a relação que a atividade física possui sobre o ganho de autonomia e saúde dessa população.

A partir desse estudo se optou verificar a população idosa, e verificar a procura por mais autonomia e qualidade de vida que se dá na prática de atividades físicas moderada e vigorosa. Desta forma, o estudo trará um melhor entendimento da importância de se ter autonomia e não depender de algo ou alguém. Esse estudo proporcionará aos profissionais que atuam com grupos idosos desenvolver melhor seus conhecimentos perante a busca de autonomia e qualidade de vida.

Nesse sentido, o capítulo um dessa pesquisa é embasado em autores que estudam e sustentam o valor do conhecimento sobre envelhecimento, atividade física, o processo do envelhecimento, autonomia e educação em saúde. Em relação ao segundo capítulo, é referente a metodologia da pesquisa, descrevendo como foi realizada a prática para obter os resultados, no terceiro capítulo foi debatido os resultados obtidos, junto com autores que pesquisaram sobre o mesmo assunto. Após essas etapas é o fechamento da pesquisa.

(13)

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo, comento o conceito de atividade física, envelhecimento, autonomia, teorias do envelhecimento, uma vez que estes são temas basilares dessa pesquisa.

2.1 ATIVIDADE FÍSICA E ENVELHECIMENTO

Não é de hoje que compreendemos que a atividade física só tem a contribuir em nossas vidas. A atividade física é de suma importância, assim Mazo (2008) “refere que o exercício físico/ atividade física são formas de contrariar o sedentarismo, doenças e incapacidades resultantes do aumento da idade, e por outro lado, ajuda a diminuir os anos de dependência funcional e a reduzir o risco de patologias agudas ou crônicas”.

Em seus pensamentos, Okuma descreve a respeito de que,

[...] a atividade física é recurso importante para minimizar a degeneração provocada pelo envelhecimento, possibilitando o idoso a manter uma vida mais ativa. Visto que ela tem potencial para estimular várias funções essenciais do organismo, mostra não só coadjuvante importe no tratamento e controle de doenças crônico-degenerativas, [...] mas é também essencial na manutenção das funções do aparelho locomotor, principal responsável pelo desempenho das atividades da vida diária e pelo grau de independência e autonomia do idoso (1998, p.51).

No processo do envelhecimento muitas alterações ocorrem com o corpo humano tanto de origem funcional como estrutural. O efeito que acontece com esse tipo de alteração implica extremamente na vida diária de uma pessoa idosa, assim interferindo na questão do equilíbrio, da força, da flexibilidade, no psicológico do idoso, acarretando também perda da capacidade física e levando a uma vida sedentária e dependente. Muitas vezes os idosos acomodam-se de suas atividades rotineiras e acabam perdendo sua vontade, autoestima, autoconfiança e por isso acabam sofrendo alterações no corpo precocemente (FARINATTI, 2008).

Muitos idosos preferem adotar esse tipo de vida sedentária e dependente pelo fato dessa prática estar inserida na cultura social em que vivem. É por esse motivo que a cultura desses idosos ainda é muito resistente em relação à atividade física. De certa forma os idosos reagem com certo preconceito, nas mudanças adotadas pelos seus familiares ou amigos, por adotar um estilo de vida mais ativo depois de certa idade, ou em muitos casos os idosos se subestimam de suas próprias capacidades físicas.

(14)

É por este motivo que ainda hoje existe este preconceito em relação aos idosos praticar atividades físicas. Antigamente a atividade física não era vista cientificamente como benéfica para o corpo e mente, além de muitas vezes o tempo e dinheiro destinado ao lazer era restrito, nesse sentido que muitos idosos resistem ainda hoje em ter uma vida mais ativa.

Já o autor Nahas (2010) relata sobre os riscos associados ao sedentarismo. Como também explica o problema de saúde pública que é a inatividade física, e ressalta os desafios enfrentados pelos órgãos de saúde e da educação a promoção de saúde. O autor faz uma comparação em um quadro sobre a prática de atividade física em relação à inatividade, onde se pode notar o quão importante é levar uma vida mais ativa.

Fonte: Livro Atividade Física, saúde e qualidade de vida do autor Markus V. Nahas (NAHAS, 2010, p. 139).

A Organização Mundial da Saúde no ano de 1996 criou diretrizes para a prática de atividades físicas mostrando os benefícios que ela proporciona aos idosos. Essas diretrizes compõem- se de benefícios que a atividade física nos fornece, estando incluso melhoramentos do tipo físico, psicológico e social (SILVA, 2011).

“O exercício físico regular no individuo idoso melhora a qualidade de vida, maximiza funções, prolonga a independência e minimiza ou reverte os impactos adversos do processo de envelhecimento a nível físico, psicológico e social” (SHEPHARD, 2002 apud SILVA, 2011, p. 40).

Por isso a população idosa deve ser auxiliada e orientada a iniciar um programa de atividades físicas. O grande impacto que a atividade física proporciona, é de amplos benefícios ao idoso, além de regular a manutenção da capacidade funcional, previne doenças que possam surgir ao envelhecer. Assim o idoso acaba tendo melhores condições nas realizações de pequenas tarefas, como o aumento de longevidade e saúde (OKUMA, 1998).

No mundo científico não é diferente. Pesquisadores reconhecem na atividadefísica um fator determinante na qualidade de vida, independência e autonomia do idoso.

[...]o corpo necessita ser lubrificado e estar em movimentoconstante e sustenta que a atividade física para o idoso está centrada em quatro fatoresmotivadores: “a prevenção, manutenção, reabilitação e recreação... com a atividade física não há anulamento do envelhecimento, mas sim a prevenção de possíveisproblemas que ocorrem nessa fase” (PONT GEIS, 2003 apud COSTA, 2009 p. 04).

Atividade Aptidão Saúde, Física Física Bem-Estar Longevidade --- --------- Inatividade Baixa Doença, Morte Prematura Aptidão Debilidade

(15)

A importância da população idosa praticar atividade física tem grande valor. São comprovados cientificamente os benefícios de que provém levar uma vida mais ativa, com mais qualidade de vida e bem-estar, desta forma minimizando a chance de se obter algum tipo de doença crônica ou o agravamento da mesma. Além de promover mais satisfação, prazer e realização na vida do idoso.

2.2 TEORIAS DO ENVELHECIMENTO HUMANO

Desde que nascemos aprendemos nas aulas de ciência o ciclo da vida, o crescer, o desenvolver, procriar e morrer. É por esse motivo que se sabe quando iremos envelhecer e como consequência nos tornar fracos e dependentes. Essas mudanças ocorrem no nosso sistema orgânico, funcional e celular ocasionando alterações no passar dos anos, por esse motivo que os idosos notam a diferença ao realizar atividades cotidianas.

“Como instrumento de precisão, o organismo tenderia a apresentar falhas à medida que seu tempo de utilização aumentasse. De fato, os sistemas orgânicos não conseguem desempenhar bem suas funções diante de variações do meio interno, à medida que os anos avançam” (FARINATTI, 2008, p.23). É com essas palavras que o autor relata a precisão do corpo humano, mas as falhas que ele vem apresentar são pelo passar dos anos, contudo essas falhas podem ser de origem natural ou por consequência de alguma patologia ou ainda por hábitos de vida não saudáveis que ocasionam o aceleramento do envelhecer.

Atualmente estão surgindo vários estudos referentes às mudanças que ocorrem com o corpo humano ao envelhecer. Esses engajamentos teóricos já vêm sendo estudados há anos, mas é na atualidade que está ganhando força para poder assim, identificar o certo sobre as mudanças no envelhecimento. É por esse motivo que surgiram os estudos sobre as teorias do envelhecimento, essas teorias tem o objetivo de explicar o que de fato ocorre com o corpo humano ao envelhecer e as transformações de origem genética e social.

Nos estudos de Farinatti (2008 p.23) as teorias do envelhecimento “tendem a focalizar os problemas que afetam a precisão do sistema, sejam elas de origem genética, metabólica, celular ou molecular”, podendo ser também de cunho social. São esses os motivos pelos quais as pesquisas estão centradas, contudo é a busca de conhecimento sobre as mudanças no corpo humano, o porquê envelhecer, pelos quais motivos, enfim como podemos retardar esse processo natural do envelhecimento.

(16)

Existem dois estudos sobre as teorias do envelhecimento, a primeira de cunho biológico e a segunda de cunho social. As teorias biológicas do envelhecimento “examinam o assunto sob a ótica do declínio e da degeneração da função e estrutura dos sistemas orgânicos e das células” (FARINATTI, 2008, p. 23). Portanto a função das teorias biológicas do envelhecimento é saber as mudanças do sistema celular, dos órgãos, radicais livres entre outros fatores que contribuem no envelhecimento.

As teorias sociais do envelhecimento são divididas por gerações. A primeira geração tem o foco no individuo, e a aceitação dele como idoso, a segunda geração é definida pela posição social do idoso, e a terceira geração é identificar a interação entre a primeira e segunda geração (FARINATTI, 2008). Portanto as teorias sociais do envelhecimento vêm a entender como o individuo idoso interage com outras pessoas e como ele se porta diante dê situações incômodas que a sociedade proporciona.

Assim as teorias sociais do envelhecimento são entendidas como “uma mútua e inevitável retirada ou desengajamento, resultante da diminuição da interação entre o idoso e outras pessoas do sistema social em que se insere” (CUMMINGS e HENRY apud FARINATTI, 2008, p. 30). É por esse motivo que o idoso faz uma seleção de pessoas do seu interesse social, e arriscam integrar e ser aceitos dentro de uma sociedade que os discrimina, pois antes possuíam um papel fundamental dentro dessa mesma sociedade que hoje é preconceituosa. É por esses motivos que muitos estudiosos e pesquisadores vêm entender as manifestações sociais no envelhecimento.

2.3 PROCESSO DO ENVELHECIMENTO HUMANO

O envelhecimento pode ser entendido como um processo dinâmico e progressivo (FERREIRA. et al. 2012, p.514). Assim, se entende que o processo de envelhecimento humano desenvolve mudanças, onde o organismo tende a se adaptar continuamente, essas mudanças ocorrem de forma progressiva, sendo natural ocorrer falhas nos sistemas do corpo humano.

“O envelhecimento é um fenômeno do processo da vida, assim como a infância, a adolescência e a maturidade, e é marcado por mudanças biopsicossociais específicas, associadas à passagem do tempo.” (FERREIRA. et al. 2010, p. 357). Dessa forma, percebemos as mudanças cronologicamente que acontece com o ser humano, assim na idade adulta para a velhice essas mudanças ocorrem frequentemente. São modificações funcionais,

(17)

psicológicas, sociais e biológicas, que acabam acarretando perdas ao individuo idoso, onde muitas vezes torna-se esse idoso dependente.

Os fenômenos que ocorrem com a população idosa possuem variações. Esse declínio das funções orgânicas variam com o tempo, o organismo, idade, sexo e o ambiente, entre outros fatores, onde acabam por influenciar perdas significativas, tornando a população idosa frágil.

Existem três dimensões referentes às mudanças que sucedem o envelhecimento, que são indiscutíveis. Assim, podemos entender que o envelhecimento é um processo natural, que ocorre modificações biopsicossociais no individuo idoso, contudo essas mudanças interferem no sistema biológico, psicológico e social na vida do idoso. Segundo Campo (et al, 2014, p.14) o processo biopsicossocial refere-se as,

[...] repercuções do envelhecimento biológico na redução da força e resistência física, bem como na eventual percepção de uma imagem corporal menos atraente, têm geralmente efeitos psicológicos negativos sobre a autoestima e a auto eficácia individuais, suscitando ainda efeitos negativos no contexto social pelo fato de as pessoas[...] ajustarem a representação que possuem do individuo e o modo como interagem com ele [...].

As modificações biológicas no organismo humano implica diretamente na performance do idoso. Os tecidos, órgãos, células, músculos tornam-se mais lentos, com isso, o idoso acaba perdendo a capacidade de se movimentar, locomover, agir e pensar. Assim o envelhecimento biológico possui dois diferentes tipos que os definem, as perdas deterministas, que por consequência está diretamente relacionada ao sistema genético humano, e as perdas estocásticas, que se relacionam aos agentes agressores externos que provocam lesões, fraturas, obstruções onde, acabam implicando no bom funcionamento do organismo. (CAMPOS, et al, 2014).

Em relação às mudanças psicológicas “é normativo que determinadas capacidades cognitivas como a atenção, a memória (nomeadamente memória a curto prazo e memória episódica) e a velocidade de processamento e de atividade psicomotora sofrem um declínio” (CAMPOS, et al, 2014, p.15-16). Devido a essa perda cognitiva muitos idosos sofrem por não conhecer e lembrar-se de familiares, amigos e lugares, dessa forma, esses idosos adoecem mais cedo, entram em quadros críticos de ansiedade e depressão. Essas mudanças psicológicas acontecem não pelo declínio biológico de cada indivíduo, mas pelo estilo de vida, pela falta de estímulo e motivação, também pala falta de confiança por parte da família.

(18)

As mudanças sociais no envelhecimento englobam vários fatores que afeta o dia a dia do indivíduo idoso. Além de mudanças biológicas e psicológicas os idosos sofrem modificações com o ambiente onde vivem. Muitas vezes a sociedade não consegue se adaptar com os idosos, da mesma forma os idosos não possuem expectativas com o avanço da idade. Para Campos (et al, 2014. p.17)

[...]se o ambiente social tratar a pessoa que envelhece acentuando as suas perdas e desvalorizando as capacidades que ainda persistem, ao invés de estimular a manutenção da autonomia e da funcionalidade estará contribuindo para que uma progressiva dependência possa instalar-se precocemente.

Dessa forma é de suma importância a sociedade integrar a população idosa dentro de programas e projetos que englobam trabalhos para desenvolver a parte cognitiva, funcional, motora e a socialização dessa população. Assim a prática de atividade física moderada a vigorosa ajudará esses idosos a manterem-se ativos, com padrões de saúde melhores e proporcionando mais qualidade de vida, e assim o declínio do processo biopsicossocial será retardado.

2.4 EDUCAÇÃO EM SAÚDE

Hoje um dos grandes assuntos debatidos pelos governos mundiais, é a educação em saúde. “Entende-se por educação em saúde quaisquercombinações de experiências de aprendizagemdelineadas com vistas a facilitar ações voluntáriasconducentes à saúde” (CANDEIAS, 1997, p. 210). Contudo se compreende a importância em haver trocas de experiências no assunto saúde, além de facilitar o processo de aprendizagem e entendimento sobre educação em saúde com a finalidade de alcançar um efeito intencional na saúde coletiva (CANDEIAS, 1997).

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) pelo censo de 2013 relatou que 46% da população brasileira é sedentária. Nesse sentido os debates e pesquisas realizadas nessa área no mundo inteiro vêm a ser, sobretudo a discussão em educação e saúde individual ou coletiva da população. Desta forma, os debates realizados são sobre os direitos humanos, vem a discutir e entender as causas do sedentarismo, e assim em muitos casos as consequências oriundas pela falta de educação em saúde, é a cultura, religião, costumes, entre outros fatores.

(19)

Conforme dados coletados pelo IBGE no censo de 2013, aproximadamente 22% da população brasileira com mais de 18 anos possui algum tipo de doença crônica intransmissível. São doenças como hipertensão, diabetes mellitus, colesterol elevado, câncer, AVC, doenças cardiovasculares entre outras que causam cerca de 70% de mortes em brasileiros nos últimos anos (IBGE, 2013).

Essas estatísticas geram certa preocupação para os governos e a própria população. Assim as informações das pesquisas realizadas com a população são divulgadas, com finalidade de a população poder entender os números e o estado de saúde que cada um se encontra, também poder tomar uma iniciativa para melhorar os níveis de aptidão física, a saúde em geral e ter mais qualidade de vida.

As políticas públicas são as responsáveis pelo assunto educação em saúde. Responsáveis pela troca de informações sobre saúde, doença, além de auxiliar e explicar modos para se prevenir de muitas doenças oriundas da vida inativa. Atualmente nos deparamos com fragilidades nos sistemas de promoção da saúde e prevenção de doenças. A população quer mais compromisso e seriedade quando se trata desse assunto tão importante e relevante. “No entanto há muito ainda por se fazer por esta população que carece de assistência, orientação e políticas mais efetivas de incentivo à qualidade de vida e preservação da saúde” (COSTA, 2009, p. 03).

O mundo está evoluindo cada vez mais, os meios de comunicação se tornaram membros da população e a globalização tomou conta da evolução mundial. Com essa evolução ocasionou várias mudanças na vida diária das pessoas, assim por sua vez as pessoas estão ficando cada vez mais individualistas, e com menos tempo para se dedicar a saúde do corpo e da mente. Desta forma quem entra neste caminho não para, a busca por atualização e aprendizagem é sempre grande, a humanização e o trabalho em equipe estão cada vez menores, assim como a qualidade de vida e saúde estão sendo esquecidas por um mundo globalizado.

Vivemos em uma era onde o que é novo hoje, pode se tornar obsoleto amanhã, o chegar primeiro virou mais importante do que chegarmos juntos. Estamos compartilhando individualidade ao invés de solidariedade, o dia se tornou curto para a realização de todas as tarefas.

Entendemos hoje que ter uma vida saudável requer muito compromisso e dedicação. Esse compromisso vem da educação passada pela família e a escola nos primeiros anos da criança. Programas de atividade física moderadas proporciona saúde, qualidade de vida, uma

(20)

vida ausente de doenças e preocupações, essas ideias são discutidas e passadas aos alunos para debate e compreensão de educação em saúde.

Um dos papéis fundamentais que a Educação Física possui é a relação que existe com a saúde. Atualmente a Educação Física escolar passa por muitas dificuldades, uma delas, são as condições físicas precárias, além de tempo muito curto com os alunos. Por esses motivos, que muitas vezes os próprios professores, não conseguem orientar seus alunos sobre saúde, qualidade de vida, nutrição, doenças e tudo aquilo que é necessário para após a vida escolar essas crianças possam ser cidadãos ativos e com qualidade de vida.

2.5 ATIVIDADE FÍSICA E AUTONOMIA NO PROCESSO DO

ENVELHECIMENTO

Muitas pessoas ao envelhecer tornam-se dependentes de algo ou de alguém, e acabam por serem influenciadas por outra pessoa. Hoje a maioria dos idosos tem suas vidas confiscadas, regradas, e assim acabam perdendo os direitos de tutela da própria vida, não possuem mais toda autonomia quando jovens, e simplesmente acabam sofrendo e adoecendo mais cedo.

Ao envelhecer várias pessoas acabam ficando mais inativas em relação à sociedade. A velhice hoje é considerada por muitos uma doença e, portanto não consideram a pessoa idosa integrante de uma sociedade. Essas mudanças onde os idosos acabam sendo excluídos da sociedade acarretam em limitações, ou perdas a esses indivíduos, e muitas vezes agridem a própria autoestima, autoconfiança e a segurança desses idosos.

Com as mudanças que ocorrem ao envelhecer, os idosos acabam sofrendo com esse tipo de alteração, dessa forma podendo ser de origem funcional, social e mental relacionada com algum tipo de doença crônica, que é natural o idoso lidar com esse tipo de doença. Com essas alterações descritas acima, o individuo idoso acaba se tornando dependente de outra pessoa ou até mesmo de vários medicamentos, e assim acabam perdendosua autonomia e destreza. (DANTAS; OLIVEIRA, 2003)

Em relação à autonomia Faria Júnior (1999) apud Dantas; Oliveira (2003, p. 39) ressalta que “a perda da independência nas atividades da vida diária pode ser considerada como um ponto de declínio e de fragilidade nos idosos, além de um indicador de necessidades e de cuidados”. É por isso que muitos idosos têm sua autonomia comprometida, acarretando em problemas na vida familiar e social, e com isso diminuindo a qualidade de vida dessa população idosa.

(21)

Muitos idosos possuem um estilo de vida sedentário que acaba comprometendo sua própria autonomia, e modificando suas atividades rotineiras no seu dia a dia. Assim nas palavras de Armbruster, 2001 apud Dantas; Oliveira,

[...] um estilo de vida sedentário tem um dramático efeito sobre a independência ou autonomia dos idosos, principalmente quando esses idosos estão com suas habilidades físicas sendo exercidas próximas ao nível máximo, onde qualquer esforço adicional poderá trazer facilmente comprometimento em sua autonomia (2003, p. 40).

Autores como Spirduso, Francies e MacRae (2005) apud Silva (2011, p.29), se referem ao idoso com a principal preocupação é em relaçãoà qualidade de vida, pois,

[...] estará sempre relacionada com a saúde física e mental, funcionalidade e autonomia, particularmente com a capacidade de realizar as atividades de vida diária de uma forma independente, mas também com o sentido de bem-estar e satisfação.

É por isso que hoje existem várias campanhas e movimentos que incentivam os idosos a praticar atividade física. Pois é a prática dos exercíciosfísicos que auxiliamna melhoriada capacidade física, funcional, psicológica e social do idoso além de ajudar na vida diária dos idosos. Assim a contribuição da atividade física para essa população é de grande importância, o idoso acaba ganhando mais liberdade e autonomia na realização de tarefas simples, interagindo melhor com a sociedade, como também aceitando novas ideias dentro da comunidade que integra esse cidadão idoso.

Assim sendo, no pensar de Pont Géis (2003) apud Costa (2009, p.09) em relação à autonomia e envelhecimento, podemos entender a busca constante de superação, e que assim se faça,

“[...] necessário que o idosobusque atividades gratificantes que ocupem pelo menos parte do seu dia, que o ajudema superar estados de desânimo e depressão causados muitas vezes por pressõessocioeconômicas advindas muitas vezes de uma aposentadoria. Além de fazer comque ele se sinta útil, ativo, estas atividades servem também de ponto de referênciasocial, um meio de integração com um número maior de pessoas, além dos benefíciosfísicos que elas podem proporcionar.”

Portanto vários pesquisadores investigam o benefício constante que a prática da atividade física proporciona ao idoso ativo. Nas palavras de Filho (2006) apud Costa (2009, p. 01),

(22)

Um estilo de vida ativo traz benefícios inquestionáveis à saúde com reflexopositivo na preservação da autonomia e independência destes idosos uma vez quecontribui para o aumento do tônus muscular, para ganho de massa óssea, diminuiçãodos níveis de pressão arterial, glicose e colesterol, normalização do peso corporal ediminuição do stress, benefícios para todo o sistema cardiovascular, além de aumentara flexibilidade e o equilíbrio, importantes na prevenção de acidentes tão comuns nestafaixa etária.

A grande preocupação da maioria das pessoasé o envelhecer de forma saudável, e assim continuar a ter a mesma participação na sociedade como antes. Porém para se envelhecer de forma saudável devemos modificar os hábitos que possuímos. Desta forma, uma alimentação adequada, a prática de atividades físicas, o envolvimento em programas e/ou atividades que proporcionam prazer e satisfação, auxiliam o individuo idoso a ter mais qualidade de vida, mais saúde, disposição, bem-estar e autonomia.

(23)

3. METODOLOGIA

3.1 Tipo de pesquisa

Esse estudo se caracterizoucomoqualitativo/quantitativo,com delineamento do tipo estudo de caso. A partir disso a busca por resolver o problema foi na análise dos resultados obtidos pelos testes realizados com as idosas, para assim poder classificar os níveis de autonomia que se encontramas idosas ativas em relação às inativas, além da análise das entrevistas, que evidenciaram as percepções das idosas.

Entende-se que o estudo de caso procura buscar o modo ou as causas do fenômeno estudado, assim permitindo um extenso conhecimento desse fenômeno.Segundo Yin (2014, p.04) “o estudo de caso é usado em muitas situações, para contribuir ao nosso conhecimento dos fenômenos individuais, grupais, organizacionais, políticos e relacionados...”.

Segundo o autor Gil (2010, p. 37) sobre o estudo de caso que,

“consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados.”

Segundo Yin (2005) apud Gil (2010, p.37) este tipo de pesquisa,

“é encarado como o delineamento mais adequado para a investigação de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real, onde os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente percebidos.”

O estudo de caso possui vantagens e desvantagens que o pesquisador deve ter muito cuidado na hora de fazer o experimento. Assim possui como vantagens a forma de planejar o estudo pode ser mais flexível, outra vantagem é a relação da teoria e a prática, onde auxilia o pesquisador na obtenção dos dados e posteriores resultados. Tendo assim como desvantagens a dificuldade da generalização, ou seja, o estudo se faz com poucos casos e, portanto acaba fragilizando a generalização, outra desvantagem desse estudo é não proporcionar um novo conhecimento específico, acaba gerando um conhecimento global do problema.

(24)

3.2 População e amostra

A pesquisa foi realizada com uma amostra composta por 25 mulheres idosas, com faixa etária entre 65 a 80 anos. Essas idosas são moradoras no município de Ijuí pertencente ao estado do Rio Grande do Sul. Essa amostra escolhida foi dividida em dois grupos sendo 15 mulheres idosas ativas, onde praticam atividade física vigorosa no mínimo de seis meses, sendo também ativas nas tarefas diárias com a casa, família e trabalho. Em relação ao outro grupo, ele é composto por 10 mulheres idosas inativas (sedentárias) que não praticam atividade física vigorosa nenhuma vez na semana, como também nenhuma tarefa que exija esforço máximo, sendo assim, se relaciona as atividades de cuidados da casa, família e trabalho.

O grupo ativo que foi escolhido realiza atividade física de moderada a vigorosa, no mínimo de duas vezes na semana, em uma academia de musculação na cidade de Ijuí. Na academia essas idosas seguem uma prescrição de exercícios para melhorar as capacidades de força, flexibilidade e o sistema cardiorrespiratório, assim tendo uma melhor aptidão física, como também melhora na qualidade de vida, bem-estar, autonomia e saúde.

A escolha do grupo de idosas inativas foi por estas serem sedentárias. Neste contexto escolheu-se realizar a pesquisa com as idosas que residem na SABEVE (Sociedade de Amparo e Bem Estar na Velhice) em Ijuí, instituição que oferece cuidados médicos, psicológicos, fisioterápicos, nutricionais e recreativos. Neste sentido, estas idosas não praticam nenhuma atividade física regularmente.

3.3 Procedimentos

O estudo foi realizado através de algumas etapas. Inicialmente foi feito o primeiro encontro com as pessoas ou profissionais envolvidos com essas idosas e assim explicitar o objetivo dessa pesquisa e pedir a permissão para desenvolver a mesma. No segundo momento foi realizado o primeiro contato com as idosas ativas, após com as idosas inativas. Com isso o grande objetivo foi mostrar a elas a pesquisa e esclarecer dúvidas sobre os procedimentos da mesma. Após o primeiro contato, as idosas que aceitaram participar da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice 1).

Neste estudo foi elaborado um questionário próprio (Apêndice 2) para identificar as variáveis referente a autonomia, envelhecimento e atividade física. Para ter mais informações a respeito da autonomia de idosas ativas e inativas aplicaram-se quatro perguntas do questionário WHOQOL – OLD (Anexo 1), que é constituído por24 questões, onde se avalia a

(25)

qualidade de vida de idosos em geral. Essas quatro questões tiradas do questionário WHOQOL – OLD tem relação com os objetivos dessa pesquisa, nesse caso, optou aplicar somente a sessão de quatro perguntas, que após a análise se teve uma média para verificar a autonomia das idosas.

Na pesquisa também foi realizado testes (Anexo 2) para verificar os níveis de autonomia no processo do envelhecimento. Os testes selecionados para esses fins são do Protocolo GDLAM (Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para a Maturidade) onde consistem testes para verificar a autonomia através da resistência muscular, equilíbrio e a mobilidade de idosos.

O primeiro teste é o caminhar 10 metros (C10m) desta forma foram avaliados a velocidade dessas idosas em caminhar essa distância pré-estabelecida. O segundo teste é o levantar-se da posição sentada (LPS) onde visa avaliar a capacidade funcional dos membros inferiores das idosas, o terceiro teste é o levantar-se da posição decúbito ventral (LPDV) que possui a finalidade de avaliar a habilidade dessas idosas. O quarto e último teste são definidos pelo levantar-se e locomover-se pela casa (LCLC), a partir deste teste pretende avaliar a capacidade física, equilíbrio e agilidade desse grupo escolhido (DANTAS; VALE, 2004).

3.4 Coleta de Dados

A coleta de dados foi realizada em dois encontros. Deste modo, os encontros com o grupo de idosas ativas foi feito em uma sala ao lado da academia de ginástica. Nesse recinto é o lugar onde as idosas ativas realizam encontros e também dividem momentos de lazer, atividade física, diversão e companheirismo, esse espaço conta com uma ampla sala onde possui banheiros, mesas, cadeiras entre outros materiais.

Em relação ao grupo de idosas inativas a pesquisa foi realizada com idosas da SABEVE (Serviço de Amparo e Bem-Estar da Velhice) da cidade de Ijuí. Os encontros eram realizados em uma sala de convivência e lazer na instituição, neste espaço foramdesenvolvidos os questionários, e os testes de autonomia.

Os primeiros encontros marcados com as idosas ativas e inativas foram explicados os procedimentos da pesquisa, com relação aos questionários e os testes do Protocolo GDLAM. Porém após as explicações as idosas eram encaminhadas a assinar o Terno de Consentimento Livre e Esclarecido para prosseguir a realização da pesquisa. Em seguida foram aplicados individualmente os questionários e os quatro testes do Protocolo GDLAM.

(26)

Referentes aos dados gerados na realização dos procedimentos da pesquisa os questionários e os testes de autonomia foram transcritos em uma planilha para após os encontros esses dados poderem ser analisados minunciosamente, e assim obter os melhores resultados.

3.5 Análise e interpretação dos resultados

Referente ao questionário aplicado nas idosas optou-se em categorizar os assuntos mais abordados. Nessa categorização está sendo abordada a percepção das idosas em relação ao envelhecimento, autonomia e atividade física.

Para os dados qualitativos foram utilizados os questionários, e assim, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo (MINAYO, 2008), elaborando categorias para os dados. Para preservar o anonimato, as idosas ativas foram identificadas por um código IA1, IA2, IA3... as idosas inativas foram identificadas por II1, II2, II3... e assim sucessivamente.

Para os dados quantitativos, foi utilizado o programa SPSS, versão 17.0. A normalidade dos dados foi testada pelo teste de Shapiro- Wilk, que avalia a homogeneidade da amostra. Como os dados foram considerados normais, utilizou-se a estatística descritiva (média e desvio padrão) e a interferêncial (teste T de Student, para amostras independentes), adotando o nível de significância de p<0,05.

3.6 Cuidados Éticos

Essa pesquisa foi realizada com seres humanos, podendo ocorrer mudanças no decorrer da pesquisa. É importante ressaltar que serão mantidos em sigilo todos os dados coletados na pesquisa, além dos sujeitos envolvidos com a pesquisa foi utilizado nomes fictícios. Deste modo todos os sujeitos envolvidos com a pesquisa assinaram o Terno de Consentimento Livre e Esclarecido. Além disso, o presente estudo seguiu as normas específicas para realização de pesquisas com seres humanos (Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde).

(27)

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo se apresentae discute os resultados obtidos no presente, promovidos do questionário e dos testes nas idosas ativas e inativas da cidade de Ijuí-RS.

4.1 Caracterizações da Amostra

Para melhor descrever os dados sócios demográficos foi elaborada uma tabela (TABELA 1) para mostrar as principais características das idosas ativas e inativas da cidade de Ijuí- RS. Nessa tabela constam informações a respeito da idade, estado civil, ocupação e se possuem algum tipo de doença, na variável idade em termos de frequência absoluta possui um total de 25 mulheres, já em relação às outras variáveis possui uma frequência absoluta de 18 mulheres, pois houve a perda na amostra, já frequência relativa possui um percentual de 25%.

Com base na tabela 1, é possível perceber que a maioria das idosas ativas e inativas concentra uma idade na faixa etária dos 65 a 70 anos. Em relação ao estado civil a maioria das mulheres responderam serem viúvas (oito mulheres) e casadas (sete mulheres), nesse sentido a variável ocupação 72% responderam não possuir algum vínculo com emprego, assim a variável referente à presença de doenças define que 67% das idosas não possuem algum tipo de doença.

Tabela 1: Características sócias demográficas e presença de doenças das idosas ativas e idosas inativas da cidade de Ijuí – RS, 2015.

VARIÁVEIS Grupo ativo

(% / n) Grupo inativo (% / n) Total (n / %) Idade (anos) 65 - 70 71 – 75 76 – 80 66,66 / 10 20 / 3 13,33 / 2 40 / 4 10 / 1 50 / 5 14 / 56 4 / 16 7 / 28 Total 15 10 25 Estado civil

(28)

Casada Divorciada Viúva Solteira Total 46,67 / 7 6,67 / 1 33,33 / 5 13,33 / 2 15 0 / 0 0 / 0 100 / 3 0 / 0 3 7 / 38,89 1 / 5,56 8 / 44,44 2 / 11,11 18 Ocupação Sim Não Total 33,37 / 5 66,66 / 10 15 0 / 0 100 / 3 3 5 / 27,78 13 / 72,22 18 Presença de doenças Sim Não Total 26,67 / 4 73,33 / 11 15 66,67 / 2 33,33 / 1 3 6 /33,33 12 / 66,67 18

4.2 PERCEPÇÕES DAS IDOSAS

Para melhor entendimento sobre as percepções das idosas sobre o envelhecimento, atividade física e autonomia, foramelaboradas categorias sobre os assuntos, facilitando a análise dos dados. Nesse sentido através das respostas dos questionários criaram-se gráficos para facilitar o entendimento sobre as categorias dos assuntos já mencionados.

4.2.1 Percepção sobre o envelhecimento

Em relação ao entendimento sobre o envelhecimento, as idosas ativas e inativas se referem a vida, a família, ao tempo e futuro próximo, vem ser o olhar delas sobre a última fase da vida, o envelhecer. Assim o perceber delas sobre o envelhecimento apresentou-se de maneira bastante distinta entre os dois grupos. A percepção do envelhecer das idosas ativas foi o oposto das idosas inativas.

(29)

As idosas ativas percebem o envelhecimento como uma fase da vida humana boa, onde possuem a liberdade de escolha, encaram desafios diários, levam a vida de um jeito prazeroso e divertido, a família e amigos são considerados importantes na vida dessas idosas. Nesse sentido, a categorização sobre a percepção das idosas ativas está exposta na figura 1, sobre cinco categorias.

Figura 1: Percepção do envelhecer das idosas ativas.

Esses dados podem ser confirmados por meio de algumas falas, transcritas, onde as idosas ativas se referem ao envelhecer como uma “caminhada da vida, tenho que encarar os desafios que se apresentam a cada dia e cuidar do meu corpo físico, mental, emocional e tudo mais” (IA1).

Ainda relatam que “envelhecer não é o sentido do passar a idade como se fosse um diferencial no período de vida, é um privilégio chegar aos 70 anos com saúde e lúcida...” (IA2).

Essas idosas, consideradas ativas, relatam o passar do tempo, os desafios e conquistas que obtiveram levou elas a chegar a essa idade com saúde e qualidade de vida, quando refletem sobre o processo de envelhecimento. E nesse sentido que se percebe que para essas idosas ativas o envelhecimento não é o fim da vida, não se resume a doenças, abandono, mas se resume a uma etapa nova na vida, com alegria e diversão, conforme a fala da IA3.

“envelhecer é bom sinal de que está viva, não tenho medo da velhice...”.

Idosas ativas: Percepção do

envelhecer

Vida Normal Encarar Desafios Saúde Experiencias Liberdade 44% 6% 33% 11% 6%

(30)

Já a percepção do envelhecer relatada pelas idosas inativas é bastante diferente. As mesmas expressam profunda tristeza por chegar a uma idade mais avançada, por muitas vezes tornam-se esquecidas por amigos e a família, por ter algum tipo de limitação que impeça de se desafiar. Esses dados são observados sobre duas categorias na figura 2.

Figura 2: Percepção do envelhecer das idosas inativas.

Referente ainda à percepção das idosas inativas sobre o entendimento do envelhecer nota-se que para elas a vida está terminando e não se pode mais viver, cada dia que se passa está mais perto do fim, conforme as falas a seguir:

“coisa ruim é envelhecer, a gente deveria morrer antes de envelhecer, não somos nada...” II1.

“fim da vida, a gente vai se entregando aos poucos...” II2.

Dessa forma se nota a diferença de entendimento sobre o envelhecimento das idosas ativas e inativas. Com isso, muitas veem o envelhecimento como a melhor fase da vida e para as outras é o contrário. Essa diferença está diretamente ligada a convivência com a família, amigos e sociedade, está na vontade de vencer e conquistar aquilo que almejas, na busca de saúde e qualidade de vida e também na procura daquilo que faz bem.

4.2.2 Percepção sobre autonomia

Poucas diferenças foram encontradas sobre o entendimento de autonomia entre os grupos de idosas. Em geral as idosas percebem que a autonomia vem ser um estado de

Idosas Inativas: Percepção do

envelhecer

Fim da Vida Cuidado com a família 67% 33%

(31)

liberdade, de independência. Nesse sentido o relato de uma idosa ativa expressa o grande entendimento desse grupo sobre a autonomia e a importância de se ter a mesma.

“poder realizar todas as atividades físicas e intelectuais... sem o auxilio de outra pessoa [...] ter autonomia é muito importante, porque não precisamos que outros nos direcionam no dia a dia, podemos dar continuidade no nosso viver normalmente.” IA12.

Essas idosas compreendem que a autonomia é um estado de liberdade e de independência, gerando certo grau de otimismo e seguranças nas decisões que tomam durante determinadas situações. Ainda, acreditam que a autonomia gera satisfação por proporcionar mais independência na vida cotidiana.

Para as idosas ativas criaram-se cinco categorias sobre o entendimento de autonomia, que estão expressas na figura 3, junto com o entendimento das idosas inativas que estão expressas sobre três categorias.

Figura 3: Percepção das idosas ativas e inativas sobre a autonomia.

4.2.3 Percepção sobre atividade física

Todos compreendem que a atividades física nos proporciona muitos benefícios. São benefícios que ajudam a melhorar o corpo, a mente além de melhorar as relações sociais dos praticantes. Esses benefícios que a atividade física trás com a prática auxilia na manutenção e melhora da saúde, qualidade de vida e bem-estar.

A percepção das idosas em relação a atividade física vem ser a cerca de,

“toda movimentação do corpo de forma ordenada e precavida visando o cuidado do corpo e da mente” IA2*

(32)

“é movimentar o corpo, ter mais agilidade e melhora a convivência com pessoas da nossa idade [...] melhora a vida...” IA4*.

Essa percepção que a atividade física ajuda a melhorar a vida, todas as idosas possuem. Nesse sentido uma idosa ativa relata sobre os benefícios de ter uma vida ativa, a percepção das mudanças que obteve ao praticar atividade física vigorosa duas vezes na semana.

“mais leveza, agilidade, menos dores musculares e nas articulações, mais disposição, melhora do sono e apetite.” IA*.

Nesse sentido criou-se uma figura para representar a percepção das idosas ativas e inativas sobre a atividade física. A figura 4 representa a percepção das idosas ativas sobre o olhar de cinco categorias, nessa mesma figura está à percepção das idosas inativas sob um olhar de três categorias.

Figura 4- Percepção das idosas ativas e inativas sobre a atividade física.

Assim fechando o assunto sobre as percepções das idosas, o autor Teixeira; Neri (2008) relata em sua pesquisa que“são muitas as formas de ver e avaliar a própria vida, porém existe muitos fatores que influenciam a percepção das pessoas em relação a autonomia, atividade física e principalmente sobre o envelhecimento.”

(33)

4.3 Análises dos Testes

Os resultados obtidos através dos testes aplicados do Protocolo GDLAM foram analisados e classificados conforme estabelece o protocolo (ANEXO 1). Na tabela 2 estão expostos os dados referentes à comparação da autonomia das idosas ativas (participantes do programa de atividade física vigorosa) e das inativas (idosas institucionalizadas). Com base nos dados é possível perceber que houve diferenças significativas para todas as variáveis (LPS, C10m, LPDC, LCLC), sendo que as idosas ativas apresentaram valores superiores quando comparadas as inativas.

TABELA 2: Comparação das variáveis de autonomia avaliadas pelos testes do protocolo GDLAM em idosas ativas e inativas: análise do Teste “t” de Student para amostras independentes. Dados de Ijuí, RS, 2015.

VARIÁVEIS GRUPO ATIVO

Média ± DP GRUPO INATIVO Média ± DP VALOR p LPS* 8,13±0,84 19,69±2,90 <0,001 C10m* 6,11±0,60 24,20±3,95 <0,001 LPDV* 2,75±0,73 - <0,001 LCLC* 22,64±2,00 49,99±6,80 <0,001

*Variáveis que apresentaram diferenças significativas (p≤0,005).

As figuras 5 e 6 mostram as classificações do desempenho das idosas ativas e inativas, respectivamente, segundo o Protocolo GDLAM. As idosas ativas apresentaram na maioria dos testes um desempenho bom e muito bom, conforme a figura 5 apresenta, enquanto que, as idosas inativasforam classificadas com desempenho fraco e regular como está representado na figura 6.

(34)

Figura 5- Classificação dos resultados do Protocolo GDLAM aplicados nas idosas ativas.

Figura 6- Classificação dos resultados do Protocolo GDLAM aplicados nas idosas inativas (institucionalizadas).

Através dessas análises pode-se perceber a grande diferença de autonomia entre idosas ativas e idosas inativas. Nesse sentido segundo o estudo de Alencar et al, (2010) referente a comparação de níveis de autonomia de idosas ativas (15 mulheres) e sedentárias (15 mulheres) no estado do Ceará, se verificou que “os níveis de atividade física encontrados nas idosas ativas foimaior que as sedentárias, repercutindo em efeitos evidentes nos melhores resultados apresentados nos testes de autonomia funcional.” (ALENCAR, et al, 2010, p. 479).

0 2 4 6 8 10 12 14 16 LPS C10m LPDV LCLC FRACO REGULAR BOM MUITO BOM 0 2 4 6 8 10 12 LPS C10m LPDV LCLC FRACO REGULAR BOM MUITO BOM

(35)

Assim o estudo de Alencar (et al, 2010, p. 478) conclui que “as idosas ativas obtiveram melhores resultados, havendo diferença estatística [...] significante para todos os testes realizados. Notou-se que nos testes C10, LPS, LCLC e LPDV as idosas ativas apresentaram resultados melhores e significantes [...] em relação ao outro grupo.”.

Em relação ao estudo de Caporicci e Neto (2011) realizado com uma amostra de mulheres praticantes de atividades físicas (12) e não praticantes (12) no estado da Paraíba, verificou-se que, “as mulheres ativas obtiveram resultados com melhores tempos em todos os testes em relação às mulheres não praticantes. Contudo os dois grupos pesquisados apresentaram um baixo nível de autonomia de acordo com o Protocolo GDLAM estabelece.” (CAPORICCI; NETO, 2011).

Outra pesquisa sobre a autonomia de mulheres idosas realizada na cidade de Juiz de Fora- Minas Gerais, constatou que idosas fisicamente ativas obtiveram resultados satisfatórios em comparação aos resultados das idosas sedentárias saudáveis. Mas nas análises dos resultados em comparação com a do Protocolo GDLAM os dois grupos de enquadram na classificação fraca (CÉSAR, 2004).

A partir desses estudos mencionados, podemos perceber a grande diferença que se obteve nos resultados após a aplicação dos testes. Essa diferença nos mostra o quão importante é ter uma vida ativa desde crianças, apesar de todas as mudanças que ocorre no corpo humano, fazer atividade física é a melhor opção para ter uma vida saudável e autônoma.

A proposta da prática da atividade física é promover saúde, bem-estar, autoestima, prazer, satisfação em ter uma vida mais ativa e com mais qualidade de vida. O idoso ao praticar atividade física acaba não só melhorando a capacidade funcional, mas melhora sua vida diária, onde ganha autonomia e toma suas próprias decisões, sem dependência. Além de ter melhores condições de vida.

(36)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O envelhecimento é um processo natural. Por isso não possui formas de reverter esse processo, mas possui meios de diminuir os efeitos e agravamentos do envelhecimento. Ao envelhecer se nota mudanças no sistema locomotor, cardíaco, muscular, funcional, além de implicar os aspectos biológicos, psicológicos e socioculturais, que acaba integrando os seres humanos ao meio ambiente, a cultura e a sociedade.

Contudo é comprovado que não existem formas de evitar o envelhecimento, mas atravésdesta pesquisa pode-se compreender melhor o processo do envelhecimento, e poder retardar o mesmo. Desta forma, para ter um envelhecimento com mais dignidade a prática da atividade física é fundamental, onde o idoso acaba se beneficiando fisicamente, psicologicamente e socialmente. A atividade física vem ser uma alternativa para envelhecer melhor, com mais saúde e autonomia, além de se proteger de várias doenças.

Com a análise dos resultados obtidos com essa pesquisa, permitiu concluir que a grande maioria das idosas possui uma idade entre 65 a 70 anos, onde recebem a aposentadoria e não exercem algum tipo de trabalho remunerado, a maioria das idosas é viúva e não possuem algum tipo de doença.

Dessa forma, em relação à percepção das idosas sobre envelhecimento observa-se grande diferença, enquanto as idosas ativas percebem o envelhecimento a melhor fase da vida, as idosas inativas veem o envelhecimento como o fim da vida. Nesse sentido, o perceber das idosas sobre a autonomia e atividade física, as idosas ativas e inativas possuem o mesmo pensamento e entendimento.

Em relação aos níveis de autonomia obtidos pelos testes do Protocolo GDLAM, permite concluir que as idosas ativas possuem níveis de autonomia superiores quando comparadas as idosas inativas. Nesse sentido as idosas ativas se destacam em suas vidas rotineiras, além de enfrentarem os obstáculos com mais facilidade, contudo os resultados dos testes mostrou que as idosas ativas possuem um desempenho bom e muito bom segundo o Protocolo GDLAM.

Em contra partida as idosas inativas percebem o envelhecer como o fim da vida. Nesse sentido os níveis de autonomia dessas idosas foram inferiores, com isso, o desempenho dessas idosas segundo o Protocolo GDLAM está em fraco. Assim, percebe-se a grande dificuldade dessas idosas no dia a dia, nas tomadas de decisões e desejos futuros.

(37)

Assim se conclui com esse estudo, que a prática regular da atividade física proporciona ao idoso uma vida melhor e com menos limitações. O idoso acaba sofrendo modificações no corpo e na vida em geral por consequência do processo de envelhecimento, mas com uma vida mais ativa, ele prolonga muitos anos de vida com mais saúde, qualidade de vida, bem estar e autonomia.

(38)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALENCAR. N. A. et al. Nível de atividade física, autonomia funcional e qualidade de vida em idosas ativas e inativas. In: Revista de Fisioterapia em Movimento, vol. 23, n. 3, jul/set- 2010, p. 473-481.

ARAÚJO. C. J. et al. Práticas de exercícios físicos na população idosa em academias. (sem mais informações). Disponível em: http://www.cref14.org.br/artigo.php. Acesso em: 26 de jun. 2015, ás 10h11min.

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Percepção do estado de saúde, estilo de vida e doenças crônicas. Rio de Janeiro: IBGE, 2013.Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/pns/2013/ Acesso em: 19 de dez. 2014. CAMPOS. A. C. V. et al. Envelhecimento um processo multidimensional. Ijuí:

Unijuí,2014.

CANDEIAS. N. M. F. Conceitos de Educação e de promoção em saúde: Mudanças individuais e mudanças organizacionais. In: Revista de Saúde Pública, vol. 31, n. 2, Abril 1997, p. 209- 213.

CAPORICCI. S.; NETO. M. F. O. Estudo comparativo de idosas ativas e inativas através da avaliação das atividades da vida diária e medição da qualidade de vida. In: Revista Motricidade, vol. 7, n. 2, 2011, p. 15-24. Disponível em:

http://www.revistamotricidade.com/arquivo/2011_vol7_n2/v7n2a03.pdf Acesso em 02 de

dez. 2015.

CÉSAR. E. P. et al. Aplicação de quatro testes do Protocolo GDLAM- Grupo de

Desenvolvimento Latino Americano para a Maturidade. In: Revista Mineira da Educação Física, vol. 12, n. 1, 2004, p. 18-37. Disponível em:

http://www.researchgate.net/profile/Carlos_Soares_Pernambuco/publication/239592500_APL ICAO_DE_QUATRO_TESTES_DO_PROTOCOLO_GDLAM

-GRUPO_DE_DESENVOLVIMENTO_LATINO

AMERICANO_PARA_MATURIDADE/links/02e7e52f3c2ff960ec000000.pdf Acesso em 02

de dez. 2015.

COSTA. M. D. M. dos S. Atividade Física como fator de influencia na autonomia funcional do idoso. Juiz de Fora, MG, 2009. Monografia em Saúde do Idoso. Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.

CUNHA. R. C. L. et al. Análise da flexibilidade e da autonomia funcional em idosos não praticantes de exercícios físicos. In:Livro de Memórias do III Congresso Científico Norte-nordeste – CONAFF, 2007, p. 162-168. Disponível em:

https://e2c16119-a-62cb3a1a-ssites.googlegroups.com/site/eliteshape/Home/idosos/An%C3%A1lisedaflexibilidadeedaauto nomiafuncionalemidososn%C3%A3opraticantesdeexerc%C3%ADciof%C3%ADsico.pdf?atta chauth=ANoY7cpKaey4ZKGMRyHrwid61bYFEb2l8YolovOawM9DiGbyUU4H8G7gr3titT nxUg7Q6GqFaIvg_NDdcABl2rzmQD9R6v_eoIBRLOqdgH4dPRfuOJmN54WX7N480Ca2K 4j9yJZsLBWDnbXjOEdJ27JokFEfVhBf0z_OdXsbbT4n2AgZmUSBkpBWxQG-kYC9yMS0ACRJwdwnV0DhNWsRPfaYpRkZBUV1VoRndQyvEn84MrCxekzy6CEXSdU Hl5imWfbG2M90obyMjVi6E7R76PsHIqcwc_NnvMfa4IHBNlrdROQupV76O524F2448IYa

(39)

RJSxAery9DE5jQLUwq8YsUZdmf96730Xb8IFC5sdwGJq9EM97jOUp0%3D&attredirects= 0 Acesso em 02 de dez. 2015.

DANTAS, E. H. M.; OLIVEIRA, R. J.de. Exercício, Maturidade e Qualidade de Vida. 2. ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003.

DANTAS, E. H. M.; VALE, R. G. S. Protocolo GDLAM de avaliação da autonomia funcional. In: Revista Fitness e Performance, vol. 3, n. 3, mai/jun 2004, p.175-182.

FARINATTI. P. de T. V. Envelhecimento promoção da saúde e exercício: bases teóricas e metodológicas. vol. 1. Barueri, SP: Manole, 2008.

FERREIRA. O. L. et al. Significados atribuídos ao envelhecimento: idoso, velho e idoso ativo. In: Revista Psico- USF, vol. 15, n.3, set/dez 2010, p. 357-364.

GIL. A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas S.A, 2010. MINAYO. M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 14. ed. São Paulo: Hucitec, 2014.

NAHAS. M. V. Atividade Física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 5. ed.Londrina/PR: Midiograf , 2010.

OKUMA. S. S. O idoso e a Atividade Física: Fundamento e Pesquisa. Campinas, SP: Papirus, 1998.

SILVA, P. J. P. A Influência da atividade física na qualidade de vida do idoso. Santa Maria- Portugal, 2011. 116 f.Tese de Mestradoem Enfermagem de Reabilitação,Instituto Politécnico de Viseu.

TEIXEIRA. I. D’A. O.; NERI. A. L. Envelhecimento bem- sucedido: uma meta no curso de vida. In: Revista Psico-USP, vol. 19, n. 1, jan/mar 2008, p. 81-94.

YIN, R. K. Estudo de caso planejamento e métodos. 5. ed. Porto Alegre- RS: Bookman, 2014.

(40)

Referências

Documentos relacionados

ü The germination tests must be conducted at constant temperature 30ºC for 28 days; ü The addition of gibberellic acid and alternating temperature were ineffective for seed

Este trabalho tem como objetivo contribuir para o estudo de espécies de Myrtaceae, com dados de anatomia e desenvolvimento floral, para fins taxonômicos, filogenéticos e

A Rhodotorula mucilaginosa também esteve presente durante todo o ensaio, à excepção das águas drenadas do substrato 1 nos meses de novembro, fevereiro e março, mas como

Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo realizar testes de tração mecânica e de trilhamento elétrico nos dois polímeros mais utilizados na impressão

Os principais objectivos definidos foram a observação e realização dos procedimentos nas diferentes vertentes de atividade do cirurgião, aplicação correta da terminologia cirúrgica,

Os instrutores tiveram oportunidade de interagir com os vídeos, e a apreciação que recolhemos foi sobretudo sobre a percepção da utilidade que estes atribuem aos vídeos, bem como

psicológicos, sociais e ambientais. Assim podemos observar que é de extrema importância a QV e a PS andarem juntas, pois não adianta ter uma meta de promoção de saúde se

Ad- ditionally, in such processes it is also useful to construct relations between convolution type operators [7], generated by the Fourier transform, and some simpler operators