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A relação da Tecnologia da Informação com a Gestão do Conhecimento: definindo os papeis para uma gestão estratégica

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Academic year: 2021

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(1)Revista de Ciências Gerenciais. A RELAÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COM A GESTÃO DO CONHECIMENTO. Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010. Definindo os papeis para uma gestão estratégica. Alex Fernando Mariano Faculdade Anhanguera de Santa Bárbara alxmariano@gmail.com. Marcio Luis Carreira Faculdade Anhanguera de Santa Bárbara mlcarreir@hotmail.com. RESUMO Vivemos atualmente em um mundo globalizado e com o avanço constante da informática, o que trás como consequências mudanças em todos os campos. Para que seja possível acompanhá-las são necessárias técnicas de gestão, agilidade e recursos, e uma dessas técnicas é transformar conhecimento e informação em valor. Os principais elementos envolvidos na geração de valor através das informações não possuem relação direta com a Tecnologia da Informação, pois essa é apenas uma ferramenta para viabilizar os processos necessários. Porém, a grande atenção das empresas é para a tecnologia em si, e não para o uso da informação, o que resulta em cenários onde os investimentos em TI não geram os resultados esperados. Palavras-Chave: conhecimento; valor; tecnologia; informação.. ABSTRACT Nowadays, we live in a globalized world and with informatics advancing constantly, which bring as results changes in all areas. To be possible follow these changes is needed technical’s management, agility and resources, and one of them is transforming knowledge and information in value. The main elements involved in a value generation through information do not have a direct relation with Information Technology, because this is only a tool used to make feasible the process needed. Therefore, the company’s attention is the technology instead of the information’s use, what results in scenarios where the investments in Information Technology do not bring the expected results. Keywords: management; knowledge; value; technology; information.. Anhanguera Educacional Ltda. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 4266 Valinhos, São Paulo CEP 13.278-181 rc.ipade@aesapar.com Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Informe Técnico Recebido em: 16/12/2009 Avaliado em: 17/05/2010 Publicação: 15 de março de 2012. 233.

(2) 234. A relação da Tecnologia da Informação com a Gestão do Conhecimento: definindo os papeis para uma gestão estratégica. 1.. INTRODUÇÃO A globalização faz com que as empresas tenham que se alinhar às novas situações com agilidade e atenção, fazendo com que enfatizem a importância de um recurso estratégico: o conhecimento. A Tecnologia da Informação, junto às suas funções de extração e armazenamento, é um instrumento importante de apoio a disseminação do conhecimento. Entretanto, a TI é apenas um suporte para a Gestão do Conhecimento, que por sua vez, deve ocupar-se também de outros fatores ligados a características humanas. A bibliografia que envolve especificamente a função da Tecnologia da Informação dentro da Gestão do Conhecimento é escassa, o que faz com que ocorra uma falta clara de distinção entre elas, e, como consequências disso, muitas empresas confundem a GC com a TI (ROSSETI; MORALES, 2007). Assim, este trabalho tem como objetivo definir os papéis da Tecnologia da Informação e da Gestão do Conhecimento e sua interação como instrumentos de desempenho organizacional e gestão estratégica. Os processos das empresas devem ser alinhados com as questões relacionadas à interação entre as pessoas e com a tecnologia. Dessa forma é possível notar a efetividade da Gestão do Conhecimento, junto aos serviços da Tecnologia da Informação como meio para uma estratégia de sucesso. O valor é criado quando a informação é utilizada para algum fim, portanto a atenção das empresas deve ser direcionada ao processo de uso da informação, e não intrinsecamente a ela. Visto que existe uma falta de suporte para os processos ligados à criação de conhecimento, os investimentos, muitas vezes direcionados equivocadamente apenas à tecnologia, acabam tendo seu potencial retorno limitado, e para isso esse trabalho busca mostrar a forma como a Gestão do Conhecimento deve ser incorporado nas organizações utilizando a Tecnologia da Informação como suporte, e assim transformá-la em vantagem competitiva.. 2.. METODOLOGIA DE PESQUISA De acordo com Hart (1998), a revisão bibliográfica envolve uma seleção de documentos disponíveis, publicados ou não, sobre um determinado assunto que contém informações, ideias, dados, e evidências escritas sobre a natureza do tema e como ele está sendo investigado, e que apresente uma efetiva avaliação desses documentos em relação à pesquisa proposta.. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 233-244.

(3) Marcio Luis Carreira, Alex Fernando Mariano. 235. Desse modo, a metodologia de desenvolvimento desse trabalho consistiu em uma revisão bibliográfica em livros, teses, dissertações, artigos e sites na Internet que abordam informações sobre a relação entre a Gestão do Conhecimento e a Tecnologia da Informação e a importância de seus papéis serem bem definidos na estratégia das empresas.. 3.. A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI) O conceito de Tecnologia da Informação é bastante abrangente e conta com diversas definições. Segundo Beal (2003), a TI pode ser definida como um conjunto de recursos tecnológicos e computacionais para a geração e uso da informação. A TI está fundamentada nos seguintes componentes: hardware e seus dispositivos e periféricos; software e seus recursos; sistemas de telecomunicações; gestão de dados e informações (REZENDE, 2000 apud BEAL, 2003). Já Rodriguez e Ferrante (1995) apud Lunardi (2001) consideram que a TI envolve todos os recursos tecnológicos para armazenagem, tratamento e recuperação de dados, que são então transformados em informações úteis à sociedade e alertam que os avanços da TI trarão produtos cada vez mais revolucionários, poderosos e de baixo custo, ou seja, a adequada utilização TI favorece a vantagem competitiva. Alter (1999) apud Lunardi (2001) define TI como hardware e software utilizado pelos sistemas de informação, Palvia (1997) apud Lunardi (2001) considera todos os aspectos de computadores, sistemas de informação, telecomunicações e automação de escritórios parte da TI. Segundo Lunardi (2001), o importante é notar que a partir da TI estão ocorrendo grandes transformações, fazendo a economia mundial acelerar de forma espetacular. Os sistemas de informação mais modernos oferecem às empresas oportunidades sem precedentes para a melhoria dos processos internos e dos serviços prestados ao consumidor final. Beal (2003) mostra algumas das razões que levaram à disseminação do uso da TI: única maneira de fazer determinado trabalho; melhorar processos internos; aplicar controles melhores; reduzir custos; melhorar a qualidade e disponibilidade das informações importantes interna e externamente à organização; agregar valor aos serviços e produtos ofertados por uma organização. O principal benefício que a tecnologia da informação traz para as organizações é a sua capacidade de melhorar a qualidade e a disponibilidade de informações e conhecimentos importantes para a empresa, seus clientes e fornecedores.. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 233-244.

(4) 236. A relação da Tecnologia da Informação com a Gestão do Conhecimento: definindo os papeis para uma gestão estratégica. Dessa forma, a TI é considerada fundamental para os vários setores, tanto em nível operacional como estratégico em uma organização. A TI é vista como um dos maiores e mais poderoso instrumento no planejamento das organizações. As modernas tecnologias de informação e de comunicação permitem melhorar a qualidade de vários aspectos de negócio. Além disso, as mudanças em um setor são consideradas de grande influência na situação atual e tendências para a utilização da TI nos demais setores (BALDWIN, 1991 apud ALBERTIN, 2001). Albertin (2001) enumera as contribuições da TI: 1) Relacionamento, as tecnologias auxiliam as relações interorganizacionais, permitindo às companhias melhorarem a coleta de informações sobre seu ambiente além da fronteira, estabelecerem parcerias com seus clientes e fornecedores. 2) Customização em massa, a natureza baseada em informação dos processos de TI permite que os novos produtos a serem criados ou já existentes sejam customizados de maneiras inovadoras. 3) Inovação de produtos, a flexibilidade e o poder de resposta são as novas regras no ambiente empresarial atual, facultadas pela TI. 4) Novos canais de venda e distribuição. 5) Promoção de produtos, por meio de um contato direto, rico em informação e interativo com os clientes, a TI pode melhorar a promoção dos produtos e serviços. 6) Novas oportunidades de negócio, baseados na ampla disponibilidade de informações e sua distribuição direta aos clientes e fornecedores. 7) Estratégia competitiva, a TI proporciona vantagens de custos, facilita a diferenciação de seus produtos e serviços, possibilita melhor relacionamento com clientes, permiti a entrada mais fácil em alguns mercados, possibilita o estabelecimento de barreiras de entrada, auxilia a introdução de produtos substitutos, facilita a eliminação de intermediários, faculta o surgimento de novos intermediários que adicionem valor por meio de informação, permiti novas estratégias competitivas com o uso de sua tecnologia. 8) Economia direta, o uso de uma infraestrutura digital pública e compartilhada, tal como a Internet, a TI pode reduzir significativamente os custos de comercialização, distribuição e serviços a clientes. 9) Infraestrutura pública, que garante o fácil e livre acesso a um custo não proibitivo ao ambiente digital da TI. Por fim, “a utilização de TI significa uma mudança, muitas vezes profunda, na organização, que deve ser planejada e preparada para que se garanta seu sucesso” (ALBERTIN, 2001, p. 45). No entanto, é fundamental ressaltar que a TI é apenas um ferramental para o êxito de uma organização, que deve gerir de modo adequado as informações para que se. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 233-244.

(5) Marcio Luis Carreira, Alex Fernando Mariano. 237. atinja as metas estabelecidas, por isso a importância da gestão do conhecimento. Tanto a TI é uma das ferramentas da GC, pois facilita a organização das informações, mas não é a única fonte de dados, como a GC é uma das consequências da TI, afinal a TI pode ser utilizada apenas para facilitar os processos e armazenar dados. Contudo, é a partir da GC que se gera valor nas informações obtidas pela TI.. 3.1. A TI e seus impactos Atualmente, o ambiente global é bastante competitivo, tendo a adoção de novas tecnologias como uma de suas fortes características. Desta forma, para que as empresas se mantêm competitivas são fundamentais certas transformações. No atual cenário o avanço tecnológico é um tópico significativo de competitividade. Mas a tecnologia altera a demanda por mão de obra e modifica o escopo das tarefas, reduzindo a hierarquia organizacional. Embora a TI cause uma significativa redução em alguns tipos de oportunidades de trabalho, a TI gera algumas novas ocupações e aumenta a produtividade, demandando cada vez mais mão de obra especializada (LUNARDI, 2001). As companhias e os departamentos de recursos humanos têm examinado os processos de trabalho, o capital humano e o conhecimento de forma diferente. De acordo com Lunardi (2001), a TI através do conhecimento gera impacto na inovação ajudando na criação e implantação de novas ideias no trabalho. O relacionamento e a interação entre as pessoas favorecem o conhecimento e podem ser facilitados pela TI, algumas empresas já utilizam a TI para se comunicarem com seus consumidores, desenvolvendo uma nova área de conhecimento, que possibilita aprimorar o desempenho mercadológico da empresa, que passa a atingir com maior facilidade a satisfação do cliente. A TI auxilia no controle gerencial, ajudando na regulação dos processos, mas segundo Alter (1999) apud Lunardi (2001), deve ser vista como um ferramental de auxílio nas funções dos trabalhadores, podendo aumentar ou diminuir o poder das pessoas em uma organização. Por fim, a TI vem para tornar mais rápido e eficaz as atividades rotineiras em uma organização facilitando o dia-a-dia da empresa e proporcionando um diferencial. No entanto, para que haja êxito ao utilizar esse ferramental é preciso que os funcionários sejam treinados e sejam flexíveis, estando hábeis a aprender a aprender, abertos para mudanças a todo o momento.. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 233-244.

(6) 238. A relação da Tecnologia da Informação com a Gestão do Conhecimento: definindo os papeis para uma gestão estratégica. As principais vantagens trazidas pela TI é o aumento da produtividade e da competitividade. Até poucos anos atrás a TI era vista como a simples automatização das tarefas organizacionais, sem levar em consideração o impacto estratégico na organização. Já atualmente o maior desafio da TI é desenvolver sistemas de informação que promovam melhorias estratégicas referentes à como uma organização auxilia seus funcionários, tarefas, tecnologia, cultura e estrutura (LUNARDI, 2001), proporcionando melhorias perante seus correntes e desenvolvendo seus mecanismos para obter vantagem competitiva.. 4.. A GESTÃO DO CONHECIMENTO (GC) O mundo globalizado de hoje, cria e disponibiliza milhares de informações acessíveis através de diversos meios. Ter o controle, acesso rápido e manter uma integração sobre essas informações passaram a ser um diferencial competitivo para as indústrias a fim de alcançarem seus objetivos desejados. Esse gerenciamento das informações passou a não ser mais suficiente, e de uma maneira integrada e relacionada, passou-se a falar de gestão do conhecimento. De uma maneira sintética é demonstrado na Figura 1 os cinco aspectos essenciais para caracterizar a sociedade do conhecimento (nova economia).. Fonte: Centro de Referência em Inteligência Empresarial CRIE – COPPE/UFRJ.. Figura 1. As cinco características essenciais da sociedade do conhecimento (nova economia).. Assim, para garantir vantagem comparativa no atual cenário é preciso gerar resultados e obter sínteses de cada dado ou informação. Os dados são elementos brutos, sem significado, desvinculado da realidade. São símbolos e imagens que não reduzem nossas incertezas. Constituem a matéria-prima da informação. As informações são “dados com significado, relevância e propósito” (DRUCKER apud DAVENPORT, 1998), ou melhor, “conjunto de dados contextualizados que visam fornecer uma solução para determinada situação de decisão” (MACDONOUGH apud LUSSATO, 1991). Nesse contexto, define-se conhecimento como “o processo de compreender e internalizar as informações recebidas, possivelmente combinando-as de forma a gerar Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 233-244.

(7) Marcio Luis Carreira, Alex Fernando Mariano. 239. mais conhecimento” (MERTON apud GONÇALVEZ, 1995). Assim, o conhecimento é a disseminação de informações obtidas a partir de um conjunto de dados selecionados. Os dados e informações gerados são transformados em conhecimento permitindo ser utilizado para importantes ações e tomadas de decisões. O conhecimento pode ser classificado como tácito, explícito ou cultural: š. Conhecimento tácito concentra-se nas mentes das pessoas, sua acessibilidade é indireta e dificultosa. Transfere-se através de conversas, trocas de experiências e observações. Polanyu (1974) considera o mais importante dos conhecimentos.. š. Conhecimento explícito possui uma ligação íntima com os meios de comunicação. Possas (1997) relata que a abrangência deste nível é ampla, porém limitado, haja vista a necessidade do receptor possuir conhecimento para interpretar e fazer uso da informação.. š. Conhecimento cultural apresenta-se na forma da organização desenvolver suas relações, respeitando as peculiaridades e especificidades do grupo exterior. Segundo Porter (1989), consiste na preocupação em conhecer a cadeia de valores dos clientes.. Além dos os tipos de conhecimento é interessante mostrar como ocorre a criação do conhecimento. A Figura 2 demonstra que conforme o número de fontes de dados para gerar tal conhecimento, ele vai se tornando cada vez mais valioso e quanto mais necessita de raciocínio mais importante é o conhecimento, pois se torna difícil e assim considera-se característica cada vez mais exclusiva.. Fonte: Nonaka e Takeuchi (1995).. Figura 2. Teoria da Criação do Conhecimento.. Shinyashiki, Trevizan e Mendes (2003) afirmam que é difícil esclarecer os recursos que lhe conferem vantagem competitiva, pois são intangíveis. Tais recursos intangíveis advêm da criação ou aquisição de conhecimento pela organização sobre suas ações. O conhecimento organizacional constitui-se em ativo invisível que é acumulado. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 233-244.

(8) 240. A relação da Tecnologia da Informação com a Gestão do Conhecimento: definindo os papeis para uma gestão estratégica. vagarosamente ao longo do tempo e através da interação entre os indivíduos da organização. Desta forma, é impossibilitado de ser negociado ou facilmente imitado por concorrentes, uma vez que representa a base e os alicerces da história e da cultura da organização. Quanto mais especificidades esse conhecimento demonstrar em relação à organização, mais ele se tornará um ativo estratégico. Com o propósito de atingir a eficiência organizacional os gestores das empresas atualmente se utilizam da gestão do conhecimento, que é um processo sistemático, articulado com base na geração, codificação, disseminação e apropriação desses conhecimentos, com isso contribui para a identificação dos ativos estratégicos que irão assegurar resultados superiores para a empresa no futuro e para a compreensão de como recursos. intangíveis. podem. constituir a base de uma estratégia competitiva. (SHINYASHIKI; TREVIZAN; MENDES, 2003). A globalização está fazendo com que as empresas tenham que se ajustar à Nova Economia com extrema rapidez. E as pessoas, portanto, têm que se amoldar às novas situações, necessitando de atenção para reduzirem ou eliminarem essa diferença e conseguirem atingir os objetivos empresariais. Desta forma o capital humano passou a ser superestimado, com o desenvolvimento de talentos motivando-os a utilizar seu conhecimento. Esse fato passa a ter fundamental importância no desenvolvimento do “Capital Humano” devendo mesmo ser vista como missão organizacional. Vale destacar que o capital humano prevalece sobre todos os outros, ainda mais na Era do Conhecimento, ou seja, toda informação ou tecnologia é gerada a partir das pessoas, por isso a grande importância para o conhecimento, que é o parâmetro para o capital humano. A gestão do conhecimento colabora na importância dos seguintes aspectos dentro de uma organização: š. Tornar acessíveis grandes quantidades de informações corporativa, compartilhando as melhores práticas e tecnologias.. š. Permitir a identificação e mapeamento dos ativos de conhecimento e informações ligados a qualquer organização, seja ela com ou sem fins lucrativos (Memória Organizacional).. š. Apoiar a geração de novos conhecimentos, propiciando o estabelecimento de vantagens competitivas.. š. Dar vida aos dados tornando-os utilizáveis e úteis transformando-os em informação essencial ao nosso desenvolvimento pessoal e comunitário.. š. Organizar e acrescentar lógica aos dados de forma a torná-los compreensíveis.. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 233-244.

(9) Marcio Luis Carreira, Alex Fernando Mariano. 241. Um fator de extrema importância a ser analisado é o custo da reposição de talentos que deixam a empresa. A maioria das pessoas muda de emprego em busca de trabalhos mais desafiadores, respeito profissional e a possibilidade de influenciar a organização. Muitas empresas já comprovaram que é mais econômico desenvolver um plano de retenção do que buscar outros talentos no mercado. Até porque não existem tantos talentos prontos no mercado para suprir todas as empresas. Logo, alguns dos obstáculos para a gestão do conhecimento estão relacionados à liderança e organização, comunicação, e recursos organizacionais: š. Liderança e organização: falta de integração e iniciativa em termos de comunicar claramente os benefícios da gestão do conhecimento; a cultura organizacional não incentiva práticas de gestão do conhecimento; ausência de recompensas transparentes e reconhecimento que motivem as pessoas a partilhar o seu conhecimento.. š. Comunicação: as pessoas são relutantes em partilhar o seu conhecimento com receio de perder poder e influência; os canais de comunicação e transmissão do conhecimento são pouco eficientes; a rivalidade entre departamentos ou outras unidades internas da organização não favorece a partilha do conhecimento; e as pessoas têm dificuldade em traduzir o seu conhecimento em ações concretas rentáveis para a organização.. š. Recursos organizacionais: os sistemas de informação não dão um suporte adequado às práticas de gestão do conhecimento; deficiência de recursos da organização que favoreçam a gestão do conhecimento; a retenção do conhecimento, capacidades e experiência das pessoas não é uma prioridade; e faltam espaços formais ou informais para partilhar e gerar conhecimento.. A Figura 3 mostra a estrutura do processo de gestão do conhecimento. O nível tático é responsável por supervisão e planejamento de atividades rotineiras (atividades de gerência por um determinado período). As decisões táticas ocorrem nos escalões intermediários da empresa e geram atos de efeito a prazo mais curto, tendo menos impacto no funcionamento da empresa. É de responsabilidade do nível estratégico, compilar os dados das fontes internas e externas da organização, utilizando de ferramentas de análise e comparação complexas, nesse caso a criação de modelos permitem que o tomador de decisões facilidades em simulações. Representa a evolução natural dos sistemas de informação de gestão face às necessidades das empresas em tirar partido da informação recolhida e processada por forma a ganhar vantagem competitiva e redefinir os objetivos da empresa para reajustá-la às alterações ambientais.. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 233-244.

(10) 242. A relação da Tecnologia da Informação com a Gestão do Conhecimento: definindo os papeis para uma gestão estratégica. Fonte: Adaptado de Wendi e Ruth (2002).. Figura 3. Estruturação do Processo de Gestão do Conhecimento.. 5.. TI X GC E O GANHO DE COMPTETITIVIDADE A Gestão do Conhecimento é definida como um conjunto de atividades responsáveis por criar, disseminar, armazenar, e utilizar de forma eficiente o conhecimento na organização, atentando para o aspecto estratégico. Dentre os princípios fundamentais à compreensão da Gestão do Conhecimento nas organizações, destaca-se o papel da Tecnologia da Informação e suas funções básicas de captação, armazenamento de disseminação do conhecimento, em sua utilização de forma estratégica (ANGELONI, 2005). A Tecnologia da Informação possui um papel fundamental na Gestão do Conhecimento, porém uma empresa torna-se verdadeiramente voltada para o conhecimento quando se envolve em um nível mais detalhado e profundo, no qual não se busca a informação apenas para automatizar atividades e sim por seu próprio valor intrínseco. Leite (2004) menciona que as empresas que valorizam tanto o conhecimento tácito quanto o explícito estão aptas a obter um melhor desempenho. Afirma ainda que, em sua pesquisa, quase a metade das empresas ouvidas confundem Tecnologia da Informação com Gestão do Conhecimento, e que 49% acreditam que a TI possa sozinha gerenciar o conhecimento. Mas, o papel da área de TI segundo Rossetti e Morales (2007) é de suporte à gestão do conhecimento. Seu desafio é identificar, desenvolver e implantar tecnologias e sistemas de informação que deem apoio à comunicação empresarial e à troca de ideias e experiências. O seu avanço constante cria um cenário favorável ao crescimento da Gestão do Conhecimento, viabilizando o acesso às informações de forma instantânea e sem limites geográficos, através da eficiência nas telecomunicações.. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 233-244.

(11) Marcio Luis Carreira, Alex Fernando Mariano. 243. O aumento da competitividade na organização se dá com a utilização de processos adequados para armazenar, disseminar e utilizar os dados coletados e organizados em informações, utilizando para isso a TI e suas ferramentas. Porém, a GC e a TI precisam ter seus papeis bem definidos e só agregam valor ao negócio se o capital humano das organizações souber utilizar essas informações.. 6.. CONSIDERAÇÕES FINAIS As mudanças tecnológicas, culturais e econômicas têm sido intensas e frequentes, fazendo com que o prazo de validade do conhecimento seja cada vez menor. Informações e habilidades relevantes em um determinado momento podem não mais sê-lo no momento seguinte, e aprender a aprender tornou-se a competência central a ser desenvolvida nas pessoas e organizações. Nonaka e Takeuchi (1997) diz que para a organização, o fato de saber muito não deve ser sinônimo de grandes benefícios, afinal esse conhecimento está pulverizado entre as pessoas e processos. A Gestão do Conhecimento tem como finalidade fazer com que todos utilizem desse conhecimento. A Tecnologia da Informação deve ser uma forte aliada à Gestão do Conhecimento,. propiciando. um. ambiente. eficiente. e. estruturado. para. seu. desenvolvimento, porém, da mesma forma que o conhecimento é oriundo das pessoas, somente elas podem gerar e tirar proveitos disto, de forma a agregar valor e competitividade à organização.. REFERÊNCIAS ALBERTIN, A.L. Administração de Informártica: funções e fatores críticos de sucesso. São Paulo: Atlas, 2001. ALEGRIA, L. Gestão do Conhecimento. Estudo de Caso no Departamento de Pesquisas e Intervenção da Administração Central (DPIAC). Disponível em: <http://wiki.sj.ifsc.edu.br/wiki/images/1/13/GC28.pdf>. Acesso em: jul. 2009. ANGELONI, Maria T. Organizações do Conhecimento – Infra-estrutura, Pessoas e Tecnologias. 1.ed. São Paulo: Saraiva, 2005. BEAL, A. Introdução à Gestão de Tecnologia da Informação. 5.ed. dez. 2003. Disponível em: <http://br.geocities.com/alunosfacer/arquivos/Gestao/manual_gestao.PDF>. Acesso em: jul. 2009. HART, C. Doing a Literature Review: Releasing the Social Science Research Imagination. SAGE Publications, 1998. LAURINDO, Fernando José Barbin; SHIMIZU, Tamio; CARVALHO, Marly Monteiro de; RABECHINI JR., Roque. O papel da tecnologia da informação (TI) na estratégia das organizações. Gest. Prod. [online], ISSN 0104-530X, v.8, n.2, p. 160-179. 2001. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 233-244.

(12) 244. A relação da Tecnologia da Informação com a Gestão do Conhecimento: definindo os papeis para uma gestão estratégica. LEITE, Eliane S. Gestão do Conhecimento nas empresas brasileiras: relações entre estratégia empresarial, gestão de competências e de resultado e impactos no desempenho dos negócios. 2004. 186 f. Dissertação (Mestrado em Administração de Empresas) – Programa de Pós-graduação, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004. LUNARDI, G.L. Os efeitos da tecnologia de informação (TI) nas variáveis estratégicas organizacionais da indústria bancária: estudo comparativo entre alguns países da América. 2001. 126 p. Dissertação (Mestrado em Administração de Empresas) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS. NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação de conhecimento na empresa. 5.ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. ROSSETI, Adroaldo; MORALES, Aran B. O papel da tecnologia da informação na gestão do conhecimento. Ci. Inf., Brasília, v. 36, n.1, p. 124-135, jan. 2007 SHINYASHIKI, Gilberto Tadeu; TREVIZAN, Maria Auxiliadora; MENDES, Isabel Amélia Costa. Sobre a criação e a gestão do conhecimento organizacional. Rev. Latino-Am. Enfermagem [online]. ISSN 0104-1169, v.11, n.4, p. 499-506, 2003. Alex Fernando Mariano Tecnólogo em Processamento de Dados. Especialista em Redes de Computadores. Pósgraduando em Gestão Estratégica de Negócios pela Faculdade Anhanguera de Santa Bárbara. Marcio Luis Carreira Economista, professor da Faculdade Anhanguera de Santa Bárbara. Especialista em Controladoria de Empresas. Mestrado em Máquinas Agrícolas ESALQ/USP.. Revista de Ciências Gerenciais š Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 š p. 233-244.

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