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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL CARLOS REBÊLO JÚNIOR

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APELAÇÃO CÍVEL Nº 596612 / PE (2002.83.00.018587-2)

APTE:

UNIÃO

APDO:

CARLOS HENRIQUE DE ALMEIDA CASTRO

ADV/PROC: JOSE HUMBERTO INTERAMINENSE MELLO

APDO:

CONSTRUTORA MONTE COLUMINHO LTDA

ADV/PROC: URBANO VITALINO DE MELO FILHO E OUTROS

ORIGEM:

23ª VARA FEDERAL DE PERNAMBUCO (COMPETENTE P/

EXECUçõES PENAIS)

JUIZ:

GUILHERME SOARES DINIZ

RELATOR: DESEMBARGADOR

FEDERAL

CONVOCADO

JANILSON

SIQUEIRA

TURMA:

TERCEIRA

I RELATÓRIO

Irresignação recursal contra sentença que reconheceu a ocorrência

da prescrição intercorrente, julgando extinta a Execução Fiscal, com

fundamento no art. 40, § 4º da Lei nº 6.830/80.

Nas razões recursais, defende o apelante: a) imprescritibilidade do

crédito,nos termos do art. 37, § 5º, da Constituição Federal, por se tratar de

execução fundada em acórdão do Tribunal de Contas da União referente a

condenação ao ressarcimento de dano ao erário, por irregularidades no

Convênio nº 136/96, firmado com o Ministério do Meio Ambiente e Recursos

Hídricos; b) nulidade da sentença por não ter sido a Advocacia Geral da União

intimada para falar sobre a possível ocorrência da prescrição, uma vez que os

autos foram remetidos à Fazenda Nacional que não possui competência para

representar o exequente.

Ausência de contrarrazões.

II FUNDAMENTAÇÃO

O caso dos autos refere-se a transformação, por decisão judicial, de

ação executiva, fundada em título extrajudicial, em execução fiscal

(fls.119/120) que tem por objeto a cobrança de créditos decorrentes de

acórdão do Tribunal de Contas da União referente ao ressarcimento de dano

ao erário originado de contas julgadas irregulares na execução do Convênio nº

139/96, firmado entre o Ministério do Meio Ambiente e o Município de

Altinho/PE.

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A jurisprudência pacificou o entendimento segundo o qual o acórdão

do TCU é título executivo extrajudicial, sendo desnecessária, para a sua

cobrança judicial, a inscrição em dívida ativa (arts. 1º, da Lei nº 6.822/80, 23,

III, "b", e 24, da Lei nº 8.443/92 - Lei Orgânica do TCU - e 71, II, parágrafo 3º,

da Carta Magna).

Acerca da prescrição, a matéria também não comporta maiores

digressões, pois a execução fiscal de dívida não tributária relativa a acórdão

do Tribunal de Contas da União, contendo a condenação ao ressarcimento de

danos causados ao erário, deve observância ao art. 37, § 5º, da Constituição

Federal, que prevê a imprescritibilidade da pretensão, nos seguintes termos:

§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

Por se tratar de ressarcimento de danos causados ao erário de

valores cujas contas foram rejeitadas na execução do convênio, apurados em

processo administrativo do Tribunal de Contas, objeto da execução fiscal, não

prescreve a pretensão, nos ternos do art. 37, § 5º, da CF/88.

A matéria é pacífica na jurisprudência, conforme se observa dos

precedentes abaixo transcritos:

TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. EXECUÇÃO FISCAL FUNDADA EM ACÓRDÃO CONDENATÓRIO DO TCU. DESVIO DE VERBA PÚBLICA. RESSARCIMENTO AO ERÁRIO. IMPRESCRITIBILIDADE. ART. 37, parágrafo 5º, DA CF/88. NÃO APLICAÇÃO DO ART. 1º DA LEI Nº. 8.009/90. SEM COMPROVAÇÃO NOS AUTOS DE QUE O IMÓVEL SERIA BEM DE FAMÍLIA. AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO RESPEITADOS. PENHORA REALIZADA DE FORMA CORRETA. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO IMPROVIDO.

1. Trata-se de apelação do particular contra sentença que rejeitou as preliminares de prescrição e impenhorabilidade do bem constrito, por falta de substância fática ou jurídica e, no mérito, julgou improcedentes seus embargos à execução fiscal fundada em acórdão do TCU, sob o fundamento, em síntese, de que não há a aplicabilidade do art. 1º da Lei nº. 8.009/90, pois o próprio embargante alega que não reside no imóvel penhorado.

2. Em suas razões recursais, o apelante requer a anulação da sentença para fins de comprovação fática ou para que seja considerada nula a penhora realizada no seu imóvel nos autos da execução fiscal em apenso, sustentando que seu imóvel é absolutamente impenhorável, por se tratar de único imóvel em seu nome, servindo ainda como fonte de renda

(3)

imprescindível para manutenção do seu grupo familiar e que houve cerceamento de defesa, pela ausência de produção de provas, principalmente testemunhal.

3. Não há que se falar em prescrição no presente caso,

em que se pretende o ressarcimento aos cofres públicos de valores desviados pelo embargante de verba pública (superfaturamento de carteiras de estudante), quando exerceu o cargo de prefeito em Areia/PB, apurados em processo administrativo do Tribunal de Contas, objeto da execução fiscal embargada. Segue-se a regra do parágrafo 5º, do art. 37 da CF/88, quanto à imprescritibilidade das ações que objetivam ressarcimento ao erário, por não se aplicar à hipótese dos autos a decisão do Plenário do STF, quando do julgamento do RE nº 669.069, em 03/02/2016, submetido à sistemática dos recursos repetitivos, no sentido de que "é prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil.". Essa tese não alcança prejuízos que decorram de ato de improbidade administrativa, tema não discutido nesse recurso, a ser decidido no RE nº. 852.475, sob regime de repercussão geral.

(...).

6. Apelação improvida. (PROCESSO: 00006188020164059999, AC587715/PB, DESEMBARGADOR FEDERAL RUBENS DE MENDONÇA CANUTO, Quarta Turma, JULGAMENTO: 11/07/2017, PUBLICAÇÃO: DJE 14/07/2017 - Página 79)

CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. ACÓRDÃO DO TCU. RESSARCIMENTO DE DANO AO ERARIO. ART. 37, PARÁGRAFO 5º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. IMPRESCRITIBILIDADE. RE 669.069/MG (REPERCUSSÃO GERAL). INAPLICABILIDADE AO CASO. RE 636.886/AL (REPERCUSSÃO GERAL) PENDENTE DE JULGAMENTO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. CUSTAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DPU. CURADORIA ESPECIAL. ISENÇÃO. 1. Apelação interposta pelo particular e Fundação objetivando a reforma da sentença que julgou improcedentes os Embargos à Execução opostos em face da CODEVASF, nos quais se alegou: a prescrição, ao fundamento que o prejuízo suscitado, objeto de acórdão do Tribunal de Contas da União (título executivo extrajudicial que lastreia a Execução), é datado de 2007; e, em caso de penhora pelo sistema BACENJUD, que fosse solicitado à instituição financeira mantenedora dos valores penhorados que informassem a natureza da conta, para aferição da

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impenhorabilidade. Considerou-se que o crédito perseguido é imprescritível, dada a sua natureza (ressarcimento ao erário, decorrente de acórdão do TCU, por "omissão no dever de prestar contas e da não comprovação da boa e regular aplicação dos recursos federais"), bem como que não houve constrição patrimonial na execução, tornando-se impertinente a alegação de impenhorabilidade, sendo que eventual penhora ensejará possibilidade de oposição de novos Embargos à Execução. Houve condenação em honorários advocatícios, no valor de R$35.624,36 (trinta e cinco mil seiscentos e vinte e quatro reais e trinta e seis centavos), ficando a condenação suspensa em razão da gratuidade da justiça, tendo os Apelantes sido assistidos pela DPU, na qualidade de curadora especial.

2. É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido da imprescritibilidade das Execuções de acórdãos do TCU que tenham consignado a obrigação de ressarcimento por dano ao erário. Precedentes: AC590460/SE, Desembargador Federal Élio Wanderley de Siqueira Filho, Primeira Turma, Julgamento: 27/10/2016, Publicação: DJE 09/11/2016 -Página 29; AC582357/RN, Desembargador Federal Paulo Machado Cordeiro, Terceira Turma, Julgamento: 13/08/2015, Publicação: DJE 21/08/2015 - Página 67).

3. Embora o STF tenha, no RE 669.069/MG (Relator (a): Min. Teori Zavascki, Tribunal Pleno, julgado em 03/02/2016, Acórdão Eletrônico Repercussão Geral - Mérito DJe-082 Divulg 27-04-2016 Public 28-04-2016), fixado a tese da prescritibilidade da pretensão de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil, a pretensão de ressarcimento de valores oriundos de acórdão do TCU não se enquadra nessa espécie de ilícito, sendo que tal matéria (prescritibilidade das ações de ressarcimento de valores oriundos de acórdão do TCU) encontra-se pendente de análise pelo Pretório Excelso, em demanda que será julgada sob os auspícios da repercussão geral (RE 636.886/AL, Relator(a): Min. Teori Zavascki, julgado em 02/06/2016, Processo Eletrônico DJe-123 Divulg 14/06/2016 Public 15-06-2016).

4. Sendo o réu defendido pela Defensoria Pública da União, atuando a instituição na qualidade de curadora especial, a prestação jurisdicional lhes é assegurada de forma integral e gratuita, devendo ser reconhecida sua isenção quanto às custas e honorários advocatícios, nos termos do art. art. 3º da Lei nº 1.060/50. Apelação provida, em parte, para excluir da condenação as custas e os honorários advocatícios. (PROCESSO: 08004273120164058308, AC/PE, DESEMBARGADOR FEDERAL CID MARCONI, 3ª Turma, JULGAMENTO: 17/12/2016)

(5)

Por fim, inaplicável o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal

Federal no RE 669.069/MG, em sede de Repercussão Geral (Relator: Min.

Teori Zavascki, Tribunal Pleno, julgado em 03/02/2016, Public 28-04-2016),

que fixou a tese da prescritibilidade da pretensão de reparação de danos à

Fazenda Pública decorrente de ilícito civil, por se tratar a hipótese dos autos

de ressarcimento ao erário, por ato de improbidade administrativa.

Diante do caráter imprescritível da presente execução fiscal,

fundada em acórdão da Corte de Contas, que buscava o ressarcimento do

dano provocado ao erário, por irregularidades constatadas na prestação de

contas dos recursos repassados pelo Ministério do Meio Ambiente para a

Prefeitura Municipal de Altinho/PE, deve-se reformar a sentença para

determinar o prosseguimento da ação.

III DISPOSITIVO

Dá-se provimento à apelação para reformar à sentença e determinar

o prosseguimento do feito

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APELAÇÃO CÍVEL Nº 596612 / PE (2002.83.00.018587-2)

APTE:

UNIÃO

APDO:

CARLOS HENRIQUE DE ALMEIDA CASTRO

ADV/PROC: JOSE HUMBERTO INTERAMINENSE MELLO

APDO:

CONSTRUTORA MONTE COLUMINHO LTDA

ADV/PROC: URBANO VITALINO DE MELO FILHO E OUTROS

ORIGEM:

23ª VARA FEDERAL DE PERNAMBUCO (COMPETENTE P/

EXECUçõES PENAIS)

JUIZ:

GUILHERME SOARES DINIZ

RELATOR: DESEMBARGADOR

FEDERAL

CONVOCADO

JANILSON

SIQUEIRA

TURMA:

TERCEIRA

EMENTA. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. ACÓRDÃO DO TCU. RESSARCIMENTO DE DANO AO ERARIO. ART. 37, PARÁGRAFO 5º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. IMPRESCRITIBILIDADE. SENTENÇA. DECRETAÇÃO DE PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. REFORMA. PROVIMENTO DO APELO.

1. Irresignação recursal contra sentença que reconheceu a ocorrência da prescrição intercorrente, julgando extinta a Execução Fiscal, com fundamento no art. 40, § 4º da Lei nº 6.830/80.

2. A jurisprudência pacificou o entendimento segundo o qual o acórdão do TCU é título executivo extrajudicial, sendo desnecessária, para a sua cobrança judicial, a inscrição em dívida ativa (arts. 1º, da Lei nº 6.822/80, 23, III, "b", e 24, da Lei nº 8.443/92 - Lei Orgânica do TCU - e 71, II, parágrafo 3º, da Carta Magna).

3. A execução fiscal de dívida não tributária relativa a acórdão do Tribunal de Contas da União, que impôs condenação ao ressarcimento de danos causados ao erário, deve observância ao art. 37, § 5º, da Constituição Federal, que prevê a imprescritibilidade da pretensão (PROCESSO: 00006188020164059999, AC587715/PB, DESEMBARGADOR FEDERAL RUBENS DE MENDONÇA CANUTO, Quarta Turma, JULGAMENTO: 11/07/2017, PUBLICAÇÃO: DJE 14/07/2017 - Página 79).

4. Inaplicável o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal no RE 669.069/MG, em sede de Repercussão Geral (Relator: Min. Teori Zavascki, Tribunal Pleno, julgado em 03/02/2016, Public 28-04-2016), que fixou a tese da prescritibilidade da pretensão de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil, por se tratar a hipótese dos autos de ressarcimento ao erário, por ato de improbidade administrativa (PROCESSO: 08004273120164058308, AC/PE, DESEMBARGADOR FEDERAL CID MARCONI, 3ª Turma, JULGAMENTO: 17/12/2016).

5. Apelação provida para reformar à sentença e determinar o prosseguimento do feito executivo.

(7)

ACÓRDÃO

Vistos e relatados os autos em que são partes as acima indicadas,

decide a Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 5

a

Região, por

unanimidade, dar provimento à apelação, na forma do relatório e voto

constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

Recife/PE, 05 de outubro de 2017.

Juiz Federal Janilson Siqueira

Relator Convocado

Referências

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