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Transcrição Aula 04 TJ-RS. Português. Profª Adriana Figueiredo

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Português

Profª Adriana Figueiredo

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Aula 04

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AULA 04

Então, agora eu estou voltando com vocês. Nós vamos finalizar conjunções, mas eu quero – já que estamos voltando do almoço – aquecer um pouco mais com questões.

Daqui a pouco eu volto para a teoria. Eu quero começar esse tempo de aula retomando o ‘pois’. Nós falamos do ‘pois’, lembram? E eu quero mostrar para vocês uma questão sobre o ‘pois’. (…)

Outra questão recorrente é essa que quer saber das classificações do ‘e’. Essa aí traz um ‘e’. E, aí, antes de resolver, vamos só lembrar o que o ‘e’ pode ser. Nós vimos hoje que o ‘e’ aparece, primeiramente, na lista das conjunções aditivas, né? Normalmente ele indica soma.

Mas eu quero que vocês acrescentem duas classificações que aparecem nas provas. Ele pode ser conjunção aditiva (João e José chegaram). Ele também pode ser conjunção adversativa

(Tentou e não conseguiu). E, anote só mais uma, ele pode ser também conjunção conclusiva.

Ele pode ter valor de conclusão ou valor semântico de consequência (Estudou muito e foi

aprovado). Tá bom?

Ou seja: ele não é só aditivo, né? Ele pode opor, pode trazer ideia de consequência.

(…)

Fazendo um raio-X das provas anteriores, esse é o assunto que mais aparece. Mas é muita questão sobre isso! Por isso que eu já estou explorando ao máximo, algumas com o nível mais alto. Hoje eu vou ter que só entrar no ‘que’. A banca é mais chatinha com o ‘que’ e com o ‘quando’. Mas tirando isso, gente, é impressionante, 40% da prova!

Então, se estiver tudo bem, ótimo, porque é muito isso.

Vamos voltar, então, para terminarmos a parte de revisão teórica? Vamos voltar? Agora vocês já aqueceram. Eu quero voltar lá para a teoria. Nós paramos lá nas concessivas, foi isso?

Eu cheguei a entrar nas conformativas, não é? Porque nós fizemos a revisão do ‘como’. Tudo que o ‘como’ podia ser.

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Agora, vamos lá, finalizando. Até aqui nós vimos que existem dois tipos, dois grandes grupos de conjunções. De um lado as conjunções coordenativas, de outro lado as conjunções subordinativas. As conjunções coordenativas, eu divido em quanto tipo? Cinco tipo: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas. De um lado elas. Do outro lado, as subordinativas, que se subdividem em dois grandes grupos. Quais são os dois grandes blocos? De um lado as integrantes, que são aquelas “isso” (é o ‘que’ e o ‘se’) e do outro lado as adverbiais. As adverbiais se subdividem em nove tipos: 6 que começam com a letra C + FTP (f de final, t de temporal e p de proporcional). Tá bom?

E, aí, agora nós vamos para as finais.

Isso aí, né? Final indica finalidade. (…) O ‘que’ é uma festa, o ‘que’ pode ser tudo.

O que você tem que saber da final é que a conjunção final indica sempre uma hipótese, nunca um fato ocorrido. Ela é igual a condicional, que também era hipotética (se puder, me ligue). A final também. É isso que a diferencia da consequência, da consecutiva, porque elas são muito parecidas. A final é muito parecida com a consecutiva, porque a finalidade ocorrida vira consequência.

“Toque o sinal para que todos entrem no salão”. Se acontecer, vai virar consequência. O que diferencia a final da consecutiva é o verbo no subjuntivo, sempre, porque é hipótese. Toque o sinal para que todos entrem no salão: – é hipotético, eles podem entrar ou não. Tá bom?

Proporcionais:

Beleza, proporcional indica proporção. Quer dizer: quanto mais o produto se escasseia, mais fica caro.

Único que pega em prova delas, das proporcionais, é esse ‘à medida que’ que as pessoas acabam confundindo com ‘na medida em que’.

Essa é uma outra pegadinha de prova. Não confunda ‘à medida que’ com ‘na medida em que’. São parecidas, mas não tem nada a ver.

‘À medida que’, você acabou de ver, é o quê? Proporcional.

E ‘na medida em que’ é sinônimo de ‘porque’, de ‘pois’. E, aí, você já aprendeu isso comigo antes do almoço, se é sinônimo de ‘pois’, de ‘porque’, pode ser o quê? Causal ou explicativo,

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TJ-RS (Superação) – Português – Profª Adriana Figueiredo

dependendo da frase. Se alguém te perguntar assim: como é que eu vou saber se é causal ou explicativo? O que você vai dizer? Você vai dizer: primeiro, pergunta se é causa. Se for causa, não vai ser explicação. Se não for causa, vai ser explicação. O ‘na medida em que’ ou é uma coisa ou é outra, não pode ser outra coisa. ‘Na medida em que’ nunca pode ser proporcional. Nada de falar assim: “na medida em que ela cresce fica tão bonita...”. Não é ‘na medida em que ela cresce’, porque está falando de proporcional. É ‘à medida que’. O ‘na medida em que’ você vai usar, por exemplo, “brigou com a namorada na medida em que chegou atrasado”. Então, é ‘porque’ chegou atrasado, entendeu?

E não existe ‘à medida em que’! Nada de falar “à medida em que eu estudo, aprendo”. Ainda não está rolando.

A nossa língua é muito difícil, né?

Então tá. Ali lembra que eu estou colocando tudo que pega em prova, tudo que ser chatinho de conjunções, que é um dos assuntos mais complexos do português. E tá indo tranquilo, vocês estão dominando.

Agora, nós vamos caminhando na nossa revisão. Temporais.

Temporais são tranquilas. Temporais indicam tempo.

E nós fizemos hoje uma questão da FAURGS em que a banca pegou o ‘quando’ e perguntou o que ele era e ele não era temporal. Ele era o quê? Lembra? Era uma questão em que a banca falava assim… eu esqueci o trecho da frase, mas era um ‘quando’ que era condicional. E, aí, eu falei para você: “tomem cuidado, porque o quando não vai ser só temporal”. Hoje eu falei, inclusive, que o ‘quando’ pode ser temporal, pode ser condicional e pode ser até causal. Tudo isso você está anotando aí, né?

O ‘quando’ causal pode ser aquele: “quando a vejo, o meu coração dispara”. Ele dispara porque eu a vejo. Então isso tem a cara da FAURGS.

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A FAURGS é uma banca também de sintaxe. Ela tem muitas questões de análise sintática. Então não deixem de investir também nisso, quando vocês forem estudar gramática. Ela adora classificação de orações, ela adora isso. E isso aqui tem tudo a ver com a FAURGS.

Aqui, único ponto que eu queria que vocês anotassem é… as comparativas são tranquilas, mas existe um detalhe sintático nelas que eu queria que vocês observassem. As conjunções comparativas trazem o verbo implícito. Presta atenção! Se eu perguntar assim: quantas orações há aqui? Isso é bem o estilo da banca.

Lembra que nós contamos o número de orações pelo número de verbos? Cada verbo, uma oração. Então, essa é uma peculiaridade das comparativas. Na hora de contar você tem que pensar que existe um outro verbo aqui implícito. É como se eu dissesse: O jogo de hoje será mais difícil que o jogo de ontem foi. Então, eu tenho duas orações. Uma com verbo explícito

e outra com verbo implícito. Tomem cuidado que isso pega para caramba em prova, porque acaba que a pessoa fica olhando só para os verbos que estão ali e não para os verbos implícitos. Faz todo sentido, né, porque, aqui entre nós, para que ficar repetindo verbo? Falar assim: “você é tão bonita quanto sua mãe é bonita”. Basta falar “você é tão bonita quanto sua mãe”. Não precisa ficar repetindo o “é”. Então essa é a dica. O verbo da oração comparativa, normalmente, vem implícito, por ser o mesmo verbo da outra oração. Tá bom? Conte sempre com um verbo a mais, portanto.

Então é isso. Vamos caminhando.

Causais e consecutivas. Aí a gente chega àquelas que, juntas, lembram aquela relação de causa e consequência, que eu já treinei com vocês, então isso aqui vai ser fácil.

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Aprendemos hoje que essa lista das conjunções causai é a mesma lista, exceto o ‘como’, das explicativas. O como é a única conjunção que está na lista das causais e que não pode ser explicativa. Todas as outras aparecem na lista das duas. Um ‘porque’ pode ser causal ou explicativo. Um ‘pois que’ pode ser causal ou explicativo. Como é que eu sei que é causa? Aí vem aquela história de, primeiro passo, como que eu sei que há uma causa ali, uma relação de causa e efeito? Porque existe uma ideia de “o fato de... fez com que...”. O fato de não dispor de meios fez com que não fizesse a pesquisa. Pronto. Vi que há uma relação de causa e efeito. Agora, o segundo passo é perguntar o que aconteceu primeiro, perguntar o que aconteceu depois. O que aconteceu primeiro? Cronologicamente falando, o que acontece primeiro? Porque eu estou fazendo isso aqui? Porque eu não posso me enrolar com causa e consequência! Eu tenho que olhar para uma e olhar para a outra e não confundir. Então, como é que eu faço? Eu lembro que a causa acontece antes da consequência. O que aconteceu primeiro ali? Não dispunha de meios acontece (1) primeiro, não fez a pesquisa (2) acontece depois. Então isso aqui (1) é a causa, isso aqui (2) é o efeito. Pronto. Aí, no final, classificar a conjunção é fácil, porque a conjunção recebe o nome da ideia que vem depois dela. Sempre depois, sempre olhar para o que vem depois! Se o que vem depois é causa, então ela é causal.

Aqui embaixo a mesma coisa, vem comigo.

Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do exame. Sentiu ali que há uma relação de causa e consequência? Sentiu o cheiro de causa e efeito? Como é que eu sinto esse cheiro de causa e efeito? “O fato de… fez com que...”. Então esse negócio de “o fato de… fez com que...” é para sentir o cheiro, porque tem gente que nem chega a sentir o cheiro. Fala assim: “não, não vi, não”. Vai! Sentiu o cheiro? Sentiu. O fato de estudar muito fez com que dormisse.

E depois de perceber que há uma relação de causa e consequência, eu pergunto o que aconteceu primeiro e o que aconteceu depois. Cronologicamente falando, primeiro ele estuda (causa), depois ele dorme (efeito).

Por fim, na hora que classificar a conjunção é só olhar para o que vem depois dela. O que vem depois é o quê? Efeito, então ela é consecutiva.

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O fato de ter tido a dor fez com que desmaiasse. O que acontece primeiro, o que acontece depois. O que acontece primeiro? Dor. O que acontece depois? Desmaio. Pronto, cronologicamente falando, primeiro ele sente a dor e depois ele desmaia.

Quando eu digo o que acontece primeiro, o que acontece depois é na linha do tempo. Não é aqui, não, porque também muita gente erra a questão porque acha assim, a causa sempre aparece primeiro e a consequência aparece depois. Nada disso!

Ali, por exemplo, não foi. “Ele não fez a pesquisa” apareceu primeiro.

Então tá, agora, na hora de classificar a conjunção. Mantra que eu fico repetindo. A conjunção recebe o nome da ideia que vem depois. Se o que vem depois é o efeito, então a conjunção é consecutiva.

E uma outra dica é toda vez que esse “que” vier antecedido de “tal”, “tão”, “tanto” (isso cai muito em prova) vai ser consecutivo. “Tão que...”, “tanto que...” é consequência.

Fechamos, então, essa revisão. Tudo bem, pessoal? Alguma dúvida? Vamos fazer, então umas frases que eu retirei de provas?

(…)

O “porque” conjunção é sempre junto. Sempre junto! Separado é porque não é conjunção, se vier separado. Aí ou ele vai ser pronome interrogativo ou vai ser advérbio interrogativo, mas conjunção não.

Então, já estamos aqui organizando o porque conjunção.

Você tem aí um cantinho em que você está anotando todas as conjunções chatinhas de prova. O “e”, o “nem”, o “pois”, o “como”. Agora você vai colocar o “porque”.

O “porque” pode ser o quê? Pode ser causal, explicativa e final. Porque conjunção só pode ser essas três coisas, tá? E é sempre junto!

(…)

Hoje nós vimos que o “já” pode ser o quê? Temporal (venha já, venha agora) e ele pode ter valor adversativo. Foi uma outra questão que a gente acabou de resolver que o “já” opunha, lembra?

“Os elefantes... já os homens...”. Então ela, de vez em quando, pergunta se o “já” é tempo, quando, na verdade, o “já” é oposição.

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(…)

O ‘quando’ pode ser o quê? Então vamos fazer uma aqui do lado. E, aí, eu vou fazer uma revisão com frases curtas, para ficar mais fácil de você entender. O ‘quando’ pode ser: 1) advérbio de tempo (…), advérbio interrogativo de tempo. O ‘quando’ advérbio é o ‘quando’ que você usa nas frases interrogativas: Quando você chegará? Chegará quando? É advérbio. Porque aqui ele é advérbio? Porque ele se refere ao verbo. Quando você chegará? E, aí, sempre que o quando for advérbio ele vai ser interrogativo, porque ele vem sempre numa frase interrogativa, seja direta ou indireta. Olha, pessoal, cuidado.

Não sei quando você chegará. Esse ‘quando’ também é advérbio interrogativo de tempo, mesmo a frase não estando com ponto de interrogação. Isso é uma frase interrogativa. Porque ela é uma interrogativa? Porque ela é interrogativa indireta. Já ouviu falar? É aquela que não usa o tempo de interrogação, mas quer saber. Sempre que você começar com ‘não sei’, ‘quero saber’, ‘gostaria de saber’ isso é uma interrogativa direta. Então, a primeira é interrogativa direta e a segunda é interrogativa indireta. Nos dois casos ele é advérbio por quê? Porque ele se refere ao verbo, indicando tempo. Por isso que ele é advérbio, tá? (…)

O quando pode ser pronome interrogativo? Não! Ele pode ser pronome relativo! Então, segunda classificação do quando:

2) Pronome relativo. O quando pode ser pronome relativo, não esquece isso não, hein? O quando pode ter o valor do ‘que’, do ‘qual’. Por exemplo, se eu digo: Esse foi o dia quando ele chegou. Esse ‘quando’ é pronome relativo. Por quê? Qual é mesmo o conceito do pronome relativo? É aquele que retoma um antecedente, de natureza substantiva, e pode ser trocado por outro relativo. Eu poderia dizer no qual. Pronome relativo. (…)

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3) Conjunção. Quando ele for conjunção, vai ser aquela conjunção que nós vimos que é a conjunção temporal. Qual é o nome dela? É conjunção subordinativa adverbial temporal. (…) Ex: Ele saiu quando você chegou. Esse ‘quando’ é conjunção.

Gente, olha, que louco, no português eu costumo dizer o seguinte. Português é fácil se você estudar tudo isoladamente. Você estuda um conceito, aí você estuda outro conceito, aí você é feliz. Mas quando mistura tudo… Então português fica difícil quando mistura tudo e quando vai para o texto. Esses são os dois grandes desafios. Por isso que eu falo isso, que é para você a todo momento se esforçar. Você tem que ficar fazendo isso: “espera aí, eu sei, mas eu sei quando vem tudo misturado? Será que eu sei mesmo?”. Para você realmente dominar. Mas, também, português, nunca fique tentando dominar. Isso não existe. A nossa língua é muito complexa para você ficar dizendo assim: “sei tudo”. E nem fique esperando essa sensação aparecer para passar no concurso, porque você vai passar muito antes disso, entendeu? Saber tudo é muito louco. Não existe isso.

Mas, pare para pensar, misturei tudo, olha como não é tão difícil. Olhe que o ‘quando’, que você acabou de estudar comigo, conjunção, na verdade já existia com outras duas classificações. Qual é a diferença entre elas? Conjunção você aprendeu. O que é conjunção? Aí é legal para a gente também entender o que é conjunção. Conjunção é palavra que liga. Então esse quando aqui é conjunção, sim, porque está ligando orações. Ela saiu quando você chegou. É conjunção porque conecta orações.

Veja que ele é diferente do ‘quando’ advérbio. O ‘quando’ advérbio interrogativo quando vem com ponto de interrogação é mole. O quando advérbio quando não vem com ponto de interrogação é mais difícil. Como é que eu sei que esse ‘quando’ aqui é advérbio e aquele quando ali é conjunção? Essas são as frases mais difíceis. Como é que eu sei? Vamos juntos? Como é que eu sei que esse aqui é advérbio e aquele ali é conjunção?

Primeiro, quando ele é advérbio, ele é interrogativo. Foi a dica que eu te dei. O advérbio ‘quando’ é sempre interrogativo, porque fica perguntando quando. Ele supõe uma interrogativa. E essa frase não tem um tom de interrogação? Não sei? Se a pessoa fala “não sei” é porque ela está perguntando indiretamente. Aqui ela pergunta, ali ele não pergunta, ele só liga. Entendeu a diferença? Ali ele é só um elemento de ligação entre as duas orações. Ele é uma conjunção adverbial temporal que se liga a essa oração principal aqui.

E o quando pronome relativo acho que é mais fácil, porque ele retoma o antecedente substantivo. É igual a ‘no qual’. Vamos ver na questão, então?

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Ao + verbo no infinitivo é sempre…? Sempre o quê? Você lembra? Lembra a propaganda “ao persistirem os sintomas” ou “a persistirem os sintomas”?

O que é certo dizer? Ao persistirem ou a persistirem? E por quê? O certo é “a persistirem os

sintomas”.

Por que o certo é a persistirem? A persistirem indica o que mesmo, hein?

A persistirem os sintomas, procure um médico. Toda vez que eu tenho “a + infinitivo” isso é condição, é igual a “se”. Condicional. É como se eu dissesse “se os sintomas persistirem”.

Agora, “ao persistirem” (que é o que nós vemos direto por aí, né?) é diferente. É o quê? É igual a “quando”. Então: “ao + infinitivo” é sempre igual a “quando”. É sempre temporal.

Por isso que não pode, na propaganda, deixar esse negócio de “ao persistirem”. Está errado, porque, da maneira como eles falam, se colocarem “ao persistirem os sintomas, procure um médico”, (…) “quando os sintomas persistirem” é como se eles dissessem “vão persistir”. Não vai funcionar, mas fique tranquilo, porque quando persistirem você vai ao médico. É isso, no fundo, no fundo. Então, beleza, é “a”.

(…)

Agora vamos para o “que”. Eu vou para a questão quinze, porque ela fala do “que”. (…)

O ‘que’ pode ser pronome? Pode. Quando ele é pronome, ele pode ser pronome indefinido.

“Que beleza”! Esse ‘que’ é pronome indefinido porque ele é igual a ‘quanta’, é igual a ‘muita’. Muita beleza! Quanta beleza!

Ele pode ser pronome relativo também. (…) Quando ele é relativo, o que acontece mesmo? Ele

sempre retoma. Então, se eu digo: “É o amigo que foi aprovado”. Esse que é pronome relativo, porque o pronome relativo sempre retoma. É só trocar por ‘o qual’ e, aí, fica tudo certo, né? O ‘que’ pode ser substantivo? Pode, mas quando ele é substantivo ele vem antecedido de

um determinante, de um artigo, mas ele vem com acento. Por exemplo: “Ele tem um quê de especial”. (…) E vem sempre com acento, tá bom?

O ‘que’ pode ser preposição? Pode, mas aí é fácil lembrar. O ‘que’ vai ser preposição sempre

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Esse ‘que’ é preposição. Por que ele é preposição? Porque está ligando, ele liga verbos. Pode ser trocado por “de”, tenho de estudar, o que, formalmente, é melhor. O melhor é dizer “tenho de”. Informalmente nós usamos o ‘que’ como ‘de’, mas o melhor é usar a própria preposição. Quando você usa o ‘que’ com sentido de ‘de’, você está usando esse ‘que’ como se fosse uma preposição, mas ele não é. Nós vimos hoje lista de preposição, as preposições essenciais: a, ante, de, após, com, contra… o ‘que’ não estava lá. Quando ele aparece com valor de ‘de’, ele é chamado de preposição acidental. (…)

E ele pode ser advérbio? Pode! Qual o conceito de advérbio mesmo? Advérbio é classe

de palavra que se refere a verbo, adjetivo ou outro advérbio. Então, quando o ‘que’ vai ser advérbio? Por exemplo: “Que linda menina”. Esse ‘que’ é o quê? Esse ‘que’ é advérbio. Por quê? Porque ele se refere à ‘linda’. Qual é a classe gramatical de ‘linda’? Adjetivo. Esse ‘linda’ é adjetivo, então esse ‘que’ é advérbio.

Aí, gente, aqui entre nós, o ‘que’ advérbio se parece muito com o ‘que’ pronome indefinido. Ainda mais se a gente ficar usando macete de trocar por muito, muita. Parece muito! Como eu sei se um ou se é outro? Pronome é classe de palavra que se refere a nome, se refere a substantivo.

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E vale também aquele macete, para saber se é substantivo, que é colocar um artigo antes: a

beleza. Às vezes eu vejo que o aluno erra, porque na hora ele olha: “beleza não é adjetivo?”, “beleza… estou elogiando”. Não! Beleza é substantivo, a beleza.

Agora, bela, linda… se eu dissesse: “que bela!”, mesma coisa. Vou colocar o ‘bela’ aqui só para você ver. Mesma coisa, porque bela é adjetivo.

A FAURGS pergunta dessas classificações do ‘que’ e coloca uma outra que vai vir na próxima questão, mas eu vou guardar. Por enquanto são essas. Essas 5 você tem que saber reconhecer. Tá bom? Delas você viu que não há problema? Quando é relativo, mole, porque retoma. Quando é substantivo, com acento. Preposição sempre equivalendo a “de”. Difícil é quando é pronome indefinido versus advérbio, mas você já entendeu.

(…)

O que expletivo é o mesmo que palavra de realce. Partícula expletiva ou palavra de realce.

Então copia essas duas frases com o ‘que’. “Eu é que não saio daqui”. “É em casa que somos nós mesmos”.

Quando o que é expletivo? Quando ele é palavra de realce? O nome já diz, realce, é porque está ali apenas para realçar, para dar ênfase. Ou seja: pode ser suprimido sem causar erro gramatical nem mudança de sentido. Mas, aí, só uma dica: normalmente, quando o ‘que’ é realce, ele não vem sozinho. Ele pode vir sozinho? Pode. Mas ele vem, muitas vezes, acompanhado do verbo “ser”. É importante saber isso, porque quando ele sai, sai o “ser” também.

Então, é claro que a banca, a FAURGS pergunta do ‘que’, mas não é o ‘que’ só. É o “é que” que é realce. Isso é comum, não é só com a FAURGS. Elas, de maldade, perguntam se o ‘que’ é expletivo. Se você pensar só no ‘que’, você não pode tirar não, vai ficar estranho.

“Eu é não saio daqui”. Mas é que não é o ‘que’ sozinho! É o ‘é que’! E, aí, esse ‘que’ é classificado como partícula expletiva.

Será, portanto, partícula expletiva quando puder ser retirado da frase sem gerar erro gramatical nem mudança de sentido. Ele está ali só para enfatizar. “Eu é que não saio daqui”.

E aí tem que tomar cuidado… por quê? Porque ele pode se separar do verbo “ser”, que são as piores frases. Aconteceu aqui também, olha: “É em casa que somos nós mesmos”. Esse ‘que’, aqui entre nós, relativo não poderia ser, apesar de ele estar antecedido de casa, nem daria para trocar por outro relativo… “é em casa a qual somos nós mesmos”. Não fica estranho? Ele não é relativo! Ele é realce! Ele pode sair junto com o ‘é’ e eu posso dizer: “em casa somos nós mesmos”. Tá bom? É o ‘que’ expletivo.

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(…)

Aqui a banca não queria a classificação morfológica, ela queria a função sintática. Isso acontece quando o ‘que’ é pronome relativo. Ele pode ter as funções sintáticas. Não é só com o ‘que’, isso acontece com qualquer relativo, é que a banca pergunta do ‘que’, mas qualquer pronome relativo (cujo, qual) pode ter função.

Quando é que ele pode ter função sintática? Quando ele é pronome relativo.

Aí é aquela história, deixa eu fazer aqui para vocês lembrarem. Vamos lá, deixa eu dar uma frase curta. Essa é a mulher que você elogiou. Essa é a mulher que foi aprovada. Só mais uma. Essa é a mulher a que você se referiu. Então, nas três frases o ‘que’ é pronome relativo.

E, aí, o que eu faço se a FAURGS for além? Se, além da classificação morfológica do ‘que’, ela me pedir a classificação sintática? Como eu faço para saber se o ‘que’ é sujeito, objeto direto, objeto indireto? Aí é simples. Isso aqui dá para fazer num passo a passo. Depois eu te dito o passo a passo, é um passo a passo curto. A banca quer saber a função do ‘que’.

Primeiro passo é: isolar, dividir as orações, porque, se eu não dividir, eu vou me enrolar toda no texto. Isolar a oração adjetiva, que é essa oração que vai do ‘que’ em diante. Isolei.

Segundo passo: substituir o ‘que’ pelo antecedente dele na outra oração. Por que substituir o ‘que’? Porque ficar olhando para o ‘que’ perguntando se é sujeito, objeto, é horrível. Eu vou substituir pelo antecedente, que fica mais fácil. Então em vez de eu ficar olhando para o ‘que’, eu substituo por ‘mulher’. Mulher você elogiou.

Terceiro passo: colocar essa oração que eu isolei, que é do ‘que’ em diante, na ordem direta (sujeito, verbo e o resto). Você elogiou a mulher.

Então, primeiro passo, isolar a oração, para não me confundir com o que vem antes. Segundo passo, substituir o relativo pelo antecedente. Terceiro passo, colocar a oração na ordem direta, a oração adjetiva, que é essa do ‘que’ em diante.

Aí agora fica fácil. Você elogiou a mulher. Quem elogia, elogia alguém, alguma coisa. Objeto direto!

Por que é importante fazer esse passo a passo? Porque é aquela história que eu falei, a gente sabe a matéria, mas quando a gente vai para o texto, se a gente não estiver organizado, é horrível. Então, no texto eu tenho que isolar a oração e organizar. Quer ver? Mas de novo com o passo a passo? Vai!

Repetindo. Primeiro passo: isolar a oração adjetiva. Cadê a oração adjetiva? Do ‘que’ em diante, “que foi aprovada”. Segundo passo: substituir o relativo por seu antecedente. Como é que ficaria substituindo? “A mulher foi aprovada”. Eu faço isso, porque senão eu vou ficar zonza,

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não vou entender nada. Tá, entendi. Terceiro passo: colocar essa oração adjetiva na ordem direta. Mas já está! “A mulher foi aprovada”. Aqui está até fácil, porque está na ordem. Pronto, agora eu vou classificar o ‘que’. Quem é que foi aprovada? A mulher. Sujeito!

Parece difícil, mas é muito fácil. Vai, em três passos, vamos! Primeiro passo: isolar a oração “a que você se referiu”. Esse ‘a’ fica aqui desse lado porque ele é do ‘referir-se’, então a barrinha entra antes do ‘a’, né? Segundo passo: substituir o pronome relativo pelo seu antecedente. Como é que fica? Você se referiu a mulher. Pronto, já coloquei até na ordem direta, que é o último passo. Agora está fácil. Quem se refere, se refere a alguém, a alguma coisa. Então esse que é um objeto indireto!

(…)

Tá bom? Então eu estou tranquila. Estou mesmo. Eu fiquei buscando todos os modelos para vocês ficarem tranquilos em relação a gramática textual que é uma outra pegada dessa banca. Mas vocês vão se sair muito bem.

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