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Novas arenas ampliam público,
renda e até gols do Brasileirão
O F E R E C I M E N T O
S E G U N D A - F E I R A , 1 7 D E A G O S T O D E 2 0 1 5
R$ 2,3 mi
o Palmeiras ganha em média
por partida no Allianz Parque;
é quem mais arrecada por jogo
N Ú M E R O D O D I A
E D I Ç Ã O • 3 1 9
Neste final de semana chegou ao fim o primeiro turno da Série A do Campeonato Brasileiro.
Para muita gente, o Brasileirão tem sido uma grata surpresa. Com jogos bem disputados e bastante equilíbrio na tabela, o torneio empolga como há muito tempo não se via. Uma das expli-cações pode vir dos estádios.
A edição deste ano do torneio é a primeira a contar, desde o início, com 14 novos estádios à disposi-ção dos clubes. E, a se considerar o desempenho dos clubes e das torcidas nos primeiros 190 jogos da competição, as novas arenas serão responsáveis por levar mais gente, mais dinheiro e até mais gols para o futebol no Brasil.
Os novos estádios têm sido os responsáveis não apenas pelos jogos com a maior média de pú-blico e renda do Brasileirão, mas também por aumentar a média de finalizações a gol e, dessa for-ma, o número de gols marcados na primeira metade do torneio.
Levantamento feito pela Máqui-na do Esporte a partir dos borde-rôs dos jogos mostra que, das dez maiores médias de público da competição, nove estão nas novas arenas. Da mesma forma, análise das estatísticas de desempenho dos times feita pelo site Footstats mostra que, quando as partidas são nos novos estádios, a média de gols do torneio sobe, assim como a de finalizações certas.
Com mais conforto para o tor-cedor, melhores condições para
os atletas em relação à qualidade do gramado e até de iluminação, os novos estádios vão dando uma nova configuração para o futebol nacional. Dentro e fora de campo.
Parte dessa mudança se deve à criação do horário de domingo às 11h para jogos do Brasileirão. A matinê do futebol tem sido um sucesso, com alta média de público desde que a CBF decidiu colocar essas partidas nos novos estádios. A seguir, veja esse ba-lanço especial do Brasileirão.
POR ADALBERTO LEISTER FILHO, DUDA LOPES ERICH BETING E PRISCILA BERTOZZI
MARACANÃ FOI O ESTÁDIO COM MAIS JOGOS NO PRIMEIRO TURNO DO BRASILEIRO: 22 PARTIDAS PARA 521 MIL PESSOAS
diretor da Máquina do Esporte POR ERICH BETING
Os números apenas confirmam
um sentimento que toma cada vez
mais conta do torcedor. O primeiro
Brasileirão pós-7a1, está se saindo
bem melhor do que a encomenda.
São partidas bem disputadas,
equi-pes motivadas e arrumadas, muitas
boas chances criadas durante um
jogo, gols bonitos, defesas incríveis.
E, na tabela, um grande equilíbrio.
O Brasileirão empolga, mas tudo
o que se ganha extracampo pode
ser creditado mais ao acaso do que
qualquer fruto de uma estratégia
montada pela CBF (isso existe?).
O melhor exemplo é o horário das
11h, criado para atender a um
pedi-do da PM de São Paulo preocupada
em dar conta da segurança pública
num dia de protestos na cidade. E o
estádio cheio levou a entidade a
esti-pular que poderia ser uma boa jogar
numa matinê dominical para trazer
outro tipo de público ao estádio.
Imagine, então, se a CBF
realmen-te se preocupasse em pesquisar o
perfil do torcedor de futebol, quais
as suas preferências e como
melho-rar o produto do futebol?
Sem comissão de notáveis ou
en-contro com o mercado, mas atuando
de forma a pensar em como fazer o
produto ser melhor a partir da
per-cepção do consumidor do esporte?
A maior revelação que a nova
con-juntura do futebol faz é a de que há
um enorme público com uma
de-manda reprimida. É o cara que está
ávido para consumir o futebol, mas
ficou longe dos gramados por não
ter lá um local de lazer adequado.
As novas arenas podem ser o
pon-to de mudança para o futebol. Na
marra, temos visto isso. Imagine se
houvesse um planejamento?
A fórceps, Brasileirão melhora,
imagine se a CBF se esforçasse
Novos estádios possuem maior média de
gols e de finalização no campeonato
POR REDAÇÃO
Os novos estádios têm sido responsável por mais emoção para o torcedor dentro de campo. No primeiro turno do Brasileirão, as novas arenas têm uma média de gols superior à do torneio e, também, mais finalizações certas por jogo.
Segundo levantamento feito a partir das es-tatísticas de jogo do site Footstats, os 89 jogos que aconteceram nos novos estádios tiveram 202 gols, numa média de 2,3 tentos por partida. Nos outros 101 jogos, que ocorreram nos estádios antigos, foram 219 gols, média de 2,17 por jogo.
Outra estatística que é melhor nos estádios novos é a de finalizações. No campeonato, a mé-dia é de 22,8 chutes a gol por partida. Nas novas arenas, o número sobe para 23,4 finalizações. A precisão dos jogadores também aumenta. Vai de 8,7 chutes certos na média da competição para 9,0 nos jogos nos estádios do pós-Copa.
Nos quesitos passes, também há melhora no acerto nos novos estádios, onde a média é de 656 passes
certos por partida. Nos jogos em estádios anti-gos, sem uma padronização do gramado, o índice mé-dio de acerto é pior: 629.
Os gramados dos novos estádios são todos dentro de um padrão estabelecido pela Fifa. Da mesma forma, a iluminação para as partidas noturnas seguem exigência da entidade. Isso faz com que a bola consiga rolar um pouco melhor
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Caso mantenha o ritmo, o Campeonato Brasileiro pode fechar 2014 com a maior média de público da era dos pontos corridos e, por consequência, ter a me-lhor média desde 1987.
Impulsionado pelo bom público nas novas arenas, o primeiro turno do tor-neio fechou com média de 17.193 pessoas por partida. O número representa um aumento significativo em relação à média de públi-co do primeiro turno do torneio no ano passado. Em 2014, o o Brasileirão teve média de 15.640 pessoas na sua primeira metade.
A tendência é de cresci-mento no público médio atual. Em 2009, ano que an-tecedeu o fechamento dos principais estádios brasilei-ros para as obras da Copa do Mundo, o Brasileirão teve seu recorde dos pon-tos corridos. Foram 17.807 pagantes por partida em torneio que consagrou o Flamengo como campeão.
A disputa atual colocou os novos estádios à prova desde o início do torneio, algo que não foi possível no ano passado, graças à Copa do Mundo. E, como não
po-deria ser diferente, as novas arenas têm feito a diferença na média de público.
Entre os cinco estádios com maior presença média neste Brasileirão, todos foram recém-construídos ou reformados: Allianz Parque, Arena Corinthians, Itaipava Arena Pernambuco, Minei-rão e Maracanã. No top 10, ainda entram Arena do Grêmio, Beira-Rio e Arena da Baixada. O Morumbi é o único “intruso” na relação.
A lista é puxada pelo Palmeiras, que tem tido um público médio superior a 34 mil pessoas. Em seguida, com quase 30 mil pessoas, está o Corinthians. São os únicos a arrecadar mais de R$ 1,5 milhão por partida.
POR REDAÇÃO
Em novos palcos, primeiro
turno assiste a alta de público
ALLIANZ PARQUE, ESTÁDIO DO PALMEIRAS, É O QUE TEM O INGRESSO MAIS CARO DO PAÍS; UMA MÉDIA DE R$ 68,4 O BILHETE
MAIORES PÚBLICOS
SÃO PAULO
3X1
CORITIBA59.482
MORUMBI - DOMINGO - 12/7 - 11hs ATLÉTICO-MG1X0
JOINVILLE55.987
FLAMENGO2X2
SANTOS51.749
ATLÉTICO-MG2X1
SPORT50.684
ATLÉTICO-MG0X2
GRÊMIO49.047
MINEIRÃO - DOMINGO - 28/6 - 11hs MARACANÃ - DOMINGO - 2/8 - 16hs MINEIRÃO - QUINTA-FEIRA - 13/8 - 21hs MINEIRÃO - QUARTA-FEIRA - 8/7 - 22hs5
Encerrado no último domingo, o turno inicial do Brasileirão marcou o primeiro milhão de sócios--torcedores do país.
O número empolgou as empresas que são parceiras do Movimento por um Futebol Melhor, projeto lançado em 2013 pela Ambev, deixando de ser apenas chamariz de clientes para se tornar plataforma institucional de apoio ao esporte.
Esse é o posicionamen-to da Tim, uma das mar-cas mais ativas nas ações ligadas aos clubes.
“O esporte mais popular do país, na verdade, é torcer. É um sentimento que vai muito além dos 90 minutos e que permeia a vida dos brasileiros de forma úni-ca. Por isso, nosso apoio aos clu-bes é focado em criar uma maior aproximação dos torcedores com seus times do coração, por meio dos nossos serviços e da nossa tecnologia, potencializando a paixão pelo futebol”, afirmou Lívia Marquez, diretora de marca da operadora no Brasil.
A empresa se associou no ano de lançamento do Movimento e, hoje, oferece aos clientes minutos a mais no pacote do plano pós--pago TIM Liberty. “Oferecer um
pacote completo de descontos é nosso incentivo à adesão aos programas de sócio-torcedor. O Movimento segue o mesmo ca-minho, colaborando com a evo-lução do esporte. Estamos muito felizes com a parceria e com os resultados alcançados pelo proje-to”, completou a executiva.
A Easy Taxi, uma das caçulas na relação com o programa, segue a mesma linha de raciocínio. “O retorno das ações é a satisfação da empresa em dar a sua contri-buição para o futebol, ajudando os sócios-torcedores a terem uma mobilidade mais fácil e com mais segurança, além de entrar como apoiador em algumas ações que trazem uma experiência
diferen-ciada para este público”, desta-cou Léo Tang, CEO da Easy Taxi.
Última das 13 companhias a se associar ao projeto, a Méliuz também buscou na parceria uma forma de promoção e posiciona-mento institucional.
“Nós já representamos 1% do e-commerce no Brasil, mas a entrada no Futebol Melhor será a nossa primeira ação de divul-gação em massa da empresa”, reforçou o diretor de operações da empresa, Lucas Marques.
O Movimento conta, hoje, com marcas que oferecem produtos ao associado, como a Ambev e a Unilever, e outras que oferecem serviço, como a Easy Taxi. O pro-jeto tem 1,060 milhão de sócios.
POR DUDA LOPES E PRISCILA BERTOZZI