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- SEMANÁRIO

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MARANHENSE.

ANNO I.

San'Luiz, Domingb--17 dé Maio—1868.

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NUMERO 38.

Publica-se aos Domiügos. Assigna-se nesta typopphia e em mão do Snr. Germano Martins d'Assumpeão a 2*000 por tnmestre (13 números).

edictoh-B. de Mattos.

SEMANÁRIO 1IUIEB.

UMA QUKSTAO DE"GRAMMATICA.

Empregos do verbo Haver.

Encetaodoo presente artigo, entro na matéria de que jiie occupo por ura pon-to de vista, e sigo por veredas, que pare-cerão talvez alheias ao assumpio, mas que, a meu ver longe de o serem são chamadas indispensavelmente a illuci-dal-o.

Nem se julgue desnecessário, séja-me permittido dizer, vir de tão longe, eevo-car para discuti!-à princípios tão com-prehensivbs e geraes, pois que se tracta nada menos que de explicar expressões, que figurão achar-se em opposição ma-nifesta com as leis da linguagem n'ura dos seus preceitos mais rígidos, qual é a concordância do verbo como seu sujeito em numero, como era pessoa, que ura longo uso sem lesistencia tem acceilado na lingua portugueza.

Não ha nada arbitrário e desçonnexo no vasto campo da intelligencia humana, senão o erro.

A sciencia. se compõe de verdades, e toda verdade é uma lei harmônica, que tem por principal caracter a mais e>tricla uniformidade com a natureza na parte, que lhe respeita.

A Phisica; a Chym'ica;'a Hydraulica.e a Astronomia; o direito, e a economia po-litiea, são verdadeiros códigos scientifi-cos; e a medicina, apezar das innume-raveis difficuldades coarquetem luctado, lucta, e ha de luctaj ainda para ahi che-gar, ...tenta.Tia muito constituir-se pelo mesmo modo.

Pois bem: p'que acontece nesses

diver-sos conhecimentos do homem, dá-se

igualmente na lógica e na grammaiiea; na lógica que é a coílecção das jeis do pensamento, e na grammaiiea, que en-cerra as"da linguagem ,porque .este se exprime; o que é lào certo, que por toda parte a humanidade pensa pelo mesmo' processo, e falia subordinando-se ás mes-mas regras elementares.

Aqui deve encontrar-se em expressão, e $em aminima discrepância, tudo* o que alli existe em concepção.

- Y»Nem- podia ser isto de outro modo, porque, résumindo-se afinal e em ultima analyse tòdía a acção do pensamento ein perceber, quer considero as cousas mais simples, quer as mais complicadas, ou $ejâor estas materiaes, ou moraes, ea palavra não podendo faíer mais do que descrever o que o pensamento percebe, a linguagem ha dè infallivelmente

corres-PPiíder-lhe¦Í\,'-r ; :y.y;;;: ;.¦';'¦'- ,*'.'' -...,-».¦-:.-... ,r ¦¦.¦,*¦¦.'.'.•..:.¦...,. "»,¦*.*' ''¦'*'. ' ... '* "': Y'' " "Daqui

se segue que as regras de dizer q os meios para isso indispensáveis são determinados e positivos, por isso que temo seu typo na natureza que"o pensa-mento não faz mais do que descobrir, e a palavra reproduzir.

E assim é que a razão, onde quer que exerça a sua espontânea actividade, por mais que se esforce, nada crêa, sendo-lhe só licito inventar, que é achar, e não encontra pela mais rigorosa observação do universo sehào substancias, sexos, qualidades, existências, actos, modifica-ções dessas existências e desses actos, causalidades, refererteias, uniões, e dissi-dencias em relação a todas as entidades da ordem physica, e da ordem intellec-toai e moral; d'onde procede a classifica-ção inalterável dis palavras,que entrão na composição de todas as proposições ima-ginarias.

Eis ahi porque todas as, línguas, por mais estranhas que sejão entre si na for-ma, tem com tudo, já não dig<* somente similhança, porem a mais perfeita iden-tidade no fundo e na essência, o que cha • mou os grammaticos ao accordo de re-conhecerem a existência necessária de uma grammaiiea universal ^e absoluta que, com muita raz_o, denominarão phy-losopbica, ou geral, e do grammaticas particulares das línguas; divisão que

equi-vale perfeitamente a considerar-se a

grauHnaiica sciencia, ein sua origem, ne: cessaria, e, como tal, dogmática, e arte, na applicação subsequente dos seus prin-cipios, em que se revtdão naturalmente todas as differenças, que podem impri mir-lhe a imaginação, o gosto, a"ihdole, e as propensões peculiares dos povos a quem ellas se refer&m, d'onde proveni e»ssa.s apparerites infraxções das regras absolutas,que se «nolão, em numero lirai-lado por certo, mas que figurão mais ou menos em* todos os idiomas geralmente, e que nelles constituem, em maior ou menor escala, dando-lhes beüezas das tintas, o que se chama idiotism<>.

Uma dessas semelhanças de infraççõès; que contém, como outras, a lingua por-* tugueza, é a que faz o objecto destfi es cripto, e delia me occupo porque, não obstante ser mui susceptível de legitima e cabal explicação, parece-me comtudo que ainda não foi cabalmente explicada pelosv

grammaticos. 7 ;

Õ verbo Haver, simulando discordar do; seu sujeito grammatical em numero, e desde os -tempos'* mais remotos com müU ta elegância empregado pelos nossos me-lhores prosadores e poetas, e isto tem dado lugar a largas discussões e ainda hoje entretem divergências entre as

opi-niões dos homens mais^competentes ha matéria, que por diversos modos prefen** dera justificar a supposta irregularidade, mas, segundo julgo, e procurarei mos-trar, sem um resultado cprapleto, porque o próprio Constancio, que entre todos mais se aproxima da verdade, não resol-veu inteiramente a questão.

Nesses casos consMerão alguns o*verbo Haver como um verbo differente do ver-bo haver activo e regular,.(« são estes^òs mais seguidos) e emprestão lhe sem ra-zão suíliciente a significação de existir que elle não tem, nem pode ter, d'onde provem em parte as dificuldades de jus-tificar o seu emprego táo comesinho; de modo que o que está majs; definitivamente assentado a seu respeito, é que tal verbo, quando assim tem um uso anômalo, é impessoal como subjeito grammaticaí o&:-culfo, lendo um coniplemento claro ou expresso do subjeito, que se lhe dá rçgi-do lambera por uma preposição, que é mister subentender.

Nada porém realmente encontra me-nos fundamento na grammatica, pelo que para dar-se uma tal ou qual apparencia de legitimidade á semelhante opiniãiv é forçoso violentar o modo de dizer, eain-da assim

por ella não se faz mais do que a substituição da proposição em que fi-gura o verbo haver em discordância com o seu subjeito apparente por uma Putrá proposição equivalente, é bem verdade, mas sempre diversa, -e quasi absoluta-mente nova;.espécie de not* interpreta^ livaem que se converte de todo.

Estudado em súa intima natureza, o verbo haver procede tão diiectamehte dò verbo latino habere como abrir procede de aperire, fazer de facere, q dizer de dicere; e tem -(lesdé a sua origerá ety-raologica acção transitiva não só na sua significação natural epricoiliva deter,pos-su ir, como nos seus diversos sentidos fi-gurados, que sao alcançar, cpnseguirvât-tiogir, tirar, re,c<djer, completar, obter,: Sck ôm todos os quaes é«sempre tambein regular.

Assim tomando-o, nãíré preciso sãn hir da regência ordinária para explicar todas as proposições em que elle ffgtii air, quer em concordância xpm o seu sub-jeito,quer na pretendida íiscprdanciaí que

faz suppor-lhe um uso anômalo.

Pelo contrario com a significação de existir jamais se poderá regèl:o d^ um modo que convença em o seu uso regu-lar e menos aiòda no idiotismo, aliás tao elegante, e» tão conforme á índole da nos-sa lingua nas suas formas mais energi-cas.,

O qáe è incontestável a este propósito

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e por isso se pode affirmar com toda se-gurança, é que todos os embaraços, que se levantão em taés casos, nascem de se lhe dar então voluntária ou involuntária e forçosamente um sujeito, que não passa de rigoroso complemento.

Alguns exemplos devidamente explica-dós tornarão palpável a exacli.lâo deste parecer.

E porque o Sr. Sotero dos Reis, meu respeitável e illustre mestre, e o primei-ro grammatico do Brasil nas suas excel lentes Postulas, á paginas 49, 50, e 51 cita diversos trechos dos melhores cias-sicos portuguezes, que para este fim ser-vem maravilhosamente, farei entre elles a minha escolha.

Releve-me entretanto o varão prestan-te a minha discidencia. Habituado a con-sideral-o como um arbitro em àssumptos grammaticaes,nãoésem o maior respeito por suas opiniões que ora me aparto do seu juiso. •*

Exemplo extrahido de Camões:

tO' tu Sertorio, ó nobre Coriolano, íCatillina, e vós outros dos antigos, «.Que contra vossas Pátrias com profano «Coração vos fizestes inimigos;

«Si lâ°no reino escuro de Snmano «Receberdes gravíssimos castigos,

«Dizei-lhe que também dos Portuguezes aAlguns traidores houve algumas vezes. ¦

JiK^f^St^&Ss

Nesta proposição, subintendido o sub-jeito, que não é claro, mas que uem por isso deixa, de ser bem determinado, e recebido o verbo no seu sentido genuíno, •a regência torna-se de uma naturalida-de irrecusável: dê-se porem ao verbo a significação de existir e para logo será forçoso alterai a com um arbítrio sem base:—dizei-lhe que também numero de alguns trahidores portuguezes, ou d'en-tre os portuguezes, houve algumas vezes, não é a mesma proposição do exemplo: está sensivelmente desfigurada não só quanioao subjeito, mas também quanto ao modo de expressão: e seu verdadeiro e natural subjeito dev^ sem duvida ser determinado e pos livo, sendo também determinada e positiva a sua expressão; o qne se segue de vir nella a preposição dos, que na proposição, que impugno, está substituída pela preposição de no caso em questão, de sentidq vago: ao que importa addicionar finalmente que comtudq isto ainda fica ella nas circums-tancias.da proposição, que se subslitue, isto é, carecendo lambem de explicação grammatical

Para reduzir-se grammaticalmente á forma regular qualquer proposição ellip-tica é preciso que esta depois de reduzi-da seja a mesma perfeitamente, lendo por única differença o acharem-se claros osseustermos,q .eeslavão primitivamen-te occultos.

A syntaxe legitima destoa proposição é pois a seguinte: dizei-lhe que também a pátria, ou a nação dos portuguezes alguns traidores houve algumas vezes: subjeito mui natural e obvio a pátria, ou a nação dos portuguezes, verbo no seu numero competente houve com a significação-de

teve, complemento objectivo, que outra cousa não pode ser, alguns traidores.

E deste modo com facilidade se rege-rão perfeitamente todas as proposições que por ventura se apresentarem em iguaes condições.

¦ «Bonançou o vento, e acharão-se tão longe de Inglaterra, como aqueles que erão lançados na costa da Ilespanha, e tão metlidos nella, que quasi esta vão uo fim da terra da bellicosa Luzitan.a, pro-vincia então povoada de muitos « mui es-forçados cavaleiros, onde. por virtude do planeta, que a rege, os houve sempre mui famosos(em a syntaxe regular—onde por virtude do planeta,que a rege. a hu manidade, ogenaro, ou a espécie huma-na, subjeito subintendido, os houve sem-pre mui famosos;) posto qu* r.'aquell.-tempo os que maior fama tinhão, erão idos em busca de Recindos, seu natural senhor, de quem se então não sabia, por estar na prisão de Dramusiando. (Fran cio de Moraes.)

E tal é a verdade desta intelligencia, que o abalisado professor tacitamente a confessa era uma proposição do Padre Antônio Vieira, que offerece como exem-pio.

Eil-a ahi:—«Haverá quotorze mezes (tempo, espaço de) que continua a Missão pelo corpo e braços cVaquelles rios,d'on-de se tem trasido mais rios,d'on-de seiscentos es-cravos, todos primeiro pelo Missionário, na forma das leis de Vossa Magestade.»

Elle próprio subintende-lhe tempo, es-paço de tempo, como subjeito occnlto, e torna assim impossível outra significa-cão ao verbo havpr, considerando-o tam-bem activo, que não seja a de perfaser, completar no seu sentido figurado:—o tempo haverá, (perfará on completará) quatorze mezes, igual a esta ontra:—ha hoje quinze dias; isto é—o diad'hoje

com-pleta 011 perfaz quinze dias.

Se dissermos «Coraquanto o Brasil ao Sul já Tosse um império independente des-de Setembro ,des-de 1822, províncias havia ainda ao Norte em 1833 que susteiUavào a todo o transe a auctorid.ide da metro'-pole»;teremos por subjeito da proposição elliptica,—províncias havia ainda ao

Nor-te em 1823 o substantivo oceulto Brasil concordando com o verbo havia em nu-mero e tal proposição na sua ordem e syntaxe natural será esta:—0 Brasil ha-via (tinha) ainda em 1823 províncias ao Norte, qne sustentavâo a todo o transe a auctoridad • da metrópole.

Nesta outra construcção «houve um grande tumulto,» não perde igualmente o verbo haver a intima essência, é neces-sariamente o mesmo, e para regel-o será preciso conforme os seus antecedentes ou conseqüentes procurar e achar-lhe um subjeito, que deve ser tão grammatical como lógico; guarnição, por exemplo, taes sejão as circunstancias, ficando ella explicitá"por este modo—a guarnição hou-ve (tehou-ve) ura grande tumulto na forta-leza.

Quando dizemos.— si houver tempo, irei visital-o; qual é o subjeito desta

pro-posição? Eu seguramente; e assim a sua * syntaxe regular será—Si eu houver (tiver) tempo, irei visital-o.

Afinal é nimiamente provável, e ainda mais pode-se affirmar com toda ce4eza que esta maueira de construir foi rece-bid.i dos. franceses, que dizem—il y ha des hommesíc; mas isto não altera o que levo dito: no francez, como em portu-giifz, bem analysado, o verbo haver não admitte a significação de existir sem ma-nifesta contradicção coin as leis do pen-samento, que concebe as cousas segundo a verdade, isto é, múltiplas na acção e no estado, se são múltiplas na substancia, distinguindo claramente o subjeito do seu attributo, e com as da linguagem,que co-pia o pensamento, conforme as realida-des da natureza nos levão sem arbítrio nem nm a formulai 0: e tem elle por tan-to sempre e sempre a significação de tèr na sua expressão natural, e mais as que se lhe reconhece no sentido figurado, únicas em que pôde ser

conveniente-mente empregado.

Como ultima prova disto construa-se qualquer proposição, entrando o verbo haver com a significação de existir, e fi-gure se elle em concordância com o seu subjeito no plural, que ter-se-h* uma lo-cução, que nunca foi, que nâo é, e que nunca será recebida, porque até o ouvido lhe repugna.

Entendido, porem, como o apresento, o verbo haver deixa de ser inexplicável

no seu emprego natural, e nos seus mais elegantes usos em as proposições ellipti* cas; e respeitando se a sua ethymologia, e a phylosophia da grammatica não é pre-ciso mais recorrer á ^reação arbitraria e infundada de um verbo unipessoal, cuja necessidade é inteiramente imaginaria.

Antônio Gezar de Berredo.

HISTORIA DO MARANHÃO. .

Arroz.— (Orysa saliva L.)

O arroz cultivado $'esta província des-dg eras mui remotas era o arroz da ter-rã, vermelho, e geralmente conhecido

pelo nome de—-arroz de Veneza.

Com o correr dos annos alguns lavra* dores, já por seus próprios recursos, é já por instâncias e insinuações do governo procurarão substituir esta cultura pela do arroz branco, vulgarmente chamado —arroz da Carolina.

No anno de 1756 foi creada em Por-tugal a Companhia de commercio do

Grão-Pará e Maranhão.

Para organisal-a, montai*a, e crial-a n'esta província foi escolhido, felizmente, o capitão José Vieira da Silva.

Desejando ser útil á Província, apro-veitando-se da sua posição de admims-trador da Companhia pedio e obteve de Lisboa, no fim de 1765, uma porção do dito arroz branco, o quül no anno se-guinte destribuio por alguns lavradores. No primeiro anno da sua plantação ex-portou-se logo 2:847 arrobas para Lisboa. N'esse mesmo anno de 1766, ainda á

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ad-ministrador, a referida Companhia geral do commercio enviou a sua custa para esta Provincia o Tenente Coronel José de Carvalho com todos os utensílios próprios para a construcção .de uma fabrica de soque de arroz, a qual foi montada junto as margens do rio Anil.

Emquanto as sementes do arroz bran-co erão espalhadas pelo interior cia Pro-vincia, emquanto os lavradores erão con-vidados para esta nova cultura, emquan-to se preparava a dita fabrica de soque, correrão quatro annos, que nào deixarão luz para vero que delles se deo a tal respeito.

Finalmente em 24 de Dezembro de 1770 escreveo o ministro Martinho de Mello e Castro ao governador Joaquim de Mello e Povoas o seguinte:

«Quanto ao arroz não deixou de fazer aqui grande admiração, que havendo este anno grande colheita, que Lourenço Bel-fort e os lavradores das suas terras co-lherão 10,500 alqueires, ficasse não só vesta grande quantidade, mas as colheitas dos outros lavradores empatadas, sem que os administradores da.companhia lhes dessem extracção nem em todo, como devião, nem em parte.

«Para obviar semelhantes inconvenien-tes. mandão os deputados da junta da companhia ordem de se comprar primei-ramente a Lourenço Belfort todo o arroz, que tiver, e poder descascar e que der ensacado até o preço de 20000 reis ao

quintal.)). v

O arroz era casca se vendia então a 10600 ao quintal, e recoramendou-se pa-ra que se tivesse muito cuidado no des-cascamento do arroz de sorte, que ficasse a semente inteira, «no cjue havia grande negligencia como a experiência tem mos-trado.»

No anno seguinte haviãotres moinhos, ou fabricas de soque, pertencentes á companhia, e que custarão para mais de 6 contos de reis e trabalhava-se ainda no assentamento de dez.

Lourenço Belfort possuía alguns, que com muita facilidade tiravão a primeira casca, porem sendo necessário Ir ao pil-lão, quebrava-se todo.

Sendo muito o arroz para descascar Joaquim de Mello ordenou aos adminis-tradores da companhia, que mandassem fazer moinhos de pau a imitação dos de Lourenço Belfort.

O arroz custava 500 rs. a arroba ensa-cado, e 40Órs. o alqueire em casca «com o que andava o povo muito satisfeito» na frase do governador.

N'esse mesmo anno houve uma terri-vel praga de rato-, que fez muita des-traição nos arrosaes do interior.

No navio S. João, que deste porto sa-hio em 22 de Janeiro de 1772, forão3,123 arrobas de arroz, ficando para cima de 10 mil alqueires nos armazéns da com-panhia, esperando a conclusão dos

moi-nhos pasa serem descascados.

N'ésse anno sè fizerao grandes roça-dos, e disse Joaquimde Mello, que tinha

esperanças de mandar grande porção de arroz de Agosto em diante.

Estavão os armazéns da companhia nes-se tempo cheios de gêneros do paiz.

Continuou a ser cultivado com activi-dade e gosto.

0 navio S. Luiz. que d'aqui sahio em 1.° de agosto de 1772 levou 1:462 arro-bas. N'esta oceasião disse para a corte Joaquim de Mello, que nada podia dizer dos moinhos de marés, pois ainda não se vio o seu effeito, «julgando porem neces-saria a vinda para aqui de pessoas com intelligencia para ensinar a descascar o arroz com a melhor perfeição.»

Até junho deste mesmo anno disseeste mesmo governador já ter mandado 13,344 arrobas, ficando ainda muito em casca.

Em 13 de agosto-de 1772 o navio São João Baptista levou 1:887 arrobas.

, Em 13 de outubro de 1772 pelos na-vios>iV. S. da Oliveira e N. S. da Concei-cão forão 22,804 arrobas. Neste annosa•* hirâo d'este porto 13 navios carregados. Só de arroz levarão 30,194 arrobas, po-dendo ir mais 12 mil se houvesse mais outro navio.

Em 9 de janeiro de 1773 forão 1:699 ar-robas,em 23 do mesmo mez pelos navios S. João e S. Luiz forão 41:412 arrobas. Até 20 de julho de 1773 forão 31:765 arrobas, e até 11 de outubro 45:486 ar-robas pelo navio Madre Deus, e em 31 do mesmo mez forão mais 1:507 arrobas pela cürveta S. Francisco Xavier.

O total da colheita de 1772 foi 64:959

arrobas. ' ,

Em 15 de novembro a curveta Santa Anna levou3:167arrobas (foio 14° na-vio que do Maranhão sahio tfesseanno.) Sahio mais a curveta N. S. do Rozario levando meio porão carregado de arroz, e mais outro navio em 29 de dezembro com 5 mil e tantas arrobas. Ao todo forão 15 navios n'esse anno.

No anno de 1774 o movimento deste gênero foi o seguinte:

Em 12 de março pelo navio São Luiz Rei de França 1',259 arrobas.

Em 26 de abril pela curveta N. S. da Oliveira 1,933 arrobas.

Era 8 de junho sahirão 3 navios levan-do 2,584 arrobas.

Em 9 de julho pelo navio S. PauloSM arrobas.

*

Em 21 de setembro a galera SS. Sacra-mento levou 5:096 arrobas (meio purão) e a curveta S. Pedro 3:661 arrobas.

Em todo o anno 102,944 arrobas—e para pagamento só veio da Metrópole 40:000 cruzados, pelo que muito se quei-xou Joaquim de Mello em officio de 2 de março de 1775, dizendo, que assim se-riam ínfruetiferas as suas diligencias, para a plantação deste gênero.

Em 1775 sahirão daqui doze navios, e levarão para mais de cem mil cruzados de arroz, e «tivera ido muito'mais se os na-vios da praça não viessem como ajuste de levar só meio purão de arroz.

Em 9 de dezembro de 1776 dizia para a corte o governador Joaquim de Mello, que o total daí exportação (Fesse anão

an-dava perto de 400 mil cruzados, e muito* mais seria se houvessem mais navios^ porque ficarão muitos effeitos nos arrna^

zens da companhia.

N'esse tempo os filhos do mestre deTcam-po Lourenço Belfort disputarão para seu pai a introdução na provincia da

planta-ção, cultivo e preparo do arroz.

Seguio-se d?aqui uma contenda alimen-tada entre elles e o capitão commandan-te da freguezia do Itapicurü Luiz Antônio

Vieira da Silva, que defendeu os direitos de seu pae,.sendo em 30 de julho de 1798 publicada a sentença declarando o dito José Vieira principal promotor e di-ligenciador d'esta cultura.

Enão mereceria este cidadão, tão útil, da parte dos lavradores; que tem enrique-cido com este ramo de agricultura, uma demonstração de apreço? Não admira este esquecimento, pois que ainda não a re»* cebeu Martim Affonso o introdnctor da canna d'assuearno Brazil, e nem ochan-celler João Alberto de Caslello Branco, que em 1770 conduzio para o Rio de Ja-neiro algumas plantas de café, origem da riqueza daquella provincia.

A cultura do arroz branco era um me-lhoramento, era uma novidade, era um passo no caminho do progresso e por isso nâo podia, como de costume, ser recebida com facilidade.

Chegou a tal ponto a opposição, que em 29 de novembro de 1772 o governa-dor Joaquim de Mello e Povoas for um bando ao som do rufo de caixas determi-nou, que nenhum lavrador de qualquer qualidade ou condição podesse semeiar outro arroz, que não fosse o da CaroHna, sob pena, sendo livre, de umanno de ca-deia e d'ella pagar cem mil reis, metade para as obras publicas e o resto para o denunciante, sendo escravo dois annos de calceta e n'esse espaço interpolladas sur-ras, e no caso do ser indio só dois annos dè calceta!

Para mais tropeço, surgio a immensa despesa de condução, tanto que em 16 de Fevereiro de 1799 os Camaristas re-presentarão a D. Diogo de Souza dizen-do, que os lavradores da Capitania se lhe tinhão queixado, que hião deixar tal cultura pelos exorbitantes fretes, exigi-dos pelos consignatarios de Navios para leval-o a Lisboa.

Comtudo isto o referido bando produ-zio muito bom effeito, porque foi a ex-portação de 1780 até 1819 sempre em proporção crescente, chegando ás vezes a exceder o computo de 360,000 arroBas ao passo que hoje apenas é de 130,000 í Tão importante foi a introdução dio ar-roz. que, diz R. Southey, ser elle e o algo-dão os únicos gêneros que então se ex-portavam a principio e acontecendo sabi* rem dez a quinze navios annualmenté do nosso porto, já ém 1781 foram 24, eem 1806 passaram de 30.

Existem actualmente nesta capital sete fabricas de descascar arroz, sendo três movidas por vapor, uma por água, duas por vento, e a outra por animaes. §

Calcula-se o produeto bellas emlTO mil

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SEMANÁRIO MARANHENSE .

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arrobas, e o interesse liquido dos seus proprietários em cincoenta contos de reis annualmente.

Maranhão.

Dr. Cezar Augusto Marques..

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AMIGOS-VIII.

MARIA DO CORAÇ.\0 DE JESUS.

Continuação. '

Homens ha, a quem a mão do tempo não abate facilmente, e Thomaz da Silva era um desses, cuja tempera de aço re-sistia e não se curvava aos annos; sem-pre rijo, forte e valente, mostrava-se, na idade avançada em que estava, que seus cabellos brancos denunciavão e attesta-_ vão as rugas de suas faces, como se a

moçidade lhe desse todo o vigor.

Virão os leitores como n'outra parte desta historia quasi que sobrenaturalmente, Ma-ria do Coração de Jesus obedecera e se-u gse-uira a Thomaz da Silva, silenciosa e parecida mais um autômato do que com uma mulher.

Ao atravessar o largo do Carmo, o pae de Guilherme parará, e parará macliinal-mente Maria de Jesus tambem.

Thomaz da Silva voltou-se para ella e disse-lhe:

—Siga.

—E o que estou fazendo, respondeu a v

infeliz mulher sem se poder suster nas pernas, porque a cabeça lhe pesava mais do que o corpo; não vê?

—Quero dizer-lhe: passe adiante; en-sinè me a sua casa, que ignoro onde a

senhora mora. ;

Maria de Jesus coma cabeça baixa

res-pondeu: '

-—E o que pretende o senhor de mim ? —Nada., .mas siga adiante, sirva-me de guia, que logo lhe direi o que preten-do da senhora. Não ouve?

Maria seguio na frente e calada foi gui-ando o velho Thomaz, a quem ella não reconhecera.

Ao chegarem^a uma porta acachapada,-pertencente mais a um pardieiro ou es-:\ pelunca do que a uma casa, Maria parou

e disse:

—Chegamos.

—E' aqui que a senhora mora?

.,,.¦.-—-E' aonde passo a maior parte do tempo.

—E vive nesta... 1; —Sou pobre...

¦¦— E o que fez da fortuna-de Roberto daCruz?

Maria sentio frio suor banhar-lhe o cor-po, e sustendo-se na parede, seus joelhos curvarão-se e a infeliz sentou-se no ba-tente de pedra da porta de sua casa.

—Abra a porta e entre, disse o velho Thomaz com voz amena e o coração apie-dado diante tanta pobreza.

—Mas» .-¦. baítiuciou a desgraçada, eu ,.não posso .

—Obedeça-me que é para seu

benefi-cio, e não me obrigue a ser um denun-ciante.

Maria bateo, e o silencio foi a resposta que obteve.

O velho Thomaz fortemente deu com a bengala na folha da porta e esperou pelo resultado.

Abafado ruido fez-se dentro da casa, ê algum tempo depois abrio-se a porta, dei xando ver um vácuo a escuro, que occul-tava aos olhos de todos a miséria que por alli ia.

—Quem está ahi ? perguntou o velho Thomaz, á pessoa que lhe abrira a porta.

—Essa é boa, sou eu.

—Eu quem? Então não ha fogo que faca luz?X»

—Para que ?

—Para entrarmos..

—Você mesmo não quer nada, respon-deu a pessoa que lhe abrira a porta; os mais entram assim e Maria os allumia com o brilho de seus olhos.

O velho Thomaz não fora alli para per-der seu tempo, dirigio-se a Maria:

—Ora vamos, senhora D. Maria, dê ordem que accendão a vella ou o candl-eiro.

—Dê ordem, replicou do escuro a re-cem chegada, a quem? Sequizerem, en-trem assim mesmo.. luz! era bom mas falta azeite e nâo temos velas... tudo gastou-se.

O velho Thomaz com paciência evange-liea foi á uma próxima quitanda, que ainda fazia negocio aquellas horas da noi-te, e quiçá, de muito mais lucro do que os que fazia durante o dia. e comprou um masso de velas, pedio phosphoros e voltou á casa de Maria, a encontrando dor-mindo no batente da porta.

Thomaz accendeo uma vella, e entrou. —Aonde diabo está a pessoa que me fallara ha pouco? dizia comsigo o velho pae de Guilherme... mas nâo vejo casti-cal... Tambem não sirvo para isso.

Chegou a porta com cautela para não apagar-se a vela, e despertara Maria que assustada olhou para todos os lados e ven-do luz na casa entrara.

—Aonde a senhora bota as velas ace-sas? perguntou Thomaz da Silva, sentin-do o espermacete que derretia-se quei-mando-lhe a mão.

—Sobre o tyjoio, respondeu Maria. —E aonde está a pessoa que nos abrio a porta?

—Fugio. E' como os jnochos, não póde encarar a luz.

—Coruja é então, tornou o, velho pro-curando um tyjoio commodo para nelle segurar a vela. .'_¦.,.¦

Não lhe custou muito a descobrir o lugar acostumado a servir de castiçal, e derretendo o sebo ali amontuado, firmou a vela, eveio para junto de Maria.

—Ainda bem quex a encontrei e espero não a vêr mais neste estado lastimável.

Foi então que elle reparara na nudez do quarto, na immundice no chão, no sujo das paredes, aonde.se via um velho qua-dro de madeira, com a figura de Magdale-na curvada aos pés de Ghristo,

arrepen-dida e perdoada, bruscamente lithogra-phada em papel enegrecido pelo tempo.

Uma rede sem varandas, de que os fios cahião a rastejar o tyjoio... duas cadei-ras velhas e rotas na pallinha... eis o que se podia notar de saliente, no meio de tamanha mizeria!

O velho Thomaz sentio o coração se lhe apertar e respeitoso diante de tanta miséria pedio a Maria que se assentasse e disse-lhe:

—Não se lembra de mim ?

Maria encarou o -velho e não poude muito tempo conservar sua vista sobre o. rosto de Thomaz, baixando .a fronte res-pondeo:

—Não. . -

—E' o mesmo; eu a conheci logo á pri-meira vista, e ha dez annos que não a via.

—Mas eu não o conheço...

Maria cambaliava na cadeira e Thomaz a sustendo observou-lhe:

—A senhora está em um estado deplo-ravel... Tenha cuidado, olhe que cahe.

Maria procurou firmar-se bem, mas foi trabalho perdido, o seu estado não o per-mittia.

—Senhora D. Maria, a senhora deve ter remorsos de tudo quanto fez, não é assim ?

—Remorsos de que ?

—Esqueceu-se do passado? —Sim... De nada me lembro!

—De Eduardo Antônio de Seixas!.. Maria cahio de joelhos exclamando: —Piedade! Piedade!

—Levante-se... Nao a quero de joe-lho... sente-se...

Maria ajudada por Thomaz levantou-se e cahio assentada na cadeira» como abim-donada pela vida!

—Recorda-se daquelle aleive tremen-do que a senhora levantara com Eduartremen-do de Seixas ao filho de Thomaz da Silva ? Maria estremeceu ao ouvir fallar de Thomaz cia Silva.

—Não tenha medo, sou seu amigo, tornou o velho Thomaz,tranquilise-se que tenho motivo para a perdoar e proteger. A senhora está incommodada... Será porque os remorsos a torturem ou o medo a atormenta? .• .

Maria encorajou se e olhou com olhos fixos para Thomaz, deu um grito, e sua cabeça cahio oceulta nas mãos: e excla-mou:

—E' elle ! E' o pae de Guilherme ! Ella tremia como se o frio a obrigasse

a tiritar. '

—Conheceu-me èmfim! Anime-se; a senhora já tem sido bem punida por Deos. Este viver em tamanha miséria para quem possuio riquezas e a maneira por que o vicio a tem arrastado para a degradação, são penas cruéis, e a senhora as supporta cahindo de erro em erro, atéenxafurdar-se nocrime! A senhora obrigara Eduardo de Seixas a denunciar a um amigo crimes fal-sos contra seu filho, 13 animar ao pae a expulsar o filho... como um ladrão!., um assassino,!

—Basta! gritou Mariahorrorisada. Não vê que me perde?

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—Tem razão... eu imprudentemente ia como creança fazendo mal. Não falle-mos mais do passado, tratefalle-mos do pre-sente. A senhora deve regenerar-se.

—E' impossível!

—Impossível! repetio Thomaz, não tem ali, naquelle quadro, exemplo de que não é impossível voltar ao seio da virtude, quando por. ventura delia se desgarra o peccador para o vicio? A senhora vai dei-xar esta espelunca... eu assim o quero.

-Eu? —Sim.

—Não... não quero... Me deixe em nome de Deus! Oh! como soffro!

—Deixará de soffrer quando mudar de vida e de costumes. Ora diga-me, se seu filho ou seu marido resuscitassem e vol-tassem a este mundo e a vissem neste es-tado, que conta dava a senhora a elles ? A senhora deixou que Eduardo de Seixas a roubasse assim como havia çoubado á..

—Oh ! por quem é, interrompeo Maria com as mãos postas como quem sup-plica.

—Então está disposta a obedecer-me? As provas de seus delidos ficarão sepul-tadas em mim...

—Provas! de que?

—Quer me ouvir e nâo teme que as paredes tenhão ouvidos?

—De qne me podem accusar?

—Roberto da Cruz moribundo e aban-donado.no leito da morte, mandou-me chamar, Fui ouvir o velho amigo, e dei-Ie recebi um papel fatal... Era uma de-nuncia de que a senhora e Eduardo de Seixas o envenerarão.

—Ah! disse Maria em um grito doloro-so escapado do seu peito afflicto.

—Foi ali que a verdade me mostrou quanto era culpado,porque meu filho esta-va innocente...como o seu, que a senhora abandonara e morrera infelizmente. Já vê que vae mal em querer lutar com o velho que deve ser obedecido.,.

Um vulto negro, horrendo coberto de andrajos appareceu ao fundo do quarto e fizera Thomaz da Silva calar-se.

* —O que se faz ainda aqui ? interrogou o vulto companheiro de Maria. Vierão na-morar-se? Quemdiria que este velho ainda era gaiteifo!- Olha lá! nessa idade ainda procurando mulheres!

—Maria, disse indignado o velho Tho-maz,"com a apparição da fúria inesperada, e tão fora de propósito, eu virei amanhã, ás 10 horas, esteja preparada e prompta para seguir a quem a deve levar destes sítios, e se recusar-se a cumprir a minha vontade, eu lhe juro pelos manes de Ro-berto e de Gastão, como a farei habitai*

a morada que a justiça prepara para os seus recommendados.

p velho, virando-se para a mulher que ali estava o ouvindo, continuou:

—Megera, fúria, ou satanaz comede a tua língua depravada, quando vires a ve-Ihice á teu lado. Ai de ti, se por qual-quer forma concorreres..para esta infeliz desobedecer-me. Adeus. * Continua. Sabbas da Costa. CONTOS BOHEJYÜOS. ^ POR E. de Laboulaye. '**" ' ¦. V1-OS DOZE MEZES. . \

Era uma vez uma carnponeza.que en-viuvara, ficando-lhe duas filhas. A mais velha, uma bella menina, chamava-se Dobrunka; a segunda, tão má como sua mãe, chamava-se Zloboga. A eamponeza adorava a esta,e detestava aquella, sim-plesmente porque Dobrunka era tãobella, quanto sua irman era feia. A boa Dobrun-ka não tendo consciência-'de sua belleza, não sabia a que attribuir a má vontade de sua madrasta. Era a pobre menina quem tudo fazia na caza; varria, cosinha-va, lavacosinha-va, cosia, fiacosinha-va, tecia, cortava herva, pensava avacca. Zloboga levava vida de prineeza, isto è, nada fazia.

Dobrunka trabalhava de boa vontade e recebia as reprehensões e os castigos eom a humildade de um cordeiro Nada desarmava a madrasta, visto que cada dia se augmenlara mais a belleza da mais velha e a fealdade da segunda.

—Eil-as já moças, pensava a campo-neza; cedo virão os pretendentes; rejei-tarão minha filha à vista desta horrível Dobrunka, que de propósito se torna ca-da vez mais formoza para contrariar-me. Custe o que custar eu me desfarei delia. Um dia,era meiados de janeiro, Zloboga desejbu violetas.

Anda, Dobrunka, vai procurar-me no bosque um ramalhete de violetas; collo-cal-o-hei ao cinto e disfructar-lhe-hei a fragrancia.

—Bom Deus, rainha irman, que idéa! Pois ha violetas em tempo de gelo?

—Cala-te, vil tola, replicou Zloboga, faze o que te digo Si não fores ao bos-que e não trouxeres violetas, amasso-te como barro.

A mãe p gou Dòbiunka pelo braço, empurrou-a para fora da porta e fechou-a bem fechada.

Foi-se a pobre creança ao bpsque,cho-rando. Estava tudo coberto de gelo; não havia sequer um trilho Dobrunka per-deu o caminhOjteve fome, tremeu de frio. Bogou a Deus que a livrasse dessa mise-ravel vida.

De repente lobriga ao longe um clarão. Caminha, sobe e chega finalmente ao cume de um rochedo. Havia ahi uma grande fogueira; em torno da fogueira doze pedras,e sobre ca«la pedra um per sonagem iramovel, embuçado em amplo capote, e a cabeça mettida em um capuz, que lhe descia alé aos olhos. Tres destes capotes eram brancos como a neve, tres verdes, como a herva dos prados, tres louros, como paveas de trigo maduro; tres côr de violetas, como caixos de uvas. Estas doze figuras, que em silencio con-templavam a fogueira, eram os doze me-zes do anno.

Dobrunka reconheceu Janeiro pela lon-ga barba branca e por ser o unico que

ti-© .'."':'-L."'"'-"''.r-'""' •:.-.'••' -,;«,;,'-¦i'';.:(;.l ¦^¦:.:W:^y',^:V^ '.*'"-. - - ¦ PWinrWMiiiMiiiÉI_IW_i^i mm

'm-nha bastão na mão. A pobre menina és-tava com muito medo; aproximou-se, di-zendo com voz tremula:

—Meus bons senhores, permitti que me aqueça á vossa fogueira, o frio ge-la-me.

Janeiro fez ura aceno cora a cabeça: —A que vens aqui, minha filha, disse elle; que procuras?

—Procuro violetas, respondeu Do-brunka.

—Nâo é estação própria, não ha viole-tas em tempo de neve, disse Janeiro com sua voz grossa. >

—Bem o sei, replicou tristemente Do-brunka; mas minha irman e minha mãe me baterão como barro se en não asle-var. Meus bons senhores, digam-me on-de ás encontrarei?

O velho Janeiro levantou-se, e dirigin-dose ao jovem de capuzY.rde, metteu-lhe na rpão o bastão:

—Meu irmão Março, disse elle, écom-tigo.

Levanta-se Março por seu turno, e cour o bastão atiça o fogo. Ergue-se la-bareda;o gelo derrete-se; brotam renovos dos ramos, reverdece a lierva por entre a sarça, as flores vem apontando por baixo da verdura, desabrocham as

vio-ietas. E' a primavera.

—Depressa, minha filha, colhe as vio-letas, disse Março.

Dobrunka faz um grande ramalhete; agradece aos doze mezes e volta alegre á caza. Quem se admirou? Foi Zloboga, foi a madrasta O aroma das violetas en-chia a caza.

—Onde achaste estasflores tão bellas? perguntou-lhe Zloboga com ar dê des-dem.

—Lá em cima, na montanha, respon-deu-lhe a irman. Ha lá um como tapete azul por baixo das sarças.

Zloboga poz o ramalhete ao cinto e nem se quer disse—muito obrigada, á pobre menina.

No dia seguinte,a má irman, scismando junto a lareira, desejou morangos.•—Vai

ao bosque buscar morangos, disse ella a Dobrunka.

— Bom Deus,! minha irman, que idéa. Pois ha morangos debaixo dó gelo?

—Cala-te, vil tola; faze o que te digo. Si não fores ao bosque, se-não trouxeres um paneiro de morangos, amasso-té como barro.

A mãe pegou Dobrunka pelo braçojàn-çou-a pHa porta fora, e fechou-a bem fechada.

A pobre rapariga tomou pelo caminho do bosque, procurando com a vista o cia-rão da véspera. E foi tão feliz que ojo-brigou, e chegoq junto ao fogo toda tre-mula e gelada.

Os doze mezes ahi estavam em seus lo-gares, mudos e quedos.

—Meus bons senhores,' consenti que me aqueça á vossa fogueira; o Mo me gela. -*.:.:;,';;;;;;'-':• ¥$Íf- '¦¦;- «:- •* 'f;&0$ •' —Porque voltaste? disse Janeiro; cjué procuras? ,.::: m ^-V^^fi —ProcurOamorangos. ^ ''.''S'--'";! ? - - '. 7 v.v.,.-'.? ¦¦; ••* *'&$ ^#Üi '.--I ÜÜ6 * ¦ 'M . ..-5 ¦;.:-!r.<. ¦ KM ' 'Kt -" i^."í$»-?W«M '; - ;á.3: ¦.'-:•.«:.-m ::^,m #i_Íâ. !___

(6)

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-r-Não é estação própria, replicou Ja-neiro com voz grossa, não ha morangos debaixo da neve.

—Bem o sei, replicou tristemente Do-brunka; mas rainha mãe e minha irman me amassarão como barro, se osnãole-var.

0 velho Janeiro ergue-se e dirigindo se a um homem de capuz louro, meltelhe

na mão o bastão:

—Meu irmão Junho é comtigo.

Junho levanta-se a seu turno e atiça o fogo com o bastão. Ergue-se labareda, derrete-se o gelo, reverdece a terra, co-biem-se as arvores de folhas, cantam-os pássaros, abrem-se flores, é verão. Milhares de pequenas estrellas brancas esmaltam a relva, depois transforma-ram-se em morangos, e eis que os mo-rangos brilhavam em suas verdes corolas como rubras entre esmeraldas.

—Depressa, minha filha, colhe teus morangos, diz Junho.

Dobrunka enche o avental, agradece aos doze mezes e alegre corre á caza. Quem se admirou ? Foi Zloboga, foi a raa-drasta. 0 aroma dos morangos embalsa-ma a caza.

—Onde achaste estas bellas cousas! perguntava Zloboga com ár de desdém. '-Lá em «ima, na montanha, respon-deu a irman; ha tantos que parece san-gue derramado.

Zloboga esua mãe comem os moran-gos e nem se quer dizem muito obrigada á pobre menina.

Ao terceiro dia, a, má irman desejou maçans encarnadas. As mesmas amea-ças, as mesmas injurias, as mesmas vio-lencias. Dobrunka correu á montanha e foi tão feliz que encontrou os doze bons mezes que se aqueciam, mudos-e que-dos.

—Ainda tu, minha filha, disse-lhe Ja-neiro, dando-lhe um cantinho ao fogo.

E Dobrunka contou-lhe, chorando^que se ella nâo levasse maçans encarnadas, sua ni⣠e sua irman a bateriam até ma-tal-a.

O bom Janeiro repetiu as ceremonias da véspera.

rr-Irmão Setembro,-disse elle a um bar-bas ruças e capuz verd», é cómtigo.

Levantasse Setembro a seu turno, atiça o fogo como bastão, ergue-se labareda, derrete-se o gelo, as arvores brotam ai-gumas folhas araarellas que, cabem uma a uma ao sppro do vento. E' outono. Al guns cravos temporãos,margaridas, per-petuas. Dobrunka só viu uma cousa, uma macieira cocu pomos encarnados.

Depressa,minha filha, sacode a arvore, disse Setembro.

$aqode-a e cabe um pomo, sacode se-gunda vez, cabe um segundo fructo

^Depressa, Dobrunka, depressa para casa! grita Setembro com voz imperiosa. A boa rapariga agradece aos doze me-zese ajfcgre corre á casa. Quem se ad-mirou? Foi Zloboga e a madrasur.

-—Maçans novas èm Janeiro! onde co-lbeste estes dois pomos? pergunta Zlo-boga. %.'.''. -vYv-'-., ¦:', Wmh: . ' ' m%

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SEMANÁRIO MARANHENSE. ' .¦ .. Pfyiyyyt mms^m. ^w-, ,

La em cima, na montanha; ha la uma arvore encarnada como uma cerejeira no mez de julho. í

—Porque me trouxeste só duas? co-raeste as outras no caminho.

—Eu, minha irman, nâo lhes toquei, não me consentiram sacudir a arvore mais de duas vezes e só cahiram duas maçans.

—Mil raios te partam! gritou Zloboga. E espanca sua irman, que foge cho-rando.

A má rapariga comeu uraadas raaçans, nunca tinha provado tam de»ica/las. A mãe foi do mesmo parecer. Que pena não haver mais dellas!

—Mãe, diz Zloboga, dá-me minha pe-lucia, irei ao bosque procurar a arvore e quer m'o permitiam ou nào eu a sacu-direi até caírem todas as fructas.

A mãe quiz fazer algumas observações. Um menino raalcreado á ninguém atten-de; Zloboga erabuça-se na pelúcia, cobre a cabeça cora o capuz e corre ao bos-que.

Estava tudo coberto de neve, nem se quer ura trilho apparecia. Zloboga perde o caminho, mas a cubiça e o orgulho empurranWa para diante. Lobriga ao longe um clarão, corre, sobe, e encon-tra os doze mezes sentados cada um sobre sua pedra, todos mudos e quedos. Serà pedir lhes licença, aproximou-se á fogueira.

—Que vens ca fazer? Que queres? onde vais? diz seccamente o velho

Ja-neiro.

—Não é da tua conta, velho tonto? responde Zloboga. Não é preciso que sai-bas donde venho e para onde vou.

E interna-se pelo bosque.

Janeiro carrega a sobranselha e levan-ta o bastão. Em ura abrir e fechar de olhos escurece o ceo, amortece o fogo, cabe neve, sopra o vento. Zloboga nada encherga, extravia-se e de balde tenta retroceder. Chama pela mãe, amaldiçoa a irman, blasfema de Deus. A neve cahe, o vento sopra. Zloboga eslá gelada, seus membros se enregelam, desfalece. A neve cahe, o vento sopra sempre.

A mãe anda da janella para a porta, da porta pára a janella,passam as horas. Zloboga não volta.

—E' preciso ir procurar minha filha, diz ella. A pequena é capaz de eslar

era-bebida nas malditas maçans.

A mãe tomou a pelúcia e o capuz, corre á montanha; tudo está coberto de neve, nâo ba nem se quer uma puida; en-ternase pelo bosque, chama pela filha. Cahe neve, sopra o vento. Caminha com o desespero da febre, griia com força. Cabe neve, sopra o vento sem cessar.

Dobrunka esperou toda tarde, toda a noute; ninguém volta. Pela manhan pega no fuzo e fia uma roca inteira, nada <)e noticia.

—Bom Deus, o que terá acontecido? diz chorando a boa rapariga. O sol bri-lhava atravez da cer ração a neve cobria a terra. Dobrunka faz o signal da cruz, resa om Padre Nosso por sua mãe esua

irman. Não voltaram mais á casa, e na primavera um pasior encontrou no bos-que dois cadaveresi

Dobrunka ficou única senhora da casa, da vacca e do jardim, sem metter um prado fronteiro á casa. E quando uma boa e bella rapariga possue um campo de-baixo de suas janellas, a primeira cousa que vem ao campo è um joven fazendei-ro que honestamente offerece seus teres, seu coração e sua raâo Dobrunka casou! se immediatamente. Os dozes mezes nun-ca abandonaram sua filha. Mais de uma vez quando soprava o aquílàòe os vidros tremiam em seus caixilhos de chumbo, o bom homem Janeiro vem tapar com neve todas as feridas da casa para que o frio nâo entre neste pacato retiro.

Assim viveu Dobrunka, sempre boa, sempre feliz,tendo,como diz o provérbio, o hynverno á porta, o verão no celeiro, o outono na#adéga e a primavera no co-ração.

«:.. .

CLAKA VERBENA.

CANTO 3°

Lá na penumbra ao longe um rosto amigo do amor primeiro aviva-me a lembrança. Quanto e como feliz eu fui comtigo,

bôa, querida e plácida criança l

Flor, que desponta, aurora, que roseia, nada igualava ern ti do amor a idéia. Annos depois cingiram-te a cabeça de um veo de noiva transparente e fino,

como se os esponsaes-fossem promessa a que podesse ligar-se o teu destino I Foste infeliz!, e, vivo teu marido, o laço conjugai viste rompido I

Visto morrer aquelto, que em seu seio deu-te no leite a vida, amor no affago, por nâo poder caiar crime tão feio,

nem se esquecer de aflito tão mal pago.s iNas tristes horas da mulher sem nome ti veste a pena, que o viver consome.

Oh, vergonha cruel t antes a morte, posesse termo á miseranda vida de quem por actos de maligna sorte

viu corn a fume e a nudez a honra perdida. Triste sombra de insania,eu to lamento na voz, que morre ao perpassar <jo vento I Tu, segunda no amor, foste mais pura n'este caminho escuro da existência; não/perlurbaste os risos da candura,

guardaste as asas brancas da innocencia I Por ti minha affeicçào, foi só desejo

de a vida te alcançar de amor u'um beijo.

¦ ¦ V ¦

Se nào eras formosa, a graça tua valia mais que o encanto da be Ilesa; rosa, que a brisa faz com que fluetua n^quelle mover frágil deincertesa. Sempre linda no aroma e nos carinhos, mas cercada também de agros espinbos!

Uma flor, lima trança, um leve abraço d'este carmen de amor foi o resumo. Fugaz poema ou vôo, que no espaço de todo se perdeu; neblina ou fumój ^ que o sol desfaz, que as brisas adelgaçam, quando^por- sobre o valle ou monte passafa. Deixando de meu berço a torra ardente, fui debaixo de um ceo mais puro e frio achar conforto e vida docemente

de uns caprichos de amor nodesvario. Tudo passou-se a medo;e, d'esta phase, solto o vestido de azulzinha gase,

¦ '.:.'¦¦: -'. 'y!\ ¦ : ¦ í'' ¦ '.'¦.' ¦ ' '. ¦*;.'**•y-:'v-:yl * ¦¦ ¦-¦ PT. ; <¦¦-¦*,>•' .->*(¦ ¦ " ¦¦¦¦'¦¦¦-¦. .¦¦!.. • ...i .'¦ ¦»¦.-'¦ >¦¦¦' / •¦ .- "

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