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AÇÃO PENAL PRIVADA

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Academic year: 2022

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LGZP

Nº 71005951744 (Nº CNJ: 0005624-78.2016.8.21.9000) 2016/CRIME

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO

TURMAS RECURSAIS

MANDADO DE SEGURANÇA. AÇÃO PENAL PRIVADA. PROPOSTA DE TRANSAÇÃO PENAL FORMULADA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO.

LEGITIMIDADE SUBSIDIÁRIA. Na ação penal privada a titularidade para a propositura do benefício legal da transação penal é do querelante e, em não o fazendo este, do Ministério Público de forma subsidiária. O que não se admite é a ofensa ao direito subjetivo do réu de encerrar o processo pelo cumprimento de medida despenalizadora quando preenchidos os requisitos legais para tanto. SEGURANÇA DENEGADA.

MANDADO DE SEGURANÇA CRIME TURMA RECURSAL CRIMINAL Nº 71005951744 (Nº CNJ: 0005624-

78.2016.8.21.9000) COMARCA DE URUGUAIANA

LRS SISTEMAS ELETRÔNICOS

EIRELI - CINDAPA IMPETRANTE

JUIZ DE DIREITO DO JECRIM DA

COMARCA DE URUGUAIANA IMPETRADO

MINISTÉRIO PÚBLICO INTERESSADO

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos os autos.

Acordam os Juízes de Direito integrantes da Turma Recursal Criminal dos Juizados Especiais Criminais do Estado do Rio Grande do Sul, à unanimidade, em denegar a segurança.

Participaram do julgamento, além do signatário, os eminentes Senhores DR. EDSON JORGE CECHET (PRESIDENTE) E DR. LUIZ ANTÔNIO ALVES CAPRA.

Porto Alegre, 21 de março de 2016.

DR. LUIS GUSTAVO ZANELLA PICCININ, Relator.

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LGZP

Nº 71005951744 (Nº CNJ: 0005624-78.2016.8.21.9000) 2016/CRIME

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO

TURMAS RECURSAIS

R E L A T Ó R I O

LRS Sistemas Eletrônicos impetra Mandado de Segurança em desfavor de Homero Luzardo Pereira e Cleonice Lopes Pereira porque, na ação penal privada movida por aquela contra os últimos, o Ministério Público, dada a recusa da querelante, ofereceu o benefício da transação penal, aceito pelos querelados.

Argumenta ser o Ministério Público parte ilegítima, na ação penal privada, para aplicar referido instituto despenalizador, possuindo ele apenas função fiscalizatória, dada a inexistência de previsão constitucional (art. 129/CF).

Requer a concessão da segurança, reconhecendo-se a ilegitimidade do Ministério Público para a proposição do benefício e garantindo o direito líquido e certo da impetrante de ver o prosseguimento do feito, sem a aplicação da transação penal.

O Ministério Público nesta instância de recurso opina pela denegação da segurança.

V O T O S

DR. LUIS GUSTAVO ZANELLA PICCININ (RELATOR) Penso ser caso de denegação da segurança.

Os fundamentos para a decisão encontram-se magistralmente expostos no parecer do Ministério Público, da lavra do Dr. Promotor de Justiça Darwin Ferraz Reis, a quem peço vênia para transcrevê-lo, evitando- se assim desnecessária tautologia:

[...].

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LGZP

Nº 71005951744 (Nº CNJ: 0005624-78.2016.8.21.9000) 2016/CRIME

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO

TURMAS RECURSAIS

“Embora não se discuta que na ação penal pública a proposta de transação penal é prerrogativa exclusiva do Ministério Público, na ação penal privada a legitimidade é subsidiária.

“Ao contrário do que aduz o impetrante, o Ministério Público não fica inerte na ação penal privada, pois intervém em todos os atos processuais, sendo possível, inclusive, aditar a queixa-crime.

“No caso em comento, o impetrante ao ajuizar a ação penal privada, deixou, injustificadamente, de propor aos querelados a transação penal, embora estes fizessem jus ao benefício.

“Assim, o Ministério Público, de forma subsidiária, formulou a proposta de transação penal aos autores do fato, pois estes tinham direito a tal benesse.

“Tal postura tem por escopo assegurar direito dos acusados, bem como se coaduna com os princípios da simplicidade e da celeridade, norteadores do Juizado Especial e com a política criminal estabelecida pelo legislador.

“[...].

“Na ação penal pública, caso o autor faça jus ao benefício, mas o órgão ministerial não lhe propuser a transação penal, sem justificar tal conduta, o Juízo deverá remeter os autos ao Procurador- Geral de Justiça, nos termos do art. 28 do CPP, pois é um dever do Parquet propor a benesse.

“Admitir o contrário, na ação penal privada, entendendo que o querelante não está obrigado a ofertar o benefício ao autor do fato, quando este preenche os requisitos para tanto, implica em violar o princípio da isonomia, bem como os princípios norteadores e a política criminal dos Juizados Especiais Criminais.

“Logo, não há qualquer reparo a fazer na decisão do Juízo singular”.

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LGZP

Nº 71005951744 (Nº CNJ: 0005624-78.2016.8.21.9000) 2016/CRIME

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PODER JUDICIÁRIO

TURMAS RECURSAIS

Reforço apenas que se na ação penal privada privilegia-se o interesse do ofendido, como acertadamente disposto na inicial, de outro lado não se pode negar ao querelado o respeito ao devido processo legal, o qual, no microssistema dos Juizados Especiais, está consubstanciado no rito sumaríssimo estabelecido pela Lei 9.099/95, que, em seus artigos 76 e 89 determinam as condições para o encerramento da lide pela via precoce dos benefícios despenalizadores, dos quais não se pode furtar o querelante quando atendidos os requisitos subjetivos do réu para a obtenção das medidas.

Voto pela denegação da segurança.

DR. EDSON JORGE CECHET (PRESIDENTE) - De acordo com o(a) Relator(a).

DR. LUIZ ANTÔNIO ALVES CAPRA - De acordo com o(a) Relator(a).

DR. EDSON JORGE CECHET - Presidente - Mandado de Seguranca Crime nº 71005951744, Comarca de Uruguaiana: "À UNANIMIDADE, DENEGARAM A SEGURANÇA."

Juízo de Origem: 2. VARA CRIMINAL URUGUAIANA - Comarca de Uruguaiana

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