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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP Cristina Canhetti Alves

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Academic year: 2018

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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

PUC-SP

Cristina Canhetti Alves

Efeitos das metáforas no ensino do canto: dados acústicos e de

imagem do trato vocal

Mestrado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem

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Cristina Canhetti Alves

Efeitos das metáforas no ensino do canto: dados acústicos

e de imagem do trato vocal

MESTRADO EM LINGUÍSTICA APLICADA E ESTUDOS DA LINGUAGEM

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem sob a orientação da Profa. Doutora Zuleica Camargo.

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Alves Cristina Canhetti

Efeitos das metáforas no ensino do canto: dados acústicos e de imagem do trato vocal/ Alves, Cristina Canhetti - São Paulo, 2013, p.165.

Dissertação (mestrado) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Programa de Estudos Pós-Graduados em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem.

Título em inglês: Effects of metaphors in the teaching of singing: acoustic and vocal tract image data

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Banca Examinadora

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AUTORIZAÇÃO

Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação por processos de fotocopiadoras ou eletrônicos. Cristina Canhetti Alves _________________________________

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Dedico este trabalho

Aos meus pais, Fátima e José Carlos e á minha avó materna Maria por sempre acreditarem em mim.

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Agradecimentos

À minha orientadora Profa Dra Zuleica Camargo, que esteve sempre presente me incentivando em todas as etapas, que me inspira pela sua dedicação e pela profissional competente em nossa profissão.

À Profa Dra Sandra Madureira, por todos os ensinamentos, pela paciência, pela serenidade e que agregou muito durante toda essa jornada.

À minha mãe, Fátima por me incentivar, acreditar tanto em mim e mesmo diante de todas as dificuldades tornar possível o impossível. Ao meu pai, José Carlos, por depositar confiança em minhas escolhas. Amo muito!

Ao meu amor, Pedro Henrique, pela paciência por minhas ausências, pelo carinho, companheirismo, pela ajuda e por se orgulhar tanto de quem eu sou. Amo-te!

A minha vózinha materna, Maria, que com seus 88 anos se interessa pela fonoaudiologia e está sempre presente e rezando para que tudo corra bem.

À minha família, por estarem ao meu lado em todos os momentos.

Às amigas Andrea e Maria Augusta, duas pessoas mais que queridas, companheiras e que fizeram meus dias mais divertidos.

À Aline Pessoa, por todas as ajudas, em qualquer hora e por qualquer motivo. Você é uma pessoa fantástica e teve papel fundamental em todo meu percurso.

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À Fabiana Gregio, por estar presente e me auxiliando desde minha iniciação científica. Agradeço muito.

À Roberta Isolan Cury pela ajuda, parceria e por me incentivar a não desistir de nenhum desafio.

Ao Marcelo Barbosa pelas revisões do inglês e por ser tão divertido e autêntico.

À Mária de Fátima Albuquerque do LIAAC e á Maria Lucia do LAEL, pela simpatia e pela colaboração em todas as etapas.

Ao Prof Luiz Carlos Rusilo, pelas análises estatísticas.

Ao Ronaldo Barbosa e à Janaina Paiva pelos importantes momentos no Laboratório de Rádio. Obrigada pela ajuda e acima de tudo pelas risadas.

Aos meus colegas do grupo do LIAAC, agradeço o apoio e incentivo.

Ao Prof. Dr. Johan Sundberg e à Dra. Glaucia Salomão por permitirem minha visita à KTH, pela brilhante discussão dos dados de minha pesquisa e pela experiência valiosa.

Ao grupo de estudo que tive o prazer em conhecer em Budapeste, agradeço por todas as descobertas. Especialmente, Lila Pintér, Maria Patona e Diána Varga pelo carinho e auxílio constante.

Ao técnico da radiologia Vitor pela disponibilidade, auxílio e simpatia.

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À minha querida, Deborah Donda e ao grupo Support, por compreenderem essa etapa e torcerem tanto por mim. Obrigada pela paciência!

Aos Amigos, pela torcida, por compreender minhas ausências e rirem dos meus momentos em stand by.

A todos os sujeitos que participaram da minha pesquisa.

À FAPESP, pelo apoio financeiro para execução dessa pesquisa.

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Lista de Quadros

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Lista de Figuras

Figura 1. Medida de abertura de lábios absoluta (mm) gerada pelo software Osiris 25

Figura 2. Medida de abertura de mandíbula (mm) gerada pelo software Osiris... 26

Figura 3. Medida de abertura de lábios normalizada (mm) gerada pelo software

Osiris... 26 Figura 4. Medida da distância de língua-faringe (mm) gerada pelo software Osiris 27

Figura 5. Medida da distância de língua-palato de uma vogal anterior [Ɛ] (mm) gerada pelo software Osiris... 27

Figura 6. Medida da distância de língua-palato de uma vogal [a] posterior (mm) gerada pelo software Osiris... 27

Figura 7. Gráfico boxplot da distribuição das medidas de frequências formânticas

(F3) para três emissões da vogal [a] – a1, a2 e a3... 38 Figura 8. Gráfico boxplot da distribuição das medidas de frequências formânticas(

F1) para três emissões da vogal [a] –a1, a2 e a3... 38 Figura 9. Gráfico boxplot da distribuição das medidas de frequências formânticas

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Figura 15. Gráficos da análise de correlações para medidas de frequências formânticas e medidas de imagem do trato vocal... 50 Figura 16. Diagrama da análise fatorial de medidas de imagens do trato vocal e de medidas acústicas de frequências formânticas (F1, F2 e F3)... 51 Figura 17. Gráficos de análise de regressão linear de medidas de imagens do trato vocal e de medidas acústicas de frequências formânticas (F1, F2 e F3)... 52 Figura 18. Gráficos de análise Ancova para relação de medidas acústicas das frequências formânticas (F1, F2 e F3) em relação às metaforas (coluna à esquerda) e às vogais analisadas (coluna à direita)... 54 Figura 19. Gráfico de centróides da análise discriminante para estimação das vogais a partir das medidas de frequências formânticas (F1, F2 e F3)... 56

Figura 20. Gráfico de centróides da análise discriminante para estimação das metáforas a partir das medidas de imagem do trato vocal... 57

Figura 21. Gráfico de centróides da análise discriminante para estimação das vogais a partir das medidas de imagem do trato vocal... 58

Figura 22. Gráfico de centróides da análise discriminante para estimação das metáforas a partir das medidas de frequências formânticas e de medidas de imagem do trato vocal... 59

Figura 23. Gráfico radar da distribuição das frequências formânticas nas diversas emissões estudadas... 60

Figura 24. Gráfico radar da distribuição das medidas de imagens do trato vocal nas diversas emissões estudadas... 60

Figura 25. Gráfico de centróides da análise discriminante para estimação das metáforas a partir das medidas acústicas (script Expression Evaluator e

frequências formânticas) ... 66

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Figura 27. Gráfico de centróides da análise discriminante para estimação das metáforas a partir das medidas (frequências formânticas)... 68

Figura 28. Gráfico de centróides da análise discriminante para estimação dos grupos de cantoras e de não cantoras a partir das medidas acústicas (script ExpressionEvaluator) ... 71

Figura 29. Gráfico de centróides da análise discriminante para estimação dos grupos de cantoras e de não cantoras a partir das medidas acústicas (frequências formânticas-F1, F2 e F3) ... 72

Figura 30. Gráfico de análise de regressão linear de medidas acústicas do script ExpressionEvaluator e prontidão... 73

Figura 31. Gráfico de análise de regressão linear de medidas acústicas de frequências formânticas-F1, F2 e F3 para as várias emissões da vogal [a] (a1, a2, a3) e prontidão... 74 Figura 32. Gráfico de análise de regressão linear de medidas acústicas do script ExpressionEvaluator conjugadas às de frequências formânticas (para as várias

emissões da vogal [a] -a1, a2, a3) e prontidão... 74 Figura 33. Gráfico de análise ANOVA de variáveis qualitativas: grupo (cantoras e não cantoras), sujeitos, tipo de (emissão-metáforas) em relação à prontidão... 75 Figura 34. Gráfico de análise ANOVA de variáveis qualitativas (sujeitos) e prontidão... 76

Figura 35. Localização visual dos itens Meu Computador, Organizar e Opções de pastas como procedimento para mudança de extensão de arquivo... 106

Figura 36. Localização visual dos itens Opções de Pasta, Modo de Exibição e item que não deve ser selecionado como procedimento para mudança de extensão de arquivo... 106

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Figura 38. Arquivo cópia renomeado com a extensão pap... 107

Figura 39. Localização do arquivo no software Osiris... 108

Figura 40. Instrução de como salvar o arquivo em papyrus... 108

Figura 41. Renomear o arquivo que será salvo como papyrus... 108

Figura 42. Gerar o arquivo papyrus e iniciar a análise dos dados pelo software Osiris... 108

Figura 43: Medida da distância entre o dente segundo pré-molar superior e o mento (queixo) na situação de repouso... 131

Figura 44. Dados de imagens de trato vocal ilustrativos das medidas (em mm) da distância entre o dente segundo pré-molar superior e o mento extraídas das emissões em voz cantada produzidas sem intruções baseadas em metáforas... 131

Figura 45. Dados de imagens de trato vocal ilustrativos das medidas (em mm) da distância entre o dente segundo pré-molar superior e o mento extraídas das emissões em voz cantada produzidas por meio de instruções baseadas na metáfora prisma. ... 132

Figura 46. Dados de imagens de trato vocal ilustrativos das medidas (em mm) da distância entre o dente segundo pré-molar superior e o mento extraídas das emissões em voz cantada produzidas por meio de instruções baseadas na metáfora catedral. ... 134

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Lista de Tabelas

Tabela 1. Medidas de frequências formânticas (Hz) para as emissões em voz cantada produzidas por meio de instruções baseadas em metáforas e sem instruções baseadas em metáforas para as emissões de [a] sapo, [Ɛ] é que, [i] rio e frio e [u] jururu... 46 Tabela 2. Medidas de imagem do trato vocal (mm) para as emissões em voz cantada produzidas por meio de instruções baseadas em metáforas e sem instruções baseadas em metáforas para as emissões [a] sapo, [Ɛ] é que, [i] rio e frio e [u] jururu. ... 47 Tabela 3. Resultados de teste de correlação para medidas de frequências formânticas e medidas de imagem do trato vocal (p<0,01)... 49 Tabela 4. Matriz de confusão para resultados de validação cruzada da análise discriminante para vogais a partir das medidas acústicas de frequências formânticas- F1, F2 e F3... 55 Tabela 5. Matriz de confusão para resultados de validação cruzada da análise discriminante para metáforas a partir das medidas de imagem do trato vocal... 56

Tabela 6. Matriz de confusão para resultados de validação cruzada da análise discriminante para vogais a partir das medidas de imagem do trato vocal... 58 Tabela 7. Matriz de confusão para resultados de validação cruzada da análise discriminante para metáforas a partir das medidas acústicas de frequências formânticas e de imagem do trato vocal... 59 Tabela 8. Valores de médias e desvio padrão de medidas acústicas do script ExpressonEvaluator para as emissões em voz cantada produzidas por meio de

instruções baseadas em metáforas (catedral, prisma e disco voador) e sem instruções baseadas em metáforas... 62 Tabela 9. Resultados do teste de distâncias de Fisher (p-valores) para as médias de medidas acústicas do script ExpressionEvaluator para as emissões em voz

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Tabela 10. Valores de média e desvio padrão de medidas acústicas –

frequências formânticas- para as emissões produzidas por meio de instruções baseadas em metáforas (catedral, prisma e disco voador) e sem instruções baseadas em metáforas. ... 64 Tabela 11. Resultados do teste de distâncias de Fisher (p-valores) para as médias de medidas acústicas – frequências formânticas- para as emissões em voz cantada produzidas por meio de instruções baseadas em metáforas (catedral, prisma e disco voador) e sem instruções baseadas em metáforas... 65 Tabela 12. Matriz de confusão para resultados de validação cruzada da análise discriminante para metáforas a partir das medidas acústicas (script Expression Evaluator e frequências formânticas)... 66

Tabela 13. Matriz de confusão para resultados de validação cruzada da análise discriminante para metáforas a partir das medidas acústicas (script ExpressionEvaluator) ... 67

Tabela 14. Matriz de confusão para resultados de validação cruzada da análise discriminante para metáforas a partir das medidas acústicas (frequências formânticas) ... 68

Tabela 15. Valores de médias e desvio padrão de medidas acústicas do script ExpressionEvaluator para as emissões de cantoras e não cantoras... 69

Tabela 16. Resultados do teste de distâncias de Fisher (p-valores) para as médias de medidas acústicas do script ExpressionEvaluator para as emissões de

cantoras e não cantoras... 70

Tabela 17. Valores de média e desvio padrão de frequências formânticas para as

emissões 1, 2 e 3 da vogal [a] em “sapo” para as emissões de cantoras e não

cantoras... 70 Tabela 18. Resultados do teste de distâncias de Fisher (p-valores) para as médias de medidas acústicas – frequências formânticas (F1, F2 e F3)- para as

emissões 1, 2 e 3 da vogal [a] em “sapo” para as emissões de cantoras e não

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Tabela 19. Matriz de confusão para resultados de validação cruzada da análise discriminante para grupo de cantoras e não cantoras a partir das medidas acústicas (script ExpressionEvaluator)... 71

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RESUMO

Com o objetivo de investigar, em amostras de voz cantada, os efeitos do uso das metáforas, a partir de descrições acústicas e articulatórias (imagens do trato vocal) de ajustes de qualidade vocal em mulheres cantoras e não cantoras, esta pesquisa foi desenvolvida com base em dois experimentos. Experimento 1 referiu-se a estudo de caso (mulher, não cantora, sem alterações vocais), pautado nas análises acústica e de imagem (videofluoroscopia) do trato vocal. Experimento 2 pautou-se em análise acústica das emissões de 10 sujeitos (5 cantoras e 5 não cantoras). Para ambos os experimentos, foram analisadas as gravações da canção infantil “Sapo Jururu” em quatro tarefas: sem instrução e com instruções baseadas nas metáforas prisma, catedral, disco voador. Para a análise das imagens do trato vocal, foram extraídas medidas de abertura de lábios (absoluta e normalizada), abertura de mandíbula, distância dorso de língua-faringe e dorso de língua-palato por meio do software Osiris. Para a análise acústica dos dados, foram extraídas as medidas de frequências formânticas (F1, F2, F3) das vogais ([a], [i], [Ɛ] e [u]) -

software Praat no experimento 1. O experimento 2 constou da extração das medidas de F1, F2, F3 da vogal [a] (nas várias repetições de “sapo”) e da análise das três repetições

da canção por meio da aplicação do script ExpressionEvaluator ao software Praat para

extração de medidas de prontidão, f0 (mediana, semiamplitude entre quartis, quantil 99,5% e assimetria), primeira derivada de f0 (média, desvio padrão e assimetria), intensidade (assimetria), declínio espectral (média, desvio padrão e assimetria) e LTAS

(desvio padrão). Os achados dos dois experimentos foram submetidos a tratamento estatístico de natureza multivariada (análises fatorial, aglomerativa hierárquica de cluster,

de correlação canônica, discriminante e regressão linear). Em termos de análise de imagens, foi possível observar na metáfora catedral maior abertura de lábios e mandíbula, língua centralizada e expansão faríngea. Para a metáfora prisma maior abertura de lábios e constrição faríngea. Para o disco voador, encontrou-se menor abertura de lábios e mandíbula, língua elevada e expansão faríngea. A análise acústica revelou diferenciações do padrão formântico especialmente para as metáforas catedral e disco voador, complementadas por achados do experimento 2. A análise estatística revelou que mobilizações promovidas pelas metáforas foram melhor definidas pela análise de imagens no experimento 1 e pelas medidas geradas pelo script ExpressionEvaluator no

experimento 2, com destaque para f0 (mediana e quantil 99,5%), intensidade (assimetria) e declínio espectral (média e desvio padrão). As diferenciações por grupos no experimento 2 foram reforçadas por medidas do script ExpressionEvaluator e F1, F2 e F3. A prontidão

foi índice que revelou diferenças das produções inter-sujeitos. A análise fonética dos dados revelou que as metáforas geraram mobilizações diferenciadas no trato vocal, especialmente para catedral e disco voador, reveladas por descrições articulatórios (medidas de imagens videofluoroscópicas) e acústicas (f0, intensidade e declínio espectral). Tais mobilizações apresentaram diferenças quando comparados aos grupos estudados. As correspondências entre achados acústicos e de imagem do trato vocal foram relevantes ao enfoque da voz cantada e reforçaram as relações entre som e sentido.

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ABSTRACT

Aiming at investigating the effects of the usage of metaphors in singing voice production from acoustic and articulatory (vocal tract imaging) descriptions among women, singers and non-singers, this research was developed based on two experiments. Experiment 1 referred to a case study (woman, non-singer, without voice disorder) based on acoustic and vocal tract image analysis (videofluoroscopy). Experiment 2 was based on acoustic analysis of utterances from 10 subjects (5 singers and 5 non-singers). For both experiments, the recordings of the folklore song Sapo Jururu in four different tasks: without

and with instructions, the latter based on metaphors (prism, cathedral and flying saucer) were analyzed. For vocal tract image data analysis, measures of labial opening (absolute and normalized), jaw opening, distance from the back of tongue-pharynx and back of tongue-palate were extracted by means of Osiris software. For the acoustic analysis of the data, measures of the formant frequencies (F1, F2, F3) of the vowels ([a], [i], [Ɛ] e [u]) were

extracted by means of Praat software in experiment 1. Experiment 2 consisted on the extraction of F1, F2, F3 measures of the vowel [a] (in the repetitions of “sapo”) and on the

analysis of the three repetitions of the folklore song by ExpressionEvaluator script running into Praat software to extract arousal, f0 (median, interquartile semi-amplitude, quantile 99.5% and skewness), first f0 derivate (mean, standard deviation and skewness), intensity (skewness), spectral slope (mean, standard deviation and skewness) and LTAS (standard deviation) measures. The findings of both experiments were submitted to multivariate statistical treatment (factorial analysis, agglomerative hierarchical clustering, canonical correlation, discriminant analysis and linear regression). The vocal tract image data revealed increased labial and jaw opening, centralized tongue body and pharyngeal expansion in the cathedral metaphor. For the prism metaphor, increased labial opening and pharyngeal constriction were found. For the flying saucer metaphor, decreased labial and jaw opening, raised tongue body, and pharyngeal expansion were found. The acoustic analysis showed differences in the formant pattern, mainly to the cathedral and flying saucer ones, supported by findings of experiment 2. The statistical analysis showed that mobilizations elicited by metaphors were better defined through image analysis in experiment 1 and by the acoustic measures generated by ExpressionEvaluator script in experiment 2, especially for f0 (median and quantile 99.5%), intensity (skewness) and spectral slope (mean and standard deviation). The differentiations among groups in experiment 2 were reinforced by ExpressionEvaluator and F1, F2, and F3 acoustic measures. The arousal was the factor which showed inter-subject differences. The phonetic approach of the data showed that metaphors lead to differentiated vocal tract adjustments, mainly for cathedral and flying saucer methaphors, revealed by articulatory (measures of videofluoroscopic images) and acoustic descriptions (f0, intensity and spectral slope measures). Those adjustments differed when singer and non-singer samples were compared. The acoustic and vocal tract images correspondences were relevant to the study of the singing voice, and reinforced the relation between sound and meaning.

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Sumário

1. INTRODUÇÃO... 01

2. OBJETIVO... 08

3. REVISÃO DE LITERATURA... 09

3.1. A voz cantada e as instruções no canto baseadas em metáforas... 09

3.2. Análise acústica e articulatória da voz cantada... 14

3.3. Análise de imagens do trato vocal... 16

4. METODOLOGIA... 21

4.1. Experimento 1- Análise integrada de dados acústicos e de imagem do trato vocal: um estudo de caso... 21

4.1.1. Procedimentos de coleta de amostras de imagem do trato vocal e de áudio durante a emissão em voz cantada produzida por meio de instruções baseadas em metáforas... 22

4.1.2. Procedimentos de edição e análise dos dados de imagem do trato vocal... 24

4.1.2.1. Medidas de imagens de trato vocal (mm)... 25

4.1.3. Procedimentos de edição e análise dos dados acústicos... 28

4.1.4. Análise estatística (software XLStat- Addinsoft)... 28

4.2. Experimento 2- Análise acústica de emissões em voz cantada (produzidas por meio de instruções baseadas em metáforas) por cantoras e não cantoras... 30

4.2.1. Procedimentos de coleta de amostras de áudio durante a emissão de voz cantada produzida por meio de instruções baseadas em metáforas por cantoras e não cantoras... 31

4.2.2. Procedimentos de edição e análise dos dados acústicos... 34

4.2.3. Análise estatística... 35

5. RESULTADOS... 40

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xx

5.2. Experimento 2- Análise acústica de emissões em voz cantada (produzidas por meio de instruções baseadas em metáforas) por cantoras e

não cantoras... 61

5.2.1. Medidas acústicas extraídas pelo script ExpressionEvaluator e de frequências formânticas (F1, F2 e F3)... 61

5.2.2. Dados de prontidão extraídos pelo script ExpressionEvaluator... 73

6. DISCUSSÃO... 77

6.1. Experimento 1- Análise integrada de dados acústicos e de imagem do trato vocal: um estudo de caso ... 77

6.2. Experimento 2- Análise acústica de emissões em voz cantada (produzidas por meio de instruções baseadas em metáforas) por cantoras e não cantoras ... 88

6.3. Abordagem integrada- experimentos 1 e 2... 95

7. CONCLUSÃO... 101

8. Anexos... 102

(22)

1 1. INTRODUÇÃO

Os aspectos da voz cantada fascinam os mais diversos grupos de pesquisadores, justamente pelo uso altamente diferenciado e refinado de estruturas dos aparelhos respiratório e digestivo que no dia-a-dia também desempenham as funções de fala.

Diante deste fascínio, o projeto complementa-se a atividades desenvolvidas anteriormente em plano de pesquisa de iniciação cientifica, em que abordou questões da correspondência entre os planos da percepção e da acústica da voz falada (ALVES, CAMARGO, 2006).

Neste contexto da voz cantada, a qualidade vocal ganha destaque, no momento em que o cantor ajusta seu aparelho fonador na busca por atingir diferentes qualidades sonoras. As variadas escolas de canto trabalham com técnicas igualmente distintas, a fim de propiciar ao cantor a vivência do controle do aparelho fonador em seus níveis respiratório, fonatório, articulatório e ressonantal. Tal nível de controle permite ao cantor, inclusive àqueles que iniciam as aulas de canto, alcançar e experienciar as qualidades sonoras compatíveis com o repertório desejado.

Da mesma forma que se admite que toda manifestação de fala é expressiva (MADUREIRA, 2005), o mesmo valeria para as manifestações da voz cantada. A construção da expressividade pauta-se na combinação de elementos prosódicos (ritmo, entoação, qualidade vocal, entre outros) a elementos segmentais (vogais e consoantes), mediadas pelas relações entre o som e o sentido (MADUREIRA, 2005).

(23)

2 baseados em modelos de descrição fonética, com base em descrições perceptivas, acústicas e fisiológicas, no campo das Ciências Fonéticas.

Os estudos de voz cantada apontam que as metáforas, incorporadas inicialmente pelos professores de canto com sua base na prática de ensino, revelaram-se, gradativamente, como recursos tanto para facilitar a memorização de sensações físicas (ROSSBACH, 2011), quanto para auxiliar a criação de correlações entre o simbólico e o fisiológico (SOUSA et al, 2010).

Dessa forma, no universo do ensino do canto, as metáforas foram incorporadas enquanto estratégia para levar o aluno/cantor a vivenciar ajustes no trato vocal e sensações promovidas, uma vez que, para vários destes alunos/cantores as instruções baseadas somente na ação de grupos musculares, portanto na fisiologia da voz cantada, seriam de difícil compreensão, bem como de execução (SOUSA et al, 2010).

No caso do canto lírico, cantores experientes e reconhecidos produzem qualidades sonoras de forma a que possam ser ouvidos em salas de concerto de dimensões consideráveis, simultaneamente ao som da orquestra, sem o uso de qualquer sistema de amplificação (SUNDBERG, 1997). Diante desta situação, a indagação frequente dos pesquisadores reside na origem de tal habilidade: seria apenas questão de prática da técnica de canto? Ou existiria algo de especial no “órgão

voca1 de tais cantores?

O professor de canto, por sua vez, busca por estratégias que possam desencadear os ajustes de trato vocal (entendidos do ponto de vista fonético como tendências musculares recorrentes na produção vocal), os quais envolvem ações da musculatura respiratória, daquela da região laríngea (ajustes fonatórios) e da região

1

A partir deste ponto do texto, o termo “órgão vocal” referido em textos da voz cantada será referido como trato vocal. Nas descrições acústicas, o trato vocal engloba a região compreendida no circuito acústico desde pregas vocais até lábios (FANT, 1960), destacando o segmento do “órgão vocal” em que

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3 supraglótica (ajustes articulatórios), além dos níveis gerais de tensão muscular (ajustes de tensão muscular) na concepção do modelo fonético de descrição da qualidade vocal (LAVER, 1980).

No que se refere à abordagem do plano dos ajustes articulatórios, é comum a prática de instrução vocal por meio de metáforas, as quais buscam estimular o aluno a vivenciar diferenciados mecanismos que resultem em qualidades vocais específicas (CLEMENTS, 2008; SOUSA et al, 2010).

As Ciências Fonéticas e, particularmente, a Fonética Acústica, têm se dedicado ao estudo dos variados efeitos sonoros que o aparelho fonador humano pode produzir ao modular a corrente de ar expiratória, tanto para finalidades de produção da emissão da voz falada, quanto cantada (KENT, 1993; SUNDBERG, 1997).

Os estudos no campo da voz cantada, de modo geral, descrevem os aspectos de dinâmicas da voz, todavia, de acordo com a literatura das ciências vocais, a investigação pormenorizada de correlatos acústicos e fisiológicos da qualidade vocal no canto é ainda escassa. A produção científica concentra-se em detalhamento de correspondências entre as esferas perceptiva e acústica (FUKS, 1999; MEDEIROS, 2002; VIEIRA, 2004; BEZERRA et al, 2008; PEREIRA, 2008; REHDER, BEHLAU, 2008; ULLOA, 2009; MOTA et al, 2010), perceptiva e fisiológica (DUPRAT et al 2000) e finalmente, perceptiva, acústica e fisiológica (MILLER, SCHUTTE, 1990; ZAMPIERI et al, 2002; HANAYAMA, 2003; SALOMÃO, 2008; HANAYAMA et al, 2009; GUSMÃO et al, 2010).

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4 O presente estudo apresenta como enfoque a técnica das metáforas utilizadas como instruções para o canto, a fim de se investigar de que forma as instruções direcionadas pelo professor de canto, enquanto metáforas para se ajustar o ”órgão vocal” podem influenciar a qualidade sonora final produzida. Para tanto, o estudo

apresenta a proposta de investigação da atividade do trato vocal por meios acústico e articulatório (imagem do trato vocal, mais especificamente de imagens videofluoroscópicas), os quais permitem especialmente detalhar os ajustes de qualidade vocal, bem como alguns elementos de dinâmica vocal.

Segundo Medeiros (2002), existem diferenças entre a fala e o canto, principalmente no que diz respeito à inteligibilidade durante a produção do texto cantado e às modificações formânticas. Tais achados reforçam a demanda por enfoque de estratégias que visem estimular ao aluno/cantor a implementar tais diferenciações em suas produções de voz cantada.

Do ponto de vista de estudos com imagem do trato vocal, registraram-se, inicialmente, técnicas aplicadas à produção de fala, como as técnicas radiográficas (LINDBLOM, SUNDBERG, 1971; MACHADO, 1993), xerorradiografia (PINHO et al, 1988; MASTER et al 1991), tomografia computadorizada (SUNDBERG et al, 1987; THOMÉ, 1999; PASSEROTTI et al, 2008), ressonância magnética (GREGIO, 2006; VENTURA et al, 2010), ultrassonagrafia (SVICERO, 2012) e videofluoroscopia (MANGILLI et al, 2008). Tais técnicas foram gradativamente incorporadas ao estudo do canto, como radiografia (ROERS et al, 2009), ressonância magnética (ECHTERNACH et al, 2008; SUNDBERG, 2008) e videofluoroscopia (SOUZA, 2008; TAVANO, 2011; DRAHAN et al, 2012).

(26)

5

Profile Analysis Scheme - VPAS (LAVER et al, 1981; LAVER, 1982; LAVER, 2000;

MACKENZIE-BECK, 2005), entretanto os conceitos de mecanismos intrínsecos e extrínsecos de qualidade vocal são válidos para as situações de fala e canto, no sentido de que os efeitos sonoros podem emergir de condições anátomo-fisiológicas do aparelho vocal (intrínsecas) ou por demandas por variações de seu funcionamento em termos do contexto e dos efeitos sonoros (extrínsecas ou fonéticas). No canto, a interação entre tais aspectos não pode ser considerada menos importante e a busca por entender as mobilizações de longo termo, que se refletem em qualidades sonoras específicas, é ainda um tópico a ser cuidadosamente estudado.

Diante do exposto, este estudo enfoca a possibilidade de correlação da caracterização fisiológica (articulatória), propiciada pela análise de imagens videofluoroscópicas dos ajustes do trato vocal à esfera acústica em emissões de voz cantada, em atividades que envolvam as instruções baseadas em metáforas fornecidas com a finalidade de atingir qualidades sonoras decorrentes de mobilizações dos articuladores nas mulheres de dois grupos: cantoras e não cantoras.

Essa pesquisa foi desenvolvida com base em dois experimentos. O primeiro refere-se a um estudo de caso, pautado na análise vocal acústica e de imagem do trato vocal por meio da videofluoroscopia e o segundo baseia-se em um estudo de análise vocal acústica com base nas emissões de um grupo de cantoras e um grupo de não cantoras.

(27)

6 Para o canto, utilizam-se as mesmas estruturas do trato vocal durante a fala, porém com diferentes mobilizações de acordo com as necessidades da produção da voz cantada (PEDROSO, 1997). A emissão da voz cantada requer adaptações de pressão subglótica, de ajustes laríngeos e do trato vocal, visando uma produção estética, agradável e livre de mecanismos que possa gerar esforço vocal (SUNDBERG, 1990).

Os aspectos expressivos da voz cantada podem ser também detalhados por meio da análise acústica e de parâmetros correlatos, tais como a prontidão (PEREIRA, 2000; BARBOSA, 2009). As diferentes emoções e atitudes expressas na emissão vocal refletem-se em mudanças na qualidade vocal, bem como modificações nos contornos de ênfases e entonações (SCHERER, BANZIGER, 2003). Dessa forma, a inspeção acústica de elementos prosódicos viabiliza a identificação de atitudes e emoções, tanto para a fala quanto para o canto (JOHNSTONE et al 1995; BARBOSA, 2009).

Neste contexto, os questionamentos que nortearam a proposição da presente pesquisa referem-se a: o uso das metáforas para o ensino do canto propicia mobilizações diferenciadas do trato vocal na produção vocal? Tais mobilizações são detectáveis por meio de descrições fisiológicas e acústicas da qualidade vocal? Tais mobilizações seriam detectadas em cantores e não cantores? A análise de imagem do trato vocal permite a associação a medidas acústicas, tais como frequências formânticas?

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7 vocal é submetido nas situações de canto e pode colaborar para a compreensão de particularidades do processo de ensino e prática do canto.

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8 2. OBJETIVO

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9 3. REVISÃO DE LITERATURA

A revisão de literatura foi dividida nos seguintes tópicos: a voz cantada e as instruções no canto baseadas em metáforas; análise acústica e articulatória da voz cantada e análise de imagens do trato vocal.

3.1 . A voz cantada e as instruções no canto baseadas em metáforas

A origem do canto e da fala se confundem e ambas estão relacionadas à necessidade de externalizar afeto e, portanto, carregam marcas fortes de emoção (SALOMÃO, 2008). Durante o canto, quando há harmonia entre os aspectos explorados, é possível gerar diferentes sensações positivas no ouvinte, bem como inúmeras emoções durante sua interpretação (ANDRADA E SILVA, DUPRAT, 2004).

Segundo Aguiar (2007), a ópera surgiu no início do século XVI pela idéia de unir poesia, drama e música, ou seja, os poetas e músicos italianos buscavam reviver a tragédia grega.

Em seguida, surgiu a escola de canto italiana conhecida como Bel Canto que,

em seu início, era praticado somente por homens e era caracterizada pela “sustentação e equalização do som na transição de uma frase musical para a frase musical seguinte, sem qualquer interrupção perceptível”. Portanto, o “Bel Canto tornou-se uma aliança

entre a técnica vocal e a beleza da composição” (AGUIAR, 2007, p.13), todavia, sofreu

mudanças ao longo dos anos.

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10 outros são considerados metafóricos ou estéticos (HENRICH et al, 2007). Entretanto, a terminologia e a forma de cantar não são unânimes (TRAVASSOS, 2008).

Segundo Clements (2008), existem três tipos de métodos utilizados pelos professores de canto. O primeiro é embasado exclusivamente na anatomia e nos estudos científicos. O segundo utiliza-se de analogias e de imagens para realizar o aprendizado, tendo sido bastante utilizado em Portugal em meados do século XX, como ensino tradicional para o aprendizado (AGUIAR, 2007). Por fim, o método que combina ambos os métodos supracitados, isto é, alia o ensino tradicional ao ensino científico (AGUIAR, 2007).

Para Clements (2008), o terceiro método seria o que resultaria em melhores resultados de aprendizado, enquanto para Aguiar (2007) permitiria utilizar o aparelho fonador de maneira harmônica e estimularia um aprendizado global e estruturado.

As metáforas também conhecidas como “imagens” no meio musical são

utilizadas pelos professores de canto na abordagem de técnicas vocais (SOUSA et al, 2010). O uso da metáfora no ensino do canto é recomendado enquanto recurso para memorização de sensações físicas, facilitador da compreensão do aluno em relação à técnica empregada e aos conceitos tidos como abstratos (CLEMENTS, 2008; ROSSBACH, 2011).

Pesquisa sobre o uso das metáforas como estratégia pedagógica no ensino do canto revelou que grande parte dos professores de canto utilizam tais “imagens” com o

objetivo de estimular a propriocepção dos alunos, bem como de tornar palpável o ensino das técnicas, por considerarem que estratégias fundamentados na fisiologia seriam de difícil compreensão (SOUSA et al, 2010).

Na mesma pesquisa, algumas das metáforas utilizadas pelos professores de

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11 dentro da boca”, “ressonância como uma bolha de sabão”, “bocejo”, “sentir o perfume

de uma flor”, “ressonância como um capacete”, “cantar em uma caverna”, “voz como

gota de orvalho”, “voz como um sino”, “voz como uma equipe de corredores de

revezamento”, “extensão vocal como um armário com muitas gavetas”, “cantar como se

fala”, “cantar como se diz um texto”, “vogais mais claras ou mais escuras”, “cantar

refazendo o caminho do ar”, “focar a voz”, “postura de admiração”, “risada de bruxa” e

“som frontal”. A metáfora “cantar como se fala” foi a mais citada entre os professores

do canto erudito, por diminuir a tensão durante a articulação do texto (SOUSA et al, 2010).

Grande parte dos professores de canto refere que as metáforas geram efeitos positivos na “musicalidade do aluno e que podem auxiliar no desenvolvimento da impostação vocal, variações de timbre, extensão vocal, afinação, inteligibilidade e homogeneidade da voz, fraseado, dinâmica, flexibilidade da voz e intenção

interpretativa” (SOUSA et al, 2010, p. 323). Além disso, apontam que nem sempre uma

mesma metáfora pode gerar bons resultados, em alguns casos, há necessidade de modificar ou adaptar o tipo de metáfora para cada aluno.

Rossbach (2011) utilizou as metáforas como instrumento didático tanto para cantores, quanto para não profissionais, associadas a gestos corporais, em coros comunitários. Apontou que, muitas vezes, os professores de canto utilizam esse recurso sem conhecimento aprofundado de seus mecanismos e de seus efeitos.

De acordo com o dicionário Aulete (2007), o termo metáfora refere-se a uma “figura de linguagem que consiste em estabelecer uma analogia de significados entre

duas palavras ou expressões, empregando uma pela outra”. Pensar na metáfora

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12 Na representação simbólica, um órgão do trato vocal pode representar um outro órgão do corpo, um objeto ou uma condição de proximidade, distância, entre outras, dando origem às metáforas sonoras (MADUREIRA, 2005), cujo conceito é fundamental ao enfoque do simbolismo sonoro (HINTON et al, 1994). As metáforas carregam sensações proprioceptivas, motoras e táteis (FONAGY, 2000).

As relações entre som e sentido pautam-se em cinco categorias de simbolismo; (HINTON et al, 1994): corporal (sons que expressam estados físicos e emocionais do falante, incluindo sons involuntários como tosse, soluço), imitativo (relacionado a palavras e frases que representam sons ambientais); sinestésico, (vogais, consoantes, elementos prosódicos e parâmetros acústicos são usados para representar propriedades visuais, táteis e proprioceptivas de objetos), metalinguístico (abrange escolhas de segmentos e padrões entoacionais para sinalizar aspectos de estrutura e função linguística) e convencional (associação entre certas vogais e consoantes a certos significados).

No campo do simbolismo sonoro, para respaldar as relações entre som e sentido, também figuram conceitos importantes como o código de frequência (OHALA, 1997), relacionado à frequência fundamental (f0), código de esforço, relacionado à articulação e o código de produção, relacionado à pressão subglótica (GUSSENHOVEN, 2004).

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13 que podem acarretar tensões musculares, enquanto que cantores experientes são capazes de projetar sua voz sem auxílio de microfone, sem realizar ajustes e abusos vocais que possam prejudicar as estruturas de seu trato vocal, especialmente as pregas vocais (SUNDBERG, 1970; SUNDBERG, ASKENFELT, 1983; SUNDBERG, 1987; CORDEIRO et al, 2007).

O canto lírico feminino requer sons mais agudos. Na fala feminina, o valor médio da frequência fundamental (f0) situa-se em torno de 220 Hz. Em emissão cantada, uma soprano pode atingir f0 de 1024 Hz (VIEIRA, 2004). Muitas vezes, mulheres utilizam frequências fundamentais mais elevadas durante o canto, quando comparadas ao valor da frequência do primeiro formante (F1). Tal efeito ocorre especialmente em mulheres e é conhecido como sintonia F1-F0 (SUNDBERG, 1979; CARLSSON, SUNDBERG, 1992; SUNDBERG, SKOOG, 1997; SUNDBERG, 2003; VIEIRA, 2004).

Diante de tais avanços, na descrição do refinamento dos ajustes de qualidade vocal no canto, o professor de canto depara-se com a demanda de estimular o aluno a buscar tanto pelas potencialidades intrínsecas ao trato vocal do aluno, quanto ao aprimoramento da técnica vocal (condições extrínsecas), uma vez que a prática vocal pode colaborar para estabilizar ajustes que são reconhecidos nos cantores tidos como experientes. Há inclusive a indagação quanto ao fato de alguns ajustes, ou

“ornamentos” vocais, serem apenas possíveis com muitos anos de prática vocal e

(35)

14 3.2. Análise acústica e articulatória da voz cantada

Esta dissertação pauta-se em estudos da fonética acústica (análise da produção vocal no canto) e da fonética articulatória (imagens do trato vocal).

Fant (1960) descreveu o modelo fonte-filtro para a produção das vogais, o qual auxilia na compreensão dos ajustes utilizados em sua produção, com base em descrições acústico-articulatórias. Neste modelo, a fonte seria caracterizada pelas consequências acústicas da atividade vibratória das pregas vocais. O filtro estaria relacionado às consequências acústicas dos ajustes supraglóticos, caracterizadas por um conjunto de picos de frequência, também conhecidos como formantes. Sendo assim, as configurações do trato vocal influenciariam as frequências naturais de ressonância do trato vocal supraglótico (FANT, 1960; SUNDBERG, 1979; KENT, 1993). No caso das vogais, a extensão total e o diâmetro das cavidades do trato vocal influenciam, acusticamente, as frequências naturais de ressonância e, portanto, a qualidade sonora final das vogais (FANT, 1960; SUNDBERG, 1970; LIEBERMAN, BLUMSTEIN, 1988; KENT, 1993).

Portanto, as vogais podem ser diferenciadas acusticamente pela análise da frequência dos três primeiros formantes, referidos como F1, F2, F3 ... Fn. Quanto à identificação fonética das vogais, embora exista quantidade infinita de formantes, os três primeiros são os mais importantes para conferir a sua identidade fonética, especialmente a combinação entre F1 e F2 (FANT, 1960; KENT, READ, 1992; KENT, 1993).

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15 MEDEIROS, 2002). Portanto, vogais altas apresentam baixos valores de F1 e vogais baixas altos valores de F1. Para F2, vogais anteriores apresentam maiores valores de F2 enquanto que vogais posteriores apresentam menores valores (FANT, 1960; KENT, 1993; MEDEIROS, 2002).

As características articulatórias da produção das vogais, por sua vez, referem-se à vibração periódica de pregas vocais, passagem da corrente de ar livre pelo trato (sem obstrução imposta pelos articuladores), posicionamento do dorso da língua nos planos vertical (alta, média-alta, média-baixa e baixa) e horizontal (anterior, central ou posterior), arredondamento labial (arredondada ou não arredondada) e posição do palato mole (oral ou nasal) (LAVER, 1994).

A frequência fundamental (f0), por sua vez, é determinada pelo número de ciclos que as pregas vocais realizam num intervalo de tempo, por exemplo, por segundo. Os fatores que determinam a frequência habitual e sua variação (extensão vocal e gama tonal) são representados por: comprimento natural das pregas vocais, alongamento, massa em vibração e tensão envolvida (HIRANO, 1988; PINHO, 1998; MCALLISTER et al, 2000; ARAÚJO et al, 2002; FELIPPE et al, 2006; JOTZ et al, 2006).

De acordo com o estudo comparativo da voz falada e cantada, Medeiros (2002) aponta que há prolongamento das vogais durante a emissão da voz cantada e que a manutenção de sua frequência fundamental está relacionada a manobras articulatórias (abaixamento de mandíbula e menor volume de língua). A autora ainda relata a aproximação dos valores de F1 com a frequência fundamental; à semelhança de dados de Sundberg (1979), Carlsson e Sundberg (1992) e Sundberg e Skoog (1997).

O espectro de longo termo (LTAS) é considerado eficiente para análise vocal,

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16 (NORDENBERG, SUNDBERG, 2004). Além disso, é possível diferenciar gênero, idade tanto em voz falada quanto na voz cantada (MASTER et al, 2006).

Zampieri et al (2002), na continuidade de estudos comparativos entre fala e canto, pesquisaram, em cantores populares durante a produção/ imitação do canto lírico, os ajustes laríngeos por meio da técnica de nasofibrolaringoscopia e realizaram as análises auditiva e acústica das emissões. Quanto à análise perceptivo-auditiva, relataram que durante a imitação do canto lírico houve modificação de qualidade vocal, aumento de loudness, maior projeção vocal e sobrearticulação das

palavras. Em relação à análise acústica, houve redução dos valores de jitter e shimmer

nas vogais na produção cantada comparada à emissão falada. O ajuste laríngeo mais evidente foi a constrição laríngea, em padrões ântero-posterior e mediano.

Salomão (2008) apontou que os aspectos acústicos, fisiológicos (eletroglotografia) e aerodinâmicos interferem na diferenciação perceptiva dos registros vocais. Durante a produção dos registros modal e falsete, encontrou maiores valores do quociente fechado e menores valores de quociente da amplitude normalizada e de H1-H2, sugerindo que a interação entre eles propicia diferentes características dos ajustes laríngeos e, por sua vez, conferem as características perceptivas aos registros produzidos.

3.3. Análise de imagens do trato vocal

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17 Alguns estudos têm utilizado as imagens videofluoroscópicas para descrever mudanças fisiológicas durante as situações de fala ou canto (GONÇALVES, 2002; NUÑES, 2006; SOUZA, 2008; DRAHAN et al, 2012).

Enquanto técnica de diagnóstico por imagem, a videofluoroscopia é um método que registra os eventos biológicos dinâmicos, gerados pela exposição de pacientes a baixos índices de radiação como fonte de imagens. Além disso, tais registros podem ser gravados e permitem traçar estimativas em tempo, dimensão e velocidade reais dos eventos observados, tais como a dinâmica da deglutição, da fala e canto (FIRMAN et al, 2000; COSTA et al, 2003).

Segundo Lopasso (2000), a videofluoroscopia agrega a medidas bidimensionais, modelos em que a densidade serve de parâmetro para a estimativa da avaliação por imagem em terceira dimensão. Tal modelagem permite a obtenção de valores volumétricos em áreas de interesse de estudo. A videofluoroscopia pode proporcionar subsídios importantes para a avaliação detalhada dos articuladores (lábios, língua, palato duro, palato mole) e cavidades ressoadoras (labial, oral, faríngea e nasal) durante a emissão da voz cantada.

A radiação liberada pela videofluoroscopia pode ser 80% menor que o exame de raio-X convencional, pois esta quantidade de exposição está vinculada ao tempo de exposição do sujeito à radiação, que determina a qualidade final da imagem resultante (MOSCA, MOSCA, 1971).

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18 De modo geral, a videofluoroscopia é rotineiramente um exame utilizado nas avaliações dos distúrbios da deglutição (disfagia), em que se busca correlacionar os achados das avaliações clínicas aos dados obtidos a partir do estudo dinâmico da deglutição, com detalhamento das ações em cavidade oral, orofaringe, hipofaringe e esôfago superior (LEVY et al, 2004). Com exceção da última, as demais áreas descritas, e envolvidas no processo de deglutição, participam da ação do trato vocal supraglótico na definição dos ajustes articulatórios da qualidade vocal falada e cantada. Gonçalves (2002) pesquisou as sílabas [pa] e [sa] por meio da videofluoroscopia e realizou análise perceptivo-auditiva nas emissões de sujeitos com e sem fissuras labiopalatinas. Apontou que mesmo profissionais experientes podem apresentar dificuldades para identificar quais são os distúrbios articulatórios compensatórios realizados pelos sujeitos e que não houve registro de deslocamento posterior da língua nas sílabas estudadas (conforme apontaria a literatura), mesmo com a presença de fístula no palato ou alterações de oclusão dentária.

Drahan et al (2012) apresentou como objetivo estudar a posição da laringe durante o repouso e no canto de cantoras profissionais e não profissionais com utilização da técnica de videofluoroscopia. A medida utilizada refere-se à distância longitudinal entre pregas vocais e palato duro e tais medidas foram extraídas em milímetros com o auxilio de um software de análise de imagens. Concluiu que as

cantoras profissionais apresentam maior distância entre pregas vocais e palato duro durante o canto em comparação ao repouso, mostrando maior domínio dos ajustes da musculatura extrínseca da laringe, quando comparadas aos dados das cantoras não profissionais, para as quais não foram detectadas mobilizações dessa natureza.

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19 diferenciaram-se daqueles da fala em termos da manutenção da estabilidade de laringe e à conformação da cavidade faríngea (expansão), à movimentação de véu palatino (lentificada) e à mandíbula (maior movimento vertical).

Souza (2008) investigou ajustes do trato vocal e do músculo diafragma no canto lírico por meio da análise videofluoroscópica, laringológica e perceptivo-auditiva. Concluiu que no apoio abdominal expandido há predomínio de ajustes de laringe baixa, expansão faríngea (maior distância entre raiz de língua e parede posterior de faringe) e maior movimentação vertical da mandíbula. Para a emissão com apoio abdominal, a laringe situou-se próxima à posição de repouso, a cavidade faríngea apresentou menor área e as pregas vocais econtraram-se em adução completa. O estudo reforçou a validade de estudos de imagem para identificar e mensurar modificações de respiração e trato vocal durante o canto.

Softwares para medição de imagens foram aplicados a estudos de imagens de

radiografia e ressonância magnética de canto (ERICSDOTTER et al, 1998; ECHTERNACH et al, 2008; SUNDBERG, 2008). Atualmente, encontra-se disponível

software de livre acesso para análise de imagens do corpo humano (imagens médicas)

(Osíris- http://www.sim.hvuge.ch/osiris/01_Osiris_Presentation_EN.htm).

Em relação ao estudo de Sundberg (2008) com o uso da técnica de ressonância magnética, e utilização do software de análise de imagem Osiris, foi possível observar

modificações no trato vocal em relação à abertura de lábios e mandíbula e diferentes posturas de língua.

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20 Ericsdotter et al (1998) realizou um estudo para testar a viabilidade da utilização de um software desenvolvido em sua própria Universidade (KTH- Royal Institute of

Technology) em um cantor (sexo masculino) submetido a técnica de imagens radiográficas. Foi possível extrair as medidas do trato vocal (em emissões baseadas em interpretações articulatórias das variantes do Sueco), bem como possibilitou suas correspondências e extrair as medidas acústicas de frequências formânticas.

(42)

21 4. METODOLOGIA

Este tópico está estruturado em dois experimentos, denominados experimentos 1 e 2, respectivamente relativos à análise integrada de imagem do trato vocal e de dados acústicos (estudo de caso) e à análise acústica de emissões por cantoras e não cantoras. Em ambos os experimentos, as emissões estudadas referiram-se à voz cantada produzida por meio de intruções baseadas em metáforas.

Conforme preceitos éticos, os sujeitos participantes da pesquisa foram informados sobre os procedimentos e objetivos da pesquisa, de modo a expressarem consentimento no uso das informações obtidas para fins científicos e inclusão dos dados em banco de dados para pesquisa. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido- TCLE para cada um dos experimentos é apresentado nos anexos 1 e 2. Este estudo foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da PUCSP e aprovado sob o número 459/2011 (Anexo 3).

4.1. Experimento 1- Análise integrada de dados acústicos e de imagem do trato vocal: um estudo de caso

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22 contraindicações para a realização de exames de imagem desta natureza: ter realizado esse exame recentemente, mais especificamente, no período de seis meses; e, no caso de mulheres, encontrar-se em período gestacional2.

4.1.1. Procedimentos de coleta de amostras de imagem do trato vocal e de áudio durante a emissão em voz cantada produzida por meio de instruções baseadas em metáforas

A coleta de dados foi realizada em uma sessão, no serviço de Radiologia de um hospital privado da cidade de São Paulo.

Durante a sessão de coleta, o sujeito permaneceu sentado em sala do Serviço de Radiologia em que se utilizou equipamento Philips, Tele Diagnost-Optimus; LG

monitor, LG DVD-HDD, monitor Philips com sistema de gravador/monitor para registro

em DVD. Antes de se iniciar o procedimento de registro de imagens, foi apresentado ao sujeito o registro em áudio de um trecho da canção infantil “Sapo Jururu” gravado por uma professora de canto como referência. Segue a canção abaixo:

Sapo Jururu, da beira do rio, quando o sapo canta: ó, maninha é que está com frio.

A mulher do sapo deve estar lá dentro, fazendo rendinhas, maninha,

para o casamento.

2Dado o fato de as coletas ocorrerem em ambiente externo ao Laboratório Integrado de Análise Acústica

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23 Para a composição do corpus foram concebidas quatro tarefas:

 Tarefa 1: cantar o trecho da canção “Sapo Jururu, da beira do rio. Quando

o sapo canta, ó maninha, é que está com frio” sem o uso de metáfora;

 Tarefa 2: cantar o trecho da canção “Sapo Jururu, da beira do rio. Quando

o sapo canta, ó maninha, é que está com frio” com o uso de metáfora

prisma;

 Tarefa 3: cantar o trecho da canção “Sapo Jururu, da beira do rio. Quando

o sapo canta, ó maninha, é que está com frio” com o uso de metáfora

catedral;

 Tarefa 4: cantar o trecho da canção “Sapo Jururu, da beira do rio. Quando

o sapo canta, ó maninha, é que está com frio” com o uso de metáfora

disco voador.

Para as tarefas 2, 3 e 4 foram utilizadas ilustrações para facilitar a compreensão das metáforas, de forma a auxiliar o sujeito para a emissão em voz cantada (Anexo 4). Tais metáforas são comumente utilizadas em pesquisas do grupo de estudos sobre a fala- LIAAC (CANHETTI, MENEGON, 2012). Todavia, podem ser encontrados ou podem apresentar as mesmas funções com nomes similares em outros trabalhos que estudam a metáfora e o canto (SOUSA et al, 2010).

Nos estudos de Sousa et al (2008) encontramos a metáfora “cúpula de uma

igreja dentro da boca”, utilizada nesse estudo como “catedral”; “ressonância como uma

lâmpada”, utilizada nesse estudo como o “prisma” uma vez que existe uma lâmpada

que ao acender ilumina o ambiente ou em relação ao prisma espelha a voz como uma luz refletida, por fim, “ressonância como uma bolha de sabão”, utilizada nesse estudo

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24 O tempo total de exposição à radiação foi de 1 minuto e 46 segundos. Vale reforçar que durante os intervalos, entre uma emissão e outra, e durante as instruções, não houve exposição à radiação. Para que o tempo de exposição fosse breve, não houve solicitação de repetição de tarefas de emissão em voz cantada.

A partir do software de livre acesso Vídeo Converter (versão 2.3 02) os

estímulos em áudio dos vídeos registrados na videofluoroscopia foram extraídos em formato .wav

4.1.2. Procedimentos de edição e análise dos dados de imagem do trato vocal3

Do ponto de vista de imagens de trato vocal, os registros videofluoroscópicos foram submetidos a processo de decupagem para análise das mobilizações com o auxílio do software de livre acesso VirtualDub. Após esse processo, foi possível efetuar

a inspeção prévia do conjunto de movimentos de lábios, língua, palato mole, paredes de faringe e laringe. Para tanto, as imagens em formato pap foram analisadas por meio

do software Osiris e as medidas de deslocamento de articuladores (lábios, mandíbula e

língua) foram extraídas em milímetros (mm).

O software Osiris aceita somente arquivos com extensão .pap para a utilização

das ferramentas disponibilizadas. A conversão para essa formato será descrita no anexo 5.

3Os dados de investigação preliminar deste experimento resultaram em trabalho apresentado no Central

European Conference in Linguistics for Graduate Students (CECILS)–“Acoustic Analysis and vocal tract

(46)

25 4.1.2.1.Medidas de imagens de trato vocal (mm)

O conjunto de medidas definido para esta etapa de coleta de dados constou de: abertura de lábios absoluta; abertura de lábios normalizada; abertura de mandíbula; distância dorso de língua-faringe; distância dorso de língua-palato. Além disso, foi definido um elemento qualificador intitulado deslocamento ântero-posterior de língua. As medidas foram definidas a partir de estudos que utilizaram a técnica de ressonância magnética para investigações da voz cantada (SUNDBERG, 2008) pelo software Osiris

e outro pela técnica de radiografia (ERICSDOTTER et al, 1998) com o uso do software

APEX-model e são apresentadas abaixo:

o Abertura de lábios absoluta (figura 1): o padrão utilizado para a extração

referiu-se à distância demarcada entre dente incisivo central superior e o dente incisivo central inferior

Figura 1. Medida de abertura de lábios absoluta (mm) gerada pelo software

Osiris

o Abertura de mandíbula (figura 2): o padrão utilizado para extração

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26 Figura 2. Medida de abertura de

mandíbula (mm) gerada pelo software

Osiris

o Abertura de lábios normalizada (figura 3): o padrão utilizado para extração

referiu-se à medida de abertura de mandíbula (figura 2) subtraída do valor da distância entre o dente segundo pré-molar superior e o queixo. Após o resultado dessa subtração, o valor gerado é subtraído do valor de abertura de lábios absoluta (figura 1) (SUNDBERG, 2008).

Figura 3. Medida de abertura de lábios normalizada (mm) gerada pelo software

Osiris

o Distância dorso de língua-faringe (figura 4): o padrão utilizado para

(48)

27 Figura 4. Medida da distância de

língua-faringe (mm) gerada pelo

software Osiris

o Distância dorso de língua-palato: o padrão utilizado para extração

referiu-se à localização do ponto mais alto de corpo de língua em relação ao palato duro. Em caso de vogais anteriores (figura 5), a medida era realizada no centro do palato duro. Para vogais posteriores (figura 6), a medida apontava o final do palato duro como referência.

Figura 5. Medida da distância de língua-palato de uma vogal anterior [Ɛ] (mm) gerada pelo software Osiris

Figura 6. Medida da distância de língua-palato de uma vogal [a] posterior (mm) gerada pelo software

Osiris

Elemento qualificador

o Deslocamento ântero-posterior de língua: parâmetro de classificação de julgamento

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28 4.1.3. Procedimentos de edição e análise dos dados acústicos

Os estímulos em áudio (extensão .wav) extraídos dos vídeos registrados na coleta por meio de videofluoroscopia foram submetidos à análise acústica por meio do

software de livre acesso PRAAT- versão 5.1.34.

Tal procedimento garantiu que as amostras em áudio analisadas acusticamente correspondessem às mesmas emissões das imagens analisadas. As amostras foram devidamente etiquetadas, destacando-se as vogais /a/ (sApo), /u/ (jurUru), /Ɛ/ (É que), /i/ (rIo) e /i/ (frIo). Para as vogais selecionadas, foram extraídas as medidas de frequências formânticas (F1, F2 e F3 em Hz),

Os procedimentos de extração das medidas de frequências formânticas seguiram as indicações do estudo de Svicero (2012).

O conjunto de dados de imagem do trato vocal e de medidas acústicas foram inseridos em planilha de dados, especificando-se todas as medidas de imagem do trato vocal, bem como as medidas acústicas de frequências formânticas (F1, F2 e F3) das vogais /a/ (sApo), /u/ (jurUru), /Ɛ/ (É que), /i/ (rIo) e /i/ (frIo) inseridas em cada trecho de emissão com metáfora (prisma, catedral e disco voador) e sem metáfora.

4.1.4. Análise estatística (software XLStat- Addinsoft)

(50)

29 acústica correspondente a tal produção em voz cantada. Os testes realizados e o conjunto de variáveis analisadas referiram-se a:

o Medidas de imagens do trato vocal e Medidas acústicas (F1, F2 e F3)

 Teste de Correlação de Pearson (α= 0,005)

 Análise fatorial

 Análise aglomerativa hierárquica de cluster

 Análise de correlação canônica

 Análise de regressão linear

 Ancova

 Análise discriminante

 Medidas de frequências formânticas- metáforas

 Medidas de frequências formânticas- vogais

 Medidas de imagem do trato vocal- metáforas

 Medidas de imagem do trato vocal- vogais

 Medidas de frequências formânticas e de imagem do trato

vocal– metáforas

O detalhadamento de cada um dos procedimentos de análise estatística aplicados encontra-se no Anexo 6.

(51)

30 4.2. Experimento 2- Análise acústica de emissões em voz cantada (produzidas por meio de instruções baseadas em metáforas) por cantoras e não cantoras

Neste experimento, são relatados os procedimentos relativos à coleta e análise de dados realizada com a participação de dez (10) sujeitos do sexo femininio, de 19 a 44 anos de idade, divididas igualmente no grupo cantoras e não cantoras (Quadro 1).

Quadro 1. Descrição dos sujeitos participantes da pesquisa

Sujeito Idade Tipo Classificação Vocal

S1 25 Cantora Mezzo-soprano

S2 29 Cantora Soprano

S3 31 Cantora Soprano

S4 44 Cantora Soprano

S5 43 Cantora Mezzo-soprano

S6 28 Não cantora ---

S7 33 Não cantora ---

S8 35 Não cantora ---

S9 19 Não cantora ---

S10 22 Não cantora ---

(52)

31 também residiu no fato de que o experimento 1 esteve baseado em coleta de amostras de voz feminina.

De forma geral, os critérios de inclusão referiram-se ao sexo (feminino) e faixa etária (entre 19 e 45 anos) bem como à manifestação de interesse em colaborar com a sessão de coleta de audiogravações. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) consideram-se adultos jovens sujeitos com até 24 anos e segundo o autor Eisenstein (2005) considera-se adulto sujeitos com a faixa etária entre 25 a 64 anos.

Os critérios de exclusão centraram-se na auto-referência de queixas vocais e de quadros inflamatórios/ infecciosos de vias aéreas no momento da coleta, bem como de diagnóstico otorrinolaringológico e fonoaudiológico de alteração vocal no período.

4.2.1. Procedimentos de coleta de amostras de áudio durante a emissão de voz cantada produzida por meio de instruções baseadas em metáforas por cantoras e não cantoras

A coleta de dados foi realizada no Laboratório de Rádio da Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes (Faficla) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. As instalações do referido laboratório constam com salas com isolamento acústico, instrumental e suporte técnico para coleta de dados de áudio.

Durante a sessão de coleta, cada sujeito participante permaneceu em pé, com o uso de microfone de modelo de acoplagem em cabeça Shure WH20, unidirecional.

(53)

32 Para o procedimento de calibração foi utilizada uma distância de 15 cm da boca do sujeito avaliado. O sinal acústico foi identificado pela opção VU meter do software

Soundforge, o ganho da mesa de som foi ajustado para um limite de variação do sinal acústico de -3 dB a -9 dB. Para registro de amostras foi utilizada a placa de som

Mackie Microseries 1202 VLZ (12 canais), na frequência de amostragem de 22050 Hz,

16 bits de quantização e em formato .wav.

Após esse procedimento, foi posicionado o microfone e o medidor de pressão sonora (Radio Shack Sound Level Meter catálogo número 33-2055; Radio Shack

Corporation, Forth Worth, TX) a uma distância de 15 cm de um sinal de 1kHz, gerado pelo software Praat (versão 5.1.34. www.praat.org). O volume desse tom foi

manipulado pela pesquisadora até atingir o nível de 100 dB NPS (ou valor próximo a esse).

O microfone headset acima referido foi acoplado tanto ao equipamento utilizado

para calibração (decibelímetro) quanto à mesa de som referida.

Para a primeira etapa, foi apresentado ao sujeito participante o registro em áudio de um trecho da canção infantil “Sapo Jururu” (“Sapo Jururu, da beira do rio, quando o

sapo canta, ó maninha, é que está com frio. A mulher do sapo, é que está lá dentro, fazendo rendinhas, maninha, para o casamento”) gravado por uma professora de canto

como referência e reproduzido três vezes no sistema de autofalantes da sala de gravação. Além disso, cada participante recebeu uma versão impressa da letra da canção.

Imagem

Figura 1. Medida de abertura de lábios  absoluta (mm) gerada pelo software  Osiris
Figura 3. Medida de abertura de lábios  normalizada (mm) gerada pelo software  Osiris
Figura 5. Medida da distância de  língua-palato de uma vogal anterior  [ Ɛ ] (mm) gerada pelo software Osiris
Figura  7.  Gráfico  boxplot  da  distribuição  das  medidas de frequências formânticas (F3) para  três emissões da vogal [a] – a1, a2 e a3
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Referências

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