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GLOBAL SCIENCE AND TECHNOLOGY (ISSN )

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PROBLEMÁTICA DO DESCARTE INADEQUADO DE PILHAS E BATERIAS DE CELULAR NO MUNICÍPIO DE PIRES DO RIO – GO: UMA ANÁLISE DAS

PERCEPÇÕES REVELADAS POR CONSUMIDORES E VENDEDORES Marina do Prado Scaramel1, Guilherme Malafaia1, Aline Sueli de Lima Rodrigues1* Resumo: O descarte de pilhas e baterias usadas é um problema de ampla magnitude, sobretudo, por que esses produtos podem conter elementos tóxicos, como cádmio, mercúrio e chumbo, fazendo com que seu descarte precise ser controlado. No presente trabalho estudou-se a percepção da problemática relativa a esestudou-ses resíduos junto à população. Os dados foram coletados por meio de um questionário aplicado com 27 vendedores de lojas de telefonia de celular, localizadas em áreas comerciais da cidade de Pires do Rio – GO, 50 consumidores não-estudantes (clientes dessas lojas) e 50 consumidores estudantes, matriculados em cursos oferecidos pelo Instituto Federal Goiano – Campus Urutaí. Os resultados demonstram que a população estudada tem conhecimento sobre os prejuízos ambientais e à saúde decorrentes do descarte indevido das pilhas e baterias de celular usadas; reconhecem a importância de se destinar corretamente esses resíduos, mas apresentam comportamento e atitudes contraditórias, visto que muitos admitem jogar tais resíduos diretamente no lixo doméstico; os vendedores, em sua maioria, não repassam aos seus clientes informações sobre a destinação correta dos produtos pós-consumo e a grande maioria dos entrevistados desconhece a resolução CONAMA n°. 401/2008. Além disso, observa-se claramente o descumprimento dos aspectos legais contidos nessa resolução, por parte dos estabelecimentos comerciais visitados. Palavras-chaves: percepção ambiental; pilhas e baterias usadas; resíduos perigosos; Resolução CONAMA.

PROBLEM OF IMPROPER DISPOSAL OF BATTERIES AND BATTERY CELL IN THE CITY OF PIRES DO RIO, GO: AN ANALYSIS OF PERCEPTIONS REVEALED

BY CONSUMERS AND SELLERS

Abstract: The discharge of used batteries and piles is a problem of great magnitude, mainly because these products may contain toxic elements such as cadmium, mercury and lead; so their disposal must be controlled. We studied the perception of the population about issues relating to those products. Data were collected through a questionnaire administered to 27 vendors of mobile phone located in shopping areas of Pires do Rio-GO, 50 no-student consumers (customers of these stores) and 50 student consumers enrolled in courses offered by Instituto Federal Goiano – Campus Urutaí. The results showed that the population is aware about the environmental and health damage resulting from incorrect disposal of used batteries and piles, recognize the importance of this waste being sent correctly, but have conflicting attitudes and behavior, because many discard such products directly in household waste, the vendors, in their majority, do not pass on to their customers about the correct disposal of products post-consumer and the vast majority of respondents is unaware of the Resolution CONAMA n. 401/2008. Moreover, there is clearly the noncompliance of the legal aspects contained in resolution by the shops visited.

Keywords: environmental perception; used piles and batteries; hazardous waste; Resolution CONAMA.

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1.Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano – Campus Urutai. Rodovia Geraldo Silva Nascimento Km 2,5,

Zona Rural. Urutai (GO). CEP.: 75790-000. *E-mail: aline@degeo.ufop.br. Autor para correspondência. Recebido em: 15/04/2010. Aprovado em: 15/12/2010.

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INTRODUÇÃO

Atualmente, muito se tem discutido sobre a problemática dos resíduos sólidos (RS), principalmente, quando se trata de resíduos perigosos, que quando não gerenciados adequadamente, representam riscos sanitários e ambientais. Dois tipos de RS presentes no lixo urbano e para os quais se tem buscado, através de normas legais, disciplinar seus descartes e gerenciamento, são as pilhas e baterias usadas.

A destinação final inadequada destes produtos pós-uso pode provocar profundos efeitos prejudiciais ao meio ambiente e a saúde, sendo necessário reconhecer a potencialidade destes impactos. As pilhas e as baterias possuem em sua composição diversos elementos perigosos e tóxicos, em vários níveis e formas, tais como os metais pesados (FURTADO, 2004; GOMES & MELO, 2006).

Ao serem dispostos no solo, ao longo do tempo, tais resíduos se deterioram e seus componentes espalham-se e infiltram-se, podendo provocar a contaminação dos solos e lençóis freáticos e afetar a saúde dos seres vivos, sobretudo, por que o tempo de permanência dos metais pesados no ambiente pode ser muito elevado, incorporando-se no decorrer dos anos à cadeia alimentar, gerando sérias consequências. Algumas substâncias que fazem parte da composição química das pilhas e baterias são potencialmente perigosas, especificamente, o cádmio (Cd), o mercúrio (Hg) e o chumbo (Pb).

De acordo com o Instituto de Pesquisa Tecnológica – IPT (IPT, 2010), cerca de 1% do lixo urbano é constituído por RS que contém elementos tóxicos. Esses resíduos são provenientes, na maioria das vezes, de lâmpadas fluorescentes, termômetros, latas de inseticidas, e de pilhas e baterias usadas, entre outros produtos que a população joga no lixo sem, no entanto, saber que estes se tratam de resíduos perigosos que contêm elementos tóxicos, ou ainda por não terem alternativa para o descarte dos mesmos.

A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica – ABINEE – estima que

cerca de 40% das pilhas e baterias vendidas no país são ilegais, ou seja, não seguem as normas técnicas e os padrões brasileiros, possuindo quantidades de substâncias tóxicas além do permitido pela legislação vigente, o que inviabiliza o descarte em lixo comum (ABINEE, 2009).

No Brasil, até a década de 1990 pouco se cogitava sobre a questão da contaminação ambiental e sobre os prejuízos à saúde das populações devido ao descarte indevido de pilhas e baterias usadas. Contudo, à medida que se foi verificando um aumento no consumo desses produtos, foi lançada, em 30 de junho de 1999, a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA – que estabelecia a obrigatoriedade de procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final ambientalmente adequado para pilhas e baterias que contivessem em suas composições, especialmente, Hg, Pb e Cd (CONAMA, 1999).

Embora importante e necessária, com o tempo, verificou-se que tal medida legal mostrou-se insuficiente para solucionar, na prática, o problema em torno do descarte incorreto desses RS. Dessa forma, em 4 de novembro de 2008 foi editada a Resolução CONAMA nº 401, a qual impõe regras mais restritivas em relação à composição das pilhas e baterias e ao que concerne ao seu descarte final após o uso. Além disso, tal resolução pretende dar mais efetividade à responsabilidade pós-consumo dos fabricantes e importadores de pilhas e baterias (CONAMA, 2008).

Neste contexto, considerando a existência de uma legislação mais rigorosa em se tratando da temática “pilhas e baterias” e diante do crescimento da venda e do consumo de equipamentos eletrônicos dependentes de pilhas e baterias para o seu funcionamento, assim como os danos ao meio ambiente e à saúde pública causados pelo descarte indevido destes materiais, torna-se necessário compreender a dinâmica envolvida no descarte destes resíduos após a sua utilização.

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Partindo-se desse pressuposto, este trabalho teve como objetivos específicos: i) verificar a conscientização ambiental dos vendedores de lojas de telefonia celular em relação aos danos sobre o meio ambiente e à saúde pública resultantes do descarte indevido de baterias de celular; ii) analisar as atitudes dos vendedores de lojas de telefonia de celular quanto à conscientização ambiental do público consumidor; iii) avaliar a percepção do problema do descarte indevido de pilhas e baterias de celular pela população consumidora (composta por estudantes e não-estudantes); iv) avaliar o grau de conhecimento dos vendedores de telefonia celular e dos consumidores de pilhas e baterias acerca da Resolução CONAMA específica sobre o tema; e por fim, v) analisar, sob diferentes instâncias (vendedores e consumidores), a relação entre a venda de pilhas e baterias de celular, o consumo destes materiais e o problema ambiental resultante do descarte indevido destes resíduos.

MATERIAL E MÉTODOS

Tipo de estudo e sujeitos investigados O presente trabalho trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório, que envolveu diferentes instâncias ligadas ao tema “venda/consumo e descarte de pilhas e baterias de celular”.

Os sujeitos da pesquisa foram vendedores de lojas que comercializam equipamentos de telefonia celular (localizadas em diferentes áreas comerciais do município de Pires do Rio, sudeste do Estado de Goiás – Figura 1), clientes de lojas de telefonia celular (classificados como consumidores não-estudantes1) e consumidores estudantes, alunos regularmente matriculados em variados

cursos oferecidos pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano –

Campus Urutaí (IF Goiano – Campus Urutaí).

Optou-se por obter uma amostra dirigida, uma vez que o interesse era a população diretamente relacionada ao consumo (nesse caso, clientes de lojas e estudantes) e à venda de pilhas e/ou baterias de celular (nesse caso, os vendedores). Vale ressaltar que, apenas indivíduos maiores de 18 anos participaram da pesquisa.

Instrumento para a coleta de dados

Nesta pesquisa, utilizou-se como instrumento de coleta de dados um questionário estruturado por questões discursivas e objetivas, do tipo reflexivo, no qual os participantes puderam responder não apenas às questões que lhes foram propostas, mas também se deparar com questões provocativas, que lhes deram a oportunidade de refletir acerca de suas atitudes e de seus conceitos sobre a problemática relacionada à venda e a destinação final de pilhas e/ou baterias de celular usadas.

O questionário aplicado junto aos vendedores de lojas de telefonia celular foi elaborado com base no estudo de Caixeta (2006). Já a elaboração do questionário aplicado junto aos consumidores estudantes ou não, deu-se com base no trabalho de Reidler e Günther (2002) e de outros estudos disponíveis na literatura. No caso específico dos vendedores e consumidores não-estudantes, os questionários foram aplicados nas lojas de telefonia celular, onde se encontravam os respectivos sujeitos da pesquisa. Já os consumidores estudantes responderam ao questionário na sala de aula, durante horário regular previsto no calendário escolar do IFGoiano – Campus Urutaí.

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1Essa classificação foi adotada apenas para diferenciar esses grupos de indivíduos consumidores do grupo de indivíduos

matriculados em um dos cursos oferecidos pelo IF Goiano – Campus Urutaí. Isso não quer dizer que no grupo dos consumidores não-estudantes não possam haver indivíduos regularmente matriculados em alguma instituição de ensino.

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Figura 1 - Localização geográfica da área de estudo. Fonte: DIAS (2008). Análise e apresentação dos dados

Para a análise das respostas obtidas das questões objetivas, utilizou-se um padrão de contagem e aplicação de percentual, sendo os resultados apresentados em forma de gráficos. Para as questões objetivas com mais de uma resposta, foi utilizado o método de contagem/pontuação por incidência, sendo apresentado nos gráficos o número de vezes em que a mesma alternativa/resposta foi assinalada. Para as questões discursivas foram utilizadas planilhas, onde os conceitos e palavras-chaves foram analisados conforme sua incidência.

Considerações éticas

Todas as questões éticas, necessárias ao desenvolvimento de pesquisas envolvendo seres humanos foram cumpridas, conforme regulamenta a Resolução do Conselho Nacional de Saúde – CNS – nº. 196 de 10 de outubro de 1996 (BRASIL, 1996). Além disso, durante a execução deste estudo, as seguintes preocupações foram levadas em consideração: i) foi realizada a leitura e solicitada a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) dos participantes da pesquisa (vendedores, consumidores estudantes ou não); ii) a coleta de dados foi realizada apenas pela primeira autora sob a orientação e supervisão dos

demais autores; iii) houve proteção do banco de dados durante o período da pesquisa, sob a guarda dos autores e iv) foi guardado em sigilo absoluto todas as informações coletadas, tendo sido resguardada a privacidade dos participantes na apresentação dos resultados e assegurada a garantia de que nenhum dado fosse apresentado de forma individual, mas sim, coletivamente. Além disso, há um compromisso de retornar os resultados obtidos ao órgão público responsável pelo gerenciamento dos RS da cidade de Pires do Rio – GO e a quem interessar.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Perfil da população estudada

Neste estudo, participaram da pesquisa um total de 27 vendedores de lojas de telefonia celular, 50 consumidores de pilhas e/ou baterias não-estudantes (clientes das lojas convidados a participarem da pesquisa) e 50 consumidores estudantes. Conforme apresentado na Figura 2A, a maioria dos entrevistados apresentou faixa etária entre 18 e 30 anos. Quanto ao gênero dos entrevistados, observou-se uma predominância do sexo feminino apenas no grupo dos vendedores de loja de telefonia celular (Figura 2B).

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Figura 2 - (A) Faixa etária (anos) e (B) sexo dos participantes da pesquisa. Legenda: V: vendedores; CE: consumidores estudantes; CNE: consumidores não-estudantes.

Quanto ao grau de escolaridade dos indivíduos participantes da pesquisa, observou-se que no grupo dos vendedores, a maioria dos entrevistados (55,6%) relatou que possui o Ensino Médio completo (etapa final da educação básica) e apenas 7,4% deles disseram ter concluído algum curso superior. Por outro lado, no grupo dos consumidores não-estudantes, observou-se um índice maior de entrevistados concluintes de algum curso superior (26%) e também um maior índice de

concluintes apenas do Ensino Fundamental (8%), em relação ao grupo dos vendedores (Figura 3A). Já em relação ao grupo dos consumidores estudantes, observou-se que a maioria deles estava regulamente matriculada no curso superior de Tecnologia em Gestão Ambiental (84%), seguido pelos cursos de Ciências Biológicas e Agronomia, ambos classificados em segundo lugar com 4% cada

(Figura 3B).

Figura 3 - (A) Grau de escolaridade dos participantes da pesquisa e (B) cursos nos quais os consumidores estudantes estavam regulamente matriculados. Legenda: EFC: Ensino Fundamental Completo; EFI: Ensino Fundamental Incompleto; EMC: Ensino Médio Completo; EMI: Ensino Médio Incompleto; ESC: Ensino Superior Completo; ESI: Ensino Superior Incompleto; TGA: Curso superior em Tecnologia em Gestão Ambiental; TA: Tecnologia em Alimentos; TADS: Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas; TI: Tecnologia em Irrigação e Drenagem; TR: Técnico em Sistema de Informação; CB: Licenciatura em Ciências Biológicas; AGRO: Bacharelado em Agronomia.

Especificamente sobre os vendedores, a maioria dos entrevistados (62,9%) relatou ter uma experiência de 2 a 5 anos no ramo da venda de telefonia celular.

Resultados das entrevistas com os vendedores

Com o intuito de extrair informações específicas dos vendedores quanto à venda de aparelhos que exigem pilhas e/ou baterias

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para o seu funcionamento, bem como verificar a percepção dessa população amostral sobre a venda, descarte de pilhas e baterias usadas, assim como sobre suas consequências à saúde humana e ambiental, buscou-se analisar as respostas dos participantes a 13 perguntas.

Quando perguntados sobre quantos aparelhos que utilizam pilhas ou baterias, os vendedores vendiam diariamente, e sobre a frequência com que essas pilhas ou baterias deveriam ser trocadas, respectivamente, 44,4% dos vendedores responderam que em média são vendidos, por dia, até 5 aparelhos, sendo que 59,2% dos entrevistados afirmaram que as pilhas ou baterias desses aparelhos são trocadas anualmente. Por outro lado, quando indagados se os clientes, ao comprarem um aparelho, solicitam alguma informação sobre as pilhas e/ou baterias, 96,3% dos entrevistados responderam que “sim”, sendo as informações mais solicitadas às relativas ao tempo de carga e duração da bateria (ambas respondidas por 66,6% dos entrevistados).

Ao serem indagados sobre se há algum problema em descartar pilhas e/ou baterias usadas em lixos comuns, observou-se que grande parte dos entrevistados tem consciência das consequências prejudiciais do descarte indevido desses RS (62,9%) sobre o meio ambiente e a saúde pública (44,4%). No entanto, quando os vendedores foram perguntados se no momento da venda de algum aparelho eles recomendam aos seus clientes que não joguem pilhas e/ou baterias em lixos comuns, 70,4% dos entrevistados disseram que esse tipo de informação não é transmitida aos clientes. Além disso, 48,1% disseram que a loja onde trabalham não tem o hábito de recolher pilhas e/ou baterias usadas e 100% declararam desconhecer programas de reciclagem ou recolhimento de pilhas e baterias na cidade.

O presente estudo também investigou se os vendedores conheciam a legislação nacional vigente que trata do descarte de pilhas e baterias usadas – Resolução CONAMA nº 401 de 2008. Sobre este aspecto, apenas 5% dos entrevistados

afirmaram conhecer tal resolução. Em adição, os vendedores foram perguntados se algum fabricante de baterias e/ou pilhas já esteve na loja para recolher as pilhas e/ou baterias usadas e se o vendedor sabe de quem é a responsabilidade de recolher tais produtos usados. Quanto ao primeiro questionamento, os resultados obtidos revelam que a maioria dos vendedores afirmou (66,6%) que durante o período em que trabalham na loja, nenhum fabricante de baterias e/ou pilhas esteve na loja para recolher tais produtos pós-uso. Quanto à segunda pergunta 59,2% afirmaram que a responsabilidade do recolhimento das pilhas e/ou baterias usadas é dos fabricantes dos produtos, 25,9% acreditam que a responsabilidade é da prefeitura municipal e 14,9% disseram ser o Ministério Público o responsável pela coleta desses RS.

Finalizando as entrevistas, os vendedores foram perguntados sobre o que poderia ajudar na conscientização dos consumidores sobre a importância de destinar corretamente as pilhas e/ou baterias usadas. Em resposta a este questionamento, observou-se que as sugestões mais, frequentemente, citadas pelos entrevistados foram: i) a criação de postos de recolhimentos desses RS; ii) criação de cartilhas explicativas sobre os prejuízos do descarte indevido desses RS e a iii) necessidade dos vendedores esclarecerem e sugerirem aos clientes sobre os perigos do descarte indevido desses RS e que os mesmos devam ser entregues em postos e lojas que realizam a sua coleta.

Resultados das entrevistas com os consumidores

No que tange à aplicação dos questionários aos consumidores, as perguntas envolveram questões relativas ao consumo de aparelhos que necessitam de pilhas e/ou baterias, os motivos que levam ao consumo, bem como perguntas relativas à percepção da temática “descarte indevido de RS”, incluindo aspectos da Resolução do CONAMA e gerenciais.

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Quando perguntados sobre qual era o número de aparelhos eletrônicos dependentes de pilhas e/ou baterias para funcionarem (excluindo os celulares) que cada indivíduo possuía no momento da entrevista, observou-se que o grupo dos consumidores não-estudantes foi o que apresentou maior número de aparelhos por indivíduo (34% dos entrevistados afirmaram ter entre 4 e 5 aparelhos e 64,4% um número acima de 5) (Figura 4A).

Especificamente sobre os aparelhos de celulares, observou-se que a maioria dos

consumidores estudantes possuía na época da pesquisa no máximo 3 aparelhos e a maioria dos não-estudantes, um número acima de 5 (Figura 4B). No entanto, quando indagados sobre a frequência com que as pilhas e/ou baterias de seus aparelhos são trocadas (incluindo celulares e outros aparelhos eletrônicos), a maioria dos consumidores estudantes (52%) e 28% dos consumidores não-estudantes afirmaram desconhecer tal frequência (Figura 4C).

Figura 5 - (A) Número de aparelhos eletrônico dependentes de pilhas e/ou baterias, por pessoa (B), número de aparelhos celulares por indivíduo investigado e (C) frequência com que as baterias e/ou pilhas desses aparelhos são trocadas. Legenda: S: semanal; M: mensal; ST: semestral; A: anual e NSR: não soube responder. Os consumidores também foram

indagados sobre a frequência com que trocam de aparelhos celulares, bem como sobre os fatores determinantes que os levam a realizarem tal troca. Os resultados obtidos mostram que a maioria dos consumidores estudantes (60%) e metade dos não-estudantes trocam de celular em um intervalo

de tempo superior a 2 anos. 30% e 20% desses últimos consumidores trocam de celular anualmente ou de 2 em 2 anos, respectivamente (Figura 6A). Já quanto aos fatores determinantes que justificam as trocas de aparelhos celulares, revelados pelos consumidores entrevistados, os mais citados são expressos na Figura 6B.

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Figura 6 - (A) Frequência com que os consumidores trocam de aparelho celular e os (B) fatores que determinam a troca desses aparelhos. Legenda: i) desgaste (envelhecimento) natural do aparelho; ii) acompanhamento da modernidade e avanço tecnológico; iii) prazer de ter um celular novo; iv) necessidade de comunicação; v) emprego e vi) outros. O somatório do número de vezes em que as respostas foram citadas excede o número total de entrevistados, pois alguns indivíduos deram mais de uma resposta à pergunta.

Quando perguntados especificamente sobre qual é o destino dado às pilhas e/ou baterias depois de usadas, grande parte dos consumidores (estudantes ou não) revelou que descarta esses RS em lixos domésticos (comuns), juntamente com os resíduos gerados no dia-a-dia nas residências, como materiais orgânicos e os potencialmente recicláveis. Além disso, 30% dos consumidores estudantes afirmaram que levam tais RS às lojas onde compraram seus aparelhos e 24% relataram que mantém esses resíduos armazenados em casa. A Figura 7A ilustra o número de vezes em que essas respostas foram citadas. Já alguns

consumidores não-estudantes afirmaram que têm o hábito de enterrar as pilhas e/ou baterias usadas, bem como de jogar esses RS nas ruas. Contudo, mesmo apresentando hábitos incorretos no que se referem ao descarte das pilhas e/ou baterias usadas, a grande maioria dos consumidores entrevistados (estudantes ou não), revelou ter ciência de que o descarte incorreto desses RS tem sérias implicações para a saúde humana e ambiental (Figura 7B). Além disso, os entrevistados foram unânimes em afirmar que a implantação de um sistema de recolhimento de pilhas e baterias usadas na cidade de Pires do Rio – GO é de extrema importância.

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Figura 7 - (A) Respostas dadas pelos estudantes sobre qual é o destino dado às pilhas e/ou baterias usadas e (B) opinião dos entrevistados sobre haver ou não algum problema quanto ao descarte incorreto de pilhas e/ou baterias usadas. Legenda: NH: não há problema em descartar incorretamente pilhas e/ou baterias usadas; NSR: não soube responder; PA: há problema de ordem ambiental; PSP: há problema relacionado à saúde pública; PE: há problema de ordem estética; PC: há problema de ordem econômica e PV: há problema de ordem visual. O somatório do número de vezes em que as respostas foram citadas excede o número total de entrevistados, pois alguns indivíduos deram mais de resposta à pergunta.

Quando solicitados a explicitarem suas opiniões acerca da importância da reciclagem de pilhas e/ou baterias usadas, observou-se que enquanto no grupo dos consumidores estudantes as respostas mais citadas estiveram relacionadas aos benefícios ambientais e aos relacionados à saúde pública, em face da menor contaminação do ambiente pelos elementos tóxicos contidos

nestes RS, no grupo dos consumidores não-estudantes, as respostas mais citadas estiveram relacionadas aos benefícios econômicos (voltados à economia de geração de matéria-prima) seguida dos benefícios à saúde pública (Figura 8).

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Figura 8 - Opinião dos consumidores sobre a importância da reciclagem de pilhas e/ou baterias usadas. Legenda: NSR: não soube responder; ECA: evita problemas de contaminação ambiental; EPSP: evita problemas relacionados à saúde pública; EMP: economiza matéria-prima. O somatório do número de vezes em que as respostas foram citadas excede o número total de entrevistados, pois alguns indivíduos deram mais de uma opinião sobre a importância da reciclagem de pilhas e/ou baterias usadas.

Outros três resultados que chamam a atenção dizem respeito ao conhecimento dos consumidores acerca da constituição das pilhas e baterias, sobre a Resolução CONAMA nº. 401 de 2008 e sobre a responsabilidade da coleta e destinação final desses resíduos.

Quando perguntados se conheciam quais são os componentes de uma pilha ou bateria, 68% dos consumidores estudantes e 78% dos não-estudantes, afirmaram desconhecer a composição desses produtos. Quanto à Resolução CONAMA nº. 401 de 2008, 74% dos consumidores estudantes e 82% dos não-estudantes afirmaram que desconhecem as normas e as diretrizes estabelecidas nesta resolução. Já a responsabilidade da coleta e da destinação final das pilhas e/ou baterias usadas foi atribuída por 46% e 6% dos consumidores estudantes, respectivamente, ao fabricante de tais produtos e à prefeitura municipal de Pires do Rio-GO. O restante não soube responder a tal questão (48%).

Por outro lado, no grupo dos consumidores não-estudantes, apesar de também verificado alto percentual de consumidores (46%) que revelaram desconhecer de quem é a responsabilidade da

coleta e da destinação final das pilhas e baterias usadas, 40% desses consumidores afirmaram serem os fabricantes os responsáveis, 10% o Ministério Público, 2% a Prefeitura Municipal e outros 2% a Vigilância Sanitária.

Por fim, foi perguntado aos entrevistados como eles se sentem enquanto consumidores de aparelhos que requerem pilhas e/ou baterias para funcionarem, sendo também solicitados por sugestões para a divulgação do descarte correto de pilhas e/ou baterias usadas em Pires do Rio – GO. Sobre a primeira questão, a maioria dos consumidores entrevistados (estudantes ou não) se considera ciente dos prejuízos à saúde e ao meio ambiente que o descarte incorreto de pilhas e/ou baterias usadas pode causar ou preocupada com a preservação do meio ambiente (Figura 9A).

Quanto às sugestões, conforme é possível notar na figura 9B, a realização de propagandas publicitárias (através de jornais, revistas, rádio e/ou televisão), informando aos consumidores a importância do descarte correto de pilhas e/ou baterias usadas, bem como ressaltando os prejuízos do descarte indevido desses RS, foi a sugestão mais citada pelos consumidores entrevistados

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(estudantes ou não). Além disso, a realização de campanhas de recolhimento comunitário foi frequentemente citada pelos consumidores

estudantes, assim como uma maior atenção à educação ambiental dirigida à população em

geral (Figura 9B).

Figura 9 - (A) Respostas dos entrevistados frente à “Como você se sente enquanto

consumidor de aparelhos que requerem pilhas ou baterias para funcionarem?” e

(B) sugestões dos entrevistados sobre como estimular o descarte correto de pilhas e/ou baterias usadas. Legenda: a) uma pessoa moderna que segue as tendências da atualidade; b) uma pessoa capitalista; c) uma pessoa preocupada com a preservação do meio ambiente; d) uma pessoa ciente dos prejuízos à saúde e ambientais que o descarte incorreto de pilhas e/ou baterias usadas pode causar e e) outros. O somatório do número de vezes em que as respostas foram citadas excede o número total de entrevistados, pois alguns indivíduos deram mais de uma resposta à pergunta.

Os estudos de percepção ambiental no contexto de trabalhos específicos, envolvendo o meio ambiente, assim como os impactos antropogênicos sobre ele, têm ganhado destaque nos últimos anos, sobretudo, porque dados obtidos nestes estudos têm subsidiado pesquisadores, agentes públicos e educadores na compreensão de valores, crenças, atitudes e comportamentos de determinada população em face de questões e problemas diversos.

A problemática do descarte de pilhas e/ou baterias de celular, indiscutivelmente tem importância destacada no âmbito das questões relacionadas não apenas aos danos ambientais, mas também aos problemas de saúde pública decorrentes da destinação incorreta final desses RS.

Conforme ressalta Reidler e Günther (2002), a existência de realidades em que se verifica ausência de gerenciamento adequado

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dos RS (nesse caso, especificamente de pilhas e/ou baterias usadas) aliadas à falta de informação e de educação ambiental da população evidenciam a necessidade de estudos, em uma perspectiva local, regional e/ou nacional, para compreender a dinâmica das múltiplas variáveis conflitantes envolvidas.

No que tange à análise das respostas obtidas dos vendedores entrevistados, foi possível notar percepções um tanto contraditórias. Se por um lado, identificou-se uma consciência dos vendedores quanto aos prejuízos do descarte indevido de pilhas e/ou baterias de celular (sobretudo, aqueles ligados a saúde ambiental e humana), bem como sobre a importância da existência de programas de reciclagem e/ou de recolhimento de pilhas e/ou baterias de celular usadas; por outro, nota-se que há certa despreocupação em repassar este conhecimento/consciência aos seus clientes que adquirem estes produtos.

Esses resultados podem ser explicados por uma série de fatores, desde aqueles que abrangem o descaso e a despreocupação dos próprios clientes em solicitar informações aos vendedores sobre os possíveis impactos que os produtos adquiridos podem causar ao meio ambiente e à saúde das populações e/ou sobre onde e como esses produtos devem ser descartados após o uso, até os fatores que transcendem à questão ambiental. Nesse caso, pode-se supor que o objetivo central do vendedor seria vender o produto a qualquer custo, onde há uma preocupação quase que exclusiva em dar informações sobre o funcionamento e sobre as vantagens do aparelho a ser vendido sem, no entanto, ressaltar os danos que o descarte incorreto desses produtos pós-consumo pode acarretar. Seja qual for o motivo, fica claro o não cumprimento da previsão contida no art. 17 da Resolução CONAMA nº. 401 de 2008, em que o mesmo preconiza que:

“Os fabricantes, importadores,

distribuidores, comerciantes destas pilhas e baterias, ou de produtos que as contenham para seu funcionamento, serão incentivados,

em parceria com o poder público e sociedade civil, a promover campanhas de educação ambiental, bem como pela veiculação de informações sobre a responsabilidade pós-consumo e por incentivos à participação do

consumidor neste processo (Art. 17,

CONAMA, 2008) (Grifos dos autores).

Os resultados das entrevistas com os vendedores também revelam outro descumprimento da legislação vigente. Quase a metade dos vendedores entrevistados (48,1%) afirmaram que a loja onde trabalham não há o hábito de recolher pilhas e/ou baterias usadas, comportamento este que contribui ainda mais com o baixo percentual de retorno das pilhas e/ou baterias usadas aos seus fabricantes ou importadores. Conforme explícito nos art. 4 e 19 da Resolução CONAMA nº. 401 de 2008,

“Os estabelecimentos que

comercializam os produtos mencionados no art 1º, bem como a rede de assistência técnica autorizada pelos fabricantes e

importadores desses produtos, deverão

receber dos usuários as pilhas e baterias usadas, respeitando o mesmo princípio ativo, sendo facultativa a recepção de outras marcas, para repasse aos respectivos

fabricantes ou importadores” (art. 4,

CONAMA, 2008) (Grifos dos autores).

“Os estabelecimentos de venda de

pilhas e baterias referidas no art. 1º devem

obrigatoriamente conter pontos de

recolhimento adequados” (art. 19,

CONAMA, 2008) (Grifos dos autores).

Foi verificado que a maioria dos vendedores entrevistados (66,6%) nunca presenciou a visita de algum fabricante de pilhas e/ou baterias para o recolhimento dos produtos usados recebidos pela loja, fato este que também demonstra descumprimento da legislação, uma vez que, após o uso desses produtos, estes “(...) deverão ser devolvidos

aos revendedores ou à rede de assistência

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fabricantes ou importadores (art. 16, incisivo

III, CONAMA, 2008) (Grifos dos autores). Além disso, o presente estudo mostrou que a maioria dos vendedores desconhece a Resolução CONAMA nº. 401 de 2008, sinalizando para o fato de que não apenas existem certas contradições entre as respostas dos mesmos e suas atitudes, como também há falta de conhecimento sobre a principal resolução brasileira que diz respeito às pilhas e baterias, que inclusive, estabelece e regulamenta as suas funções no âmbito do gerenciamento dos RS gerados por esses produtos pós-consumo.

No que concerne aos resultados das entrevistas com os consumidores, apesar de identificadas algumas diferenças, sobretudo, que dizem respeito à faixa etária (Figura 2A), ao grau de escolaridade (Figura 3A), ao número de aparelhos que possuíam no momento da entrevista (Figura 4A), no geral, as percepções reveladas sobre a problemática do descarte indevido de pilhas e/ou baterias de celular usadas foram semelhantes entre os grupos de consumidores estudados.

A análise da figura 7A, por exemplo, nos revela que a maioria dos consumidores entrevistados tem o hábito de jogar no lixo comum (doméstico), após o uso, as pilhas e/ou baterias que adquirem, mesmo demonstrando certa consciência dos prejuízos ambientais e à saúde pública decorrentes deste ato (Figura 7B) e sobre a importância da reciclagem desses RS (Figura 8).

Alguns poucos indivíduos afirmaram que levam às lojas as pilhas e/ou as baterias usadas (demonstrando boa vontade e disposição em colaborar com o gerenciamento adequado desses resíduos). No entanto, outros consumidores têm o hábito de jogar tais resíduos nas ruas, enterrá-los no quintal de suas residências ou ainda armazená-los por tempo indeterminado. Nesse último caso, vale ressaltar que as consequências podem tomar proporções ainda maiores. Isso porque tais pessoas ao acumularem esses RS em casa, esperando que surja alguma solução, acabam se desapontando, pois ela não aparece, e terminam descartando, depois de algum

tempo de acúmulo e armazenamento, uma grande quantidade desses resíduos tóxicos, ao mesmo tempo e no mesmo lugar, juntamente com o resíduo domiciliar.

Outro aspecto semelhante observado entre as respostas dos consumidores entrevistados, diz respeito ao modo como eles se enxergam enquanto consumidores de aparelhos dependentes de pilhas e/ou baterias para funcionarem (Figura 9A). A incoerência é clara quando identifica-se que a maioria se considera uma pessoa ciente dos prejuízos à saúde e ao meio ambiente que o descarte incorreto de pilhas e/ou baterias usadas pode causar, mas ao mesmo tempo, tem o hábito de jogar tais RS no lixo comum (Figura 7A), potencializando ainda mais os prejuízos. Além disso, alguns ainda se consideram pessoas preocupadas com a preservação do meio ambiente (Figura 9A).

No entanto, apesar da existência de contradições entre suas respostas acerca da problemática do descarte indevido de pilhas e/ou baterias usadas e suas atitudes, nota-se que os consumidores, bem como os vendedores entrevistados, foram quase que unânimes em exporem alguma sugestão quanto à melhor maneira de se divulgar informações a respeito do descarte correto desses RS. Os consumidores foram hábeis em apontar várias sugestões pertinentes que podem ser acatadas, visando o melhor gerenciamento desses resíduos tidos como perigosos (conforme é possível observar na Figura 9B).

Em relação ao desenvolvimento de estudos semelhantes ao presente trabalho, destaca-se o conduzido por Reidler e Günther (2002). Neste estudo, os autores investigaram a situação dos RS compostos por pilhas e baterias usadas no Brasil, entre 1999 e 2001, bem como analisaram a percepção do problema desses resíduos junto à população (caracterizada por estudantes, revendedores, fornecedores e especialistas). De forma semelhante ao presente trabalho, a pesquisa de Reidler e Günther (2002) revelou a necessidade de programas de informação e de conscientização da população para o problema. Além disso, os autores

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recomendaram, para o caso brasileiro, a implantação da coleta diferenciada, o tratamento e a disposição adequada para todas as pilhas e baterias usadas; o estabelecimento de parceria entre setor empresarial e governo, com envolvimento da população, para a realização de sistema eficiente e, economicamente, viável de gerenciamento desses resíduos.

Mais recentemente, Gouvêa et al. (2009) investigaram os impactos causados ao meio ambiente e a saúde pública pelo descarte inadequado de pilhas e baterias, procurando identificar o conhecimento da população da cidade de Duque de Caxias – RJ e das empresas residentes na cidade sobre a resolução CONAMA nº. 401 de 2008, bem como as medidas que estão sendo tomadas por elas para o cumprimento da mesma. Após a realização das entrevistas junto à população, os autores observaram que a falta de informação sobre a resolução é muito grande.

Além disso, grande parte dos entrevistados afirmou não saber o que fazer com as pilhas e baterias usadas, a não ser guardar em suas casas ao invés de destinar junto ao resíduo comum. Também foram realizadas entrevistas com comerciantes, importadores e vendedores destes materiais, e observado que nem todas as empresas estão preocupadas com a coleta e a destinação adequada destes RS, demonstrando o descumprimento da legislação vigente.

CONCLUSÕES

Estudar a atitude das populações e buscar entender como os diferentes segmentos da sociedade percebem as questões ambientais e de saúde pública é, sem dúvida, importante para a implementação de programas que visem sanar tal problema. No presente estudo, ficou claro que a simples existência de uma lei, independente de seu conteúdo, não garante que a mesma seja conhecida e cumprida.

No âmbito das questões voltadas ao descarte de pilhas e/ou baterias usadas, não se pode negligenciar a óbvia necessidade de

estimular o repasse de informações aos consumidores sobre os riscos à saúde e ao meio ambiente decorrentes do descarte inadequado (tanto por parte dos fabricantes, importadores, quando por parte dos revendedores).

A orientação sobre os procedimentos corretos para o descarte desses materiais (tanto para os vendedores que os desconhecem, quanto para a população consumidora), a implantação imediata e ampla divulgação de postos de coleta nas cidades (a fim de otimizar a coleta desses resíduos), assim como a larga divulgação do conteúdo da Resolução CONAMA nº. 401 de 2008, são medidas que devem ser colocadas em prática.

Em se tratando da divulgação do conteúdo da Resolução CONAMA, Reidler e Günther (2002) ressaltam que é de extrema importância que a população consumidora, elemento vital que mantém o sistema “venda-consumo”, seja informada, para que possa participar adequadamente dos processos de gerenciamento dos resíduos compostos por pilhas e/ou baterias usadas. Igualmente importante, é a necessidade de se promover a divulgação de informações e orientações ao setor varejista, no sentido de estimular a adoção de procedimentos corretos quanto ao recebimento desses RS e seu repasse aos seus fornecedores.

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