Instalações Elétricas Prediais e Industriais I – (TE344)
Aula 17 - Dimensionamento da Proteção
P R O F. D R . S E B A S T I Ã O R I B E I R O J Ú N I O R
Disjuntores
• Um disjuntor é um dispositivo eletromecânico, que funciona como um interruptor automático, destinado a proteger uma
determinada instalação elétrica contra possíveis danos causados por curto- circuito e sobrecargas elétricas.
• A sua função básica é a de detectar picos de corrente que ultrapassem o adequado para o circuito, interrompendo-a imediatamente antes que os
seus efeitos térmicos e mecânicos possam causar danos à instalação elétrica protegida.
Disjuntores
• Uma das principais características dos disjuntores é a sua capacidade de
poderem ser rearmados manualmente, depois de interromperem a corrente em virtude da ocorrência de uma falha.
• Diferem assim dos fusíveis, que têm a mesma função, mas que ficam inutilizados quando realizam a interrupção.
• Por outro lado, além de dispositivos de proteção, os disjuntores servem também de dispositivos de manobra, funcionando como interruptores
normais que permitem interromper manualmente a passagem de corrente elétrica.
Disjuntores
Funcionamento disjuntor
https://www.youtube.com/watch?v=J6wiawzgmhU
Disjuntores
O disjuntor termomagnético apresenta as seguintes características nominais:
a) número de polos;
b) tensão nominal;
c) frequência;
d) capacidade de ruptura (kA);
e) corrente nominal (A);
f) curva de disparo;
g) faixa de ajuste do disparador magnético (opcional);
h) faixa de ajuste do disparador térmico (opcional)
Disjuntor Termomagnético
Disjuntores
Existem diversos tipos de disjuntores, que podem ser desde pequenos dispositivos que protegem a instalação elétrica de uma única habitação até grandes dispositivos que protegem os circuitos de alta tensão que alimentam uma cidade inteira.
Disjuntores
Disjuntores
Fusível
Fio de chumbo ou de alguma liga fundível que, colocado num circuito elétrico, se funde, cortando a corrente quando a intensidade desta atinge certo limite..
Fusível
Disjuntores
• Os seguinte itens devem ser discriminados:
◦ Corrente nominal de operação
◦ Capacidade de interrupção
◦ Tensão nominal
◦ Frequência nominal
◦ Tipo (térmico, magnético, termomagnético, ajustável,...)
Disjuntores
• Dimensionamento de Disjuntores:
◦ A NBR 5410 estabelece condições que devem ser cumpridas para que haja coordenação entre os condutores de um circuito e o dispositivo de proteção.
◦ O item 5.3.4 da norma diz que a corrente do disjuntor deve
interromper a corrente de sobrecarga antes do aquecimento
excessivo dos condutores.
Disjuntores
• O item 5.3.4 estabelece que proteção deve satisfazer as duas inequações:
IB – corrente de projeto
IN– corrente nominal do disjuntor
IZ – capacidade de condução dos condutores vivos (de acordo com as características de instalação)
I2 – corrente convencional de atuação do disjuntor ou fusível.
Proteção contra correntes de sobrecarga
Disjuntores
Proteção contra correntes de sobrecarga
em que:
• In é a corrente nominal do dispositivo de proteção (disjuntor).
• I2, a corrente convencional de atuação.
• a vale: – pela NBR IEC 60947-2: 1,30 a quente a 30 °C;
– pela NBR 5361: 1,35 a frio a 25 °C;
– pela NBR IEC 60898: 1,45 a quente a 30 °C;
– pela NBR 11840: 1,60.
Curva característica de disparo
Disjuntores dispositivo termomagnéticas são geralmente disponível com três características disparo diferentes.
Curva característica de disparo
a – faixa de operação de disparo térmico b – faixa de operação de disparo magnético t – tempo de comutação (em segundos)
xl – múltiplo do fator atual / fator do disparo 1 – amplitude da corrente, para a qual a característica aplica
2 – amplitude de disparo DC (cinza) 3 – disparo AC (azul)
4 – disparo máxima 5 – disparo mínimo
Disjuntores dispositivo termomagnéticas são geralmente disponível com três características disparo diferentes.
https://www.phoenixcontact.com/ acesso: 05-2016
Curva característica de disparo
https://www.phoenixcontact.com/ acesso: 05-2016
Curva característica de disparo
A norma IEC 60898 define para o disparo instantâneo, em geral magnético, as faixas de atuação para as curvas B, C e D:
• Curva B: de 3 a 5 In.
• Curva C: de 5 a 10 In.
• Curva D: de 10 a 20 In.
A norma IEC 60947-2
• Curva K: 10 a 15 In.
• Curva KM: 10 a 15 In
• Curva Z: 2 a 3 In
Curva característica de disparo
A norma IEC 60898 define para o disparo instantâneo, em geral magnético, as faixas de atuação para as curvas B, C e D:
• Curva B: de 3 a 5 In.
• Curva C: de 5 a 10 In.
• Curva D: de 10 a 20 In.
A norma IEC 60947-2
• Curva K: 10 a 15 In.
• Curva KM: 10 a 15 In
• Curva Z: 2 a 3 In
Curva característica de disparo
Curva B (3 a 5 x In) – Indicados para cargas resistivas com pequena corrente de partida ou grandes distâncias de cabo envolvidas, como é o caso de aquecedores e chuveiros elétricos e lâmpadas incandescentes.
Curva C (5 a 10 x In) – Indicado para cargas indutivas, como motores elétricos, lâmpadas fluorescentes, geladeiras e máquinas de lavar roupas.
Curva D (10 a 20 x In) - Cargas de grande corrente de partida, como transformadores BT/BT
Disjuntores
• Sobrecarga:
IB– corrente de projeto
IN–corrente nominal do disjuntor
IZ – capacidade de condução dos condutores vivos (de acordo com as características de instalação)
I2 – corrente convencional de atuação do disjuntor ou fusível.
Funcionamento Interno de um Disjuntor em um Curto Circuito https://www.youtube.com/watch?v=vYDQH55zlBk
NBR 5361 Disjuntores de Baixa Tensão
Disjuntores
Exemplo
Dimensionar os condutores e o disjuntor para proteção de um circuito de chuveiro com as seguintes características: S=5400VA, V=220V, com dois condutores carregados, sendo utilizados condutores isolados de cobre, com isolação de PVC, instalados em eletroduto de PVC, embutido em alvenaria, sendo 30°C a temperatura ambiente e o comprimento desde o QD ao ponto é 15 m.
Exemplo
• Cálculo da Corrente de Projeto
𝐼
𝐵= 𝑃
𝑉. 𝐹𝑃 = 𝑆
𝑉 = 5400
220 ≅ 24,54 𝐴
• Queda de tensão
∆V = 10 . 𝑉. ∆𝑉 %
𝑙. 𝐼𝐵 = 10 .220.2
15.24,54 ≅ 11,95 (V/A.km)
Exemplo
Devido maior segurança do circuito e menos perdas pela tabela de queda de tensão temos :
• Condutor 4 mm2 com ∆𝑽 % = 2%
Devido maior segurança do circuito e menos perdas pela tabela de capacidade de condução de corrente da NBR 5410:
• Condutor 4 mm2 ;
• Capacidade de condução de corrente 32 A.
Exemplo
Disjuntor para quadro de distribuição ventilado, obter:
• Ib – corrente de projeto
• Ic – Corrente da Tabela
• k1 – Fator de correção de agrupamento de circuitos
• k2 – Fator de Correção para Resistividade Térmica do Solo
• k3 – Fator de correção de temperatura
• IZ – capacidade de condução de corrente dos condutores:
𝐼 𝑍 = 𝐼 𝐶 . 𝑘 1 . 𝑘 2 . 𝑘 3 𝐼 𝑍 = 32. 1. 1 . 1
𝐼 𝑍 = 32 𝐴
𝐼 𝑍 = 𝐼 𝐶 . 𝑘 1 . 𝑘 2 . 𝑘 3 𝐼 𝑍 = 32. 1. 1 . 1
𝐼 𝑍 = 32 𝐴
Exemplo
𝐼 𝑍 = 𝐼 𝐶 . 𝑘 1 . 𝑘 2 . 𝑘 3 𝐼 𝑍 = 32. 1. 1 . 1
𝐼 𝑍 = 32
24,5 𝐴 ≤ 𝐼
𝑛≤ 32 𝐴
24,5 𝐴 ≤ 25 𝑜𝑢 30 𝐴 ≤ 32 𝐴
Exemplo
Disjuntor para quadro de distribuição sem ventilação:
Para este caso considera-se, além da temperatura ambiente, o acréscimo de 10°C na temperatura devido à circulação de corrente nos disjuntores
24,5 𝐴 ≤ ? ? ? ≤ 27,84 𝐴 Disjuntor
𝐼𝑍 = 𝐼𝐶. 𝑘1. 𝑘2 . 𝑘3 = 41 . 0,87. 1 . 1 ≅ 35,67 𝐴 − 𝟔 𝒎𝒎𝟐 𝐼𝑍 = 𝐼𝐶. 𝑘1. 𝑘2 . 𝑘3 = 32 . 0,87. 1 . 1 ≅ 27,84 𝐴 − 𝟒 𝒎𝒎𝟐
24,5𝐴 ≤ 25, 30 𝑜𝑢 35 𝐴 ≤ 35,67𝐴 Disjuntor
Exemplo
Verificação da corrente de sobrecarga
𝐼2 ≤ 1,45 𝐼𝑧
Disjuntor
𝐼𝑛 = 30 𝐴 𝑜𝑢 35 𝐴
𝐼2 = 𝛼. 𝐼𝑛
𝐼𝑍 = 𝐼𝐶. 𝑘1. 𝑘2 . 𝑘3
𝐼𝑍 = 𝐼𝐶. 𝑘1. 𝑘2 . 𝑘3 = 41 . 0,87. 1 . 1 ≅ 𝟑𝟓, 𝟔𝟕 𝑨 − 𝟔 𝒎𝒎𝟐 𝐼2 = 1,45 . 30 = 43,5 𝐴
𝛼 = 1,45 → NBR IEC 60898
𝐼2 = 1,45 . 35 = 50,75 𝐴
≤ 𝐼𝑧𝑡= 1,45 . 35,67 = 51,72 𝐴
Disjuntor 30 A - tipo B
Curto-Circuito
A NBR-5410 impõe duas condições básicas que devem ser cumpridas para que seja garantida a proteção de um circuito contra as correntes do curto- circuito:
I(int) = capacidade de interrupção do dispositivo de proteção;
Ik = corrente de curto-circuito presumida no ponto de aplicação do dispositivo de proteção;
I2t = integral de Joule que o dispositivo de proteção deixa passar;
K2S2 = integral de Joule necessária para aquecer o condutor desde a temperatura máxima para o serviço contínuo até a temperatura limite de curto- circuito.
Para aplicação das prescrições de 5.3.5 a curtos-circuitos de duração no máximo igual a 5 s, os disjuntores devem atender às duas condições a seguir:
𝐼𝑎 ≤ 𝐼𝐾𝑚𝑖𝑛 𝐼𝑏 ≥ 𝐼𝐾
Tempo de duração do Curto-Circuito
Tempo de duração do Curto-Circuito
Tempo de duração do Curto-Circuito
• Para correntes de curto-circuito cuja duração seja superior a vários períodos, a integral de joule I2t do dispositivo de proteção pode ser calculada multiplicando-se o quadrado do valor eficaz da corrente de atuação I(t) do dispositivo de proteção pelo tempo de atuação t.
• Para correntes de curto-circuito de duração menor, devem-se consultar as características I2t fornecidas pelo fabricante.
Tempo de duração do Curto-Circuito
Correntes de Curto-Circuito presumidas
• Devem ser determinadas em todos os pontos de instalação julgados necessários.
• Essa determinação pode ser feita por cálculo ou medida.
Correntes de Curto-Circuito presumidas
CREDER, 2008
Fator de potência de curto-circuito aproximado
Exemplo
CREDER, 2008
Cálculo da corrente presumida (Ik)
Exemplo
Método 2 - Capacidade de corrente de curto‐circuito
“Limitação da seção do condutor para uma determinada corrente de curto‐circuito”
𝑆𝑐 = 𝑇𝑒 . 𝐼𝑐𝑠
0,34 . 𝑙𝑜𝑔 234 + 𝑇𝑓 234 + 𝑇𝑖
(𝑚𝑚2)
𝐼𝑐𝑠: Corrente simétrica de curto-circuito trifásico (kA) 𝑇𝑒: Tempo de eliminação da falta (s)
𝑇𝑓: Temperatura máxima de curto-circuito suportada pela isolação do condutor (C) 𝑇𝑖: Temperatura máxima admissível pelo condutor em regime normal de operação (C)
Nota: Os valores de 𝑇𝑓 e 𝑇𝑖 são estabelecidos por norma, ou seja:
‐ Condutor com isolação PVC 70 C – 𝑇𝑓 =160 C e 𝑇𝑖 =70 C
‐ Condutor com isolação EPR ou XLPE – 𝑇𝑓 =250 C e 𝑇𝑖 =90 C
Queda de Tensão
REVISÃO
DISJUNTORES