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PDF PT Jornal Brasileiro de Pneumologia 6 5 portugues

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Academic year: 2018

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ISSN 1806-3713 © 2017 Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia

http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37562017000000424

Entendendo os testes diagnósticos: parte 2

Cecilia Maria Patino1,2,Juliana Carvalho Ferreira1,3

1. Methods in Epidemiologic, Clinical, and Operations Research–MECOR–program, American Thoracic Society/Asociación Latinoamericana del Tórax, Montevideo, Uruguay.

2. Department of Preventive Medicine, Keck School of Medicine, University of Southern California, Los Angeles (CA) USA.

3. Divisão de Pneumologia, Instituto do Coração, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo (SP) Brasil. CENÁRIO PRÁTICO

Um grupo de pesquisadores fez um estudo para determinar o grau de acurácia dos níveis séricos de procalcitonina para diagnosticar derrame pleural parapneumônico (DPP) e diferenciá-lo de outras causas de derrame pleural. Eles observaram que a procalcitonina apresentou valor preditivo positivo (VPP) de 66% e valor preditivo negativo (VPN) de 91%.(1)

VPP E VPN DOS TESTES DIAGNÓSTICOS

No artigo anterior,(2) discutimos duas características comuns dos testes diagnósticos, sensibilidade e

especiicidade, que são características importantes que

descrevem a acurácia de um teste. Neste artigo, vamos nos concentrar em aspectos importantes de um teste

diagnóstico que nos ajudam a compreender o quão bem

um novo teste é capaz de diagnosticar uma doença com

base nos resultados do padrão ouro: o VPP e o VPN. O VPP de um teste diagnóstico é a proporção de

indivíduos que apresentam resultado positivo no novo

teste e têm a doença segundo o padrão ouro (a proporção

de verdadeiro positivos). Quando um teste diagnóstico tem VPP alto, um paciente cujo teste apresente resultado positivo muito provavelmente tem a doença que está sendo investigada.

O VPN de um teste diagnóstico é a proporção de

indivíduos que apresentam resultado negativo no novo

teste e não têm a doença segundo o padrão ouro (a proporção de verdadeiro negativos). Quando um teste

tem VPN alto, um paciente cujo teste apresente resultado

negativo muito provavelmente não tem a doença que

está sendo investigada. Em nosso exemplo, o VPP foi de 66% (39/59) e o VPN foi de 91% (81/89), segundo os resultados do novo teste em 148 indivíduos (Tabela 1). O VPP e o VPN de um novo teste dependem da

prevalência da doença na população; assim, eles serão

diferentes em populações com maior ou menor prevalência

da doença em comparação com a população na qual o

teste foi descrito pela primeira vez. Se a prevalência da

doença for alta em uma determinada população, o VPP

aumenta e o VPN diminui. Portanto, valores preditivos

não são características ixas do teste e não podem ser

generalizados para populações com diferentes prevalências da doença.(3) Existe uma maneira fácil de calcular o VPP e o VPN, com base no teorema de Bayes, usando resultados relatados anteriormente e levando em conta a prevalência local da doença.(2)

O VPP e o VPN também são indicadores importantes quando se avalia a população geral. Um teste de rastreamento com alta sensibilidade e especiicidade pode

ter VPP baixo se a prevalência da doença for baixa nessa

população. Por exemplo, quando rastreamos a presença

de câncer em adultos assintomáticos, se o VPN do teste

for alto, resultados negativos são úteis para descartar a presença da doença; no entanto, se o VPP for baixo,

um resultado positivo tem maior probabilidade de ser um falso positivo.

O VPP e o VPN são mais úteis que a sensibilidade e a especiicidade para os clínicos porque estimam a

probabilidade de doença (ou sua ausência) a partir do

resultado do teste. Na próxima e última parte desta

série sobre testes diagnósticos, discutiremos razões de verossimilhança e curvas ROC.

Tabela 1. Desempenho diagnóstico da dosagem sérica

de procalcitonina na identiicação de derrame pleural

parapneumônico.

DPP Total

+

PCT+ a = 39 b = 20 59

PCT− c = 8 d = 81 89

Total 47 101 148

Dados extraídos de He et al.(1) PCT: procalcitonina; e

DPP: derrame pleural parapneumônico. Sensibilidade = a/(a + c); especiicidade = b/(b + d); valor preditivo positivo (linha cinza-clara) = a/(a + b); e valor preditivo negativo (linha cinza-escura) = d/(d + c).

REFERÊNCIAS

1. He C, Wang B, Li D, Xu H, Shen Y. Performance of procalcitonin in diagnosing parapneumonic pleural effusions: A clinical study and meta-analysis. Medicine (Baltimore). 2017;96(33):e7829. https://doi. org/10.1097/MD.0000000000007829

2. Ferreira JC, Patino CM. Understanding diagnostic tests. Part 1.

J Bras Pneumol. 2017;43(5):330. https://doi.org/10.1590/S1806-37562017000000330

3. Altman DG, Bland M. Diagnostic tests. 2: predictive values. BMJ. 1994;309(6947):102. https://doi.org/10.1136/bmj.309.6947.102 J Bras Pneumol. 2017;43(6):408-408

408

Imagem

Tabela 1.  Desempenho diagnóstico da dosagem sérica  de  procalcitonina  na  identiicação  de  derrame  pleural  parapneumônico

Referências

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