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Óleos essenciais de Cinnamomum zeylanicum Blume e Plectranthus amboinicus (lour.) Spreng como agentes larvicidas frente as larvas do Aedes aegypti / Essential oils of Cinnamomum zeylanicum Blume and Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng as larvicidas age

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p. 22355-22369 apr. 2020. ISSN 2525-8761

Óleos essenciais de Cinnamomum zeylanicum Blume e

Plectranthus amboinicus (lour.) Spreng como agentes larvicidas frente as

larvas do Aedes aegypti

Essential oils of Cinnamomum zeylanicum Blume and Plectranthus

amboinicus (Lour.) Spreng as larvicidas agents in front of the larvae of

Aedes aegypti

DOI:10.34117/bjdv6n4-413

Recebimento dos originais:20/03/2020 Aceitação para publicação:28/04/2020

Ana Beatriz da Silva dos Santos

Bacharelado em Química Industrial (UFMA)

Instituição: Universidade Federal do Maranhão, Campus Bacanga

Endereço:Av. dos Portugueses, 1966 - Vila Bacanga, São Luís - MA, 65080-805 E-mail: beatrizdasilva0510@gmail.com

Gustavo Oliveira Everton

Mestrado em Saúde e Ambiente (UFMA)

Instituição: Universidade Federal do Maranhão, Campus Bacanga

Endereço:Av. dos Portugueses, 1966 - Vila Bacanga, São Luís - MA, 65080-805 E-mail: gustavooliveiraeverton@gmail.com

Rafael Gustavo de Oliveira Carvalho Júnior

Bacharelado em Química Industrial (UFMA)

Instituição: Universidade Federal do Maranhão, Campus Bacanga

Endereço:Av. dos Portugueses, 1966 - Vila Bacanga, São Luís - MA, 65080-805 E-mail: rafaelgustavo_22@hotmail.com

Paulo Victor Serra Rosa

Bacharelado em Biomedicina pela UNINASSAU São Luís. Instituição: Faculdade UNINASSAU São Luís

Endereço: Rua Zoé Cerveira, n 120 - Bairro: Alemanha, São Luís- MA, Brasil E-mail: paullovictorserra@gmail.com

Ana Patrícia Matos Pereira

Bacharelado em Biomedicina pela Faculdade Estácio São Luís Instituição: Faculdade Estácio São Luís

Endereço: Rua Grande / Oswaldo Cruz, nº 1.455- Bairro: Centro, São Luís- MA, Brasil E-mail: ap.matos11@hotmail.com

Laurilene dos Santos Souza

Bacharelado em Nutrição pela UNINASSAU São Luís Instituição: Faculdade UNINASSAU São Luís

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p. 22355-22369 apr. 2020. ISSN 2525-8761 E-mail: sslaurilene380@gmail.com

Lauriane dos Santos Souza

Bacharelado em Biomedicina pela UNINASSAU São Luís. Instituição: Faculdade UNINASSAU São Luís

Endereço: Rua Zoé Cerveira, n 120 - Bairro: Alemanha, São Luís- MA, Brasil E-mail: sslanes77@gmail.com

Danielly Fonseca

Bacharelado em Biomedicina pela UNINASSAU São Luís Instituição: Faculdade UNINASSAU São Luís

Endereço: Rua Zoé Cerveira, n 120 - Bairro: Alemanha, São Luís- MA, Brasil E-mail: danyfonseca2002@gmail.com

Ericka Cristina Silva Lima

Bacharelado em Biomedicina pela UNINASSAU São Luís Instituição: Faculdade UNINASSAU São Luís

Endereço: Rua Zoé Cerveira, n 120 - Bairro: Alemanha, São Luís- MA, Brasil E-mail: ericka-lima1@outlook.com

Claudio Baltazar de Sousa

Mestrado em Ciência Animal (UEMA) Instituição: Faculdade UNINASSAU

Endereço: Rua Zoé Cerveira, n 120 - Bairro: Alemanha, São Luís- MA, Brasil E-mail: claudio-baltazar@hotmail.com

Mariana Oliveira Arruda

Doutora em Biodiversidade e Biotecnologia (UFMA) Instituição: Faculdade UNINASSAU

Endereço: Av. Oeste Externa, 2220, São Luís- MA, Brasil E-mail: mariana_o.arruda@yahoo.com.br

Victor Elias Mouchrek Filho.

Doutorado em Química Analítica (USP)

Instituição: Universidade Federal do Maranhão, Campus Bacanga

Endereço:Av. dos Portugueses, 1966 - Vila Bacanga, São Luís - MA, 65080-805 E-mail: victor.mouchrek@ufma.br

RESUMO

Este estudo avaliou a atividade larvicida dos óleos essenciais (OE’s) das folhas de

Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng e Cinnamomum zeylanicum Blume frente às larvas

de Aedes aegypti. Extraíram-se os OE’s por hidrodestilação e determinaram-se as propriedades físico-químicas de acordo com a Farmacopeia Brasileira. A toxicidade foi realizada pelo bioensaio de Artemia salina Leach, sendo posteriormente avaliada a atividade larvicida frente ao Aedes aegypti. Calculou-se a CL50 para o ensaio de toxicidade e atividade larvicida frente

às larvas do mosquito a partir do método de Reed- Muench. Para a classificação dos OE’s quanto a sua toxicidade utilizou-se o critério de Dolabela. Para ação dos OE’s houve mortalidade das larvas de Aedes aegypti em concentrações de 10 - 100 mg L-1 e foram

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p. 22355-22369 apr. 2020. ISSN 2525-8761 quantificadas as CL50 de 38,2 mg L-1 e 41,7 mg L-1 para C. zeylanicum e P. amboinicus,

respectivamente. A CL50 obtida para o ensaio de toxicidade foi de 251,2 mg L-1 para C.

zeylanicum e 524,8 mg L-1 para P. amboinicus, permitindo a classificação de ambos os OE’s como atóxico. Os resultados indicam que os OE’s avaliados são compostos por substâncias que possuem um bom efeito larvicida frente ao Aedes aegypti, incentivado assim seu potencial de aplicação.

Palavras-chave: óleo essencial, hortelã-da-folha grossa, canela, larvicida. ABSTRACT

This study evaluated how the drying of Alpinia zerumbet leaves influences the properties of their extracted essential oils (OE's). The leaves of Alpinia zerumbet were collected in São Luís-MA, being dried in a convective air-drying oven at temperatures of 30, 45 and 55 °C. For the extraction of OE's, the hydrodistillation process was used with verification of physicochemical properties, antimicrobial activity and toxicity. Significant differences in the properties of EOs were observed. The temperature of 45 °C allowed the best EO yield, still presenting the best antimicrobial activity and atoxicity. It is concluded that the drying temperature influences the physicochemical and biological properties of the EOs, thus requiring studies such as this one that evaluate the drying as well as how the temperatures influence the properties of the product obtained.

Key-words: Essential oil, thick leaf mint, cinnamon, larvicide. 1. INTRODUÇÃO

As plantas medicinais têm sido usadas durante séculos na medicina tradicional devido a seu efeito terapêutico (GONÇALVES, 2017). No atual cenário, percebe-se a utilização de práticas complementares voltadas à saúde com plantas medicinais empregadas para aliviar ou mesmo curar algumas enfermidades (SZERWIESKI et al., 2017).

Nos últimos anos, ocorre uma atenção considerável aos efeitos biológicos de produtos obtidos de fontes vegetais, entre eles, os óleos essenciais (OE’s) obtidos de plantas aromáticas e seus componentes. Estes têm uma ampla gama de aplicações em etno-medicina, preservação, aromatização de alimentos e fragrâncias e nas indústrias de perfumaria (SHEN et al., 2015).

Os OE’s possuem importantes propriedades biológicas e farmacológicas, como antimicrobiana, inseticida, analgésica e anti-inflamatória. Tais propriedades são atribuídas aos diversos compostos voláteis (ácidos, aldeídos e terpenos) presentes nos OE’s que possuem grande importância por serem considerados compostos altamente bioativos, também denominados fitoalexinos (ALMEIDA 2015).

Além destes, existem os terpenos e fenilpropanóides que são sintetizados por algumas espécies vegetais que podem apresentar propriedades inseticidas e/ou atrativas (alimentação e polinização e alimentação) (VORIS et. al 2017). Estas propriedades se apresentam como

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p. 22355-22369 apr. 2020. ISSN 2525-8761 resposta biológica e são influenciadas por fatores como a genética da planta, água, local de cultivo e solo, assim como tratos culturais, que junto com a herbivoria, também podem influenciar a composição e o teor de OE’s (GONÇALVES, 2017).

Entre as espécies medicinais, Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng. é uma erva pertencente à família Lamiaceae que ocorre naturalmente ao longo dos trópicos e regiões quentes da África, Ásia e Austrália. As espécies desta família possuem importância agrícola, sendo utilizadas em culinária, medicina tradicional, indústria farmacêutica e cosmética (GURGEL 2007).

Esta erva tem propriedades terapêuticas e nutricionais atribuídas aos seus compostos naturais fitoquímicos que são altamente valorizados na indústria farmacêutica. Além disso, tem propriedades hortícolas, devido à sua natureza aromática e capacidade de produção de OE’s. Os extratos originários dessa planta têm evidenciado propriedades antifúngicas, antimicrobianas, inseticida, atividades antileptospirais, atividades antioxidantes, anti-inflamatórias, analgésicas, diuréticas e citotóxicas demonstrando efetividade no tratamento de doenças de pele e suas folhas são usadas topicamente para o tratamento de furúnculos e micoses superficiais (RAJU et al., 2018).

Outra espécie medicinal muito utilizada na culinária e industrias de perfumaria e farmacêutica é a Cinnamomum zeylanicum Blume, que pertence à família Lauraceae e apresenta várias atividades biológicas, dentre elas, propriedades analgésica, séptica, anti-cancro, anti-espasmódico, coagulante, neuroprotector, hepatoprotector, gastroprotector, potenciais de proteção, e antimicrobianos, bem como a sua ação de controle dos níveis de lipídos e cénicas e redução da concentração de colesterol no sangue (ARUMUGAM et al., 2016).

Nas últimas décadas, a utilização de OE's extraídos de diversas plantas mostrara elevado potencial inseticida. Para uma substância química ser tóxica para insetos necessita ter algumas propriedades associadas a esta atividade, como: eficácia em pequenas concentrações, biodegradabilidade, ausência de fitotoxidade e baixa toxidade para animais superiores. Estas são propriedades ideais, mas dificilmente encontram todas essas propriedades reunidas em um único produto (VORIS et. al 2017).

No Brasil, os agentes da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), órgão do Governo Federal, utilizam uma concentração de 100 ppm do inseticida temefós nos locais que servem de criadouros para larvas do mosquito Aedes aegypti. Onde se obtém taxa de mortalidade de 100% (TELES, 2009).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p. 22355-22369 apr. 2020. ISSN 2525-8761 O uso contínuo e indiscriminado de compostos químicos, como os inseticidas sintéticos para o combate do vetor, gera uma pressão seletiva, na qual apenas alguns indivíduos fenotipicamente resistentes sobrevivem a doses letais, perpetuando este fenótipo nas populações futuras, contribuindo para o aumento da frequência da variante genética que confere resistência, além da toxicidade ao ser humano e poluição ambiental (LIMA, 2019).

Em busca por métodos ambientalmente seguros e relativamente baratos para o controle do vetor, os extratos de planta têm recebido muito interesse como potenciais agentes bioativos contra larvas de mosquitos (CHUNG et al., 2010). Conhecido por sua grande capacidade de adaptação, o Aedes aegypti, proveniente da África, disseminou-se pelo mundo a partir do século XVII. Desde esta época, foram documentados casos de doenças provocadas pelo vetor em quase todos os continentes, exceção da Antártida. (GARCEZ, 2013).

Pode-se ainda verificar que nos anos de 2014 e 2015, no Brasil, ocorreu o surgimento de novas doenças chamadas chikungunya e zika transmitidas pelo Aedes aegypti (SILVA et al., 2018), e que crescem de forma exponencial no país, além de se avaliar cerca de 390 milhões de infecções por dengue por ano, dentre os quais 96 milhões com manifestação clínica (BRAHTT, 2013).

O Aedes aegypti é uma espécie de grande relevância para medicina, sendo vetor de doenças como dengue e febre-amarela. O combate ao vetor em sua origem em estado larval acaba por ser uma ótima alternativa para evitar que a dengue não assuma proporções de uma epidemia, visto que não existe vacina para a doença. Desta forma o presente estudo visa avaliar a atividade larvicida e toxicidade dos óleos essenciais extraídos das folhas de P. amboinicus e

C. zeylanicum.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 OBTENÇÃO E PREPARO DAS AMOSTRAS

A coleta dos materiais vegetais utilizados nesta pesquisa foi realizada entre agosto e setembro de 2019. As folhas de P. amboinicus (hortelã-grosso) e C. zeylanicum (canela) utilizadas nesta pesquisa foram adquiridas no Herbário Ático Seabra da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e no Herbário da escola Liceu Maranhense em São Luís (MA), respectivamente, e transportadas para o Laboratório de Pesquisa e Aplicação de Óleos Essenciais (LOEPAV-UFMA), onde as folhas foram secas em estufa FANEM 520 de secagem de ar convectivo a 45 ºC. Posteriormente, sendo trituradas e sua massa mensurada para cálculos posteriores de rendimento.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p. 22355-22369 apr. 2020. ISSN 2525-8761 2.2 EXTRAÇÃO DOS OE’S

Para extração dos OE’s, utilizou-se a técnica conhecida por hidrodestilação, com um extrator de Clevenger, de vidro acoplado a um balão de fundo redondo de 6000 mL acondicionado em manta elétrica como fonte geradora de calor. Foram utilizadas 110,0g das folhas secas de P. amboinicus e 576,5g das folhas secas de C. zeylanicum, adicionando-se água destilada (1:10) em cada espécie. A hidrodestilação foi conduzida a 100°C por 3h recolhendo-se o OE extraído. Cada OE foi seco com Na2SO4 (sulfato de sódio anidro) e

armazenado em uma ampola de vidro âmbar sob refrigeração de 4°C para evitar possíveis perdas de constituintes voláteis.

O rendimento de cada OE foi expresso em porcentagem na relação massa/volume pela medida de densidade. As propriedades físico-químicas do OE foram analisadas quanto a densidade, solubilidade em etanol e índice de refração de acordo com os métodos propostos pela Farmacopeia Brasileira (2019).

2.3 TOXICIDADE

O ensaio de toxicidade procedeu a avaliação da letalidade dos OE’s frente a larvas de

Artemia salina Leach, onde foram preparadas soluções salinas dos OE’s na concentração de

10.000 mg L-1 com 0,02mg de tensoativo (Tween 80). Em seguida, as soluções dos óleos foram diluídas para concentrações de 10, 100 e 1000 mg L-1, e aplicou-as às larvas de Artemia na fase náuplio. Realizou os controles negativos necessários e como controle positivo utilizou-se dicromato de potássio (K2Cr2O7). Após 24h de exposição das larvas nas soluções diluídas de

OE, realizou-se a contagem das larvas vivas, considerando-se mortas aquelas que não se movimentaram durante a observação e nem com a leve agitação do frasco.

O critério adotado para classificação da toxicidade dos OE’s foi estabelecido por Dolabela (1997), sendo considerado produto altamente tóxico quando CL50 ≤ 80 mg L-1,

moderadamente tóxico para 80 mg L-1 ≤ CL50 ≥ 250 mg L-1 e levemente tóxico ou atóxico

quando CL50 ≥ 250 mg L-1.

2.4 OBTENÇÃO DAS LARVAS E ATIVIDADE LARVICIDA

As larvas de Aedes Aegypti foram obtidas utilizando o método de coleta de armadilha de oviposição (Ovitrampa) desenvolvido por Fay & Eliason (1966) e padronizado pelo Instituto Osvaldo Cruz (MENEZES, 2014) para captura de larvas do mosquito no Campus Bacanga da Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p. 22355-22369 apr. 2020. ISSN 2525-8761 Para realização deste método, utilizaram-se vasos usados no cultivo de plantas, com volume aproximado de 500 mL com furos na borda. Cada vaso continha três placas de Eucatex, palhetas de madeira rugosa, (3cm x 13cm x 0,5cm) como substrato de oviposição, presas verticalmente por clipes de metal. Cada armadilha recebia 300 mL de água corrente e 1mL de solução de levedo de cerveja (6g 50mL-1) para atrair o mosquito. As armadilhas foram

expostas, e semanalmente recolhidas encaminhadas ao Laboratório de Pesquisa e Aplicação de Óleos Essenciais (LOEPAV/UFMA) para prosseguimento das análises.

Para o ensaio de atividade larvicida, o OE foi diluído em solução aquosa de dimetil sulfóxido 2% (DMSO) nas concentrações: 100, 70, 50, 30, 20 e 10 mg L-1. As larvas foram separadas com o auxílio da pipeta de Pasteur e colocadas em papel de filtro para a remoção do excesso de água e posteriormente, distribuíram-se 10 larvas em béqueres de vidro contendo 20 ml das diluições. Como controle utilizou-se água e DMSO 2%. Após o período de 24h foi realizada a contagem de larvas mortas e vivas.

2.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA

A análise estatística para o ensaio de toxicidade e atividade larvicida é realizada de acordo com o método de Reed&Muench (1938). A partir da tabela contendo os dados de mortalidade para cada concentração testada, é construído um gráfico onde se observa uma curva para o acúmulo de animais mortos em cada log da concentração e outra curva para o acúmulo de sobreviventes. O ponto de intercessão entre as curvas é a Concentração Letal 50% (CL50), pois nesse ponto o número de animais sobreviventes é igual ao número de animais

mortos (COLEGATE&MOLYNEUX, 1993).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 1 são apresentadas as Concentrações Letais 50% referentes a ação dos OE’s frente a Artemia salina L. e sua posterior classificação segundo o critério de Dolabela (1997).

Tabela 1– Concentração Letal 50% para ação dos OE’s a frente a Artemia salina L. e classificação

OE Log da intersecção das

curvas Concentração (CL50) mg L-1 Classificação P. amboinicus 2,72 524,8 Atóxico C. zeylanicum 2,4 251,2 Atóxico

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p. 22355-22369 apr. 2020. ISSN 2525-8761 Foi possível observar que os OE’s foram classificados como atóxicos, logo, suas aplicações podem ser relativamente aceitáveis. A CL50 do OE de C. zeylanicum foi encontrada

próximo ao log de 2,4 no presente estudo. Resultado semelhante foi encontrado por Reis (2012) que encontrou um log igual a 2,21 com uma CL50 de 162,1mg L-1 considerada

moderadamente tóxica. Na literatura, a CL50 do OE P. amboinicus ainda se encontra restrita,

mas Ferreira (2015) relatou baixa toxicidade para este OE em suas pesquisas.

Segundo Forbes e Forbes (1994) o teste de toxicidade tem como finalidade avaliar ou prever os efeitos tóxicos nos sistemas biológicos e dimensionar a toxicidade relativa das substâncias. Para realização deste ensaio, é comum utilizar Artemia salina pois é uma espécie de fácil manipulação em laboratório e de baixo custo econômico. O bioensaio de toxicidade com Artemia salina consiste na estimativa da concentração de uma substância através da medida de uma resposta biológica, na qual existe apenas um parâmetro envolvido: vida ou morte. O ensaio de letalidade permite a avaliação da toxicidade aguda e, portanto, é considerado essencial como bioensaio preliminar no estudo de compostos com potencial atividade biológica (REIS, 2012).

Na Figura 1 são apresentados os gráficos log da concentração versus os acumulados de mortos e vivos, segundo o método Reed-Muench, frente ao Aedes aegypti para ação dos OE’s.

Figura 1- Gráficos log da concentração versus os acumulados de mortos e vivos, segundo o método

Reed-Muench, frente ao Aedes aegypti para ação dos OE’s (a) P. amboinicus (b) C. zeylanicum

Na Tabela 2 é apresentada a CL50 referente a ação de cada OE às larvas do Aedes

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p. 22355-22369 apr. 2020. ISSN 2525-8761

Tabela 2– Concentração Letal 50% para ação dos OE’s a frente ao Aedes aegypti

OE Log da intersecção das curvas Concentração

(CL50) mg L-1

P. amboinicus 1,62 41,7

C. zeylanicum 1,58 38,2

Observou-se através da Tabela 2 que o OE P. amboinicus apresentou a CL50 de 41,7

mg L-1 frente as larvas do mosquito Aedes aegypti, incentivando seu potencial de aplicação

larvicida. A literatura confirma o potencial desse OE, Huang et al. (2019) ao avaliarem a atividade larvicida do OE de P. amboinicus coletada em Daan, Taipei, Taiwan, observaram ação larvicida contra larvas do mosquito Aedes aegypti apresentando uma CL50 de 42,90 mg

L-1 semelhante a encontrada neste estudo.

Na Tabela 3, também é possível observar que o OE C. zeylanicum apresentou a CL50

de 38,2 mg L-1 frente as larvas do mosquito Aedes aegypti, incentivando seu potencial de aplicação larvicida. A literatura confirma o potencial desse OE, Warikoo et al. (2011) ao avaliarem a atividade larvicida do OE de canela comercial observou ação larvicida do seu produto contra cepas indianas de larvas do mosquito Aedes aegypti.

A atividade larvicida de um OE é principalmente atribuida a sua constituição quimica. Para o OE P. amboinicus, Huang et al. (2019) caracterizaram quimicamente o OE testado através da análise CG-EM e o constituinte principal do P. amboinicus foi o carvacrol, o que representou 61,53% do total de OE, reafirmado por outros autores permitindo então a atribuição do potencial larvicida a seu constituinte majoritário.

No OE C. zeylanicum, a atividade larvicida também foi atribuída ao componente majoritário do OE, caracterizado por Castro&Lima (2013) que através da análise CG-EM identificaram 17 componentes presentes no OE de C. zeylanicum, entre os fitoquímicos, o eugenol foi apresentado como o principal componente, respondendo por 73,27% dos constituintes seguido pelo trans- β- cariofileno (5,38%) e benzoato de benzila (4,04%). A ação do eugenol frente as larvas do mosquito, pode ser atribuída ao seu forte potencial anestésico, que é dado em quatro estágios, sendo o primeiro caracterizado pela diminuição do movimento opercular e o último, pela perda total da reação, comprovado através de testes em peixes de água doce por Oliveira et. al (2019).

Em outros estudos realizados com o objetivo de combater o Aedes aegypti, também foram encontrados OE’s com potencial larvicida. Sousa (2019) ao avaliar espécies de citrus

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p. 22355-22369 apr. 2020. ISSN 2525-8761 encontrou uma CL50 de 69,71mg L-1 para Citrus x aurantifolia (limão Galego). Outros autores

também notificaram OE’s de diversas espécies capazes de eliminar o vetor, como os OE’s de

Piper duckei (manjericão vermelho) com CL50 de 80,32 mg L-1 (FRANÇA et al. 2019), P.

dioica com CL50 de 105 mg L-1 (VORIS, 2017), e Menta piperita L., que pertence à mesma

família de P. amboinicus, com CL50 de 111,9 mg L-1 (KUMAR et al., 2011).

O potencial tóxico dos OE’s e os seus compostos frente ao Aedes aegypti pode variar significativamente de acordo com os fatores intrínsecos e extrínsecos, espécies de plantas, partes de plantas, idade de fabricação, quimiotipos e as condições geográficas (tal como temporada de ocorrência, precipitação, porcentagem de umidade, temperatura, luz solar, e altitude), em que a planta foi recolhida, a fonte de larvas, e os métodos utilizados, em geral, para induzir diferentes respostas larvais (DIAS; MORAES, 2014).

De acordo com Dias&Moraes (2014), a atividade larvicida dos compostos é classificada segundo critérios baseados em concentrações letais. Os óleos que apresentarem CL50 superior a 100 mg L-1 devem ser considerados não ativos. Para serem considerados

ativos, os OE’s devem apresentar CL50 inferior a 100 mg L-1 e altamente ativos quando os

valores de CL50 forem inferiores a 50 mg L-1, confirmando assim o alto potencial larvicida dos

OE’s avaliados no presente estudo que são considerados altamente ativos.

4. CONCLUSÃO

Através dos resultados obtidos na avaliação da toxicidade e atividade larvicida, conclui-se que ambos OE’s avaliados são compostos por substâncias que propiciam e incentivam suas aplicações em virtude de seus potenciais para atividade biológica larvicida.

REFERÊNCIAS

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