• Nenhum resultado encontrado

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no Ensino Básico: a utilização da plataforma Moodle e do E-mail no desempenho das funções de Diretor de Turma no 3º Ciclo Maria Margarida Melo da Silva Soares

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2019

Share "As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no Ensino Básico: a utilização da plataforma Moodle e do E-mail no desempenho das funções de Diretor de Turma no 3º Ciclo Maria Margarida Melo da Silva Soares"

Copied!
69
0
0

Texto

(1)

1

 

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no Ensino

Básico: a utilização da plataforma Moodle e do E-mail no

desempenho das funções de Diretor de Turma no 3º Ciclo

Maria Margarida Melo da Silva Soares

 

 

 

Trabalho de Projeto

de Mestrado em Gestão de Sistemas de e-Learning

 

(2)

 

Trabalho de Projeto apresentado para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do

grau de Mestre em Gestão de Sistemas de e-Learning realizado sob a orientação científica da

(3)

ii Às minhas filhas Raquel e Mariana

(4)

AGRADECIMENTOS

Ao longo de quase 2 anos de trabalhoárduo, sei que fui perdendomuitos momentos de

vivência familiar. Contudo, sempre me senti acompanhada por uma silenciosa compreensão.

Por isso agradeçoa toda a minha família.

Oapoio, a forçaeoincentivoque recebi de colegas e amigos foram tambémessenciais.

Um agradecimento muito especial à Ângela e à Isabel, que em muitos momentos me ajudaram a

cumprir, sem perder a esperança,todas as tarefas que me eram devidas.

Aos meus alunos, seus encarregados de educação, aos meus colegas do Conselho de

Turma, à Diretora, à Coordenadora dos Diretores de Turma e a todos os Diretores de Turma do

meu agrupamento agradeço a boa vontade com que participaram e colaboraram em todas as

iniciativas que possibilitarama prossecução deste Trabalho de Projeto.

(5)

iv AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) NO ENSINO

BÁSICO: A UTILIZAÇÃO DA PLATAFORMA MOODLE E DO E-MAIL NO

DESEMPENHO DAS FUNÇÕES DE DIRETOR DE TURMA NO 3º CICLO

THE INFORMATION AND COMMUNICATION TECHNOLOGIES (ICT) IN

ELEMENTARY SCHOOL: THE USE OF MOODLE AND E-MAIL WHILE

PERFORMING THE DUTIES OF DIRECTOR OF CLASS IN THE 3RD CYCLE

MARIA MARGARIDA MELO DA SILVA SOARES

RESUMO

ABSTRACT

PALAVRAS-CHAVE: diretor de turma, direção de turma, aluno, encarregado de educação,

conselho de turma, professor, comunicação, tecnologias de informação e comunicação (TIC),

e-mail, plataforma de aprendizagem (Moodle).

KEYWORDS: class director, class direction, student, guardian, class council, teacher,

communication, information and communication technologies (ICT), e-mail, learning

(6)

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) têm vindo a introduzir profundas transformações na sociedade, nomeadamente no modo como as pessoas acedem à informação e com ela se relacionam, assim como nos circuitos de comunicação interpessoal. As escolas do Ensino Básico devem procurar adaptar-se a esta nova realidade para se tornarem, não apenas parte integrante da sociedade de informação, mas também motor de transformação, rumo à sociedade do conhecimento. Para isso, torna-se necessário não só modificar os processos de ensino-aprendizagem, mas também procurar novas formas de comunicação e de interação com todos os elementos da comunidade educativa.

Uma reflexão sobre 20 anos de atividade docente, 10 dos quais acumulando funções de direção de turma, conduziu à constatação da necessidade de se promover uma utilização mais frequente das TIC, de modo a torná-las ferramentas essenciais no quotidiano das escolas e dos seus utentes. Assim, o presente trabalho de projeto pretende propor o uso do e-mail e de uma plataforma de aprendizagem, a plataforma Moodle, a par com os meios tradicionalmente usados na comunicação entre os diferentes elementos da comunidade educativa (telefone, carta, caderneta, reuniões presenciais formais e/ou informais), por forma a agilizar os processos de comunicação e de interação no desempenho das funções inerentes ao cargo de direção de turma.

The Information and Communication Technologies (ICT) have been introducing deep changes in society, particularly in the way people access information and relate to it, as well as at interpersonal communication level. Elementary schools should seek to adapt to this new reality so as to not only become part of the information society, but also be an engine, towards a knowledge society. It becomes necessary to modify the teaching -learning processes as well as search for different ways of communication and interaction with all parts of the educational community.

(7)

vi ÍNDICE

Introdução

Problemática 1

Objetivos 2

Estrutura do trabalho 2

Capítulo I

I. 1. Metodologia e procedimentos 3

I. 2. Calendarização 7

I. 3. Intervenientes 7

Capítulo II- Enquadramento Teórico 7

II. 1. Construtivismo, construcioniusmo e o uso de ferramentas TIC na

direção de turma 7

II. 2. O Diretor de Turma 10

II. 2.1 As funções do Diretor de Turma 10

II. 2.2. A importância do Diretor de Turma 13

II. 2.3. As dificuldades no desempenho do cargo de Diretor de Turma 15

II. 3. A Comunicação na direção de turma 16

II. 3.1. Para uma comunicação efetiva 17

II. 3.2. O uso das TIC nas comunicações realizadas pelo Diretor

de Turma 18

II. 3.3. Ferramentas TIC passíveis de utilização 20

II. 3.4. Vantagens e desvantagens da utilização das ferramentas TIC 22

II. 4.Síntese 23

Capítulo III - Contextualização do Estudo 24

III. 1. O uso das TIC na escola 24

III. 2. Os Diretores de Turma do Agrupamento 26

III. 2.1. Características dos Diretores de Turma 26

III. 2.2. Os Diretores de Turma e o uso que fazem do computador

(8)

III. 2.3. Os Diretores de Turma e o uso que fazem do computador

nas tarefas inerentes ao cargo 28

Capítulo IV – Apresentação e análise dos resultados 32

IV. 1. Das iniciativas realizadas pela Diretora de Turma no âmbito

do Trabalho de Projeto 32

IV. 1.1. Com os alunos 32

IV. 1.1.1. Plataforma Moodle. 32

IV. 1.1.1.1. Fórum Notícias 32

IV. 1.1.1.2. Fórum RAT 33

IV. 1.1.2. O uso do e-mail 35

IV. 1.1.3. Reuniões presenciais 36

IV. 1.1.3.1. Reuniões de Assembleia de Turma 36

IV. 1.1.3.2. Reuniões com grupos de alunos 36

IV. 1.1.3.3 Reuniões individuais com alunos 36

IV.1.2. Com os Encarregados de Educação 37

IV. 1.2.1. E-mail 37

IV. 1.2.2. Telefone 38

IV. 1.2.3. Carta 39

IV. 1.2.4. Caderneta 39

IV. 1.2.5. Reuniões presenciais 40

IV. 1.3. Com o Conselho de Turma 40

IV. 1.3.1. E-mail 40

IV.1.3.2. Reuniões presenciais formais/ informais 42

IV. 1.4. Com a escola 43

IV. 2. Dos questionários aplicados 43

IV. 2.1. Alunos 43

IV. 2.2. Encarregados de Educação 45

IV. 2.3. Professores do Conselho de Turma 46

Conclusões 49

(9)

viii Lista de Quadros:

Quadro 1 - Tipologias de colaboração escola – família 13

Lista de figuras :

Figura 1 – Gráfico de atividade da plataforma Moodle do Agrupamento de Escolas a

Sudoeste de Odivelas de 29 setembro a 15 de dezembro 21

Figura 2 – Gráfico de atividade da plataforma Moodle do Agrupamento de Escolas a

Sudoeste de Odivelas de 1 de dezembro de 2012 a 1 de dezembro de 2013 21

Lista de Tabelas:

Tabela A – Número de Diretores de Turma por grupo de recrutamento e por

Departamento 27

Tabela B – Ordenação das tarefas docentes realizadas pelos DTs com recurso às TIC 28

Tabela C – Tarefas realizadas com recurso frequente às TIC, por mais de 50% dos

DTs, no desempenho das suas funções 29

Tabela D – Tarefas realizadas pelo Diretor de Turma com recurso às TIC resultantes

do somatório das frequências “raramente” com “nunca” 29

Tabela E – Tarefas realizadas pelo Diretor de Turma com recurso às TIC

resultantes do somatório das frequência “sempre” com “frequentemente” 30

Tabela F – Relação entre os meios de comunicação privilegiados pelo DT face aos

diferentes interlocutores (CT, alunos e EE) 30

Tabela G – Uso do Moodle pelo DT na comunicação com o CT e com os alunos 31

Tabela H – Uso do E-mail pelo DT com os alunos e com os EEs 31

Tabela I – Síntese do grau de satisfação dos DTs face à comunicação existente

com o CT, alunos e EE 31

Tabela J – Ordenação das funções de DT tratadas nos fóruns 35

Tabela K – Ordenação das funções de direção de turma tratadas nos e-mails

para/de os Encarregados de Educação 37

Tabela L – Ordenação das funções de direção de turma tratadas nos

telefonemas para/dos Encarregados de Educação 38

(10)

Tabela N – Ordenação das funções de direção de turma tratadas nas reuniões

presenciais com os EE 40

Tabela O – Ordenação das funções de direção de turma tratadas nos e-mail trocados

entre a DT e os diferentes professores do CT 41

Tabela P – Ordenação das funções de direção de turma tratadas nas reuniões

presenciais com os professores do CT 42

Tabela Q – Ordenação da eficácia dos meios de comunicação usados pela DT

com os alunos 44

Tabela R – Ordenação da eficácia dos meios de comunicação usados pela DT

com os EE 46

Tabela S – Ordenação das tarefas que os docentes do CT realizam no computador

sempre e/ ou frequentemente 47

Tabela T – Preferências dos docentes face aos meios de comunicação 47

Anexos

Atas com as autorizações de transcrição das comunicações/ intervenções

Anexo1: Questionário aplicado aos Diretores de Turma do Agrupamento 2

Pedido de autorização à Diretora do Agrupamento

Questionários preenchidos

1.1. Questionário aos Diretores de Turma 3

1.2. Tratamento das respostas obtidas no Questionário aos DT 10

Anexo 2: Questionário aplicado aos Alunos 19

Pedido de autorização à Diretora do Agrupamento

Questionários preenchidos

2.1. Questionário aos alunos 20

2.2. Tratamento das respostas obtidas no Questionário aplicado aos alunos 26

Anexo 3: Questionário aplicado aos Encarregados de Educação 35

Pedido de autorização à Diretora do Agrupamento

Questionários preenchidos

3.1. Questionário aos Encarregados de Educação 36

(11)

x Anexo 4: Questionário aplicado aos professores do Conselho de Turma 50

Pedido de autorização à Diretora do Agrupamento

Questionários preenchidos

4.1. Questionário aos professores do Conselho de Turma 51

4.2. Tratamento das respostas obtidas no Questionário aplicado ao CTs 57

Anexo 5: Iniciativas / Intervenções do Diretor de Turma 65

5.1. Com os alunos 66

5.1.1.Plataforma Moodle 66

5.1.1.1. Anúncios 66

5.1.1.2.Fórum Notícias 66

5.1.1.3.Fórum RAT 70

5.1.2. E-mail 92

  5.1.3.  Reuniões  presenciais                 95   5.1.3.1. Reuniões de Assembleia de Turma (RAT) 95

5.1.3.2. Reuniões com um grupo de alunos 96

5.1.3.3. Reuniões individuais 96

5.2. Com os Encarregados de Educação 98

5.2.1. E-mail 98

5.2.2. Telefone 188

5.2.3. Carta 192

5.2.4. Caderneta 194

5.2.5. Reuniões presenciais 195

5.3. Com o Conselho de Turma 198

5.3.1. E-mail 198

5.3.2. Reuniões presenciais 246

(12)

LISTA DE ABREVIATURAS

AG – Agrupamento

ASE – Apoio Social Escolar

CT – Conselho de Turma

CN – Ciências Naturais

DT – Diretor(a) de Turma

DTs – Diretores de Turma

EE – Encarregado(a) de Educação

EEs - Encarregados de Educação

EMR – Educação Moral Religiosa

EV – Educação Visual

EVT – Educação Visual e Tecnológica

F – Francês

FQ – Físico-Química

G - Geografia

H - História

I – Inglês

LP – Livro de Ponto

LMS – Learning Management System

M – Matemática

NEE – Necessidades Educativas Especiais

P – Português

PAPA – Plano Anual e Plurianual de Atividades

PAAPI – Plano de Atividades de Acompanhamento Pedagógico Individual

PEI – Projeto Educativo Individual

PT – Projeto de Turma

PTs – Projetos de Turma

PTE – Plano Tecnológico da Educação

RI – Regulamento Interno

SASE – Serviço Ação Social Escolar

SPO – Serviço de Orientação e Psicologia

(13)

1 INTRODUÇÃO

1. Problemática

Nos dias de hoje, a escola deixou de ser uma entidade fechada e é cada vez mais

evidente a necessidade de se integrar na comunidade envolvente e nos hábitos quotidianos da

sociedade atual. A reflexão sobre a crescente importância das Tecnologias de Informação e

Comunicação (TIC) na vida diária das pessoas e das instituições, aliada à experiência de cerca

de 20 anos de docência no ensino básico (2º e 3º ciclos) e de 10 como Diretora de Turma

(DT), foi determinante na escolha da problemática a tratar. Era imperativo escolher um

problema que permitisse repensar e introduzir inovação no modo de encarar o processo diário

de ensino-aprendizagem. A consciência da urgência em usar as TIC nas escolas como forma

de fomentar a construção de aprendizagens pelos alunos e professores, aliada à necessidade de

permitir uma intervenção mais ativa dos Encarregados de Educação (EEs) foi determinante.

A escola, em conjunto com os pais e EEs, tem a responsabilidade de ajudar os alunos a

construir aprendizagens e a adquirir competências, contribuindo para a formação de cidadãos

capazes de desempenhar um papel crítico e ativo na sociedade. Neste contexto, o DT ocupa

um lugar privilegiado possuindo “funções de acompanhamento de cada um dos alunos da

turma (considerando o seu desenvolvimento global e não apenas académico) e a coordenação

da intervenção concertada de todos os intervenientes no processo educativo, com destaque

para os professores e os encarregados de educação” (M. C. C. Oliveira, 2010, p. 86). Assim,

nasceu a hipótese de se usarem as TIC como ferramentas essenciais no desenvolvimento das

funções do cargo de DT, promovendo uma maior interação entre: o DT e os alunos da Turma;

o DT e os EEs dos alunos da Turma; os professores do Conselho de Turma.

O Agrupamento (AG) a Sudoeste de Odivelas, onde se desenvolveu este projeto,

possui uma plataforma Moodle cuja utilização no ano letivo 2012/ 2013 ficou muito distante

das suas reais potencialidades1, encontrando-se em uso apenas para divulgação de atividades,

de documentos institucionais (alguns já desatualizados) e troca de mensagem entre

professores e alunos. Neste contexto, tornou-se clara a inevitabilidade de se usar esta

plataforma de aprendizagem com o objetivo de: analisar e discutir assuntos relacionados com

o quotidiano da turma, promover projetos a implementar e divulgar eventos, notícias,

informações, permitindo sempre a intervenção dos diferentes interessados.

Uma vez que os pais e EEs dos alunos não estão inscritos na plataforma, a proposta de

acrescentar valor, neste âmbito, aos diferentes meios de comunicação mais divulgados                                                                                                                

1

(14)

(caderneta escolar, reunião presencial, telefone e carta) prendeu-se com a criação de um

endereço de e-mail, com vista à realização de comunicação complementar. Este endereço será

também usado pelos professores do Conselho de Turma (CT), uma vez que não existe

nenhuma disciplina no Moodle que aceite como participantes apenas os professores

pertencentes a um CT.

2. Objetivos

Considerando a problemática que serve de base a este trabalho de projeto, definem-se,

de seguida, os objetivos a atingir com a sua implementação:

1. Propor a utilização das TIC, como complemento às formas de comunicação tradicional

entre professores, alunos e EEs, no 3º ciclo do ensino básico.

2. Propor o uso do e-mail e de ferramentas disponibilizadas pela plataforma Moodle de uma

escola do 2º e 3º ciclos, que sejam passíveis de utilização no desempenho do cargo de DT.

3. Analisar a adequação de cada uma das ferramentas escolhidas pelo DT na comunicação

entre professores, alunos e EEs.

4. Verificar se o uso das TIC proporcionou:

4.1. um maior envolvimento dos professores, alunos e EEs na vida escolar da turma;

4.2. uma maior facilidade na gestão e resolução de situações conflituosas;

4.3. uma maior facilidade na partilha de opiniões ou na discussão de tópicos;

4.4. uma efetiva divulgação de informações relativas a eventos que tenham lugar na

escola;

4.5. maior proximidade nos contactos entre o DT e os alunos da turma;\

4.6. maior proximidade nos contactos entre o DT e os EEs.

Se, através da implementação do presente trabalho, for possível atingir estes objetivos,

confirmar-se-á a pertinência das TIC (e-mail e plataforma Moodle) na flexibilização, em

termos de tempo e de espaço, das relações entre alunos, professores do CT, EEs e DT; no

aumento do número de comunicações, permitindo uma efetiva interação entre todos (CT, EEs,

DT e alunos) e na compreensão dos respetivos papeis com efeitos na melhoria do ambiente

relacional dentro de toda a comunidade educativa e no sucesso do processo

ensino-aprendizagem.

3. Estrutura do trabalho

(15)

3 Nível 1: constituído pelos Capítulos I, II e III que realizam uma reflexão e preparam a

implementação de um estudo empírico, que irá analisar as várias formas de comunicação

usadas pela DT, alunos, EEs e professores do CT, no contexto da atividade de direção de

turma, no 3º ciclo do ensino básico. Assim, no Capítulo I discorre-se sobre a justificação da

metodologia adotada, analisam-se as diferentes fases de implementação do projeto, assim

como dos seus diferentes intervenientes. O Capítulo II procura colocar em evidência e

explorar conceitos teóricos que se relacionam, de alguma forma, com a problemática em

estudo. Assim, encontramos o enquadramento teórico organizado do seguinte modo:

a. Análise da relação das teorias construtivista e construcionista da aprendizagem com o

projeto a implementar.

b. Enquadramento das funções do DT, dos pontos de vista legislativo, do Regulamento

Interno (RI) do AG e dos tipos de colaboração a desenvolver com a família dos alunos,

assim como a sua importância e as dificuldades associadas.

c. A importância da comunicação no desempenho do cargo de DT através da análise:

i de estudos que podem ajudar no desenvolvimento da sua qualidade;

ii de estudos que analisaram práticas de utilização das TIC no desempenho do cargo

de DT;

iii de diferentes ferramentas TIC passíveis de utilização, no âmbito deste projeto, suas

vantagens e desvantagens.

O Capítulo III procura contextualizar o trabalho de projeto analisando, genericamente,

duas vertentes essenciais para a sua implementação: a abrangência da utilização das TIC nas

escolas de hoje e o modo como são usadas pelos Diretores de Turma (DTs) do AG em estudo.

Nível 2: constituído pelo Capítulo IV e pelas Conclusões, analisa os resultados obtidos

pelas diferentes iniciativas/ intervenções realizadas pela DT no contexto do estudo.

Nível 3: constituído pelo conjunto dos anexos onde se transcrevem todas as

iniciativas/ intervenções realizadas pela DT no contexto do estudo e se analisam os dados

obtidos através de Tabelas e dos inquéritos aplicados.

CAPITULO I

I. 1. Metodologia e procedimentos

Considerando a problemática em estudo, os objetivos propostos e os paradigmas de

(16)

da questão proposta com o paradigma sociocrítico. Esta relação justifica-se pela necessidade

já exposta de utilizar ferramentas TIC, nomeadamente as disponibilizadas pela plataforma

Moodle e o e-mail, na agilização de processos de comunicação relacionados com o

desempenho das funções de direção de turma, o que pode significar uma alteração face a

modos de ação instituídos.

Assim, o investigador/discente de mestrado foi a DT, autora participante do estudo a

ser implementado. Este conceito de investigação, coincide com a necessidade de utilização de

uma metodologia de investigação-ação, cujo “objetivo final é obter respostas que sejam

aplicáveis na prática diária dos intervenientes que possam ser transmitidas a outras pessoas

interessadas” (Lourenço, Oliveira, & Monteiro, 2004-2005, p. 1).

Desta forma, utilizámos uma “perspetiva orientada para a prática” (Coutinho, 2013a,

p. 30), que fez uso de métodos e técnicas associados às perspetivas quantitativa e qualitativa.

Partindo do modelo de investigação-ação proposto por Zuber-Skerritt para a

operacionalização de uma mudança organizacional (Lourenço et al., 2004-2005, p. 4) , o

projeto desenvolveu-se em 4 fases:

1ª fase: Planeamento da ação, partilhando o problema com os diferentes intervenientes

no processo. Esta fase decorreu durante os meses de julho, agosto e setembro de 2013.

Em primeiro lugar, foi necessário dar a conhecer à Diretora do AG de Escolas, em

termos gerais, o projeto que se pretendia levar a efeito naquela instituição, pedindo

autorização para a sua implementação e solicitando que, na distribuição do serviço letivo,

fosse atribuída à responsável por este trabalho de projeto a direção de uma turma de alunos do

3º ciclo. A Diretora do AG, acedeu ao pedido e para além de lhe atribuir o cargo, permitiu que

fizesse parte do grupo responsável pela gestão do Plano Tecnológico da Educação no AG e

atribuiu-lhe também a docência da disciplina de TIC a duas turmas do 7º ano. Neste contexto,

uma das competências conferidas foi a administração partilhada da plataforma Moodle do

AG, o que lhe permitiu contribuir para tornar aquela plataforma de gestão de aprendizagem

acessível a toda a comunidade educativa (com exceção para os EE que têm acesso através dos

respetivos educandos) e mais ativa, comparativamente à situação vivida no ano letivo

anterior, como se pode constatar pela figura 2, apresentada na página 21.

Em segundo lugar, e uma vez que no AG não existem endereços institucionais de

e-mail para os professores, a DT criou um, com objetivo de o utilizar dentro da instituição,

(17)

5 Em terceiro lugar, no momento da abertura do ano letivo 2013/ 2014 a autora deste

projeto, deu a conhecer aos alunos, EEs e CT, a sua condição de estudante de um curso de

Mestrado, explicando que iria desenvolver com eles o seu projeto de investigação. Forneceu

um esclarecimento sumário do projeto, recolheu verbalmente os respetivos consentimentos

(registados em ata) e pediu a todos informação sobre os seus endereços de e-mail que coligiu,

organizou e usou também para proceder às respetivas inscrições ou atualizações na plataforma

do AG. Aqui a DT constatou que existiam quatro EE que não possuíam endereço de e-mail e

que não mostraram qualquer interesse em obtê-lo. Contudo, os respetivos educandos,

forneceram o endereço pessoal e os EE referiram que, se sentissem necessidade, usariam o

e-mail dos alunos.

Em quarto lugar tornou-se pertinente, neste contexto, conhecer, caracterizar e analisar

o uso que os DTs do AG fazem do computador quer como docentes, quer no desempenho do

cargo de direção de turma. Para o efeito foi aplicado a todos os DTs do AG um questionário

(Anexo 1, pp. 3-9), cujo levantamento de respostas está realizado no Anexo1, pp. 10-18, e a

sua análise disponível no Ponto 2 do Capítulo III.

2ª fase: Com o começo das aulas deu-se início à implementação das atividades

inerentes às funções de DT. Estas funções são analisadas no Capítulo II, pp. 10-13. Apesar

das funções do DT estarem bem definidas, as atividades que permitem o seu cumprimento

não são sempre as mesmas, dependem dos acontecimentos que têm lugar no quotidiano da

turma. Assim, a DT esteve atenta, diariamente, às principais ocorrências observadas na vida

da turma e agiu em conformidade. Deste modo, as ações implementadas não puderam ser

objeto de um planeamento sistemático e resultaram da constatação de problemas relacionados

com o dia a dia da turma e com as problemáticas associadas a cada um dos alunos. O que

ficou determinado à partida foram os meios usados para trabalhar/ comunicar com cada um

dos grupos envolvidos:

• Alunos: fóruns na plataforma Moodle; e-mail; Reunião de Assembleia de Turma (RAT),

marcadas no horário e convocadas pela DT sempre que se justificasse; reuniões informais,

privadas, por solicitação da DT ou do aluno.

• Encarregados de Educação: e-mail; telefone; carta; caderneta; reunião presencial.

• Professores do CT: e-mail; reuniões presenciais formais/ informais.

Nestas comunicações, principalmente nas realizadas online, de modo assíncrono, a DT

teve constantemente a preocupação, de acordo com Coutinho (2013, p. 27), de manter um

(18)

acolhidos; de usar temas que fossem do interesse de todos, para motivar o seu envolvimento

nas diferentes iniciativas e procurou dar feedback no menor intervalo de tempo possível. Estes

cuidados foram associados à atenção dada a todo o processo de comunicação que se baseou

na ideia proposta por M. C. C. Oliveira (2010, p. 67) de “comunicação inteligente” e que se

encontra desenvolvido no Enquadramento Teórico, p. 17. Apoiada neste enquadramento e

refletindo sobre a importância atribuída às suas funções, a DT procurou, nas suas diversas

intervenções, colaborar com todos os intervenientes, para promover junto dos alunos um

ensino com carácter globalizante e que funcionasse como incentivo a uma aprendizagem

ativa.

3ª fase: Para se proceder à observação sistemática foram elaborados diários de cada

uma das intervenções realizadas pela DT. Estas seguiram a divisão descrita na 2ª fase, e os

respetivos registos foram elaborados conforme podemos observar no Anexo 5. Não se

corrigiu, muitas vezes, o modo como foram escritas as mensagens, uma vez que as letras

maiúsculas e a pontuação têm significados que complementam a informação escrita. Contudo,

corrigiram-se erros ortográficos, que não influenciavam o conteúdo a analisar. Nas mensagens

de e-mail, enviadas pela DT para os grupos dos EE ou dos professores do CT, optou-se por

realizar registos individualizados, das intervenções que provocaram reação por parte dos

diferentes interlocutores. Esta escolha viria permitir verificar com maior facilidade os

diferentes graus de envolvimento dos diferentes intervenientes. Sempre que o interlocutor da

DT não respondia à mensagem geral enviada, não se procedeu ao respetivo registo no quadro

correspondente do EE ou do professor. Para a realização da análise de conteúdo destes

registos procedeu-se ao uso de “um sistema de categorias” (Coutinho, 2013), de acordo com

as funções inerentes ao cargo de DT, sistematizadas no ponto 2.1 do Capitulo II –

Enquadramento Teórico. Assim, fez-se corresponder às comunicações/ intervenções

realizadas, funções, atribuindo uma das seguintes classificações:

A. ( do CT) e a alínea, de a) a g), que melhor enquadrava a situação mencionada;

B. (da turma) e a alínea, de a) a n), que melhor enquadrava a situação mencionada;

C. (dos EE) e a alínea, de a) a h) que melhor enquadrava a situação mencionada;

D. (da escola) e a alínea, de a) a d), que melhor enquadrava a situação mencionada.

Esta atribuição de categorias serviu de base à analise dos resultados obtidos, descritos

no Capítulo IV. A atribuição de categorias aos e-mails enviados pela DT para todos os EE,

(19)

7 pp. 240-244, foi realizada apenas nos quadros mencionados, para que não existisse uma

duplicação de classificações.

4ª fase: Cada uma das intervenções levadas a efeito, tendiam a cumprir determinada

função da DT e eram objeto de reflexão por parte da mesma. Desta forma, não só se analisava

a pertinência da intervenção realizada e as suas consequências, assim como a necessidade de

reformulação do problema. Não surgiram, contudo, situações que justificassem a alteração do

problema inicialmente proposto.

I. 2. Calendarização

A calendarização do projeto foi decidida em função da conjugação das datas que

balizam o 3º semestre do curso do mestrado com a divisão do ano letivo nas escolas do ensino

básico. Assim, pareceu-nos pertinente usar como limite temporal o 1º período letivo,

correspondente ao calendário publicado pelo Ministério da Educação e Ciência2.

No final do processo, aplicaram-se questionários a todos os intervenientes, cuja análise

em conjugação com a realizada aos diários permitiu a verificação das hipóteses.

I. 3. Intervenientes

Este trabalho foi levado a efeito por um grupo restrito de participantes, todos

relacionados com um grupo/ turma do 3º ciclo, da Escola E. B. 2, 3 António Gedeão, do

concelho de Odivelas, Lisboa: a DT (responsável pelo trabalho de investigação); 28 alunos de

uma turma de 3º ciclo, os 11 professores que constituem o CT (para além da DT) e todos os

pais/ EE da turma, num total de 28 (um por cada um dos alunos da turma). A caracterização

dos intervenientes, à exceção da DT, é realizada na PARTE I de cada um dos questionários

aplicados, disponível nos Anexos 2, p. 26, Anexo 3, p. 43 e Anexo 4, p. 57.

As ações destes participantes, e principalmente da DT, foram devidamente limitadas

pelas regras ditadas pelo Regulamento Interno da instituição e pelas diretrizes impostas pela

Direção da mesma.

CAPITULO II - ENQUADRAMENTO TEÓRICO

II. 1. Construtivismo, construcionismo e o uso de ferramentas TIC na direção de

turma

A teoria construtivista da aprendizagem assenta na conceção de um aluno ativo,

                                                                                                                2

(20)

responsável pela construção do seu próprio conhecimento. Esta teoria foi sendo construída ao

longo do século XX por diferentes personalidades. Entre estas, podemos destacar os

contributos de (Tomé, s.d.-a):

• Jean Piaget (1896-1980), que dá destaque ao equilíbrio existente entre dois processos da

aquisição de saberes: a assimilação e a acomodação. A aquisição de conhecimento é um

processo contínuo e implica a existência de um equilíbrio entre o que já foi aprendido e o que

se está a experienciar no momento. As noções de assimilação-acomodação são, para Piaget,

cruciais no processo de aprendizagem. A assimilação exige que o aprendente interaja com

novas informações e/ou experiências, o que provoca um desequilíbrio na sua estrutura mental.

Como consequência, será requerido um esforço de adaptação a estas novas situações, usando

estruturas já existentes ou através da criação de novas. Este processo designa-se por

“acomodação”. Isto é, as novas informações/ experiências são integradas pelo aprendente

dotando-o de novos conhecimentos e competências. Desta forma, a aprendizagem

desenvolve-se de modo continuado, nas diferentes fases da vida.

• Lev Vygotsky (1896-1934) defende que o conhecimento deve subir à categoria de

constructo pessoal e social, se analisarmos a posição do indivíduo na e para a sociedade, bem

como a relação dialética que decorre desta interação. Assim, o desenvolvimento cognitivo de

um indivíduo não depende apenas de processos intra-psicológicos (Zona Proximal de

Aprendizagem - ZDA), mas privilegia processos inter-psicológicos (Zona Proximal de

Desenvolvimento). A aprendizagem depende também da relação que o aprendente desenvolve

com os outros: professores, tutores e pares. Tomé (s.d., p. 5) refere que “através da mediação

com os outros, que o ajudam a melhor utilizar o conhecimento, ele irá dar capital importância

às questões relacionadas com os problemas levantados pela necessidade de aprender a

aprender.” O mediador “tem de privilegiar uma atitude de acompanhamento permanente,

incentivar, sugerir, esclarecer as dúvidas, de modo a que o aprendente desenvolva e adquira as

noções de auto-estima, auto-regulação, autonomia.” Desta forma são colocados em evidência

aspectos determinantes da interação social na aprendizagem.

• Howard Gardner (1943- ), que desenvolveu a teoria das inteligências múltiplas, defende a

existência de mais de uma espécie de “inteligência” em função da especialização. As 7

inteligências múltiplas, a linguística, a musical, a lógico-matemática, a espacial, a cinestésica,

a interpessoal e a intrapessoal, raramente operam independentes umas das outras, elas

complementam-se para que o sujeito desenvolva as suas competências e resolva os seus

problemas. A sua teoria tem ajudado os professores a refletir sobre as práticas educativas,

(21)

9 Ackermann (1993), investigadora do modelo construtivista da aprendizagem, defende

que o aluno não é um ouvinte passivo a ser instruído, o conhecimento não é meramente uma

mercadoria a ser transmitida de uma pessoa para outra, isto é, não é algo a ser emitido de um

lado, codificado, armazenado, podendo vir a ser recuperado e reutilizado do outro. Os alunos

tornam-se perspicazes enquanto criadores ativos das suas próprias ferramentas cognitivas,

abrangendo tanto as capacidades mentais como as intervenções externas que prolongam

aquelas capacidades mentais. Assim é introduzido o conceito de “hands-on”, o qual promove

uma aprendizagem através da experiência, de atividades práticas/ambientes de aprendizagem

interativos, que têm a vantagem de envolverem as pessoas que estão dispostas a aprender.

Este envolvimento irá permitir que o aprendente desenvolva raciocínios sobre o que está a

executar “head-in” e que seja capaz de deslocar estes conhecimentos assim assimilados para

outras situações “play-back”. Quando se desenvolvem atividades aplicando conhecimentos

assimilados, torna-se importante a existência de um “feedback” que irá promover uma

avaliação da situação e a decisão sobre a sua continuidade ou não.

O desenvolvimento deste trabalho de projeto é uma proposta de aprendizagem para

todos os envolvidos, alunos, EEs, professores do CT e principalmente para a DT. O uso das

TIC no desempenho das funções de direção de turma no 3º Ciclo coloca o DT na situação de

aprendente, uma vez que se encontra a usar a plataforma Moodle e o e-mail, com os alunos e

EE, pela primeira vez no contexto destas funções, apesar de as desempenhar desde 2004.

Assim, e apoiada na perspetiva de Tomé (s.d.-a, p. 2), “ensinar e aprender assumem um

carácter bidireccional, na medida em que a interatividade desenvolvida por professores e

alunos proporciona que eles sejam co-construtores de saberes, focalizando e valorizando mais

o processo de aprendizagem do que a instrução e transmissão de conteúdos”. Neste processo,

teremos apenas que acrescentar os pais/ encarregados de educação. Assim, todos os

envolvidos assumem de certo modo, o papel de aprendentes, formando uma comunidade de

aprendizagem e de prática, na qual as TIC, mais concretamente o e-mail e a plataforma

Moodle, principalmente através da utilização do fórum, terão a função de promover a

interatividade e a colaboração. Desta forma, podemos associar este trabalho ao conceito

construcionista desenvolvido por Seymour Papert e Mitchel Resnick, investigadores do

Massachusetts Institute of Technology (MIT), uma vez que todos os envolvidos terão um

papel ativo na construção da sua própria aprendizagem, tendo em conta a utilização das

referidas ferramentas no contexto do trabalho da direção de turma. Por outro lado, esta

aprendizagem só será efetiva após uma reflexão sobre o efeito das respetivas ações nas

(22)

da direção de Turma (alunos, encarregados de educação, professores do CT e DT).

II. 2. O Diretor de Turma

II. 2.1. As funções do Diretor de Turma

Com base na reflexão e na análise realizada à legislação atual foi elaborado o

documento que rege o funcionamento do Agrupamento de Escolas onde se desenvolveu o

presente trabalho de projeto. Este documento, elaborado pela própria instituição, é o

Regulamento Interno, cuja última revisão data de 7 de março de 2013. Da sua leitura, a

abrangência das funções atribuídas ao DT ressalta, refletindo as orientações emanadas pela

tutela. Destas, neste momento, podemos considerar como essenciais as seguintes:

Lei nº 39/2010 de 2 de setembro que corresponde à segunda alteração ao Estatuto do

Aluno dos Ensinos Básico e Secundário, aprovado pela Lei nº 30/2002,
de 20 de Dezembro,

e alterado inicialmente pela Lei 3/2008, de 18 de Janeiro;

Despacho normativo nº 24-A/2012 de 6 de Dezembro, que regulamenta a “A avaliação

e certificação dos conhecimentos” - Artigo 1º, alinea a), assim como “as medidas de

promoção do sucesso escolar que podem ser adotadas no acompanhamento e

desenvolvimento dos alunos” - Artigo 1º, alinea b);

Decreto-Lei nº 3/2008 de 7 de Janeiro, que estabelece a implementação de apoios

especializados criando “condições para a adequação do processo educativo às necessidades

educativas especiais dos alunos com limitações significativas ao nível da actividade e da

participação num ou vários domínios de vida, decorrentes de alterações funcionais e

estruturais, de carácter permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nível da

comunicação, da aprendizagem, da mobilidade, da autonomia, do relacionamento interpessoal

e da participação social” - Capítulo I, Artigo 1º, nº 1.

Da convergência destes quatro documentos podemos verificar que as funções do DT

se desenvolvem em quatro níveis, que se interligam:

A. Do Conselho de Turma

a) Coordenar as atividades do Conselho de Turma promovendo o trabalho cooperativo entre

todos os professores do Conselho de turma e os alunos;

b) Coordenar a elaboração do Plano de Turma, as suas avaliações e reformulações ao longo

do ano letivo;

(23)

11 Turma, de modo a incentivar “a adequação de atividades, conteúdos, estratégias e

métodos de trabalho à situação concreta do grupo e especificidade de cada aluno”

(Regulamento Interno, (2013 [2009]), p. 36).

d) Solicitar aos professores informações sobre o comportamento, aproveitamento e

assiduidade dos alunos da turma;

e) Analisar e discutir com os professores os problemas que surgem com os alunos da turma;

f) Coordenar todo o processo de avaliação dos alunos da turma;

g) Garantir o caráter integrador e globalizante da avaliação do aluno e o respeito pelos

critérios de avaliação.

B. Da turma

a) Esclarecer os alunos sobre o seu plano de estudos e critérios de avaliação;

b) Divulgar e promover o cumprimento do Regulamento Interno;

c) Ouvir, dos alunos, criticas e/ou sugestões sobre o funcionamento da escola;

d) Ouvir a opinião dos alunos sobre a atribuição de prémios na turma;

e) Adotar medidas que visem a melhoria das condições de aprendizagem e do ambiente

educativo, articulando a intervenção dos professores da turma e a dos Pais ou Encarregados

de Educação, colaborando com estes no sentido de prevenir e resolver problemas

comportamentais ou de aprendizagem dos alunos;

f) Acompanhar o aluno na execução da medida corretiva ou disciplinar sancionatória a que

foi sujeito, articulando a sua atuação com os pais e encarregados de educação e com os

professores da turma, em função das necessidades educativas identificadas e de forma a

assegurar a corresponsabilização de todos os intervenientes nos efeitos educativos da medida;

g) Promover a realização de uma eleição para escolha do Delegado e Subdelegado da turma;

h) Proceder ao controlo das faltas dos alunos da turma, através da realização de um

levantamento e registo sistemático das mesmas;

i) Promover ações preventivas do abandono escolar;

j) Analisar e proceder à justificação das faltas dos alunos da turma;

k) Elaborar o Projeto Educativo Individual (PEI), em conjunto com a professora do ensino

especial e com o Encarregado de Educação do aluno a integrar no Decreto-Lei 3/2008 de 7 de

janeiro;

l) Conhecer a necessidade do aluno beneficiar de Apoio Social Escolar (ASE);

m)Acompanhar a turma nas visitas de estudo;

n) Divulgar o Plano de Prevenção e Emergência da escola.

(24)

a) Divulgar a hora de atendimento;

b) Divulgar e promover o cumprimento do RI;

c) Promover a participação dos EE nas atividades da turma;

d) Promover a eleição dos representantes do EE da turma;

e) Informar os EE sobre o aproveitamento, a assiduidade, o comportamento ou
outros

assuntos julgados pertinentes relativos ao aluno;

f) Informar os EE sobre as atividades extracurriculares em funcionamento na escola;

g) Informar os EE das faltas marcadas:

i) na sequência do aluno ter recebido ordem de saída da sala de aula (medida corretiva);

ii) não apresentar os materiais necessários para as atividades da aula;

h) Entregar as fichas de registo da avaliação, no final de cada período escolar, aos pais ou ao

encarregado de educação.

D. Da escola

a) Proceder à abertura diária do livro de ponto da turma e responsabilizar-se pela verificação

dos registos nele realizados;

b) Atuar em articulação com os outros DTs;

c) Participar na operacionalização do Projeto de Educação para a Saúde em Meio Escolar em

conjunto com o coordenador de Educação para a saúde;

d) Apresentar um relatório anual do trabalho desenvolvido.

Para o sucesso do desempenho do DT é fundamental ter-se em consideração a

necessidade de existir uma permanente convergência entre os diferentes níveis de atuação,

uma vez que se desenrolam de forma paralela. Assim, a existência de uma comunicação

efetiva deverá ser uma das principais preocupações dos professores incumbidos desse cargo.

Esta ideia está expressa no Regulamento Interno do Agrupamento, na descrição do perfil do

DT, prevendo que deva ter “uma atitude pró-ativa na apresentação de sugestões que

promovam formas de trabalho cooperativo e a comunicação entre professores e alunos”

(Regulamento Interno, (2013 [2009]), p. 36). No desempenho do cargo, o DT deverá ser

sensível às contribuições dos diferentes Departamentos Curriculares de modo a desenvolver

“medidas nos domínios da orientação, acompanhamento e avaliação dos Alunos, visando

contribuir para o seu sucesso educativo” (Regulamento Interno, (2013 [2009]), p. 32).

Estes documentos orientadores das práticas inerentes às funções do DT mostram que

os professores com este cargo desenvolvem ações que se estendem, como uma teia, a todos os

quadrantes da atividade de uma escola, recorrendo também a diferentes formas de

(25)

13 de colaboração e Soares (2011, pp. 20-22) sugere atuações diversas para a intervenção do DT,

como se pode ler no Quadro I. Apesar de o DT ter uma atividade preponderante no 2º tipo,

pode exercer influência nos outros 5 tipos de colaboração, o que é revelador da sua

importância no seio da comunidade educativa.

Quadro I – Tipologias de colaboração escola - família Tipologia de

colaboração

Explicitação do significado da colaboração

Possibilidades de atuação do Diretor de Turma nesta colaboração

1.

Parentalidade

Atividades destinadas a promover o desenvolvimento de competências parentais para a criação de um ambiente familiar favorecedor do desempenho do papel de aluno

“...atividades destinadas a promover ou a melhorar conhecimentos e competências dos Encarregados de Educação para prestarem cuidados básicos aos seus educandos, favorecendo o desempenho do seu papel de estudantes. Entre esses cuidados contam-se, por exemplo, os que dizem respeito à alimentação, ao

descanso ou à autoconfiança e à autoestima

.

2.

Comunicação

Atividades de comunicação escola-família e família-escola sobre os programas escolares, as atividades da escola e os progressos dos alunos.

Promoção de uma comunicação “positiva e numa linguagem acessível e que se realize nos dois sentidos, escola-família e família-escola”.

3.

Voluntariado

Atividades em que a família dá uma parte do seu tempo e utiliza os seus talentos para apoiar a escola, os professores e os alunos.

Promoção da participação dos familiares “enquanto público de espetáculos

culturais ou desportivos promovidos ou executados pelos alunos”.

4.

Aprendizagem em casa

Acompanhamento das tarefas de aprendizagem que os seus educandos realizam em casa.

Promoção da “necessidade da realização de atividades de aprendizagem em casa”.

5. Tomada de decisões

Participação das famílias e dos seus representantes na tomada de decisões que afetam todos os alunos e não apenas os seus educandos.

Incluir as famílias como participantes em decisões escolares, servindo a

comunidade como representantes e líderes, incentivando e apoiando no fornecimento de informações àqueles que representam.

6.

Colaboração com a comunidade

Potencialização dos recursos da comunidade para melhorar os programas das escolas, as práticas das famílias e a aprendizagem e o

desenvolvimento dos alunos.

Identificar, integrar e coordenar recursos e serviços da comunidade em programas de fortalecimento das escolas.

II. 2.2. A importância do Diretor de Turma

(26)

que se referem ao cargo com diferentes abordagens. Podemos destacar as seguintes:

• O DT como elo de ligação da escola com a família (Favinha & Sousa, 2012);

• O papel do DT no contexto da problemática do abandono escolar (Ferreira & Almeida,

2009);

• O papel do DT numa escola com contrato de autonomia (Rodrigues, 2011).

A figura institucional do DT surge no 2º ciclo do Ensino Básico, quando o regime de

mono docência deixa de existir e o aluno passa a ter um professor distinto para cada uma das

disciplinas do currículo. Assim, o DT, que é um dos professores que leciona a totalidade de

alunos da turma, passa a ter uma importância equivalente à figura do Professor Titular de

Turma, no 1º ciclo e torna-se numa espécie de “ponte entre a escola e a família” (M. C. C.

Oliveira, 2010, p. 10). O DT assume-se como uma figura de gestão intermédia responsável

pela gestão da relação escola – aluno – família e, de acordo com Ferreira and Almeida (2009,

p. 1573), pela “tarefa de estabelecer o elo de comunicação entre o interior e o meio

envolvente” Os mesmos autores (2009, p. 1573) usam uma citação de Ramiro Marques que

mostra o âmbito da atividade do DT colocando em evidência a importância da comunicação

neste contexto: “O director de turma é o professor que acompanha, apoia e coordena os

processos de aprendizagem, de maturação, de orientação e de comunicação entre professores,

alunos e pais. A relação educativa é o resultado do cruzamento de todas essas variáveis, com

particular destaque para o processo de comunicação.”

O lugar de destaque que o DT ocupa na hierarquia da organização escolar cresce

quando se analisa a importância do envolvimento dos Encarregados de Educação na vida

escolar dos alunos. M. C. C. Oliveira (2010, pp. 18-19) também cita Marques (1997, p. 10),

defendendo que “Um dos problemas que está na base do insucesso escolar de muitas crianças

é a descontinuidade entre a escola e a família. Quando não há comunicação entre estas duas

partes fundamentais do mundo do aluno, quando a escola e a família estão de costas voltadas,

quando a escola não valoriza nem respeita a cultura da família e da comunidade dos alunos,

está aberto o caminho para o falhanço e o abandono escolar”. Recorrendo a Davies (2003, p.

77-79), a autora (2010, p. 20) acrescenta, que:

•“as famílias contribuem positivamente para o sucesso do aluno desde o pré-escolar

até à universidade”;

•“as oportunidades de sucesso, na escola, das crianças e a sua própria vida têm boas

possibilidades de melhorarem quando as famílias, as escolas e comunidades

(27)

15 •“quando os pais estão envolvidos na escola, esta, enquanto todo melhora”;

•“as crianças têm melhores resultados quando os pais desempenham uma maior

variedade de papeis na sua aprendizagem”;

•“as comunidades contribuem para o sucesso dos alunos”;

•“a colaboração ajuda a desenvolver atitudes mais positivas acerca dos pais e dos

alunos”.

Contudo, passados 10 anos destas afirmações, Favinha and Sousa (2012, p. 7)referem

a crescente importância do DT face a uma sociedade onde a “família é cada vez mais reduzida

e que por força de múltiplas circunstâncias está pouco tempo do dia com os seus filhos”.

Assim, a escola desempenha um papel essencial na educação dos alunos de modo “a

formá-los cidadãos competentes, com objetivos positivos e bem estruturados para serem cidadãos

responsáveis na sua participação”. Nesta tarefa o DT tem uma papel essencial: “fazer a ponte

de ligação, difundindo com segurança a mensagem de que a formação científica e a pessoal

são de extrema importância na construção de um futuro digno para os seus filhos (educandos)

e que este se tornará mais exequível se desde o 1º ano do 1º ciclo responsabilizarmos os

alunos para o trabalho de aprender (porque aprender dá trabalho) que só poderá ser divertido

se os alunos conseguirem construir as suas bases desde o início e, assim, virem aguçada a sua

curiosidade científica.”

Desta forma e num novo contexto social torna-se imperativo o esforço efetivo de

comunicação com a família para a obtenção dos efeitos referidos.

II. 2.3. As dificuldades no desempenho do cargo de Diretor de Turma

Apesar da documentada importância do DT, o exercício deste cargo tem vindo a ser

cada vez mais complexo e difícil. Boavista and Sousa (2013) sintetizam as principais

dificuldades relacionadas com o desempenho do cargo de Diretor de Turma: mudanças

sistemáticas e readaptações contínuas à legislação; tempo atribuído é limitado face às tarefas3;

excesso de burocracias; dificuldades sentidas em contactar os encarregados de educação; o

próprio perfil dos encarregados de educação; o contexto familiar no qual os alunos estão

inseridos; o excesso de alunos por turma; o exercício da autoridade que lhe é inerente,

enquanto coordenador de um grupo de professores; a gestão da horizontalidade da relação

                                                                                                                3

(28)

com os seus pares.

Não obstante a inquestionável importância do DT dentro do sistema educativo e as

dificuldades associadas ao cargo, o ministério que tutela o ensino básico e secundário limitou

as possibilidades de escolha do Diretor da escola na atribuição deste cargo. Em julho de 2013,

o Aditamento ao Despacho Normativo nº 7/2013, de 11 de junho, Artigo 2º, nº 3, esclarece

que “A designação do diretor de turma deve atender à necessidade de libertar desse cargo os

docentes indispensáveis à implementação das medidas de promoção do sucesso escolar”. Este

enquadramento legal não está de acordo com o enquadramento teórico subjacente à ideia de

que o DT e a sua atuação são fatores decisivos para o sucesso educativo dos alunos. Esta

norma, ao ser aplicada, compromete também a possibilidade de escolha dos professores com

perfil mais adequado, tendo mesmo que se atribuir o cargo a professores contratados, na sua

maioria desconhecidos para a escola.

II. 3. A comunicação na direção de turma

Como demonstrado anteriormente, uma das componentes essenciais da atividade de

direção de turma é a comunicação. É por seu intermédio que o DT tem a possibilidade de

envolver as diferentes pessoas da comunidade educativa que estão diretamente relacionadas

com a turma pela qual é responsável. M. C. C. Oliveira (2010, pp. 19-20) apoiada nos autores

Heck e Williams sistematiza da seguinte forma estes benefícios para todos os envolvidos na

vida de uma escola:

• “para o aluno (os níveis de Quociente de Inteligência dos alunos, os níveis de aquisição

verbal, os hábitos de estudo e sociais, as perícias visuais e de tacto e a frequência escolar

sobem)”;

• “para os pais (melhoria da própria imagem e da sua confiança em si mesmos enquanto

pais; bem como o desenvolvimento, da parte dos professores, de uma maior empatia e

maior apreço pelas dificuldades que os pais têm na educação dos filhos)”;

• “para os professores (os pais desenvolvem uma melhor compreensão e apreço pela função

dos professores)”.

De acordo com Marques citado por Ferreira and Almeida (2009, p. 1573) “Ao director

de turma, cabe estabelecer a ligação entre os diferentes intervenientes implicados na relação

educativa: o aluno, o grupo-turma, os professores da turma, os pais, os órgãos da escola e a

comunidade envolvente.” Utilizando as palavras de Peixoto et al (2003, p. 31), Ferreira and

Almeida (2009, p. 1574) transcreve ainda, que o Diretor de Turma é “a face visível da escola,

(29)

17 II. 3.1. Para uma comunicação efetiva

Pela sua importância torna-se pertinente dar atenção ao processo de comunicação. M.

C. C. Oliveira (2010, p. 67) reflete a ideia de Davies (2003) que “aconselha a comunicação

inteligente como uma prática a utilizar para promover uma maior colaboração com as

famílias”. Este conceito de “comunicação inteligente” é explicado pela autora, com recurso a

Amoureux (1996, pp. 77-111), propondo os seguintes cuidados a ter na comunicação:

“enriquecer o conteúdo da comunicação, preparando as mensagens estruturando-as sobre a

essência e sobre a forma; prestar tanta atenção ao interlocutor como à mensagem que quer

passar; dar a palavra ao outro para escutar o que ele compreendeu e as necessidades de

clarificação; estar pronto para integrar as reações do interlocutor; pensar mais no objetivo a

conseguir do que nos argumentos a fazer passar e vigiar todos os sinais de enfadamento da

comunicação”. Relativamente ao emissor deve “treinar-se a nomear e a exprimir emoções;

falar em nome próprio e convidar o outro a fazer o mesmo; envolver-se na comunicação (...);

recorrer ao “ponto da situação” sobre o modo como cada um dos interlocutores vive a

troca e identificar os pontos fortes e fracos do estilo pessoal de comunicação.”

Essencialmente, estas são preocupações que se devem ter no decurso, de uma

comunicação verbal. Contudo e de acordo com Câmara et al (1997, p. 349), citado também

por Oliveira (2010, p. 67), deve ter-se em atenção que “uma determinada mensagem verbal

pode dar origem a diferentes significados dependendo da não verbal (tom de voz, expressão

facial, etc); do conhecimento que os intervenientes possuem um do outro; do tipo de relação

que têm e dos seus antecedentes, das diferenças individuais, do contexto em que a relação

decorre, etc”. Esta citação coloca em evidência a importância de se ter em consideração os

conceitos de inteligência emocional e social desenvolvidos pelo psicólogo Daniel Goleman. A

inteligência emocional “inclui o autocontrolo, o zelo e a persistência, bem como a capacidade

de nos motivarmos a nós mesmos” (Goleman, 2012 [1995], p. 20) e “a capacidade de a

pessoa... controlar os impulsos e adiar a recompensa” (Goleman, 2012 [1995], p. 54),

promove “a nossa capacidade de pensar e planear” (Goleman, 2012 [1995], p. 101). Desta

forma pode-se afirmar que existe uma complementaridade entre as inteligências racional e

emocional. “Quando estes parceiros interagem bem, a inteligência emocional aumenta e o

mesmo acontece à capacidade intelectual” (Goleman, 2012 [1995], p. 50). Daniel Goleman

mostra que o que marca a diferença no sucesso de um determinada pessoa não é apenas o seu

coeficiente de inteligência, mas a sua inteligência emocional e social, uma vez que são estas

que irão caracterizar a sua relação com os demais. O desenvolvimento da inteligência

(30)

de cada indivíduo se relacionar com as pessoas e com o meio que o rodeia. Torna-se assim

pertinente ter em consideração os conceitos de inteligência emocional e social quando se fala

na importância da comunicação no desempenho das funções de Diretor de Turma. Um

professor, cujo sucesso da sua missão depende da forma como comunica com os alunos, com

os encarregados de educação, com os colegas do Conselho de Turma, deverá ter a capacidade

de desenvolver com todos uma relação de empatia que o levará à compreensão dos diferentes

sentimentos associados, permitindo, segundo Goleman (2012 [1995], p. 290) “ver as coisas da

sua perspetiva, respeitar as diferenças no modo como as pessoas sentem a respeito disto ou

daquilo”. Desta forma o Diretor de Turma terá a capacidade de “resolver os desacordos e

ressentimentos antes que eles se transformem numa luta aberta” Goleman (2012 [1995], p.

288), o que poderia ter consequências negativas para o sucesso educativo e para a integração

dos alunos na escola.

II. 3.2. O uso das TIC nas comunicações realizadas pelo Diretor de Turma

A consciência clara da necessidade de se promover uma comunicação efetiva entre

todas as pessoas envolvidas na vida de um grupo de alunos/ turma leva-nos a refletir sobre os

meios usados para o estabelecimento da comunicação. No AG de escolas onde

desenvolvemos este projeto é dado destaque às comunicações através da caderneta do aluno.

No RI do AG surge uma única alusão ao uso da internet para fins comunicacionais. Esta

acontece no nº 7 do artigo 150º e num contexto de comunicação com o exterior, mais

concretamente com o serviço do Ministério da Educação e Ciência responsável pela

coordenação da segurança escolar, visando o fornecimento de informação da suspensão

preventiva de um aluno, no momento da instauração de um processo disciplinar. Contudo,

através da pesquisa efetuada foi possível encontrar alguns trabalhos de investigação que

tratam problemas relacionados com o uso das TIC nas comunicações dentro da comunidade

escolar. Paiva (2006) realizou uma investigação no âmbito do seu doutoramento onde

identifica vantagens do uso das TIC (e-mail) no âmbito da relação Diretor de Turma e/ou

professor/encarregado de educação/aluno. Estas foram revisitadas por H. Ferreira (2010) e

podem ser sistematizadas do seguinte modo:

• Permite a comunicação regular e o aumento do número de contactos com os alunos para

além das aulas;

• Aumenta o número de contactos entre o DT e os EEs;

• Facilita o contacto entre Encarregados de Educação;

(31)

19 • Permite tornar mais cómoda a relação, diminuindo a distância casa/escola;

• Permite o envio de avisos e informações;

• Permite o fácil acesso a todas as mensagens enviadas e recebidas;

• Permite, por parte do encarregado de educação, um acompanhamento e envolvimento

no(s) projeto(s) desenvolvido(s) pelos alunos;

• Permite, ao diretor de turma, propor reflexão particular sobre determinado comportamento

do aluno;

• Permite, a qualquer professor da turma, interpelar os alunos sem que a mensagem seja

conhecida dos outros, estreitando a relação com cada um dos alunos;

• Permite manipular mensagens em qualquer computador, em qualquer lugar;

• Permite comunicar faltas antecipadamente e justificá-las;

• Permite partilhar, com os educandos, uma tecnologia, tão do seu agrado;

• Permite estabelecer comunicação com os filhos/ educandos, por escrito;

• Permite quebrar barreiras de comunicação com os filhos/educandos, escrevendo;

• Permite associações ao telemóvel, recebendo uma mensagem SMS, avisando do e-mail do

Diretor de Turma ou vice-versa;

• Promove a organização e gestão do trabalho da direção de turma.

Pinto (2012, pp. 150-151) verifica que os professores da escola onde desenvolveu o

seu projeto de investigação, concordam acerca da importância das TIC para a melhoria da

comunicação na escola. “Assim, os professores que têm melhores perceções sobre o grau de

utilização das TIC na escola, são os que dão mais importância às TIC para a melhoria da

comunicação na escola.” O tempo de serviço, o nível de ensino ( 2º ou 3º ciclo) e o sexo dos

professores não apresentam correlações estatisticamente significativas com “o grau de

utilização das TIC na escola” e com “a importância que atribuem a às TIC para a melhoria da

comunicação na escola”. De acordo com Rangel (2011, p. 3) “podemos ter professores que

manifestem aversão às TIC tão só porque não se prepararam ainda para interagir com os

alunos de forma diversa.” Contudo, o seu estudo mostra que os professores que

desempenham o cargo de DT “Consideram que a utilização da comunicação virtual por

recurso ao computador propicia a comunicação e o trabalho do Diretor de Turma tendo em

conta as funções que lhe estão cometidas” Rangel (2011, p. 151).

Estes estudos mostram que as TIC têm vindo a ser usadas no âmbito do desempenho

das funções de DT. Porém, o RI do AG de escolas, onde se desenvolveu o estudo, não indicia

(32)

II. 3.3. Ferramentas TIC passíveis de utilização

De acordo com Pinto (2012), as TIC permitiram o surgimento de diversas ferramentas

de comunicação que levaram ao aparecimento de novas formas de interação nas organizações

escolares. Destas destacam-se as seguintes:

• Correio Eletrónico - No Agrupamento de escolas onde se desenvolveu este trabalho os

professores não têm acesso a um endereço de e-mail institucional, o que obriga à criação

de um particular com objetivos profissionais se se desejar separar o correio pessoal do

relacionado com a vida escolar.

• Página Web - De acordo com informação recolhida oralmente, a página Web4 do

Agrupamento e foi construída a partir de ações de voluntariado de uma assistente

administrativa e sem recorrer a compra de software especializado. Assim, a página

encontra-se bastante incompleta e com uma organização que dificulta um fácil

entendimento das diferentes estruturas que formam o agrupamento, assim como das

respetivas funções e valências. Pretende-se uma reestruturação da mesma ao longo do

presente ano letivo, mas apesar de a Direção ter conferido a tarefa aos professores que

fazem parte do grupo Plano Tecnológico da Educação (PTE) da escola, não foram

atribuídas quaisquer horas no seu horário para a sua realização. Este facto atrasa

significativamente a reestruturação da página, pois os professores, apesar da sua boa

vontade não têm, na realidade, tempo disponível para conseguir efetivar a tarefa.

• Sistemas de Gestão de Aprendizagens (LMS) - Estas plataformas de gestão de

aprendizagens permitem, de acordo com Barata (2010, p. 58), citado por Pinto (2012, p.

67) “concentrar um variadíssimo leque de materiais, estratégias e canais de comunicação

num único endereço, onde os participantes estão em permanente contacto, facilitando a

comunicação, a cooperação, a colaboração e a partilha de experiências e materiais”. No

AG em estudo usa-se a plataforma Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning

Environment) que, neste momento está em funcionamento, com todos os professores e

alunos inscritos. Esta situação torna-se clara ao compararmos os dados da atividade dos

participantes (cerca de 1100 alunos e professores) nos meses correspondentes ao 1º período

deste ano letivo, figura 15, com a figura 25, que mostra os níveis de atividade de dezembro

                                                                                                                4

Consultada em http://www.aeso.pt/ , a 23 de dezembro de 2013   5

Imagem

Figura 2 – Gráfico da atividade  da plataforma Moodle do Agrupamento de Escolas a  Sudoeste de Odivelas de 1 dezembro de 2012 a 1 dezembro de 2013
Tabela A – Nº de DTs por grupo de recrutamento e por Departamento
Tabela B – Ordenação das tarefas docentes realizadas pelo DTs com recurso às TIC
Tabela E – Tarefas realizadas pelo DT com recurso às TIC resultantes do somatório das  frequência “sempre” com “frequentemente”
+7

Referências

Documentos relacionados

O modelo matemático que representa o comportamento físico do VSA é composto por equações diferenciais ordinárias cujos principais coeficientes representam parâmetros

Para estudar as obras de José de Albuquerque e saber como e quais foram as influências na construção de seu discurso sobre a necessidade da educação sexual, vimos necessário

Com base na investigação prévia do TC em homens com sobrepeso na meia- idade (LIBARDI et al., 2011) e outras que utilizaram o treinamento aeróbio ou de força de moderada

elas expressam por excelência o espaço do sujeito na sua relação com alteridade, lutando para interpretar, entender e construir o mundo (JOVCHELOVITCH, 2002, p.82). Nesse processo

Los alumnos a los que convencionalmente se dirige la educación especial son los niños y jóvenes con retraso mental, dificultades de aprendizaje, trastornos emocionales y

As ramificações foram mais freqüentes na região apical (17%), menos freqüente no corpo da raiz (8,8%) e ainda menor na base radicular (1,6%). Canais laterais foram encontrados

Neste capítulo, procuraremos propor uma maneira correta da utilização do cinema em sala de aula de forma que não apenas as aulas sejam enriquecidas, mas que também os alunos tenham

Sendo assim, este estudo irá propor uma solução para a seguinte problemática: é possível validar um modelo de tomada de decisão empregando a técnica Fuzzy-TOPSIS, com os critérios