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UNIÃO DE MULHERES ALTERNATIVA E RESPOSTA. umarfeminismos.org. Observatório de Mulheres Assassinadas

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1 UNIÃO DE MULHERES ALTERNATIVA E RESPOSTA

umarfeminismos.org

Observatório de Mulheres Assassinadas

OMA – Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR

Dados 2016

(2)

2 O OBSERVATÓRIO DE MULHERES ASSASSINADAS

A União de Mulheres Alternativa e Resposta - UMAR, dando continuidade ao trabalho que desenvolve no âmbito do Observatório de Mulheres Assassinadas - OMA apresenta o relatório final dos dados sobre o Femicídio Consumado e Tentado ocorrido em Portugal e noticiado pela imprensa pelo período de 01 de Janeiro a 31 de Dezembro de 2016.

INTRODUÇÃOAOESTUDOINFRAAPRESENTADO

No ano de 2016, o OMA da UMAR voltou a registar uma diminuição da taxa de incidência do femicidio consumado e tentado, quando comparado com período homólogo dos últimos dois anos, contabilizando um total de:

2016 registou um menor número de crimes de femicídio, se comparado com períodos homólogos anteriores, com excepção do ano de 2007, este com igual número de registos. Se é de realçar esta nota positiva em termos da incidência do femicídio consumado e tentado, não nos é possível concluir ainda, uma tendência de diminuição quanto à ocorrência desta tipologia de crimes. Esta constatação advém da inconstância cíclica ao longo dos últimos 12 anos de OMA, em que anos de diminuição de registos são contrastados com anos de aumento. Não obstante a diminuição do número de incidência

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3 do femicídio tentado e consumado pelo período de 2 anos consecutivos não pode deixar de ser mencionado como factor muito positivo.

DO ESTUDO DE INCIDÊNCIA DO FEMICÍDIO E TENTATIVAS DE FEMICÍDIO NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE E RELAÇÕES FAMILIARES PRIVILEGIADAS/PRÓXIMAS

O presente relatório apresenta uma breve caracterização das vítimas directas e dos autores do crime de femicídio e femicídio na forma tentada, bem como a caracterização destes crimes quanto à sua ocorrência em termos geográficos, temporais, local, meio empregue, suposta motivação e contexto em que foram praticados.

A idade das vítimas, a sua situação face ao trabalho no momento da ocorrência dos crimes, a existência de vítimas associadas, bem como de pessoas que presenciaram o crime e ainda a existência de descendentes das vítimas, são indicadores de análise valorizados no presente relatório.

(4)

4 I- OMA – FEMICÍDIOS

FEMICÍDIOS: RELAÇÃO DA VÍTIMA COM O HOMICIDA

Em termos da relação existente entre as mulheres assassinadas e os autores do crime verifica-se que o grupo que surge com maior expressividade é o das mulheres que mantêm ou mantiveram uma relação de intimidade com os homicidas, correspondendo a

64% (n=14) do total de mulheres que foram assassinadas em 2016.

Dos dados registados ressalta ainda o facto de 23% (n= 6) das vítimas terem sido assassinadas por descendentes, em 1.º ou 2.º grau ou por pessoa com quem não tendo essa relação consanguínea era identificada como figura parental de referência.

A categoria “Outro familiar” perfaz 9% (n=2) do total dos femicídios noticiados.

FEMICÍDIOS:

RELAÇÃO DA VÍTIMA COM O AUTOR DO CRIME AO LONGO DOS ANOS: 2004 A 2016

Desde o início do Observatório e dos dados recolhidos, verificamos que se mantém a tendência de maior vitimização das mulheres às mãos daqueles com quem ainda mantinham uma relação, fosse ela de casamento, união de facto, namoro ou outro tipo

Mulher, companheira, namorada, relação intimidade Ex-mulher, companheira, namorada, ex-relação intimidade Ascendente directa Outro familiar 9 5 6 2

(5)

5

relação de intimidade (n total=277), seguido pelo grupo dos maridos,

ex-companheiros e ex-namorados (n total=101).

De facto, em 83% das situações de femicídio registadas pelo OMA a relação entre a vítima e o homicida era uma relação de intimidade presente ou pretérita.

RELAÇÃO COM A VÍTIMA 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total Marido, Companheiro, namorado, relação de intimidade 28 25 23 16 27 17 30 18 23 21 25 15 9 277 Ex-marido, ex-companheiro, ex-namorado 3 6 9 4 13 11 8 5 8 7 12 10 5 101 Descendentes directos 7 1 0 1 2 0 3 2 1 4 2 1 6 30 Outros Familiares 2 2 4 0 1 0 2 0 7 5 4 3 2 32 Desconhecida 0 0 0 1 3 1 0 0 0 0 0 0 0 5 Ascendentes directos - - - 1 1 3 0 2 0 0 7 Relação não correspondida - - - 1 0 1 0 0 0 2 TOTAIS ANO 40 34 36 22 46 29 44 27 42 38 45 29 22 454

(6)

6

FEMICÍDIOS: IDADE DAS VÍTIMAS

Dos 22 femicídios registados em 2016, verificamos uma maior incidência nos escalões etários mais de 65 anos (n=10). De seguida surge a faixa etária dos 51-64 anos com 23% (n=5). Os escalões etários [36-50], [24-35], [18-23] e [menos de 17], registam respectivamente: 5% (n=1), 14% (n=3), 9% (n=2) e 4% (n=1) dos registos do OMA.

Dos dados analisados concluímos que a violência contra as mulheres, também na sua forma mais letal, ocorre em todo o ciclo relacional das mulheres, já que constatamos a ocorrência deste crime em todas as faixas etárias. Não obstante, verificamos que o femicídio tem sido praticado em mulheres sobretudo com idades superiores a 36 anos.

FEMICÍDIOS:

IDADE DAS VÍTIMAS AO LONGO DOS ANOS: 2004 a 2016

Comparando os diversos anos desde 2004, podemos observar que não obstante as variações, o grupo etário mais vitimizado pelo femicídio por violência de género é o das

mulheres com idades superiores a 50 anos, contabilizando 166 dos 454 femicídios

registados entre 2004 e 2016, logo seguido das mulheres que se encontram no escalão

etário 36 e os 50 anos, num total de 133 mulheres assassinadas.

4% 9% 14%

5% 23% 45%

Femicídio: idade das vítimas

Menos de 17 anos 18-23 anos 24-35 anos 36-50 anos 51-64 anos Mais de 65 anos

(7)

7 IDADE 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 TOTAL Até 17 anos 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 2 0 1 5 18 23 anos 2 2 3 3 4 4 3 3 2 5 2 1 2 36 24 - 35 anos 6 7 9 6 19 8 14 7 10 4 7 2 3 102 36 - 50 anos 14 11 12 8 10 13 13 9 12 7 15 8 1 133 > 50 anos 16 12 10 4 9 3 14 8 - - - - - 76 51 - 64 anos - - - - - - 12 14 8 8 5 47 Mais de 65 anos - - - - - - - - 6 7 11 9 10 43 Desconhecido 1 2 2 0 4 1 0 0 0 1 0 1 0 12 TOTAIS ANO 40 34 36 22 46 29 44 27 42 38 45 29 22 454

Desagregação do grupo etário mais de 50 anos, desdobrando-se e compreendendo dois escalões etários: 51-64 anos e, mais de 65 anos, encontrando-se contabilizados enquanto total no mais de 50 anos.

Efectivamente registamos que no período entre 2004 e 2016, 36% das mulheres assassinadas tinham idades superiores a 50 anos.

FEMICÍDIOS: SITUAÇÃO PROFISSIONAL DAS VÍTIMAS

Em 2016 a informação relativa à situação das vítimas face ao emprego registou, uma vez mais, um elevado número no campo “sem informação”, correspondendo a 55% (n= 12). Quanto às restantes foi possível perceber que em 27% das situações registadas a vítima encontrava-se empregada (n=6), que em 4% (n=1) estava em situação de desemprego e que em 14% (n=3) encontrava-se em situação de reforma.

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8

FEMICÍDIOS: IDADE DOS HOMICIDAS

No que se refere à idade dos autores do crime de femicídio, podemos observar que a maioria dos homicidas tem idades entre os 51 e os 64 anos (42%; n=8). Segue-se o grupo etário dos 36-50 anos, a que correspondem 26% (n=5).

Com idades superiores aos 65 anos registamos 3 homicidas (16%) e a faixa etária compreendida no intervalo 24-35 anos registou 1 situação (5%).

Das notícias não foi possível identificar este item em 2 situações reportadas a que equivalem 11% do total.

6

1 3

12

Femicídio: situação profissional da vítima

Empregada Desempregada Reformada Sem Informação

5% 26% 42%

16% 11%

Femicídio: idade do autor do crime

(9)

9

FEMICÍDIOS:

IDADE DO HOMICIDA AO LONGO DOS ANOS: 2004 a 2016

Apresentamos, ainda, a tabela comparativa das idades dos homicidas ao longo dos anos em que o Observatório de Mulheres Assassinadas tem trabalhado na denúncia deste tipo extremado de violência de género incluindo a doméstica.

Podemos verificar que as idades dos homicidas seguem o mesmo padrão do das vítimas, destacando-se os homicídas com idades superiores aos 50 anos de idade (155 dos 452 homicidas) seguido do escalão etário 36-50 anos, com 136 do total.

IDADES 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total Até 17 anos 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2 18 - 23 anos 0 0 0 2 1 3 3 0 2 2 2 0 0 15 24 –35 anos 2 6 7 4 10 4 6 7 7 9 6 3 1 72 36 - 50 anos 7 5 9 3 20 13 19 6 13 6 19 11 5 136 > 50 anos 7 16 9 4 8 5 14 14 - - - - - 77 51-64 anos - - - - - - 12 9 11 8 8 48 > 65 anos - - - - - - 4 9 7 7 3 30 Desconhecida 24 6 11 9 7 4 3 0 4 2 0 0 2 72 TOTAIS ANO 40 34 36 22 46 29 45 1 27 42 38 45 29 19 2 452

Desagregação do grupo etário mais de 50 anos, desdobrando-se e compreendendo dois escalões etários: 51-64 anos e, mais de 65 anos, encontrando-se contabilizados enquanto total no mais de 50 anos.

1

Um dos femicídios do ano 2010 foi em co-autoria, justificando-se assim o facto de surgir um número superior de homicidas (45) em relação ao nº de vítimas/femicidios (44).

2

Em 2016, 2 dos homicidas assassinaram 5 das mulheres identificadas pelo OMA facto pelo qual o número dos autores do crime ser inferior ao número de vítimas.

(10)

10

FEMICÍDIOS: SITUAÇÃO PROFISSIONAL DOS HOMICIDAS

No que toca à situação profissional dos homicidas foi possível constatar que 4 (21%) exerciam actividade profissional identificada, 5 (26%) estavam inactivos e outros 4 (21%) foram identificados como

reformados.

Em 6 situações (32%) não foi possível identificar este item.

FEMICÍDIOS: MÊS DE OCORRÊNCIA

Em 2016, o OMA registou a ocorrência do crime de femicídio em 7 (sete) dos 11 meses em análise, sendo que nos meses de Junho, Julho, Outubro, Novembro e Dezembro não existiram registos de femicídios. Já os meses de Janeiro, Fevereiro e Agosto foram

aqueles em que se registou o maior número de femicídios, os primeiros dois com 5 cada

e o último com 6

femicídios. Em Março e

Abril o OMA registou 1 (um) femicídio em cada um destes meses sendo que

Maio e Setembro

registaram, cada um deles, 2 (dois) femicídios.

6

4

5

4

Femicídio: situação profissional do autor do crime Sem informação Empregado Desempregado Reformado Jan e iro Fe ve re ir o Ma rço Ab ril Ma io Ju n h o Ju lh o Agos to Se tem b ro Ou tu b ro N o ve m b ro De zem b ro TOT A L 5 5 1 1 2 0 0 6 2 0 0 0 22

(11)

11 Em 2016, a média de incidência do femicídio registado até ao momento é de 2 (dois)

femicídios por mês.

FEMICÍDIOS:

MÊS DE OCORRÊNCIA AO LONGO DOS ANOS: 2004 a 2016

Em termos globais, da análise dos registos ao longo dos anos conclui-se que a ocorrência do femicídio das mulheres deixou de incidir, em particular, nos meses de verão, pese embora seja ainda nestes meses que, em termos absolutos e pela análise do conjunto dos anos do OMA, se registe o maior número de femicídios. Não obstante, e em termos relativos, verifica-se uma dispersão da ocorrência do crime por quase todos os meses do ano, num total de 454 mulheres assassinadas entre 2004 e 2016.

MESES 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 TOTAL MÊS Janeiro 3 2 4 0 1 3 3 0 1 1 4 4 5 31 Fevereiro 4 3 1 2 2 1 0 2 5 1 4 1 5 31 Março 2 1 0 2 2 3 2 1 7 9 4 4 1 38 Abril 4 5 3 2 7 1 2 1 1 1 3 4 1 35 Maio 3 3 7 3 5 2 3 3 3 3 5 1 2 43 Junho 4 1 1 1 3 2 5 3 3 5 4 3 0 35 Julho 1 5 1 5 10 3 8 1 2 4 5 3 0 48 Agosto 8 4 5 0 3 0 4 5 5 3 2 2 6 47 Setembro 4 4 7 4 4 2 6 5 7 1 1 3 2 50 Outubro 4 3 3 1 3 4 6 1 2 5 4 1 0 37 Novembro 0 3 2 1 4 6 3 3 1 2 7 1 0 33 Dezembro 3 0 2 1 2 2 2 2 5 3 2 2 0 26 TOTAL ANO 40 34 36 22 46 29 44 27 42 38 45 29 22 454

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12

FEMICÍDIOS: DISTRITOS

Quanto aos distritos, verificamos que Lisboa, Porto e Coimbra foram os distritos com maior número de registos de femicídio: Lisboa com 4 e os demais com 3, cada.

Com dois femicídios no seu distrito surgem: Braga, Santarém e a região autónoma da Madeira e com 1 (um) registo, os distritos de Aveiro, Beja, Faro, Leiria, Setúbal e Vila Real.

Nos outros distritos não foi identificada pelo OMA a ocorrência de femicídios.

Fazendo uma análise mais detalhada no que concerne à distribuição geográfica do

femicídio por concelhos verificamos que 3 dos 22 femicídios ocorreu no concelho de

Cascais e 2 no de Montemor-o-Velho. Nos restantes concelhos infra identificados registou-se 1 femicídio em cada um deles. 1 1 1 3 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 Femicídio: Concelhos Açore s Av eiro Beja Brag a Brag an ça Cas telo B ra n co Coi m b ra Év o ra Faro G u ar d a Le iria Lis b o a Ma d ei ra Po rta le gre Po rto San ta ré m Se tú b al Vian a d o C aste lo Vil a R eal Vis eu 0 1 1 2 0 0 3 0 1 0 1 4 2 0 3 2 1 0 1 0

(13)

13

FEMICÍDIOS:

DISTRITOS AO LONGO DOS ANOS: 2004 A 2016

Partindo da análise dos dados dos femicídios recolhidos pelo OMA entre os anos 2004 e 2016 verificamos que os distritos de Lisboa (98), Porto (64) e Setúbal (46) continuam a assumir taxas de incidência preocupantes perfazendo um total de 208 (45,8%) dos 454

femicídios praticados nesse período.

DISTRITOS 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 TOTAL DISTRITO

Desconhecido 19 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 20 Aveiro 1 3 1 0 2 0 2 1 1 0 2 2 1 16 Beja 1 0 1 1 0 1 0 1 2 1 1 0 1 10 Braga 2 2 0 0 2 1 2 1 2 1 1 0 2 16 Bragança 0 1 1 0 0 1 1 1 0 1 2 0 0 8 Ctl. Branco 2 4 0 0 1 3 0 1 1 1 0 0 0 13 Coimbra 2 0 0 1 3 1 1 2 0 2 4 2 3 21 Évora 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 0 0 4 Faro 0 0 3 1 1 2 5 1 2 2 3 3 1 24 Guarda 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 1 1 0 5 Leiria 1 0 4 2 1 1 1 1 2 4 1 2 1 21 Lisboa 5 9 6 6 9 6 9 7 13 13 5 6 4 98 Portalegre 0 0 3 0 2 0 0 0 0 0 1 0 0 6 Porto 3 10 8 3 7 2 6 2 6 2 5 7 3 64 Santarém 0 1 3 1 2 1 0 1 1 2 3 0 2 17 Setúbal 0 2 3 2 4 3 8 5 3 4 7 4 1 46 Vila Real 1 0 1 0 0 3 2 1 2 1 3 0 1 15 Viana Castelo 2 1 0 2 0 0 0 0 1 1 0 0 0 7 Viseu 1 1 2 1 4 1 2 2 3 0 3 2 0 22 Madeira 0 0 0 0 0 1 4 0 1 0 1 0 2 9 Açores 0 0 0 1 6 1 1 0 1 1 1 0 0 12 TOTAL ANO 40 34 36 22 46 29 44 27 42 38 45 29 22 454

(14)

14 Por outro lado, de salientar que o distrito de Évora é aquele que apresenta a taxa mais baixa de ocorrência de femicídio equivalendo a 0,88% do total dos femicídios registados entre 2004 e 2016. Os distritos da Guarda, Portalegre e Viana são também distritos com taxas de incidência baixas: 1,1%, 1,3% e 1,5%, respectivamente.

Podemos ainda verificar que no ano de 2016 não se registaram notícias de femicídios nos distritos de Bragança, Castelo Branco, Évora, Portalegre, Viana do Castelo, Viseu e também na Região Autónoma dos Açores.

De notar que atendendo-se à fonte de recolha do OMA, a ausência de tais informações não deve ser interpretada como garantia da inexistência de femicídio nos distritos identificados, mas sim que não foram identificadas notícias de femicídios.

FEMICÍDIOS:

MOTIVAÇÃO OU SUPOSTA JUSTIFICAÇÃO PARA A PRÁTICA DO CRIME

Atendendo-se à suposta motivação/justificação verificamos que a maioria dos femicídios praticados e registados pelo OMA em 2016 ocorreu num contexto de violência

doméstica (41%; n=9). Já o facto de não aceitar a separação, os ciúmes e o evitar que

testemunhasse contra o homicida é apontado como as motivações em 6 situações, identificando-se 2 em cada uma destas motivações perfazendo 27%.

A compaixão pelo sofrimento da vítima é identificada como a motivação para o cometimento de um dos femicídios (4%) e a psicopatologia do homicida foi identificada nas notícias em 3 dos femicídios (14%).

Quanto à motivação ou suposta justificação que terá estado na base do cometimento do crime, não foi possível apurá-la em 2 das situações registadas pelo OMA.

(15)

15 Em 2016, tal como em anos anteriores, continua a ser evidente que a maioria dos crimes de femicídio ocorre em contextos de relações de intimidade abusivas incluindo aqui: o contexto de violência doméstica, os ciúmes, o não aceitar a separação e mesmo o femicídio por compaixão. Efectivamente 14 dos 22 femicídios praticados em 2016 foram praticados neste contexto, o que equivale a uma percentagem superior a 63% do total das situações registadas.

Da análise dos dados recolhidos não podemos deixar de concluir que os contextos de vitimação prévios são identificados na maioria das situações, surgindo o femicídio enquadrado no contínuo da violência, logo como escalada da mesma.

FEMICÍDIOS: ARMA CRIME / MEIO EMPREGUE

Analisando-se agora a arma do crime ou o meio empregue para a sua prática, verificamos que 32% (n=7) dos femicídios foram praticados com arma de fogo.

Ciúmes Contexto VD Não aceita a separação Sem informação Compaixão pelo sofrimento da vítima Psicopatologia do agressor Para esconder uma traição Evitar que testemunhassem contra ele

2 9 2 2 1 3 1 2

(16)

16 A arma branca foi o meio utilizado para cometer 18% (n=4) dos femicídios registados. De salientar ainda que 10 mulheres foram barbaramente assassinadas por espancamento, estrangulamento, agressão com objecto e violação a que correspondem, em conjunto 25% do total das situações registadas.

Em uma (1) das situações registadas pelo OMA não foi identificado o meio empregue para o cometimento do femicídio.

FEMICÍDIOS: HISTÓRIA DE VIOLÊNCIA NA RELAÇÃO

Cruzando a incidência do femicídio com a presença de violência doméstica nas relações de intimidade, presente ou passadas, e relações familiares privilegiadas verificamos que

73% (n=16) das mulheres assassinadas foi vítima de violência nessa relação.

Arma de fogo Arma branca Espancamento Estrangulamento Agressão com objecto Violação S/ informação 7 4 4 3 2 1 1

Femicídio: arma do crime/meio empregue

SIM 73% Não 18% S/ Informação 9%

História de

Violência na

Relação

(17)

17 Em 4 situações (18%) não era conhecida história de violência doméstica e em 2 (9%) das situações reportadas não existia informação quanto a este item.

FEMICÍDIOS: DENÚNCIAS/PROCESSOS EM CURSO

Pretende-se neste capítulo analisar, das situações de violência doméstica identificadas, aquelas em que foi referenciada a existência de participação criminal, às autoridades competentes.

Foi assim possível identificar que em 27% (n=6) das situações a situação de violência no

casal ou relação era oficialmente conhecida.

Continuamos porém, a identificar ainda um grande número de situações noticiadas em que era inexistente a informação relativa à existência prévia ou não de processos por violência doméstica ou da posição da vítima face à história de vitimação, num total de

64% (n=14) dos femicídios noticiados.

De referir que em 9% das situações (n=2) não existia conhecimento oficial da existência de violência na relação.

1

2 2 2

1 14

Femicídio: denúncias/processos em curso

Denúncia durante/vítima Denúncia anterior/vítima Processo por VD em curso Inexistência de denúncia Várias denúncias Sem informação

(18)

18

FEMICÍDIOS: LOCAL DE OCORRÊNCIA

Tal como o Observatório tem vindo a registar desde 2004, a residência continua a ser o local onde a maioria dos femicídios foram praticados, a que corresponde em 2016 a uma taxa de incidência de 73% (n= 19).

FEMICÍDIOS: MEDIDAS DE COACÇÃO APLICADAS

Da informação recolhida nas notícias publicadas, foi possível identificar que em 8 dos 22

femicídios consumados (42%), a medida de coacção aplicada foi a de prisão preventiva. De relembrar que aos 22 femicídios correspondem 19 autores do crime, uma vez que um dos homicidas assassinou duas (2) mulheres e outro assassinou 3 das mulheres identificadas pelo OMA.

19 2 1

Femicídio: local do crime

Residência Via pública Local Isolado 8 1 7 3

Femicídio: medidas de coacção ao autor do crime

Prisão preventiva Internamento Hospitalar

(19)

19

Em 7 situações (37%) não é devida qualquer medida de coacção uma vez que após o

femicídio o autor do crime suicidou-se.

Numa (1) das situações a medida foi de internamento hospitalar (5%).

Não foi possível identificar qual a medida de coacção aplicada em 3 (16%) das situações registadas.

(20)

20 II- OMA – TENTATIVAS DE FEMICÍDIO

01 de Janeiro a 31 de Dezembro de 2016

TENTATIVAS DE FEMICÍDIO: RELAÇÃO Da VÍTIMA COM O AGRESSOR

Analisando-se a relação entre vítima e agressor verificamos que, no período em análise, a maioria (91%, n=29) das vítimas

mantinha (66%) ou manteve (25%) uma relação de intimidade com o autor do crime.

Foram ainda reportadas 2 situações de crime de tentativa de femicídio perpetradas pelos filhos da vítima (ascendentes directo,

6%). Pôde-se ainda apurar que um

dos crimes de femicído na forma tentada foi praticado em co-autoria (filho da vítima) por outro familiar (3%).

TENTATIVAS DE FEMICÍDIO: IDADE DAS VÍTIMAS

No que concerne à idade das vítimas de femicídio na forma tentada, verificamos que a maioria apresentava idades

acima dos 24 anos (n=20; 65%), com especial incidência nos grupos etários 24-35 anos (n=7; 23%).

Em 9 dos femicídios

noticiados não foi possível obter informação relativa à idade da vítima, a que corresponde 31% da amostra analisada. Mulher, companheira, namorada, relação intimidade 66% Ex-mulher, ex-companheira, ex-namorada, ex-relação intimidade 25% Ascendente Directo 6% Outro familiar 3% Tentativas de Femicídio: Relação da Vítima com o Agressor

Menos de 17 anos 18-23 anos 24-35 anos 36-50 anos 51-64 anos Mais de 65 anos ni TOTAL 1 1 7 5 3 5 9 31 Tentativas de Femicídio: Idade da Vítima

(21)

21

TENTATIVAS DE FEMICÍDIO: SITUAÇÃO PROFISSIONAL DAS VÍTIMAS

Analisando-se, agora, a situação profissional em que se encontravam as vítimas à data da prática do crime, verificamos que 31% (n=9) das vítimas encontrava-se inserida no

mercado de trabalho e, 3% (n=1)

encontrava-se em situação de desemprego. Tal como no ano transacto, nas tentativas de femicídio deparamo-nos com a ausência de informação relativa a este parâmetro na maioria das notícias analisadas (66%, n=19).

TENTATIVAS DE FEMICÍDIO: IDADE DO AGRESSOR

Direccionando o olhar para a caracterização dos autores do crime de Tentativa de Femicídio (num total de 32 agressores, já que um dos crimes de tentativa de femicidio foi praticado em coautoria) constatamos que são os grupos etários 36-50 e 51-64 anos aqueles que assumem maior representatividade (28%, n=9

cada), seguido dos grupos etários

24-35 anos (16%, n=5) e mais de 65 anos (13%, n=4). Em duas das situações não foi possivel apurar as idades dos autores deste tipo de crime.

32%

3% 65%

Tentativas de Femicídio: Situação Profissional Vítima

Empregada Desempregada Sem Informação

18-23 anos 24-35 anos 36-50 anos 51-64 anos Mais de 65 anos ni TOTAL 3 5 9 9 4 2 32 Tentativas de Femicídio: Idade do Agressor

(22)

22

TENTATIVAS DE FEMICÍDIO: SITUAÇÃO PROFISSIONAL DOS AGRESSORES

Tal como nos anos anteriores, as notícias veiculadas pela comunicação social continuam a ser omissas quanto à situação profissional quer das vítimas quer dos autores do crime. Assim, no ano de 2016 verificou-se que em 20 situações (a que corresponde uma taxa percentual de 62%) não foi feita menção relativa à (des)inserção profissional do agressor.

Registamos ainda que 8 dos agressores (25%) encontravam-se inseridos no mercado de

trabalhoe 4 estavam desempregados (13%).

TENTATIVAS DE FEMICÍDIO: MÊS DE OCORRÊNCIA

No ano de 2016 o OMA verificou a ocorrência de pelo menos um crime de femicídio na forma tentada em todos os meses do ano, destacando-se os meses de Março e

Novembro como os mais fatídicos, já que apresenta um maior número de notícias

reportadas, 5 tentativas de femicídio cada. O mês de Dezembro registou ainda a ocorrência de 4 tentativas e os meses de Junho e Julho 3 tentativas de femicídio, cada. Assim sendo e, partindo-se da análise estatística dos dados aferidos através da imprensa escrita, o OMA regista uma média de 3 tentativas de femicídio por mês em Portugal.

62% 25%

13%

Tentativas de Femicídio: Situação Profissional do Agressor

(23)

23

TENTATIVAS DE FEMICÍDIO:

MÊS DE OCORRÊNCIA AO LONGO DOS ANOS 2004 A 2016

Tal como nos anteriores propomo-nos mais uma vez fazer uma análise comparativa da distribuição dos crimes de femícidio na forma tentada pelos meses ao longo dos diferentes anos.

Como mencionado anteriormente, verificamos que no ano de 2016, os meses de Março e

Novembro foram aqueles que registaram o maior número de femicídios na forma tentada

(n=10). No entanto, se tivermos por base a análise dos anos 2004 a 2016, verificamos que continua a ser o mês de Setembro, aquele que apresenta maior taxa de incidência de femicídios na forma tentada (n total=64).

1 1 5 2 2 3 3 2 2 1 5 4 Tentativas de Femicídio: Distribuição por Meses do Ano

(24)

24

No total, podemos observar que, desde o início deste Observatório, i.e., entre os anos 2004 e 2016, 534 mulheres foram alvo desta forma extremada de violência. Ainda que os

actos não tenham sido fatais, a severidade registada nestas agressões permite-nos antecipar as sequelas a nível psíquico e físico que poderão perpetuar-se por toda a sua vida e bem como a de todos/as aqueles/as que com elas vivem ou viveram na altura da perpetração do crime. MÊS 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 TOTAL MÊS Jan 1 3 1 4 2 4 1 2 4 3 5 1 1 32 Fev 1 1 0 11 4 1 2 1 2 4 3 6 1 37 Mar 1 4 0 3 4 5 5 2 4 5 6 2 5 46 Abr 1 2 1 3 4 4 4 3 1 3 5 2 2 35 Mai 0 4 2 9 8 0 4 10 3 5 4 3 2 54 Jun 0 4 1 1 2 3 2 1 5 2 7 5 3 36 Jul 3 5 6 6 2 3 5 2 9 3 3 4 3 54 Ago 1 1 7 5 5 4 6 6 8 2 4 3 2 54 Set 7 11 9 5 3 2 4 5 8 2 3 3 2 64 Out 5 5 9 6 2 0 1 5 4 3 5 4 1 50 Nov 2 3 6 3 0 1 4 2 1 1 4 1 5 33 Dez 4 1 4 3 4 1 1 5 4 3 0 5 4 39 TOTAL ANO 26 44 46 59 40 28 39 44 53 36 49 39 31 534

(25)

25

TENTATIVAS DE FEMICÍDIO: DISTRITO

Relativamente aos distritos de ocorrência das tentativas de femicídio, destacamos negativamente o distrito do Porto (n=7), seguido dos distritos de Braga (n=5), Lisboa

(n=4), Setúbal (n=3), Leiria, Vila Real e Viseu, com 2 tentativas de femicídio cada.

Registou-se ainda a ocorrência de 1 crime de femicídio na forma tentada nos distritos de Aveiro, Bragança,Faro, Santarém, Viana do Castelo e Arquipélago dos Açores.

TENTATIVAS DE FEMICÍDIO:

DISTRITOS AO LONGO DOS ANOS 2004 A 2016

Tendo por base a análise da tabela infra, podemos aferir que os distritos com maior taxa de

incidência de tentativas de femicídio continuam a ser Lisboa e Porto, com um total de 194

dos 534 crimes praticados e noticiados (110 e 84, respectivamente). Por seu turno, Portalegre é o distrito com menos crimes de femicidio na forma tentada noticiados – 2 crimes nos últimos 12 anos.

1 1 0 5 1 0 0 0 1 0 2 4 0 0 7 1 3 1 2 2 Açore s Av eiro Beja Brag a Brag an ça Cas telo B ra n co Coi m b ra Év o ra Faro G u ar d a Le iria Lis b o a Ma d ei ra Po rta le gre Porto San ta ré m Se tú b al Vian a d o C aste lo Vil a R eal Vis eu

(26)

26 Fazendo-se agora uma análise mais específica relativa aos concelhos verificamos que

Lisboa e Porto foram os concelhos que registaram o maior número de mulheres vítimas de tentativa de femicidío, contabilizando 2 tentativas cada.

DISTRITO 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 TOTAL Desconhecido 18 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 20 Aveiro 0 5 8 11 4 2 4 1 2 3 4 3 1 48 Beja 0 1 0 0 1 0 0 1 0 1 1 1 0 6 Braga 0 2 4 5 1 4 4 2 2 1 4 3 5 37 Bragança 0 1 2 0 0 0 0 3 1 1 3 0 1 12 Castelo Branco 0 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 0 0 8 Coimbra 0 2 0 2 3 3 2 0 1 2 2 2 0 19 Évora 0 0 0 0 0 0 1 0 2 0 1 0 0 4 Faro 0 1 2 2 3 1 2 1 1 2 5 4 1 25 Guarda 1 0 1 0 0 1 1 1 2 1 1 1 0 10 Leiria 0 0 2 3 6 1 1 5 1 2 1 2 2 26 Lisboa 3 4 8 16 7 5 9 9 12 11 8 14 4 110 Portalegre 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 2 Porto 1 13 6 7 8 3 5 9 9 5 7 4 7 84 Santarém 1 1 1 3 2 1 0 4 3 2 2 0 1 21 Setúbal 1 3 0 1 2 2 4 5 12 2 2 5 3 42 Vila Real 0 2 3 0 0 0 0 0 1 1 2 0 2 11 Viana 0 2 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 4 Viseu 1 5 5 4 0 4 1 0 1 1 5 0 2 29 Madeira 0 1 1 2 0 0 0 1 2 0 0 0 0 7 Açores 0 0 1 1 2 0 4 0 0 0 0 0 1 9 TOTAL ANO 26 44 46 59 40 28 39 44 53 36 49 39 31 534

(27)

27

TENTATIVAS DE FEMICÍDIO: SUPOSTA JUSTIFICAÇÃO/MOTIVAÇÃO

Atendendo-se agora aos motivos que estiveram subjacentes à prática do crime de

femicídio na forma tentada, verificamos que, a maioria das tentativas é identificada

como decorrente de um contexto de violência doméstica, estando presente em 61% das situações reportadas (n=19). 26% (n=8) dos crimes ocorreu na sequência da vítima ter

terminado, tentado terminar ou ter manifestado intenção em romper com a relação,

decisão não aceite pelo agressor. Em 10% das situações reportadas (n=3), foram ainda

elencados a pretensão em manter uma relação de intimidade não correspondida (7%, n=2) e os ciúmes (3%, n=1) como factores que estiveram na base para o cometimento do crime. Alb e rgaria -a-Ve lh a Alm ad a B rag a Cas cais Cas ta n h e ira d e P êra Fam alicão Fe lgueir as G u im ar ães Lis b o a Ma ia Mo im en ta d a B eira Oe iras Pra ia d a V itó ria Pe n af ie l Pe so d a R égu a Po m b al Po rto San to T ir so Se ixal Se tú b al Sil ve s To rre d e M o n corv o Ve n d as N o vas Vian a d o C aste lo Vie ira d o M in h o Vil a d o Co n d e Vil a R eal Vil a V erd e Vize la 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Tentativa de Femicídio: Concelhos

7% 3%

61% 26%

3%

Tentativa de Femicidío: Suposta Justificação/Motivação

Pretensão não correspondida Ciúmes

Contexto VD

Não aceita a separação

(28)

28 No ano em curso foi ainda noticiado um crime de femicidio na forma tentada decorrente de um pacto suicida entre um casal já idoso (3%, n=1). De salientar que o OMA mantém-se fiel às causas/motivação citadas nas notícias.

Se atendermos à conjugação destas variáveis, verificamos que, à excepção do pacto suicida, todas as tentativas de femicidio registadas no período em análise ocorreram num contexto de violência doméstica, por se entender que os ciúmes e o facto dos agressores atentarem contra a vida daquelas com quem mantinham ou mantiveram uma relação de intimidade quando estas ousaram manifestar intenção em romper ou tentaram romper com a relação são também elas tradutoras de dinâmicas relacionais abusivas.

TENTATIVAS DE FEMICÍDIO: ARMA DO CRIME/MEIO EMPREGUE

Tal como verificado em anos anteriores, as armas brancas e de fogo continuam a ser os meios mais empregues/utilizados para a consumação da prática do femicídio na forma tentada, a que corresponde 72% (n=20) das situações reportadas. Duas das vítimas foram ainda alvo de tentativa de femicídio por arremesso de uma ravina e de uma escada, tendo o OMA adoptado a designação de Queda.

Arma de fogo Arma branca Asfixia Fogo Espancamento Queda Agressão com objecto

8 12 1 1 2 2 2 Tentativa de Femicídio: Arma do Crime/Meio Empregue

(29)

29 Várias denúncias

Denúncia durante/vítima Denúncia anterior/vítima Cumprir pena Não existia denúncia Sem informação 2 4 2 1 6 16 Tentativas de Femícidio: Denúncias/processo em curso

TENTATIVAS DE FEMICÍDIO: HISTÓRIA DE VIOLÊNCIA NA RELAÇÃO

Dos dados aferidos foi possível identificar que em 61% das notícias de crimes de

tentativa de femicídio (n= 19) foi reportada história de violência doméstica na relação,

sendo omissa esta informação em 19% das situações analisadas (n=6).

Em 20% das situações analisadas foi mencionado não se conhecerem episódios de violência anterior.

Estes dados vêm mais uma vez corroborar a ideia de que os crimes de femicídio, consumado ou tentado, surgem na maioria das vezes como resultantes de uma escalada da violência perpetrada numa relação de intimidade ou no seio familiar.

TENTATIVA DE FEMICÍDIO: DENÚNCIAS/PROCESSOS EM CURSO

Pretende-se neste item buscar informação relativa à existência ou inexistência prévia de denúncias ou processos em curso pelo crime de violência doméstica.

61% 20%

19%

Tentativas de Femicídio: História de Violência na Relação

(30)

30 Mais uma vez e, tal como registado em anos anteriores, no que se refere ao femicídio na forma tentada, mais de metade das notícias não disponibiliza essa informação. Verificamos assim que, em 16 das 31 tentativas de femicídio noticiadas não havia informação relativa à participação criminal do crime violência doméstica junto das entidades judiciais.

Das situações em que foi feita menção à existência prévia de denúncias por violência doméstica (total de 15 situações), 8 foram referenciadas por terem denunciado o crime

de violência doméstica, sendo que 2 já haviam denunciado por várias vezes uma

dinâmica relacional violenta junto das entidades judiciais.

1 dos autores do crime encontrava-se já a cumprir pena por crime praticado contra a vítima.

TENTATIVAS DE FEMICÍDIO: LOCAL DO CRIME

A residência, tal como registado nos femicídios, continua a surgir como o local onde a maioria dos crimes é praticada (68%, a que correspondem 21 situações).

Salienta-se ainda que 19% (n=6) dos crimes de tentativa de femicídio foram cometidos na via pública e, 6,5% (n=2) foi praticado no local de trabalho da vítima e, em igual valor (6,5%, n=2) em local isolado. 68% 19% 6,5% 6,5% Tentativas de Femicidio: Local do Crime

(31)

31

TENTATIVAS DE FEMICÍDIO: MEDIDAS DE COACÇÃO APLICADAS

Relativamente a este item mencionamos o facto de não ser possível, pelo relato jornalístico, perceber qual a medida de coacção aplicada em 21 das tentativas de femicídio. A 6 dos agressores foi aplicada a medida prisão preventiva, sendo ainda de referir que 2 dos agressores viram ser-lhes aplicada a medida de prisão domiciliária e, a 1

agressor foi promovida medida de imposição de conduta sob a forma de afastamento e

proibição de contacto com a vítima. Duas das situações assinaladas como “não se aplica” (nsa), são respeitantes a dois agressores que após terem atentado contra as vidas das suas esposas acabaram por consumar o suicídio.

Voltamos a salientar que neste item o nr. total (n=32) difere do nr. de vítimas (n=31) já que um dos crimes foi praticado em co-autoria.

Medida de afastamento ou proibição de contacto Prisão domiciliária Prisão preventiva nsa Desconhecida 1 2 6 2 21

(32)

32 III - OMA – FEMICÍDIOS E TENTATIVAS DE FEMICÍDIO:

INFORMAÇÃO DAS VÍTIMAS ASSOCIADAS

01 de Janeiro a 31 de Dezembro de 2016

O OMA procura ainda aferir se, na decorrência dos crimes praticados e anteriormente analisados, existiram ainda outras vítimas, mortais ou atingidas. A estas o OMA designa por vítimas directas, mortais e não mortais.

Às pessoas que presenciaram o crime mas que não sofreram consequências físicas do mesmo, o OMA designa-as por vítimas indirectas.

No presente relatório propomo-nos apresentar informação relativa às vítimas associadas.

Assim sendo, em 2016 o OMA contabilizou um total de 33 vítimas associadas (11 vítimas associadas nos femicídios consumados e 22 nos femicídios tentados). No presente ano registou-se 1 vítima mortal associada, marido da vítima / pai do homicida nos femicídios.

Vítimas Mortais Vítimas Não Mortais Vítimas Indirectas Total 1 3 7 11 0 10 12 22

Femicídios Consumados e Tentados: Vítimas Associadas

Femicídios

(33)

33

FEMICÍDIOS E TENTATIVAS DE FEMICÍDIO:

RELAÇÃO DAS VÍTIMAS ASSOCIADAS COM O AUTOR DO CRIME

No que respeita à relação existente entre as vítimas associadas de femicídio (consumado e tentado) e os autores dos crimes verificamos que 27% das vítimas associadas eram

Descendentes Directos em 1º grau dos homicidas/agressores, ou seja filhas/os (n=total

9). 21% das vítimas associadas era Outro

Familiar do homicida/agressor (incluem-se nesta categoria sogra/o, cunhadas/os, primas/os, sobrinhas/os), perfazendo um total de 7 vítimas identificadas.

34% são Outros, pessoas que assistiram ao cometimento do crime e que não têm relação

de parentesco com o autor do crime, designadamente advogada, vizinhos, amigas/os da vitima, companheiros actuais das mulheres assassinadas/agredidas, transeuntes, perfazendo este ano um total de 11 vítimas associadas. 4 das vítimas associadas

eram pais dos

homicidas/agressores –

Ascendente Directo (12%) e 2 das vítimas associadas (6%) eram ainda netas/os dos

autores do crimes, designados neste Observatório como Descendentes Directos em 2º

Grau. Ascendente Directo Descendente Directo 1ºGrau Descendente Directo 2º Grau Outro Familiar Outros 1 1 2 5 2 3 8 0 2 9

Femicídios Consumados e Tentados: Relação das Vítimas Associadas com o Autor do

Crime

Femicídios Tentativas de Femicídio

Ascendente Directo 12% Descendente Directo 1ºGrau 27% Descendente Directo 2º Grau 6% Outro Familiar 21% Outros 34%

Femicídios Consumados e Tentados: Relação das Vítimas Associadas com o Autor do

(34)

34

FEMICÍDIOS E TENTATIVAS DE FEMICÍDIO:

VÍTIMAS ASSOCIADAS AO LONGO DOS ANOS 2004 A 2016

Através da análise do gráfico infra, verificamos que o OMA contabiliza um total de 439 vítimas associadas desde 2004 (vítimas directas – mortais e não mortais e, vítimas indirectas). 11 40 15 10 16 13 25 5 6 3 4 7 10 165 22 31 25 11 29 49 24 6 21 19 7 27 3 274 439

Femicídios Consumados e Tentados: Vítimas Associadas 2004 a 2016

(35)

35 IV - OMA – FEMICÍDIOS E TENTATIVAS DE FEMICÍDIO:

CARACTERIZAÇÃO DAS/OS FILHAS/OS

01 de Janeiro a 31 de Dezembro de 2016

O OMA da UMAR propõe-se agora apresentar os dados relativos às filhas/os das vítimas de femicídio tentado e consumado.

Entre 01 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2016, o OMA contabilizou um total de 54

filhas/os das vítimas de femicídio consumado (32 filhas/os) e na forma tentada (22 filhas/os).

Concluímos ainda que, destes (54 filhas/os), 18 eram filhas/os das vítimas (de femicídio tentado (5) e consumado (13)), 25 eram filhas/os comuns (da vítima e do homicida/agressor) e 11 das filhas/os eram somente do agressor/homicida.

Filhas/os da Vítima Filhas/os Comuns Filhas/os do Homicida/Agressor 13 8 11 5 17 0

Femicidios Consumados e Tentados: Caracterização das/os Filhas/os

Femicídio

(36)

36 Atendendo-se agora à sua distribuição por faixas etárias verificamos que 27 das/os 32

filhas/os das vítimas de femicídio apresentavam idades superiores a 18 anos, sendo que

em 3 das/os filhas/os identificadas/os nas notícias não foi possível obter informação relativa às suas idades.

No que concerne às filhas/os das vítimas de tentativa de femicídio constatamos uma maior dispersão no que se refere à sua distribuição por escalão etário; 15 das/os filhas/os das vítimas de tentativa de femicídio apresentavam idades entre os 0 e os 18 anos de idade e 4 eram de maioridade. Não foi possível recolher informação relativamente às idades de 3 das/os filhas/os identificados reportados aquando da notícia dos crimes.

0 0 0 1 0 1 0 3 5 3 5 1 1 1 2 4 0 17 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Tentativas de Femicídio: Caracterização das/os Filhas/os - Distribuição por Escalão Etário

-

Filhas/os Vítimas Filhas/os Comuns Filhas/os doAgressor 0 1 0 0 1 0 11 0 13 0 0 0 0 0 0 5 3 8 0 0 0 0 0 0 11 0 11 Femicídios:

Caracterização das/os Filhas/os - Escalão Etário

Filhas/os da Vítima Filhas/os em Comum Filhas/os do Agressor

(37)

37 V- OMA – ACÓRDÃOS DE HOMICÍDIOS

DECISÕES JUDICIAIS EM 2016:

DOSFEMICÍDIOSOCORRIDOSEM2015ECUJOSACÓRDÃOSFORAMNOTICIADOSNA

IMPRENSADURANTEOANODE2016

(Decisões judiciais dos Tribunais de primeira instância)

Dando seguimento à análise de notícias relativas a decisões judiciais pelo crime de homicídio, levantamento iniciado em 2010, o Observatório das Mulheres Assassinadas

registou, em 2016, notícias de 9 acórdãos relativos a 10 dos femicídios registados pelo

OMA no ano de 2015 e passíveis de decisão judicial. Contabilizamos aqui somente 10 femicídios e não os 29 reportados, uma vez que em 16 dos femicídios ocorridos em 2015 não é devida qualquer decisão judicial, por se tratar de femicídios seguidos de suicídio. De referir ainda que um dos acórdãos respeita a dois dos femicídios de 2015, facto que justifica que ainda que relativo a 10 femicídios se identifique um total de 9 acórdãos.

ACORDÃOS: FEMICÍDIOS REGISTADOS PELO OMA EM 2015

MÊS/DECURSO DO TEMPO

O objecto da nossa análise será um total de 9 acórdãos, relativos a 10 femicídios ocorridos no ano de 2015.

No que concerne ao tempo de permeio entre a ocorrência do crime e o acórdão a ele respeitante verificamos que o tempo médio foi superior a 11 meses (11,81).

(38)

38

* (2 femicídios)

ACÓRDÃOS TRIBUNAIS DE 1.ª INSTÂNCIA:

PENA APLICADA E INDEMMNIZAÇÕES FIXADAS

Relativamente à pena aplicada e do levantamento efetuado pelo OMA, apresenta-se de seguida tabela na qual se identifica: a forma como foi noticiada o femicídio, o tio de condenação referida pela notícia, a pena decretada pelo Tribunal e bem assim as indemnizações fixadas.

Decurso de tempo entre a prática do Crime e a decisão de 1.ª instância

Mês do Crime Mês da decisão a ele relativa Do crime à decisão em 1.ª instância

Janeiro 2015 Março 2016 14 meses

Março 2015 Abril 2016 13 meses

Abril 2015 Outubro 2016 18 meses

Abril 2015 Maio 2016 13 meses *

Maio 2015 Outubro 2016 17 meses

Agosto 2015 Julho 2016 11 meses

Agosto 2015 Dezembro 2016 16 meses

Setembro 2015 Novembro 2016 14 meses

Setembro 2015 Outubro 2016 13 meses

Tempo médio: 14 meses (14,33)

Tipologia da Agressão Tribunal Condenado por: Pena aplicada em 1ª instância

Indemnização fixada

Femicídios ocorridos em 2015 com acórdãos condenatórios noticiados em 2016

(39)

39 *Integra 2 das mulheres assassinadas em 2015 e registadas pelo OMA.

De notar que o OMA, no respeito pela informação constante da fonte que lhe serve de base, referirá o tipo de crime e condenação que nela consta. Por tal facto poderá não existir coincidência exacta entre esta e a qualificação jurídico-penal e condenação constante do acórdão condenatório, designadamente quanto à qualificação.

Da análise concluímos que:

As penas aplicadas oscilaram entre os 16 anos e os 25 anos de pena de prisão.

esfaqueamento prisão

Morte a tiro Faro Homicídio 16 anos de prisão ni

Morte a tiro Vila Real 2 crimes de homicídio qualificado, 1 deles na forma

tentada

25 anos de prisão 512 mil euros

Morte a tiro* Matosinhos Quádruplo homicídio, 2 deles qualificados, 1 crime de ameaça agravada, 1 de detenção de arma proibida e um de uso e porte de arma sob efeito de álcool 25 anos de prisão ni

Morte a tiro Faro Homicídio 19 anos de prisão ni

Morte por estrangulamento Almada Homicídio Qualificado 19 anos de prisão ni Morte por esfaqueamento Aveiro 2 crimes de homicídio qualificado 23 anos de prisão ni Morte por esfaqueamento

Leiria Homicídio 21 anos de prisão 165 mil euros Morte por espancamento Penafiel 2 crimes de homicídio, 1 na forma tentada 23 anos e 10 meses de prisão ni

(40)

40

A pena menos gravosa foi de 16 anos de prisão pelo crime de homicídio qualificado,

aplicada pelo Tribunal da Faro. (Assassinato da sogra, a tiro).

As penas mais elevadas foram de 25 anos de prisão, aplicadas pelos Tribunais de Vila Real

e Matosinhos, respectivamente, por 2 crimes de homicídio qualificado, um deles na forma tentada (balear a ex-namorada e matar a prima desta, a tiro) e quádruplo homicídio, 2 deles qualificados, 1 crime de ameaça agravada, 1 de detenção de arma proibida e um de uso e porte de arma sob efeito de álcool (assassinato da ex-companheira, da sogra e dois

outros familiares, todos a tiro).

Porém, se atentarmos somente à condenação pela prática de um (1) crime de homicídio consumado, concluímos que a condenação mais elevada foi decidida pelo Tribunal de Leiria (assassinato da ex-companheira, por esfaqueamento), com uma pena de 21 anos de prisão.

No que concerne às indemnizações fixadas verificamos ausência de informação quanto a este item. Porém, da informação recolhida e passível de análise quanto à fixação e indemnização e o seu montante, temos que:

- a indemnização mais baixa foi decidida pelo Tribunal de Leiria que fixou indemnização

no montante de 165 mil euros (Assassinato da ex-companheira por esfaqueamento) e que

a mais elevada foi do montante de euros: 512 mil euros, fixada pelo Tribunal de Vila Real (por dois crimes de homicídio, um deles na forma tentada. Esfaqueamento da

ex-namorada e assassinato da prima desta).

Da análise efectuada temos que dos 29 femicídios registados pelo OMA em 2015 foi apurada informação referente 26 desses femicídios. 10 por existência de decisão judicial e 16 por não ser devida uma vez que se tratam se situações de femicídio seguido de suicídio.

(41)

41 HOMICÍDIOS/FEMICÍDIOS NAS RELAÇÕES HOMOSSEXUAIS:

GAYS E LÉSBICAS

Em 2016, o OMA não identificou qualquer notícia respeitante a crime de homicídio/femicídio consumado ou na forma tentada.

SÍNTESE DE RESULTADOS - OMA 01 de Janeiro a 31 de Dezembro 2016:

SÍNTESE Nº VÍTIMAS

Femicídios 22

Tentativas de Femicídio 31

Homicídio Rel. Homossexuais 0

Tentativas Hom. Rel. Homossexuais 0

Vítimas Associadas 33

(42)

42 - SÍNTESE -

DADOS REGISTADOS E ANALISADOS PELO OMA

Fazendo uma leitura transversal dos dados registados pelo Observatório de Mulheres Assassinadas no ano de 2016, podemos concluir, em síntese, o seguinte:

Registam-se um total de 53 femicídios: 22 consumados e 31 na forma tentada, numa média de 4 mulheres vitimadas por mês.

Os registos do OMA identificam no período de 12 (doze) anos, um total de 988 femicídios: 454 consumados e 534 tentados.

FEMICÍDIOS EM 2016:

64% das mulheres assassinadas foram-no numa relação de intimidade presente ou passada.

36% das mulheres assassinadas tinham idades superiores a 50 anos.

41% das vítimas encontravam-se ou a trabalhar ou em situação de reforma (27%

encontrava-se empregada e 14% estava em situação de reforma).

Os distritos de maior ocorrência de femicídios foram Lisboa, Coimbra e Porto. Em termos de concelhos, Cascais e Montemor-o-Velho registam maior número de femicídios.

63% dos femicídios ocorreram num contexto de violência doméstica (41%

violência doméstica, não aceita a separação (9%), ciúmes (9%) e a compaixão pelo sofrimento da vítima continua (4%).

32% dos femicídios foram praticados com arma de fogo e 18% com arma branca. 73% das mulheres assassinadas tinha vivenciado uma situação de violência na relação.

27% dos femicídios, era do conhecimento oficial a situação de violência doméstica prévia à ocorrência do crime.

(43)

43 FEMICÍDIO NA FORMA TENTADA EM 2016:

91% das vítimas mantinha ou tinha mantido uma relação de intimidade com o autor do crime (66% marido, companheiro, namorado e 25% marido, ex-companheiro, ex-namorado).

A maioria apresentava idade superior a 24 anos (65%).

31% das vítimas encontrava-se inserida no mercado de trabalho.

Porto, Lisboa, Setúbal e Braga foram os distritos que se destacaram pela

negativa, registando um maior número de femicídios na forma tentada (19 dos 31).

Lisboa e Porto foram os concelhos que registaram o maior número de mulheres

vítimas de tentativa de femicídio.

97% das tentativas ocorreram num contexto de violência doméstica (violência

doméstica 61%, não aceita a separação 26%, ciúmes 3% e a relação não correspondida 7%).

26% das tentativas ocorreram em momento subsequente à decisão da vítima pôr termo à relação.

A maioria das tentativas foi praticada com arma branca ou de fogo (72%).

Em 61% dos crimes de femicídio na forma tentada foi identificada história de violência doméstica na relação.

Cerca de metade das situações eram já do conhecimento oficial, existindo

denúncia prévia.

A maioria dos crimes de tentativa de femicídio foi praticada na residência (68%).

VÍTIMAS ASSOCIADAS

Contabilizou-se um total de 33 vítimas associadas: 11 nos femicídios consumados e 22 no femicídio na forma tentada.

Uma destas vítimas foi mortal.

Das vítimas associadas 13 foram vítimas directas dos crimes (3 no femicídio e 10 nas tentativas), ou seja, 13 pessoas foram também alvo de agressões por parte dos autores dos crimes.

(44)

44

Outras 19 presenciaram a prática do crime (vítimas associadas indirectas): 7 nos

femicídios e 12 nas tentativas.

FILHAS/OS DAS VÍTIMAS DE FEMICÍDIO CONSUMADO E TENTADO

Identificou-se um total de 54 filhas/os das vítimas de femicídio consumado e tentado: 32 e 22 respectivamente.

Das/os 32 filhas/os identificadas/os nos crimes de femicídio, 27 eram maiores de idade, 2 eram menores de idade e em 3 situações a idade não se encontrava identificada.

Das/os 22 filhas/os identificadas/os nas tentativa de femicídio, 4 eram maiores de idade e 15 eram menores de idade. Não foi possível identificar a idade de 3 das/os filhas/os.

Foi ainda possível identificar que do total dos/as filhos/as (54): o 25 eram filhos/as comuns (da vítima e do homicida); o 18 eram filhos/as da vítima e;

(45)

45 OMA - LISTAGEM

01 de Janeiro a 31 de Dezembro de 2016

Mês Nome da Vítima Idade Relação c/

homicida Data de Ocorrência Local da prática do Crime Área geográfica Arma do crime/Meio empregue

Janeiro M. ª Augusta Ribeiro 57

Companheira 06/01/2016 Residência Sta. Mª do Zêzere - Porto Agressão com objecto Janeiro Jordana Dias 32 Namorada 06/01/2016 Residência Salvaterra de Magos – Santarém Espancamento Janeiro Mª Madalena S. Teixeira

61 Ex-namorada 08/01/2016 Residência Porto Santo – Madeira

Arma branca

Janeiro

Mª Isabel Ribeiro

57 Ex-mulher 18/01/2016 Via pública Barreiro – Setúbal Arma de fogo

Janeiro ni 88

Ascendente

directo 31/01/2016

Residência

Funchal - Madeira Violação

Fevereiro Michelle Santana Ferreira 28 Namorada 02/02/2016

Residência

Cascais - Lisboa Espancamento Fevereiro Liliana Neves Santana

16 Outro familiar 02/02/2016 Residência Cascais - Lisboa Espancamento

Fevereiro Thayane Mendes Dias 21 Outro familiar 02/02/2016 Residência Cascais - Lisboa Espancamento

Fevereiro Emilia Alves

87 Ascendente directo 18/02/2016 Residência Póvoa do Lanhoso – Braga Agressão c/ objecto

Fevereiro Rita Pascoal 73 Mulher 24/02/2016

Residência Mealhada -

Coimbra Arma de fogo

Março Poliana A. Ribeiro 34 Namorada 05/03/2016 Residência Guimarães – Porto Estrangulamento

Abril Alice Cordeiro 78

Ascendente

directo 10/04/2016

Residência

Porto - Porto Arma branca

Maio Marília Cruz 65

Ascendente

directo 26/05/2016

Residência

Montemor-o-Velho - Coimbra Arma de fogo

Maio Maria Cruz 91

Ascendente

directo 26/05/2016 Residência

Montemor-o-Velho - Coimbra Arma de fogo

Agosto Eglantina Borges 78 Mulher 01/08/2016 Residência Benavente -

Santarém Arma de fogo Agosto Madalena Guedes 59 Separada 08/08/2016 Via Pública Figueiró dos

Vinhos - Leiria Arma de fogo Agosto Isaura Alves 59

Ex-companheira 11/08/2016 Local isolado Ílhavo - Aveiro Arma branca

Agosto ni 67 Mulher 15/08/2016 Residência Odivelas – Lisboa S/ informação Agosto Mª de Lurdes Arinto 65 Mulher 28/08/2016 Residência Chaves – Vila Real Arma branca Agosto Eduarda Silva 49 Separada 29/08/2016 Residência Aljustrel – Beja Arma de fogo

(46)

46 Setembro Mª Fernanda Monteiro 77

Ascendente

directo 05/09/2016 Residência Maia - Porto Estrangulamento

Setembro Regina Nunes 21 Namorada 27/09/2016 Residência Faro - Faro Estrangulamento

O Observatório de Mulheres Assassinadas - União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR)

Elisabete Brasil, Fátima Alves e Sónia Soares. Almada, 03 de Março de 2017

Referências

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