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1. Habeas Corpus - Introdução:

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL

PONTO 1: Introdução

PONTO 2: Conceito, natureza jurídica e classificação PONTO 3: Constrangimento ilegal

PONTO 4: Sujeitos do Habeas Corpus

PONTO 5: Competência para apreciação de Habeas Corpus 1. Habeas Corpus - Introdução:

Significado da expressão Habeas Corpus: traduz-se literalmente como “tome o corpo” e o apresente ao magistrado para que decida sobre a ilegalidade da prisão debatida em relação a pessoa.

A Origem do HC, segundo a doutrina está na Inglaterra, para que se verifique acerca do direito de locomoção (direito de ir e vir), bem como de ficar da pessoa.

Nota-se que animais não podem ser sujeitos passivos de habeas corpus, somente o ser humano pode ser paciente. Por isso a expressão “tome o corpo”.

Houve um alargamento excessivo na utilização, bem como, nas hipóteses de cabimento do HC, principalmente em razão da construção jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal a partir da interpretação de alguns dispositivos constitucionais vinculados ao devido processo legal, ao juiz natural, a ampla defesa e ao contraditório.

2. Conceito, natureza jurídica e classificação:

O HC é uma ação autônoma de impugnação, constitucionalmente estabelecida, art. 5º, LXVIII1

da Constituição da República, objetivando preservar ou restabelecer o direito de locomoção ilegalmente violado ou ameaçado.

Apesar de previsto no capítulo relativo aos recursos, em geral, não possui natureza recursal, o que se evidência pelo fato de não estar sujeito a prazos, podendo ser impetrado a

1 Art. 5º, LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em

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qualquer tempo, inclusive após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, visando, por exemplo, ao reconhecimento de nulidades processuais – art. 648, VI2 do CPP.

Obs:

Cuidar, pois são feitas questões em provas escritas em que são apresentados casos com acórdãos transitados em julgado evidenciando-se vícios processuais que tanto poderiam ser atacados por meio de um HC, como por meio de uma Revisão Criminal.

A grande diferença está na celeridade, bem como na flagrante ilegalidade.

Classificação do Habeas Corpus:

- Habeas Corpus Repressivo ou Liberatório: cabível na hipótese de já ter sido consumado o constrangimento ilegal a liberdade de locomoção.

Nesse caso, por conseqüência, concedida a ordem, será expedido alvará de soltura - Art. 660, §1º3

, CPP.

- Habeas Corpus Preventivo: ocorre quando houver fundado receio de constrangimento ilegal a liberdade de locomoção.

Observação:

Importante referir que a ameaça de prisão que justifica a concessão da ordem não pode se caracterizar como um temor remoto ou uma mera suspeita. É imprescindível que haja, efetivamente, ameaça séria e concreta, devidamente demonstrada quanto a iminência da prisão ilegal. Não basta a mera possibilidade, sendo necessária a probabilidade de constrangimento a liberdade.

Exemplo: decretação de prisão temporária, ainda não efetivada (não cumprida) em crime de apropriação indébita.

2 Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:

VI - quando o processo for manifestamente nulo.

3 Art. 660, § 1º. Se a decisão for favorável ao paciente, será logo posto em liberdade, salvo se por outro motivo dever ser mantido na

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Nesse caso, concedida a ordem, deverá ser expedido o salvo conduto o que impedirá a segregação - art. 660, §4º4 do CPP.

- Habeas Corpus Profilático: não obstante o paciente não esteja, naquele momento, sofrendo qualquer constrangimento ilegal, qualquer cerceamento a sua liberdade, destina-se a suspender atos processuais ou impugnar medidas que possam importar prisão futura, embora com aparência de legalidade, mas intrinsecamente ilegalidade anterior.

No caso, não se objetiva, não se visa a sanar constrangimento ilegal consumado a liberdade ou a sua iminência, mas visa sanar a potencialidade de que este ato venha acontecer.

Exemplo1: Impetração de HC para o trancamento da ação penal. Considere-se que a denúncia tenha sido recebida em relação a fato já prescrito, atípico ou por descrição irregular dos fatos. Exemplificativamente, nos dois primeiros casos (prescrito e atípico) a denúncia deverá ser rejeitada com base no inciso III5

do art. 395 do CPP.

Recebida a denúncia nessas condições, a única solução é a impetração de um HC para que se tranque a ação penal, já que o processo contém vício na sua origem.

Com isso, previne-se a possibilidade futura de prisão.

Exemplo2: Impetração de HC para que se alcance a suspensão do processo em virtude de questão prejudicial que verse sobre o estado civil das pessoas – art. 926 do CPP.

- Art. 2427, 2ª parte – registrar como seu filho de outrem. Imagine-se o acusado está respondendo pelo crime do art. 242 do CP, 2 ª parte (registrar como seu filho de outrem) e

4 Art. 660, § 4º. Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaça de violência ou coação ilegal, dar-se-á ao paciente

salvo-conduto assinado pelo juiz.

5 Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:

III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.

6 Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, sobre o

estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza urgente.

7 Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou

alterando direito inerente ao estado civil: Pena - reclusão, de dois a seis anos.

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que na esfera cível se esteja discutindo sobre a paternidade (ação de investigação de paternidade). Tendo notícia desse fato e não suspendendo o seu processo criminal, caberá ao acusado ou impetrar HC imediatamente objetivando alcançar esta suspensão ou aguardar sentença e, caso condenado, em preliminar de apelação, alegar cerceamento de defesa.

Exemplo3: Impetração de HC para impugnar decisão a cerca da improcedência de exceção de incompetência, ilegitimidade de parte, litispendência ou coisa julgada.

- Réu processado por crime de estelionato ingressa com exceção de incompetência do juízo, a qual é julgada improcedente. A conseqüência será o prosseguimento do feito no juízo em que se encontra, o que representa prejuízo à defesa. Assim como dito no exemplo anterior, duas são as alternativas do réu: ou impetra HC ou aguarda a sentença e, caso condenado alega em preliminar de apelação.

Obs:

Registre-se que contra as decisões de improcedência das exceções descabe recurso, cabendo apenas contra as de procedência – art. 581, III8

do CPP.

Se o crime fosse apenado com pena não privativa de liberdade caberia Mandado de Segurança.

3. Constrangimento ilegal – art. 6489, CPP:

Fundamento principal da impetração de HC - Art. 647, CPP:

Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou

coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.

8 Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:

III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;

9 Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:

I - quando não houver justa causa;

II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;

V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; VI - quando o processo for manifestamente nulo;

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DIREITO PROCESSUAL PENAL Rol – art. 648, CPP:

I – Quando não houver justa causa para a prisão a coação será ilegal:

Não haverá justa causa quando a coação não estiver prevista em lei. Poderá ocorrer ainda quando não verificados os seus pressupostos legais.

A prisão só pode ser cabível no caso de flagrante delito ou ordem escrita e fundamentada da autoridade judicial competente, segundo previsão constitucional.

Caso haja prisão fora dos limites constitucionais e legais, poderá ficar o sujeito ativo sujeito as penas dos artigos 3º, alínea “a10

” (a própria prisão é ilegal na sua origem) ou art. 4º, alínea “a11

” (a prisão é válida na sua origem, mas executada sem formalidades legais), ambos da Lei 4898/65.

Exemplos:

- art. 3º, alínea “a” – prisão da prostituta que não se exibe de forma indecorosa em público e é presa.

- art. 4º, alínea “a” – réu é condenado por sentença penal condenatória transitada em julgado a Pena Privativa de Liberdade. Inicia o cumprimento dela, mas sem a expedição de guia de recolhimento (prisão legal na origem, mas executada de forma ilegal).

II. Quando alguém estiver preso por mais tempo que determina a lei:

Esgotado o tempo de prisão determinado pela lei, deve ser o paciente colocado em liberdade. Por exemplo: vale para uma prisão temporária (Lei 7960/89), que além de caracterizar constrangimento ilegal, pelo claríssimo, matemático excesso de prazo, ainda submete o sujeito ativo a crime de abuso de autoridade previsto no artigo 4º, alínea “i12

” da lei 4898/65.

10 Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:

a) à liberdade de locomoção;

11 Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:

a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder.

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Os prazos processuais penais não são matemáticos, aritméticos, devendo ser computados de forma global.

Se tiver havido excesso em uma das fases, isso poderá ser compensado em uma outra fase, chegando-se, assim, a um prazo razoável para o feito. Além disso, é imprescindível que se considere a complexidade do processo, mormente o número de réus, a necessidade de ouvida de testemunhas por precatória, provas periciais, etc.

A isso tudo, acrescentem-se as Súmulas 2113

(pronúncia), 5214

(encerramento da instrução) e 6415

(diligência postulada pela defesa) todas do STJ. Deve-se ter atenção, no entanto, ao princípio constitucional da duração razoável do processo (no procedimento comum ordinário, a duração mínima do procedimento seria de 110 dias).

III – quando alguém que ordenar a prisão não tiver competência para fazê-lo:

A coação, embora prevista em lei, não é determinada por autoridade competente. Exemplo: Prisão de um promotor de justiça determinada por um juiz.

IV – Quando houver cessado o motivo que autorizou a coação:

O constrangimento não decorre de ilegalidade ou de abuso, sendo legal na sua origem. No decorrer da prisão, deixaram de subsistir os motivos autorizadores que a autorizaram.

i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade. (Incluído pela Lei nº 7.960, de 21/12/89)

13 Súmula 21, STJ: Pronunciado o réu, fica superada a alegação do constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo na

instrução.

14 Súmula 52, STJ: Encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de constrangimento por excesso de prazo. 15 Súmula 64, STJ: Não constitui constrangimento ilegal o excesso de prazo na instrução, provocado pela defesa.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL Exemplo: art. 31216

do CPP – decretação da prisão preventiva para garantia da instrução criminal. Terminada a instrução criminal, deverá o réu ser colocado imediatamente em liberdade.

Exemplo2: o réu cumpre pena e assim que tiver sido cumprida, deverá ser colocado em liberdade.

*Exemplo3: parágrafo único, art. 313 do CPP (nova redação) – prisão preventiva podendo ser decretada quando houver dúvida sobre a identidade do acusado ou quando não oferecer elementos para tanto. Assim que for identificado ele automaticamente será colocado em liberdade.

V – Quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei autoriza:

É hipótese de cabimento, mas a autoridade não arbitra.

Aqui, a impetração não visa a liberação do paciente, mas o seu arbitramento – art. 660, §3º17 do CPP (arbitramento de fiança).

Observação:

A autoridade policial poderá arbitrar fiança nos crimes de PPL seja de até 4 anos e o juiz nos demais casos. – art. 32218

e parágrafo único do CPP.

Manter alguém na prisão ou não arbitrar fiança quando cabível constitui crime de abuso de autoridade – art. 4º, alínea “e19” da Lei 4898/65.

16 Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da

instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.

17 Art. 660, § 3º. Se a ilegalidade decorrer do fato de não ter sido o paciente admitido a prestar fiança, o juiz arbitrará o valor

desta, que poderá ser prestada perante ele, remetendo, neste caso, à autoridade os respectivos autos, para serem anexados aos do inquérito policial ou aos do processo judicial.

18 Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração punida com detenção ou prisão simples Parágrafo único. Nos demais casos do art. 323, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. 19 Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:

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VI – Quando o processo for manifestamente nulo:

O HC, nessa hipótese, possui efeito específico, não visando a liberação do paciente, mas sim a anulação do processo, no todo ou em parte. Quer-se o reconhecimento da nulidade do processo, total ou parcial.

As hipóteses mais comuns são:

1º) Em razão da celeridade que alcança o HC, a sua impetração após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, conforme já salientado, ainda que haja previsão expressa sobre o cabimento de revisão criminal (art. 62120

do CPP), embora o HC alcance o mesmo fim.

2º) A decisão que indefere o reconhecimento de prova ilícita juntada aos autos – art. 15721

, caput, e §3º22

do CPP – podendo ser utilizado o mecanismo para esse fim. O importante é que a ilegalidade, a ilicitude dessa prova seja evidente, o que, por certo, contaminará todo o processo.

VII – Quando estiver extinta a punibilidade

Verificada a ocorrência de, exemplificativamente, causas do art. 10723

do CP caberá a impetração de HC, devendo ser imediatamente arquivado o IP ou o processo judicial e colocado em liberdade o acusado ou o réu.

20 Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:

I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos; II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos;

III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena.

21 Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a

normas constitucionais ou legais.

22 Art. 157. § 3º. Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a

formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.

23 Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

I - pela morte do agente; II - pela anistia, graça ou indulto;

III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; IV - pela prescrição, decadência ou perempção;

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4. Sujeitos do Habeas Corpus:

a) PACIENTE: é a pessoa que está sofrendo ou que está na iminência de sofrer o constrangimento ilegal – Pessoa Natural ou Pessoa Jurídica.

Pessoa Jurídica – há duas posições quanto ao cabimento: - uma posição diz que não em razão desta não cometer crime;

- uma segunda posição menciona que cabe HC em favor de PJ no caso de crimes ambientais.

b) COATOR: é quem exerce ou determina o constrangimento ilegal – autoridade ou particular, pois a Constituição da República não limita.

c) IMPETRANTE: existe um mandato universal para impetração de HC – qualquer pessoa do povo poderá impetrar: insano; menor; Pessoa Jurídica quando assinada por seu representante legal; Ministério Público.

d) Não poderão impetrar HC: Delegado de Polícia e Juiz no exercício das funções.

Obs:

O fato do Juiz não poder impetrar HC, não impede que conceda a ordem de ofício – art. 654, §2º24 CPP.

5. Competência para apreciação de Habeas Corpus:

A matéria, a definição da competência para apreciação do HC é de extrema relevância para o Processo Penal.

V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;

IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

24 Art. 654. § 2º. Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus, quando no curso de

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Quando a autoridade coatora não for membro do poder judiciário ou do MP que atue em 1º grau de jurisdição e não se enquadre nas competências dos tribunais, será de competência do juiz de 1º grau. – STF, art. 102, I25 da CF; STJ, Art. 105, I, c26, da CF.

No âmbito federal, a competência vem definida pelo artigo 109, VI da CF.

HC contra decisão de juízo/ato judicial monocrático:

Das decisões que indeferem pedido liminar em HC perante juízo monocrático não cabe recurso. A solução é a impetração de um novo HC, perante o tribunal de apelação competente, para fazer cessar a coação.

25 Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;

b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;

c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;

e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território;

f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;

g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;

i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999)

j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;

l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;

m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais;

n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;

o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;

p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;

q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;

r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público;

26 Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:

c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.

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Idêntico entendimento se aplica nos casos de juizados especiais criminais, ante a não aplicação da Súmula 69027 do STF: a competência para conhecer de HC e MS de Turma recursal é do TJ se for juizado especial criminal estadual ou Tribunal Regional Federal se for Juizado especial criminal federal.

HC contra decisões de Tribunais:

Quando indeferida liminar em HC, por relator, em tribunal, não cabe a impetração de novo HC para outro tribunal, em razão da Súmula 69128

do STF. Entretanto esse entendimento foi abrandado, cabendo novo HC quando houver flagrante ilegalidade afrontando direito fundamental.

Obs:

Da decisão que concede ou denega o mérito do HC em 1º Grau, cabe RECURSO EM SENTIDO ESTRITO – art. 581, X29 do CPP.

Da decisão concessiva de HC por juiz (1º grau) cabe RECURSO DE OFÍCIO – art. 574, I30

do CPP.

HC contra decisão monocrática de Ministro do STF:

É possível a impetração contra decisão monocrática de Ministro de HC para o Plenário, conforme súmula 60631 do STF.

Não cabe, no entanto, HC para o Plenário do STF quando for de decisão de turma, em razão do regimento interno do STF.

27 Súmula 690 do STF: Compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de habeas corpus contra decisão de

turma recursal de juizados especiais criminais.

28 Sumula 691 do STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do

Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar.

29 Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:

X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus.

30 Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz:

I - da sentença que conceder habeas corpus.

31 Súmula 606, STF: Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de turma, ou do plenário, proferida em

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