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Iwagbaye Ifá 03

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Academic year: 2021

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IWAGBAYE IFÁ

GRUPO DE ESTUDOS DE IFÁ

TEXTO 03-OLÓRUN, OLÓDÙMARÈ, ÈLÀ, OBÀTÁLÁ

ÀTI ODÙDÚWÀ

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IWAGBAYE IFÁ

O CONCEITO IFÁ DOS PRINCÍPIOS

FUNDAMENTAIS DA CRIAÇÃO

Dentro da instrução oral de Ifá, se expressa a idéia de que Olórun, Olódùmarè e Elà são as três “Deidades Celestiais” que guiam a interação entre tudo o que É (Existe). Em termos religiosos ocidentais elas representam a Fonte Ifá da Manifestação Divina. A astrologia descreve estes três princípios como cardinal, fixo e mutável.

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Ifá representa o conceito religioso da Deidade Fixa por meio do símbolo de Olórun. Ifá ensina que Olórun é a Divina Fonte de tudo aquilo que É, através de sua consciência originária. Ifá representa o conceito religioso da Deidade Cardinal por meio do símbolo de Olódùmarè. Ifá ensina que Olódùmarè é a Divina Fonte de tudo aquilo que chega a ser manifesto em um Universo. Ifá representa o conceito religioso de Deidade Mutável por meio do símbolo Elà. Ifá ensina que Elà é a Divina Fonte do poder de se manifestar.

Segundo a cosmologia de Ifá, as Deidades Celestiais existiam em Ikòlé Òrun previamente a Criação. No momento da Criação, Olódùmaré e Elà começaram o processo de dar forma ao universo. Juntos, controlaram o asè de expansão e contração. Se acredita que a interação entre expansão e contração ocorre em padrões firmemente consolidados que são representados pelas marcas simbólicas do Odù. O àse da Criação chegou pela primeira vê a se fazer manifesto na foma de Imolè, que são os padrões dos Odù em sua forma originária. Ao tomar estes padrões forma e substância, se tornaram Igbamolè, as Forças invisíveis da Natureza que guiam a formação do futura mudança evolucionária. Com a Criação da Terra, os Odù se expressaram a si mesmos como Irúnmolè, que são as Forças visíveis da Natureza que criam a estabilidade ecológica do planeta. Usando o meio ambiente criado pelos Irúnmolè, os Odù começaram a expressar-se nos animais que povoaram a Terra. Este processo é descrito por Ifá como a descida do àse desde Ikòlé Òrun até o Ikòlé Ayé.

Na cosmologia de Ifá, a descida do àse é descrita como tendo lugar em uma cadeia de eventos. Interpreto esta cadeia como os códigos genéticos que guiam a evolução de todas as coisas viventes. Os códigos genéticos estão agrupados em cordas de proteínas que formam um padrão de hélice. Quando a hélice portadora dos genes é observada por meio de um microscópio eletrônico, se parece muito com uma cadeia. A cosmologia de Ifá parece sugerir que esta hélice existe mas alem do reino das plantas e dos animais, e guia o desenrolar de todas as coisas.

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Usando os símbolos de Ifá, é possível interpretar a evolução de um modo que parece paralelo a alguns dos atuais conceitos ocidentais da cosmologia. O Orò de Olódùmarè é a palavra de poder que fez pulsar e pós a Criação em movimento. Em astrofísica esta palavra de poder se descreve como o Big Bang, que foi a explosão originária que gerou toda a energia e a matéria que existem no universo. Ifá chama a substância desta explosão de àse, enquanto que a ciência a chama de eletromagnetismo. A primeira Força Espiritual a chegar a manifestação física foi Elà. A palavra Elà se traduz geralmente como “Espírito de Pureza”; sem embargo, a palavra também sugere “partir em pedaços”ou “pequeno fragmento divino”.

Ao fragmentar-se o Mundo, desenrolou forças de expansão ou radiação, e contração ou gravidade. Utilizando um sistema interno de guia, as forças de gravidade e radiação geraram os primeiros átomos de hidrogênio, que são as estruturas atômicas mas simples dentro da escala de elementos. Alguns físicos chamariam a este sistema interno de guia a consciência material das partículas subatômicas. Em Ifá, este sistema interno de guia se chama orí. Segundo a teologia de Ifá, a estrutura do átomo abarca o acordo entre Olórun e os próprios átomos. A manifestação deste acordo, o potencial, está limitado pela estrutura da gravidade e da radiação. A estrutura do átomo é a mais branda das manifestações dos Odù que pode ser descrita pela observação e a análise.

Depois da formação dos átomos de hidrogênio, a força de Olódùmarè juntou massas grandes de átomos de hidrogênio. Isto causou uma reação chamada de fusão nuclear, que foi criada por átomos de hidrogênio em explosão, no núcleo das estrelas de primeira geração que estão espalhadas ao longo do eixo do Universo. Em Ifá este processo está simbolizado pelo Odù Iwòrì Mejì. A banda da radiação emitida pelas estrelas cria o espectro completo da Luz, que é uma expressão da expansão de Elà.

Ao diminuir o combustível no centro das estrelas de primeira geração, algumas delas entraram em colapso sobre si mesmas, criando a fusão nuclear. O efeito da fusão nuclear é absorver a luz, convertendo a estrela num buraco negro. Em Ifá, a ausência de luz está simbolizada pelo Odù Oyèkú Méjì. Quando a matéria no centro do buraco negro alcança uma certa densidade, a fusão nuclear cria uma explosão, enviando uma grande nuvem de gás ao espaço. Em Ifá, este

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processo está simbolizado pelo Odù Odí Mejì. A nuvem de gás criada pela fusão está composta de elementos que são mais complexos que os átomos que existem na estrela original. Em Ifá, a nuvem de Luz está simbolizada pelo Odù Ogbé Mejì. As nuvens de gás que estão compostas de átomos complexos passam pelo mesmo processo de nascimento, vida, morte e renascimento que caracteriza o ciclo da vida de uma estrela de primeira geração. Este é o ciclo vital básico que está simbolizado pelo bandeja (opon ifá) ou pela esteira de divinação. Cada estrela que passa por este ciclo está expressando o acordo básico entre cada estrela e Olórun. Neste momento da Criação a natureza expressa variação e diversidade. A idéia de variação e diversidade está no centro de quaisquer compreensão esotérica dos Odùs. O gás criado pela estrela de primeira geração forma uma estrela de segunda geração, debaixo da influência da gravidade ou contração de Olódùmarè. A radiação emitida por uma estrela de segunda geração tem a capacidade de criar nuvens de gás que formam corpos solares chamados planetas. Ifá chama a estrela de segunda geração em nosso sistema solar Olofin. Dentro de Ifá existe um sistema de astrologia chamado Gede. A função de Gede é a de correlacionar a influencia dos planetas com Odù específicos, e tratar a influencia desses Odù na topografia da paisagem.

Na Terra, a força de contração mantém a forma do planeta. Ao mesmo tempo, a força de expansão gera impulsos magnéticos desde as regiões polares. Em formas que só estão começando a serem compreendidas por meio da ciência de Gaia (ecologia), os impulsos magnéticos das regiões polares ajudam a regular a evolução da vida na terra. Esta polaridade contida e auto regulada entre as forças de expansão

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(ire) e contração (ibi) é o que sustem o tipo de meio ambiente, permitindo que a vida floresça. Dentro desta polaridade existe um amplo raio de expressões do acordo entre as coisas viventes e Olórun. Os Odù que antes haviam se expressado em reações atômicas simples evoluíram para expressarem um inumeráveis variações, em todos os sistemas ecológicos pela largura e comprimento do planeta.

Segundo a cosmologia de Ifá, a descida de àse ao reino físico inclui a descida do àse da consciência humana (orí). Ifá ensina também que dentro de cada alma humana existe um registro de toda a história da evolução. Parte desta história inclui a manifestação de Odù tal como existem em nossa vida e destino individuais. Devido a importância deste registro Ifá considera que todas a cada uma das cabeças humanas são altares sagrados. Cada cabeça é sagrada porque é uma parte da matriz infinita que leva em si mesma a unidade subjacente da Criação. É a nossa capacidade de acessar este registro que serve como fundamento de awo.

Do templo de Orí surge a possibilidade de crescimento e transformação. A estrutura deste templo é claramente descrita nos ensinamentos esotéricos de Ifá. Dentro do Orí existe a possibilidade de integrar a relação originária entre Olórun, Olódùmarè e Elà. Ifá ensina que o alento da vida é o Don de Olódùmarè. Em yorùbá, a palavra para “alento” é èmí, e èmí é também a palavra usada para “espírito”. O èmí é aquela parte do ser que permanece eterna. O èmí também leva em si mesmo o acordo original entre o indivíduo e o orí. Para acessar ao conteúdo deste acordo é necessário equilibrar as forças opostas de contração e expansão que surgem do àse. A força de contração está assentada dentro do corpo físico, que em yorùbá se chama ara. Tanto o ocultismo ocidental como Ifá ensinam que o corpo físico é controlado pelo centro de poder localizado no coração. A força de expansão é controlada pelo centro de poder localizado entre os olhos. No ocultismo ocidental este centro de poder se chama “terceiro olho”. Em Ifá este centro de poder se chama Eledáà, que significa “O Criador”.

A chave para equilibrar as forças de expansão e contração é por a cabeça e o coração em alinhamento. Porém antes de que este alinhamento possa ter lugar cada polaridade deve ser isolada e completamente apreciada antes de que qualquer intento de integração possa começar. Em Ifá o poder de expansão é acessado por meio do Orí Inú. O Orí Inú é o self interior, que é a base de todo conhecimento. O processo de alienação com Orí Inú implica em cascas e capas de auto engano e egotismo que desviam a responsabilidade pelo crescimento espiritual para fora do self. O processo de alinhamento com as forças de expansão implica uma estimação honesta da relação emocional entre self e mundo. Todos os corpos humanos são mantidos com vida pelo coração físico, que em yorùbá se chama okan.

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Dentro de okan existe um coração interior que é o assento das emoções. Este coração interior se chama ègbè. Acessar à ègbè requer a capacidade de identificar e expressar aquelas emoções que afetam nossas percepções do self e mundo. Quando se faz isto, o orí inú pode ser usado para determinar se as emoções são apropriadas a cada circunstância.

Egbè e orí inú estão unidos no pescoço por meio de um centro de poder que se conhece como Esù ni’pàkó, que significa “o Mensageiro Divino na nuca”. Quando alguém começa o processo de alinhamento entre as forças de contração e expansão, deve-se ser capaz de fazer a distinção entre a visão mística e a projeção de uma fantasia. A visão mística ocorre quando o coração e a cabeça estão em equilíbrio, e a consciência então se vê receptiva a voz da Natureza. A projeção da fantasia ocorre quando a cabeça e o coração estão em oposição, e a mente busca sua própria limitada resolução deste conflito. Todas as limpezas da nuca prescritas pela divinação de Ifá estão desenhadas para aumentar o alinhamento que conduz a uma visão Mística honesta e sincera.

O próximo passo no alinhamento implica identificar o Odù que se encarna no orí inú do indivíduo. Quando este Odú é assinalado, é possível determinar qual Òrìsà está associado com o orí inú desta pessoa. Se entende que a iniciação nos mistérios deste Òrìsà é um esforço para criar maior profundidade de auto compreensão, formando um laço entre Odù tal como existe no self e o Odù tal como existe no Mundo.

Ifá gbe wa o, Babarinde Ayoka Ifasowunmi Oyekale. terça-feira 10 de maio de 16.

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