BUSCANDO
A
HARJWONIA
NO
CUIDADO
DE
ENFER.MA
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DE
CIÊNCLAS
DA
SAÚDE
DEPARTAMENTO
DE
ENFERMAGEM
K.
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Ao
PACIENTE
oNcoLÓG1co
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em
Enfermagem AngelaFLORIANÓPOLIS,
JULHO
DE
2001 4 , 21 .›. ›.._ r«__ ffigšk 2zà¡1¿`**<›« ` 1 3* ~`,'fz§__`r iuDE
ENFERJIIA
GEM
AO
Enf' Adri 1' r _ _` anaGomes
Eni” Anita deSouza
Á
Deus
"Pela oportunidade de estarmos aqui, por estar sempre presente
em
cadamomento
de nossas vidas, nos guiando e nosdando
forças para continuarmos a caminhada".Aos
Pais (Adélia e Altamiro;Maria
dasGraças
eMartinho;
Maria
Aparecida
eValdir e
meus
paisde
coração)"Por concretizarem nossa existência, pelo apoio, carinho e incentivo e por acreditarem
em
nós.Vocês
são pessoas especiais.”Aos
Parentes"Por incentivarem nossa caminhada, dando-nos força e carinho".
Aos que
Amamos
(João, Luciano,Reinaldo
e Rogério)"Obrigado pela compreensão, pelo
amor
e carinho.E
principalmente por fazeremparte de nossas vidas".
Ás Amigas
em
Especial (Edenice, Karine, Beatriz,Ana
Paula, CristianeMaria
José e
Geandry)
"Por apoiar e compartilhar nossos sentimentos. Obrigada por tudo,
vamos
sentirsaudades".
se
tomar
uma
grande companheira e amiga".Ás
SupervisorasAdriana
Gomes
e Anitade
Souza
"Agradecemos
a dedicação, a atenção e por compartilharem seus conhecimentose experiências".Aos
Pacientes"Por nos permitir compartilhar suas vivências, deixando que
fizéssemos
parte de seumomento,
possibilitando o alcance de nossos objetivos. Por ensinarum
pouco
mais sobreavida, e sobretudo nos auxiliaram
no
crescimento profissional e pessoal.Á
Gerente de
Enfermagem
DeiseMarinho
da
Silva"Por possibilitar o estágio e por estar aberta a nossa proposta".
As
ProfessorasLúcia H.
Takase Gonçalves
eVera
Radünz
"Por contribuírem conosco participando
da
banca examinadora deste trabalho".Á
ProfessoraM”
InêsBez
Kroeger
"Por colaborar
em
nosso trabalho, nos ensinando formas de manter-nos o equilíbrio ea harmonia. Pela dedicação e carinho dispensados a nós.
Aos
Professoresdo
cursode
Graduação
em
Enfermagem
"Pelo conhecimento transmitido, pelo estímulo, e por fazer
com
quereconhecêssemos
na
enfennagem
uma
profissão capaz de contribuir paraum
mundo
melhor".Ao
Enfermeiro
Adriano Jacob
"Que sempre
nos incentivou desde o começo, acreditando econfiando
em
nossopotencial".
estar disposta a ajudar
no
que fosse preciso".Ao
Físico VitorTramontin
(funcionáriodo
serviçode
radioterapiado
Hospital) "Por estar sempre disposto a compartilhar seus conhecimentos".Ás
amigas de
Trabalho
"Pela
compreensão
e apoio durante esta longa jomada".À
uma
pessoa especial“Por proporcionar a realização de mais
um
sonho, obrigada”.À
nós“Por tennos conseguido crescer juntas, compartilhando emoções, alegrias, tristezas,
medos, buscando nos harmonizar possibilitando assim, a descoberta de muitas conquistas”
1
INTRODUÇÃO
... ... .. 92
oBJET1Vos
... ...12
2.1 Objetivo Geral ... ..
2.2 Objetivo Específico ... ..
3
Mz4RCO
REFERENCL4L
... ..3.1 Teoria
da
Diversidade e Universalidade doCuidado
Transcultural de Madeleine Leininger ... .. 3.2 Conceitos ... .. 3.3 Processo deEnfermagem
... ..41‹EV1sÃo
LITERATURA
... .. . ...24
4.1A
Epidemiologia doCâncer
... .. 4.2 Fisiopatologia doCâncer
... .. 4.3 Fatores de Risco ... .. 4.4 Tratamento ... ..4.5 Avanços nas Terapias do
Câncer
... ..4.6 Terapias complementares ... ..
4.6.1 Reiki ... ..
4.7
Os
principais tipos de câncer encontrados durante o estágio ... ..5.2 População alvo ... ..
5.3 Desenvolvimento do Estágio ... ..
6
DESENVOL
VENDO O
PLANO
DE
AÇÃO.
7
CRONOGRAIWA
... ..8
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
... ..9
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... ..1 0
ANEXOS
... ..Este estudo trata-se
do
trabalho de conclusão da Disciplina deEnfermagem
Assistencial Aplicada,
do
curso de Graduação deEnfermagem
da
Universidade Federal de Santa Catarina.O
objetivo deste trabalho foi aplicar a Teoriado Cuidado
Transcultural deM.
Leininger, utilizando-seda
terapiacomplementar do
Reiki para buscar aharmonia
no
cuidado de
enfermagem
ao paciente oncológico. Este estudo foi realizadono
Hospital de Caridade nas UnidadesMenino
Deus
eAnexo
Joana deGusmão, no
período de26
demarço
de 2001 à 01 de junho de 2001. Atravésda
realização deste trabalho foi possível conhecer ecompreender
a vivência dos pacientes portadores de câncercomo
seres únicos eao
mesmo
tempo
reconhecer a diversidade cultural existente entre eles. Esta prática assistencial permitiu-nostambém,
desenvolver o cuidado deenfennagem
respeitando osvalores, crenças e necessidades específicas de cada paciente.
A
terapiado
Reiki contribuiu para ahumanização
da assistência deenfermagem
e mostrou-secomo
uma
terapiacomplementar
e diferenciada que auxilia o pacienteno
enfrentamento da doença e dos tratamentos oncológicos.1
INTRODUÇÃO
O
termo câncer é tradução latina da palavra grega carcinoma (de karkinos=
crustáceos, caranguejos). Foi usado pela primeira vez por
Galeno
(aproximadamente 138- 201 d.C.) para indicarum
tumor
malignoda
mama
no
qual as veias superficiais desse órgãoeram
túrgidas e ramificadas, lembrando as patasdo
caranguejo (Brasileiro, 1998).Neoplasia é a
denominação
que sedá
as neoformações teciduais,sem
causasaparente, de crescimento
autônomo
e ilimitado, quepode
acontecerem
qualquer tecidodo
organismo. Este crescimento ocorre de
forma
não controlada e desconhecida, é constante nas neoplasias malignas,também
denominadas
canceres.O
câncer causa a morte demais
de quatro milhões de pessoas por ano,em
todo omundo.
No
Brasil o câncer é a segunda causa de morte, depois das doençasdo
aparelhocirculatório (Ministério da Saúde, 1997).
Dados do
CEPON
do
ano de 2000,mostram
que50%
dos casos de câncer sãoreferentes a população
acima
de 65 anos, sendo responsável por60%
de todas as mortes deterceira idade.
Por muito
tempo
o diagnóstico de câncer significouuma
sentença de morte, devido suas altas taxas de letalidade.A
dificuldadeem
aceitar a morte fazcom
que a pessoa, ao tomar conhecimentodo
diagnóstico de câncer,fique
vulnerável diante deuma
situaçãoda
qual evitou pensar
ou
falar durante sua vida.Advém
desta condição transtornos emocionais manifestados sob aforma
de depressão, melancolia, solidão, retraimento, desesperança,revolta e
chegando
até, muitas vezes a idéia de suicídio (Ministérioda
Saúde, 1995).Para Klübler-Ross (1997), os estágios emocionais diante a iminência
da
morte são:negação, ira, barganha, depressão e aceitação, estão presentes
embora
não se apresentam necessariamente nessamesma
ordem quando
seobservam
as reações dos diferentespacientes às
mudanças
de vida ocasionadas pelo câncer.Segundo Françoso
(1993) citadopor Silva et. al. (1998), a oncologia té
uma
área que lida diretamenteou
indiretamentecom
questões
humanas
significativas, ligadas à vida e a morte.Segundo
o Ministérioda
Saúde
(1995),em
tornodo
câncer giram inúmeras fantasias e metáforas que o identificam com- a morte, sendo que tudo quenão
consegue ser claro,definido para o
homem
no
plano físico,caminha
parauma
explicação psicológicaou
espiritual,
como
forma
de enfrentamento.As
formas de tratamento geralmente implicamsérias
ameaças
a integridadedo
organismo e de sua frmção,além
de afastar o indivíduodo
convívio
do
seus; tanto por necessitar de longos e freqüentes períodos de intemação para o tratamento,como
também
pela própria estigmatização da doença, quepode
levar ao isolamento e aoabandono
por parte deamigos
e parentes.É
imprescindível que o profissional de enfermagem, que convivecom
o paciente oncológico esteja alerta às ações e reações da pessoa, para que possa reconhecer, compreender, respeitar, aceitar e partilharcom
a equipe de saúde, especialmentecom
os cuidadoresda enfermagem,
e aqueles familiares quetambém
prestam cuidados.É
importante que a enfermeira leve a pessoa a perceber que está ao seu lado, próxima, disponível para ouvi-la, estimulando-a a preservar o controle sobre sua própria vida (Arrudag Marcelino, 1997).Ainda
segundo as autoras, para cuidar e confortar, procurando atender asexpectativas e necessidades de
quem
é cuidado,bem como
da equipe que participado
cuidado, o profissional deve ter o interesse genuíno de aprender sempre. Ele deve estar atento para conhecer muitas coisas a respeito
do
outro sercom
o qual interage. Ele deve buscar o auto-conhecimento, ser honesto consigomesmo,
afim
de ter consciência de seus próprios poderes e limitações e estar disposto a melhorar sempre.A
enfermeira deve ajudar o paciente oncológico a manter a dignidade e amáxima
autonomia, apesar de perdas físicas, sociais e psicológicas.O
seu papel exige colaboraçãocom
a equipe interdisciplinar para poder oferecer serviços forado
ambiente deenfermagem
com
uma
abordagem
holística à assistência (Smeltzer; Bare, 1999).Durante nossa formação acadêmica sentimos a falta
em
nosso currículo deuma
disciplina específica de oncologia que oportunizasse
uma
vivênciacom
pacientesoncológicos.
Como uma
forma
de conhecer os tratamentos, atender as necessidades fisicas e emocionais deste paciente, assimcomo
compreender
o significado da morte e lidarcom
nossas próprias
emoções
diante deste processo.Escolhemos
trabalharna
área de oncologia para quepudéssemos
aprofundar nossos conhecimentos acercado
cuidadocom
o paciente oncológico. Acreditamos que interagir éum
ato inerente ao processo de cuidar e confortar, isto implicana
troca de energia,informações, sentimentos, conhecimentos, ações e reações entre seres htunanos (Arrudag Marcelino, 1997).
Quando
percebemos
que os sereshumanos
são constituídos de energia,começamos
acompreender novos
pontos de vista a respeitodo
processo saúde-doença, essanova
visãoalém
de ampliar a nossacompreensão
acerca das causas das doenças,também
promoverá
o desenvolvimento demétodos
mais eficazes de cura (Stein, 2000). Para orientar nossa prática escolhemos omodelo
teórico de Madeleine Leininger, poresta focalizar o cuidado
fundamentado no
estudo comparativo e analisado das culturas eoferecer cuidados significativos e eficazes às pessoas de acordo
com
seus valores culturais.Incluímos
no
cuidado deenfennagem
uma
terapia complementar, o Reiki que significa “Energia Vital Universal”.O
Reiki éuma
das terapias que faz usoda
imposição das mãos, éuma
terapia simples aos nossos olhosembora
muitocomplexa quando
falamos de sua essência que é a “energia vital” (Vargas, 2000).Nosso
interesse pela área das Terapias Altemativas se desenvolveumesmo
antes de iniciarmos a faculdade e se fortificouna
quinta fase deenfermagem na
disciplina deMétodos
Terapêuticos Alternativos. Esta disciplina nos oportunizou conhecer vários tiposde terapias, entre elas o' Reiki, que foi a terapia escolhida para nossa prática
com
o paciente oncológico.Assim
desenvolvemos
a propostano
Hospital de Caridade nas UnidadesMenino
Deus
eAnexo
Joana deGusmão.
Esse trabalho nos proporcionou
um
aprendizado a partirda
vivênciado
pacientecom
diagnóstico de câncer,na
busca de manter sua qualidade de vidacomo
um
serhumano,
amenizando
seusmomentos
de dor, conflitos, angustias, revolta, solidão, separação dosfamiliares, valorizando seu crescimento e ajudando-o a enfrentar essa
nova
realidade.2
OBJETIVOS
2.1 Objetivo
Geral
Aplicar a teoria Transcultural de Madeleine Leininger juntamente
com
a terapiado
Reiki, buscando a
harmonia
no
cuidado deenfermagem
ao paciente oncológico.2.2 Objetivo Específico
1. Aperfeiçoar/aperfeiçoar o conhecimento acerca das ações de
enfermagem no
cuidado
do
paciente oncológico.2. Aplicar a Teoria de Madeleine Leininger
na
assistência deenfermagem
ao paciente oncológico.3. Desenvolver técnica complementar,
como
o Reikino
cuidado ao paciente oncológico.4. Desenvolver ações de
enfennagem
nas áreas assistencial e administrativa junto às5.
Promover
ações educativas ao paciente oncológico e seus familiares acercada
vivência atual e sua doença.
6. Participar de eventos e palestras
no
decorrerdo
estágio, relacionados à área.7. Buscar conhecer novas formas de terapias alternativas para o tratamento
do
câncer.
3
MARCO
REFERENCIAL
Segundo
Silva&
Arruda
citado porRadünz
(1999),marco
referencial é definidocomo
um
conjunto de conceitos e pressuposições derivadas deuma
ou
mais teoriasou
modelos
conceituais deenfermagem ou
de outras áreas de conhecimento,ou
atémesmo
originado das próprias crenças e valores daqueles
que
o concebem, para utilizaçãona
suaprática
com
indivíduos, família, gruposou
comunidades, atendendo à situações geraisou
específicas
na
área de assistência, administraçãoou
ensino de enfermagem.O
marco
referencialtem
sido desenvolvido para utilizaçãoem
situação específica, apresentando dentro de seuscomponentes
o detalhamentodo
processo deenfermagem
edas tecnologias a serem usadas, incluindo parâmetros para coleta de dados, diagnósticos,
planos de estratégia,
forma
de intervenção e critérios de avaliação.O
marco
referencialtem
a finalidade de demarcar o conhecimentoem
que se apoia servindocomo
base para ações de enfermagem.Optamos
pela Teoriada
Diversidade eUniversalidade
do Cuidado
Transcultural de Madeleine Leininger para guiar nossa prática assistencial ao paciente oncológico,em
sua integralidade.3.1 Teoria
da
Diversidade e Universalidadedo
Cuidado
Transculturalde
Madeleine
LeiningerMadeleine Leininger é
uma
teórica norte americana, graduadaem
enfermagem no
ano de 1948
em
Denver.Tomou-se
bacharelem
ciênciasem
1950 eem
1965 concluiu 0 curso de doutoradoem
antropologia, sendo a primeira enfermeira a se doutorarem
Durante os anos 50, Leininger trabalhou
em
um
lar para orientação de crianças e paisna
especialidade deenfennagem
clínica.No
decorrerda
realização desse trabalho Leininger percebeu que as crianças apresentavam algumas diferenças nas suascaracterísticas comportamentais, atribuindo essas diferenças a
um
fundo de base cultural.Percebeu então que a
enfermagem
não possuía conhecimentos suficientes a respeito dacultura dessas crianças, para assim poder compreendê-las
melhor
e desenvolver de acordocom
suas culturas as práticas de cuidado deenfermagem
diversificadas, significativas eeficazes. Passando a se dedicar a
Enfermagem
Transcultural (George, 1993).Leininger, construiu sua teoria
com
basena
premissa de que ospovos
de cada culturanão
apenas são capazes de conhecer e definir as maneiras, através das quais elesexperimentam
epercebem
seu cuidado,mas também
são capazes de relacionar essasexperiências e percepções as suas crenças e práticas gerais de saúde.
Com
baseem
talpremissa, o cuidado de
enfermagem
deriva-sedo
contexto culturalno
qual, ele deve serpropiciado a desenvolver-se a partir dele.
O
Modelo
Sunrise(Modelo
Sol Nascente) foi desenvolvido para demonstrar as interrelações dos conceitosda
Teoria da Diversidade e Universalidadedo Cuidado
Transcultural, apresentando quatro níveis de focalização que vão desde a estrutura cultural e social passando por indivíduos, famílias, grupos e instituições
em
diversos sistemas de saúde, até decisões e ações de cuidado de enfermagem. Estas açõespossuem
base cultural,sendo coerentes
com
as necessidades e valores dos pacientes e são elas: preservação; adaptaçãoou acomodação
e repadronização culturais e cuidado.Em
suas apresentações oferece definições para os conceitos de: cultura, valorcultural, diversidade cultural
do
cuidado, universalidade culturaldo
cuidado, visão demundo,
ambiente, saúde, cuidar/cuidado,enfermagem,
serhumano.
Além
de suas definições apresenta pressupostos que dãonovo
apoio às suas premissas de que culturas diferentes percebem,conhecem
e praticam cuidado de diferentesmaneiras, ainda que alguns elementos comuns, existam
em
relação ao cuidado,em
todas as culturasdo
mundo.
Pressupostos
da
TeoriaOs
pressupostosforam
baseadosem
George
(1983) e Leininger (1985).°2°
Desde
o surgimentoda
espéciehumana,
o cuidadotem
sido essencial para o'I'
O
cuidado próprio, e outros padrões de cuidado, existem entre as culturas.°2°
O
cuidadohumanizado
é universal, existindo diversos padrões de cuidado quepodem
ser identificados, explicados e conhecidos ente as culturas.°2°
O
cuidadohumanizado
é a característica central, dominante e unificadorada
enfermagem.
'I'
Não
pode
haver curasem
cuidado,mas
pode
haver cuidadomesmo
sem
ser paracura.
°2°
A
razão da existência daenfennagem
éque
ela éuma
profissão de cuidado,com
conhecimento disciplinado sobre este.
'Z'
O
cuidado sobuma
perspectiva transcultural é essencial para desenvolver eestabelecer a
enfermagem
como
profissão universal.°I°
Os
componentes do
cuidado transcultural, e as características das diferenças esemelhanças, ainda
devem
ser identificados, descritos e conhecidos, para suacaracterização estrutural e funcional
na
enfermagem.°I°
Os
conceitos e práticasdo
cuidadodo
serhumano
podem
ser identificadosem
todas as culturas.
°2°
As
práticas de cuidadoda
saúde, profissionais e populares são derivadas dacultura e
influenciam
as práticas e os sistemas de enfermagem.'Z'
A
enfermagem
é urna disciplina de cuidados transculturais humanísticos e urnaprofissão cujo propósito maior é servir o ser
humano.
'Z' Vários elementos
do
cuidado variam segundo a universalidade e diversidade dacultura
como:
apoio, conforto, estimulação, observação, envolvimento, toque, respeito,prevenção, ajuda, amor, confiança e simpatia.
°2°
O
cuidado deenfennagem
é o que ajuda as pessoas a crescerem, seconhecerem
e3.2 Conceitos
Definições
de Madeleine Leininger e de outros autores:Saúde:
“Éum
estado debem
estar, cultural definitivo, avaliado e praticado eque
reflete a capacidade que os indivíduos
ou
grupospossuem
em
realizar suas atividade cotidianas deforma
culturalmente satisfatórias” (George, 1993).Enfermagem:
É
essencialmenteuma
profissão que envolve cuidado cultural coerente,urna vez que os profissionais prestam cuidados à
povos
de várias culturas diferentes.A
enfermagem
éuma
profissão humanista, que é apreendida e focalizadano fenômeno do
cuidado
humano
eem
atividades que propiciem assistência, suporte, facilitação ecapacitação a indivíduos
ou
grupos, para manterou
rever o seu bem-estar, deuma
forma
culturalmente significativa e satisfatória,
ou
para ajudá-los a enfrentar as dificuldadesou
a morte (Leininger, 1985).Conforme
se expressa Ávila et al.(1997), aenfermagem
é a arte de cuidarem
saúde,buscando
qualidade de vida.Seu
exercício exige conhecimento científico próprios a serem consolidados e ampliados. Possui habilidades parapromover
a educação,em
constanteinteração
com
o paciente, procurando atender suas necessidades, considerando a realidadedo
contextono
qual está inserido.Doença:
Doença
em
oncologia não representauma
única doença,mas
um
processocomum
aum
grupo de manifestações não saudáveis que diferem de sua etiologia,freqüências e manifestações clínicas, que alteram a vida
numa
proporção multidimensional, de acordocom
critérios pessoais/culturais, situacionais (Ávila et al.,1997).
Cuidado: Leininger (1985), diz que o cuidado se ajusta às crenças e valores e
modos
de vida das pessoas,
ou
seja, o cuidado considerando a cultura é o contexto socialdo
indivíduo
ou do
grupo. Ressalta ainda que os cuidadosvão além
das necessidades físicas,emocionais e sociais dos indivíduos,
uma
vez que, trazem satisfação global pela atençãoque
se dará ao indivíduo, ao seu potencial cultural de pensar, planejar e agir, tanto para promover, manter, recuperar a saúde e originar melhores condições de vida.Valor cultural: Derivam-se
da
cultura e identificam maneiras desejáveis de ação esen/em
para orientar atomada
de decisões deum
membro
da
cultura.Os
valorespodem
ser diversificadosou
universais (George, 1993).Diversidade Cultural
do
Cuidado: Indica a variação de significados, padrões, valoresou
símbolos de cuidadoque
são culturalmente originários doshomens
para seu bem-estarou
para aperfeiçoaruma
condiçãoou
modo
de vida,ou
para enfrentar a morte (George,1993)
Universalidade Cultural
do
Cuidado: Refere-se a significados, padrões, valoresou
símbolos de cuidado
comuns,
semelhantesou
unifonnes, culturalmente originários doshomens,
para seu bem-estarou
para aperfeiçoar a condição de vidaou
para enfrentar amorte. Presume-se que, enquanto o cuidado
homem
é universal,em
todas as culturas, o cuidadopode
serdemonstrado
pormeio
de expressões, ações, padrões, estilos de vida esentidos diferentes (George, 1993).
Cultura:
São
os valores, crenças,normas
e praticas de vida deum
determinado grupo, ,aprendidos, partilhados e transmitidos,que
orientam o pensamento, decisões e as ações,de
maneiras padronizadas.Um
pressuposto relacionado é 0 de que sereshumanos
são seres culturais e capazes de sobreviver ao passar
do
tempo, através de sua capacidade de prestar cuidados aos outros, de todas as idades,em
vários ambientes e de muitas maneiras (Leininger, 1985).Visão
De
Mundo:
É
a maneira pela qual as pessoasolham
omtmdo
ou
o universo eformam
um
“quadroou
atitudes de valor” acercado
mundo
e de suas vidas (Leininger,1985)
Meio
Ambiente/Sociedade: Contexto ambiental édefinido
como
sendo a totalidadede
um
acontecimento, situaçãoou
experiência.A
definição de cultura, de Leininger,focaliza
um
determinado grupo (sociedade) e os padrões das ações, pensamentos,acontecimentos e decisões que ocorrem
como
o resultado dos valores, crenças,normas
e práticas de vida aprendidos, partilhados e transmitidos. Esse aprender, partilhar, transmitire padronizar,
ocorrem
num
grupo de pessoasque
agem
nmn
cenárioou
ambiente identificado. Consequentemente, ainda que Leininger não faça uso dos termos especíticossociedade e ambiente, o conceito de cultura acha-se intimamente interligado
com
aConsideramos
que para atender as necessidadesde
saúdedo
pacientecom
câncer, énecessário
que
se conheça o ambienteonde
ele está inserido considerando-se a cultura,crenças e valores dessa sociedade, de
forma que
a visão dessadoença
não seja entendidacomo
um
preconceitoou fonna
de agressãoda
sociedade para o paciente edo
paciente para a sociedade, neste sentido omeio
ambiente a ser considerado será aquelecom
o qualo paciente está inserido.Ser
Humano:
Acredita-se que oshomens
são provedores de cuidado e capazes de preocupar-se acerca das necessidades,do
bem-estar eda
sobrevivência dos outros.O
cuidado
do
homem
é universal, isto é, encontradosem
todas as culturas.Os homens
sobrevivem
em
suas culturas, através da localização edo
tempo, porqueforam
capazes de cuidar de bebês, das crianças e dos mais velhos,de
inúmeras maneiras, eem
variados ambientes.Dessa
maneira, oshomens
são seres universalmente provedores de cuidadosque sobrevivem
numa
diversidade de culturas, pormeio
de sua capacidade de oferecer auniversalidade
do
cuidado, de inúmeras maneiras, de acordocom
culturas, necessidades ecenários diferentes (George, 1993).
Para apoiar a prática assistencial
com
pacientes oncológicosdefinimos
com
baseem
Silva (1993) o conceito de:
Cuidado Harmonioso:
este cuidado é entendidocomo
um
processo de interaçãodinâmica, intuitivo e criativo entre os
campos
do
paciente/enfermeiro/ambiente, oportunizandoum
caminharrumo
a novas experiências,onde
eles, defonna
original e única, seauto-conhecem
e se auto transfonnam.3.3 Processo
de
Enfermagem
George
(1993)define
Processo deEnfennagem
como
oesquema
subjacenteque
proporciona
ordenamento
e direcionamento ao trabalhoda
Enfermeira, auxilia os profissionais atomarem
decisões ,proverem
e avaliarem as conseqüências.O
processo deenfermagem
consiste deum
elo entre a teoria e a prática. -O
processo écomposto
por ações que incluem: identificação de necessidades da pessoaque
está sendo cuidada; seleção e implementaçãoda
ação, e critério paramedida do
Em
nosso referencial teórico, utilizamos basicamente as defmições e idéias deMadeleine Leininger,
porém
vale ressaltarque
a autoranão
propõe especificamenteum
processo deenfennagem,
mas
uma
teoria para guiar a prática.O
modelo do
processo por nós adotado foi inspiradono
processo utilizado por Santoset al. (1997), por acreditarmos ser o
método que melhor
contempla nossas expectativascom
o foco voltado à assistência ao paciente oncológico. Processode
Cuidar
Para Leininger
apud
Santos et al. (1997), o processo de cuidar contempla asseguintes etapas:
conhecendo
a situação, refletindo sobre a situação, planejando e fazendo o cuidado, e avaliando o cuidado.O
processo de cuidar envolve relacionamento interpessoalque
é originadono
sentimento de ajuda e confiança
mútua
e se desenvolvecom
baseem
valores hmnanísticose
em
conhecimentos cientifico. Ele ocorrenuma
ação conjunta entre profissional e paciente, respeitando crenças e valores (Schulze, 1997).Como
forma
de registrosdo
processo de cuidar, será utilizada aficha
individualtambém
utilizada por DalFomo
et al. (2000),na
qual constam: o conhecimento, asreflexões, o planejamento, as ações e avaliações acerca das situações de cuidado.
Inicialmente sentimos dificuldade de incorporar a teoria à prática. Refletir sobre os conceitos
da
Leininger que são conceitos abrangentes e subjetivos.Na
práticado
processo de cuidar, sentimos a necessidade de repadronizar nossos conceitos, urnavez
que trazíamos conceitos de outromodelo
teóricoonde
o foco principal são as necessidadeshumanas
básicas
que
foi por nós incorporado durante nossa formação acadêmica.°2°
Conhecendo
a SituaçãoÉ
omomento
que ocorre o encontro entre a enfermeira e o paciente oncológico.A
enfermeira preocupa-seem
fazer observações e ouvir atentamente o paciente, obtendo desta maneirauma
ampla
visãoda
situação. Assim, gradualmente, vaiconhecendo
opaciente,
com
maiores detalhes,sempre
tendoem
focodo
estudo e os objetivos propostos. Esta fase éim
P
ortante, or ue ermite à enfenneira iniciar e continuar acom
reensãodo
que
está ocorrendo antes de intervir na situaçãocomo
participante, antesde
desenvolver o cuidado.Sentimos dificuldade
em
conhecer a situaçãodo
cuidado porque estávamoscom
a visão de que o paciente estariano
começo
de suadoença
com
os sintomas clínicosconhecidos. Foi difícil percebermos
que
estes pacientes estavam vivenciando processo de readaptação de suas vidas.E
este processo envolvia tratamento, perspectiva de vida,enfrentamento
da
morte, falta de apoioda
família, reassumir suas funções profissionais,sociais e familiares.
Com
o decorrerdo
estágio e aplicaçãode
vários processosconseguimos
perceber que conhecer o cuidado envolve omomento
que
o paciente estavivendo, seus
medos,
suas angústias, suas queixas e suas alegrias. Isso tudo é que nos fazconhecer a situação
do
paciente para poder refletir sobre o cuidado.°2°
Refletindo Sobre
a Situaçãodo
PacienteEsta etapa consiste
em
reflexões,compreensões
e conclusões sobre a situaçãoque
seapresentou
na
etapa“conhecendo
o paciente”.Nela
são identificadas respostashumanas,
limitações de recursos,
bem como
práticas de cuidado cultural, afim
de direcionar os cuidadosda
enfermeira. Serve de guia paraembasar
apróxima
etapado
processo:«
“planejando e fazendo o cuidado”.
Refletir sobre a situação
do
paciente nos possibilitou, revisar conteúdos, compreender, entender e esclarecer a situaçãoem
que
o paciente se encontrava.A
visãodo
paciente
como
Lun ser único, oportunizouum
planejamento e assistência deenfermagem
mais eficaz.
°2°
Planejando
eFazendo
0Cuidado
Nesta fase, a enfenneira e o paciente
buscam
caminhos
para a obtenção conjunta de cuidado, de acordocom
a situação existente.Procuram no
diálogo, manter, adaptarou
repadronizar os cuidados.
Manter,
ou
seja, preservar o cuidado culturalmente embasado, significa facilitarou
capacitar o indivíduo, auxiliando-o a preservar
ou
manter os hábitos favoráveis de cuidadoe saúde/ser saudável.
Adaptar
ou
acomodar
o cuidado culturalmente, significa auxiliaro
paciente amudar
os padrões de saúde
ou
de vida, deforma
atomar
maisbenéficos
os cuidados praticados,Repadronízar
ou
reestruturar o cuidado significa auxiliar o paciente amudar
os padrões de saúdeou
de vida, deforma
a tonarmais benéficos
os cuidados praticados,respeitando seus valore e crenças culturais.
Fazendo
eCuidando
Cuidar implica
em
ajudar o outro a crescer.Segimdo Arruda
&
Marcelino (1997), é preciso:a) conhecer,
ou
seja, saber de que o outro necessita ecomo
podemos
ajudá-lo nesteprocesso;
b)
compreender que não
podemos
cuidar apenas por hábito mas,sim
quedevemos
ser capazes de aprender a partir de experiências anteriores,
mantendo ou
modificando
nosso
comportamento
demodo
a poder aprimorar aforma
de ajuda;c) ter paciência para deixar o outro crescer
em
seu próprio “ritmo” e “maneira”, criando possibilidades para o outro e para a própria pessoaque
cuida;d) ter
confiança
ecoragem
para confiar, deixandoo
outro livre para arriscar-se de acordocom
sua capacidade;e) ter humildade, dispondo-se a aprender mais sobre e
com
o outro e sobre simesmo
e sobre aquilo que o cuidado compreende;Í) ter esperança, acreditando nas possibilidades enquanto expressão da plenitude
do
presente,
um
presente vivo e evitando que o desespero aja contra acoragem
e interfirana
vitalidade
do
ser;g) ter
coragem
face a incerteza e a perda de segurança dos pontos de referencia familiares.Planejar o cuidado exige que, a enfenneira tenha conhecimento
da
situaçãoem
que
o paciente se encontra e deque
forma
ele gostaria de ser cuidado. Deve-se levarem
consideração o seu
modo
de ver adoença
e os sentimentosque
sefazem
presentes nesse processo.Foi possível manter, adaptar e repadronizar o cuidado a
medida que
a interação entre°2°
Avaliando
oCuidado
Conforme
Monticelli citado por DalFomo
et al. (2000), esta é considerada a última etapado
processo. Vale ressaltar que esta ocorre contínua e dinamicamente durante todo o processo, demodo
a possibilitarum
cuidado coerente. Caracteriza-se,mais
especificamente, pela apreciação conjunta das ações durante
o
processo queforam
mantidas, adaptadas
ou
repadronizadas.A
enfermeiradeve
dispor de sensibilidade e atenção para identificar (quando possível) a necessidadede
se retomar o processo parareplanej ar o cuidado.
Acreditamos
que
é preciso estar atenta e constantemente avaliar o cuidado, demodo
a verificar se oque
foi planejado está sultindo o efeito desejado.A
enfenneiradeve
ser sensível e estar aberta a proporuma
outra sugestão de cuidadoquando
necessário.Quando
a enfermeira analisa o cuidado refletido sobre suas ações ela
pode
considerar seusobjetivos de cuidado transcultural alcançado.
'I'
Percepções
da
Enfermeira
A
percepçãoda
enfermeira envolve o conhecimentodo
paciente a reflexão, planejamento e a avaliaçãodo
cuidado.A
enfenneira utiliza sua percepção de observação de conhecimento científico dehumanização
ao outro.A
percepçãoda
enfermeira é feitaatravés
do
cuidado ao paciente. Utilizando os tópicos desse processo que envolvendo o relacionamento interpessoal originadodo
sentimento de ajuda econfiança
mútua.A
enfenneira fazuma
reflexão se o cuidado atendeu as necessidades físicas, emocionais e sociaisdo
paciente, poisconforme
Leininger (1985), a satisfação global se dá pela atenção ao paciente de acordocom
seu potencial cultural de pensar, planejar e agir, tanto para promover,manter
e recuperar a saúde e originar melhores condições de vida.O
cuidado deenfermagem
é oque
ajuda as pessoas a crescerem,conhecerem
os outros e enfrentarem4
REVISÃO
LITERATURA
4.1
A
Epidemiologia do
Câncer
A
Epidemiologia permite o estudoda
distribuição das várias formas de câncer entre a população, a observação e análise das variações de sua ocorrênciaem
diferentes gruposou
comunidades, e os fatores de risco a
que
eles seexpõem.
Mediante a correlação existente entre os dados demorbidade
e mortalidade e as diferenças verificadas nas condições ambientais, hábitos de vidaou
de constituição genética, observadas entre esses grupos, épossível se estabelecerem hipóteses sobre as prováveis causas
do
câncer.Em
Cancerologia, utilizam-se classificaçõessegundo
a localização primária, o tipo histopatológico e a extensão anatômica dos tumores (Ministérioda
Saúde, 1997).Os
estudos comparativos de freqüênciado
câncerdevem
considerarsempre
a cobertura e a qualidade dos serviços de diagnóstico,na medida
em
que
as variações observadas entre as diferentes regiõesdo
território nacionalpodem
refletir apenas esses componentes.Segundo
BevilacQua
et al.(l995),no
Brasilo
câncer representa,dependendo
daregião
geográfica
analisada, a segunda causa de morte, ultrapassado apenas pelas moléstias cardiovasculares.É
de registrarque
nas regiões mais desenvolvidas (Sul eSudeste) a morte por câncer é mais freqüente
que
nas regiões subdesenvolvidas.Em
que
pese tal constatação, observa-se
algumas
diferenças epidemiológicas regionais, taiscomo
as regiões
mais
desenvolvidas registram percentualmais
elevado de câncer demama,
enquanto nasmenos
desenvolvidaspredominam
o
câncer cervico-uterino; o câncer depulmão
é relativamente mais freqüente nas Regioes Sul e Sudeste; registra-se curiosa altafreqüência relacionada
com
câncer de pênisno
Região Nordeste e de esôfagona
RegiãoSul.
4.2 Fisiopatologia
do
Câncer
O
tenno câncer é usado para definirum
processo de multiplicação anormal de célulasem
nosso corpo. Elasinvadem
o tecidononnal
e espalham-se pelos outros órgãosprovocando
o seumau
funcionamento e, consequentemente a morte (Chopra, 1999).Segundo
Rupert Willins citadoMontenegro
&
Franco (1995, p.205), “neoplasia éuma
massa
anormal de tecido cujo crescimento excede enão
está coordenado ao crescimento dos tecidos normais e que persistemesmo
cessada a causaque
o provocou”. Neoplasia é adenominação que
sedá
asneofonnações
teciduais,sem
causa aparente, de crescimentoautônomo
e ilimitado,que
pode
acontecerem
qualquer tecidodo
organismo. Este crescimento deforma
não controlada e desconhecida, é constante nas neoplasias malignas,também
denominado
canceres.Há
muitos tipos de câncer eem
cada tecidopodem-se
originar diversas classes de manifestações oncológicas.A
classificação dos processos turnorais se estabeleceem
funçãodo
tecido de que procedem. Didaticamente as neoplasias se dividem-seem
dois grandes grupos,conforme
aorigem
embriológica: os carcinomas e os sarcomas.Os
carcinomas são tumores de tecidos derivados de ectodermado
embrião, quedá
origem àpele, glândulas e tecido nervoso; sarcomas, os derivados
do
mesoderma
do
embrião,que dá
origem
aos tecidos conjuntivo, ósseo, seroso e muscular (Chopra, 1999).O
carcinoma in situ (câncernão
invasivo) é o primeiro estágioem
que
o câncer não hematopoéticopode
ser classificado.Nesse
estágio, as células cancerosas estão somentena
camada
da
qual elas se desenvolveram e aindanão
se espalharam para outrascamadas do
órgão de origem.
A
maioria dos canceres in situ é curável, se for tratada antesque
progrida para a fase de câncer invasivo.Nessa
fase, o câncer invade outrascamadas
celularesdo
órgão e
ganha
a capacidade de se disseminar para outras partesdo
corpo(INCA,
2001).a)
Carcinogênese
Câncer
éuma
enfermidade que se caracteriza pelo crescimentoautônomo
edesordenado de células e tecidos ainda desconhecido.
O
mecanismo
que
levauma
célula sãformadas, não se
detêm
em
sua multiplicação (Chopra, 1999).Segundo
Smeltzer&
Bare(1999), a metástase consiste
na
disseminaçãoou
alastramento das células malignasdo
tumor
primário para locais distantes, seja diretamente para as cavidadesdo
corpo,ou
seja atravésda
circulação linfáticaou
sangüínea.Sendo que
omecanismo
maiscomum
de metástase é o transporte de células turnorais atravésda
circulação linfática.A
disseminação linfática ocorrequando
osêmbolos
tumorais penetram nos canais linfáticos atravésdo
fluido
intersticial, que secomunica
com
ofluido
linfático.Depois
de entrarem nacirculação linfática, as células malignas se alojarn nos nódulos linfáticos
ou passam da
circulação linfática para a venosa. Já a disseminação de células malignas através
da
corrente sangüínea (disseminação hematogênica) está diretamente relacionada
com
a vascularizaçãodo
tumor.Desde
a formação da primeira célula cancerosa até a ocorrência de metástase, a evoluçãodo
quadro clinicocostuma
ser lenta.Dependendo
da
partedo
corpo atingida, o processo de doença conferido porum
indivíduopode
durar anos até evoluir para faseterminal (Chopra, 1999).
b)
Angiogênese
As
células malignastambém
tem
a capacidade de induziro
crescimento de novoscapilares a partir
do
tecidodo
hospedeiro parapreencherem
as suas necessidades denutrientes e oxigênio. Esse processo é conhecido
como
angiogênese (Smeltzerg Bare,1999).
A
angiogênese consistena formação
denovos
vasos a partir de brotamentos de vasos preexistentes nos tecidos adjacentes. Para alguns canceres, quanto maior o grau de vascularizaçãodo
tumor
maior é o prognóstico.Ao
lado disso, aneoformação
vascular éobviamente
importante para o transporte de células malignas(sem
vasos, as célulasmalignas
tendem
apermanecer no
seu sítio de origem). Por tudo isso, a angiogêneseassume
papel de grande importânciano
desenvolvimento e disseminaçãodo
câncer.A
neoformação
de vasos nos tumores é controlada pela ação de fatores angiogênicos e fatoresantiangiogênicos liberados pelas próprias células neoplásicas, por leucócitos (sobretudo macrófagos)
ou
mastócitos nas proximidadesou na
intimidadedo
tumor
(Brasileiro Filho,1998)
A
vascularização é tão importante parao
tumor que
uma
das formasde
tratamento detecidos tumorais. Por outro lado,
uma
estratégia quevem
sendo utilizadamais
recentemente é o
emprego
de fatores inibidoresda
angiogênese (Brasileiro Filho, 1998). c) Alterações GenéticasA
transformação neoplásica é caracterizado pormodificações
progressivasdo
perfil biológicoda
célulaque envolvem
alteraçõesde
sua proliferação, diferenciação e interaçãocom
omeio
ambiente.O
evento básicoda
carcinogênese é a alteraçãoda
informaçãogenética, decorrente de
modificações do
DNA
ou
da
expressãoanômala
de genes normais. Tais alterações traduzem-se pela produçãode
proteínas transformadas, responsáveis por funções biológicas básicascomo
proliferação e diferenciação celular. Isto resultaem
modificações
estruturaisdo
perfil biológicoda
célula,como
perdado
controle da divisãocelular e bloqueio de maturação (Montenegro; Franco, 1995).
Em
linhas gerais, os agentes cancerígenosagem
provocando mutações
genéticaintracelulares (alteração
do
genoma), as quais, por outro lado, são controladas e anuladas pelo sistema de vigilância imunológicado
organismo.Quando
este sistema não é capaz deinibir a freqüência de mutações produzidas por
um
agente ca.ncerígeno, oaumento
da proporção de células mutantes dá origem auma
população de células cancerosas e semultiplica exponencial e descontroladamente (Bevilac
Qua
et al., 1995).4.3 Fatores
de
RiscoO
termo risco refere-se à probabilidadede
um
evento indesejado ocorrer.Do
ponto de vista epidemiológico.Os
fatores de risco representamum
conjunto de circunstânciasque determinam
probabilidade maior deum
indivíduo desenvolveruma
determinada moléstia (MinistérioDa
Saúde, 1997).Os
fatores de risco são subdivididosem
constitucionais e ambientais.Os
constitucionais estão relacionados à aspecto hereditários.
Algtms exemplos
são os canceres demama,
estômago
epulmão
queparecem
ter estreita correlação familiar.Os
ambientaisestão relacionados à hábitos de vida, exposição a substancias tóxicas , drogas, radiações,
agentes infecciosos e parasitários. Reconhece-se a relação causal
do
tabagismocom
canceres de pulmão, cabeça, pescoço, esôfago e bexiga. Agentes infecciosos e parasitáriosassociam-se a canceres tais
como:
vírus da herpes simples tipo II (carcinoma de colo de útero); vírusda
AIDS
(sarcoma de kaposi); vírusda
hepatiteB
(hepatocarcinoma) (BevilacA
multicausalidade é ocorrênciacomum
na
carcinogênese, epode
serexemplificada
pela associação verificada entre álcool, tabaco e residência
na zona
rural, e o câncer deesôfago e entre álcool, tabaco, chimarrão, churrasco e o cozimento de alimentos
em
fogãode
lenha, e o câncerda
cavidade bucal (Ministérioda
Saúde, 1997). 4.4Tratamento
As
armas terapêuticas para o tratamentodo
câncer são fundamentalmente três:cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
Dependendo
do
tipo histológicodo
câncer e de suasensibilidade, o tratamento poderá incluir
uma,
duasou
as trêsarmas
simultaneamente.Boa
parte dos tumores, após extirpados, exige tratamento acessório quimioterápicoou
radioterápico.
a)Tratamento
CirúrgicoA
remoção
cirúrgica de todo o câncerpermanece
sendo a modalidade de tratamentomelhor
emais
usada.Contudo
aabordagem
cirúrgica específicopode
ser por várias razões.A
cirurgiapode
ser selecionadacomo
método
primáriode
tratamento,ou pode
serdiagnóstico, profilática, paliativa
ou
reconstrutiva.Quando
a cirurgia é usadacomo
abordagem
primáriano
tratamentodo
câncer, o objetivo éremover
todo otumor
e os tecidos circunjacentes envolvidos, incluindo nódulos linfáticos regionais.Duas
abordagens cirúrgicacomuns
usadasno
tratamento de tumores primários são excisões locais e amplas.A
excisão local é justificadaquando
amassa
é pequena. Elainclui a
remoção da massa
euma
pequena
margem
de tecidonormal que
seja facilmenteacessível.
As
excisões amplasou
radicais incluem aremoção do tumor
primário, os nódulos linfáticos, estruturas adjacentes acometidas e estruturas cincunvizinhas quepossam
ter grande risco de disseminação tumoral. Tal procedimento é considerado se otumor
puder serremovido
por completo e as chances de curaou
controle forem ideais(Smeltzer; Bare, 1999).
a)
A
cirurgia diagnóstica é feita para obteruma
biópsia (excisãode
um
pedaço detecido de
um
local suspeito) para análise dos tecidos e células suspeitos demalignidade.
b)
A
cirurgia profilática envolve aremoção
de todos os tecidos órgãos não vitais quefisiológicos e psicológicos a longo prazo, a cirurgia profilática é oferecida seletivamente aos pacientes e discutida profundamente
com
ele ecom
sua família.c)
A
cirurgia paliativa é feitanuma
tentativa de aliviar as complicaçõesdo
câncer,com
ulcerações, obstruções, hemorragia, dorou
infecção. _d)
A
cirurgia reconstrutivapode
sobrevir auma
outra cirurgia curativaou
radical e ser realizadanuma
tentativa de melhorar a funçãoou
obterum
efeito estético maisdesejado.
O
tratamento cirúrgico é por excelência mutilante, e muitas vezes,dependendo da
extensão
do
câncerou do
numero
de órgãos atingidos, sua excisão poderá levar o paciente à morte.Se
otumor
canceroso é restrito aum
órgãoou
apenasuma
porção, então a curapode
ser possível retirando o órgãoou
a parte afetada. Geralmente, éum
procedimento mutilante,uma
grande fonte de angústia parao
paciente, epode
resultarem
sériaincapacidade,
uma
vez queum
órgão necessário foi retiradodo
corpo.É
essencialuma
abordagem
multidisciplinar durante qualquer tipo de cirurgia.Os
efeitos
da
cirurgia sobre aimagem
corporal, auto-estima e capacidade funcionaldevem
serlevadas
em
consideração.b)Tratamento
RadioterápicoA
radioterapia é a utilização de ondas magnéticasou
partículas de alta energia,proveniente de aparelhos
ou
de materiais radioativos, que incidemno
tecido causandoalterações fisicas e químicas. Esta energia ionizante danifica
ou
destrói as células na áreaaser tratada (tecido alvo) pela danificação de seu material genético, interrompendo o ciclo celular através da lesão
do
DNA
e morte celular.Embora
a radiaçãodanifique
tanto as células neoplásicas quanto as células normais, as ultimas são aptas a se repararem efuncionarem apropriadamente (Smeltzer; Bare, 1999).
Existem
dois tipos de radioterapia:- teleterapia:
onde
a fonte de irradiaçãofica
à distancia,ou
seja longedo
paciente;ex.: raio, raio gama, elétrons de alta energia, etc.
- braquiterapia:
onde
a fonte emissorapermanece próxima
ou
implantadano
local a ser tratado; ex.: radiomoldagem.- radical: indicada para tumores susceptíveis
de
cura por irradiaçãoou
par câncer decontra indicação
do
procedimento cirúrgico,ou
aindaquando
sebuscam
resultados estéticos e funcionais.- Paliativa: indicada para se obter a regressão parcial de neoplasias avançadas
ou
demetástases, para aliviar a dor, conter hemorragias de tumores primários e de tumores secimdários ulcerados
Ela
pode
ainda ser utilizadano
pré-operatório,com
o intuito de diminuir 0tamanho
do tumor
e facilitar a cirurgia, diminuindo a disseminação das célulastomando
asmetástases
menos
prováveis.No
pós-operatório, é indicada para esterilizar as célulasneoplásicas liberadas durante a cirurgia
ou
destruir restosda
lesão, apósalguma
extirpação incompleta.O
tratamentopode
causar efeitos colaterais e incapacidades devastadoras, fazendocom
que
o paciente se sinta fraco, ocorra alteração e perdado
paladar, diminuição dasalivação,
boca
seca, náuseas e vômitos.A
alteraçãoda
integridadeda
pele constituium
efeitocomum
epode
incluir a alopécia, eritema, e descarnaçãoda
pele.Uma
vez completados os tratamentos ocorre a reepitalização.c)Tratamento Quimioterápico
A
quimioterapia consisteno
uso de agentes antineoplásicosna
tentativa de matarcélulas tumorais interferindo
com
as suas funções e reprodução.É uma
modalidade de tratamento sistêmicoda
doença, que contrastacom
a cirurgia e a radioterapia que é mais antiga e de atuação localizada.Pode
serempregada
com
objetivos curativosou
paliativos,dependendo do
tipo detumor
da extensãoda doença
eda
condição físicado
paciente.A
associação
da
quimioterapia a outras formas de tratamento é bastantecomum.
Seu
emprego
antesou
depoisda
cirurgia e/ou radioterapia parapromover
a erradiação de micrometastase constitui a quimioterapia neo-adjuvante e adjuvante, respectivamente(Bonassa, 1992). A
Toda
vez queum
tumor
é exposto aum
agente quimioterápico, é destruídauma
percentagem de células tumorais (20 a
99%,
dependendo
da'dosagem).As
drogas queatuam
a nível celular interfereno
processo de crescimento e divisão celular até erradicar o suficiente demodo
que
as células tumorais remanescentespossam
ser destruída pelo sistemaimune do
corpo (Smeltzer; Bare,1999, Bonassa, 1992).Os
agentes quimioterápicos são administrados e coordenadoscom
o
ciclo celular.E
podem
ser classificados de acordocom
vários grupos quírnicos, cadaum
dos quaiscom
um
mecanismo
diferente de ação. Eles incluem os agentes alquiladores, rritosoréias,antimetabólitos, antibióticos antiturnorais, alcalóides vegetais, agentes hormonais e outros
tipos de agentes.
As
drogas especificasdo
ciclo celular destroem as célulasque
interviremcom
síntese deDNA
eRNA.
As
drogas não-específicasdo
ciclo celulartem
efeitoprolongado sobre as células, levando à sua lesão
ou
morte (Smeltzer; Bare, 1999).As
drogas quimioterápicaspodem
ser administradas pelas vias: oral, intramuscular, subcutânea, endovenosa, intra-arterial, intratecal, intraperitoneal, intravesical, aplicação tópica e intra-retal.Esses
medicamentos
quimioterápicospodem
produzir efeitos colaterais debilitantes edevastadores entre outros a, impotência, esterilidade, náuseas, vômitos, cistite, estomatite,
mucosite, alopécia, diarréia, anorexia, supressão
da medula
óssea, neuropatias, icterícia,hepatotoxicidade, anemia, nefrotoxicidade, toxicidade pulmonar, fotossensibilidade, etc.
Assim
a enfermeiradeve
saber e ter habilitação profissional para a administração destasdrogas e para atender as necessidades dos pacientes.
Para auxiliar a administração das drogas são utilizados o catéteres de longa permanência, pois garantem
uma
via mais segura para aplicaçãode
quimioterápicos aos pacientesque
necessitam de tratamento prolongadoou
apresentam rede venosa de diñcilvisualização e punção; para garantir via segura, rápida e prática para outra infusões e colheita de sangue para
exames
laboratoriais e diminuir os traumas relacionados apunção
venosa, quer sejam os psicológicos
ou
os físicos relacionadoscom
o
catéter irritante e/ou vesicante de grande parte dos antineoplásicos. Esses catéterespodem
ser totalmente implantadosou
parcialmente implantados, sendo omais
comum
o port-a-cath que étotalmente implantável.
O
port-a-cath éum
catéter de borracha siliconizado cuja extremidade distal se acopla auma
câmara
puncionávelque
deve permanecer embutidano
tecido subcutâneo da regiãotorácica, sobre
uma
protuberância óssea.O
acesso a este tipo de catéter é feito através depunção da
pele sobre acâmara
puncionávelou
reservatório, constituído,em
geral, de açoinoxidável
em
sua parte superior.A
agulha utilizada para apunção deve
serdo
tipoHuber
point, este tipo de agulha ocasionamenos
traumatismo àmembrana
de silicone, permitindomaior
número
de punções. Elaspodem
ser retas, sendo asmais
indicadas para infusõesPara
que
o catéter seja limpo deve-se fazer a heparinização (lavagem) mensalmente, paraisso é utilizado 0,5
ml
de anticoagulante e 9,5ml
de soro fisiológico9%
ou água
destiladasendo
que
de 4 a 6ml
dessa solução é infundidano
port-a-cath antesda
retiradada
agulha.4.5
Avanços
nas Terapiasdo
Câncer
a)
Imunoterapia
A
possibilidadedo
sistema imunológico ser utilizado para destruir as célulasneoplásicas
sempre
foi vistacomo
uma
possibilidade muito interessante.O
tratamento imunoterápicodo
câncer se baseiana
ativaçãodo
sistemaimune
contra a célula maligna. Elaproduz
alguns tipos de proteínas que passariam a ser reconhecidas pelas células de defesado
organismo. Haveria então a destruição das célulasdo tumor (Andre
Sasse, 2001).Há
várias formas de se estimular o organismo a atacar as células neoplásicas,como
a produção de anticorpos monoclonais, contra proteínas específicas, encontradas nas paredes das células neoplásicas. Estes anticorpos ajudariam o sistemaimune
a reconhecer as células neoplásicascomo
estranhas.Poderiam também,
carregar consigo toxinas que atingiriam apenas as célulascom
aquela proteína,no
caso, as célulasdo
câncer.Também
há
a possibilidade das "vacinas",onde
seseparam
antígenos específicosda
célula tumoral, e se rejeitamno
paciente, que teria seu sistemaimune
ativado(como
já é feitocom
vírus ebactérias, atualmente) t
Ainda
outra possibilidade para o futuro é a produção de linfócitos por engenhariagenética,
que
levariam à destruição das células tumorais. Estes linfócitos seriam retiradosdo
próprio paciente, o que tomaria o tratamento mais específico(Andre
Sasse, 2001). b)Alvos Moleculares
da Terapia
do
Câncer
Tratar o câncer a nível molecular envolve o reparo
do
DNA
alterado, desligarproteínas-chave
no
crescimento celular, e aumentar a sensibilidade das células tumorais às terapias convencionais,como
a radioterapia.Neste