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Leonardo Graffius Damasceno

Nasceu em Belo Horizonte, no mês de maio de 1960. Tendo como mãe uma carioca, não tardou a ir morar no Rio de Janeiro. E foi na “Cidade Maravilhosa” que iniciou a sua formação docente. Na Universidade Gama Filho concluiu a sua graduação em Educação Física e, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, fez três cursos de especialização, bem como o seu Mestrado em Educação. Ministrou aulas em instituições particulares de ensino superior no Rio de Janeiro e, posteriormente, no Paraná. Em 1991 veio para a Universidade Federal do Espírito Santo por concurso público, onde permanece até hoje. No curso de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física, trabalha com as disciplinas “Educação Física, Aprendizagem e Desenvolvimento Humano” e “Fundamentos das Atividades Aquáticas/Natação”.

or meio deste material didático (fascículo) e em nossos encontros, você terá a oportunidade de vivenciar todo um conjunto de conteúdos/atividades caracterizados por jogos e brincadeiras na água e que irão, com certeza, lhe proporcionar os fundamentos necessários para que você e também seus alunos (nosso principal objetivo!) dissimulem esse quadro inicial de sentimentos negativos, quando se trata da prática da natação.

Venha comigo! Vamos lá... Vamos mergulhar juntos em mais este desafio para depois darmos braçadas de alegria por mais esta conquista.

Curso

Licenciatura

Universidade Aberta do Brasil

Universidade Federal do Espírito Santo

www.neaad.ufes.br

(27) 4009 2208

Educação Física

Licenciatura

Leonardo Graffius Damasceno

PRÁTICAS AQUÁTICAS:

NATAÇÃO

OFICINA DE DOCÊNCIA DE

(2)

Leonardo Graffius Damasceno

Nasceu em Belo Horizonte, no mês de maio de 1960. Tendo como mãe uma carioca, não tardou a ir morar no Rio de Janeiro. E foi na “Cidade Maravilhosa” que iniciou a sua formação docente. Na Universidade Gama Filho concluiu a sua graduação em Educação Física e, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, fez três cursos de especialização, bem como o seu Mestrado em Educação. Ministrou aulas em instituições particulares de ensino superior no Rio de Janeiro e, posteriormente, no Paraná. Em 1991 veio para a Universidade Federal do Espírito Santo por concurso público, onde permanece até hoje. No curso de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física, trabalha com as disciplinas “Educação Física, Aprendizagem e Desenvolvimento Humano” e “Fundamentos das Atividades Aquáticas/Natação”.

or meio deste material didático (fascículo) e em nossos encontros, você terá a oportunidade de vivenciar todo um conjunto de conteúdos/atividades caracterizados por jogos e brincadeiras na água e que irão, com certeza, lhe proporcionar os fundamentos necessários para que você e também seus alunos (nosso principal objetivo!) dissimulem esse quadro inicial de sentimentos negativos, quando se trata da prática da natação.

Venha comigo! Vamos lá... Vamos mergulhar juntos em mais este desafio para depois darmos braçadas de alegria por mais esta conquista.

Curso

Universidade Aberta do Brasil

www.neaad.ufes.br

Educação Física

Licenciatura

Leonardo Graffius Damasceno

PRÁTICAS AQUÁTICAS:

NATAÇÃO

OFICINA DE DOCÊNCIA DE

(3)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

Núcleo de Educação Aberta e a Distância

Leonardo Graffius Damasceno

Vitória

(4)

Presidente da República

Dilma Rousseff

Ministro da Educação

Aloizio Mercadante

Diretoria de Educação a Distância DED/CAPES/MEC

João Carlos Teatini de Souza Climaco

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

Reitor

Reinaldo Centoducatte

Diretora Geral do Núcleo de Educação Aberta e a Distância - ne@ad

Maria Aparecida Santos Corrêa Barreto

Coordenadora UAB da UFES

Teresa Cristina Janes Carneiro

Coordenadora Adjunta UAB da UFES

Maria José Campos Rodrigues

Diretora Administrativa do ne@ad

Maria José Campos Rodrigues

Diretor Pedagógico do ne@ad

Júlio Francelino Ferreira Filho

Diretora do Centro de Educação Física e Desportos

Zenólia Christina Campos Figueiredo

Coordenadora do Curso de Graduação Licenciatura em Educação Física - EAD/UFES

Fernanda Simone Lopes de Paiva

Revisor de Conteúdo

Luiz Alexandre Oxley da Rocha

Revisora de Linguagem

Alina Bolonella

Design Gráfico

LDI - Laboratório de Design Instrucional

ne@ad

Av. Fernando Ferrari, n. 514 - CEP 29075-910, Goiabeiras Vitória - ES

(27) 4009-2208

Laboratório de Design Instrucional

Copyright © 2012. Todos os direitos desta edição estão reservados ao ne@ad. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Coordenação Acadêmica do Curso de Educação Física, na modalidade a distância.

A reprodução de imagens de obras em (nesta) obra tem o caráter pedagógico e cientifico, amparado pelos limites do direito de autor no art. 46 da Lei no. 9610/1998, entre elas as previstas no inciso III (a citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comunicação, de passagens de qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida justificada para o fim a atingir, indicando-se o nome do autor e a origem da obra), sendo toda reprodução realizada com amparo legal do regime geral de direito de autor no Brasil.

LDI coordenação

Heliana Pacheco José Otavio Lobo Name Letícia Pedruzzi Fonseca Ricardo Esteves

Gerência

Daniel Dutra

Editoração

Breno Serafini Barboza

Ilustração e Capa

Alex Furtado

Impressão

Gráfica e Editora Liceu

Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP) (Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo, ES, Brasil)

Damasceno, Leonardo Graffius,

Oficina de docência de práticas aquáticas : natação / Leonardo Graffius Damasceno. - Vitória : UFES, Núcleo de Educação Aberta e a Distância, 2012.

68 p. : il. Inclui bibliografia. ISBN:

1. Natação - Estudo e ensino. I. Título.

CDU: 797.2 D155o

(5)

apresentação

SaudaçõeSaquáticaS!

Mesmo não tendo jogado basquete, vôlei, futebol ou handebol, por exemplo, você não de-monstraria nenhuma situação de desconforto (apreensão, ansiedade, receio ou mesmo medo) se fosse convidado a participar/jogar. Enfim, mes-mo não dando mes-mostras de “talento”, você não se intimidaria, não é mesmo? No caso, ao ser con-vidado, participaria e daria o melhor de si. Tudo bem se logo, logo viessem a descobrir que não foi a melhor opção para o time/equipe, mas (ou pelo menos!) você não se negou a participar. Mesmo não sendo nenhum “craque” (poderia você pen-sar), convenhamos, não é tão difícil assim acertar a bola vez ou outra.

Em “terra” (é claro!), tudo parece bem mais simples, bem mais fácil! Deslocamos-nos com facilidade, respiramos sem que para isso seja ne-cessário desviar nossa atenção (de forma natural!), não nos desequilibramos ao irmos de um lugar a outro e nem perdemos a direção. Nada nos atrapa-lha para que nossos olhos fiquem abertos, ou seja, ficamos à vontade e nos sentimos “em casa”.

De forma diametralmente oposta, ao imaginar uma situação na qual você deveria ter que entrar numa piscina... pronto, já começam os problemas! Apreensão, ansiedade, receio ou mesmo medo são apenas alguns deles. E, convenhamos, é bem mais complicado “[...] que acertar uma bola vez ou ou-tra”, não é mesmo? Para aqueles que foram criados

longe do convívio com a água, como a praia, os rios por exemplo, as dificuldades apresentadas pa-recem ainda maiores.

Se essa situação lhe parece verdadeira ou fa-miliar, isto é, se você têm esse sentimento com relação à água e, mais propriamente, à ideia de “nadar”, é importante lembrar que boa parte de seus alunos também se sentem assim. Portanto, relaxe! Você não é diferente de ninguém ou, pelo menos, da maioria das pessoas. Para aqueles que não têm experiências prévias no meio líquido, a ideia de ter que entrar na água já é suficiente para transmitir toda sorte de desconforto.

Nesse sentido é que me apresento e o convi-do a participar da Oficina de Práticas Aquáticas. Por meio deste material didático (fascículo) e em nossos encontros, você terá a oportunidade de vi-venciar todo um conjunto de conteúdos/atividades caracterizados por jogos e brincadeiras na água e que irão, com certeza, lhe proporcionar os funda-mentos necessários para que você e também seus alunos (nosso principal objetivo!) dissimulem esse quadro inicial de sentimentos negativos, quando se trata da prática da natação.

Venha comigo! Vamos lá...

Vamos mergulhar juntos em mais este desafio para depois darmos braçadas de alegria por mais esta conquista.

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Introdução

. . . .

6

Vamos falar um pouco sobre a história da natação . . . 8

Conceitos gerais da natação . . . 11

Valores da natação e sua importância para saúde . . . . .15

Influências da natação no organismo . . . .16

No coração e na circulação . . . 16

No aparelho respiratório . . . 16

Na musculatura e no aparelho locomotor . . . 17

No metabolismo . . . 17

No sistema nervoso . . . 18

Programa de aprendizagem de natação . . . .19

Características de um programa de aprendizagem . . . . 20

Sobre o desenvolvimento das atividades . . . 20

Aspectos didáticos e metodológicos . . . 21

Piscinas rasas . . . 23

Pisicinas fundas . . . 23

Pisicnas mistas . . . 23

Atitude didática do professor . . . 23

Materiais auxiliares . . . 24

Considerações sobre o programa . . . 25

Características do programa . . . 28

Descrição do programa . . . 29

Quadro resumo dos critérios

finais de desempenho nas unidades . . . 32

Estratégias de atividades do

programa de aprendizagem de natação . . . .34

Ficha de observação de

desempenho na aprendizagem de natação . . . .66

Referências . . . .68

sumário

(7)
(8)

introdução

Este fascículo foi elaborado com o objetivo da facilitar o acesso, pelo professor, à etapa inicial de um programa de aprendizagem de natação, isto é, a adaptação ao meio líquido e aos conteúdos que compõem o seu desen-volvimento. Logo, a intenção é que sirva como material didático de consulta (caráter técnico-pedagógico) para sanar as dificuldades encontradas pelo professor no processo inicial de ensino-aprendizagem da natação, mas, que também não perca seu caráter de praticidade para a elaboração e/ou plane-jamento de cada uma das suas próprias aulas, em função do acesso imediato a um conjunto ilustrativo de aulas previamente planejadas (e que já foram aplicadas/desenvolvidas) com o conteúdo específico (direcionado) a uma dada unidade temática.

Dessa forma, o professor encontrará, em cada uma das unidades que compõem a totalidade do programa em questão, um conjunto sugestivo de jogos, brincadeiras e atividades elaborado dentro de cada uma das 38 aulas apresentadas, ao qual poderá lançar mão como “orientação” para planejar as suas aulas, como já referenciado.

Por outro lado, as unidades abordadas pelo programa que contemplam a adaptação ao meio líquido obedecem a uma ordem hierárquica, assim como os conteúdos sugeridos para cada unidade se encontram listados em grau de complexidade crescente, ou seja, o desempenho que se espera que o aluno possa apresentar ao realizar uma certa atividade/exercício varia em cada uma das unidades do programa, com maior nível de exigência, é claro, na última unidade.

Ainda sobre as unidades do programa e sua ordem hierárquica, é preciso afirmar que seu caráter não é excludente, mas sim interdependente, quer di-zer: o sucesso em desempenhar os conteúdos relativos a uma certa unidade está diretamente associado ao bom desempenho na unidade que a antece-deu. Por outro lado, o fato de um conjunto alunos de uma turma demonstrar que já sabe realizar, fazer ou desempenhar o comportamento previsto como objetivo para uma certa unidade, como abrir os olhos embaixo d’água, não significa excluir aquela unidade do programa. Neste caso, o professor deve alterar o critério de desempenho estipulado como satisfatório para aquele

(9)

comportamento (abrir os olhos embaixo d’água), em função da capacidade demonstrada pelos alunos. Em outras palavras, o professor deve exigir mais dos alunos, por exemplo, abrir os olhos embaixo d’água e contar o número de dedos colocados pelo professor. Essa pode ser uma alternativa válida. No transcorrer do fascículo, essas questões ficarão mais claras.

Não custa afirmar, também, que os jogos, as brincadeiras e as atividades sugeridos não encerram os conteúdos do programa em sua totalidade. Pelo contrário, apenas introduzem o professor num “universo de possibilidades”. A experiência, a criatividade e, acima de tudo, a dedicação do professor na busca de alternativas que facilitem o processo de aprendizagem dos conteú-dos da natação para o aluno devem prevalecer.

Antecedendo a abordagem ao programa de aprendizagem propriamente dito, o fascículo em questão inicia-se enfatizando, sob a forma de “frag-mentos” históricos (já que aqueles que desejarem aprofundar conhecimentos sobre a história da natação poderá recorrer à bibliografia), aspectos curiosos que já destacavam a importância da natação no contexto educacional da época. Em seguida, procura polemizar um pouco, discutindo os conceitos de “nadar” e “natação”. Existe diferença entre uma coisa e outra? Na sequência, mostra também os valores da natação e de sua prática agregados à saúde. Logo após, serão apresentados alguns dos principais problemas didáticos e metodológicos aos quais o professor deve estar atento ao elaborar suas au-las, no intuito de obter sucesso nos objetivos pretendidos no processo de ensino-aprendizagem da natação. O fascículo termina com a sugestão de um programa de aprendizagem dividido em quatro estágios. Reúne, ainda, nas 38 aulas previamente planejadas que apresenta, diversas sugestões de atividades — em sua maioria sob a forma de jogos e brincadeiras, como já relatado, para que o professor possa utilizá-las como suporte complementar no planejamento de suas aulas, a fim de que seus alunos desempenhem com sucesso os objetivos determinados para cada unidade do programa.

Feitas essas (poucas!) colocações iniciais... chega de papo e vamos ao que interessa, vamos ao trabalho, vamos para a água!

(10)

Ninguém sabe ao certo quando

,

onde e como o homem descobriu a

natação e começou a praticá-la. As mostras mais antigas datam de 9000 a.C., encontradas em pinturas, murais, vasos, mosaicos e mes-mo em um selo de barro descoberto no antigo Egito. Do ponto de vista histórico, então, é possível afirmar que as origens da natação se confundem com a da própria humanidade.

Sabe-se, no entanto, que, na antiga Grécia, Platão editara a Lei n° 689, a qual dava prova de uma “educação insuficiente” àquele que possuísse a inabilidade tanto de ler como a de nadar. De forma concisa, dizia Platão em sua Lei: “Cidadão educado é aquele que sabe ler e nadar”.

Já em Roma, a natação era praticada por crianças de ambos os sexos e era tida como uma atividade tão importante ligada à

educa-Vamos falar um pouco sobre...

A H

istóriA

dA

N

AtAção

1

(11)

ção integral, que tratavam de forma desprezível quem não soubesse nadar com a frase: “É tão ignorante que não sabe ler nem nadar”.

Atravessando séculos de história, é somente na Renascença, nos fins do século xv e início do século xvi, que surge a publicação do

primeiro livro que discorre sobre a natação. Editado em latim, Nico-lás Wynmann de Ingoltstadt na Bavária escreve, em 1538, o famoso “Colymbetes” (lenk, 1942).

Entretanto, somente a partir da segunda metade do século xviii,

é que aparecem numerosas publicações sobre o que passou a ser chamado de “arte de nadar”. O interesse pelo estudo dos processos de ensino-aprendizagem da natação trata de estabelecer de modo mais detalhado o processo de aprendizagem mais conveniente. De maneira geral, o enfoque recaía sobre o trabalho individualizado, priorizando sistemas rígidos para o ensino.

Ainda sobre a “arte de nadar”, a mais relevante publicação se dá em 1797. Orônzio de Bernardi, envolvendo conhecimentos sobre a relação existente entre a água e o peso específico do corpo, apresen-ta uma teoria: ”O corpo do homem vivo nada em água, por si mesmo e sem o mínimo auxílio de movimentos, e na posição vertical, a cabeça emerge da água, de modo que deixa livre a respiração” (apud

lenk, 1942, p. 9).

Já que estamos falando sobre a história..., que fique também registrado que somente em 1905 é publicado o primeiro livro de um brasileiro que discorre sobre a natação. Seu título é “Homem forte: ginástica, natação, esgrima e tiro ao alvo”, escrito por Do-mingos Nascimento.

Apesar dos diferentes esforços empreendidos ao longo de tantos anos (lembrem-se de que estamos nos referindo ao ano de 9000 a.C., quando o homem começa a registrar sua história com a água!), a crença errônea de que o “[...] homem não sabia nadar pois não era capaz de manter-se na superfície da água e ir por sobre ela” (wilke,

1982, p. 32) fez com que todas as tentativas metodológicas volta-das para o ensino da natação recaíssem sobre a “resistência física”, ou seja, a parte prática propriamente dita de uma aula era sempre precedida de exercícios físicos em seco. Esses exercícios simulavam

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a coordenação dos movimentos natatórios e sua contínua repetição por, no mínimo, uma hora, também assegurava ao praticante “uma boa” resistência física (e bota boa nisso!). Os exercícios em seco (em alguns métodos realizados inclusive na posição deitado sobre um cavalete de barriga para baixo – decúbito ventral) ficaram conheci-dos como “exercícios de ritmo de natação”.

Essa persistente ideia só teve fim em 1925 (imaginem vocês quantos anos foram necessários ao homem para perceber isso, ou seja, desde 9000 a.C. até 1925! Será que se esse “mistério” tives-se sido resolvido há mais tempo, nós, atualmente, estaríamos na-dando de forma “diferente”, num outro novo estilo, ainda mais rápido? Kurt Wiessner, valendo-se de pressupostos psicológicos, afirma que “[...] o homem não sabe nadar por natureza pois, não está habituado a encontra-se dentro d’água” (lewin, 1978, p. 56).

Sem poder imaginar a dimensão da repercussão que tomaria suas palavras, Wiessner promove uma “revolução” no ensino da na-tação. A partir de suas afirmações, todos os métodos de aprendiza-gem iniciam-se com a etapa conhecida como “adaptação ao meio líquido” (nós não somos diferentes, vocês irão ver logo,logo!).

Com base nos exercícios de adaptação ao meio líquido e tra-balhos de ginástica natural, Wiessner leva a natação aos primeiros anos da escola, já que essa nova dimensão dada ao ensino da nata-ção possibilitou, também, o desenvolvimento de uma metodologia de trabalho em grupos e em piscinas rasas.

Bem, mas que natação “nova” é essa, afinal? De que natação nós estamos falando? Antes desse tal de Weissner, nadava-se de um jeito e, atualmente, nada-se de outro? Nadar e natação são a mesma coisa? Para responder a essas e a outras dúvidas vamos falar um pouco sobre...

(13)

Diz o dito popular que “[...] quando não se sabe o caminho, qualquer direção nos leva para o lugar certo!”.

Enquanto refletimos sobre isso com sentido pedagógico, é claro, os nossos sempre valiosos dicionários, Aurélio e Houaiss (eletrônico, lógico!), fazem-nos ver que o termo “conceito” se refere a: modo de pensar, de julgar, de ver; noção, ideia, concepção; compreensão que alguém tem de uma palavra.

Quero chamar a sua atenção para o fato de que, quando se trata de processo ensino-aprendizagem, é necessário, como professor, ter-mos clareza de como diferenciar natação e nadar, pois é o “conceito” que, num primeiro momento, temos sobre uma e outra coisa, que irá direcionar nossa opção metodológica e, portanto, caracterizar o nosso ensino. Isto é: eu estou ensinando natação ou ensinando meu aluno a nadar para quê?

C

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G

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N

AtAção

capítulo 2

2

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Em outras palavras, o “conceito” (nessa esteira de pensamento/ reflexão) estaria diretamente vinculado aos “fins ou finalidades” da natação e/ou do nadar.

Tal como sugerem Burkhardt e Escobar (1985), a natação pode assumir: o caráter elementar utilitário (prazer da vivência lúdi-co-aquática, segurança própria, terapia, entre outras); o caráter esportivo-formal (aprender a técnica dos quatro nados esporti-vos); e o caráter competitivo (aprimoramento técnico; envolver-se competitivamente).

Se você nunca havia pensado sobre isso e muito menos em de-finir um “conceito” sobre “Como é que eu penso/defino o que seja natação e nadar”, apresento, a seguir, algumas definições cunhadas de vários especialistas no assunto, para, então, você verificar se al-guma delas se encaixa ou se aproxima daquela por você elaborada. A partir deste “ponta pé inicial”, você deverá tentar começar a se ver como alguém que irá ensinar natação/nadar, isto é, a refletir sobre os tais “fins ou finalidades” a que você se propõe.

Isso é muito importante, pois o programa de aprendizagem que será apresentado é, num primeiro momento, inanimado, cabendo a você o “sopro da vida” (Nossa! Você nunca pensou que pudesse ter tanto poder, não é mesmo! Fala sério?), também com sentido pedagógico, é claro.

Ou, como diria o nosso mestre de genebriano Jean Piaget (1977, p. 172), “[...] perceber uma casa não é ver um objeto que nos entra pelos olhos, mas um objeto que vamos penetrar”.

Sem perder mais tempo, vamos aos especialistas e a seus con-ceitos sobre...

Natação

Para Santiago Esteva (1977, p. 54), natação “[ ...] ”consiste em poder manter-se a flutuar na água mediante a ajuda de certos movimentos ordenados e seguindo determinados princípios”.

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Já Werner Freitag (1977, p. 43) oferece um conceito geral e um restrito:

a. geral: natação inclui a natação, os saltos para água, o polo, na-tação submarina, mergulhar e salvar vidas;

b. restrito: natação “compreende os 4 estilos”.

De acordo com Gerhard Lewin (1978, p. 76), natação “[...] é um desporto que constitui uma fonte de recreação, de alegria de viver e de saúde para as pessoas de todas as idades”.

Alfredo Gomes de Faria Júnior (1983) diferencia natação de nadar:

a. natação: disciplina integrante dos currículos dos cursos na área de educação, objetivando preparar os alunos para ensinar ou mi-nistrar atividades nas aulas para nadar, em diversas faixas etá-rias, ao sexo masculino e feminino; competição que reúne um determinado número de pessoas que objetivam a performance por distância ou em determinado tempo.

b. nadar: “[...] ato psicomotor que objetiva a locomoção no meio líquido na horizontal, na vertical ou totalmente imerso” (p.128).

Para Jayme Werner dos Reis (1983, p. 33), “[...] a arte de nadar significa a técnica de deslocar-se na água por intermédio da coorde-nação metódica de certos movimentos”.

Roberto Burkhardt e Micheli Ortega Escobar (1985, p. 29) afir-mam que nadar é a habilidade de “[...] manter-se na água e ir por ela sem tocar no fundo; podendo ser esta habilidade de nadar ser exe-cutada sem preencher os requisitos dos 4 nados mas, comprovando a completa ambientação do indivíduo ao meio líquido”.

Leonardo Graffius Damasceno (1987, p. 19) diz que nadar “[...] é uma atividade de intervenção social”.

Para a Federação Internacional Amadora de Natação (Fina) (1987, p. 3) “[...] é a ação de autopropulsão e auto-sustentação na água que o homem aprendeu por instinto ou observando animais”.

(16)

Como vocês podem perceber, também não existe consenso en-tre inúmeros especialistas sobre o “conceito” de natação e nadar (lembram-se da definição dos dicionários Aurélio e Houaiss, lá no começo, relativa à palavra conceito?). No entanto, quero reforçar — pelos motivos já expostos — a necessidade de você elaborar o seu próprio conceito sobre esses termos.

A esse respeito, também é preciso lembrar que a Federação In-ternacional Amadora de Natação (Fina) é a instituição máxima re-presentante da natação em todos os países do mundo. Sendo assim, a orientação (burocrática!) é a de considerar o conceito expresso por ela como sendo o “conceito orientador”.

A esta “altura do campeonato”, você deve estar pensando: Tudo bem! já percebi a importância da natação para o contexto educacio-nal desde os mais remotos tempos, entendi a necessidade de ter meu próprio conceito sobre essa atividade mas... afinal, por que a natação é considerada como a atividade física mais completa?

Essa pergunta já foi motivo de publicação de inúmeros livros, quer dizer, a explicação para dar conta da abrangência do papel formativo e totalizador da natação não é tão simples. No entanto, e de forma muito resumida, vamos falar um pouco sobre esse po-lêmico tema.

(17)

A principal característica que diferencia a natação das demais ativi-dades e, por isso mesmo, confere-lhe papel de importância é o fato de ser a única atividade que qualquer indivíduo pode ser levado a fazer/praticar, antes mesmo de saber andar.

Estudos sobre o desenvolvimento motor infantil, principal-mente, denotam que, na medida em que a criança, desde a mais tenra idade, tem a oportunidade de exercitar um variado repertório de movimentos, ela terá assegurado um desenvolvimento muito mais equilibrado. A estimulação na água também confere à criança a possibilidade de andar mais cedo (precocemente), ter melhor do-mínio (coordenação) de seus movimentos, enfim desenvolver uma “autonomia” que lhe é muito mais favorável na conquista de outras formas de relação e interação com o meio ambiente no qual ela está inserida.

V

Alores

dA

N

AtAção

e sua ImportâncIa para a saúde

capítulo 3

3

(18)

Esses seriam os principais valores relacionados com a possibili-dade que somente a natação lhe confere, ou seja, praticar uma ati-vidade desde o nascimento. Mas... e para a saúde? Então vamos lá:

Influências da natação no organismo

No coração e na circulação

Com a prática regular da natação, o organismo mantém, duran-te muito mais duran-tempo, a elasticidade dos vasos, de modo que quase não se verifica elevação da pressão sanguínea e os tão discutidos sintomas de desgaste. A natação é um exercício físico que treina o coração e a circulação, mantendo, durante muito tempo, sua elasti-cidade e juventude e permitindo-lhe conservar-se em boa forma. A natação proporciona:

a. hipertrofia auricular e ventricular;

b. aumento do volume (coração de atleta);

c. baixa da pressão sanguínea sistólica;

d. aumento da pressão sanguínea diastólica;

e. elasticidade dos vasos;

f. maior capilarização.

No aparelho respiratório

No que diz respeito à absorção de oxigênio e à expulsão de gás carbônico, a natação exige um grande esforço da respiração. No entanto, com a prática regular dessa atividade, após o exercício, o déficit de oxigênio dá lugar, durante vários minutos a um débito de oxigênio, em função de uma absorção maior e mais elevada do oxigênio do que a que se verifica em situação de repouso. Desse modo, o débito de oxigênio é sempre quantitativamente superior ao seu déficit.

Por outro lado, a respiração corretamente praticada durante a natação é também muitas vezes utilizada como profilaxia e terapia

(19)

de doenças do aparelho respiratório, assim como do coração e do sistema circulatório. A prática da natação promove então:

a. maior débito de oxigênio;

b. aumento da capacidade de difusão do oxigênio;

c. aumento da hemoglobina;

d. aumento da capacidade vital.

Na musculatura e no aparelho locomotor

Com a prática da natação, consegue-se uma melhor capilariza-ção, isto é, uma melhor irrigação sanguínea da musculatura, que se verifica em consequência de uma melhor impregnação dos músculos com sangue circulando nos vasos capilares e, ao mesmo tempo, um aumento da secção transversal dos músculos.

A natação contribui também, em grande medida, para que o corpo da criança adquira uma postura correta, tendo também um grande valor na terapia de diversas deformações e deficiências orto-pédicas, uma vez que exige, por exemplo, uma intervenção simétrica dos músculos (simetria central), como no caso dos nados nos estilos Crawl e Costas.

Na musculatura e no aparelho locomotor, então, é possível des-tacar os benefícios da prática regular da natação, principalmente:

a. aumento da seção transversal dos músculos;

b. melhor postura.

No metabolismo

O esforço que a prática da natação exige do organismo requer a mobilização de uma grande quantidade de energia. O sistema meta-bólico tem de trabalhar com uma enorme economia de modo a poder satisfazer as exigências impostas pelo esforço. Terá de ser garantida a absorção de uma quantidade suficiente de calorias, sob a forma de substâncias alimentares. Nesse processo, a composição dos alimen-tos é decisiva para a capacidade de resistência. Desse modo, sistema metabólico trabalha com mais economia.

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No sistema nervoso

Qualquer atividade física implica um certo esforço do sistema nervoso. O movimento autônomo é uma característica que, por si só, constitui uma manifestação de vida. Cada movimento voluntário é precedido por uma determinada resolução – um ato de vontade, enquanto, durante o processo de aprendizagem e exercitação dos movimentos próprios à natação na água, é o sistema nervoso central que é chamado a intervir em primeiro lugar, respondendo aos estí-mulos específicos com a criação de novas reações de movimentos condicionados. Com o aumento das variações e da amplitude técnica impostas a esses movimentos – que é particularmente desenvolvido com a natação — é sobretudo o sistema nervoso vegetativo que in-tervém. Assim, a natação representa uma contribuição indispensável para o desenvolvimento do sistema nervoso global. Logo, a prática da natação propicia um melhor desenvolvimento do Sistema Nervo-so Central (SNC).

Bom, parece que, a partir deste momento, você já possui jus-tificativas suficientes para eleger a natação, como a atividade que maiores valores apresenta ao desenvolvimento, dentre tantas outras. Daí, lá atrás, termos falado do “papel formativo e totalizador da natação”. Ficou claro?

Sendo assim, já está na hora de falarmos sobre o tão comentado programa de aprendizagem de natação, isto é, abordarmos o lado prático da coisa em si, não é mesmo? Então... lá vamos nós.

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Em natação, pelo menos, mas acredito que também em outras áreas que tratam do ensino de alguma modalidade, há uma regra clara: não há um programa de aprendizagem ideal, ou seja, o melhor programa, aquele que dá conta de resolver todos os problemas de aprendizagem que os alunos apresentam.

Portanto, é necessário que você saiba algumas das principais características que devem ser consideradas, antes de implementar um programa de aprendizagem de natação, o que não exclui o que iremos mostrar.

P

roGrAmA

de

A

PreNdizAGem

de

N

AtAção

capítulo 4

4

(22)

Características de um programa de aprendizagem

Tendo em vista o alcance dos seus objetivos, um programa de aprendizagem deve considerar as seguintes características:

a. ser adequado à realidade onde será implementado;

b. obedecer a possíveis restrições físicas (tamanho e profundidade da piscina, por exemplo), financeira e social;

c. deve ser possível de ser implementado: “As instalações que pos-suo são compatíveis com as exigências prévias descritas no pro-grama? Possuo material (pranchas, boias etc.) para desenvolver as atividades descritas no programa?”

d. possuir restrições de pessoal: corpo docente, funcionários admi-nistrativo, de limpeza e de manutenção, principalmente;

e. determinar o modelo didático que orientará a aprendizagem no programa.

Sobre o desenvolvimento das atividades

Considerando as características mencionadas, antes de iniciar o desenvolvimento das atividades de um programa de aprendizagem de natação, é necessário, ainda, para não colocar em risco todos os esforços empreendidos, estar atento a pelo menos:

a. objetivos propostos: os objetivos estão coerentes, por exemplo, com uma determinada turma (idade, capacidade para realizar certas tarefas) entre outras especificações?

b. conteúdos a utilizar: os conteúdos encaixam-se no perfil daquela determinada turma?

c. meios e recursos a utilizar: o local (clube, escola, academia) pos-sui pranchas, macarrão/espagueti enfim, o que eu necessito?

d. procedimentos mais adequados: vou fazer todas as atividades em dupla ou só algumas? Os alunos ficaram dispostos na borda lateral, lado a lado?

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e. ordem ou sequencia mais racional: por qual atividade/exercício devo começar?

f. tempo disponível: descontando o tempo utilizado com a cha-mada, com um bate-papo rápido sobre as novidades... quanto tempo me sobra, verdadeiramente, para desenvolver “tais e tais” atividades/exercícios?

g. ritmo a imprimir ao trabalho: bem, se me sobram somente “tan-tos” minutos para fazer um determinado conjunto de atividades, vou imprimir um ritmo mais acelerado aos exercícios ou não vou permitir que os alunos descansem “tanto” tempo nas bordas após cada atividade?

Ao pensar sobre um programa de aprendizagem (o seu programa!) e suas atividades, lembre-se de fazer, pelo menos, estas perguntas:

a. A quem se aplica = idade dos alunos e nível de aprendizagem/ desempenho;

b. Onde se aplica = local;

c. Como se aplica = hierarquização dos conteúdos.

Aspectos didáticos e metodológicos

1. Caráter coletivo da aprendizagem: sempre há dúvida sobre qual a aula mais proveitosa para o aluno, é claro: a individual ou a em grupo? As aulas em grupo parecem mais interessantes pois:

a. permitem maior dinâmica;

b. estabelecem melhor organização das sessões;

c. desenvolvem o sentido de companheirismo.

2. Número de alunos por sessão: o mais indicado — pedagogicamen-te falando, é que haja, no máximo, 15 alunos por professor. Esse número leva em conta:

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a. que são crianças acima de seis anos;

b. já têm experiência prévia em natação;

c. o professor é experiente;

d. a piscina é adequada (dimensão e profundidade).

3. Frequência de estímulos: na fase de aprendizagem, quanto mais frequente forem os estímulos, melhor e mais rápida sua aprendiza-gem pelo aluno. Desse modo, o ideal é que as aulas sejam diárias.

4. Tempo de aula: na fase da aprendizagem, a aula não deve exceder o tempo de 40 ou, no máximo, 50 minutos. Após esse período, co-meça a haver muita dispersão de atenção pelo aluno, em função do seu desgaste mental.

5. Temperatura da água: considerando as diferenças regionais ou geoclimáticas (cidades serranas etc.), o ideal é que a água da piscina varie entre 25º e 27º C. Estamos nos referindo à instalações simples, ou seja, piscinas abertas e não aquecidas e, especificamente, ao Es-tado do Espírito Santo.

6. Local das sessões: como existe uma variedade muito grande de modelos de construção de piscinas, no que diz respeito, principal-mente, à sua profundidade, e essa particularidade deve ser conside-rada (também!) na implementação de programas de aprendizagem, acho melhor apresentar as vantagens e desvantagens de cada uma delas, ficando a seu critério (estou “passando a bola!”) quaisquer outras decisões de cunho didático e metodológico.

Piscinas rasas

Vantagens:

a. permitem os alunos manterem os pés no fundo;

b. tornam mais fáceis os primeiros contatos com a água;

c. permitem grupos mais numerosos;

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Desvantagens:

a. não permite combater o medo à profundidade;

b. a relação aluno x meio é menos real;

c. os primeiros contatos podem ser mais fáceis, mas a adaptação pode ficar incompleta.

Piscinas fundas

Vantagens:

a. estabelecem uma relação aluno x meio mais real;

b. possibilitam que, vencidas as primeiras dificuldades, o ensino- aprendizagem evolui de forma mais coerente.

Desvantagens:

a. menor confiança dos alunos nos primeiros contatos;

b. diminuição do número de alunos;

c. permanência do professor dentro d’água.

Piscinas mistas ou de profundidade progressiva

a. possibilitam a escolha da profundidade pelo professor, de acordo com as características dos alunos e o seu grau de evolução;

b. tornam a aula mais dinâmica pela possibilidade de o professor po-der utilizar diferentes profundidades no transcorrer de cada aula.

Atitude didática do professor

Nem todos os alunos, devido às diferenças individuais, respon-dem de forma semelhante à aplicação dos fatores de que depende a aprendizagem; contudo os fatores que a afetam são previsíveis para a maioria dos casos. O professor deve, portanto, identificá-los e hierarquizá-los convenientemente, apresentando uma gama de pro-cedimentos que contemplem essas diferenças.

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Materiais auxiliares

Como já foi dito, um programa de aprendizagem comporta inúmeras características e/ou especificidades. Os materiais auxilia-res são hoje, antes de tudo, um aspecto cultural de identidade, de correspondência da natação contemporânea, moderna. Quem pode imaginar, nos dias atuais, aulas de aprendizagem de natação sem a existência da prancha? Não estou falando que só se aprende a nadar com prancha, que não pode existir um método que não use prancha, enfim, não é isso! Estou me referindo à identidade cultural, algo so-cialmente construído ao longo dos anos. Dessa forma, a natação nos remete a toda sorte de matérias que possam auxiliar o processo en-sino-aprendizagem. Desde aqueles específicos (pranchas, macarrão, boias de braço, flutuadores de perna etc.) a tantos outros – possíveis de permanecerem dentro d’água (garrafas plásticas, bolas etc.) que, carinhosamente, vamos chamar de “genéricos”.

Seja como for, o importante é que você, ao planejar suas ativi-dades/aulas não se esqueça de que esses materiais devem:

a. ser apropriados à idade dos alunos: escolha materiais que não provoquem aquele ar de “Isto é para criancinha” ou que seus alu-nos, ao explorarem se machuquem ou machuquem os colegas;

b. ser previstos com antecedência: certifique-se de que seu local de trabalho tenha, em número suficiente, o material que você utilizará numa certa aula;

c. ser em número suficiente para evitar clima de disputa: se você sabe quantos alunos têm numa certa turma, deve haver um ma-terial para cada aluno;

d. manter o espírito de curiosidade: sempre surpreenda seus alunos com um material novo, diferente. Essa atitude é uma boa fonte de motivação para ele;

e. estimular a conservação: ao final de cada aula, peça a seu alu-no que guarde o material que ele utilizou. Além de incentivar o sentido de conservação, confere-lhe, também, senso de res-ponsabilidade.

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Ufa! Acho que agora você já esta pronto. Já tem elementos sufi-cientes para ir ao que verdadeiramente interessa: para a parte prática.

Sendo assim, vamos ao tão comentado e prometido programa de aprendizagem.

Antes, claro — tal como no Big Brother que tem a “espiadinha” — vamos a algumas “palavrinhas” esclarecedoras sobre o programa. Divirta-se!

Considerações sobre o programa

A opção por elaborar um programa que tenha por base a apren-dizagem do nado no estilo Crawl baseia-se no pressuposto de ser o mes mo estilo em que o indivíduo encontrará maior identidade de coorde nação entre os movimentos que irá praticar no meio líquido com os que já praticam no meio terrestre.

Como comparativo analítico-motor, por exemplo, pode-se citar a oposição entre braços e pernas existente no ato de andar e no de nadar, levando o sujeito à compreensão de suas possibilidades de locomoção na água. A rápida experiência natatória, favorecida por esse mesmo rendimento locomotor, no caso do nado no estilo Crawl, apoia o processo de aprendizado, do ponto de vista da motivação, de outros novos estilos.

No entanto, de acordo com Singer, citado por Carvalho (1982, p. 11):

[...] para organizar o ensino o professor precisa domi-nar: o conteúdo a ser ensinado, conhecer as aptidões dos alunos, saber formular ob jetivos, dominar os mé-todos e os meios de ensino e, estar a par dos recursos humanos e outros disponíveis.

Contudo, posso-lhes assegurar que o mesmo programa contém os elementos necessários para o ensino dessa modalidade, qual seja,

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a natação, especialmente para aqueles indivíduos cuja faixa etária se situa a partir do quatro anos, inclusive.

No seu início, as estratégias de atividades elaboradas perseguem o desenvolvimento não só de uma aprendizagem elementar como meio — etapa da adaptação — como também em relação ao próprio estilo eleito (arbitrariamente, mas justificado!), ou seja, o nado no estilo Crawl.

De acordo com Navarro (1978, p. 41), “[...] o primeiro e funda-mental passo na aprendizagem é dar ao aluno a possibilidade para que se familiarize com a água e venha a ter confiança nela”.

Desee modo, a partir da primeira aula, o aprendiz executa um con junto de exercícios variados, representados pelas estratégias de atividades contidas no programa, que, ao provocarem um proces-so de adaptação das sensações visuais, táteis, auditivas, muscu-lares, de equilíbrio, da respi ração etc., o conduzirão à aquisição dos principais fundamentos, permi tindo, posteriormente, a apren-dizagem de outras técnicas padronizadas. Quer dizer, ao se supor um enriquecimento das sensações e experiências corporais, como consequência do somatório do número de estraté gias de atividades exercitadas à medida que o programa avança em suas unidades, o indivíduo, ao final do processo, gozará de suficientes subsídios — total domínio do meio bem como das técnicas rudimentares no estilo do nado Crawl.

Sobre as estratégias de atividades que perfazem cada uma das aulas sugeridas no programa, obviamente não esgotamos as pos-sibilidades. A imaginação do professor, aliada à sua experiência, é deter minante, na utilização oportuna de outros procedimentos, como já foi dito.

Em todo caso, é importante lembrar que qualquer exercício ou ativi dade não é um fim em si mesmo.

O programa apresentado deve ser desenvolvido por meio de um processo lúdico, em que o jogo, a diversão em realizar exercícios, o contato social etc. assumam papel de destaque, promovendo be-nefícios do tipo físico-psíquico numa natação em que o prazer e a técnica se apresentem como elementos indissociáveis.

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É oportuno reafirmar que, para conseguir bons resultados em qualquer programa de aprendizagem, não basta o professor conhe-cer bem o conteúdo da modalidade. É necessária uma conveniente formação didática que passa pelo estudo e pela experiência, como afirma Carvalho (1982, p. 75):

[...] didática é a arte de ensinar e não pode separar a teoria da prática que devem fundir-se num só corpo, conduzindo à realidade plena, através de uma orien-tação ajustada às diferentes capacidades indi viduais e aos meios disponíveis.

Por outro lado, nenhum professor consegue uma boa rentabi-lidade no ensino, se não possuir condições materiais (lembro-lhes mais uma vez!) para realizar seu trabalho, principalmente quando se trata de uma modalidade como a natação.

Cabe então ao professor objetivar o ensino ou a direção didá tica da aprendizagem, considerando a programação dos conteúdos, os mé todos e recursos específicos disponíveis (só para que vocês não se esqueçam!).

Ressalvando esses aspectos, pode-se garantir que o Programa de Aprendizagem de Natação apresentado concorre para o êxito da aprendizagem.

Da mesma forma, o número de aulas que caracterizam o desenvol vimento de cada unidade (Quadro 1) parece suficiente para assegurar total sucesso na aprendizagem da modalidade em questão.

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Etapas Unidades Nº de Aulas

1ª Adaptação

Descontração Facial 5

Apneia Voluntária 5

Visão Subaquática 3

Flutuação em Decúbito Ventral 4

Deslize 4

2ª Propulsão

Perna de Crawl com Prancha 3 Perna de Crawl sem Prancha 4 Braço de Crawl com Prancha 4 3ª Respiração Respiração Frontal com Prancha 4 4ª Coordenação Nadar Crawl em Apneia 2

As aulas desenvolvidas não devem ultrapassar o limite de 40 a 50 minutos, bem como o número de alunos trabalhados em cada unidade não deve exceder a 15.

Características do programa

O programa foi organizado em quatro etapas, distribuído em dez unidades, incluindo as estratégias de atividades de 38 aulas de natação.

Para cada unidade, foi estabelecido um critério final de desem-penho constante de uma Ficha de Observação de Desemdesem-penho na Aprendizagem de Natação que cada aluno deve ser levado a atingir ao final do programa, avaliando-se, então, ao atingi-lo, a aprendiza-gem das ati vidades constantes das estratégias de cada aula.

Cada aula de natação do programa inclui quatro estratégias apre sentadas conforme uma sequência pedagógica, quer dizer, da mais simples para a mais complexa, preestabelecida.

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Descrição do programa

O programa é integrado por dez unidades, distribuídas nas qua-tro etapas (Quadro 1) que seguem: adaptação, propulsão, respiração e coordenação.

Cada uma das quatro etapas constou de unidades organizadas conforme diversas aulas (Quadro 1), incluindo cada aula quatro es-tratégias de atividades em sequência preestabelecida.

Entretanto, para o cumprimento de cada unidade, o sujeito deve ser capaz de desempenhar as atividades estabelecidas como critério para o início da aprendizagem da unidade seguinte, cons-tantes nos Quadros-Resumos dos Critérios Finais de Desempenhos nas Unidades.

A operacionalização do Programa de Aprendizagem de Nata-ção confeccionado apresenta-se conforme os Quadros Resumos dos Critérios Finais de Desempenhos nas Unidades, seguindo as quatro etapas programadas (Quadro 1) e já referidas.

Assim, para cada unidade, foi estabelecido um Critério Final de De sempenho ao qual cada aluno deve ser submetido ao ser en-cerrado o ensino da unidade, comprovando, então, ao atingi-lo, a aprendi zagem das estratégias de atividades exercidas.

Os alunos que, após o ensino de todas as atividades de cada uni-dade, não conseguirem atingir o referido critério, devem ser levados novamente ao ensino das mesmas atividades mais uma, ou duas ou três vezes, conforme o que se faça necessário para a aprendizagem de cada unidade pelos alunos.

Sobre esse aspecto, é importante acrescentar que, apesar de as ativida des repetidas serem as mesmas, no intuito de tornar efetiva a aprendiza gem pelo aluno de cada unidade, isso não significa que a abordagem sobre esse conjunto de estratégias que deverão nova-mente ser exercitadas, ocorra em idêntica situação que aquela de-senvolvida anteriormente, prin cipalmente, por se considerar serem alunos que não obtiveram êxito na primeira vez de aplicação dessas mesmas atividades.

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Após a avaliação do desempenho do aluno ou de um grupo nas aulas da Unidade I, primeira unidade do Programa de Aprendiza gem de Natação, isto é, a denominada Descontração Facial – realizada sempre na última aula da unidade em desenvolvimento com base no Critério Final de Desempenho estabelecido, o grupo, para o ensino das atividades das unidades seguintes deve passar a ser organi zado conforme os resultados que cada aluno consegue atingir, pois, an tes de ser aprendida a Unidade I, não é possível que o aluno seja levado a aprender a Unidade II e assim por diante.

Portanto, os grupos passam a ser formados em função do nível de aproveitamento dos alunos nas aulas, constantes de cada unida-de, ou seja, todos que passarem para a unidade seguinte e apresen-tam, dessa forma, o mesmo nível de rendimento, passam, então, a formar um grupo, e os que não conseguirem aprender as estratégias de atividades devem ser agrupados, conforme a unidade que forem aprendendo.

Assim, o número de alunos que passa a integrar cada novo grupo – considerando-se, a título de exemplo, que a primeira uni-dade do programa se iniciou com um certo grupo de alunos, fica na dependência desses mesmos alunos terem atingido ou não os critérios estabelecidos pela Ficha de Observação de Desempenhos na Aprendizagem da Natação, quando da passagem de uma unida-de para a outra.

O objetivo da referida ficha, adaptada com base no Programa de Aprendizagem de Natação, elaborada por Pavel (1977), é regis-trar o de sempenho de cada criança, no cumprimento de cada uni-dade das quatro etapas (adaptação, propulsão, respiração e coor-denação) do Programa de Aprendizagem de Natação, permitindo o estabelecimen to do critério final de aprendizagem.

Assim, e ainda para melhor ilustrar, as crianças que repetem a Unidade I uma vez e alcançam o critério es tabelecido para passar para a Unidade II, integram um mesmo grupo juntamente com as que, no transcorrer da Unidade II, não atingirem o critério e, portan-to, precisam repeti-la.

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É interessante assinalar que a adaptação dessa forma de orga-nização das turmas, no transcorrer do programa, não implica que o aluno inicie sua aprendizagem somente a partir da primeira unidade.

Para ingressar, basta que, ao se iniciar a aprendizagem das ativida des constantes de uma dada unidade, o aluno seja capaz de desempenhar as tarefas estabelecidas como critério naquela unidade anterior a que pretende, como já comentado.

Para finalizar, pode-se, então, dizer que o programa se desen-volve da seguinte forma:

a. ao final das aulas de cada unidade trabalhada, os su jeitos que alcançarem sucesso na aprendizagem e atingirem o critério es-tabelecido pela Ficha de Observação de Desempenhos na Aprendi-zagem de Natação iniciam a aprendiAprendi-zagem da unidade se guinte;

b. aqueles que, em idêntica situação, não atingirem o referido cri-tério estabelecido repetem a unidade em questão, tantas vezes quantas se fizerem necessárias.

As Fichas de Observação de Desempenhos na Aprendizagem

de Natação (FODAN) se encontram no final do fascículo.

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Quadros-Resumo dos Critérios

Finais de Desempenhos nas Unidades

Etapa — adaptação

Unidades Critérios Finais de Desempenhos

Descontração facial Saltar da borda da piscina na

posição de pé Afundar a cabeça duas vezes Apneia voluntária Posição de pé na piscina,

segurando a borda com as duas mãos

Permanecer três segundos, com o rosto dentro d'água, duas vezes

Visão subaquática Posição de pé na piscina Indentificar o número de dedos mostrados pelo professor embaixo d'água

Flutução em decúbito ventral

Partindo da posição de pé na piscina

Permanecer flutuando durante três segundos

Deslize Posição de pé dentro d'água com impulso na borda

Percorrer a distância de três metros: rosto dentro d'água, braços estendidos à frente da cabeça, que deverá ultrapassar completamente a linha dos três metros

2ª Etapa – propulSão

Unidades Critérios Finais de Desempenhos

I - Perna de Crawl

com prancha Posição sentada na borda da piscina com prancha nas mãos, braços esticados à frente da cabeça, segurando no meio da prancha

Percorrer a distância de cinco metros

II - Perna de Crawl sem prancha

Posição sentada na borda da piscina, sem prancha; braços esticados à frente da cabeça

Percorrer a distância de cinco metros, sem respirar

III - Braço de Crawl com prancha

Posição sentada na borda da piscina, com a prancha nas mãos, braços esticados à frente da cabeça, segurando no meio da prancha

Percorrer a distância de cinco metros sem respirar, realizando movimentos alternados de rota-ção dos braços

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3ª Etapa - reSpiração

Unidades Critérios Finais de Desempenhos

I - Respiração frontal com prancha

Posição sentada na borda da piscina, segurando a prancha no meio e batendo pernas no estilo do nado Crawl

Percorrer a distância de cinco metros, realizando um mínimo de duas respirações

4ª Etapa - coordenação

Unidades Critérios Finais de Desempenhos

I - Nadar Crawl em apneia

Posição sentada na borda da piscina

Percorrer a distância de sete metros, utilizando a batida de pernas e o movimento alter-nado de rotação dos braços, sem respirar

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1ª E

tapa

– Adaptação

Unidade I – Descontrair os músculos da face

1ª Aula

1. Sentado à borda da piscina, cada aluno bate as pernas na água, alter nando batida forte, batida fraca, ao comando do professor. 2. Em pé dentro da piscina, o professor passa uma bacia com água a

ca da aluno sentado à borda, para que pegue a água com as mãos e lave todo o rosto, como se estivesse acordando naquela hora. 3. Em pé dentro da piscina, cada aluno bate com as duas mãos na

água, ao comando do professor, como se estivesse tocando tambor.

programa de aprendIzagem de natação

e

strAtéGiAs

de

A

tiVidAdes

do

(37)

4. Uma corda é estendida pelo professor, de um lado a outro da piscina no sentido da largura. Ao seu comando, cada aluno, em pé dentro da piscina, junto à borda, segura a corda com as mãos e cobre toda a sua extensão, andando como se fosse bombeiro.

2ª Aula

1. Sentado à borda da piscina, cada aluno bate as pernas na água, alter nando batida forte, batida fraca, ao comando do professor. 2. Em pé dentro da piscina, o professor passa com um regador,

molhan do o corpo, a partir da cabeça, de cada um dos alunos sentados à bor da, como se fosse um banho de chuveiro.

3. Em pé dentro da piscina, segurando a borda com as mãos, cada aluno abaixa-se, ao comando do professor, até que a água alcan-ce pelo me nos a altura de seus ombros.

4. Em pé dentro da piscina, distante um metro da borda, o professor colo ca-se de frente para os alunos segurando um bambolê em posição ho rizontal, na altura do nível da água. Ao seu comando, cada aluno, fo ra da piscina, partindo da posição de pé na borda, pula dentro do bambolê.

3ª Aula

1. Em pé dentro da piscina, distante dois metros da borda, o profes-sor colo ca-se de frente para os alunos, segurando uma folha de jornal à altura do peito. Ao seu comando, os alunos, sentados à borda, batem as pernas na água de forma a molhar a folha. 2. Em pé dentro da piscina, o professor passa com um balde

mo-lhando o corpo, a partir da cabeça, de cada um dos alunos senta-dos à borda, como se fosse um banho de cachoeira.

3. Dois pneus são colocados pelo professor no fundo da piscina, no sen tido da sua largura, distantes dois metros um do outro. Ao seu comando, cada aluno, em pé dentro da piscina, parte da borda andando ou correndo, e vai até a borda oposta, ultrapassando os dois obstáculos, sem pisá-los ou contorná-los.

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4. Em pé dentro da piscina, os alunos, de mãos dadas, rodam em círculo, ao comando do professor, cantando a música “Atirei o pau no gato”. Quando o gato fizer “miau”, todos os alunos se

abaixam, imergindo a cabeça.

4ª Aula

1. Em pé dentro da piscina, distante dois metros da borda, o profes-sor co loca-se de frente para os alunos segurando uma vela acesa à altura do peito. Ao seu comando, cada aluno, sentado à borda, bate as pernas na água de forma a apagar a vela.

2. Em pé dentro da piscina, os alunos jogam água para cima com as mãos, ao comando do professor, como para fazer chover.

3. Urna corda é estendida pelo professor, de um lado a outro da pis-cina no sentido do comprimento (dividindo a largura ao meio), a uma altu ra de 15 centímetros do nível da água. Ao seu comando, cada aluno, em pé dentro da piscina, parte da borda e vai andan-do ou correnandan-do até a borda oposta, passanandan-do por baixo da corda. Em seguida, repe te-se o exercício, diminuindo gradativamente a altura da corda, até que o aluno imirja toda a cabeça para ultrapassá-la.

4. Fora da piscina, partindo da posição de pé na borda, cada aluno é desafiado pelo professor a pular sozinho para dentro d’água.

5ª Aula

Nesta aula, com exceção da última estratégia, as demais são iniciadas tendo o professor na posição de pé dentro da piscina.

1. O professor, jogando água com as mãos, molha completamente cada aluno sentado à borda.

2. O professor conta até cinco com espaços relativamente longos entre um número e outro. Ao ouvir o primeiro número, cada alu-no, em pé den tro da piscina, junto à borda, imerge por completo. Quando emerso, o aluno ouve o número seguinte, procedendo

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de forma idêntica, e assim sucessivamente, até que o professor termine a contagem.

3. Distante quatro metros da borda, o professor coloca-se de frente para os alunos, segurando um bambolê na posição vertical, to-talmente imerso. Ao seu comando, cada aluno, em pé dentro da piscina, parte da borda e passa por dentro do bambolê, dirigindo- se para a borda oposta.

4. Em pé dentro da piscina, junto à borda, cada aluno, mantendo os bra ços esticados à frente da cabeça, é puxado pelas mãos até a borda oposta, pelo professor. Durante o percurso, o aluno bate as pernas no estilo do modo de Crawl, ininterruptamente.

Quando o professor disser a palavra “submarino, o aluno coloca

o rosto dentro d’água, como se o fosse.

Unidade II – Bloquear a respiração voluntariamente

1ª Aula

1. Deitado em decúbito ventral à borda da piscina, cada aluno bate as pernas na água alternando batida forte, batida fraca, ao co-mando do professor.

2. Em pé dentro da piscina, os alunos são dispostos à vontade. A um si nal, o professor pega somente aqueles alunos que estejam com a cabeça fora d’água, incluindo os que não estiverem com a cabeça imersa por completo.

3. Cinco pneus são colocados em círculo no fundo da piscina pelo pro fessor. Ao seu comando, cada aluno, em pé dentro da piscina, parte da borda e vai andando ou correndo de encontro a um pneu por ele esco lhido, sentando sobre ele. Ao deixar seu pneu, o aluno dirige-se para a borda oposta.

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2ª Aula

1. Em pé dentro da piscina, distante três metros da borda, o profes-sor co loca-se de frente para os alunos, segurando uma bola. Ao arremessar a bola junto à borda, cada aluno, sentado à mesma, bate as pernas na água fazendo com que a bola volte às mãos do professor.

2. Em pé dentro da piscina, distante três metros da borda, o profes-sor co loca-se de costas para os alunos segurando uma bola. Em pé dentro da piscina, os alunos colocam-se um do lado do outro, junto à borda. A um sinal, o professor arremessa a bola para trás, na direção dos alunos. Aquele em que a bola tocar imerge, sentando-se no fundo da piscina. Em seguida, o professor retoma a bola, procedendo de forma idêntica e assim sucessivamente, até que cada aluno tenha sido tocado pela bola.

3. Em pé dentro da piscina, os alunos, formados em duplas, colo-cam-se um de frente para o outro, de mãos dadas. Ao coman-do coman-do professor, um coman-dos componentes de cada dupla abaixa-se imergindo a cabeça por completo, enquanto seu oponente per-manece em pé na posição ini cial. Em seguida, repete-se o exer-cício, invertendo as posições das duplas.

4. Fora da piscina, partindo da posição de pé na borda, cada aluno pula para dentro d’água, ao comando do professor, sentado no fundo da piscina.

3ª Aula

1. Deitado em decúbito ventral à borda da piscina, cada aluno bate so mente uma das pernas na água, depois a outra e finalmente, as duas ao mesmo tempo, ao comando do professor.

2. Em pé dentro da piscina, junto à borda, cada aluno arremessa sua b bola para frente. Ao comando do professor, o aluno vai de encontro à sua bola andando ou correndo, conduzindo-a até a borda oposta, so mente com a cabeça.

3. Fora da piscina, partindo da posição de pé na borda, cada aluno é de safiado pelo professor a pular para dentro d’água o mais longe que puder, imergindo por completo em seguida.

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4. Em pé dentro da piscina, os alunos, formados em duplas, colo-cam-se um de frente para o outro. Ao comando do professor, um dos compo nentes da dupla abaixa-se, sentando no fundo da piscina, à frente dos pés de seu oponente, que permanece em pé, na posição inicial. Em seguida, repete-se o exercício, invertendo as posições das duplas.

4ª Aula

Nesta aula, com exceção da primeira estratégia, as demais são ini ciadas tendo os alunos na posição de pé dentro da piscina.

1. Em pé dentro da piscina, distante três metros da borda, o profes-sor co loca-se de frente para os alunos segurando uma prancha de isopor. Ao arremessar a prancha para junto da borda, cada aluno, sentado nela, bate as pernas na água, fazendo com que volte às mãos do professor.

2. Dispostos à vontade, o professor passa andando entre os alunos e com a mão, toca um a um aleatoriamente. A cada toque recebi-do, o aluno abaixa-se imergindo a cabeça por completo.

3. Em pé dentro da piscina, os alunos, formados em duplas, colo-cam-se um de frente para o outro. Ao comando do professor, um dos componentes de cada dupla abaixa-se e quando imerso, toca as mãos nos pés de seu oponente, que permanece em pé na posição inicial. Em se guida, repete-se o exercício, invertendo as posições das duplas.

4. Em pé dentro da piscina, os alunos são desafiados pelo professor a imergirem, permanecendo mergulhados o maior tempo possível.

5ª Aula

Nesta aula, todas as estratégias são iniciadas tendo os alunos na po sição de pé, dentro da piscina.

1. O professor passa andando entre os alunos, tocando aleatoria-mente com a mão em uma de suas pernas ou nas duas simul-taneamente. Dei tados em decúbito ventral à borda, cada aluno

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reage batendo na água somente com a perna que foi tocada ou, então, com as duas simulta neamente, quando for o caso.

2. Cada aluno solta sua prancha de isopor para que flutue livre-mente. Ao comando do professor, o aluno imerge, passando em-baixo da sua prancha.

3. Segurando uma prancha de isopor, com os braços esticados à frente da cabeça, cada aluno, após colocar o rosto dentro d’água, parte da borda, ao comando do professor, e vai andando ou cor-rendo, o mais longe que puder, sem respirar.

4. Os alunos imergem, ao comando do professor, quando este co-meça uma contagem. Quando emersos, cada aluno ouve um nú-mero. O pro fessor pergunta a cada um o número que ouviu, a fim de descobrir quem ouviu o maior número falado, isto é, o maior deles e, portanto, foi o que permaneceu maior tempo imerso.

Unidade III — Abrir os olhos embaixo d’água

1ª Aula

Nesta aula, com exceção da última estratégia, as demais são iniciadas tendo os alunos em posição de pé dentro da piscina.

1. Os alunos são desafiados pelo professor a imergirem, abrindo os olhos embaixo da água.

2. Os alunos, formados em duplas, colocam-se um de frente para o outro. Ao comando do professor, cada dupla imerge e um de seus compo nentes realiza uma “careta” embaixo da água.

Quan-do emersos, seu oponente reproduz a careta vista, em seguida, repete-se o exercício invertendo as posições das duplas.

3. Os alunos formam-se em círculo com o professor ao centro se-gurando três figuras geométricas (círculo, quadrado e triângulo) em alumínio. Ao comando do professor, os alunos imergem ob-servando a figura mos trada embaixo d’água. Quando emersos, cada aluno, questionado pe lo professor, diz a figura apresentada. Em seguida, repete-se o exercício variando a figura.

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4. Três pratos de alumínio, tendo cada um o interior pintado com uma cor diferente, são colocados pelo professor no fundo da pis-cina, de boca para baixo, distante três metros da borda. Ao seu comando, cada aluno, em pé dentro da piscina, parte da borda, imerso, impulsionan do-se na parede com os pés e pegando o prato da cor predileta.

2ª Aula

1. Em pé dentro da piscina, disposto à vontade, cada aluno for-ma ufor-ma du pla com o professor, colocando-se um de frente para o outro, de mãos dadas. Ao seu comando, imergem e, embaixo d’água, o professor reali za um movimento facial. Quando emer-sos, o aluno reproduz o movimento visto. Para cada aluno, o pro-fessor realiza um movimento fa cial diferente.

2. Duas dúzias de bolinhas de gude são colocadas pelo professor, de forma aleatória, no fundo da piscina. Ao seu comando, todos os alu nos, em pé dentro da piscina, partem da borda e, com imersões sucessivas, apanham o máximo de bolinhas que conseguirem. 3. Em pé dentro da piscina, os alunos formam-se em círculo com o

pro fessor ao centro. Ao seu comando, todos imergem, e o profes-sor, embaixo da água, representa uma pessoa ora chorando, ora rindo. Quando emersos, cada aluno questionado pelo professor relata o que viu.

4. Em pé dentro da piscina, junto à borda, o professor com uma fita vermelha sigilosamente enrolada em um dos dedos da mão for-ma com cada aluna ufor-ma dupla, colocando-se um de frente para o outro. Ao imergirem, o professor estende a mão para cada alu-no e visualiza embaixo d’água. Quando emerso, o alualu-no mostra, em sua própria mão, o dedo em que o professor tem a fita. Para cada aluno, o profes sor troca a fita do dedo.

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3ª Aula

Nesta aula, com exceção da Estratégia 3, as demais são iniciadas tendo os alunos na posição de pé dentro da piscina.

1. Em pé, dentro da piscina, os alunos formam-se em círculo com o pro fessor ao centro. Ao seu comando, todos imergem e ob-servam o pro fessor, que de forma alternada, deita, senta-se ou fica agachado no fundo da piscina. Quando emersos, cada aluno questionado pelo professor comenta a posição vista.

2. Em pé dentro da piscina, cada aluno forma dupla com o profes-sor, colocando-se um de frente para o outro. O profesprofes-sor, com as mãos imersas e fechadas, segura uma ou mais moedas em uma delas. Ao seu comando, o aluno imerge e, simultaneamente, o professor abre as mãos. Quando emerso, o aluno diz em qual mão estavam as moedas e quantas são.

3. Nove varetas de alumínio (seis pequenas e três grandes) são colocadas pelo professor no fundo da piscina, distante quatro metros da borda. Fora da piscina, partindo da posição de pé na borda, cada aluno, ao seu comando, pula para dentro d’água e pega somente as varetas grandes. Para cada aluno, o professor varia a sequência das varetas pedidas.

4. Em pé dentro da piscina, os alunos formam-se em círculo com o pro fessor ao centro. Ao seu comando, todos emergem e ob-servam um número (de 1 a 5) que o professor mostra com seus dedos embaixo da água. Quando emersos, o professor pergunta a cada aluno o número que viu.

Unidade IV — Flutuar em posição de decúbito ventral

1ª Aula

Nesta aula, todas as estratégias são iniciadas tendo os alunos na po sição em pé, dentro da piscina.

Referências

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