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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE ZOOTECNIA NÍCOLAS LIMA SILVA

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE ZOOTECNIA

NÍCOLAS LIMA SILVA

PERFIL SANITÁRIO E QUALIDADE DE OVOS DE CRIAÇÕES

SEMICONFINADAS NOS MUNICÍPIOS DE APODI E MOSSORÓ/ RIO GRANDE DO NORTE

MOSSORÓ 2019

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NÍCOLAS LIMA SILVA

PERFIL SANITÁRIO E QUALIDADE DE OVOS DE CRIAÇÕES

SEMICONFINADAS NOS MUNICÍPIOS DE APODI E MOSSORÓ/ RIO GRANDE DO NORTE

Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-Árido como requisito para obtenção do título de Bacharel em Zootecnia.

Orientadora: Profa. Dra. Marcelle Santana de Araújo

Co-orientadora: Profa. Dra. Ana Carla Diógenes Suassuna Bezerra

MOSSORÓ 2019

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© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteira

responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leis que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n°

9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectiva ata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a) sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.

1. Avicultura alternativa. 2. Parasitologia aviária. 3. Produção animal. 4. Sanidade avícola.

I. Santana de Araújo, Marcelle , orient. II.

Diógenes Suassuna Bezerra, Ana Carla, co-orient.

III. Título.

SILVA, NÍCOLAS LIMA.

PERFIL SANITÁRIO E QUALIDADE DE OVOS DE CRIAÇÕES SEMICONFINADAS NOS MUNICÍPIOS DE APODI E MOSSORÓ/ RIO GRANDE DO NORTE / NÍCOLAS LIMA SILVA. - 2019.

41 f. : il.

Orientadora: Marcelle Santana de Araújo.

Coorientadora: Ana Carla Diógenes Suassuna Bezerra.

Monografia (graduação) - Universidade Federal Rural do Semi-árido, Curso de Zootecnia, 2019.

S

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NÍCOLAS LIMA SILVA

PERFIL SANITÁRIO E QUALIDADE DE OVOS DE CRIAÇÕES

SEMICONFINADAS NOS MUNICÍPIOS DE APODI E MOSSORÓ/ RIO GRANDE DO NORTE

Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-Árido como requisito para obtenção do título de Bacharel em ZOOTECNIA.

Defendida em: 05/ 02 / 2019.

BANCA EXAMINADORA

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me proporcionar a realizar todos os meus sonhos, por nunca ter deixado fraquejar nos momentos mais difíceis.

Aos meus pais, Erismar Batista da Silva e Rejane Lima Silva, pelo amor, cuidado, paciência, educação e por acreditarem em mim, tudo que faço é por vocês.

Ao meu irmão, Emanoel Lima Silva, pelo companheirismo e amizade sincera.

Aos meus avós, tios, tias, primos e primas, por compreender minha ausência frequente e por aceitar os meus objetivos e me apoiar com suas belas palavras.

À minha orientadora, Marcelle Santana de Araújo, por ser um exemplo de profissional, sempre disposta a ajudar. Muito grato por todos os ensinamentos, por confiar em meu

potencial e por seu apoio em cada dificuldade.

Ao Prof. Francisco Marlon e à Profa Ana Carla Diógenes por aceitarem o convite para compor a banca, e por todo apoio e preciosa ajuda.

A todos os professores que passaram ao longo dessa graduação, em especial, a Patrícia de Oliveira Lima, Josemir Gonçalves Jesane Lucena, Ernandes Rufino.

À Nayane Batista, Nayanne Oliveira, Claudionor Filho, Leandro Alves, Débora Xaxá, Breno Noronha, Marilia Celeste pela amizade, compreensão, aventuras, a presença de vocês é

especial em minha vida

Agradeço aos amigos que fiz na UFERSA, Ayala Oliveira, Indira Gadelha, Laís Aryel,André Silva, Samuel Nunes, Francisco Terceiro, Victor Gurgel, Paloma Vitoria, Helena Morais,

Bruno Vinícios, Jaqueline Moura, Vanessa Morais e aos meus colegas da EMJUZ.

Ao funcionário do setor de avicultura, Hélio, por todas palavras de conforto e incentivo.

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Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio;

ensina ao justo, e ele crescerá em entendimento.

Provérbios 9:9

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RESUMO

O mercado de produtos proveniente da avicultura caipira, tem se tornado promissor, entretanto, muitos produtores ainda não adotam as padronizações exigentes com relação à qualidade dos produtos ofertados. Com isso, objetivou-se avaliar o perfil sanitário e a qualidade física de ovos produzidos em criações semiconfinadas, dos municípios de Apodi e Mossoró, Estado do Rio Grande do Norte. Para avaliação da qualidade microbiológica, foram utilizados 108 ovos de um dia de postura, sendo realizadas análises para contagem de coliformes totais e termotolerantes, contagem de mesófilas, quantificação de Staphylococcus aureus e de Salmonella spp. Para as análises parasitológicas, foram coletadas excretas frescas diretamente do piso, utilizando a técnica de sedimentação espontânea pelo método de Hoffmann e o método de flutuação de Faust. Para determinar a qualidade interna e externa, 135 ovos frescos foram analisados quanto ao peso absoluto (g), peso relativo dos componentes (gema, albúmen e casca), altura e largura do ovo, da gema e do albúmen, gravidade específica (em 9 concentrações diferentes de solução salina, coloração da gema, espessura de casca), pH, cálculo de Unidade Haugh, índice de albúmen e índice de gema. Os resultados das análises microbiológicas foram negativos para coliformes totais, termotolerantes, mesófilas e Salmonella spp em 100% das amostras. Na quantificação de Staphylococcus aureus, os resultados apresentaram valores inferiores a 1,0 x 103. Os achados nas análises parasitológicas foram significativamente maiores para Eimeria e Heterakis, quando correlacionados aos índices pluviométricos, onde nos meses com maior índice de umidade relativa e menores temperaturas houve prevalência de ascarídeos. Quantos às características de qualidade, os ovos apresentaram boa pigmentação da gema e boa qualidade interna e externa. Com isso, o manejo higiênico-sanitário das criações de aves pode ser melhorado a fim de reduzir a ocorrência de parasitos e, contudo, os ovos produzidos apresentam boa qualidade física e microbiológica, portanto viáveis à comercialização.

Palavras-chave: Avicultura alternativa. Parasitologia aviária. Produção animal. Sanidade avícola.

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ABSTRACT

The market for products from poultry industry has become promising, however, many producers still do not adopt the demanding standards regarding the quality of the products offered. The aim of this study was to evaluate the health profile and the physical quality of semi-finned eggs produced in semi-confined municipalities of Apodi and Mossoró, State of Rio Grande do Norte. For the evaluation of the microbiological quality, 108 eggs of one day of laying were used, being analyzed for counting of total and thermotolerant coliforms, mesophilic counting, quantification of Staphylococcus aureus and Salmonella spp. In the parasitological analyzes, fresh excreta were collected directly from the floor, using the spontaneous sedimentation technique by the Hoffmann method and the Faust flotation method. To determine the internal and external quality, 135 fresh eggs were analyzed for absolute weight (g), relative weight of components (yolk, albumen and bark), height and width of egg, yolk and albumen, specific gravity (at 9 different concentrations of saline, yolk color, shell thickness), pH, Haugh unit calculation, albumen index and yolk index. According to the results of the microbiological analyzes were negative for total coliforms, thermotolerant, mesophilic and Salmonella spp in 100% of the samples. For quantification of Staphylococcus aureus, the results presented values lower than 1 x 103. Parasitological analyzes were significantly higher for Eimeria and Heterakis when compared to rainfall indexes, where the months with the highest relative humidity index and lower temperatures showed prevalence of ascarids. As for the quality characteristics, the eggs presented good pigmentation of the yolk and good internal and external quality. Thus, hygienic-sanitary management of poultry farms can be improved in order to reduce the occurrence of parasites and, however, the eggs produced have good physical and microbiological quality, therefore feasible to commercialization.

Keywords: Poultry alternative. Avian parasitology. Animal production. Poultry health.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Análise do peso dos ovos caipira, produzido das regiões de Apodi e Mossoró- RN...31 Gráfico 2 – Análise da coloração da gema dos ovos caipira, produzidos das regiões de

Apodi e Mossoró-RN...32 Gráfico 3 – Análise de pH do albúmen dos ovos caipira, produzidos das regiões de Apodi e

Mossoró-RN...33 Gráfico 4 – Análise de pH da gema dos ovos caipira, produzidos das regiões de Apodi e

Mossoró-RN ………...…... ...33 Gráfico 5 – Análise de Unidade Haugh dos ovos caipira, produzidos das regiões de Apodi e Mossoró-RN...……... ...34 Gráfico 6 – Análise de índice de gema dos ovos caipira, produzido das regiões de Apodi e

Mossoró-RN ...35 Gráfico 7 – Análise da espessura dos ovos caipira, produzido das regiões de Apodi e

Mossoró-RN ...35

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Análise microbiológica de ovos caipira, produzido das regiões de Apodi e Mossoró/ Rio Grande do Norte ...27 Tabela 2 – Correlação da presença de parasitos com os índices pluviométrico para aves em semiconfinamento das regiões de Apodi e Mossoró/ Rio Grande do Norte...28 Tabela 3 – Correlação da presença de parasitos com os índices de umidade para aves em

semiconfinamento das regiões de Apodi e Mossoró/ Rio Grande do Norte...29 Tabela 4 – Correlação da presença de parasitos com os índices de temperatura para aves

em semiconfinamento das regiões de Apodi e Mossoró/ Rio Grande do Norte ...30

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 13

2. REFERENCIAL TEÓRICO ... 15

2.1 Fatores Microbiológicos ... 15

2.2 Fatores Parasitários ... 16

2.3 Qualidade de Ovo ... 18

3. OBJETIVOS ... 22

3.1 Objetivo Geral ... 22

3.2 Objetivos Específicos ... 22

4. MATERIAL E MÉTODOS ... 22

4.1 Local ... 22

4.2 Coleta de Amostra ... 22

4.2.1 Microbiologia ... 22

4.2.2 Contagem de Coliformes ... 23

4.2.3 Contagem de coliformes termotolerantes ... 23

4.2.4 Contagem de mesófilas ... 23

4.2.5 Quantificação de Staphylococcus aureus ... 23

4.2.6 Pesquisa de Salmonella sp. ... 23

4.3 Análise Parasitológica ... 24

4.4 Qualidade do ovo ... 24

4.4.1 Peso dos Ovos ... 25

4.4.2 Gravidade Específica ... 25

4.4.3 Altura e largura do albúmen e da gema ... 25

4.4.4 Peso de albúmen e gema... 25

4.4.5 Coloração da Gema ... 25

4.4.6 Índice de Gema ... 25

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4.4.7 pH de albúmen e gema ... 26

4.4.8 Unidade Haugh ... 26

4.4.9 Qualidade externa ... 26

4.4.10 Peso da casca... 26

4.5 Estatística ... 26

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 27

5.1 Microbiológico ... 27

5.2 Parasitológico ... 28

5.3 Qualidade dos Ovos ... 30

6. CONCLUSÕES ... 36

REFERÊNCIAS ... 38

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1. INTRODUÇÃO

A criação de galinha caipira está presente em aproximadamente 90% das propriedades rurais com agricultura familiar, responsável por 16% da produção de ovos (BARBOSA et al., 2007; REDEAGRO, 2011), sendo esta uma fonte de renda alternativa para pequenos produtores, constituindo um alimento acessível e com elevado valor nutricional (SEDOSKI et al., 2012). Este tipo de criação minimiza os danos ao meio ambiente, por ser uma atividade de cunho sustentável, e economicamente viável, se adequando as condições ao qual está inserido (BARBOSA et al., 2004).

Contudo, a falta de assistência técnica e capacitação são duas das maiores causas de insucesso de um projeto de produção avícola em pequena escala. Por ser considerada uma atividade tradicional, os produtores não se atem as práticas de manejo corretas, não utilizam critérios para higiênico sanitários, aliado a isso a falta de planejamento e estudo da viabilidade do negócio (TRINDADE, 2007).

Os produtos desta atividade pode ser a carne e/ou ovo, sendo o ovo um dos alimentos mais completos, composto por proteínas, glicídios, lipídios, vitaminas, minerais e ácidos graxos essenciais (AUSTIC; NESHEIM, 1990). Fonte de proteína de baixo valor econômico e que contribui financeiramente na renda de pequenos produtores rurais, como subsistência para suas famílias (LEANDRO et al., 2005).

Por ser um alimento de alta digestibilidade, exige cuidados para não se transformar em um meio de proliferação de micro-organismo (RÊGO et al., 2012). Medidas preventivas devem ser adotadas para diminuir a contaminação deste alimento, uma vez que o ovo está susceptível a uma série de fatores que implicam na sua contaminação, onde os principais contaminantes são os funcionários e as próprias aves (LACERDA, 2011).

O consumo de ovos, no Brasil, chegou a 192 ovos/habitante/ano em 2017 (ABPA, 2018). Sendo que a produção de ovos brasileiro é destinada em quase sua totalidade ao mercado interno (99,74%), tendo uma produção total de quase 40 bilhões de ovos no ano de 2017 (ABPA, 2018).

O ovo caipira é apreciado por um nicho de mercado bem definido pois apresentam preços de mercado superior. Grande parte apresenta coloração da gema mais acentuada, influenciada pela concentração de carotenoides, sendo este um fator importante na decisão de

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compra do consumidor que associa a coloração a valores nutricionais, principalmente o teor de vitaminas (BISCARO; CANNIATTI-BRAZACA, 2006). Vivas et al. (2013) analisaram que o critério mais utilizado pelos consumidores na decisão da compra de ovos é sua procedência, e os ovos caipiras são mais requisitados pelos consumidores por advir de um sistema de produção diferenciado do sistema tradicional, e que gera um produto mais saudável, segundo o entendimento de quem compra.

Outro ponto a ser analisado é a qualidade deste produto ao chegar na mesa dos consumidores, esta pode ser alterada por vários fatores, como: linhagem, idade, alimentação, tempo de armazenamento (BARBOSA et al., 2012). Por esta ração é que se determina um conjunto de características que pode chegar a influenciar o grau de compra (FREITAS et al., 2011), seja pelos seus atributos nutricionais, sensoriais e sanitário (ALCÂNTARA, 2012).

Para alcançar o padrão imposto é importante que os produtores, comerciantes e consumidores estejam atentos a respeitar as condições higiênico-sanitárias, tempo, temperatura e forma de armazenamento (ANDRADE et al., 2004). O ovo começa a perder seu valor nutricional logo após a postura e, sobretudo quando são utilizadas formas erradas de armazenamento, como analisado por Wardy et al. (2010), sendo considerado corretamente conservado quando o mesmo não apresentar alteração de sabor e valor nutritivo (SANTOS et al., 2011).

Como a produção de galinha caipira ainda é bastante extensiva, não existindo instalações ou práticas de manejo adequado para atender requisitos nutricionais, reprodutivos e sanitários (ALCANTARA, 2015), esses animais podem servir de reservatório para diversos patógenos maléficos a saúde humana (CARDOSO, 2001), destacando-se a salmonellose como uma zoonose, causada por uma bactéria do gênero Salmonella. De acordo com Nascimento (2009), o impacto gerado por doenças transmitidas por meio de alimentos causa prejuízos para produção e para sociedade em geral. Com isso pospôs avaliar o perfil sanitário de produções e a qualidade dos ovos de galinhas criadas no semiconfinamento no município de Apodi e Mossoró/ Rio Grande do Norte.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Fatores Microbiológicos

Diversas infecções provocadas por bactérias, proveniente de origem alimentar, são geralmente identificadas e caracterizadas pela sintomatologia provenientes do trato intestinal (BRASIL, 2010).

Na maioria das vezes, os alimentos podem ser infectados por meio do processamento inadequado destes, ou pelo contato com animais e pessoas doentes, favorecendo a proliferação de patógenos. Os microorganismos mais isolados em intoxicações são:

Salmonella spp, Echerichia coli, Shigella spp; Sthaphylococcus aureus, Listeria monocytogenes e Bacillus cereus. Os Sinais clínicos entre os diversos patógenos são similares como: cefaleias, febre, náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarreias, desidratação (STRINGHINI et al., 2009).

Alguns casos graves podem levar o paciente ao choque séptico e a morte. As intoxicações provocadas por esses microorganismos podem afetar a economia de forma geral.

Os alimentos associados a esses surtos são, na maioria das vezes, de origem animal, sendo os domicílios, os locais de ocorrência de maior incidência e grande parte dos consumidores desconhecem os requisitos necessários para uma correta manipulação de alimentos (FORSYTHE, 2002; VIEGA et al., 2009; BRASIL, 2010; NEWELL et al., 2010).

Um dos empecilhos na comercialização dos ovos caipira em relação as características higiênicas sanitárias, tanto no manejo do produto, quanto nos pontos de venda, podendo acarretar altos índices de contaminação. Técnicas de monitoramento da contaminação de origem microbiana da casca do ovo, devem ser adotadas por produtores como medida preventiva afim de evitar danos as etapas sucessivas da produção (GUSTIM, 2003;

ANDRADE et al., 2004).

Para evitar os contaminantes da casca do ovo, o mesmo não deverá ter contato com as fezes, elevado tempo de permanência no ninho, armazenamento em locais impróprios e por tempo indeterminado e a manipulação inadequada (ANDRADE et al., 2004). De acordo com Molitor (2009), apesar do ovo possuir características intrínsecas de defesa e das medidas

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profiláticas adotadas pela indústria avícola, algumas bactérias ainda podem contaminar o alimento e resultar em graves toxinfecções alimentares.

Um dos principais patógenos associados a produtos da cadeia avícolas é a Salmonella sp. A mesma pode causar perdas significativas tanto para o mercado interno, com as exportações, uma vez que os produtos como carne de frango, ovos e seus derivados tem que seguir altos padrões microbiológicos impostos pelos países importadores (SHINOHARA et al., 2008; MCGHIE et al.,2009).

Em estudo, Foley et al. (2013), demostraram sobre a interação da salmonela com o hospedeiro, sendo um mecanismo complexo e que depende de vários fatores como, a genética da bactéria, resposta imunológica do hospedeiro, o ambiente favorável para colonização e a interação com a microbiota intestinal. Galinhas e perus são bastante susceptíveis a salmoneloses (AFSHIN et al., 2014). Em pintinhos, a contaminação pode ocorrer através das narinas e cloaca (CONNOR; SCHWARTZ, 2005), porém aves adultas são mais resistentes a infeção (BERCHIERI, 2009).

2.2 Fatores Parasitários

No sistema de criação de galinhas caipiras as aves são submetidas às condições de bem-estar e alimentação diferenciada, buscando a produção de carne mais saborosa e ovos melhor pigmentados, quando se compara ao sistema industrial de criação. Esse sistema proporciona o acesso mais livre a áreas externas, onde a ave entra em contato direto com o solo, criando condições favoráveis para o desenvolvimento de parasitoses. Assim, existe a possibilidade de maior diagnóstico de parasitos em galinhas de sistemas não intensivos, quando comparadas aos intensivos e convencionais de criação, o que pode gerar sérios problemas econômicos e aumento na suscetibilidade às doenças infecciosas (FREITAS et al.

2002; BRANDÃO et al., 2008; GOMES et al., 2009; QUADROS et al., 2015; RESENDE et al., 2016)

Existe uma diversidade de endoparasitas que podem acometer as aves domésticas com ênfase aos cestoides e os nematoides como helmintos de maior importância. Os cestoides são considerados menos patogênicos em relação aos nematoides e podem infectar um maior número de aves, comprometendo a sanidade do animal. Enquanto os nematoides são mais patogênicos, tendo por consequência um maior impacto econômico para a avicultura (VASCONCELOS, 2000; BACK, 2002; SIQUEIRA, 2016).

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Aves criadas em sistema de confinamento tem uma menor incidência de infestação de nematoides, todavia tanto as silvestres como em criação semiconfinadas tem maior prevalência (RENNÓ et al., 2008). Dentre os nematoides que acometem as aves pode destacar Ascaridia spp, Heterakis spp., Capilaria spp., Syngamus trachea, Dispharynx sp, Tetramer sp., (VASCONCELOS, 2000; BACK, 2002). E dentre os protozoários o destaque vai para as eimerias.

Um dos parasitos mais frequente são os ascarídeos, onde a cama dos aviário pode ser considerado como um local propício para o desenvolvimento dos ovos de Ascaridia galli.

Assim na criação caipira as aves têm acesso ao piquete que pode apresentar contaminação mesmo na sua área sombreada, haja visto que os ovos dessa espécie são mais sensíveis a dessecação (FREITAS, 1977). Os sintomas mais frequentes de contaminação são emagrecimento, obstrução de alças intestinais, além da transmissão de patógenos (BOWMAN, 2009).

Em relação ao Heterakis gallinarum mede em torno de 0,4 a 1,5 centímetros. Possuem como hospedeiro intermediários as oligoquetas dos gêneros Lumbricus, Allolobophora e Eisenia. A forma de contaminação das aves é por ingestão dos hospedeiros intermediários, que possuem a forma infectante (FREITAS, 1977).

Dentre os protozoários diagnosticados nas galinhas caipiras os causadores de coccidioses, causada pelo gênero Eimeria destaca-se, em razão de ser considerada a doença parasitária de maior impacto na criação de aves. Consequências como lesões teciduais no trato intestinal, ineficiência de absorção de nutrientes, desidratação, perda sanguínea e maior susceptibilidade a outros agentes são sintomas apresentados durante infecção (McDOUGALD; REIDE, 1991). Ao ingerir esses protozoários, as aves são infectadas por oocistos esporulados junto a água ou a ração contaminada. Uma vez no interior do organismo, esse parasito invade ativamente a célula do hospedeiro com grande potencial de reprodução (WILLIAMS, 1998; CAZANTI et al., 2007).

Os animais acometidos por esses parasitos podem apresentar como sintomas clínicos:

apatia, prostração, perda de apetite, perda de peso, má digestão dos alimentos, anemia, dilatação abdominal, diarreia e sintomas neurológicos. Em razão da debilidade ocasionada algumas infecções parasitárias favorecem a infecção de micro-organismos oportunistas como bactérias, vírus e fungos (BACK, 2002; SIQUEIRA, 2016).

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2.3 Qualidade de Ovo

A criação de galinha caipira é tradição no Brasil e sua produção, na grande maioria, é desenvolvida por mão de obra familiar, com o objetivo de produzir carnes e ovos para subsistência da família e garantir uma renda extra por meio da comercialização dos excedentes (OLIVEIRA et al., 2006; SAGRILO et al., 2007). Fato este analisado por Sagrilo et al. (2007), confirmando que o mercado para esses produtos é bastante promissor. No entanto, a oferta é menor que a demanda, tendo como característica sua comercialização ser efetuada de modo direto pelo produtor.

A avicultura caipira deve estar de acordo com o Ofício Circular da Divisão de Operações Industriais/Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DOI/DIPOA), número 007/99 de 19/05/1999 (BRASIL, 2012). Todavia a criação de galinha caipira necessita de atenção especial ao manejo, a fim de evitar prejuízos a sanidade das aves e a qualidade química, física e microbiológica dos ovos (CARVALHO, 2017). De acordo com Alcântara (2012), várias são as formas de verificar a qualidade do ovo, para os produtores, o peso e aparência da casca são imprescindíveis, por outro lado, para os consumidores, a presença de sujeiras, defeitos, coloração da gema e da casca.

Vários fatores podem interferir na padronização dos ovos no ciclo de postura, desde o peso inicial das aves, a linhagem utilizada e o consumo de ração (MENDES, 2010). De forma geral pode-se garantir tais qualidades com o manejo adequado, higienização das instalações, balanceamento da ração, dentre outros (BUZATI, 2015). Além de todos esses fatores, tem-se que atentar ao manejo dos ovos, desde o processo de colheita até a distribuição no mercado (FERREIRA, 2013).

A qualidade física dos ovos está diretamente ligada a idade das aves (MENEZES et al., 2012) e segundo Alves (2015), há um decréscimo na qualidade da casca com o aumento da idade, consequentemente a relação gema/albúmen varia com a idade das aves (CARVALHO, 2013).

Com o melhoramento genético, as galinhas poedeiras tem sido cada vez mais especializadas para o aumento da produção de ovos. Com essa exigência de seleção, as

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galinhas perderam o comportamento natural de “choco” e a duração de formação de um ovo em 24 horas (BETIOLI, 2014).

O ovo tem na sua constituição cerca de 10% de casca, 58% de albúmen e 23% de gema (THE POULTRY SITE, 2014). A casca do ovo é a principal barreira de proteção contra o meio exterior, é formada por 1,5% umidade, 3,3% de matéria orgânica, 93,5% de carbonato de cálcio, 1,2% de carbonato de magnésio e 0,5% de fosfato tricálcico (DUARTE, 2016). O carbonato de cálcio encontra-se em maior proporção na constituição da casca, o mesmo pode ter origens diferentes, tanto proveniente do alimento quanto dos ossos longos da galinha (JACOB; PESCATORE, 2013).

Mendes (2010), relata que a qualidade do ovo pode ser avaliada, considerando tanto a parte externa e interna. A parte externa leva em consideração a estrutura e higiene da casca e a interna está relacionada com aspectos do albúmen, gema, câmara de ar e atributos sensórias, logo após a postura.

Na hora da comercialização deve-se ter em mente que a casca é a embalagem natural dos ovos logo, a mesma deve apresentar- se limpa, de forma integra e sem deformações, para proteger a parte interna de possíveis contaminantes (POLETTI,2017). A coloração da casca por muitas vezes é questão de curiosidade para os consumidores, porém a cor pode ser explicada simplesmente pela genética da poedeira, sendo classificados por poedeiras de ovos brancos e vermelhos e a cor da casca não tem interferência no valor nutritivo dos ovos (SILVA,2012).

Durante o processo de calcificação da casca ocorre a formação de poros, que correspondem ao espaço de incompleta cristalização (SACCOMANI, 2015). Tais poros funcionam como meio de comunicação física com o ambiente externo, permitindo assim as trocas gasosas de oxigênio, dióxido de carbono e vapor de água (BENITES et al., 2005).

Esses poros são protegidos por uma cutícula formada por cera que protege da perde de água e da entrada de microorganismos.

O albúmen é constituído de água, proteínas, alguns minerais e vitaminas (NYS;

GUYOT, 2011). O mesmo é dividido em quatro camadas distintas: fluida externa, densa externa, fluida interna e membrana chalazífera (STADELMAN; COTTERRIL, 1995). Essa última membrana chamada de chalaza, tem como função manter a gema centralizada (ALCÂNTARA, 2012).

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Das proteínas contidas no albúmen a principal é a ovalbumina, que corresponde a mais de 50% do total de proteína. A mesma é uma fosfoproteína imunogênica, podendo induzir rearranjos devido a alterações de pH e condições de armazenamento (FERREIRA, 2013).

A gema é composta por um terço de proteínas, dois terços de lipídeos, vitaminas A, E, K, glicose, lecitina e sais minerais, tudo isso envolto por uma membrana vitelina. Esta membrana vitelínica é uma membrana proteica extracelular que tem como função limitar a troca de conteúdo entre a gema e o albúmen, e fazendo a última barreira de proteção contra a entrada de bactérias (NYS, GUYOT, 2011).

A coloração da gema está diretamente ligada a composição da dieta ofertada para às aves. A coloração se dá através da presença de pigmentos como a xantofila, carotenoides e criptoxantina (ORNELLAS, 1985). Estudo realizado por Alcântara (2012), apontou que a gema possui um teor de vitaminas, principalmente a vitamina A e ácido pantotênico superior ao albúmen.

O ovo desde a sua ovipostura está sujeito a influência intrínseca e fatores externos.

Para Fernandes (2014), a perda da qualidade é inevitável e contínua, após a postura o mesmo sofre alterações devido a temperatura e armazenamento, ocorrendo assim a degradação de seus componentes e alteração de suas propriedades funcionais (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2013).

Com o decorrer do tempo muitos estudos têm se voltado para o desenvolvimento de métodos para analisar fatores de qualidade dos ovos, através de avaliação externa (peso e casca) e interna (câmara de ar, albúmen e gema) (LAGANÁ, 2012; MUHAMMAD et al., 2014; BUZATI et al., 2015). Entre esses métodos são utilizados altura da clara, índice do albúmen e da área do albúmen, percentagem da clara (espessa e fina) e a unidade Haugh (HAUGH, 1937)

A Unidade Haugh tem sido utilizada, a nível industrial, como medida de determinação da qualidade do albúmen, diretamente correlacionada com o peso do ovo e a altura da clara espessa (EISEN et al., 1962; WILLIAMS, 1992), devido a sua facilidade de aplicação e à alta correlação com a aparência do ovo quando aberto numa superfície plana, sendo que quanto maior o valor da unidade, melhor sua qualidade (RODRIGUES, 2001).

Os componentes internos podem vim a sofrer interferência na sua qualidade com o tempo de estocagem, temperatura dos ovos, linhagem e idade (ALLEONI e ANTUNES,

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2001). Com isso, se faz necessário o uso de tecnologia apropriada para aumentar a vida útil do ovo, conservando suas características físico-químicas, mediante o correto armazenamento do produto (SOUZA-SOARES; SIEWERDT, 2005). De modo geral, a qualidade vem com a utilização correta dos manejos no desenvolvimento do lote. Para Mendes (2010), o peso inicial da fase de postura, a escolha da linhagem e consumo de energia, está ligada diretamente com a uniformidade do tamanho e peso dos ovos no decorrer das fases. Buzati (2015), também avaliou que a qualidade dos ovos e afirma que está associada as fases de produção e manejo das poedeiras, como o balanceamento da ração, higiene das instalações e plano de iluminação. Todavia para Ferreira (2013), fora esses fatores ligados ao manejo, é importante salientar e avaliar os processos de colheita, lavagem, classificação, armazenagem, transporte e distribuição.

Com o armazenamento incorreto dos ovos, a gema, que representa um terço do volume do ovo sem casca, perde atributos devido a incorporação da água com o albúmen (THIMOTHEO, 2016). A gema é uma excelente fonte de ácidos graxos essenciais, principalmente os ácidos linoleicos e araquidônico da série ômega-6 e também os poli- insaturados da série ômega-3 (FERNADES, 2014).

O albúmen para ser caracterizado como de ovo fresco, deve ser límpido, consistente, denso e com uma pequena porção fluida. Este por ter seus constituintes naturalmente protegidos pela casca, a sua qualidade é facilmente vista no preparo de emulsões, como merengue e musse (SMITH; NGUYEN, 1984). Com o passar do tempo o albúmen vai perdendo sua consistência, aumentando a porção fluida e fazendo com que perca altura, dissipando-se no meio e alterando o grau de acidez, modificando assim o valor de pH (BARBOSA et al., 2014).

Com relação ao ovo, o pH do albúmen está em torno de 7,9 e da gema em torno de 6,2, logo após a postura (ALCÂNTARA, 2012). Porém em condições e períodos prolongados de armazenamentos inadequados esse valor pode elevar-se (BUZATI, 2015). Com isso Lemos et al. (2014), citam que a refrigeração aumenta o tempo de validade dos ovos até 25 dias após a postura, com a qualidade interna apropriada para o consumo.

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3. OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral

Avaliar o perfil sanitário de produções e a qualidade dos ovos de galinhas criadas no semiconfinamento no município de Apodi e Mossoró / Rio Grande do Norte.

3.2 Objetivos Específicos

• Identificar a presença de parasitos intestinais das aves;

• Avaliar a qualidade física dos ovos

• Avaliar a qualidade microbiológica dos ovos

4. MATERIAL E MÉTODOS 4.1 Local

O experimento foi conduzido na mesorregião dos municípios de Mossoró-RN e Apodi-RN. Especificamente, nas comunidades Serra de Mossoró e Jurema; e no assentamento Vila Palmares (Associação dos Produtores Rurais de Vila Palmares- APROMARES) e na comunidade de Melancia, totalizando 7 propriedades.

4.2 Coleta de Amostra

4.2.1 Microbiologia

A cada visita foram coletados, no galinheiro, três ovos por amostra, totalizando 108 ovos, logo após ovipostura, sendo acondicionados em caixas isotérmicas e encaminhados para ao Laboratório de Microbiologia Veterinária da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) para análise microbiana, onde foram quantificados coliformes totais e termotolerantes, bactérias mesófilas, Staphylococus aureus e Salmonella sp.

De cada amostra foram coletados um “pool” de 25 gramas/ovos, sendo homogeneizados em 225 ml de água salina peptonada a 0,1%, para formação da diluição 1:10.

Posteriormente serão produzidas as diluições 1:100 e 1:1000.

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4.2.2 Contagem de Coliformes

Amostra de 1 ml de cada diluição foram semeadas em 3 séries de 3 tubos de Caldo Lauril Sulfato de Sódio (LST) com tubos de Durhan invertidos. Dos tubos positivos, 1 mL era semeados em tubos contendo Caldo Bile Verde Brilhante 2% (VB) em tubos de Durhan invertidos, de acordo com cada diluição, sendo estes levados ao banho-maria à 37°C durante 24-48 horas.

4.2.3 Contagem de coliformes termotolerantes

Para a contagem de coliformes termotolerantes, 1 mL dos tubos positivos com produção de gás no Caldo VB, sendo repicados, posteriormente, com o auxílio de pipeta estéril de 1 ml em tubos contendo Caldo EC (Escherichia coli) com tubos de Durhan invertidos, sendo estes submetidos ao banho-maria à 44,5 ± 0,2°C por 24 ± 2 horas.

4.2.4 Contagem de mesófilas

Para a quantificação de bactérias mesófilas, 1 ml de cada diluição era depositada em placa de Petri com meio de cultura Plate Count Agar em duplicata. As placas foram incubadas a 37°C em estufa bacteriológica, sendo realizada a contagem de colônias nas placas após 24 horas, considerando contagens entre 30 e 300, fazendo-se a média de cada amostra em duplicata.

4.2.5 Quantificação de Staphylococcus aureus

Na determinação da quantidade de Staphylococus aureus, foram semeadas 0,1 ml de cada diluição em placas contendo Ágar Baird Parker (BP), em concordância com o método Spread Plate, e incubadas a 35°C por 48 horas. Foram contadas as colônias de cada placa, sendo selecionadas de três a cinco delas sendo incubadas em caldo Brain Heart Infusion (BHI), à temperatura de 35°C por 24 horas para a realização da prova de coagulase. Após o período de incubação e turvação, 0,3 ml de caldo foram transferidos para tubos com 0,3 ml de plasma de coelho com EDTA reidratado e incubado a 35°C. Foi considerado positiva a reação da coagulase quando os tubos apresentaram formação de coágulo firme após seis horas de incubação.

4.2.6 Pesquisa de Salmonella sp.

Da diluição de 1:10, foi retirado 1 ml sendo este cultivado em 10 ml de caldo Rappaport-Vassiliadis (RV) e 0,1 ml cultivado em 10 ml de caldo Tetrathionato (TT), sendo

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estes incubados a 43°C por 24 horas em banho-maria. Serão realizadas estrias em placas com ágar Salmonella-Shiguela (SS) e ágar Hektoen Entérico (HE) a partir dos caldos de enriquecimento seletivo, sendo estes incubados por 24 horas a 35°C. A partir das placas que apresentaram crescimento de colônias típicas, testes bioquímicos, como uréia, fermentação de glicose, nitrato, H2S, citrato, fenilalanina e ainda as provas sorológicas foram realizadas para a confirmação da presença/ausência de Salmonella sp.

4.3 Análise Parasitológica

Foram coletadas excretas frescas diretamente do piso em “pool” previamente forrado com lona. As amostras coletadas foram acondicionadas em sacos plásticos de primeiro uso e acondicionadas em caixas isotérmicas e transportadas para o Laboratório de Biotecnologia Aplicada a Doenças Infecto-Parasitária da Universidade Federal Rural do Semi-Árido para análise, utilizou-se a técnica de sedimentação espontânea pelo método de Hoffmann (HOFFMAN, 1987) , que consiste em pesar três gramas de cada amostra fecal, diluir em 30 ml de água destilada, homogeneizar com auxílio de um bastão de vidro e proceder sedimentação por 30 minutos, com posterior retirada do sobrenadante e visualização do sedimento em microscópio óptico.

Para ovos leves foi utilizado o método de flutuação de Faust, a fim de verificar a propriedade que alguns ovos de helmintos possuem de flutuarem na superfície de soluções salina hipersaturadas (FAUST, 1938).

4.4 Qualidade do ovo

Para avaliação da qualidade interna e externa dos ovos foram coletados um total de 135 ovos frescos (em média 20 ovos/ propriedade), onde foram avaliados peso absoluto do ovo (g), peso relativo dos componentes (gema, albúmen e casca), além disso, foram realizadas medidas de altura e largura do ovo, de gema e de albúmen (com o auxílio de um paquímetro digital, mm), gravidade específica (em 9 concentrações diferentes de sal), coloração da gema (com o auxílio de um leque colorimétrico, padrão Roche), espessura de casca (utilizando um paquímetro digital, mm), pH e cálculo de Unidade Haugh (NESHEIM et al.,1979), índice de albúmen e índice de gema (pela relação entre a altura e a largura do componente).

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4.4.1 Peso dos Ovos

Após cada coleta, os ovos eram levados para o setor de avicultura da Universidade Federal Rural Do Semi-Árido- UFERSA para a determinação da qualidade dos ovos. Os ovos foram pesados inteiros em balança de precisão analítica (0,001g) BEL® modelo S423.

4.4.2 Gravidade Específica

A gravidade específica foi determinada pela imersão sequencial dos ovos em baldes contendo diferentes soluções salinas (NaCl) de acordo com a metodologia proposta por Castelló et al. (1989), com densidades variando entre 1.060 a 1.100 g/cm3 e intervalos de 0,005, calibrados com densímetro da marca Incotem®. Os ovos inteiros eram imersos em ordem crescente até o ovo flutuar na superfície, tendo gravidade específica representada por esta solução. Os ovos passaram por balde com solução prévia de água pura, antes de seguirem para soluções salinas.

4.4.3 Altura e largura do albúmen e da gema

As análises tiveram início com a quebra dos ovos em uma superfície plana de vidro e utilizando-se um relógio comparador Insize® para medir a altura da gema na região central e do albúmen na região densa próximo a gema. Posterior a isso foi mensurado com o auxílio de um paquímetro digital Insize® modelo 1188-150A, as larguras da gema e albúmen.

4.4.4 Peso de albúmen e gema

Após a quebra dos ovos, a gema foi separada do albúmen e pesada em balança de precisão analítica (0,001g) BEL® modelo S423. O peso do albúmen foi feito por diferença entre o peso do ovo inteiro e peso da casca mais peso da gema.

4.4.5 Coloração da Gema

A coloração da gema foi verificada com auxílio do leque colorimétrico de Roche (escore de um a 15).

4.4.6 Índice de Gema

O índice foi calculado por meio da razão entre a altura e o diâmetro desta estrutura (SHARP; POWELL 1930).

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4.4.7 pH de albúmen e gema

Posteriormente, foi avaliado o pH do albúmen e da gema (de todos os ovos coletados) com auxílio de um medidor de pH (mPA210).

4.4.8 Unidade Haugh

A Unidade Haugh foi calculada através da fórmula UH = 100 log (H + 7,57 – 1,7W0,37).

Onde:

H = altura do albúmen denso (mm)

W = peso do ovo (g), proposta por NESHEIM et al., (1979).

4.4.9 Qualidade externa 4.4.10 Peso da casca

As cascas dos ovos foram lavadas para retirar os resquícios de albúmen e, secas a temperatura ambiente por 72 horas, após secagem foi determinada o peso em balança digital com precisão de 0,001g e a espessura da casca, que foi realizada com auxílio de um paquímetro digital, a partir da realização de três leituras nos fragmentos da zona equatorial da casca e com a média destes três pontos, obteve-se a espessura da casca.

4.5 Estatística

Os dados de microbiológico e qualidade de ovo foram submetidos à análise descritiva, calculando-se as frequências absolutas e relativas para cada variável, por meio de média simples. No entanto, para as análises parasitológicas foi utilizado o teste exato de Fisher, realizado no programa estatístico de SPSS 20. As diferenças estatísticas foram constatadas para probabilidade (p)< 0,05 (95% de confiança).

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Microbiológico

Das 108 amostras coletadas durante as seis visitas realizadas, pode-se observar que os resultados obtidos foram negativos para as análises microbiológicas de coliformes totais e termotolerantes, bactérias mesófilas, Staphylococus aureus e Salmonella sp. (Tabela 1).

Tabela 1. Análise microbiológica de ovos caipira, produzido das regiões de Apodi e Mossoró -RN

Parâmetros Resultados (%)

Legislação Positivo Negativo

Coliformes Totais 0 100 *

Coliformes Termotolerantes 0 100 *

Bactérias aeróbias mesófilas 0 100 *

Salmonella spp 0 100 Ausente em 25 g

Staphylococcus aureus 0 100 < 1x 103

*A legislação brasileira não estabelece padrões.

Segundo Martelli; Davies (2012), a utilização de ovos de 1 dia, provavelmente, tenha influenciado diretamente para esse resultado, favorecido pela casca que exerce uma barreira de proteção natural, impedindo a contaminação interna e não havendo tempo de contaminação dos microorganismos da casca na gema do ovo. Este mesmo resultado foi observado no estudo de Figueiredo (2008), para coliformes totais e termotolerantes, nos ovos de poedeiras novas e velhas, em diferentes condições de armazenamento.

Para a contagem de bactérias mesófila, o presente trabalho apresentou 100% das amostras negativas (Tabela 1), e segundo Forsythe (2002) o alimento é improprio ao consumo quando apresenta valores acima de 10⁶ UFC/g para mesófilas. Stringhini (2009) obteve resultados com valores médios de 2,0 ± 1,3 Log UFC g -1 a 3,1 ± 0,4 Log UFC g -1 para as contagens de mesófilos nas cascas dos ovos lavados com lavados com hipoclorito de cálcio e com clorhexidina, observou resultados melhores do que os ovos coletados em galpões, sem o processo de lavagem. Melo et al. (2015), verificaram que a contagem total de aeróbios mesófilos viáveis de até 3,95 Log UFC g -1, em ovos caipiras sanitizados com ácido peracético 0,02%, provenientes de assentamentos da região do Estado do Rio de Janeiro.

Nos ovos analisados, não houve presença de Staphylococus aureus. Estes são microorganismos patogênicos que, em algumas situações, podem ser utilizados como

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indicadores na avaliação das condições higiênico-sanitárias dos alimentos, quando presente pode causar deterioração, assim como também causar problemas à saúde do consumidor, em função da ingestão de bactérias patogênicas ou das toxinas por elas produzidas.

Stringhini (2009) afirma que os principais patógenos associados na contaminação do ovo são Salmonella spp. Entretanto, nas análises realizadas de Salmonella spp. não foram identificadas amostras com presença desse microorganismo. Resultados encontrado por Leite et al. (2016), corroboram com a presente pesquisa. Vaz et al. (2012) analisaram 120 ovos de diferentes dias de postura, provenientes da criação caipira e industrial, sendo negativa a presença de Salmonella sp.

5.2 Parasitológico

Com relação aos índices pluviométricos durante o período da pesquisa, os meses de maior precipitação foram fevereiro e março respectivamente com volume de chuva superior a 100 milímetros, e com os meses de abril, maio e junho abaixo de 100 milímetros. A estação chuvosa na região estudada tem início no mês de janeiro, com os meses de fevereiro e março considerados de maior umidade e diferentes níveis de precipitação (MEDEIROS, 2016).

Quando se compara os parasitos com o índice pluviométrico, observou-se maior positividade para Eimeria e Heterakis nos meses de fevereiro e março, sendo significativamente diferentes aos demais (Tabela 2) apresentando maior número de amostras positivas para esses parasitos.

Tabela 2. Correlação da presença de parasitos com os índices pluviométrico para aves em semiconfimanento das regiões de Apodi e Mossoró -RN

Parasitos Maior índice Pluviométrico Menor índice pluviométrico

Presença Ausência Presença Ausência

Ascaridia 02 (14,28%) 12 (85,72%) 07 (34%) 14 (66%) Heterakis 08 (57,14%) a 06 (42,85%) 04 (19,04%) b 17 (80,95%)

Eimeria 05 (35,71%) a 09 (64,28%) 01 (4,76%) b 20 (95,23%) Capilaria 03 (21,42%) 11 (78,58%) 03 (14,28%) 18 (85,72%) Médias seguidas de letra distintas na linha diferem entre si pelo teste exato de Fisher (p< 0,05).

Vita et al. (2014) analisaram a infecção natural de aves caipiras criadas no Rio de Janeiro onde encontraram 25 % de positivas para Heterakis, porém sem observação dos

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índices de pluviosidade. Enquanto Silva et al. (2016), analisando parasitos de galinhas em 17 regiões de São Paulo, diagnosticaram a presença em 76% das aves de H. gallinarum.

Demonstrando que o parasito pode ser encontrado em regiões com diferenças pluviométricas.

Quanto ao diagnóstico do gênero Eimeria no estudo realizado pode está relacionado ao manejo realizado durante o período chuvoso, uma vez que, as eimerias tendem a aumentar proporcionalmente ao excesso de água associado aos excrementos no solo. Carneiro et al.

(2014) descreveram que as condições ambientas ideais para esporulação desses oocistos ocorre com temperaturas entre 25°C a 30 °C e umidade relativa de 70-80%. Condição essa similar ao encontrado na região durante o período estudado.

Assim, pode verificar que em relação à infecção por doenças parasitárias o manejo é essencial na criação de aves principalmente quando se leva em consideração o tipo de criação no solo. Trabalho realizado por Cardozo e Yamamura (2006) identificaram as espécies de Eimeira em frango caipiras, detectaram eliminação de 7.020 oocistos por grama de fezes, atribuindo este fato ao tipo de criação e fatores abióticos associados.

Na avaliação da umidade relativa, foram levados em consideração os meses de maior índice (março e abril) que apresentaram uma média acima de 80%, e os meses de fevereiro, maio e junho com média abaixo. Neste contexto, a prevalência dos ascarídeos foi significativa nos meses de maior índice de umidade (Tabela 3), uma vez que, durante esse período os parasitos tiveram condições ideais de desenvolvimento do seu ciclo biológico (BOWMAN, 2010), o que pode ocasionar uma infecção parasitária e queda no rendimento das aves.

Tabela 3. Correlação da presença de parasitos com os índices de umidade para aves em semiconfinamento das regiões de Apodi e Mossoró -RN

Parasitos Maior índice Umidade Menor índice Umidade Presença Ausência Presença Ausência Ascaridia 9 (64,28%) a 5 (35,71%) 0 (0%) b 21 (100%) Heterakis 6 (42,85%) 8 (57,15%) 6 (28,57%) 15 (71,43%)

Eimeria 2 (14,28%) 12 (85,72%) 4 (19,04%) 17 (80,96%) Capilaria 3 (21,42%) 11(78,58%) 3(14,28%) 18 (85,72%) Médias seguidas de letra distintas na linha diferem entre si pelo teste exato de Fisher (p< 0,05).

Thapa et al. (2017) afirmaram que os ovos destes parasitos podem sobreviver por anos e comprometendo a produção aviária, visto que algumas espécies de parasitos podem tender a cronicidade nos seus hospedeiros. Segundo Bowman (2009), a presença de ascarídeos em

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galinhas domésticas pode causar sérios problemas de emagrecimento, diminuição da produção de ovos e má absorção de nutrientes.

Nas análises de índice de temperatura, os meses com maior temperatura foram fevereiro, maio e junho tendo temperatura média acima de 27,5 °C e os meses de março e abril com temperatura média abaixo de 27,5. Com isso a prevalência dos ascarídeos foi significativa para os meses de menor índice de temperatura (Tabela 4).

Tabela 4. Correlação da presença de parasitos com os índices de temperatura para aves em semiconfinamento das regiões de Apodi e Mossoró -RN

Parasitos Maior índice de Temperatura Menor índice de Temperatura Presença Ausência Presença Ausência Ascaridia 0 (0%) b 21 (100%) 9 (64,28%) a 5 (35,71%) Heterakis 6 (28,57%) 15 (71,43%) 6 (42,85%) 8 (57,15%)

Eimeria 4 (19,04%) 17 (80,96%) 2 (14,28%) 12 (85,72%) Capilaria 3 (14,28%) 18 (85,72%) 3 (14,28%) 18 (85,72%) Médias seguidas de letra distintas na linha diferem entre si pelo teste exato de Fisher (p< 0,05).

Temperaturas ambientais refletem diretamente no ciclo biológico de alguns parasitos, em razão de uma parte desse ciclo ocorrer no solo (BOWMAN, 2010). Assim, quando as condições climáticas favorecem esse ciclo, os parasitos tendem aparecer com maior frequência nas amostras analisadas. Situação que pode indicar a necessidade de acompanhamento técnico e melhoria das práticas de manejo.

5.3 Qualidade dos Ovos

Em relação ao peso dos ovos (Gráfico 1), 23 ovos (17,04%) foram classificados como ovos pequenos, pesando entre 45 e 49 gramas, 39 ovos (28,88%) foram classificados dentro da faixa de peso médio, pesando entre 50 e 54 gramas, 38 ovos (28,15%) foram classificados como “Grandes” pesando entre 55 e 60 gramas, e 35 ovos (25,93%) foram classificados como “Extra”, por apresentarem peso entre 60 e 65 gramas (Gráfico 1). Tal classificação segue as recomendações conforme estabelecida pela legislação vigente (BRASIL, 1990).

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Gráfico 1 – Análise do peso dos ovos caipira, produzido das regiões de Apodi e Mossoró- RN

De acordo com Barbosa et al. (2012), ovos de galinha caipira não seguem um padrão, em virtude da diversificação da genética utilizada, porém tem um diferencial com relação aos produzidos em sistema industrial, em função do sabor, consistência e cor da gema.

Ferreira (2013) verificou que poedeiras criadas em sistema orgânico, com idade de 30 a 70 semanas, apresentaram peso médio de ovo em torno de 62,04g. Com isso, o peso dos ovos está diretamente relacionado à genética e à nutrição das aves durante a fase de postura, consequentemente, uma dieta deficiente irá influenciar negativamente (NYS, 2011).

Outro ponto relacionado com o peso do ovo é a idade das aves, isto é, com o avançar da idade, o peso do ovo produzido tende a aumentar (SILVERSIDES; SCOTT, 2001; PADHI et al., 2016;). Fato esse analisado por Tierzucht (2016), que afirmou que os ovos mais pesados foram provenientes de galinhas mais velhas.

Na comercialização dos ovos caipiras, geralmente, é observado armazenamento incorreto do produto, o que pode prejudicar a qualidade do produto. Mendes et al. (2010) avaliaram a temperatura e o tempo de armazenamento e tiveram como resultado, que a perda de peso dos ovos aumentou com o tempo e condições (temperatura ambiente e refrigerado) de armazenamento. Todavia as maiores perdas foram quando os ovos foram mantidos em temperatura ambiente. Embora, variáveis relacionadas ao período ou condições de armazenamento não tenham sido quantificadas no presente trabalho, esta foi uma observação

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realizada nas diferentes propriedades, ou seja, a falta de critério no momento de estocagem dos ovos antes de chegarem aos pontos de comércio.

Em relação a coloração da gema (Gráfico 2), 88 ovos (65,67%) apresentaram pigmentação de gema entre 7 e 10; 8 ovos (5,97%) tiveram acima de 10 e 38 ovos (28,35%) abaixo de 7. Tal resultado pode ser explicado pelo fato de que ovos produzidos por aves criadas em sistema alternativo tendem a apresentar gemas mais pigmentadas, devido a alimentação diversificada, sendo criadas com acesso à piquetes de forragens e outros componentes ricos em carotenóides, proporcionando gemas com tons alaranjados (RIZZI E MARANGON, 2012). Sendo que o monitoramento da cor da gema é uma característica observada pelo produtor, devido a sua importância na aceitabilidade do produto por parte do consumidor.

Gráfico 2 – Análise da coloração da gema dos ovos caipira, produzido das regiões de Apodi e Mossoró- RN

Com relação a qualidade química dos ovos o pH do albúmen ( Gráfico 3) os valores foram 71 ovos (52,92%) tiveram valores acima de 7,9 e 63 ovos abaixo de 7,9., já em relação ao pH da gema (Gráfico 4) , 43 dos ovos (32,57%) apresentaram pH superior a 6,2 e, 89 ovos (67,42 %) inferiores a 6,2. Tais resultados tanto de pH de albúmen e pH de gema, encontra-se dentro dos padrões de ovos frescos citados por Alleoni e Antunes (2001), oscilando em torno de 7,9 e 6,2, respectivamente.

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Gráfico 3 – Análise de pH do albúmen dos ovos caipira, produzido das regiões de Apodi e Mossoró- RN

Gráfico 4 – Análise de pH da gema dos ovos caipira, produzido das regiões de Apodi e Mossoró- RN

Foi relatado por Jin et al. (2011), aumento significativo do pH de albúmen submetido à longo armazenamento dos ovos em condições de temperatura elevada. Com isso, para boa preservação do produto e garantia da qualidade ao consumidor, o armazenamento é

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importantíssimo, haja visto que é neste período que ocorrem as trocas físicas, químicas e microbiana (Gallo, 2015). Outros autores acrescentam que o tempo de armazenamento age na qualidade do ovo resultando em aumento do pH do albúmen, sendo o pH da gema pouco alterado (MAYES; TAKEBALLI, 1983; SCOTT & SILVERSIDES, 2000; PINTO 2005).

Considerando os valores de Unidade Haugh (UH) (Gráfico 5), 122 ovos (96,06%) apresentaram excelente qualidade, com valores acima de 72. Segundo Silva (2004), é possível classificar os ovos como do tipo AA quando a UH encontra-se acima de 72. Todavia vale ressaltar que quanto maior os valores da UH melhor é a qualidade do ovo. BARBOSA et al.

(2008) verificaram que maiores tempos de armazenamento dos ovos em ambiente sem controle podem favorecer a redução dos valores da UH, porém devido a maior rotatividade dos ovos caipiras no comércio, os mesmos apresentam melhor UH, demostrando assim boa qualidade.

Gráfico 5 – Análise de Unidade Haugh dos ovos caipira, produzido das regiões de Apodi e Mossoró- RN

Outra medida que representa melhor qualidade interna dos ovos é o índice de gema (SOUZA et al., 2014). Com relação a este parâmetro, 96,92 % dos ovos (Gráfico 6), analisados apresentaram índices superiores a 0,30. Fato que condiz com Kraemer et al., (2003), que cita que a faixa padrão para ovos frescos varia de 0,30 a 0,50, sendo sinônimo de boa qualidade interna.

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Gráfico 6 – Análise de índice de gema dos ovos caipira, produzido das regiões de Apodi e Mossoró- RN

A casca é a primeira barreira de proteção do ovo contra a entrada de microorganismo, fato este de grande valia para os consumidores e produtores, uma vez que as perdas podem trazer prejuízos financeiros, ou simplesmente indicar uma falha de manejo dentro das instalações (BARBOSA FILHO, 2004). De acordo com Durman et al., (2016) a qualidade da casca depende do tamanho e peso do ovo. Dos 135 ovos avaliados, 112 (82,96%) (Gráfico 7) apresentaram espessura de casca superior a 0,33 mm. E de acordo com Icken et al., (2006), para o ovo ser considerado de boa qualidade o mesmo deve ter a espessura de casca em torno de 0,35 a 0,40 mm, corroborando com estes resultados.

Gráfico 7 – Análise da espessura de casca dos ovos caipira, produzido das regiões de Apodi e Mossoró- RN

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6. CONCLUSÕES

Conclui-se que o manejo higiênico-sanitário das criações de aves em sistema semiconfinado, da região de Apodi e Mossoró/RN, podem ser melhoradas a fim de reduzir a ocorrência de parasitos e, contudo, os ovos produzidos apresentam boa qualidade física e microbiológica, portanto viáveis à comercialização.

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REFERÊNCIAS

ABPA. Associação Brasileira de Proteína Animal. Relatório anual 2018, P. 143-149, 2018.

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ALCÂNTARA, J.B. Pesquisa de Salmonella sp. em aves criadas em sistema industrial e alternativo. Tese (Doutorado), Universidade Federal de Goiás, Escola de Veterinária e Zootecnia, Programa de Pós-Graduação em Ciências Animal, Goiânia, 2015

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