"O que é História",
livro de Vavy Pacheco Borges,
A Semiótica (do grego semeiotiké ou "a arte dos sinais") é a ciência geral dos signos e da semiose que estuda todos os fenômenos culturais como
História (do grego antigo historie, que significa testemunho, no sentido daquele que vê) é a ciência que estuda o Homem e sua ação no tempo e no espaço, concomitante à análise de processos e eventos
ocorridos no passado.
Heródoto foi um historiador grego, nascido no século V a.C. (485?–420 a.C.) em Halicarnasso (hoje Bodrum,
Os fatos mitológicos são apresentados
um após os outros, o que mostra,
portanto, uma sequência temporal; mas
o mito refere-se a um pseudotempo e
não a um tempo real, pois não é datado
de acordo com nenhuma realidade
concreta.
Dai o mito mostrar o eterno
retorno, a repetição infinita: é um tempo
Antiga religião egípcia (ou
mitologia egípcia) é o nome dado
a religião praticada no antigo
Egito desde o período
pré-dinástico, a cerca de 3.000 anos
a.C. até o surgimento do
cristianismo. Inicialmente era
uma religião politeísta por crer
em várias divindades, como
forças da natureza.
Os neteru Osíris, Anúbis e Hórus em uma pintura encontrada em uma tumba
Teoria suméria
Os sumérios e babilônios desenvolveram uma cosmogonia própria, preservada em poema, como Gilgamesh e Enuma Elis. A criação era
representada como um processo de procriação. Os deuses seriam elementos naturais que formaram o universo. Segundo os babilônios, Marduk foi o único deus que conseguiu derrotar Tiamat, o dragão, que
representava o caos e as águas do mar.
Resumo do mito: Na mitologia mesopotâmica, no princípio do mundo existia Abzu e Tiamat, os elementos masculino e feminino das águas. Tiamat criou o céu, de quem nasceu Ea (a magia), que produziu Marduk.
Este venceu os demais deuses e dividiu o corpo de Tiamat, separando o céu da Terra e produziu o primeiro homem, usando o sangue do monstro
O mito egípcio e mesopotâmico são
muito representativos e explicam a
origem divina dos homens sempre
ligada a uma idéia de renascimento.
É a morte de um deus e o seu
reaparecimento que trazem o
Na Grécia, por volta do I milênio A.C o mito começa a ter uma
conotação diferente: vamos
encontrá-lo na poesia, por exemplo na Ilíada, poema épico atribuído a
Homero ( datado provavelmente por volta do 1000 A.C)
Busto de Homero
O nome de Homero (gr.
Ὅμηρος), o mais antigo e
respeitado poeta da Grécia
Antiga, está vinculado há
mais de 2.500 anos à Ilíada e à
Odisséia. Não há nenhuma
evidência, no entanto, de que
ele tenha realmente existido
ou de que tenha escrito
qualquer uma das duas
epopéias, tradicionalmente
Segundo Heródoto (-484/-425), Homero teria vivido
400 anos antes dele (Hdt. 2.53). Estudos recentes,
porém, situam a data de composição da Ilíada e da
Odisséia no fim da Idade das Trevas (c. -750) ou no
início do Período Arcaico (-750/-713). O uso
predominante do dialeto iônico sugere que o autor dos
poemas veio provavelmente da Iônia. Que ele era um
aedo cego nascido especificamente em Quios ou em
outro lugar da região e se chamava Homero, porém,
As calorosas disputas que tentam esclarecer a origem da Ilíada e da Odisséia desde o Período Helenístico compõem a famosa "Questão
Homérica", que pode ser resumida assim:
* seriam a Ilíada e a Odisséia obra de um só poeta?
* teriam sido criadas a partir da união de vários poemas isolados? * qual dos poemas é o mais antigo?
* seria "Homero" o nome atribuído a algum poeta anônimo que organizou uma extensa e antiga tradição oral?
* teria sido "Homero" um poeta genial que simplesmente se baseou em temas da tradição oral de diversas épocas?
Guerra de Tróia) pode ter sido um grande conflito
bélico entre gregos e troianos, possivelmente ocorrido entre 1300 a.C. e 1200 a.C. (fim da Idade do
Bronze no Mediterrâneo). Segundo o poeta-épico,
Homero, a guerra foi motivada pelo rapto de Helena, rainha de Esparta, por Páris, príncipe de Tróia.
A maioria de gregos clássicos admitia que a Guerra de Tróia era um evento histórico, embora muitos entendessem que os poemas homéricos continham vários exageros. Por exemplo, o historiador
Tucídides, conhecido por seu espírito crítico, considerava-a um evento real, mas duvidava que os gregos houvessem mobilizado a quantidade de navios (mais de mil) mencionada por Homero, para
atacar os troianos.
Por volta de 1870, na Europa, os estudiosos da Antiguidade eram concordes em considerar as narrativas homéricas absolutamente
lendárias. Segundo eles, a guerra jamais ocorrera e Tróia nunca existira. Mas quando o alemão Heinrich Schliemann (um apaixonado pelas obras de Homero) descobriu as ruínas de Tróia e de Micenas, foi
O Aparecimento da História
* "Vou escrever o que acho ser verdade, porque as lendas dos gregos parecem ser muitas e risíveis"
- Hecateu de Mileto, no século V a.C.
Historiador, geógrafo e mitógrafo grego de Mileto, cidade destruída (494 a. C.) por Dario (550-486 a. C.), que concebeu a mitologia como parte da
História, reunindo tradições lendárias relativas à origem de famílias e cidades e considerado um dos maiores prosadores da antiguidade, escrevendo crônicas mitológicas, históricas, etnográficas e geográficas e
HERÓDOTO, O pai da História
Ainda que sua intenção fosse,
como ele escreveu no proêmio
(Livro I), registrar os grandes
feitos de gregos e bárbaros, "para
que não se desvanecesse no
tempo a memória dos
acontecimentos e dos homens",
procurou agir a maior parte do
tempo como um cientista atrás da
verdade, do que realmente havia
ocorrido no tempo daquelas
Tucídides, em grego Θουκυδίδης, transl. Thukydídēs, (Atenas,
entre 460 e 455 a.C. — Atenas, cerca de 400 a.C.) foi um historiador da Grécia Antiga.
Escreveu a História da Guerra do Peloponeso, em que, em oito volumes,
conta a guerra entre Esparta e Atenas ocorrida no século V a.C.. Preocupado com a imparcialidade, ele relata os fatos
com concisão e procura explicar-lhes as causas. Tucídides escreveu essa obra pois pensava a Guerra do Peloponeso
como um acontecimento de grande relevância para a história da Grécia,
mais do que qualquer outra guerra anterior. Esta sua obra é vista no mundo inteiro como um clássico, e representa a
Para Tucídides, "a guerra é uma severa mestra.
Privando a maioria das pessoas da capacidade de
satisfazer com facilidade suas necessidades
diárias, faz seus espíritos descerem ao nível das
Políbio (Museu Nacional da Civilização Romana, Roma)
Político e notável
historiador, Políbio
(gr. Πολύβιος)
escreveu em grego a
respeito do crescente
poderio romano no
Mediterrâneo,
Políbio considerava a história uma verdadeira ciência, que exigia o amor à verdade, o exame metódico e crítico das informações disponíveis e, ainda, o exame direto dos locais em que os eventos ocorreram (Plb. 12.28). Foi ele, aparentemente,
o primeiro historiador a atribuir tal importância à geografia.
Como historiador, interessou-se principalmente pelas instituições romanas e pelos fatores que permitiram a hegemonia de Roma no Mediterrrâneo. Em Histórias não se limitou à simples descrição dos fatos políticos e militares em ordem cronológica.
As causas políticas e sociais e as conseqüências dos eventos mais importantes, assim como o papel determinante das instituições romanas, são discutidos de forma
crítica e ponderada.
Em sua visão, a história é uma experiência passada que deveria moldar o futuro e constituir um aprendizado para as gerações vindouras. Escrupuloso,
Políbio fazia questão de embasar suas análises em dados sólidos: informações confiáveis de outros historiadores (Calístenes, Filarco e Teopompo, entre outros),
"Desde que um homem assume atitude de
historiador, tem que esquecer todas as
considerações, como o amor aos amigos e o ódio
aos inimigos... Pois assim como os seres vivos se
tornam inúteis quando privados de olhos, também
a história da qual foi retirada a verdade nada mais
é do que um conto sem proveito.―
1) (UEL-2005) Sobre a passagem do mito à filosofia, na Grécia Antiga, considere as afirmativas a seguir.
I. Os poemas homéricos, em razão de muitos de seus componentes, já contêm
características essenciais da compreensão de mundo grega que, posteriormente, se revelaram importantes para o surgimento da filosofia.
II. O naturalismo, que se manifesta nas origens da filosofia, já se evidencia na própria religiosidade grega, na medida em que nem homens nem deuses são compreendidos como perfeitos.
III. A humanização dos deuses na religião grega, que os entende movidos por
sentimentos similares aos dos homens, contribuiu para o processo de racionalização da cultura grega, auxiliando o desenvolvimento do pensamento filosófico e científico.
IV. O mito foi superado, cedendo lugar ao pensamento filosófico, devido à assimilação que os gregos fizeram da sabedoria dos povos orientais, sabedoria esta desvinculada de qualquer base religiosa.
Estão corretas apenas as afirmativas:
RESPOSTA: d) I, II e III.
I. Os poemas homéricos, em razão de muitos de seus componentes, já contêm características essenciais da compreensão de mundo grega que, posteriormente, se revelaram importantes para o surgimento da filosofia. II. O naturalismo, que se manifesta nas origens da filosofia, já se
evidencia na própria religiosidade grega, na medida em que nem homens nem deuses são compreendidos como perfeitos.
III. A humanização dos deuses na religião grega, que os entende movidos por sentimentos similares aos dos homens, contribuiu para o processo de racionalização da cultura grega, auxiliando o desenvolvimento do
(UEL-2003)―Zeus ocupa o trono do universo. Agora o mundo está ordenado. Os deuses disputaram entre si, alguns triunfaram. Tudo o que
havia de ruim no céu etéreo foi expulso, ou para a prisão do Tártaro ou para a Terra, entre os mortais. E os homens, o que acontece com eles?
Quem são eles?‖ (VERNANT, Jean-Pierre. O universo, os deuses, os
homens. Trad. de Rosa Freire d‘Aguiar. São Paulo: Companhia das
Letras, 2000. p. 56.
O texto acima é parte de uma narrativa mítica. Considerando que o mito pode ser uma forma de conhecimento, assinale a alternativa correta.
a) A verdade do mito obedece a critérios empíricos e científicos de comprovação.
b) O conhecimento mítico segue um rigoroso procedimento lógico-analítico para estabelecer suas verdades.
c) As explicações míticas constroem-se de maneira argumentativa e autocrítica.
d) O mito busca explicações definitivas acerca do homem e do mundo, e sua verdade independe de provas.
RESPOSTA:
d) O mito busca explicações
definitivas acerca do homem e do
mundo, e sua verdade independe de
A História Teológica
Obra singular do início da Idade Média, que, à propósito
da filosofia ou teologia da História, trata dos mais
variados e complexos assuntos que sempre apaixonaram e
torturaram o espírito humano: da origem e
substancialidade do bem e do mal, do pecado, das culpa e
da morte, do direito, da lei e das penas, do tempo e do
espaço, da contingência e da necessidade, da Providência,
da ação humana e do destino no desenvolvimento da
História: do ser, do conhecer e do agir do homem, de
Deus, da natureza e do espírito, da temporalidade, do
eterno, da perenidade e dos ciclos cósmicos, da profecia e
Suas convicções podem ser divididas em três grupos principais. Em Deus e a Alma, Agostinho defende que Deus
existe na alma de todos os seres humanos. Em Pecado e Graça, diz que
as pessoas não podem mudar seu comportamento pecaminoso, a menos que ajudadas pela graça de Deus. Em A
Igreja e os Sacramentos, revela que as pessoas não podem receber a graça de Deus, a menos que pertençam à Igreja e recebam os sacramentos. O mais extenso
livro de Agostinho, Cidade de Deus, conta a história da humanidade como um conflito entre os que dependem de Deus e os que confiam em si mesmos.
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A queda do Império Romano do
Ocidente produziu um impacto de
grandes proporções. Ainda que tenha
formalmente continuado por outros
sessenta anos ou mais, após 410 o
Império efetivamente deixara de ser
um poder militar e político. Quando
Agostinho falecia, em 28 de agosto de
430, a sua cidade no norte da África já
Com a difusão da religião
judaico-cristã no Império
romano, durante o período
de desestruração deste,
temos grandes mudanças. O
processo histórico pelo qual
passa a humanidade é então
unificado não mais em torno
da idéia de Roma, mas de
uma visão do cristianismo
A queda do Império Romano foi causada por uma
série de fatores que o fragilizaram, facilitaram as
invasões ―bárbaras‖ e causaram a derrubada final do
Estado. Em geral, a expressão "queda do Império
Romano" refere-se ao fim do Império Romano do
Ocidente, ocorrido em 476 d.C., com a tomada de
Roma pelos hérulos, uma vez que a parte oriental do
Império, que posteriormente os historiadores
denominariam Império Bizantino, continuou a existir
por quase mil anos, até 1453, quando ocorreu a Queda
Logo após o saque de Roma, Agostinho tomara ciência de que muitos pagãos atribuíam
as calamidades do Império aos cristãos. Os pagãos apontavam que o desastre
romano foi no “período dos cristãos” e que Roma havia
caído porque se tinha entregue ao cristianismo e
abandonado “os antigos
deuses que a tinham feito
grande”. Para os pagãos, os
cristãos tinham destruído a maior realização humana já
Pela época de Agostinho, a cidade
de Roma, além de capital do
Império, tornara-se o centro da
Igreja no Ocidente. Roma era
agora "a santa cidade, onde os
santos estão sepultados,
especialmente Pedro e Paulo”, e
Contra a acusação dos pagãos, e diante do desespero de muitos cristãos, e no contexto da celebração ou indiferença de outros, a resposta de Agostinho veio na sua monumental, penosa e volumosa
Cidade de Deus (413-26). Talvez a maior de todas as suas obras, esse tratado sobre a providência de Deus é, na verdade, a primeira filosofia cristã da história. Para Agostinho, história é o estágio no qual
o drama da redenção está sendo encenado. No princípio da história está a Queda e em sua conclusão o Julgamento Final. Entre estes dois eventos ocorre o mais crucial de todos os eventos – a entrada do
Deus eterno no tempo como um homem, a encarnação do Senhor Jesus Cristo, e seu conseqüente ministério, morte e ressurreição.
Deus, então, está vitalmente trabalhando na história. Agostinho, portanto, tem uma visão unificada daquilo a que chamamos de história; ela não é um pacote de querelas e eventos desconectados.
Não obstante, Agostinho também está convencido de que é impossível traçar em detalhes a obra de Deus na história fora das Escrituras. Enquanto seria blasfemo negar que Deus está trabalhando
Na Cidade de Deus encontra-se a afirmação de que nenhuma cidade
terrestre pode se comparar com a
Jerusalém Celestial, a cidade de Deus. A
cidade terrestre tem sua ascensão e queda, mas a cidade de Deus permanece
para sempre. Para Agostinho, a cidade terrestre pode assumir muitas formas ao
longo do tempo. A Cidade do Homem está fundada sobre o amor a si mesmo, glorifica a si própria, e é contra Deus. Ela tem sua origem na rebelião de Satanás e
dos outros anjos caídos. A cidade de Deus é invencível e continuará triunfando
e realizando a vontade de Deus. Ela é guiada e amada por Deus, especialmente
marcada por humildade, e encontra sua glória mais elevada em Deus. Seu início está no céu, antes mesmo da existência
As diferentes naturezas das duas cidades podem ser vistas nas
diferentes características dos seus dois primeiros habitantes:
Caim e Abel. Caim era um habitante da Cidade do Homem,
cujo ―desejo é contra ele‖ e que o ―domina‖ (Gn 4.7). Ele
então assassina o seu irmão, e deseja dominar sozinho,
edificando sua própria cidade. Abel, por outro lado, ―era um
peregrino e estrangeiro no mundo‖, pertencendo à Cidade de
Deus. Ele foi predestinado pela graça, e escolhido pela graça,
pela graça um peregrino daqui, e pela graça um cidadão de lá.
Através do curso dessas duas cidades, quando elas se colocam
lado a lado na história, Deus está trabalhando para livrar
homens e mulheres da primeira cidade e torná-los parte da
segunda. Embora a cidadania última seja na Cidade de Deus,
A cronologia de nosso passado é feita em termos do seu
Concepção Providencialista da História
Segundo essa corrente, os acontecimentos estão ligados à determinação de Deus. Tudo, a partir da origem da terra, deve ser explicado pela Providência Divina. No passado mais remoto, a religião justificava a guerra e o poder dos governantes. Na Idade Média Ocidental, a Igreja Católica era a única detentora da informação e, naturalmente, fortificou
a concepção teológica da História. Santo Agostinho, no livro "A Cidade de Deus", formula essa interpretação. No século XVII, Jacques
Bossuet, na obra "Discurso Sobre a História Universal", afirma que toda a História foi escrita pela mão de Deus, E no século passado, o historiador italiano Césare Cantu produziu uma "História Universal" de
Santo Agostinho, viu na História o périplo a ser percorrido pelo povo de Cristo, partindo da imperfeita e pecadora Cidade Terrestre até atingir a consagradora Cidade Celeste, da impura Cidade dos Homens em direção
à castíssima Cidade de Deus. Uma longa viagem do Pecado à Redenção. Quase o mesmo roteiro do povo judeu depois de liberto do cativeiro do
Egito dirigindo-se à Terra da Promissão.
Longe, pois, de ter uma percepção negativa do futuro, ele animava e esperançava o cristão de que dias melhores certamente viriam e que era possível, no devir ainda indeterminado, que o Reino dos Céus finalmente
se instalasse na terra.
Rumo à Redenção
A cronologia (do grego chronos, tempo, + logos, estudo) é a ciência cuja finalidade é a de determinar as datas e a ordem dos acontecimentos -
históricos, principalmente - descrevendo-os e agrupando-os numa sequência lógica. Esta disciplina insere-se numa ciência maior, que é
História.
Durante muitos anos, o tempo do historiador foi reduzido à cronologia, ou seja, o fundamental era datar os tempos em dias, meses, anos décadas
e séculos, estabelecendo uma noção de tempo puramente cronológica.
Alta Idade Média : A formação da civilização
européia ocidental
A Alta Idade Média corresponde a um período que vai
da queda do Império Romano do Ocidente, em 476,
até o ano 1000
–
após o qual inicia a Idade Média
Clássica. A Baixa Idade Média corresponde ao século
e meio que antecede ao Renascimento, ou seja, 1300 a
A superação do Mundo Romano pelas incursões bárbaras marcou o início de um novo tempo para a história
européia. O Velho Continente entrava no período
medieval, denominado em sua primeira fase como Alta Idade Média (séculos V a XI). A partir desse momento registrou-se, por exemplo, a regressão da economia e da
vida cotidiana ao estágio de mundo rural, com a
substituição do comércio de longas rotas por produções de base local, firmando as áreas de convivência e
trabalho, identificadas como feudos especificamente
Unicamp 2009
Após a tomada e o saque de Roma pelos visigodos, em 410, pagãos e cristãos interrogaram-se sobre as causas do acontecimento. Para os
pagãos, a resposta era clara: foram os maus princípios cristãos, o abandono da religião de Roma, que provocaram o desastre e o declínio que se lhe seguiram. Do lado cristão, a queda de Roma era explicada pela
comparação entre os bárbaros virtuosos e os romanos decadentes: dissolutos, preguiçosos, sendo a luxúria a origem de todos os seus
pecados.
(Adaptado de Jacques Le Goff, ―Decadência‖, em História e Memória.
Campinas, Ed. da Unicamp, 1990, p. 382-385.)
a) Identifique no texto duas visões opostas sobre a queda de Roma.
Resolução
a) as duas visões partem de uma interpretação religiosa para a Queda de Roma. Para os pagãos, a causa foi o abandono dos deuses devido as
práticas cristãs; para os cristãos, a causa foi o abando divino aos
romanos, pois estes são decadentes e pecadores, destacando a prática da luxúria.
b) Nos primórdios o cristianismo foi proibido e os cristãos perseguidos. Durante o reinado de Constantino foi promulgado o Edito de Milão, que concedeu liberdade aos cristãos e iniciou-se um processo de vinculação entre Estado e Igreja, que atingiu seu apogeu durante o reinado de
A produção nos
campos para a
subsistência e o
pagamento de
taxas como a
Talha, a Corvéia
e as Banalidades
caracterizam o
duro cotidiano
Segundo o historiador francês François Guizot os
elementos constitutivos da civilização européia são: a
aristocracia feudal, a Igreja, as comunas e a realeza.
Ao longo dos séculos V ao XII estratificam-se os
germens de tudo aquilo que requeria a formação das
nações. Mas este último elemento - uma verdadeira
nacionalidade - só vai de fato emergir no período
seguinte, para concluir-se, no fundamental, nos
séculos XVII e XVIII. Fator aglutinante será a tensão
entre os princípios da liberdade e da ordem, o primeiro
herdado dos germanos e, o segundo, dos romanos.
Para compreender melhor esse vasto período, costuma usar-se uma subdivisão temporal entre Alta e Baixa Idade Média. A Alta Idade Média
é o primeiro momento, quando ocorreu formação de diversas sociedades na Europa e se passou entre os séculos 5 e 10. Foi nesse período que se
formaram os feudos, estabeleceram-se as relações de suserania e vassalagem, e o poder da Igreja Católica constituiu-se e fortaleceu-se.
Já o período da Baixa Idade Média, sua segunda e última fase, foi
aproximadamente do século 10 ao século 15. A partir dessa época, novas idéias e novas práticas foram surgindo e houve um processo de
decadência das instituições feudais, que se formaram ao longo dos cinco séculos anteriores.
Alta e Baixa Idade Média
O marco do início da Idade
Média foi a desagregação do
Império romano do Ocidente,
sediado em Roma, no século 5.
Esse Império estava passando
por sucessivas crises
econômicas, devido à falta de
escravos, e seu prestígio
político declinava, devido a
seu enfraquecimento militar e
às invasões de povos bárbaros
aos seus domínios.
O fim do Império Romano
Assim, povos como os germanos (do Norte da Europa), os hunos (da Ásia), os vândalos (da África), além de húngaros e vikings (da Europa oriental) estavam atacando diversos pontos
dos domínios romanos. Em 476, Odoacro, rei de um desses povos invasores, derrubou o imperador de Roma. A partir de então, os diversos povos, antes conquistados por Roma, passaram a se organizar em reinos, condados e povoados isolados, para se protegerem dos ataques dos estrangeiros. Esse isolamento também se estendia à área econômica, levando-os
a manter basicamente uma produção para consumo próprio.
A população mais pobre, que vivia de trabalhos no campo, passou a submeter-se aos interesses dos poderosos de uma região, em troca de proteção contra esses ataques externos.
Poder, no caso, significava a posse de armas e o comando de soldados. O estabelecimento dessa proteção dos mais poderosos aos pobres, em troca da lealdade, foi adotada pelos povos
germanos, que foram dominando grande parte do extinto Império romano do ocidente.
Com o passar dos séculos, os camponeses foram se tornando cada vez mais dependentes desses senhores. Assim, os trabalhadores do campo, além de entregarem os produtos que cultivavam aos seus protetores, passaram a dar-lhes suas terras e oferecerem seus serviços
A concepção ideológica da Idade Média associava-se
diretamente aos postulados teológicos que surgiram
inicialmente com Santo Agostinho (354-430), que, a
partir dos princípios estóicos, gnósticos, maniqueus e
neoplatônicos, criou a fundamentação da fé cristã.
Mais tarde, no século XIII,
Tomás de Aquino
A partir dele, a Igreja tem uma Teologia (fundada na revelação) e
uma Filosofia (baseada no exercício da razão humana) que se
fundem numa síntese definitiva: fé e razão, unidas em sua
orientação comum rumo a Deus. Sustentou que a filosofia não pode
ser substituída pela teologia e que ambas não se opõem. Afirmou
que não pode haver contradição entre fé e razão.
Explica que toda a criação é boa, tudo o que existe é bom, por
participar do ser de Deus, o mal é a ausência de uma perfeição
Provas da existência de Deus
A primeira questão de que se
ocupa Tomás de Aquino - na
Suma Teológica, sua obra
máxima - é a das relações entre a
ciência e a fé, a filosofia e a
teologia. Fundada na revelação, a
teologia é a ciência suprema, da
qual a filosofia é serva ou
auxiliar. À filosofia, procedendo
de acordo com a razão, cabe
A doutrina tomista admite que a alma, princípio espiritual,
junta-se ao corpo, princípio material, constituindo um
composto substancial. Assim, tem uma alma as plantas, é a
"alma vegetativa", com as funções de alimentação e
reprodução; nos animais, é a "alma sensitiva", com as funções
anteriores, mais a sensação e mobilidade; finalmente, o
homem com todas as funções anteriores, mais a racional. No
concernente às propriedades da alma humana, admite o
livre-arbítrio, que é estudado sob todos os seus aspectos e todos os
problemas dele derivados são resolvidos com firmeza e
Com sua Ética, também harmoniza a doutrina de Aristóteles
aos princípios cristãos. Assim, a ética é o "movimento da
criatura racional para Deus". Esse movimento visa a uma
bem-aventurança, que consiste na contemplação imediata de Deus.
Diverge da teoria agostiniana e se harmoniza com a
aristotélica no que se refere à teoria do conhecimento. Para
Tomás de Aquino, o conhecimento tem dois momentos: o
sensitivo
e o
intelectual
. O conhecimento sensitivo do objeto,
que está fora de nós, dá-se mediante a sensação. Esta é a
impressão do objeto material em nossa consciência.
Processa-se pela assimilação das Processa-sensações do sujeito cognoscente com
o objeto conhecido.
O conhecimento intelectual depende do
conhecimento sensitivo, mas ultrapassa-o, pela abstração e
Patrística é o nome dado à filosofia cristã dos primeiros sete séculos, elaborada pelos Pais da Igreja, os primeiros teóricos —- daí "Patrística"
—- e consiste na elaboração doutrinal das verdades de fé do Cristianismo e na sua defesa contra os ataques dos "pagãos" e contra as heresias. Foram os pais da Igreja responsáveis por confirmar e defender a fé, a liturgia, a disciplina, criar os costumes e decidir os rumos da Igreja, ao
longo dos sete primeiros séculos do Cristianismo. É a Patrística, basicamente, a filosofia responsável pelo elucidação progressiva dos
dogmas cristãos e pelo que se chama hoje de Tradição Católica.
A Escolástica (ou Escolasticismo) é uma linha dentro da
filosofia medieval, de acentos notadamente cristãos, surgida da
necessidade de responder às exigências da fé, ensinada pela
Igreja, considerada então como a guardiã dos valores
espirituais e morais de toda a Cristandade. Por assim dizer,
responsável pela unidade de toda a Europa, que comungava da
mesma fé. Esta linha vai do começo do século IX até ao fim
do século XVI, ou seja, até ao fim da Idade Média.
A questão chave que vai atravessar todo o pensamento
escolástico é a harmonização de duas esferas: a fé e a
razão. O pensamento de Agostinho, mais conservador,
defende uma subordinação maior da razão em relação
à fé, por crer que esta venha restaurar a condição
decaída da razão humana. Enquanto que a linha de
Tomás de Aquino defende uma certa autonomia da
razão na obtenção de respostas, por força da inovação
Por uma outra cronologia
O livro-codex, de ampla circulação na Idade Média
Por mais operacional e didática que possa ser a divisão da história feita em Antigüidade, Medievo, Moderno e Contemporâneo, Jacques
Le Goff se opôs à classificação convencional
que menciona a existência de um Baixo Império (os 300 anos que vão de Constantino a
Justiniano) ou de uma Alta Idade Média (período que vai da queda de Roma, em 476 , até à viagem de Colombo, em 1492). Para Le Goff a Idade Média é uma só: vai da aparição do livro-codex (caderno ilustrado e costurado,
escrito a mão, que substitui o pergaminho) no final do século IV , até a eclosão da Revolução
Francesa, em 1789. É uma Idade Média de mil anos, que ignora o Renascimento ou o que convencionou-se chamar de Idade Moderna. No
entender dele a periodização mais apropriada seria: Antiga –Medieval - e Contemporânea.
Homem Vitruviano (desenho de Leonardo da Vinci)
Homem Vitruviano - é um desenho famoso que acompanhava as notas que Leonardo da Vinci fez ao redor
do ano 1490 num dos seus diários. Descreve uma figura
masculina desnuda
separadamente e simultaneamente em duas posições sobrepostas
com os braços inscritos num círculo e num quadrado. A cabeça
é calculada como sendo um oitavo da altura total. Às vezes, o
Ocorre o surgimento da sociedade Européia Ocidental no
século XVI, em plena crise do feudalismo. O humanismo
procura colocar o homem como o centro do universo e
divergindo da sociedade Ocidental, onde predominava a fé
cristã.
As mudanças são lenta e linear em direção ao abandono da
visão religiosa, pois o conhecimento não parte mais de uma
revelação divina, mas de uma explicação da razão. O
racionalismo de impõe daí em diante, não tendo mais a
procura da salvação em outro mundo, e sim progresso e
perfeição neste mundo. Uma outra corrente de pensamento se
fortalece: o empirismo que enfatiza o papel da experiência no
conhecimento recusando explicações que não se apóiem nos
O renascimento, a cultura Européia Ocidental, procura retornar a antiguidade Grego-Romana, seus valores, sua arte, etc.no século XVI e XIX, vão se multiplicar as técnicas para reunir, preparar e criticar a toda
essa documentação, essas técnicas permitiram que nas polêmicas levantadas pela divisão interna que se da na igreja nesse período (a reforma), buscam saber o que passou com a igreja e o cristianismo.
Os estudiosos humanistas revivem a tradição de crítica dos filósofos e historiadores da antiguidade. Surge, ou melhor, nascem à cronologia, a
epigrafia, a numismática, a sigilografia, a diplomática, a onomástica, a heráldica, a genealogia, a arqueologia e a filologia.
Com o avanço da ordem burguesa surge o iluminismo que busca mostrar a História como sendo o desenvolvimento linear progressivo e
A Criação de Adão - Capela Sistina
Deus é representado como um ancião barbudo envolto
em um manto que divide com alguns anjos. Seu braço
esquerdo está abraçado a uma figura feminina,
normalmente interpretada como Eva
–
que ainda não
foi criada e, figuradamente, espera no céu para ganhar
uma forma humana. O braço direito de Deus está
esticado para criar o poder da vida de seu próprio dedo
para Adão, o qual esta com o braço esquerdo estendido
Muitos artistas e filósofos do Renascimento escreveram sobre a natureza e o seu valor para a arte, mas nenhum foi tão bom observador como Leonardo da Vinci. A prova, tanto da sua curiosidade insaciável como de
seu entendimento profundo da natureza, pode encontrar-se nos seus muitos desenhos e livros de notas.
O Mundo do Renascimento
Dentre as principais características do movimento denominado
Renascimento Cultural, encontradas nas obras de Leonardo da Vinci, podemos destacar:
a) o bidimensionalismo estético e a desvalorização do ser humano. b) o naturalismo e o geocentrismo.
c) o antropocentrismo e o humanismo.
Resolução:
O Renascimento representou a retomada de
elementos da cultura greco-romana, como o
antropocentrismo, racionalismo e
individualismo, contrariando a mentalidade da
época, baseada até então nos valores impostos
pela Igreja Católica, como o Teocentrismo e o
dogmatismo.
A Baixa Idade Média (século XI ao XV) é marcada pela
desintegração do feudalismo e formação do capitalismo na Europa
Ocidental. Ocorrem assim, nesse período, transformações na esfera
econômica (crescimento do comércio monetário), social (projeção
da burguesia e sua aliança com o rei), política (formação das
monarquias nacionais representadas pelos reis absolutistas) e até
religiosas, que culminarão com o cisma do ocidente, através do
protestantismo iniciado por Martinho Lutero na Alemanha em
1517.
Culturalmente, destaca-se o movimento renascentista que surgiu
em Florença no século XIV e se propagou pela Itália e Europa,
entre os séculos XV e XVI. O renascimento, enquanto movimento
cultural, resgatou da antiguidade greco-romana os valores
antropocêntricos e racionais, que adaptados ao período, entraram
em choque com o teocentrismo e dogmatismo medievais
O termo
Renascimento
, cunhado ainda no
século XVI, é pejorativo, pois implica a
morte da cultura durante a
Idade Média
,
tida como a
Idade das Trevas
, período em
que a cultura teria estagnado. Como vimos,
A pintura representa a deusa Vênus emergindo do mar como mulher adulta, conforme descrito na mitologia romana.
É provável que a obra tenha sido feita por volta de 1483, sob encomenda para Lorenzo di Pierfrancesco, que a teria pedido para enfeitar sua
No quadro, a deusa clássica Vênus emerge das
águas em uma concha, sendo empurrada para a
margem pelos Ventos D'oeste, símbolos das
paixões espirituais, e recebendo, de uma Hora
(as Horas eram as deusas das estações), uma
manto bordado de flores. O efeito causado pelo
quadro, no entanto, foi um de paganismo, já que
A Adoração dos Magos (1504)
Albrecht Dürer
No início do século XIV, encontramos obras
consideradas renascentistas. A maior parte delas possui
temática religiosa, mas traz, entre outras novidades,
assinatura de seus autores e, quando escritas, não são
mais redigidas uma linguagem da Igreja, o latim, mas
nas recentes línguas nacionais ou dialetos locais. Em
outras palavras, o artista medieval, anônimo, na maior
parte dos casos, se considerava artífice de uma obra
divina e não autor de sua obra, dava lugar a um artista
" O conhecimento não parte mais de
uma razão divina, mas de uma
A Virgem com o Menino, Giotto Pintado no final do século XIII (cerca de
Cenas como a Lamentação Sobre o Cristo Morto ou O Beijo de Judas,
Giotto di Bondone é considerado o
primeiro gênio do Renascimento italiano.
Sua arte modificou a maneira de conceber
os temas religiosos e superou a pintura
bizantina, dando-lhe um caráter
RENASCIMENTO CULTURAL E CIENTÍFICO:
Movimento cultural e científico europeu localizado entre os séculos XIV e XVII. Características:
Antropocentrismo e Humanismo – valorização da figura humana enquanto centro do universo;
Racionalismo – valorização da razão;
Universalismo – busca do conhecimento geral;
Experimentalismo – uso dos sentidos;
Hedonismo – valorização dos prazeres da vida.
Essas características estavam em conformidade com a nova mentalidade européia burguesa, em contraposição à mentalidade
Itália: berço do Renascimento.
Justificativa:
presença da arte greco-romana;
ricos comerciantes (mecenas);
presença de intelectuais de
Da Itália, o movimento se expande para toda a
Europa a partir de meados do século XV.
• 1450: o alemão GUTENBERG desenvolve a
imprensa mecânica com tipos móveis de metal. A
circulação de livros possibilitou à burguesia o
acesso à informação.
Características da pintura e da escultura
renascentistas
Características da literatura renascentista
• DANTE Alighieri – A Divina Comédia (obra precursora do Renascimento,
escrita no dialeto toscano, algo próximo da língua italiana como conhecemos).
• Giovanni BOCCACCIO – Decameron (rompimento com amoral medieval e valorização do humanismo e da natureza).
• Nicolau MAQUIAVEL – O Príncipe (separa a política da ética convencional –
“os fins justificam os meios”).
• ERASMO DE ROTTERDÃ – Elogio da Loucura (crítica à Igreja Católica; fundamentação para o protestantismo calvinista).
• Luís de CAMÕES – Os Lusíadas (narração das Grandes Navegações).
• Miguel de CERVANTES – Dom Quixote (satiriza a cavalaria medieval).
• Willian SHAKESPEARE – Hamlet ; O Mercador de Veneza ;Sonho de uma noite de verão.
A articulação em -
Antiguidade
–
Idade Média
–
Idade Moderna
–
foi enunciada pelo alemão Cristoph
Cellarius (1634-1707) que, de início, correspondia à
interpretação e valorização pelos Humanistas de uma
história cultural européia ocidental.
Na Grécia Antiga, Hesíodo, em Os Trabalhos e os Dias, propôs uma articulação por épocas, a as cinco idades (Ouro, Prata, Bronze, Heróis e
Ferro).
Posteriormente, Políbio, um dos primeiros historiadores a encarar a História como uma sequência lógica de causas e efeitos, por outras razões, optou por uma teoria de rígida sucessão das instituições políticas.
O Cristianismo trouxe uma concepção de devir histórico linear,
uniforme, que, estendendo-se da Criação até ao Juízo Final, foi adaptada em uma forma secular pelo moderno pensamento histórico. Cada época
passou a ter um caráter único, individual, quer de acordo, por exemplo, com o modelo dos seis dias bíblicos da Criação, quer com o das quatro
Transição da Idade Média para a Era Moderna
O fim da Idade Média está relacionado a grandes transformações como:
* a queda de Constantinopla e o fim do Império Romano do Oriente em 1453;
* a ascensão das monarquias nacionais européias;
* o início da recuperação demográfica e econômica após a Peste Negra;
* os Descobrimentos Marítimos;
* o movimento de redescoberta da cultura clássica, por volta do século XV;
Racionalismo
Racionalismo é a corrente central no
pensamento liberal que se ocupa em
procurar, estabelecer e propor caminhos
para alcançar determinados fins. Tais fins
são postulados em nome do interesse
coletivo (
commonwealth
), base do do
próprio liberalismo e que se torna assim, a
base também do racionalismo. O
racionalismo, por sua vez, fica à base do
planejamento da organização econômica e
Antropocentrismo
que vem do
Renascimento(do grego άνθρωπος, anthropos,
"humano"; e κέντρον, kentron, "centro") é uma
concepção que considera que a humanidade
deve permanecer no centro do entendimento dos
humanos, isto é, o universo deve ser avaliado de
acordo com a sua relação com o homem. É
*A situação da Igreja
Católica medieval.
*A insatisfação política e
religiosa dos povos
europeus.
*O nacionalismo emergente.
*A ansiedade e insegurança
provocadas pela
espiritualidade vigente.
Causas
A Lição de Anatomia do Dr. Tulp, pintura a óleo sobre tela de
A Reforma Protestante foi
um movimento reformista
cristão iniciado no século
XVI por Martinho Lutero,
que, através da publicação
de suas 95 teses, protestou
contra diversos pontos da
doutrina da Igreja Católica,
propondo uma reforma no
catolicismo.
Martinho Lutero era um monge agostiniano, que passou a
acreditar que a Salvação não dependia do que as pessoas
fizessem, mas daquilo e que acreditassem. Para ele, Cristo
viera para salvar os pecadores, logo a salvação não seria
alcançada com esforços dos crentes, mas com a fé. Assim
muitos dos princípios da Igreja começaram a ser criticados por
Lutero: a noção de que Deus recompensaria o cristão na
proporção das orações, peregrinações ou contribuições; o culto
aos santos e de suas relíquias, a simonia (venda de objetos
considerados sagrados ou a venda de cargos religiosos) e a
Doação de Constantino
A Doação de
Constantino
(Constitutum Donatio
Constantini ou
Constitutum domini
Constantini
imperatoris, em latim)
foi um documento
apresentado na Idade
Média como um édito
imperial romano.
Ícone de Constantino I e Silvestre I, supostamente uma descrição da
Este documento é um escrito onde o imperador Constantino I (306-337 d.C. doou ao Papa Silvestre I (314-335 d.C.) terras e prédios dentro e
fora da Itália, durante o quarto consulado do monarca (315).
Ao fim da Idade Média, muitos já contestavam a autenticidade do
documento, cujo autor é desconhecido. Segundo o conteúdo da doação, o imperador confessava sua fé, narrava que fora curado de lepra por
intercessão do papa antes de sua própria conversão, doava ao mesmo a autoridade sobre as comunidades cristãs do Oriente (Antioquia,
Jerusalém, Alexandria e Constantinopla), entregava as igrejas do Latrão, de São Pedro e de São Paulo – fora dos muros de Roma -, terras situadas em diversos pontos do Império Romano, como Judéia, Grécia, Trácia e
A burguesia comercial, em plena expansão no século XVI, estava cada vez mais inconformada, pois os clérigos católicos estavam condenando seu trabalho. O lucro
e os juros, típicos de um capitalismo emergente, eram vistos como práticas condenáveis pelos religiosos.O monge
alemão Martinho Lutero foi um dos primeiros a contestar fortemente os
dogmas da Igreja Católica. Afixou na porta da Igreja de Wittenberg as 95 teses que
As 95 teses de Martinho Lutero condenava a venda de
indulgências e propunha a fundação do luteranismo (
religião luterana ). De acordo com Lutero, a salvação
do homem ocorria pelos atos praticados em vida e pela
fé. Embora tenha sido contrário ao comércio, teve
grande apoio dos reis e príncipes da época.Em suas
A Reforma Calvinista
Na França, João Calvino começou a Reforma Luterana no ano de 1534. De acordo com Calvino a salvação da alma
ocorria pelo trabalho justo e honesto. Essa idéia calvinista, atraiu muitos
burgueses e banqueiros para o calvinismo. Muitos trabalhadores também viram nesta nova religião uma
forma de ficar em paz com sua
religiosidade. Calvino também defendeu a idéia da predestinação (a pessoa nasce
Princípios calvinistas
•
A soberania de Deus na criação, providência e
redenção.
•
O estudo sério e criterioso das Escrituras.
•
A importância da educação, para os pastores e os
crentes em geral.
A Reforma Anglicana
Na Inglaterra, o rei Henrique
VIII rompeu com o papado,
após este se recusar a cancelar
o casamento do rei. Henrique
VIII funda o anglicanismo e
aumenta seu poder e suas
posses, já que retirou da Igreja
A Contra-Reforma Católica
Preocupados com os avanços do protestantismo e com a perda de fiéis, bispos e papas reúnem-se na cidade italiana de Trento (Concílio de Trento) com o objetivo de traçar um plano de reação. No Concílio de
Trento ficou definido :
- Catequização dos habitantes de terras descobertas, através da ação dos jesuítas;
- Retomada do Tribunal do Santo Ofício - Inquisição : punir e condenar os acusados de heresias
Absolutismo
O Estado absolutista surgiu na Europa ocidental no
transcurso do século 16. Sua principal característica
foi a centralização do poder político e militar nas mãos
do monarca soberano (ou seja, um rei ou príncipe
hereditário) rompendo, portanto, com a soberania
piramidal e parcelada que caracterizava o vasto
conjunto dos domínios dos senhores feudais no
O Estado absolutista surgiu como resultado do processo de
desagregação do feudalismo, no período final da Idade Média (séculos 14 e 15). Os laços de servidão que prendiam o campesinato nas
propriedades feudais foram gradualmente rompidos.
A difusão da produção e troca de mercadorias, advindas com o nascente
capitalismo mercantil, ameaçaram desagregar por completo o trabalho servil e a unidade celular de opressão política e econômica que
caracterizavam os domínios feudais. Foi um período de grandes revoltas camponesas que abalaram todo o continente europeu.
O poder da nobreza feudal estava, portanto, seriamente ameaçado, e ela reagiu de modo a transferir todo o poder político e militar de que dispunha em seus domínios para uma cúpula centralizada, comandada
Teóricos do absolutismo
Durante os séculos em que vigorou, foram vários os teóricos
que deram sustentação ao poder absoluto dos reis, assim como
os que criticaram o absolutismo. Em parte, alguns fatores
novos, como as guerras religiosas, por exemplo,
desempenharam um papel social importante para consolidar o
arcabouço teórico sobre o qual se baseou aquele regime. De
outro lado, elementos herdados ainda do período medieval,
como a grande presença da religião no debate político,
Jean Bodin. (França, 1530-1596) Para Bodin, a anarquia é a pior
catástrofe para o homem, e a ordem, a suprema necessidade
humana.
Considerado o primeiro teórico do absolutismo, publicou, em meados do século 16, o seu Six Livres de la République, onde discutiu a questão
da soberania. Segundo ele, a soberania era um poder indivisível.
O rei, portanto, na qualidade de soberano, não poderia partilhar seu poder com ninguém, nem tampouco
estar submetido a outra autoridade. Para Bodin, embora não se
encontrasse submetido nem mesmo às próprias leis que formulava, o soberano estava abaixo da lei divina,
Com seu Leviatã, publicado quase um
século depois do livro de Bodin, Thomas Hobbes também deixou sua contribuição
como teórico do absolutismo. Na visão de Hobbes, em seu estado de natureza e
entregues à própria sorte, os homens devorariam uns aos outros. É por isso,
então, que, por necessidade, fizeram entre si um contrato social que designou um soberano sobre todos os demais, tidos
como súditos. A esse soberano - o rei absolutista, no caso - competiria garantir
a paz interna e a defesa da nação.
Thomas Hobbes (Inglaterra,
Outra obra marcante no
pensamento político moderno é
O Príncipe
, de Nicolau
Maquiavel, escrito no início do
século 16.
O Príncipe
é um
tratado político a respeito das
estruturas do estado moderno.
Nessa obra, Maquiavel discorre
sobre vários temas, sempre
abordando a maneira como o
soberano - chamado de Príncipe
- deve agir para manter seu
reino.
Nicollo Machiavelli ou
Maquiavel foi um pioneiro da ciência política (Itália,
O Estado absolutista típico é a França de
Luís XIV
(1638-1715).
Conhecido como o Rei Sol, a ele é atribuída a frase que
se torna o emblema do poder absoluto:
"O Estado sou eu".
Luís XIV atrai a nobreza para o Palácio de Versalhes, perto de
Paris, onde vive em clima de luxo inédito na história do
Ocidente. Na Inglaterra, no início do século XVI,
Henrique
VIII
, segundo rei da dinastia Tudor, consegue impor sua
autoridade aos nobres com o apoio da burguesia e assume
também o poder religioso. O processo de centralização
completa-se no reinado de sua filha Elizabeth I. No século
XVIII surge o
despotismo esclarecido
, uma nova maneira de
O processo de extinção do absolutismo na Europa
começa na Inglaterra com a
Revolução Gloriosa
(1688), que limita a autoridade real com a Declaração
de Direitos (Constituição), assinalando a ascensão da
burguesia ao controle do Estado. Na França, o
absolutismo termina com a
Revolução Francesa
(1789). Nos outros países europeus, ele vai sendo
derrotado com as
Revoluções Liberais do século
Iluminismo
"O Iluminismo é a saída dos homens do estado
de minoridade devido a eles mesmos.
Minoridade é a incapacidade de utilizar o
próprio intelecto sem a orientação de outro. Essa
minoridade será devida a eles mesmos se não for
causada por deficiência intelectual, mas por falta
de decisão e coragem para utilizar o intelecto
como guia.
'Sapere aude!' 'Ouse usar seu
As principais características do
Iluminismo eram:
•Valorização da razão, considerada o mais importante instrumento
para se alcançar qualquer tipo de conhecimento;
•valorização do questionamento, da investigação e da experiência
como forma de conhecimento tanto da natureza quanto da sociedade, política ou economia;
•crença nas leis naturais, normas da natureza que regem todas as
transformações que ocorrem no comportamento humano, nas sociedades e na natureza;
•crença nos direitos naturais, que todos os indivíduos possuem em
relação à vida, à liberdade, à posse de bens materiais;
•crítica ao absolutismo, ao mercantilismo e aos privilégios da nobreza
e do clero;
•defesa da liberdade política e econômica e da igualdade de todos
perante a lei;
Voltaire: a razão da História
“A humanidade irá cada vez mais
dominar a natureza, numa evolução
constante e progressiva”.
"O que é História",
livro de Vavy Pacheco
A História científica - Agora há uma preocupação com a verdade, com o método, com a análise crítica de causas e conseqüências, tempo e espaço.
Esta concepção se define a partir da mentalidade oriunda das idéias filosóficas que nortearam a Revolução Francesa de 1789.
Goya, "O sono da razão produz monstros", 1797-8
O legado de Voltaire se faz perceber especialmente na defesa da tolerância. Voltaire mostra que desde sua época a intolerância já acontecia muito e principalmente entre as denominações religiosas, como os cristãos, que segundo ele
deveriam dar exemplo de
tolerância ensinando o perdão, mas ele mostra que foram os mais intolerantes de todos os tempos, colocando vários exemplos disso em sua obra Dicionário filosófico,
Os filósofos das Luzes dirigiram críticas, por vezes muito duras, à monarquia francesa e aos cortesãos. Para eles, havia muito a corrigir.
Elias notou que, na segunda metade do século XVIII, o conceito
―civilização‖ exprimia essa crítica: além de anunciar os bons costumes
da convivência cortesã, entendida como exemplo de polidez, o conceito
comportava a tese de que o movimento da sociedade tinha ―leis próprias‖
às quais o governante esclarecido deveria se sujeitar. Os governos monárquicos, porém, nem sempre conheciam e observavam essas leis. Sendo assim, eles podiam comprometer o processo civilizador em curso
e provocar a decadência de suas sociedades. Pensavam os pensadores iluministas que, para proteger a civilização produzida pelas cortes
européias, era necessário reformá-las e continuar a instruir seus
membros. Portanto, eles não propunham um rompimento com o padrão aristocrático, mas pretendiam aperfeiçoá-lo.
A Liberdade Guiando o Povo, por
Eugène Delacroix.
A QUEDA DO ANTIGO REGIME
O início do levante que encerrou de vez a era da sociedade feudal, abrindo
caminho para a
modernidade. A tomada da Bastilha pelas forças populares, a elaboração da Declaração dos Direitos do
Mercantilismo e ascensão da burguesia
O mercantilismo foi, como sabemos, responsável pelo enriquecimento europeu, pela consolidação das monarquias absolutistas, mas foi, igualmente, responsável pela ascensão da burguesia, a qual, a partir dos lucros gerados pela riqueza mercantil, foi-se tornando cada vez mais rica
e independente da prática do Estado.
Assim, configurou-se a natureza contraditória do Estado absolutista. As mesmas práticas que levaram ao seu fortalecimento levaram também à
O século 18 representa, na Europa, o clímax dessa contradição. Existem monarquias poderosas, nas quais o poder do rei confunde-se com a própria essência do Estado, tendo ao lado uma nobreza decadente e cada
vez mais parasitária em relação às regalias que o Estado lhe concede. E há, ao mesmo tempo, uma burguesia rica, já liberta da necessidade de um
Estado para implementar as condições para o seu crescimento.
Essa burguesia ascendente já não aceita mais o absolutismo e a intervenção do Estado na economia, consubstanciada nos princípios mercantilistas, nem os privilégios cada vez mais onerosos da nobreza,
Guerras Napoleônicas
Conflito armado que se estendeu de 1799 a 1815, opondo a quase totalidade das nações da Europa a Napoleão Bonaparte, herdeiro da
Napoleão e a Egiptologia
Napoleão contemplando a múmia do faraó (Planície de
Guizé, 1798)
O Iluminismo europeu
Liberalismo
O Liberalismo é uma doutrina baseada na defesa da liberdade individual, nos campos econômico, político, religioso e intelectual, contra as
ingerências e atitudes coercitivas do poder estatal. Apesar de diversas culturas e épocas apresentarem indícios das ideias liberais, o liberalismo
definitivamente ganhou expressão moderna com os escritos de John Locke (1632 - 1704) e Adam Smith (1723-1790). Seus principais conceitos incluem individualismo metodológico e jurídico, liberdade de pensamento, liberdade religiosa, direitos fundamentais, estado de direito,
Locke rejeitava a doutrina das ideias inatas e afirmava que todas as nossas
idéias tinham origem no que era percebido pelos sentidos. Escreveu o
Ensaio acerca do Entendimento Humano, onde desenvolve sua teoria sobre a origem e a natureza de nossos
conhecimentos.
Dedicou-se também à filosofia política. No Primeiro tratado sobre o governo civil, critica a tradição que afirmava o direito divino dos reis, declarando que a
vida política é uma invenção humana, completamente independente das questões divinas. No Segundo tratado sobre o governo civil, expõe sua teoria do
Estado liberal e a propriedade privada.
Adam Smith, (Escócia, 1723-1790), lançou as bases do liberalismo, como a teoria da
livre concorrÊncia e do livre mercado.
"Ao buscar seu próprio interesse,
o indivíduo freqüentemente
promove o interesse da
sociedade de maneira mais
eficiente do que quando
realmente tem a intenção de
promovê-lo." Defendendo o
valor do interesse individual para
garantir o interesse público,
Adam Smith criou, neste trecho
de sua "
A Riqueza das Nações
",
o conceito de "
mão invisível do
mercado
", fundamental para a
Organização dos Estados Nacionais
Os Estados-Nações, ou propriamente dito países,
surgiram principalmente no fim do século XVIII início
do século XIX. Foram constituídos a partir do
processo de industrialização original e/ou clássica com
mecanismo de divisão do espaço geográfico
internacional estabelecendo uma nova configuração
política e espacial, tudo isso é fruto da burguesia e
revolução industrial que contribuiu para proteger o
Batalha de Mars-La-Tour, 1870.