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Resposta da comunidade de aves ao uso do fogo nos campos de altitude do sul do Brasil

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Academic year: 2021

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE BIOCIÊNCIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOLOGIA

RESPOSTA DA COMUNIDADE DE AVES AO USO DO FOGO NOS CAMPOS DE ALTITUDE DO SUL DO BRASIL

Maurício Bettio

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL Av. Ipiranga 6681 - Caixa Postal 1429

Fone: (51) 3320-3500 CEP 90619-900 Porto Alegre - RS

Brasil 2017

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE BIOCIÊNCIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOLOGIA

RESPOSTA DA COMUNIDADE DE AVES AO USO DO FOGO NOS CAMPOS DE ALTITUDE DO SUL DO BRASIL

Maurício Bettio Orientadora: Dra. Carla Suertegaray Fontana

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PORTO ALEGRE - RS - BRASIL

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III SUMÁRIO

RELAÇÃO DE FIGURAS ... V RELAÇÃO DE TABELAS ... VII AGRADECIMENTOS ... VIII RESUMO ... X ABSTRACT ... XI

APRESENTAÇÃO ... 9

Contextualização geral ... 9

Organização e estrutura da dissertação ... 21

Literatura citada ... 22

CAPÍTULO 1. Responses of bird community to fire extremes management in grasslands: frequent burns vs burns’ suppression ... 28

Abstract ... 30

Resumo ... 31

Introduction ... 32

Methods ... 37

Study area description ... 37

Sampling design ... 39

Bird and vegetation surveys ... 39

Statistical analysis ... 40

Results ... 42

Discussion ... 49

Management implications for conservation ... 52

Acknowledgements ... 55

Conflicts of interest ... 55

References ... 55

Supplementary material ... 65

CAPÍTULO 2. O uso do fogo pode contribuir para a conservação da avifauna nos campos de altitude do sul do Brasil? ... 69

Abstract ... 71

(4)

IV

Material e Métodos ... 74

Descrição da área de estudo ... 74

Delineamento ... 76 Análise de dados ... 77 Resultados ... 78 Conflitos de interesse ... 84 Agradecimentos ... 85 Referências ... 85 Material suplementar ... 89 CONCLUSÕES ... 96 APÊNDICE FOTOGRÁFICO ... 99 NORMAS DE PUBLICAÇÃO... 103

Periódico Biodivesity and Conservation ... 103

(5)

V

RELAÇÃO DE FIGURAS

CAPÍTULO 1

Figure 1. Distribution of sampling points within study region in southern brazilian highland

grasslands. ... 37

Figure 2. Ordination of 80 sample units obtained from a matrix of Bray-Curtis dissimilarity for

bird species representing burned excluded grasslands (blue dots) and frequently burned grasslands (red triangles) in the space of the first two principal coordinates (PCoA axes 1 and 2) from highland grasslands of southern Brazil. The elipses represent IC 95% in relation to centroid (obtained from original distances). ... 44

Figure 3. Ordination diagram (CCA) showing relationships between birds and habitat structural

descriptors from 80 sample units in highland grasslands of southern Brazil. Habitat descriptors are indicated with arrow-vectors and represent the highly correlated with first two axes. Graphic shows only bird species with incidence ≥ 3.75%. H = vegetation height, V = vegetation cover, R = rock cover, W = number of woody plants. For species names and incidence see Table 3 in Supplementary material. ... 47

Figure 4. Bird species abundance according a gradient of vegetation height in 80 point counts

sampled in highland grasslands of southern Brazil. The graphical representation show only data from 39 bird species that have ≥ 6 individuals registered in the whole of samples. Empty circles represent outliers and stars represent extreme outliers. Dashed line into boxes represent median. For species abbreviations see Tabela 3 in Supplementary material. ... 48

CAPÍTULO 2.

Figura 1. Região de estudo e localização dos sítios amostrais nos Campos de Altitude do nordeste

do Rio Grande do Sul, com a representação das áreas e períodos de amostragem: C1_2015, C1_2016, C2_2015, C2_2016 = campos com queima anual ou bianual; SQ1_2015, SQ2_2015 = campos excluídos de queima até 2015; PQ1_2016, PQ2_2016 = campos queimados em 2016 após longo período sob exclusão de queima. Para mais detalhes dos acrônimos vide Delineamento. .... 75

Figura 2. Heterogeneidade das variáveis de estrutura da vegetação (altura da vegetação e

obstrução lateral) e cobertura do solo (cobertura de vegetação e solo exposto) entre os tipos de manejo no período de 2015 e 2016 nos CASB. C = campo controle; SQ = campo sem queima; PQ: pós queima de SQ. Letras diferentes indicam diferença significativa entre os casos (p<0,05). ... 79

Figura 3. Agrupamento hierárquico demonstrando a dissimilaridade na composição de espécies de

aves entre os tipos de manejo com base nas áreas e períodos amostrais. C = campo controle; SQ = campo sem queima; PQ: pós queima de SQ. Os acrônimos correspondem as áreas destacadas na Figura 1. ... 81

Figura 4. NMDS (índice de Bray-Curtis) mostrando associação entre as áreas de amostragem

(6)

VI

espécies de aves com incidência ≥ 9,4%. C = campo controle; SQ = campo sem queima; PQ: pós queima de SQ. Espécies grifadas em vermelho são ameaçadas de extinção. Acrônimos das

espécies e categorias de ameaça estão contidos na Tabela 2 do Material Suplementar. ... 82

Figura 5. Imagem representativa da fisionomia das áreas controle (C – vide item Delineamento no corpo do artigo). Corresponde a local com incidência de fogo antrópico, anual ou bianual, aplicado entre meados de julho e setembro, pelo menos durante os últimos 50 anos. Perceba a queima em mosaicos, a vegetação mais rasteira e prostrada. Data: setembro de 2015. Crédito: Maurício Bettio. ... 93

Figura 6. Imagem representativa da fisionomia das áreas sem queima (SQ – vide item Delineamento no corpo do artigo). Corresponde a local sob exclusão de queimadas por período entre 10-15 anos. Perceba a vegetação alta e densa, com plantas lenhosas em crescimento. Data: setembro de 2015. Crédito: Maurício Bettio. ... 94

Figura 7. Imagem representativa da fisionomia das áreas pós queima (PQ – vide item Delineamento no corpo do artigo). Corresponde a local submetido a um evento de queima em agosto 2016, após um período de 10-15 anos sob exclusão de queima. Perceba as touceiras em crescimento vegetativo, com solo exposto aparente. Data: novembro de 2016. Crédito: Maurício Bettio. ... 95

APÊNDICE FOTOGRÁFICO Área de estudo...99

Área de estudo...100

Fogo em mosaico e material para medidas de vegetação...101

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VII

RELAÇÃO DE TABELAS APRESENTAÇÃO

Tabela 1. Compilação dos principais resultados de estudos realizados em diferentes ambientes ao

redor do mundo envolvendo uso do fogo e sua interação com a avifauna*. Os trabalhos estão organizados por ordem decrescente conforme a data da publicação. ... 15

CAPÍTULO 1.

Table 1. Summary of differences in average number of observed bird individuals, species and

diversity per sample units according types of management of grassland vegetation in highland grasslands of south Brazil: frequently burned grasslands (FBG) and burn excluded grasslands (BEG). Table shows mean values and standard deviation (± SD), degrees of freedom (d.f.), Wilcoxon rank-sum test (W) and signification value (p-value). ... 43

Table 2. Description of the heterogeneity of vegetation and ground cover variables registered in

sample units of frequently burned grasslands (FBG) and burn excluded grasslands (BEG) in highlands of South Brazil. Table shows mean values, standard error (± SE) and median, Wilcoxon rank-sum test (W) and signification value (p-value). ... 45

Table 3. Abundance (relative percent to sum of all individuals), incidence and the maximum

number of bird individuals (n) per sample unit, with statistically significant differences (p ≤ 0.05) between n values from two management types of grassland vegetation in South Brazilian Highland Grasslands. Data obtained from 80 point counts rejoinders three times during breeding season, from November of 2015 to January of 2016. P-values are based on Wilcoxon rank-sum test (W). Global conservation status follow IUCN (2016): LC, least concern; NT, near threatened; VU, vulnerable; EN, endangered. Bird nomenclature and taxonomic ordination follows South American Classification Committee – SACC (Pacheco and Agne 2016). ... 65

CAPÍTULO 2.

Tabela 1. Sumário das diferenças entre os valores de riqueza, abundância, diversidade e

dominância das aves entre tipos de manejo e períodos amostrais, com base nos dados coletados nos pontos de escuta na região dos CASB. ... 80

Tabela 2. Abundância, status de conservação e código de identificação das aves registradas nos

diferentes tipos de manejo e períodos (C_2015, C_2016, SQ_2015, PQ_2016) nos campos de altitude do sul do Brasil. Status de conservação: RS (Decreto Estadual nº 51.797 de 2014), BR (MMA, 2014), Global (IUCN, 2016). Categorias: LC, least concern; NT, near threatened; VU, vulnerable; EN, endangered; -, não ameaçada. Nomenclatura e ordenação taxonômica seguem South American Classification Committee – SACC (Pacheco & Agne, 2016). ... 89

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VIII

AGRADECIMENTOS

Toda conquista é fruto de esforço árduo e, por ser assim, dependemos não somente de nossa capacidade física e intelectual, mas das pessoas que convivem conosco! Por isso devo agradecer a muitas pessoas!

Mais que agradecer, dedico este trabalho aos meus pais, Valmor Bettio e Eloisa Bettio, por toda compreensão e dedicação às minhas escolhas. Pelo exemplo e carinho sempre presentes. Também agradeço ao meu irmão Rafael Bettio, que sempre me proporcionou boas conversas e reflexões sobre a vida.

Agradeço à minha querida Letícia Osório da Rosa; companheira, amiga e cúmplice de todos os momentos. Por estar sempre presente, mesmo na minha ausência - quando estive em campo, morando longe, ou absorvido pelos trabalhos do mestrado. Sua força e dedicação fazem parte da minha inspiração.

À minha orientadora, Dra. Carla Suertegaray Fontana, agradeço por ter acreditado nas minhas ideias de pesquisa e me incentivado desde antes do mestrado! Agradeço por todo apoio sempre oportuno, seja no trabalho sério ou nas conversas informais durante os campos e no laboratório. Agradeço ter me concedido a oportunidade de poder conviver e trabalhar com um grupo de pessoas dedicadas, com quem aprendi muito nesses últimos dois anos.

Agradeço imensamente aos proprietários de terras e moradodes dos Campos de Cima da Serra, que permitiram o desenvolvimento deste estudo em suas propriedades. Em especial a Laís Nunes Osório, Paulo Alves Machado e Lindaura, Valdir Boff de Castilhos, Aires Zuanazzi e Lirane Castilhos. Obrigado pela recepção e apoio em todos os momentos!

Sou grato aos colegas e amigos de mestrado Gabriel G. Larré, Tiago F. Steffen e Natália S. Porzio pelo companheirismo nestes dois anos em que estivemos juntos. A eles e aos demais colegas do laboratório de Ornitologia: Thaiane Weinert da Silva, Eduardo Chiarani, Márcio Repenning, Graziela Dotta, Christian Borges Andretti, Christian Beier, Maiara Cabreira Flores,

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IX

Juliana Pestana de Souza e André Pereira, agradeço pela colaboração, parceria e discussões sobre ornitologia que me fizeram ampliar os horizontes na pesquisa. Ao Gabriel G. Larré e Eduardo Chiarani, por terem partilhado diversos momentos em campo. Agradeço ao amigo Amilton José Iaruchewski pelo aprendizado proporcionado em taxidermia de aves e mamíferos.

Agradeço ao Dr. Pedro Ivo Simões pelos apontamentos oportunos ao longo do trabalho, em especial sobre as análises estatísticas.

Ao Glayson A. Bencke, por ter me auxiliado no início deste projeto, quando me recebeu gentilmente na FZB para esclarecer dúvidas de pesquisa. Ao Maurício da S. Pereira pela indicação de alguns métodos e programas utilizados ao longo do mestrado.

Ao Cristian M. Joenck pelos apontamentos ao longo deste trabalho e parcerias em outros projetos desenvolvidos junto ao laboratório de ornitologia durante o mestrado. Por ter sido um precursor em minhas ideias de estudar ornitologia.

Aos companheiros que zelam pelo Parque Estadual do Tainhas, Wellinton, Alberto, Alceu, Jessé e “Deco”, pela companhia e prosas durante as estadas naquele local

A toda equipe de servidores do Parque Nacional de Aparados da Serra e Parque Estadual do Tainhas, pelo apoio logístico e pelas permissões concedidas para estudo nas UC’s.

Aos Avaliadores, Dr. Valério de Patta Pillar, Dr. Demétrio Luís Guadagnin (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e Dr. Juan Pablo Isacch (Universidad Nacional de Mar del Plata), que prontamente se dispuseram a contribuir para este trabalho.

Agradeço ao CNPq pela bolsa de mestrado e a CAPES/Proex (Programa de Excelência Acadêmica) e NGC (Neotropical Grassland Conservancy) pelo financiamento deste projeto.

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X RESUMO

Ecossistemas campestres constituem paisagens abertas com predomínio de vegetação herbácea/arbustiva, frequentemente entremeada por cursos d’água, banhados, pântanos e até formações florestais. Os Grasslands, como são chamados, dominam praticamente 40% da superfície terrestre e estão entre as formações naturais mais suscetíveis a intervenções humanas. Os campos de altitude localizados no sul do Brasil são considerados relictos naturais mantidos historicamente por distúrbios, como fogo e herbivoria. A presença de distúrbios naturais é uma característica intrínseca e necessária aos ecossistemas campestres, sendo uma força evolutiva que forjou a paisagem selecionando plantas e animais, especialmente onde as condições climáticas e de solo são propensas ao desenvolvimento de florestas. Embora o fogo seja considerado uma forma de distúrbio natural nos campos de altitude do sul do Brasil, seu regime tem sido alterado desde a chegada dos humanos, especialmente após a introdução da pecuária no século XVII. Avaliamos neste estudo a resposta da comunidade de aves em duas situações distintas de manejo da vegetação campestre no sul do Brasil: áreas com histórico de queimadas anuais ou bianuais e áreas excluídas de fogo por um período entre 10-15 anos. Dedicamos dois capítulos para explorar este tema, focando no primeiro a resposta das aves e vegetação às duas situações antagonistas de manejo e, no segundo, explorando um evento de incêndio acidental sobre a vegetação com histórico de exclusão de queima, para verificar alterações nos parâmetros da comunidade em relação a áreas frequentemente queimadas e para discutir a importância dos distúrbios na manutenção de uma avifauna diversa bem como do ecossistema campestre no sul do Brasil. Realizamos a coleta de dados na época reprodutiva, entre a primavera/verão de 2015 e 2016. Constatamos que a diversidade da comunidade de aves não foi alterada significativamente entre os tipos de manejo, indicando que os principais efeitos da presença frequente ou ausência das queimadas tendem a ser verificados sobre as espécies, ao menos num curto espaço de tempo. Houve, portanto, significativa modificação na composição de espécies. A estrutura do habitat, como altura da vegetação, número de plantas lenhosas e porcentagem de cobertura do solo por rochas e vegetação foi responsável por 80% da variação total da comunidade de aves, demonstrando que a avifauna responde intensamente às alterações do ambiente. Quando comparamos o período pré e pós queima com áreas queimadas periodicamente constatamos modificações expressivas na estrutura da vegetação, como a diminuição de altura e densidade, além de uma grande quantidade de solo exposto nas áreas pós queima em relação aos campos periodicamente queimados e ao período pré queima. Novamente, a avifauna respondeu significativamente somente em relação a composição de espécies, indicando que a alteração da dinâmica de manejo é capaz de selecionar as espécies de aves, de modo a beneficiar ou prejudicar a ocorrência de parte da comunidade. Espécies ameaçadas de extinção como Xanthopsar flavus, Anthus nattereri e Cinclodes pabsti tiveram uma preferência em ocupar campos queimadas com vegetação baixa, enquanto Scytalopus iraiensis e Sporophila melanogaster ocuparam campos excluídos de queima onde a vegetação era alta e densa. Nossos resultados indicam claramente que a comunidade de aves responde significativamente aos diferentes tipos de manejo empregados sobre a vegetação campestre. Estudos que levem em consideração uma variação temporal maior do que a avaliada neste trabalo são um gargalo no sentido de verificar a resiliência das espécies de aves campestres especialistas em relação aos eventos de fogo ou sua ausência. O manejo dos campos demonstrou ser de grande importância para a manutenção de aves, incluindo táxons globalmente ameaçados. Apesar da aplicação do fogo ter impedimentos legais, seu uso controlado parece ser uma ferramenta de manejo estratégica na manutenção da diversidade de aves nos campos de altitude sul-brasileiros.

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XI

Responses of bird community to fire use in South Brazilian Highland Grasslands ABSTRACT

Grassland ecosystems compound open landscapes with predominance of grass/forb/shrub vegetation, frequently interspersed by streams, wetlands, peatbogs and forest formations. Grasslands dominate practically 40% of the terrestrial surface and they are between the more suscetible natural formations to human interventions. The highland grasslands of southern Brazil are considered natural relicts historically maintened by disturbance, as fire and herbivory. The presence of natural disturbances is an intrinsic and necessary characteristic of grasslands ecosystems, being an evolutive force that forged the landscape, selecting plants and animals, especially where the climatic and soil conditions are prone to forest development. Although fire is considered a natural disturbance into highland grasslands of southern Brazil, its regime has been altered since the arrival of humans and especially after cattle introduction, in the XVII century. In this study, we evaluate the responses of the avian community in two different situations of management of the grassland vegetation in southern Brazil: areas with annualy or biennialy burns and areas where burns were excluded/suppressed since 10-15 years ago. We dedicate two chapters to explore this subject, focusing on: (1) the avian and vegetation responses to two distinct management situations (fire vs. fire exclusion); and: (2) exploring how an accidental burning event in areas with fire exclusion for many years affected community parameters, compared to frequently burned areas. We also discuss the importance of fire disturbance to maintain a diverse avifauna and grassland ecosystems in south Brazil. We conduct samplings during the breeding season, in spring/summer 2015 to 2016. We verified that diversity of birds was not significantly different between the two management practices studied, indicating that the main effects of the frequently presence or absence of burns tend to be verifyed mainly on species composition, at least in short term. The habitat structure, measured as height of vegetation, number of woddy plants and percent of ground cover by rocks and vegetation was responsible by 80% of total variation on the composition and adundance of bird community. When we compare pre and post burn state of areas usually no burned with periodically burned areas, we verify expressive modifications, such a decrease of vegetativon height and density, a larger quantity of exposed soil into post burned areas in relation to periodically burned grasslands and the pre burned time of the usually not burned areas. Again, the avifauna differs only in relation to species composition, indicating that alteration on management dynamic is able to select bird species, benefiting or harming the occurrence of a part of community. Threatened species as Xanthopsar flavus, Anthus nattereri and Cinclodes pabsti had preference for burned grasslands with short vegetation, while Scytalopus iraiensis and Sporophila melanogaster occupied excluded grasslands where vegetation was tall and dense. Our results clearly indicate that bird communities respond significantly to different types of management employed on grassland vegetation. Studies that consider a greater temporal variation than ours, would be necessary and complementary in order to verify the resilience of grassland-specialists bird species in relation to fire events or their absence. The management with fire in grasslands has proven to be important to maintenance of birds, including globally threatened taxa. Although application of fire has legal impediments, its controlled use seems to be a strategic management tool for maintenance of bird diversity in the south brazilian highland grasslands.

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9

APRESENTAÇÃO

Contextualização geral

Os ecossistemas campestres estão entre as fisionomias naturais que mais sofreram perda de cobertura original em escala mundial (Henwood 2010). Por volta de metade das áreas campestres do mundo já foi convertida pelo uso antropogênico, enquanto apenas 5% dos campos ao redor do globo encontram-se legalmente protegidos (Hoekstra et al. 2005). No Rio Grande do Sul (RS) a taxa de proteção é ainda menor, com somente 0,33% dos campos protegidos em unidades de proteção integral (Overbeck et al. 2007, Pillar e Vélez 2010).

Os campos da região sul do Brasil encontram-se inseridos num dos maiores ecossistemas campestres da região Neotropical – os Campos do Sudeste da América do Sul - Southeastern South America Grasslands (Azpiroz et al. 2012). Esta macrorregião tem sido fortemente impactada por

atividades econômicas voltadas à conversão do ambiente natural, principalmente os florestamentos com espécies exóticas, a agricultura e a pecuária intensiva (Soriano et al. 1991, Overbeck et al. 2007). Devido à sua singularidade em termos ecológicos, o alto grau de vulnerabilidade de algumas espécies animais e vegetais e a baixa representatividade em Unidades de Conservação, os ecossistemas campestres do sudeste da América do Sul têm sido alvo de esforços crescentes alicerçados na pesquisa de base, buscando o desenvolvimento de estratégias conservacionistas e de desenvolvimento sustentável.

A avifauna campestre é declaradamente rica em espécies altamente adaptadas a esta formação (Di Giácomo e Kaprovickas 2005). Nos Campos de Altitude do Rio Grande do Sul (RS) e Santa Catarina (SC), Fontana et al. (2008) compilaram um total de 337 espécies de aves, das quais 140 estão associadas diretamente aos ambientes de campo e banhado. Considerando apenas ambientes campestres ou savânicos no RS, Bencke (2009) menciona ao menos 120 espécies de aves dependentes destes habitats. A importância da região para a avifauna pode ser evidenciada

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pela proposta de seis áreas importantes para a conservação de aves (Important Bird Areas) (Bencke et al. 2006) e, mais recentemente, pela criação de um plano de ação nacional voltado exclusivamente para Passeriformes campestres do sul do Brasil (Serafini 2013).

Em um contexto amplo de conservação, os campos de altitude vêm sofrendo dramaticamente em decorrência da contínua e rápida substituição, descaracterização e fragmentação dos diferentes ambientes que o compõe. No RS a taxa de conversão dos campos tem sido substancial, com perda de 15,6% da cobertura nativa em um período de 27 anos (1976 - 2002)

e uma taxa de conversão anual de cerca de 1.000 Km2 (Cordeiro e Hasenack 2009). Até 2002 a

vegetação campestre remanescente no RS era da ordem de 40% (Cordeiro e Hasenack 2009). Para alguns autores esta perda da cobertura vegetal nativa provavelmente é irreversível (Demaría et al. 2008). Tem-se discutido alternativas para frear a conversão dos campos naturais, que vão desde mecanismos de proteção legal, até questionamentos sobre os tipos de manejo historicamente empregados sobre a vegetação, como o uso do fogo e pastejo pelo gado (Fuhlendorf et al. 2006, Overbeck et al. 2007, Overbeck et al. 2015).

Um resultado inevitável da conversão dos campos é sua fragmentação em mosaicos (Viglizzo et al. 2001) e homogeneização da biodiversidade vegetal e animal. Nos campos de altitude do sul do Brasil práticas de agricultura têm seguido a mesma tendência em relação aos campos do Pampa, que abrangem também a Argentina e Uruguai, com predomínio dos cultivos de soja, milho e trigo (Crawshaw et al. 2007, Overbeck et al. 2007). Adicionalmente, nos campos de altitude, tem-se intensificado na última década o plantio de batata, trigo, maçã e soja (Cordeiro e Hasenack 2009).

Diversos autores têm apresentado e comprovado hipóteses sobre os fatores que causam a perda da diversidade da avifauna nas áreas campestres do sul do Brasil e, dentre as principais ameaças o florestamento com pinus (Pinus spp.) é provavelmente o maior problema enfrentado em relação à perda da qualidade do habitat natural (Fontana et al. 2009, Azpiroz et al. 2012). Outras

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ameaças incluem o monocultivo de grãos aliado ao uso de pesticidas, sobrepastejo, expansão imobiliária, drenagem de áreas alagadas, construção de empreendimentos hidrelétricos, invasão por espécies exóticas e a caça e captura ilegal de espécimes na natureza (Pillar e Quadros 1997, Viglizzo et al. 2001, Baldi et al. 2006, Crawshaw 2007, Fontana et al. 2008, Bencke 2009, Azpiroz et al. 2012).

Dentre as práticas econômicas tradicionais nos campos de altitude do nordeste do RS, o regime de perturbação pelo pastejo associado ao uso do fogo são formas de intervenção antrópica que encontram paralelos na história evolutiva da região e que têm preservado a vegetação original deste ecossistema (Bencke 2009). Via de regra, a manutenção em longo prazo dos campos requer a periódica perturbação das comunidades vegetais, a tal ponto que a perturbação pode ser considerada uma propriedade intrínseca da maioria dos ecossistemas campestres (Sala et al. 1996, Bugalho e Abreu 2008). A exclusão da perturbação por herbívoros ou o fogo frequentemente leva ao “engrossamento” dos campos (aumento na cobertura de gramíneas cespitosas altas) e à redução da diversidade florística em razão da dominância de algumas poucas espécies competitivamente superiores que normalmente são controladas pelo pastejo (Altesor et al. 1998, Pucheta et al. 1998, Rodríguez et al. 2003, Nabinger 2006, Overbeck et al. 2007).

Comunidades de aves que evoluíram em ecossistemas campestres normalmente incluem desde espécies intolerantes ao fogo até espécies dependentes de algum tipo de distúrbio, que em conjunto requerem um gradiente estrutural contínuo de vegetação, abrangendo desde capinzais altos que não sofreram perturbação por vários ciclos reprodutivos (“campos climácicos”) até áreas com pasto curto associadas ao uso do fogo ou ao intenso pastejo por herbívoros (Parker e Willis 1997, Derner et al. 2009). A composição da avifauna dos campos de altitude do sul do Brasil ajusta-se a esse padrão geral (Bencke 2009).

O reconhecimento do papel da perturbação na manutenção das comunidades de aves e demais elementos da fauna associadas a ecossistemas campestres traz profundas implicações para

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a sua conservação. Se o objetivo for conservar todos os componentes da comunidade, será necessário manter, restaurar ou simular de maneira controlada (com o uso do gado ou de queimadas periódicas) o regime de perturbação responsável pela heterogeneidade espaço-temporal da vegetação, visto que as espécies diferem consideravelmente em seus requisitos de habitat (Coppedge et al. 2008). Isso significa, também, que abordagens simplistas, calcadas na preconização de uma só medida conservacionista como solução (por exemplo, a exclusão do fogo ou gado, seguida do abandono de áreas de campo), beneficiam apenas uma parcela da comunidade e podem mostrar-se ineficazes em longo prazo (Bencke 2009).

Estudos na América do Norte revelam que o papel da perturbação com fogo e pastejo por herbívoros nos ecossistemas de pradarias naturais que evoluíram sob tal condição é fundamental para manter a heterogeneidade estrutural e composição da vegetação e, consequentemente, da fauna associada (Knapp et al. 1999, Collins 2000, Collins e Smith 2006). Para a avifauna, especificamente, Fuhlendorf et al. (2006) demonstraram que o manejo de áreas campestres através da interação fogo e pastejo (fire-grazing interaction) pode realmente ser uma maneira de reestabelecer a diversidade de aves campestres devido ao efeito de aumento na heterogeneidade ambiental num gradiente espaço-temporal.

Sobre implicações específicas ao uso do fogo como ferramenta para manutenção da feição natural da vegetação campestre, é imprescindível o caráter da parcimônia. Estudos apontam que o limiar entre integridade e degradação pelo uso de agentes perturbadores pode ser tênue (Zimmerman 1997, Pillar et al. 2006). O uso frequente do fogo pode tornar a estrutura da vegetação tão simples e homogênea quanto sua ausência prolongada, tendo, portanto, um efeito similar nas duas situações extremas (Reinking 2005). Além disso, queimadas frequentes podem ocasionar a redução de disponibilidade de habitats para algumas espécies ameaçadas (Isacch et al. 2004), especialmente se o período de queima incluir o período de nidificação das aves (Di Giácomo et al. 2011). Com o intuito de favorecer o entendimento do contexto ecológico do efeito

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do fogo sobre a comunidade de aves, foram compiladas na Tabela 1 informações provenientes da literatura. Os dados mencionados na referida tabela traçam um paralelo entre as principais conclusões dos trabalhos que mencionam o uso do fogo e sua interação com a avifauna e vegetação.

Um ponto importante é a dificuldade em interpretar os efeitos do uso do fogo e do pastejo de forma dissociada, pois estas situações estão invariavelmente conjugadas como prática de manejo da vegetação campestre, tanto nos campos do nordeste do RS, quanto em outros locais onde estudos semelhantes foram realizados, como nas pradarias norte-americanas (Zimmerman 1984, Askins 2000). No entanto, este fator pode ser amenizado quando áreas destinadas ao estudo de interações entre fogo e pastejo tiverem uma densidade semelhante de animais pastadores, visto que os agentes perturbadores - fogo e pastejo - exercem a priori a mesma função de distúrbio, ou seja, a redução da densidade da vegetação (Reinking 2005).

Considerando que a vocação das pastagens naturais dos campos de altitude do sul do Brasil é a produção animal e que a forma de manejo condicionada é o uso do fogo, é imprescindível entender o ambiente, suas potencialidades e vulnerabilidades, seu funcionamento e as interações ecológicas dos indivíduos que nele cohabitam e coevoluem ao longo do tempo (Carvalho et al. 2009), a fim de estabelecer políticas adequadas de conservação e produção sustentável. A preocupação crescente em planejar o uso da terra e conservar os ecossistemas campestres vislumbra a busca por indicadores ambientais que suportem esta demanda, especialmente por serem ambientes sujeitos a uma modificação em larga escala (Zalba e Cozzani 2004). O grupo das aves é, portanto, um indicador apropriado para fornecer informações em curto e médio prazo sobre alterações numa escala de ecossistema (Browder et al. 2002).

Apesar de sofrer com várias restrições no Brasil (ver Artigo nº 38 da lei de proteção da vegetação nativa – Lei Federal nº 12.651/2012), a prática de manejo da vegetação campestre com uso do fogo é usualmente empregada na região dos campos de altitude do nordeste do Rio Grande

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do Sul em associação a pecuária extensiva (Bencke e Duarte 2008). Neste sentido, os campos desta porção do RS proporcionam uma oportunidade única para o desenvolvimento de pesquisas sobre os efeitos de perturbações como uso do fogo, pois além da demanda conservacionista existe a demanda social e econômica associada. É imprescindível entender a dinâmica ambiental neste ecossistema cada vez mais suscetível e historicamente negligenciado. Neste sentido, estudos sobre o papel dos regimes de perturbação como determinantes da diversidade da fauna tem enfocado principalmente aves, mas há evidências de que as conclusões obtidas para esse grupo são válidas também para outros grupos biológicos altamente diversificados em ecossistemas campestres (Jones 2000, Debano 2006, Reid e Hochuli 2007), o que coloca as aves como grupo modelo para indicar modificações ambientais.

Do ponto de vista conservacionista, a relativa integridade dos campos remanescentes do nordeste do RS ainda favorece a presença de espécies de aves ameaçadas de extinção (Fontana et al. 2008). Em conjunto, os ambientes a serem estudados neste trabalho são reduto de aves mundialmente ameaçadas, como Xolmis dominicanus, Xanthopsar flavus, Anthus nattereri e Scytalopus iraiensis (IUCN 2016). Outras espécies ameaçadas regionalmente, como Sporophila

melanogaster e Cinclodes pabsti também são habitantes assíduos na região (Fontana et al. 2008).

Num contexto amplo, este estudo buscará compreender como o uso do fogo - um dos principais fatores responsáveis pela existência de campos e savanas em regiões onde o clima é favorável ao avanço de florestas, tal como nos campos de altitude do sul do Brasil (Pillar e Quadros 1997) - influencia a estrutura da comunidade de aves e como esta responde frente às variações estruturais da vegetação impostas por este tipo de manejo. Sob o ponto de vista ambiental, os resultados deste trabalho poderão guiar estratégias de manejo sustentável que visem manter a identidade da vegetação dos campos como forma de prover habitat para as espécies de aves associadas, tanto em áreas legalmente protegidas quanto em propriedades particulares nos campos de altitude do sul do Brasil.

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15 T abel a 1 . C om pi laç ão dos pr in ci p ai s re sul tad os de es tudos rea li zados em di fer ent es am bi ent es a o re dor d o m undo env ol v endo uso do fog o e sua i nt er aç ão com a av if auna *. O s t raba lhos es tão o rg ani zados po r or d em dec res ce n te conf o rm e a dat a da pu bl ica çã o . Aut o r/Ano Reg o do estudo H a bita t estuda do * * O bje tiv o s/H ipó teses Resul ta do s B ar to n et al. ( 2 0 1 4 ) Au str ália F o rest, W o o d la n d , He a th T estar s e o e feito d o f o g o s o b re a co m u n id ad e d e av es p o d e ser m o d er ad o p elo in cr e m e n to d a estru tu ra d a v eg etaç ão . - e m cu rto p raz o , m u d an ça s n a co m p o sição d a ca o m u n id ad e d e av es fo ra m m aio res q u a n d o a v e g etaç ão er a estru tu ral m e n te m ais si m p les e m e n o res e m u m a v eg etaç ão f lo restal c o m p le x a; - m o d if ic aç õ es n a riq u ez a d e esp éc ies d e av es e m c u rto p raz o f o ram m aio res e m f lo res tas d o q u e e m p rad ar ias; - fo rm aç õ es v e g etais estr u tu ral m en te m a is co m p lex a s p o d em ag ir co m o m o d er ad o ras d o ef eito d o f o g o s o b re a ass e m b le ia d e av es. C h al m a n d rier et al. ( 2 0 1 3 ) Áf rica d o Su l S h ru b la n d V eg et a tio n E n ten d er o i m p ac to d o f o g o e m lo n g o p raz o s o b re a co m u n id ad e d e av es. - d ez d as 1 4 esp éc ies d e av es an al is ad as ap resen tar a m d if er en ça sig n if icati v a d a ab u n d â n cia d e ac o rd o co m o te m p o d ec o rr id o d esd e o em p reg o d e fo g o ; - h o u v e si g n if ica tiv a m u d an ç a n a co m p o sição d e esp éc ies d e av es ao lo n g o d o p er ío d o d e su ce ss ão p ó s-fo g o e m fu n çã o d a m o d if icaç ão n a e str u tu ra d a v e g etaç ão . Jo n es e t a l. (2 0 1 3 ) E stad o s Un id o s P in e W o o d la n d s Qu a n ti ficar a estru tu ra d a v e g etaç ão ao r ed o r d o s n in h o s d e u m P ass er if o rm e (P eu ca ea a esti va lis ) e m flo restas d e co n íf er as s u jeitas a q u ei m ad as. - a e str u tu ra d a v e g etaç ão p ró x im a ao s lo ca is co m n in h o n ão d if er iu d a estru tu ra d a v eg etaç ão o n d e h o u v e fo g o a m en o s d e seis m ese s, m a s d if e riu m ai s q u e 5 0 % em r elaç ão ao s lo ca is co m n in h o q u a n d o h o u v e q u ei m ad a a m ais d e seis m ese s. W o in ar sk i e L eg g e (2 0 1 3 ) Au str ália Tr o p ica l sa va n n a s In v e stig ar se o s reg im es d e fo g o n a s sa v an a s to p icais au str alian a s são d es v a n taj o so s p ar a as av es. Ver if icar q u al o reg im e d e fo g o id ea l p ar a a av if au n a e se ess e reg im e é p o ss ív el d e ser im p le m en tad o . Ver if icar o s gaps n o co n h ec im e n to so b re o m an ej o co m f o g o . - o r eg im e d e fo g o o b ser v ad o m o str o u -s e s u b o p tima l p ar a m u itas esp éc ies d e av es, esp ec iel m an e te g ran ív o ro s, fr u g ív o ro s, esp é cies d ep en d e n tes d e ca v id ad es e as q u e n id if ica m p ró x im o ao s o lo ; - rec o m e n d a m q u e ár ea s p ro teg id as m a n te n h a m ao m e n o s 2 5 % d e su a ár ea s em q u ei m a p o r n o m ín im o 3 an o s e 5 % d a p aisag e m s e m q u e im a p o r p elo m e n o s 1 0 an o s. C ar d o n i e t a l. (2 0 1 2 ) A rg en tin a S a ltma rs h es E n ten d er co m o d if er e n tes in ten sid ad es d e u so d o fo g o e p astej o p elo g ad o af e ta m u m P as ser if o rm e (S p a rto n o ica ma lu ro id es ) em ár ea d e m ar is m a. - a d en sid ad e p o p u lacio n al, m icr o -h ab itat d o s n in h o s e tax as d e p red aç ão d e n in h o s fo ra m si m ilar es p ar a S . ma lu ro id es e m b aix a in ten sid a d e o u au sên c ia d o p astej o ; - S . ma lu ro id es estev e au sen te e m ár ea s co m alta

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16 Aut o r/Ano Reg o do estudo H a bita t estuda do * * O bje tiv o s/H ipó teses Resul ta do s in te n sid ad e d e p astej o e fo g o . Ho v ick et al. ( 2 0 1 2 ) E stad o s Un id o s Gra ss la n d s In v e stig ar o e feito d o fo g o e p astej o so b re a ec o lo g ia rep ro d u tiv a d e u m P ass er if o rm e (A mmo d ra mu s sa va n n a ru m ) em ár ea s ca m p e str es. - n ão h o u v e d if er en ça n o ta m an h o d a n in h ad a en tr e o tr ata m e n to o n d e o ca m p o f o i q u ei m ad o e m m a n ch a s e o tr ata m e n to co m q u ei m a co m p leta; - as ta x as d e so b rev iv ê n ci a d iár ia fo ra m m a io res n o tr ata m e n to co m ca m p o q u ei m ad o em m a n c h as e m r elaç ão ao ca m p o q u ei m ad o co m p leta m en te; - as tax a s d e so b rev iv ên cia d o s n in h o s fo i b ai x a e m a m b o s tr ata m e n to s. R o b er ts et al. ( 2 0 1 2 ) E stad o s Un id o s Gra ss la n d s E x a m in ar m u d an ça s n a d e n sid ad e d e esp éc ies d e av es ap ó s ev e n to s d e fo g o selv a g e m /n atu ral e v er if icar co m o a co m p o siçã o d a co m u n id ad e se aj u sta n o s an o s se g u in te s ao s ev en to s d e q u ei m a. - h o u v e m u d a n ça ap ar e n te n a co m p o sição d e esp éc ie s d e av es n o s an o s se g u in te s a q u ei m a, se n d o esp éc ies ass o ciad as a v e g eta çã o b ai x a b en e ficiad as e e sp éc ies ass o ciad as a v e g etaç ão alta so fr er a m i m p ac to n e g ativ o ; - a co m u n id ad e d e av es ap ar en te m e n te d e m o ro u 3 an o s ap ó s o fo g o p ar a reto rn ar a o s p ar â m etr o s o b ser v ad o s n o p er ío d o p ré -f o g o ; - m u itas d as resp o sta s o b tid as a p ar tir d o fo g o selv a g e m /n atu ral são se m e lh an tes ao rep o rtad o p ar a q u ei m ad as p rescr ita s/p lan ej ad as. T ay lo r et al. ( 2 0 1 2 ) Au str ália Tr ee Ma llee V eg eta tio n (E u ca lyp tu s sp p .) In v e stig ar o ef ei to d e d u as est ratég ias d e m a n ej o d a v eg etaç ão s o b re a co m u n id ad e d e av es: ár ea s co m u m a d iv er sid ad e d e class es d e id ad e d a v eg etaç ão m an tid a co m u so d o fo g o vs. ár ea s ex ten si v a s is en ta s d e in ter v en çã o . - a riq u ez a d e esp éc ies d e av es n ão estev e fo rte m e n te ass o ciad a a h eter o g e n eid ad e d a v e g etaç ão m ed iad a p o r u so d o fo g o , m a s este v e m ai s ass o ciad a co m ár ea s o n d e a p ro p o rçã o d e v eg etaç ão em class e d e id ad e av a n ça d a er a m aio r. P ills b u ry et al. ( 2 0 1 1 ) E stad o s Un id o s Gra ss la n d s E x a m in ar a ef ic ác ia d a estra tég ia d e m a n ej o q u e u tili za a in ter aç ão f o g o /p astej o em ár ea s ca m p estre s alta m e n te fr a g m e n tad as p a ra p ro m o v er m aio r d iv er sid ad e d e av es. - ao co n tr ár io d o esp er ad o o tr ata m en to q u e co n te m p la v a q u ei m ad as e m m a n c h as d is cr e tas e ac ess o ir restrito d o g ad o n ão g er o u h eter o g e n eid ad e n a altu ra d a v eg etaç ão sig n if icati v a m en te d if er en te d o tr atam e n to o n d e h o u v e so m e n te u m a q u ei m a d o ca m p o o u o tr atam en to co m q u ei m a co m p le ta e ac ess o ir restrito d o g ad o ; - o tr ata m e n to q u e co n te m p lav a q u ei m ad as e m m an c h as d is cr etas e ac es so ir restrito d o g ad o co n te m p lo u u m a co m u n id ad e d e av e s m ai s ad ap tad a ao ca m p o b aix o . Já a co m u n id ad e d e av e s p rese n te tr ata m e n to o n d e h o u v e

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17 Aut o r/Ano Reg o do estudo H a bita t estuda do * * O bje tiv o s/H ipó teses Resul ta do s so m e n te u m a q u ei m a d o ca m p o ao lo n g o d e q u a tr o an o s estev e rep resen tad a p o r esp éc ies d e av es ad ap tad as ao ca m p o alto ; - d if er e n ça s n a es tr u tu ra d a co m u n id ad e d e av es e sti v er a m m ais co rr elac io n ad as c o m a o b str u çã o v is u a l d a v e g etaç ão e a p resen ça d e m o saico s co m v eg etaç ão ar b ó rea d en tr o d o s sítio s a m o str ais. P etr y e Kr ü g er ( 2 0 1 0 ) B rasil Up la n d Gra ss la n d s Av aliar o e feito d o f o g o s o b re sítio s d e fo rr ag eio e n id if icaç ão u tili za d o s p o r u m P ass er if o rm e a m ea ça d o d e ex ti n çã o ( X a n th o p sa r fla vu s) e m u m a reg ião o n d e o f o g o te m s id o u sad o a séc u lo s co m o fer ra m e n ta p ar a o m a n ej o d o g ad o . - X . fla vu s d e m o n str o u u so m ai s fr eq u en te m e n te d o s ca m p o s q u ei m ad o s e e v ito u ca m p o s co m ca p im alto e v eg etaç ão m ais d ese n v o lv id a; - X . fla vu s estev e a u se n te e m ár ea s is en ta s d o f o g o p o r m ai s d e tr ês d éc ad as, co m o d en tr o d o s li m ites d e u m a U n id ad e d e C o n ser v aç ão co n te m p lad a p elo estu d o . B ro w n et al. ( 2 0 0 9 ) Au str ália Du n efield s P ro v er in fo rm aç ão p ar a a co n ser v aç ão d o am ea ça d o E m u ( S tip itu ru s ma llee ). Dete rm in ar r eq u er im e n to s d e h áb itat e esti m ar ta m a n h o p o p u lacio n al d a esp éc ie. - p o p u laçã o d a esp éc ie esti m a d a e m 1 6 .8 2 1 in d ., s en d o q u e u m a ú n ica reser v a co n ce n tr a m ais d e 9 0 % d a p o p u laçã o ; - a e sp éc ie é esp ec ial is ta, o co rr en d o em ma llee -Tr io d ia ve g eta tio n , a q u al n ão é q u ei m ad a p o r 1 5 an o s. ; - o fo g o é tid o co m o p rej u d icial p ar a a o co rr ên cia d a esp éc ie. P er k in s et al. ( 2 0 0 9 ) E stad o s Un id o s Dry P ra ir ie s Dete rm in ar o s ef eito s d a fr eq u ên cia e saz o n alid ad e d o f o g o ( v er ão vs. i n v er n o ) so b re a d en sid ad e d e ter ritó rio s e su ce ss o re p ro d u tiv o d e d o is P ass er if o rm e s (A mmo d ra mu s sa va n n a ru m e A imo p h ila a esti va lis ). - a d en sid ad e d e A . sa va n n a ru m au m e n to u e m ár ea s q u ei m ad as n o v er ão q u an d o o fo g o o co rr eu e m d ata an ter io r a 2 8 d e ju n h o . O m es m o o co rr eu co m a d en sid ad e d e A a esti va lis , p o rém q u a n d o a q u ei m ad a o co rr eu em d ata an ter io r a 2 0 d e ju n h o ; - en tr eta n to , a d en sid ad e d ec lin o u q u a n d o o f o g o o co rr eu d ep o is d e 2 8 d e ju n h o p ar a A . sa va n n o ru m e an tes d e 2 0 d e ju n h o p ar a A . a esti va lis ; - a saz o n alid ad e d o fo g o n ão af eto u a d en sid ad e d e ter ritó rio s o u o s u ce ss o r ep ro d u tiv o d e a m b as esp éc ies n o s an o s q u e se se g u ir a m ap ó s o f o g o ; - q u ei m ad as fr eq u en te s (n o v e rão o u in v er n o ), a ca d a 2 – 3 an o s, s ão e ss e n ciai s p ar a a m a n u te n çã o d o h áb itat r eq u er id o

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18 Aut o r/Ano Reg o do estudo H a bita t estuda do * * O bje tiv o s/H ipó teses Resul ta do s p o r A . sa va n n a ru m . R u ss el et al. ( 2 0 0 9 ) E stad o s Un id o s C o n ifer F o re st (P in u s sp p .) E n ten d er i m p ac to s a n ív el d e co m u n id ad e d e av es g er ad o s p o r ex p er im e n to s u tili za n d o q u ei m ad as p lan ej ad as e m flo restas d e p in u s, faz e n d o in fer ên cia s so b re o ef eito d o fo g o so b re to d as as esp éc ies d e av es o b ser v ad as. - tr ata m e n to s o n d e h o u v e a p licaç ão p lan ej ad a d o fo g o resu ltar a m e m a u m e n to d a tax a d e o cu p aç ão p o r esp éc ies d e av es in setí v o ras, esp éc ies q u e n id if ica m e m ca v id ad e; - esp éc ies d e av e s in setí v o ras fo liar es e d u a s esp éc ies g ran ív o ras esp ec ialis ta s (N u cif ra g a co lu m b ia n a e C a rd u elis p in u s) d ec lin ar am s u a o cu p a çã o n as ár ea s co m ap licaç ão p lan ej ad a d o f o g o . C o p p ed g e et al. ( 2 0 0 8 ) E stad o s Un id o s Ta llg ra ss P ra ir ie E n ten d er a in fl u ên cia r elati v a d e feiçõ es n at u rais e an tr ó p icas d a p aisag e m e ca rac ter ís ticas d a v eg etaç ão so b re a ab u n d ân cia d e a v es q u e rep ro d u ze m e m ár ea s ca m p es tr es. - Mo lo th ru s a te - u m a av e p ar asit a d e n in h o , e A mmo d ra mu s sa va n n a ru m - u m a a v e ca m p estre co m u m , fo ra m m ai s ab u n d an te s n o tr ata m e n to o n d e as p asta g en s fo ra m a n u al m en te q u ei m ad as. C o n tr ar ia m en te, A mmo d ra mu s h en slo w ii – u m a av e ca m p e str e co m ap elo co n ser v ac io n is ta, es tev e a u se n te n es se m e sm o tr ata m en to ; - a d iv er sid ad e to tal d e es p éc ies e a riq u ez a d e a v es ca m p estre s o b rig ató rias fo i m aio r n o tr ata m en to e m q u e ap en as p o rçõ es d is cr etas d e ca m p o f o ra m q u ei m ad as a ca d a an o , e m v ir tu d e d o ce n ár io c riad o co m d if er en te s estág io s d e rec u p er aç ão d a v eg etaç ão . Fu h le n d o rf et al. ( 2 0 0 6 ) E stad o s Un id o s Ta llg ra ss P ra ir ie C o m p ar ar u m m o d elo d e m an ej o tr ad icio n al d o ca m p o , q u e p ro m o v e h o m o g e n eid ad e d a v e g etaç ão vs. u m m o d elo d e h eter o g en e id ad e, b asead o n o u so d o f o g o e p astej o , cr ian d o m o saico s v e g etac io n ai s d e estru tu ras d is ti n tas. - n o tr ata m e n to o n d e o f o g o e o g ad o f o ram m an ej ad o s d e m an e ir a h e ter o g ên ea alg u m as esp éc ies d e a v es o co rr er am e m m aio r ab u n d â n cia d en tr o d e m a n ch a s d e ca m p o p er tu rb ad as, en q u an to o u tr as o co rr er am e m m aio r ab u n d ân cia d e n tr o d e m a n c h a s n ão p er tu rb ad as; - A mmo d ra mu s h en slo w ii – u m a esp éc ie d e av e e m d ec lí n io p o p u lacio n al, o co rr eu s o m e n te n o tr ata m en to co m m o d elo d e m a n ej o h eter o g ên eo ; - O tr ata m e n to co m m o d elo d e m a n ej o h eter o g ên eo cr io u u m g rad ien te n a es tr u tu ra d a v eg etaç ão req u er id o p ar a m an ter u m co n ju n to d e e sp éc ies d e av e s ca m p estre s q u e d if er e m m ai s e m p re fer ên cia d e h ab itat d o q u e as esp éc ies p resen tes n o m o d elo d e m a n ej o tr ad icio n a l h o m o g ê n eo . P o n s e B as ( 2 0 0 5 ) E sp an h a, P o rtu g al e S ttep ela n d s Av aliar a ap ar ição d e av e s d e a m b ien te s ab er to s e m ár ea s q u ei m ad as d o Me d iter rân eo o cid en tal e v alo rar a im p o rtân cia d a ex ten são e lo ca lid ad e d o - a e x te n são d o fo g o , m ai s d o q u e a p ro x im id ad e en tr e ár ea s, in fl u e n cio u a riq u ez a e co m p o sição d e esp éc ies d e

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19 Aut o r/Ano Reg o do estudo H a bita t estuda do * * O bje tiv o s/H ipó teses Resul ta do s Fra n ça fo g o n a riq u ez a e co m p o sição d e esp éc ies . av es d e a m b ie n tes ab er to s e m ár ea s rec é m q u ei m ad as; - a co m p o sição d e esp éc ies d e av es ten d e u a a u m e n tar co m o in cr e m e n to d e ár ea q u ei m ad a; - o s m elh o res co lo n izad o res p ó s-fo g o fo ra m e sp éc ies d e av es g en er ali stas e m r esp o sta a estru tu ra d o h ab itat. R eik in g ( 2 0 0 5 ) E stad o s Un id o s Ta llg ra ss P ra ir ie Descr ev er a resp o sta d as av es s o b re reg im e d e fo g o n as p rad ar ias d e altitu d e d o ce n tr o d a Am ér ica d o No rte - p ar a alg u m a s esp éc ie s d e av es o f o g o ag e n e g ati v a m e n te d e m a n eir a d ir eta, co m o atr a v és d a d estru ição d e n in h o s. E feito s in d ir eto s, co m o a m o d if icaç ão d a estru tu ra d a v eg etaç ão p o d e m ter e fe ito p o sitiv o o u n eg at iv o , d ep en d en d o d a esp éc ie em q u estã o; - reg im e s d e fo g o co m alta p er io d icid ad e o u a au sên cia d o fo g o p o d e m g er ar a m b ien tes h o m o g ên eo s, p o rtan to , in e ficaz es p ar a a m a n u ten çã o d e u m a co m u n id ad e d e av es tip ica m e n te co m p leta d as p rad ar ias. Is ac ch et al. ( 2 0 0 4 ) A rg en tin a S a ltma rs h es C o m p ar ar a resp o sta d as a v es as so ciad as a d u as co m u n id ad es v eg e tacio n ai s: u m a d o m in ad a p o r S p a rtin a d en siflo ra e o u tr a d o m in ad a p o r Ju n cu s a cu tu s d u ran te p er ío d o d e u m an o p ó s fo g o . - d u ran te to d as as estaçõ e s cli m á ticas d o an o h o u v e m u d a n ça p ro g ress iv a n a co m p o sição d e esp éc ies, altu ra e co b er tu ra d a v eg etaç ão ca m p estre ; - a fo rm aç ão d e J. a cu tu s rec u p er o u su a estru tu ra v eg etac io n al p ré -f o g o , b em co m o a e str u tu ra d a co m u n id ad e d e av es u m an o ap ó s a q u ei m a, e n q u a n to a rec u p er aç ão d e S . d en siflo ra f o i in co m p leta; - Spa rto n o ica ma lu ro id es – u m a av e d ep en d en te d e ca p im alto – tev e su a ab u n d â n ci a relativ a m e n o r e m ár ea s q u ei m ad as d o q u e n o s h ab itats s e m q u ei m a; - o f o g o ex ce ss iv o ten d e red u zir o h ab itat d is p o n ív el p ar a esp éc ies a m ea ça d as d e ex tin çã o q u e o co rr em n a reg ião . P o n s et al. ( 2 0 0 3 ) Fra n ça Mo u n ta in R a n g ela n d s In v e stig ar a o cu p aç ão d o h ab itat p o r p ass er if o rm e s n id if ican te s n u m m o saico p ai sag ís tico r es u lta n te d o m an ej o co m u so d o f o g o e p as tej o . A n ali sar o e feito d e v ar iáv ei s d a estr u tu ra d o h ab itat so b re a co m u n id ad e d e av es. - fo i p o ss ív el d is ti n g u ir tr ês g rad ien tes n a co m p o sição d e av es, co rr esp o n d en tes às fo rm aç õ es ar b ó rea , ar b u stiv a e e m p astej o in ten si v o ; - a co m u n id ad e d e av es m a is af etad a n e g ati v a m en te fo i co m p o sta p o r esp éc ies m a is d ep en d en te s d e h ab itats

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20 Aut o r/Ano Reg o do estudo H a bita t estuda do * * O bje tiv o s/H ipó teses Resul ta do s esp ec íf ico s (e. x. d ep en d en te s d e u m a ú n ica fo rm aç ão v eg etac io n al) , ao co n tr ár io d as esp éc ies q u e u tili za m m ú ltip lo s h ab ita ts ; - tr ês co n fig u raç õ es d e ca m p o ar b u sti v o d er iv ad o s d e q u ei m a o b tiv er a m o s m aio re s ín d ices d e co n ser v aç ão d e av es le v a n d o e m c o n ta a ab u n d ân cia d a ass e m b leia d e av e s, e m co m p ar aç ão a fo rm aç ão ar b ó rea ; Is ac ch e Ma rtín ez ( 2 0 0 1 ) A rg en tin a P a ja co lo ra d a Gra ss la n d s (P a sp a lu m q u a d rifa riu m) E n ten d er a v ar iaçã o s az o n al d a co m p o sição d e av e s e m P a ja co lo ra d a Gra ss la n d s m an ej ad o s co m f o g o e av aliar o e feito d as v ar iaçõ e s d e u so h is tó rico d o s ca m p o s so b re a co m u n id ad e av es. - Fo i o b ser v ad a d if er e n ça n a ab u n d â n cia e n ú m er o d e esp éc ies en tr e q u a tr o class es d e co b er tu ra d a v eg etaç ão h er b ác ea ; - n a s ár ea s co m ca m p o alto h o u v e u m au m e n to g rad u al d o n ú m er o d e esp éc ies d e av es ad ap tad as a este am b ie n te, en q u a n to av es a d ap tad as a o ca m p o alto est iv er a m au sen tes. *: as re fe n cia s m en cio na da s n ão c om p õe m t od o o esc op o d a li te ra tu ra so b re o a ssun to us o d o fo go e su a in te ra çã o co m a a vi fa u na ”, m as re pr ese nta m o s p ri nc ip ais ob je tiv os e re su lta do s en co ntr ad os n a li te r a tu ra d e b a se c o m p il a d a p elo a u to r. * * : o p ta m o s e m m a n te r a d e n o m in a çã o o rig in a l e m in g lês u til iza d a n o s tr a b a lh o s p a r a a d esig n a çã o d o h a b ita t estud a d o a fi m d e e v it a r v iés d e in te r p re ta ç ã o p o r tr a d u çã o .

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21 Organização e estrutura da dissertação

Esta dissertação de mestrado é composta por dois artigos científicos relacionados a resposta da comunidade de aves e caracterização da estrutura da vegetação e cobertura do solo em relação a dois tipos distintos de manejo com fogo na região dos campos de altitude do sul do Brasil: campos excluídos de queima e campos periodicamente queimados . O primeiro artigo encontra-se redigido em inglês e o segundo em português. Após a avaliação e sugestões dos membros da banca ambos serão submetidos para revisão (inclusive de inglês) e encaminhados para publicação no periódico Biodiversity and Conservation e Natureza & Conservação, respectivamente. O segundo artigo deverá ser traduzido para o inglês.

O primeiro artigo (Capítulo 1) discorre sobre a situação da comunidade de aves em campos excluídos de queima por um período entre 10-15 anos vs. campos historicamente queimados com periodicidade anual ou bianual. Variáveis de estrutura da vegetação e cobertura do solo são utilizadas como descritoras da situação da comunidade de aves em ambas as situações. Uma versão simplificada desse estudo foi apresentada oralmente no XXIII Congresso Brasileiro de Ornitologia, em agosto de 2016, em Pirenópolis, Goiás. Nesta ocasião o trabalho foi contemplado com o Prêmio Helmut Sick de melhor comunicação oral de aluno de pós-graduação, denotando a relevância do tema e o interesse da comunidade ornitológica ao mesmo.

O segundo artigo (Capítulo 2) trata da comparação temporal da estrutura da comunidade de aves e descrição de modificações na vegetação entre os anos de 2015 e 2016, em vista de um evento de queima acidental sobre áreas campestres com histórico de exclusão de queima. Áreas frequentemente queimadas e áreas que não sofreram modificação entre o período de 2015 e 2016 foram utilizadas como parâmetro para a comparação. Os resultados serviram como base para discutir a importância dos

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distúrbios para a manutenção da avifauna dependente dos campos, bem como da própria paisagem campestre.

Os artigos são apresentados na ordem em que serão submetidos para publicação, portanto, apenas o Capítulo 2 pode citar o Capítulo 1. A citação aparece como Bettio e Fontana in prep. (2017). Após os dois capítulos são apresentadas as Conclusões Gerais do estudo.

O projeto obteve aprovação para execução da coleta de dados dentro de Unidades de Conservação – Parque Estadual do Tainhas e Parque Nacional de Aparados da Serra – através das licenças: SISBIO/ICMBio (nº 48645-1 e 48645-1) e SEMA/DUC (AEP nº 03/2015; nº de cadastro do projeto: 503).

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Referências

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