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Aspectos tecnologicos e ergonomicos da colheita e pos-colheita da banana (musa cavendishii) : um estudo de caso na região do Vale do Ribeira

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Academic year: 2021

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(1)

UNICAMP

UNIVERSIDADE ESTADUAL DECAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA AGRiCOLA DEPARTAMENTO DE MAQUINAS AGRiCOLAS

ASPECTOS TECNOLOGICOS E ERGONOMICOS DA COLHEITA E POS-COLHEITA DA BANANA (MUSA CAVENDISHII): UM ESTUDO DE CASO NA

KEYLA CRISTINA MARTINS SOUZA- ORIENT ADA

ROBERTO FUNES ABRAHAO - ORIENTADOR

Dissertay&o _;apresentada_ a_,-Faculdade de Engenharia Agricola FEAGR!-UNICAMP como cump~~ento-_parciaLdos reqtiisitos para a obtenyao do titulo de mestre em Engeriharla 'AQriccfa, Area de concentrayao em Maquinas Agrfcolas.

CAMPINAS/SP MARCO I 2000

(2)

N. ~ CPO ··--···-···-·---·

CM-00153353··1

FICHA CATALOGRAFICA ELABORADA PELA

BIBLIOTECA DA AREA DE ENGENHARIA - BAE - UNICAMP

So89a

Souza, Keyla Cristina Martins

Aspectos tecnol6gicos e ergonomicos da colheita e p6s-colheita da banana (Musa

Cavendishit): um estudo de caso na regiao do Vale do Ribeira I Keyla Cristina Martins Souza.-Campinas, SP: [s.n.), 2000.

Orientador: Roberto Funes Abrahao.

Disserta9ao (mestrado)- Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Agricola.

1. Ergonomia. 2. Colheita. 3. Banana

-Transporte. I. Abrahao, Roberto Funes. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Agricola. Ill. Titulo.

(3)

PARECER

Este exemplar corresponde

a

reda98o final da Disserta98o de Mestrado defendida por KEYLA CRISTINA MARTIN

Julgadora em 02 de Marc;:o de 2000.

Prof.

(Membro)

(Me!ipbro)

Campinas, 24 de Marc;:o de 2000.

aprovada pela Comissao

UN!CAMP

':HI3LI TECA CENTRAL

(4)

Aos meus pais , Ribamar e Celia,

pelo exemplo de vida e apoio irrestrito.

Ao meu namorado, Andre,

pela for~a e energia positiva em todos os momentos.

Ao meu futuro filho,

UNlCAMP

'31BLlOTECA CENTRAl

'-;ECA

IRCULANT;-muito bem vindo.

(5)

AGRADECIMENTOS

Ao Professor Dr. Roberto Funes Abrahao, amigo, mestre, orientador e, acima de tudo, meu grande incentivador pelos caminhos da pesquisa e do ensino, minha gratidao porter acreditado no meu trabalho e, particularmente, pela contribuicao na formacao cientifica e profissional. Agrade<;o o suporte tecnico e dedicada atencao em todas as etapas do desenvolvimento, alem da revisao criteriosa e objetiva desta dissertacao;

Ao Professor Dr. Oscar Braubeck, sempre prestativo e sugestoes sempre bem-vindas e pela participa<;ao na banca de exame de qualifica<;ao;

A

professora Ora. Aparecida Mari lguti , Medica e Ergonomista, por acreditar no meu

Ao professor Dr. Paulo Martins Leal, pela participacao e ajuda na parte de qualidade da banana e analise experimental de danos mecanicos, sempre pronto para ajudar;

Ao professor Dr. lnacio Maria Dal Fabro, pel a propaganda do curso, pela amizade e apoio na minha chegada em Campinas, sempre de born humor;

A CAPES pela concessao de bolsas de estudo;

A

Aninha e Marta sempre prontas a resolver nossos problemas;

A

SiMnha, secretaria do DMAAG, sempre eficiente e pronta para ajudar;

Ao Departamento de Maquinas Agricolas, pelo apoio e incentive;

Ao produtor Orival Dan e a sua esposa Vera Dan pelo emprestimo de sua propriedade para estudo, pela hospedagem e acima de tudo pela amizade e confianca no nosso trabalho;

Ao Engenheiro Agr6nomo da CATI - Jacupiranga, Aguinaldo, pela orientacao, apoio tecnico e de transporte no Vale do Ribeira;

(6)

Ao Claudinho, sempre prestativo nas horas mais dificeis, e principalmente pela amizade e companheirismo;

Aos meus irmaos, Arnoldo e Fabio, pelo incentive nessa caminhada;

A minhas amigas e companheiras, Helena e Erica, pelos bons e maus momentos, pela ardua tarefa de conviver comigo;

Aos meus amigos de p6s-graduagao, Natasha, Americo (Mococa), Rogeno, Sara,

entre outros, pelas trocas de ideias e pelos muitos momentos de descontragao .que fizeram de

Campinas uma agradavel experiencia de viver e aprender prazerosamente;

Aos meus amigos Mila, Maryli, Edna, Raul, Gustavo, Rufini, Rogerio, Helton (Boi),

Roberto, Marco Cesar ( In memoria), companheiros de graduagao, que mesmo de Ionge estao

Aos meus amigos de Lavras, principalmente Luciano Mendes e Marcia Portugal pela amizade e alegria de viver;

A minha amiga Rosangela pelo ombro amigo nos bons e maus momento da minha vida e mesmo de Ionge, continua me incentivando na minha carreira profissional;

Ao casal de amigos Sr. Joao e Maria Aparecida (Bia) , minha

za

familia, que me adotou como membro da sua familia, pela amizade, incentive;

Ao pessoal do laborat6rio de secagem, principalmente a Tecnica Rosalia, pela colaboragao nas analises de danos quimicos;

Aos alunos de graduagao, Enrique e Claudio pela ajuda nos trabalhos de campo; A todos professores e funcionarios da Faculdade de Engenharia Agricola ( FEAGRI/ UNICAMP) , que direta ou indiretamente auxiliaram, torceram e contribuiram no desenvolvimento desse trabalho;

(7)

" Nao existe uma formula

para o sucesso. Mas, para

o fracasso, ha uma infalivel :

tentar agradar a todo mundo."

(8)

INDICE

LIST A DE FIGURAS •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• I

LIST A DE GRAFICOS ( ANEXO 3 ) •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 11 LIST A DE TABELAS (ANEXO 1) •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• IV

RESUMO •.••••.•••.••..•....•....••.•.•.•.•••..•••.••.•.•••...•••..•.••.•.•••••..••.••••..•.••••.•.••.••.•.••.•.•.••.••...•.. VI

ABSTRACT ••..•.••••.•.••••...•••••••••.•...•...•.••.•...••.••..•••..•.•••.••.•••..••.••.•.•.••••••••...••••.•.•••.••.••.••.. VII

1. INTRODUCAO ... 1

2. OBJETIVOS .•..••.••••...•••.•.•.•••.••..•.••••..•••....•.•.••.••.•••.••...•..•••.••.••••••••.••..•.•.•.•••.••..•.••...•• 4

3. REVISAO BIBLIOGRAFICA ... 5

3.1 ASPECTOS GERAIS DA BANANICUL TURA ... 5

3.2 A PRODUCAO DE BANANA NO VALE DO RIBEIRA (REGIAO DE REGISTRO) ... 8

3.3 COLHEITA E POS-COLHEITA DA BANANA NO VALE DO RIBEIRA ... l l 3.3.1 PROCEDIMENTOS GERAIS... .. .. . . .... . . . .... ... . . . ... . .. . .. ... . . ... .. . . . . .. .. . . ... II 3.3.2 COLHEITA E TRANSPORTE DOS CACHOS NO INTERIOR DO TALHAO .. . .. .. .. . . . .. . . . . . .. . . ... 14

3.3.3 TRANSPORTE DOS CACHOS ATE 0 GALPAo DE EMBALAGEM ... 15

3.3.4 BENEFICIAMENTO DA FRUTA NO GALPAO DE EMBALAGEM ... ... . ... . . ... 19

3.4 QUALIDADE DA BANANA NA COLHEITA E POS-COLHEITA ... 21

3.4.11NTRODUCAO . . . ... . . .... .... . . ... .. .. . . . .. . . . .. . . ... . ... . . . ... .... . . ... . . . .. . . .. ... .. .. . . . .... 21

3.4.21NJURIAS MECANICAS DEVIDO AO TRANSPORTE MANUAL DA BANANA... .. . ... 22

3.4.3 PADRAO DE CLASSIFICACAO DA BANANA ... 23

3.4.4 AVALIACAO F[SICO-QU[MICA DO FRUTO ... ... ... .. . ... .. ... 27

3.5 CARGOS E TAREFAS NA COLHEITA E POS-COLHEITA DA BANANA ... 27

3.5.1 ERGONOMIA... .... . . ... . ... . ... ... . ... . ... .. . ... 27

3.5.2 ETAPAS DE UMAINTERVENCAOERGONOMICA.... ... ... .. .. 28

3.5.3 LEVANTAMENTO E TRANSPORTE DE CARGAS... ... ... ... . .. .. . . ... .32

(9)

4.1 MATERIAL DE ESTUDO ... 36 4.2. PERFIL DAS PROPRIEDADES DE ESTUD0 ... 36 4.3. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E ESTATiSTICO •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 38 4.4 AVALIACAO FiSICA DO FRUTO ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 38 4.5 AVALIACAO FiSICO-QUIMICA DO FRUTO •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 39 4.6 ESTUDO DOS CARGOS E TAREFAS NA COLHEITA E POS-COLHEITA DA BANANA ••••••••••••••••••••••••••• 43

5. RESULTADOS E DISCUSSAO .•••••••••••.•..••.•.•.•...•••.•••••.•.•..•••••.•...••.•.•••.••.•.••.•••..••.•.•••.•••.• 44

5.1. APRESENTACAO ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 44 5.2. AVALIACAO DA QUALIDADE DO FRUT0 ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 44 5.2.2 DISCUSSAO DA ANALISE DE DANOS QUiMICOS .. . ... .4 7

5.2.3. CARGOSETAREFAS ... 51 5.2.3.1 DISCUSSAO DE CARGOS ETAREFAS... ... .. ... 59 6. CONCLUSOES ••••••••••.••...••.•••••••.••.•••.••..•.••••••••..••.••.•.••••..•••.•••••••••••..••.•.•.••.•••..•••••.•.•.•.• 61

8. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ••••••..•..•••••.•••..••..••.••••••.•.•••••••.••••••..•.••••.•.•••.••••••••.•.•.•. 63

ANEXO 1: TABELA DE DADOS •.•.••.••••••••.•••••••.•••.••...••.•••••.•..••.••••.•.••••.••.••••••.••.••..•••.••.•.•.•• 67

ANEXO 2 : PROPOST A DE QUESTIONARIO •••••••••••.••••••••••.•.••••••••••••••.•••.••.•••.•..•••.•••.••.•••.••• 78

ANEXO 3: GRAFICOS DE DANOS FiSICOS E QUiMICOS ... 87

(10)

LIST A DE FIGURAS

Figura 1: bananeira ... 6

Figura 2: Regiao produtora (hal de banana no estado de Sao Paulo ... 8

Figura 3: Regiao do Vale do Ribeira ... 1 0 Figura 4: Ensacamento do cacho de banana ... 11

Figura 5: Escora da bananeira ... 12

Figura 6: Transporte dos cachos por cegonheiras ... 15

Figura 7 : Chegada do cacho ao cabo aereo ... 15

Figura 8: Empilhamento na carroceria ... 16

Figura 9: Tracionamento humano ... 17

Fio,ur,a 10: Sistern? de ~?bovia,.po!ll tr?~~port:rno~orizado ~o r,anallla.·::·;·:·· .. ::··.····.····:·.···:·:::··.·;·.··· .... 18

;~9~ra=~:f'€~e~i<riicfCliiflif~~~~rt[5~~~iar~9e=~~r~~Tii~~i~or::::

..

::::::::.~:~:~

..

~~::::::.::.:.:

.. :.:: .. ::1g·

=

Figura 12: Ferramenta para desoenca ... 19

Figura 13: Classificacao da banana ... 24

Figura 14: Classificacao da banana ... 26

Figura 15: Demanda. Tarefa e Atividade ... 30

Figura 16: Esquema metodol6gico de uma intervencao eraonomica ... 31

Figura 21: Mapa da propriedade XY ... 36

Figura 20: Avaliacao visual de danos mecfmicos ... 39

Figura 21: Avaliacao fisico-guimica do fruto ... 42

Figura 22: Fluxograma da Colheita e P6s-Colheita ... 51

Figura 22: Cortador ... 53

Figura 23: Carregador ... 54

Figura 24: Empilhador ... 54

Figura 25: Encarregado da confeccao dos bugues ... 57

(11)

LIST A DE GRAFICOS ( ANEXO 3)

GRAFICO 1: Danos Quimicos em Relacao a variavel graus Brix ... 89

GRAFICO 3: Danos quimicos em relacao a variavel PH ... 3

GRAFICO 5: Danos guimicos em relacao a variavel acidez total.. ... 4

GRAFICO 6 : Danos quimicos em relacao a variavel acidez total.. ... 4

GRAFICO 8 : Danos guimicos em relacao a variavel acucares redutores ... 5

GRAFICO 9: Numero totais de dedos ... 6

GRAFICO 10: Numero totais de dedos ... 6

GRAFICO 11 : Danos !eves ... 7

GRAFICO 12 : Danos !eves ... 7

(12)

LIST A DE TABELAS

TABELA 1: Area plantada de banana nos municipios do Vale do Ribeira ... 9 T ABELA 2: Resultados do experimento comparativo ... 23 TABELA 3: Limites de tolerancia de defeitos graves e leves ... 25 TABELA 4: Tabela de Analise de Variancia para a variavel danos mecanicos com relacao ao sistema de

transporte ... 45 TABELA 5: Tabela de medias. coeficiente de variac§o e desvio padrao da variavel dana fisicos ... 46 T ABELA 6 : Tabela de Analise de Varifmcia para a variavel de graus Brix de danos guimicos com relacao ao sistema de transoorte ... 47 TABELA 7: Tabela de Analise de Variancia para a variavel de PH danos quimicos com relacao ao

sistema de transoorte ... 47 TABELA 8 : Tabela de Analise de Variancia para a variavel de acidez dos danos guimicos com relacao

T ABELA 9 : Tabela de Analise de Variancia para a variavel de acucares redutores de danos guimicos com relacao ao sistema de transporte ... 49 TABELA 1 0 : Tabela de medias. coeficiente de variacao e desvio padrao da variavel de acucares

redutores de danos qui micas ... 50 TABELA 11 : Tabela de Analise de Variancia para a variavel de acucares totais de danos quimicos com relacao ao sistema de transporte ... 50

(13)

LIST A DE TABELAS (ANEXO 1)

TABELA 1 : Numero total de dedos analisados com relacao aos danos mecanicos no tratamento 1 : transporte veicular ... 68 TABELA 2 Numero total de dedos analisados com relacao aos danos mecanicos no tratamento 2:

transporte por cabo aereo ... 68 TABELA 3: Porcentagem de danos mecanicos graves com relacao ao tratamento 1: transporte veicular .

... 69 TABELA 4: Porcentagem de danos mecanicos !eves com relacao ao tratamento 1: transporte veicular.69 T ABELA 5: Porcentagem de danos mecanicos graves com relacao ao tratamento

2:

transporte por cabo

aereo ... 70 T ABELA 6: Porcentagem de danos mecanicos !eves com relacao ao tratamento

2:

transporte por cabo

aereo ... 70

:::~J~t;;A<:Fc~·~ft'vmi&yetqraw~oomre~Mmatav!llltft'*~imll!!OOfte:';;

veicular. ... 71 TABELA 8: Danos fisicos=auimicos da variavel graus brix com relacao ao tratamento 2: Cabo aereo .. 71 TABELA 9 : Tabela de medias, coeficiente de variacao e desvio padrao da variavel de graus brix de dano guimicos ... 72 TABELA 1 0 : Danos fisicos quimicos da variavel PH com relacao ao tratamento 1: transporte veicular.

... 72 TABELA 11 : Danos fisicos=auimicos da variavel PH com relacao ao tratamento

2:

Cabo aereo ... 73 T ABELA 12: Tabela de medias. coeficiente de variacao e desvio padrao da variavel de PH de danos

quimicos ... 73 TABELA 13 : Danos fisicos-guimicos da variavel acidez total com relacao ao tratamento 1: transporte

veicular ... 7 4 TABELA 14: Danos fisicos=auimicos da variavel acidez total com relacao ao tratamento 2: Cabo aereo .

... 74 T ABELA 15 : Tabela de medias. coeficiente de variacao e desvio padrao da variavel acidez danos

quimicos ... 75 TABELA 16: Danos fisicos=auimicos da variavel acucares redutores com relacao ao tratamento 1:

(14)

T ABELA 17 : Danos fisicos-quimicos da variiwel acucares redutores com relacao ao tratamento 2: Cabo aereo. ··· 76 T ABELA 18 : Danos fisicos-auimicos da variavel acucares totais com relacao ao tratamento 1 : transporte veicular ... 76 TABELA 19: Danos fisicos-auimicos da variavel acucares totais com relacao ao tratamento 2: cabo

aereo. ··· 77 TABELA 20 : Tabela de medias. coeficiente de variacao e desvio padrao da variavel acucares totals de

(15)

RESUMO

A cultura da banana tern urn papel central na economia e bern estar social dos habitantes do Vale do Ribeira e Litoral Sui do estado de Sao Paulo.

E

uma cultura pouco mecanizada, que utiliza intensivamente mao de obra, particulanmente na colheita e p6s-<:Oiheita do produto. Boa parte das tarefas manuais envolve o levantamento e transporte de cargas elevadas, em condigiies desfavoraveis de temperatura, umidade e topografia. A apresentayao e descricao dos cargos e tarefas da colheita e p6s-<:olheita da banana sao subsidios a propostas de intervencao de engenharia que visem a racionalizayao e melhoria das condicoes de trabalho na bananicultura.

A manutencao da qualidade da banana, condicao essencial para a boa comercializayao do fruto, inclusive visando o mercado externo, e outro objetivo a ser atingido. Parte significativa dos danos mecanicos que ocorrem nos frutos deriva do transporte inadequado dos cachos. Nesse sentido, foi feito urn estudo comparativo, relativo ao impacto na qualidade do fruto, entre dois sistemas de transporte de

····

cacnos:<rsrsremaconverrc,onarque«amrtave,cuTosmolonzaoos;~ea~umrzaca<raocaooaefoo:···

····

A principal conclusao a que se chega e que o sistema de transporte por cabo aereo mantem a qualidade do fruto provocando menos danos fisicos ao produto do que o sistema veicular.

Na estrutura dos cargos apresentados para os dois sistemas, dois cargos desaparecem com a introducao do cabo aereo: o empilhador de cachos na carroceria do caminhao ou na carreta e o motorista do caminhao ou o tratorista. Surgem dois novos cargos com a introducao dessa nova tecnologia (cabo aereo): o enganchador de cachos no cabo eo puxador de cachos. Nao foi observada diminuicao de postos de trabalho com a introducao do cabo aereo para o transporte de cachos.

(16)

ABSTRACT

Banana is an important crop for the brazilian economy, mainly for the habitants of Vale do Ribeira at the southern coast of the state of Sao Paulo. Agricultural pratices related to banana growing involves low mechanization and a very high manual labour, mainly during the harvesting and post harvesting operations. A significative part of work consists in manual lifting and transportation of heavy loads at non favorable conditions of humidity, temperature and topography. The presentation and description of the jobs and duties associated with harvesting and post harvesting operations involving banana production suports a proposal of an engineering intervation in the sense of rationalizing the operations thoughout.

good comercialization. A significant part of the mechanical damage that occurs to the fruit is due to bad transportation systems. A study was done to compare two systems of transport, the one using vehicles and the other using cables, related

to

the injuries produced in the fruits.

The main conclusion is that the system using cables produces less injuries than the transport of the fruit in vehicles.

The structure of jobs does not change very much when the transportation by cables is introduced; some duties vanishes and some are created, and the total number of jobs remains approximately the same.

(17)

1.

INTRODUCAO

0 ocidente produz mais de 27 milhoes toneladas de banana, que beneficiam, seja como alimento, seja como parte de sua economia, mais de 300 milhoes de habitantes. A bananeira e cultivada em mais de 80 paises dos tr6picos, em area superior a quatro milhoes de hectares, gerando uma produyao que ja supera 81 mil hoes de toneladas.

0 Brasil e o segundo produtor dessa cultura, com mais de 500 mil hectares e com produgao estimada em mais de 6 milhaes de toneladas por ano, que se destina quase que exclusivamente ao mercado interno (ALVES e OLIVEIRA, 1999). Quanto a distribuigao regional da produgao, registram-se os seguintes indices: Sudeste (33%), Nordeste (29%), Norte (18 %), Sui (11%), e Centro Oeste (9%). A Bahia, com 18% da produgao nacional, seguida de Sao Paulo (14%), Santa Catarina (9%) e Minas

estados (IBGE I LSPA, 1991).

0 tamanho atual do mercado internacional de frutas frescas e de mais de 32 milhoes de toneladas. 0 Brasil, em 1997, participou com 264 mil toneladas, representando 0,8% do total comercializado. Neste contexto, a banana contribuiu com 10% em volume e 29% em valor total (IBRAF, 1999).

Consumida em sua quase totalidade na forma in natura, a banana e a fruta mais popular do mundo.

E

componente importante da alimenta<(iio das popula((Oes de baixa renda, nao s6 por seu alto valor nutritivo como por seu custo relativamente baixo. Cabe--lhe ainda urn papel importantissimo na fixagao da mao-de-obra rural.

As qualidades nutricionais da banana sao tamoom notaveis. Urn (mico dedo de banana supre aproximadamente 25% das necessidades diarias de vitamina C de uma crianga. Contem ainda vitaminas A e B, alto teor de potassio, pouco s6dio, nenhum colesterol e mais agucar que a maca.

Os maiores produtores de banana no mundo - india e Brasil - sao tamoom grandes consumidores da fruta, que assume urn papel de elevada importancia social como uma das principals fontes de carboidratos para a sua populagao. 0 consumo per capita no Brasil e de 34,5 kg I habitante I

(18)

Segundo dados obtidos pelo Projeto LUPA (lEA, 1997), a produGao brasileira de banana no periodo 1990-1996 foi de 7.4 mil hoes de toneladas. No espectro da produyao frutifera nacional este resultado e inferior, apenas, a produyao de laranja (18.2 milhOes de toneladas) no mesmo periodo.

No estado de Sao Paulo, no periodo 1995/1996, a produGao de banana mobilizou 10.112 UPAS (Unidades de Produyao Agricola), perfazendo uma area total de 61.386 hectares. Desta area, 31.261 hectares (51.02 %) estao localizados na regiao de Registro, no Vale do Ribeira. No ano agricola de 1996/1997, a regiao de Registro produziu 621.017 toneladas do produto, participando com 69.84% da prodw;;ao total do estado.

A bananicultura tern urn papel central na economia e bern estar social dos habitantes do Vale do Ribeira e Literal Sui do estado de Sao Paulo.

E

uma cultura pouco mecanizada, que utiliza intensivamente mao de obra, particularmente na colheita e p6s-colheita do produto. Boa parte das tarefas manuals envolvem o levantamento e transporte de cargas elevadas, em condiGCies desfavoraveis de temperatura, umidade e topografia. A apresentayao e descriyao dos cargos e tarefas da colheita e

racionalizaGao do trabalho.

Ao !ado da melhoria das condi¢es de trabalho, outre objetivo a ser perseguido na produyao da banana e a manutenyao da qualidade do fruto, condiGao indispensavel para se obter boas condiGCies de comercializayao, inclusive visando o mercado externo. A suscetibilidade do fruto a danos mecanicos tornam criticas a colheita e o transporte dos caches. As etapas do transporte manual dos caches, embarque nos veiculos transportadores e translado dos caches ate o galpao de embalagem sao responsaveis pela maioria das injurias mecanicas produzidas nos frutos (MITCHELL, 1992 & SANTOS, 1998). As condiGCies de trabalho e a qualidade do fruto estao estreitamente relacionadas, devendo ser otimizadas conjuntamente. Nesse sentido, a Ergonomia e a disciplina que oferece metodos de analise do trabalho e tecnicas de intervenvao visando uma integrayao harmoniosa do homem como seu trabalho.

A chegada de uma nova tecnologia de transporte de caches a regiao, o transporte por cabo aereo, levanta questoes relativas ao impacto desse sistema de transporte na manutenyao da qualidade do fruto e na organizayao do trabalho. 0 duplo objetivo de resguardar a qualidade do fruto e melhorar as condiyCies de trabalho pode ser alcanyado atraves de aportes tecnol6gicos

as

diversas opera¢es envolvidas na colheita e p6s-colheita da banana. Do corte inicial no pseudocaule da planta ate o embarque da banana ja embalada nas carretas com destine aos mercados consumidores - ha espayo para projetos inovadores no ambito da Engenharia Agricola.

(19)

A finalidade deste estudo, portanto, e discutir alguns aspectos tecnol6gicos e ergonomicos da colheita e p6s-colheita da banana, de forma que trabalhadores, produtores e pesquisadores disponham de urn estudo inicial que os auxiliem nas tentativas de otimizac;ao das condic;oes de trabalho e dos processos tecnicos envolvidos.

(20)

2. OBJETIVOS

+

Apresentacao e discussao de alguns aspectos tecnol6gicos e ergonomicos envolvidos na colheita e p6s-\:olheita da banana, evidenciando as oportunidades de intervengao criativa da engenharia.

+

Realizar um estudo comparative, relativo ao impacto na qualidade do fruto, entre dois sistemas de transporte de cachos: o sistema convencional, que utiliza veiculos motorizados, e a utilizacao do cabo aereo.

(21)

3. REVISAO BIBLIOGRAFICA

3.1 ASPECTOS GERAIS DA BANANICULTURA

Segundo ALVES (1999), os registros mais antigos indicam que a banana e originada da Asia Meridional (regioes tropicais da india e Malasia) e que se disseminou, posteriormente, para varias partes do mundo. Assim, os diversos continentes cultivam-na, mas e nas Americas e no continente de origem que a cultura encontrou melhores condiGao de crescimento.

Da produGao mundial de 50 mil hoes de toneladas anuais em 1993, cerca de 43% (21 ,6 mil hoes de toneladas) foram produzidas nas Americas, enquanto que o continente asiatica foi responsavel por cerca de 20 mil hOes de toneladas.

Conforme a sistematica de classificaGao hierarquica, as bananeiras produtoras de frutos comestiveis sao plantas da classe das Monocotiledoneas, ordem Scitaminales, familia Musaceae, onde se encontram as subfamilias Heliconioidea, Strelitzioideae e Musoideae. Esta ultima inclui, alem do genera Ensete, o genero Musa, constituido por quatro series ou seG6es: Australimusa, Cal/imusa, Rhodoch/amys e ( Eu)- Musa ( SIMMONDS, 1973).

A bananeira e uma planta herbacea, caracterizada pela exuberancia de suas formas e dimensoes das folhas (Figura1). Possui tronco curto e subterraneo, denominado de rizoma, que constitui urn 6rgao de reserva, onde se inserem as raizes adventicias e fibrosas. 0 pseudocaule, resultante da uniao das bainhas foliares, termina com uma copa de folhas longas e largas, com nervura central desenvolvida. Do centro da copa emerge a inflorescencia com bracteas ovaladas de coloragao normalmente roxo - avermelhada, em cujas axilas nascem as flares. Cada grupo de flares reunida forma uma penca (mao) com urn numero variavel de frutos (dedos), originados por partenocapia. Os frutos inicialmente sao verdes, tornando-se amarelos com a maturagao. Posteriormente comegam a escurecer e nesse estagio diz-se que a planta morreu. Entretanto, durante o desenvolvimento, ha formagao de rebentos (filhos), que surgem na base da planta, possibilitando a constante renovagao e a vida permanente dos bananais (ALVES, 1999).

(22)

Figura 1: bananeira

Fonte: Propria

Com o crescimento da populayao e o desenvolvimento da capacidade aquisitiva dos povos, houve aumento de consumo deste alimento barato em todos os mercados consumidores. Durante a decada de 60, com o aumento do consumo do fruto no Brasil, houve o surgimento da molestia conhecida por "mal da sigatoca amarela'' (cercosporiose da bananeira), que causou grandes prejuizos, e fez com que a produc;ao diminuisse em quantidade e qualidade (MOREIRA, 1987).

A variedade ou cultivar e um dos insumos ou fatores de produc;ao mais importantes no estabelecimento do cultivo, devendo merecer atenc;ao especiaL

A eleic;ao de uma variedade ou cultivar de uma banana para plantio esta relacionada com diversas caracteristicas intrinsecas e extrinsecas, podendo-se destacar:

+ Maior preferencia pelos consumidores;

+

Maior produtividade;

+ Toler2mcia

a

pragas e/ ou doenc;as;

+

Toler@mcia

a

seca;

+

Tolerancia ao frio;

+

Porte;

+

Disponibilidade de material propagative.

A epoca de plantio esta relacionada a fatores climaticos e edaficos. Segundo CHAMPION (1975), os periodos mais favoraveis sao os do final da epoca seca, com chuvas esparsas, ja que as necessidades de agua sao menores ate os tres meses ap6s o plantio. Devem-se evitar as estac;oes em

(23)

que ocorrem altas pluviosidades, durante as quais o solo esta encharcado, mal drenado, o que promove o apodrecimento das mudas. Para BELALCAzAR CARVAJAL (1991), a epoca de plantio depende tanto do regime das chuvas quanta da textura e estrutura do solo a ser cultivado.

No plantio, a defini(fao de espa(famento esta relacionada com diversos fatores, podendo-se destacar o porte dos cultivares, as condiG6es edafoclimaticas da regiao ou zona produtora, o nivel tecnol6gico do cultivo e destino de produ(fao. Segundo STOVER & SIMMONDS (1987), o espa(famento de plantio, nas diversas regioes produtoras de banana do mundo, tern variado dentro dos limites de 2 a 27 m2 I planta.

Em cultivos comerciais os espa(famentos mais utilizados no Brasil sao:

+

2,0 x 2,0 m; 2,5 x 2,0 m e 2,5 x 2,5 m para as cultivares de porte baixo e media (nanica, nanicao, Figo anao);

+ 3,0 x 2,0 m a 3,0 x 2,5 m para as cultivares de porte semi-alto (Ma(fa, D' angola, Figo)

3,0 3,0 m a 3,0 x 4,0 m as cultivares de porte

(Terra, Maranhao, Prata)

No que concerne a determina(fao da densidade de plantio de urn cultivo de banana, deve-se levar em considera(fao o porte da variedade ou da cultivar, a fertilidade do solo, a varia(fao estacional dos pre(fos, a disponibilidade de mao-de-obra, a possibilidade de mecaniza(fao, a freqOencia e a velocidade dos ventos, a topografia e sistematiza(fao do terreno, o sistema de produ(fao, o manejo da fruta

e

sua comercializa(fao (STOVER & SIMMONDS, 1987). Estes mesmos autores averiguaram que a rentabilidade de urn banana! tende a aumentar na mesma propor(fao das densidades de plantio, ate urn certo limite, e que a maioria dos plantios comerciais desenvolveu-se abaixo da densidade real. Nas diversas regioes bananeiras do mundo, encontram-se desde 375 ate 5.000 bananeiras par hectare, com predominancia de 1.000 a 2.000, em decorrencia do cultivar utilizada, do destino da produ(fao, dos sistemas de comercializa(fao

e

do nivel economico e social do bananicultor.

Segundo MOREIRA (1999), depois de definida a variedade ou cultivar a ser plantada, com base nas condiG6es ecol6gicas da area, no mercado e suas preferencias, alem de outros fatores que possam resultar na obten(fao de colheitas economicamente rentaveis, procede-se a sele(fao e ao preparo das mudas.

(24)

0 plantio deve ser feito inicialmente com todas as mudas do mesmo tipo, para que haja uniformidade na germinagao e na colheita. A manutengao do pomar requer o planejamento e a execugao de todas as praticas preconizadas para o cultivo, a fim de lhe assegurar o desenvolvimento e a produgao esperados.

3.2 A PRODUCAO DE BANANA NO VALE DO RIBEIRA (REGIAO DE REGISTRO)

Area em hectares

OJ a :50:

50 a 500

500 a 3.000 3.000 a 5.159

Figura 2: Regiao produtora (ha) de banana no estado de Sao Paulo.

Fonte: Via Internet '-'"'-"-~~=~~·

A produgao de banana no Estado de Sao Paulo esta concentrada na regiao de Registro, principal fornecedora do produto para o mercado interno (Sao Paulo e outros estados) e para o mercado externo, contribuindo com mais de 620 mil toneladas por ana. A regiao corresponde

a

area abrangida pelo Vale do Ribeira e Utoral Sui do estado de Sao Paulo, composta par 15 munic!pios, a saber : Registro, Eldorado, Sete Barras, Jacupiranga, lguape, ltariri, Pedro de Toledo, Juquia, Miracatu, Juquitiba, Pariquera-Agu, Cananeia, Cajati, Barra do turvo e loporanga.

(25)

A Tabela 1 mostra a area plantada de banana, cultivar nanicao, nos 15 municipios que estao sob os cuidados da Regional Agricola de Registro da CATI (Coordenadoria de Assistencia Tecnica Integral):

Tabela 1: Area plantada de banana nos municipios do Vale do Ribeira.

MUNICIPIO AREA(HA) BARRA DO TURVO 670.90 CAJATI 5158.20 CANANEIA 322.20 ELDORADO PAULISTA 4004.50 IGUAPE 2733.00 ILHA COMPRIDA -IPORANGA 166.20 IIARIRI 4500.30 JACUPIRANGA 3523.60 JUQUIA 3113.10 MIRACATU 4701.90 PARIQUERA-ACU 276.50 PEDRO DE TOLEDO 3716.70 REGISTRO 4626.30 SETEBARRAS 4111.80

CATI - Regiona1s Agricolas de Desenvolv1mento Rural

(26)

Figura 3: Regiao do Vale do Ribeira

Fonte: Via Internet ( vv\IVW.cati.sp.gov.br)

Em termos s6cio-econ6micos, a regiao do Vale do Ribeira

e

das mais carentes do Estado de Sao Paulo. Com a decadencia do plantio de cha na regiao, a bananicultura

e

uma das poucas opgoes de fonte de renda para o trabalhador agricola da regiao.

(27)

3.3 COLHEITA E POS-COLHEITA DA BANANA NO VALE DO RIBEIRA 3.3.1 PROCEDIMENTOS GERAIS

Das bananas que sao colhidas nas lavouras, somente cerca de 40 a 50 % chegam efetivamente as maos dos consumidores. Segundo TAGLIARI & FRANCO (1994), este fato e causada pelas perdas devido a danos ocorridos nas seguintes fases: do plantio ate a colheita (devido a falta de planejamento do manejo da lavoura), no momenta da colheita, no amontoamento dos cachos, na embalagem de caixas de madeira, no transporte interne e externo e no manuseio das frutas nas feiras e supermercados.

Segundo LICHTENBERG et alii (1994), os cuidados para reduzir as perdas devem come9ar na

lavoura atraves de um bom escoramento do cacho, protegendo-o dos ventos fortes. A escora pode ser feita com bambu ou fazendo-se uma amarra9ao com fitilhos, um barbante de plastico que

e

amarrado na

ou em ganchos fixados na terra (Figura 4).

Figura 4: Ensacamento do cacho de banana

(28)

Figura 5: Escora da bananeira.

Fonte: Moreira, 1999

A desfolha e outra pratica recomendavel para evitar o rogar de folhas secas nos cachos, que causam ferimentos e deformagao dos frutos. Deve-se desviar tambem os caches que estejam tocando outras plantas, para evitar atritos e machucaduras.

Depois da formagao dos cachos, e feita a retirada do "coragao" (ftor masculina) e das duas ultimas pencas, para fortalecer o crescimento das demais. Deve-se deixar uma unica banana na ponta para fazer a seiva circular por todo o cacho e evitar fungos e podridao nas pencas mais acima.

Uma pratica que esta sendo usado pela maioria dos produtores e a utilizagao de sacos plasticos com o fundo aberto para proteger os cachos do atrito com folhas, insetos e poeira (Figura 4). Esta tecnica cria um ambiente termico para o cacho similar a uma estufa, o que promove a antecipagao da colheita. Tambem protege o cacho de danos causados por roedores e aves, que costumam fazer ninhos nos cachos.

No caso dos cultivares Prata e Maga, um dos principais indicadores de que frutos atingiram o pleno desenvolvimento fisio16gico e o desaparecimento das quinas ou angulosidade da sua superficie, podendo-se entao colher o cacho. Esse indicador entretanto, nao e valido para os cultivares Terra, Figo, Cinza, Figo Vermelho ou Marmelo, uma vez que nos frutos dessas variedades, mesmo quando maduros, as angulosidades permanecem salientes. Neste caso deve-se proceder

a

colheita quando os frutos localizados no meio do cacho apresentarem desenvolvimento maximo do seu diametro (BLEINRONTH,

(29)

1984).

Nos cultivares Cavendishii, fez-se necessaria desenvolver tecnologias que permitissem quantificar o grau de corte, reduzindo-se assim as perdas na colheita par corte antecipado ou retardado.

Sabe-se que a partir de determinado periodo de sua emissao, o cacho pode ser colhido em diversos estagios de desenvolvimento dos frutos, conforme a conveniencia ditada pela dist~mcia entre o cultivo eo mercado consumidor ou o destino final do produto.

Tendo presente o fato de a banana e urn produto que requer bastante cuidado na colheita, e precise conhecer e levar em conta alguns aspectos morfol6gicos e fisiol6gicos do desenvolvimento desses frutos para se classificar o grau de corte.

Segundo SOTO BALLESTERO (1992), os criterios de medi~o do grau de corte tern variado ao Iongo do tempo, em virtude dos sistemas de cultivo, colheita, embalagem, transporte e comercializac;ao adotados. Tais criterios objetivam a consecuc;ao de formas de medi~o seguras que maximizem o rendimento do fruto sem os riscos de uma maturac;ao previa. Baseiam-se no grau fisiol6gico do fruto, no

No metoda fundamentado no grau fisiol6gico, a colheita do fruto se baseia na sua aparencia fisiol6gica. Esse metoda tern sido utilizado em frutos destinados a mercados locais e mercados externos pouco exigentes. Apresenta o inconveniente de nao permitir a quantificac;ao do grau de engrossamento do fruto, o que gera serios erros de apreciac;ao e perdas importantes na colheita par corte antecipado ou maturac;ao avanc;ada. Na opiniao de CHAMPION (1975), essa tecnologia nao e recomendavel, pelo fato de basear-se em conceitos empiricos.

Dada a necessidade de se encontrar urn metoda que permitisse a aferic;ao e quantificac;ao do grau de corte sem o risco da maturac;ao previa dos frutos, varios trabalhos de pesquisa foram realizados com esse objetivo especifico, ate que foi estabelecida uma correlac;ao linear evidente entre o diametro do fruto do dedo central da segunda penca e grau de corte.

Na busca de maior eficiencia, procurou-se determinar o diametro do fruto par idade. 0 metoda leva em conta o momenta em que o cacho emite a ultima penca e esta estreitamente relacionado com o conhecimento detalhado da fenologia da bananeira na regiao produtora. (SOTO BALLESTERO, 1992).

Segundo estudos realizados par agronomos da UNITED BRANDS COMPANY (1975), a colheita do fruto sem a observancia de uma metodologia orientada para o controle da idade do cacho resulta na inclusao, na mesma caixa, de frutos com diferenc;as de idade de ate 50 dias. 0 calibre do fruto considerado 6timo e aquele em que o indice de frutos descartados par maturac;ao e engrossamento se

(30)

situa entre 1 e 2%.

No Brasil, os criterios para se colherem os cachos sao geralmente empiricos. De modo geral, as bananas sao colhidas com base em padroes visuais de desenvolvimento. Nem sempre sao observados os cuidados minimos que podem evitar danos aos frutos.

Segundo TAGLIARI & FRANCO (1994), grande parte das perdas de banana e consequencia de danos provocados pelo transporte da fruta, ainda na lavoura, feita de forma inadequada, cujas consequencias surgirao principalmente ap6s o processo de matura<;ao.

3.3.2 COLHEITA E TRANSPORTE DOS CACHOS NO INTERIOR DO TALHAO

0 manejo dos cachos no interior do banana! esta diretamente relacionado com o tipo de organiza<;ao do cultivo, a mao-de-obra disponivel, o meio de transporte existente eo destino do produto.

No momento da colheita, segundo LICHTEMBERG et all (1994), deve-se tomar alguns cuidados para que nao ocorram danos fisicos

a

fruta. A colheita realizada apenas por uma pessoa apresenta varios riscos

a

aparencia e integridade da fruta, como por exemplo choques da fruta com o ombro ou coxa do colhedor, choques da fruta com o solo e o rompimento do enga<;o, o que comprometeria a qualidade do produto final.

A colheita e geralmente efetuada por dois trabalhadores, o cortador e o aparador ou carregador. 0 primeiro corta parcialmente o pseudocaule,

a

meia altura entre o solo e o cacho; o segundo evita que o cacho atinja o solo, segurando-o pela raquis masculina ou aparando-o sobre o ombro. 0 primeiro trabalhador corta entao o enga<;o, a fim de que o cacho seja transportado ate o carreador. Em uma equipe de colheita, para cada cortador deve haver tres ou mais carregadores, de acordo com o ritmo de trabalho. Os carregadores devem ter o ombro protegido por uma manta de espuma, camara de ar ou por urn " bercinho " almofadado para evitar danos aos cachos. 0 objetivo e promover a distribui<;ao das pressoes de contato, fornecendo alguma prote<;ao ao cacho (contra danos mecanicos) e ao ombro do trabalhador

(31)

3.3.3 TRANSPORTE DOS CACHOS ATE 0 GALPAO DE EMBALAGEM

Existem varios sistemas de transporte dos cachos do pomar ate o galpao de embalagem. Pode-se citar o transporte em carrocerias, seja em carretas de trator, em caminhao ou em carrocerias do tipo "cegonheira" (Figura 6).

Figura 6: Transporte dos cachos por cegonheiras

Fonte: Propria

Recentemente, tem havido grande interesse dos produtores pelo tipo de transporte efetuado por cabo aereo. (Figura 7).

Figura 7 : Chegada do cacho ao cabo aereo

(32)

Nessa etapa do transporte dos caches, podem ocorrer pequenas batidas, pressoes e atritos nas frutas, que ocorrem durante o transportee empiihamento dos caches, o que pode resultar em lesoes no fruto e manchas escuras na casca de banana, ap6s a sua matura9ao.

No caso de transporte em carretas de trator, caminhao au outros veiculos, deve-se conduzir o cacho diretamente da planta ate o veiculo transportador. Os caches devem ser acomodados suavemente, evitando-se cheques. 0 fundo da carroceria, assim como tambem entre as cachos e as camadas, deve ser forrado com materiais de proteGao, tais como colchoes de espuma au folhas de bananeira (Figura 8).

Figura 8: Empilhamento na carroceria

Fonte: Propria

Em fun9ao da maior exigencia par qualidade, que o mercado vem apresentando ultimamente, alguns produtores ja vem adotando maiores cuidados no transporte e na colheita da banana.

E

o caso da ado9ao do cabo aereo como forma de transporte dos cachos do carreador ate o galpao de embalagem. Segundo TAGLIARI & FRANCO (1994), este eo melhor sistema de transporte de cachos na lavoura, adotado pelos paises tradicionalmente exportadores.

A EPAGRI (Empresa de Pesquisa Agropecuaria e Extensao Rural de Santa Catarina), com apoio da Sociedade Alema de Cooperagao Tecnica - GTZ - , instalou em ltajai (SC) uma unidade demonstrativa deste sistema adaptado para areas planas e ja desenvolve um projeto para areas com declividade acentuada (T AGLIARI & FRANCO , 1994).

(33)

A unidade instal ada na Esta9ao Experimental de ltajai consiste em um cabo de ferro de 1 ,29 em de espessura, tensionado a 44482 N, apoiado sabre uma viga de ferro em cada uma de suas extremidades a uma altura nao superior a 2,10 m para facilitar a colocagao dos cachos. 0 cabo vai apoiado sabre torres de cano galvanizado, que sao apoiadas sabre placas de concreto na superflcie do solo. A distancia entre as torres varia de 7 a 15 m, de acordo com a topografia e de tal modo que se mantenha a nivelagao do cabo.

Sabre o cabo deslocam-se carrinhos com roldanas ( garruchas) nos quais sao dependurados os cachos. As iinhas devem ser distribuidas o mais paralela e eqUidistante possivel nos bananais, estimando-se que a area a ser percorrida com o cacho sabre o ombro ate o cabo nao seja maior que 60 m.

Segundo HINZ (1994), a construgao do sistema deve ser planejada preferencialmente antes da implantagao do bananal. Neste sistema, os cachos sao dependurados imediatamente ap6s o corte, evitando o contato com o solo bem como o empilhamento. 0 sistema substitui todas as formas de transporte e todos os artificios na prote9ao dos cachos durante o transporte, alem de poder ser usado para o transporte de adubo e outros insumos para dentro do banana!. A fonte de potencia para o tracionamento dos cachos pode ser de origem humana (figura 9), animal ou mecanica. Pode-se utilizar um trator de pequeno porte (tobata) ou um motor adaptado ao cabo (Figura 1 0).

Figura 9: Tracionamento humano

(34)

Figura 1 0 : Sistema de cabo via com trans porte motori:zado no Panama

Fonte: THOMAS CABLEWAY PRODUCTS, Cat~llogo de industria de incrementos para agricultura Panamenha. Panama.

0 custo de implanta~ao de cabos aereos, por componente,

e

descrito a seguir (HINZ, i 994):

Gusto do metro linear dos cabos (lin has):

+

Fixa com traves de cano galvanizado: US$ 14,75

+

Gusto da ancoragem ( fim de linha): US$ 118,00

+

Gusto de uma curva com conexao de linhas: US$ 113,00

+ Gusto de um portao de passagem: US$ 585,40

(35)

3.3.4 BENEFICIAMENTO DA FRUTA NO GALPAO DE EMBALAGEM

Na galpao de embalagem (packing house) o processo se inicia com a recepgao dos cachos, que sao pendurados nos trilhos de recepgao (Figura 11).

Figura 11: Chegada do cacho no galpao de embalagem (cabo aereo)

Fonte: Propria

No processo convencional, os cachos ainda pendurados no trilho de recepgao, sao despistilados, ou seja,

e

feita a retirada dos pistilios ou restos florais existentes na fruta. Em seguida

e

feita a despenca, com a ajuda de uma ferramenta adequada (Figura 12).

Figura 12: Ferramenta para despenca

(36)

As pencas sao colocadas no primeiro tanque de lavagem. Neste, contendo sulfato de aluminio, se elimina a sujeira e os dedos defeituosos devido ao excesso de curvatura, assim como os que nao atingiram o comprimento exigido (Figura 12).

Entre o primeiro eo segundo tanque, ocorre a confecgao dos buques. Nessa etapa as pencas sao subdivididas em um minima de seis e maximo de 12 dedos. Os frutos danificados, devido ao ataque de pragas ou ao transporte inadequado, sao eliminados. No tanque seguinte, chamado de tanque de pre - sele<;ao, os buques sao transportadas por jatos d'agua, distribuidos na superficie por meio de canos perfurados, ate a extremidade oposta do tanque, onde sao embalados. Os buques perfeitos sao acondicionados em embalagens de papelao ou madeira, revestidas internamente com plastico, para proteger as frutas.

A pratica da lavagem das pencas de banana apresenta vantagens. As frutas lavadas tern melhor aparencia, uma vez que sao eliminados os restos ftorais que persistem ap6s o desenvolvimento do cacho, bem como o Ieite ou seiva que escorre sabre os frutos ap6s o despencamento. A lavagem ainda proporciona o pre-esfriamento da fruta. Sabe-se que devido

a

combustao respirat6ria (metabolismo) a temperatura interna da fruta pode ser 5 a 9% mais alta que a temperatura ambiente. Ao mergulhar-se a fruta em agua renovada, reduz-se essa temperatura, com o que se evita o aquecimento excessivo na camara de maturagao, ap6s o carregamento (BLEINROTH, 1984).

Alguns produtores utiiizam unidades m6veis de beneficiamento da banana. Essas unidades deslocam-se pelos carreadores e beneficiam a fruta de forma semelhante

a

descrita acima. Os cachos sao dispostos um ao lado do outro, suspensos em ganchos m6veis embutidos em trilhos. A despenca, lavagem e embalagem sao feitas diretamente na carreta.

(37)

3.4 QUALIDADE DA BANANA NA COLHEITA E POS-COLHEITA

3.4.1 INTRODUCAO

Define-se a qualidade como uma serie de caracterlsticas que de alguma forma interferem no grau de excelencia ou superioridade dos produtos. A palavra qualidade tern sido usada em varias referencias de trabalho com frutas e hortalic;as. Entre as mais estudadas, encontram-se: qualidade de mercado, qualidade comestivel, qualidade do armazenamento, qualidade nutricional e qualidade da aparencia.

A qualidade pode ser avaliada de diferentes maneiras, em func;ao do interesse do produtor, do distribuidor e do consumidor (KADER, 1992).

Urn importante fator na determinac;ao da qualidade da banana a ser comercializada e a colorac;ao. No decorrer do amadurecimento sua cor passa de verde a amarelo pela gradual destruic;ao da

1971; ROCHA, 1984). Varios autores relacionam os graus de cor da casca com os teores de amido e ac;ucar, sugerindo desta forma, o uso da mudanc;a de colorac;ao, como urn guia do amadurecimento (CHITARRA & CHITARRA, 1984).

Em muitos casas a taxa de deteriorac;ao da qualidade nutricional esta relacionada com a modificac;ao do sabor, com a perda de firmeza, mudanc;a da textura e da aparencia. Entre os principais fatores que influenciam a qualidade estao:

• Fatores geneticos (selec;ao de cultivares);

• Fatores ambientais da pre- colheita (condic;Oes climaticas e praticas culturais);

+

Maturidade e colheita;

• Metoda de colheita;

+

Manuseio p6s-colheita.

A banana 'Nanicao' e uma mutac;ao da 'Nanica', que ocorreu no Estado de Sao Paulo, apresentando maior produtividade par area plantada, maior uniformidade entre pencas e dedos, dedos mais compridos e maior relagao caixa I cacho, o que implica em maior valor por cacho e maiores Iueras ao produtor; contudo, devido ao maior porte da planta (2,20 - 3,20 m), e menos resistente

a

ac;ao dos ventos. A disposigao dos frutos no cacho (ligeiramente curvos e voltados para cima), facilita o encaixotamento das pencas e/ou sub pencas. 0 sabor e o aroma de seus frutos sao praticamente

(38)

identicos aos da "Nanica" (ALVES, 1990).

A banana e fruta climaterica, sofrendo profundas transformagoes bioquimicas ap6s a colheita, ressaltando-se, como fenomeno metab61ico de maior importancia, a respiragao (ROCHA, 1984). Segundo PALMER (1971), durante o amadurecimento, a produgao de C02. a 2ooc aumenta em 20mg/kg.h.

Segundo BORDIN (1998), desde o instante em que e colhido ate o momenta de ser preparado ou consumido, o produto horticola sofre uma serie de efeitos essencialmente mecanicos que, dependendo da sensibilidade do produto, poderao causar danos que comprometerao a qualidade final do mesmo. Estudos mostram que, dependendo do produto, as perdas de produtos horticolas por causas mecanicas podem chegar a 20- 25% do total. Basicamente, o manuseio, a vibragao, o impacto e a compressao irao causar ferimentos ou amassamentos superficiais que levarao

a

deterioragao do vegetal ou facilitarao o desenvolvimento de doengas.

Grande parte das perdas da banana e consequencia de danos provocados pelo transporte da

na feito forma 0

processo de maturagao.

3.4.2 INJURIAS MECANICAS DEVIDO AO TRANSPORTE MANUAL DA BANANA

Para avaliar quantitativamente as injurias provocadas pelo transporte manual, SANTOS (1998) realiza o seguinte experimento:

Seis cachos, no estagio da colheita foram cortados das bananeiras e transportados no banana, por uma distancia de 30m. Ao carregador nao foi informado a finalidade do experimento. Percorrido o caminho, os cachos foram depositados cuidadosamente em superficie limpa, cobertos com uma lona plastica e submetidos a uma atmosfera com presenga de acetileno para acelerar o amadurecimento. Ap6s o amadurecimento a lona foi removida e foram avaliadas as injurias visualmente atraves das manchas escuras presentes na casca, provocadas pela compressao nos frutos e abrasao entre os mesmos. Foram colhidos, no mesmo dia e local, outros seis cachos para servirem como testemunha. Os cachos testemunhas foram submetidos aos mesmos tratamentos que os demais, diferenciando-se apenas pela ausencia de transporte. Para isso foram cuidadosamente transportados para o local de amadurecimento evitando-se qualquer contato com os frutos. Na tabela 2 abaixo estao contidos os resultados obtidos na experiencia:

(39)

Tabela 2: Resultados do experimento comparativo

CACHO MANCHAS ABRASAO CACHO MANCHAS ABRASAO

1-trans. manual 15 5 1- testemunha 9 2

2-trans. manual 18 8 2-testemunha 12 5

3-trans. manual 13 3 3-testemunha 7 0

4-trans. manual 14 6 4-testemunha 8 3

5-trans. manual 17 2 5-testemunha 11 0

6-trans. manual 15 1 6-testemunha 9 1

MEDIA 15.33 4.16 9.33 1.83

FONTE: SANTOS, 1998.

Baseado nestes resultados SANTOS (1998) conclui que o transporte manual do cacho da banana diretamente nos ombros dos carregadores causa severas injurias nos frutos, se com urn transporte mais cauteloso dos cachos.

3.4.3 PADRAO DE CLASSIFICACAO DA BANANA

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Sao Paulo estudo experimental, atraves do Programa Paulista Para a Melhoria dos Padroes Comerciais e Embalagens de Hortigranjeiros (PPMPCEH), programa de adesao voluntaria, propoe urn padrao de classificaGao da banana. 0 objetivo e obter transparencia e confiabilidade na comercializaGao e exportaGao da banana. A classificaGao, o uso de embalagens adequadas e de r6tulos com correta identificaGao do produto, integram o processo de modernizaGao beneficiando toda a cadeia de produGao (MEIRELLES, 1998).

Define-se classificaGao como a separaGao do produto par tamanho (comprimento e calibre), forma de apresentaGao e categoria. Quando se utiliza essa classificaGao, a linguagem do mercado

e

unificada, ou seja, produtores, atacadistas, varejistas e consumidores devem ter o mesmo padrao para que haja menores perdas e maior qualidade da banana.

(40)

A avaliagao do fruto

e

baseado na comparagao entre amostra e padrao. Amostra

e

definida como a planta que se quer avaliar eo padrao,

e

a planta que

e

considerada " normal " sob o ponto de vista da qualidade (ALVES, 1999).

0 PPMPCEH propoe a classificagao da banana em grupo, classe, sub-classe e categoria. 0 grupo compreende todas as variedades do grupo Cavendish (nanica, nanicao, gran naine, entre outras).

A classe subdivide o fruto em fungao do comprimento e do diametro. A sub-classe trata da forma de apresentagao do fruto.

Ja

as categorias descrevem o estado do fruto em fungao dos defeitos apresentados .

Figura 13: Classifica!(ao da banana

(41)

A classificavao da banana deve ser feita da melhor forma possivel para que se consiga a homogeneidade de formato, coloravao, comprimento, diametro ou calibre, bem como a identificac;ao da quaiidade pela caracterizac;ao e quantificac;ao dos defeitos.

A tabela abaixo estabelece limites de tolerancia de defeitos graves e leves para cada categoria de qualidade e permite a classificavao em Extra, Categoria I, Categoria II e Categoria Ill.

TABELA 3: limites de tolerancia de defeitos graves e leves

CATEGORIA EXTRA CATEGORIA CATEGORIA CATEGORIA

I II Ill

DEFEITOS GRAVES

Amass ados 0% 1% 5% 20%

Dano profundo 0% 1% 5% 20%

1 Queimadv de sol 0 °/o , 2 °/o 15% . 20 °/o

Podridao (* * ) 0% 1% 2% 10%

Lesoes severas tripes (*) 0% 5% 10% 20%

Lesao I mancha 0% 5% 10% 20% jlmaturo 0% 1% 5% 10% ~E..-.-'TO'"' '"'RAVE" 0% 5% 10% 20% u rt:l ;:, \.:J " DEFEITOS LEVES 5% 10% 20% 100% TOTALGERAL 5% 10% 20% 100%

-

. . ..

FONTE: Programa Pauhsta para melhona dos Padroes comercJaJs e embalagens de hortigranJelros, Out/1998. ( *) Conforme" limites de Lesao I Manchas" .

( **) Acima de 10% nao podera ser reclassificado.

Segundo o Programa Paulista para Melhoria dos Padroes Comerciais e Embalagens de Hortigranjeiros (PPMPCEH), as bananas devem apresentar as caracteristicas do cultivar bem definidas, serem sas, inteiras, limpas e livres de umidade externa anormal. Nao serao aceitas dentro do PPMPCEH as bananas que apresentarem uma das caracteristicas abaixo:

(42)

+ Residues de substancias nocivas

a

saude acima des limites de tolerancia admitidos no ambito do Mercosul;

+

Mau estado de conservagao, saber e/ou odor estranho ao produto.

Os limites de taman has das iesoes ou manchas sao de 1 ,5 cm2 para as seg6es quadradas, circular, retangular, para os defeitos graves, e para os defeitos !eves nas mesmas condigoes de se9ao

e

de 0,5 cm2.

Figura 14: Classifica~ao da banana

(43)

3.4.4 AVALIACAO FiSICO-QUiMICA DO FRUTO

Pode-se realizar a avalia(fao de parametres fisico-quimicos do fruto para se quantificar a varia(fao da qualidade, da aparencia e do sabor.

Os parametres fisico-quimicos mais utilizados sao: a determinayao da massa do produto, utilizando balan(fas digitais de precisao; a determina(fao da acidez total, atraves da utilizayao de pHmetro, agitador e solu(fao normalizada; o PH do fruto como uso do pHmetro digital; e a determina(fao do contetido de sacarose (graus Brix) utilizando o refratometro portatil (PALMER, 1971).

3.5 CARGOS E TAREFAS NA COLHEITA E P6S-COLHEITA DA BANANA

3.5.1 ERGONOMIA

A pouca mecanizayao da colheita e p6s-colheita da banana implica na utilizayao intensiva do trabalho manual, que se da em condiy<ies bastante adversas. 0 planejamento de interven(fiies que melhorem as condiyiies do trabalho necessita de estudos previos sobre a estrutura de cargos e tarefas e da atividade dos trabalhadores na colheita e p6s-colheita da banana. A Ergonomia e a disciplina adequada para embasar esses estudos.

A singularidade da Ergonomia, segundo ABRAHAO (1993), enquanto area do conhecimento cientifico, reside no seu carater interdisciplinar, na medida em que congrega conhecimentos produzidos em diferentes areas do saber.

A Ergonomia, como disciplina autonoma, formalizou-se perante a comunidade academica

e

tecnica com a funda(fao na lnglaterra, em 1949, da Ergonomics Research Society, que a define como a

relayao entre o homem e a sua ocupayao, equipamentos e ambiente, e particularmente a aplicat;ao dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia aos problemas gerados por essa relat;ao

(SINGLETON, 1972).

Anteriormente, estudos isolados formaram a base te6rica e metodol6gica da futura disciplina. Pode-se citar, entre outros, os estudos de Fisiologia do Trabalho levados a cabo no seculo XIX na ltalia, Franca

e

lnglaterra.

(44)

Durante a segunda guerra mundial, a sofisticar;;ao crescente dos arrnamentos gerou dificuldades na operar;;ao e erros freqoentes, forr;;ando a criar;;iio de grupos interdisciplinares forrnados principalmente por medicos, psic61ogos e engenheiros para otimizar a relar;;ao homem tarefa -maquina. Esses grupos forrnaram o nucleo da futura associar;;ao fundada em 1949 (PALMER, 1972).

No p6s-guerra, a Ergonomia vai-se tornando cada vez mais influente no espectro da produr;;iio industrial, integrando-se ao cotidiano das pessoas atraves de produtos concebidos segundo seus criterios. Hoje em dia, tern papel importante nas equipes de projeto, tendo, inclusive, um papel de destaque na comercializar;;ao do produto.

0 objetivo central da ergonomia e projetar e/ou adaptar situar;;Oes de trabalho compativeis com as capacidades e respeitando os limites do ser humano. lsto implica em reconhecer a premissa etica da primazia do homem sobre o trabalho. Assim sao tres os eixos que direcionam a intervenr;;ao em ergonomia: a seguranr;;a dos individuos e dos equipamentos; a eficacia e o conforto dos trabalhadores nas situar;;Oes de trabalho (ABRAHAo, 1993).

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homem em atividade, necessaries a concepr;;ao de instrumentos, maquinas e dispositivos, que possam ser utilizados como maximo de eficiencia, conforto e seguranr;;a (WISNER, 1987).

De acordo com a abrangencia de sua contribuir;;iio, a Ergonomia pode tratar da Analise de Sistemas ou da Analise de Postos de Trabalho. No primeiro caso, lida com questoes como a distribuir;;ao de tarefas entre homens e maquinas; no segundo caso, realiza analise de tarefas, posturas, movimentos, exigencias fisicas e psicol6gicas, entre outras.

Com relar;;ao a ocasiao na qual se da a contribuir;;ao ergon6mica, pode-se falar de Ergonomia de Concepr;;ao, onde os conhecimentos ergonomicos sao aproveitados na fase inicial do projeto, ou de Ergonomia de Correr;;ao (IIDA, 1990).

3.5.2 Etapas de uma intervenr;;ao ergonomica

A intervenr;;ao ergon6mica, segundo BUSCHINELLI, 1993, pressupoe uma demanda; desta forma, 0 processo e iniciado a partir da identificar;;ao dos elementos gerais da demanda formulada. lsto

perrnite o procedimento de analise da demanda e do contexte, bern como, a reforrnular;;ao da demanda quando esclarecidos os interesses com relar;;ao a proposta de intervenr;;iio ergon6mica. Procede-se ao levantamento de inforrnar;;oos sobre o trabalho, tais como as caracteristicas da popular;;ao, da produr;;ao e

(45)

dos indicadores relatives a eficacia e a saude.

Define-se urn plano de observacao sistematica, com objetivo de verificar as hip6teses levantadas e proceder ao tratamento e validacao dos dados obtidos ate o memento.

Esses dados devem permitir o diagn6stico das situacoes de trabalho analisadas e do funcionamento, com base na articulacao entre a necessidades da demanda, analise da situacao concreta de trabalho e levantamento e verificacao das hip6teses.

0 diagn6stico fornece subsidies para o processo decis6rio no que concerne ao planejamento e a transforma((Oes necessarias da situacao de trabalho.

Consolidado o pre - diagn6stico, tern inicio a analise do processo tecnico e da tarefa dos trabalhadores envolvidos na demanda.

Nesta etapa sao realizadas observa((Oes globais e abertas da atividade, com o objetivo de elaborar urn pre-ctiagn6stico, buscando identificar as variaveis da situacao de trabalho que contribuem para a solugao dos problemas levantados na analise da demanda (ABRAHAo, 1993).

importantes e a Analise da Atividade. WISNER (1987) distingue os termos Analise da Atividade e Analise da Tarefa; o segundo e realizado atraves de informacoes indiretas sobre o trabalho em geral, enquanto que o primeiro e efetivamente realizado em condi((Oes especificas, incluindo observacoes gerais, sistematicas e verbaliza((Oes. A Figura 15 a seguir resume os temas em questao:

(46)

I

Identificayiio

I

Analise da dos elementos Tarefa

...

I

Analise

I

Conhecimentos dos

daDemanda

...

principais determinantes do

trabalho

Analise

Relacionar os

da Atividade: determinantes do trabalho

observm;oes livres ~

com a atividade

..

observac;:oes sistematicas

...

registros

Figura 15: Demanda, Tarefa e Atividade

(47)

0 esquema abaixo ilustra bern como deve ser feita uma interven((ao ergon6mica.

ESQUEMA METODOLOGICO DE INTERVEN9AO ERGONOMICA

REFERENCIA CIENTiFICA

I

I I

Analise da Analise dos fatores Analise da

Demanda de determinac;:iio atividade

do trabalho excessive

I

Hip6tese

I

J Resuttados I

I

. ·.

···.

. .•.. ·''· ' .; con junto I Modelo de operac;:iio

I

Proposta de amenizar a situac;:iio de trabalho excessive

I

I

Realizac;:iio

I

I

~ Validac;:iio

I

Figura 16: Esquema metodol6gico de uma interven~iio ergonomica.

Fonte: BRUCHINELL eta/, 1994.

(48)

3.5.3 LEVANTAMENTO E TRANSPORTE DE CARGAS

A manipulagao de cargas na agricultura e fonte potencial de disturbios muscul0-€squeleticos e desconforto fisico, devido a magnitude das cargas a serem manipuladas pelo trabalhador, as tarefas extenuantes e as condigoes do ambiente. Na cultura da banana ha varios cargos cujas tarefas incluem o levantamento e transporte de cargas. Nao ha, no geral, meios tecnicos de auxilio a tarefa.

A Biomecanica e a disciplina que estuda os movimentos muscui0-€Squeleticos e suas consequencias para o corpo humano, analisando as posturas corporais no trabalho e a aplicagao de forgas. Dessa forma, as leis fisicas da mecanica sao aplicadas ao corpo humano, podendo-se estimar as tensoes que ocorrem nos musculos e articulagoes durante urn a postura ou um movimento.

A manipulagao manual de materiais (levantando, carregando, empurrando, e puxando) representa urn fator de risco profissional. Podem ser atribuidas injurias relacionadas ao trabalho pela demanda de forga excessiva exigida pela tarefa, estrutura osteoarticular inadequada, ou baixa

biomecanicas das tarefas especificas servem para desenvolver urn perfil da tensao de atividades fisicas relacionadas ao trabalho.

0 desenvolvimento de criterios para avaliar a adequagao de tarefas de levantamento e transporte manual de cargas baseia-se nos seguintes enfoques (AYOUB, 1999):

• Enfoque biomecanico: determina a adequagao do sistema musculo - esqueletico para a realizagao datarefa

• Enfoque fisiol6gico: determina a adequagao da resposta fisiol6gica do corpo com relagao a tarefa.

+

Enfoque psicofisico: determina a adequagao subjetiva, segundo a perspectiva do trabalhador, da tarefa.

• Enfoque epidemiol6gico: estuda a incidencia de disturbios musculo- esqueleticos em populai{Oes de trabalhadores.

Ha

duas classes de modelos desenvolvidos por pesquisadores que descrevem as atividades de levantamento e transporte de cargas (LEGG & PATEMAN, 1985). Os modelos baseados nas caracteristicas do trabalhador, da atividade e do meio ambiente sao chamados de modelos de

capacidade. Ja os modelos que se ocupam na estimativa das tensoes impostas ao sistema musculo-esqueletico do trabalhador quando da realizagao de levantamento sagital de cargas sao conhecidos como mode los biomecilnicos.

Referências

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