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História. Aquecimento Enem Antiga e Medieval. Teoria. O Mundo Antigo. Mesopotâmia, a terra entre rios

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Aquecimento Enem – Antiga e Medieval

Teoria

O Mundo Antigo

Quando começamos a estudar a Idade Antiga, é bastante comum ouvirmos dizer que esse período histórico foi marcado pelo surgimento das primeiras civilizações. É importante lembrar, no entanto, que a existência de uma civilização não faz referência à existência de um povo “mais evoluído” do que outros que viveram anteriormente ou simultaneamente. Essa nomenclatura, ao contrário disso, é utilizada para explicar a existência de uma série de características específicas, como instituições políticas, hierarquização e diversificação social.

Não é possível apontar um local específico onde teria surgido “a primeira civilização” do mundo antigo.

Quando olhamos para o Oriente, temos o desenvolvimento das civilizações chinesa e indiana, além da formação da civilização egípcia e dos vários povos que dominaram a região mesopotâmica – localizada nas proximidades dos rios Tigre e Eufrates. Também conhecidas como civilizações hidráulicas, essas culturas agruparam largas populações que sobreviviam da exploração das águas e terras férteis presentes na beira dos rios.

No Ocidente faz-se necessário destacar o surgimento da civilização greco-romana, que teve grande influência na formação de conceitos e costumes que ainda hoje permeiam o mundo ocidental. Esse período também é chamado de Antiguidade Clássica e, como a história que estudamos é nitidamente eurocêntrica, em geral, os vestibulares tendem a privilegiar a história dessas duas civilizações. É importante lembrarmos que, além dessas, há as civilizações que se desenvolveram na América muito antes da chegada dos Europeus, como os maias, astecas, incas.

Mesopotâmia, a “terra entre rios”

A região da Mesopotâmia (palavra que em grego significa “entre rios”) marca um processo histórico de sedentarização da humanidade. Os antigos grupos humanos que habitavam aquele território costumavam viver como nômades, sem lugar fixo. No entanto, a ocupação da região ao redor dos rios Tigre e Eufrates permitiu uma experiência revolucionária, que estabeleceu cidades-Estados, uma agricultura estável e a construção de importantes tecnologias e técnicas para aproveitar a água da região.

O local foi habitado por diversos povos e civilizações, como os sumérios, os primeiros que se estabeleceram na região, os acádios, os amoritas (babilônios), os assírios e, por fim, os caldeus. Durante a ocupação amorita e a formação do 1º Império Babilônico, foi escrito o primeiro código de leis, conhecido como o “Código de Hamurabi”, sintetizado pela frase “Olho por olho, dente por dente”. Na lei, aquele que cometesse um crime, seria condenado com uma pena semelhante ao crime que cometeu.

Também foi entre essas civilizações que se desenvolveu a primeira forma de escrita da humanidade: a escrita cuneiforme. Criada para manter um controle sobre a contabilidade dos palácios reais, essa escrita era feita em blocos de argila com um instrumento pontiagudo chamado cunha. Além disso, são atribuídas a essas civilizações importantes invenções para o desenvolvimento tecnológico e arquitetônico, como a roda.

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2 O Egito e o Nilo

Assim como as sociedades que se desenvolveram ao redor dos rios Tigre e Eufrates, na África, povos anteriormente nômades passaram a ocupar as margens do rio Nilo e criaram uma sociedade hidráulica e agrária graças às cheias do rio. Tendo em vista que o norte da África possui um clima árido e regiões desérticas, o Egito, como afirmou o grego Heródoto, tornou-se a “dádiva do Nilo”.

Para compreendermos o desenvolvimento dessa civilização, podemos dividir a história do Egito em 3 fases:

1. Antigo Império (3200 a.C. – 2100 a.C.);

2. Médio Império (2100 a.C. – 1580 a.C.);

3. Novo Império (1580 a.C. – 715 a.C.).

Por volta de 3500 a.C., enfim, dois reinos se formaram na região, sendo eles o Alto Egito, ao Sul, e o Baixo Egito, ao Norte. Apesar de a existência do Faraó Menés ainda ser debatida, estima-se que mais ou menos em 3.200 a.C. esse Faraó teria unificado os dois territórios e iniciado os períodos dinásticos do Antigo Império. O novo Faraó passou a ser cultuado como um deus, em um regime conhecido como monarquia teocrática.

Sobre essa questão, vale destacar que quem controlava as terras e a exploração das tecnologias usadas para canalização do Nilo, para a irrigação, para a drenagem e para o aproveitamento das enchentes era o Estado e uma elite local. Visto isso, o Estado aproveitava a mão de obra que trabalhava nas terras e nas obras públicas em um regime de servidão coletiva. Assim, apesar de utilizarem a terra para a subsistência de suas famílias, esses servos deveriam pagar ao Estado tributos em forma de dinheiro, mercadoria, excedente de produção ou mais trabalho pelo uso da terra. Essa forma de relação social desenvolveu grupos sociais distintos e foi muito comum em regiões como o Egito e a Mesopotâmia, sendo conhecida como Modo de Produção Asiático.

Graças ao trabalho dessas pessoas, o Egito viveu um grande período de desenvolvimento político, econômico e cultural, e, durante a terceira e a quarta dinastia, sobretudo no poder dos faraós Seneferu (2613 – 2589 a.C.) e Quéops (2589 – 2498 a.C.), o Antigo Império viveu seu auge, com a construção, inclusive, de grandes pirâmides e monumentos arquitetônicos.

Essas obras, apesar de terem um importante significado político, pois demonstravam o poder de seus governantes, eram utilizadas como túmulos para Faraós e nobres. Os egípcios, politeístas, acreditavam que, com a mumificação e o enterro dos Faraós ao lado de seus pertences, o corpo divino do líder estaria protegido pela pirâmide e pronto para uma possível reencarnação no futuro, segundo os ideais religiosos.

Vale destacar que, graças à prática da mumificação, os egípcios também foram fundamentais para o desenvolvimento de noções anatômicas, de componentes químicos e de uma medicina antiga muito rica.

Essa prática, portanto, revela que muito dos conhecimentos científicos que possuímos atualmente tiveram origem na África. Também podemos citar diversos outros exemplos de técnicas, tecnologias e conhecimentos desenvolvidos por esse povo, como as noções de matemática e técnicas de arquitetura desenvolvidas na construção das pirâmides, a criação de escritas, como a hieroglífica e a hierática, além da própria técnica artística desse povo, vislumbrada em grandes monumentos e pinturas.

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3 A Grécia antiga

O que entendemos como Grécia Antiga (e o que mais nos interessa para o Enem) durante séculos foi a formação de indivíduos reunidos em pólis (cidades-Estados), que se identificavam por um laço histórico, por uma cultura comum, pela semelhança linguística e pela mesma religião, mas sem uma estrutura política e administrativa unificada. Assim, para estudar o passado dessa chamada civilização grega, a divisão em períodos facilita a compreensão de sua construção:

1. Período pré-Homérico (XX – XII a.C.);

2. Período Homérico (XII – VIII a.C.);

3. Período Arcaico (VIII – VI a.C.);

4. Período Clássico (V – IV a.C.);

5. Período Helenístico (IV – II a.C.).

Portanto, o momento de formação e o de auge da pólis foram os períodos Arcaico e Clássico, que são também os mais cobrados em vestibulares. Logo, do ponto de vista político, durante essas fases, a Grécia foi formada por diversas cidades-Estados autônomas, sendo as duas principais as pólis de Atenas e Esparta.

Atenas, apesar de ter passado por períodos de monarquia e governos autoritários, é considerada o berço da democracia e uma importante referência para o desenvolvimento da política e da filosofia no ocidente.

Durante séculos, as formas de se debaterem questões importantes para a pólis e de se tomarem decisões sofreram transformações com a política de legisladores locais. Assim, Atenas encontrou na democracia, ao fim de tantas mudanças, uma forma de alcançar a igualdade entre os cidadãos, permitindo que todos pudessem se expressar e colaborar nos debates para as tomadas de decisões. A democracia se tornou parte tão fundamental da pólis que os atenienses passaram a ver a política como algo essencial para a existência humana em sociedade.

O modelo de democracia ateniense, vale lembrar, tem algumas questões e difere muito do que temos hoje no Brasil e em outros locais do mundo. Lá, além de a democracia ser direta (atualmente vivemos em uma democracia indireta), ela era baseada em uma ideia de cidadania que era excludente, já que só votavam homens, maiores de idade, filhos de pais e mães atenienses.

Esparta, por sua vez, era uma cidade-Estado fortemente militarizada, que vivia o regime oligárquico, ou seja, controlado por uma elite de soldados (esparciatas) que possuíam o privilégio da cidadania. Enquanto Atenas valorizava a filosofia, a democracia e a cultura material, os espartanos não demonstravam muito apreço por tais valores e se dedicavam principalmente à guerra. A própria educação espartana era voltada para esse culto, pois os bebês já deveriam ser selecionados de acordo com suas possíveis aptidões físicas e, desde cedo, as crianças já eram educadas para desenvolverem melhor resistência, coragem, habilidades militares e estrategistas.

Por volta do século IV a.C., o rei da Macedônia, Filipe II, invadiu os territórios gregos com suas tropas e os anexou ao seu reino, iniciando, assim, a formação de uma cultura que passou a unir cada vez mais as expressões gregas a de outras regiões, difundindo-se como uma ideia de helenismo. Posteriormente, foi Alexandre, O Grande, quem expandiu o helenismo, com a conquista de regiões na Eurásia, Ásia Central, Síria, África do Norte, Fenícia, Mesopotâmia, Índia e Irã. Esse período – Helenístico – foi um marco entre o domínio da cultura grega e o surgimento da civilização romana.

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4 Roma Antiga

As origens de Roma nos remetem à explicação mítica dos irmãos Rômulo e Remo. Apesar dos mitos difundidos, é conhecido pela historiografia que, inicialmente, a região da península itálica era composta por diferentes povos, como os sabinos, os latinos, os etruscos, os italiotas e,

ao sul, os próprios gregos com suas colônias. Visto isso, a partir desse período, a história da Roma Antiga pode ser dividida cronologicamente em três fases:

1. Monarquia (753-509 a.C.);

2. República (509-27 a.C.);

3. Império (27 a.C.- 476 d.C.).

Após a fundação, Roma vivenciou seu período monárquico (753-509 a.C.). Nesse período a divisão social já se destacava de forma hierárquica, com os chamados patrícios dominando as terras férteis e os

privilégios políticos; os plebeus, que eram trabalhadores livres, mas sem direitos políticos; os clientes, que também eram trabalhadores livres, mas prestavam serviços aos patrícios; e, por fim, os escravizados, que se encontravam nessa situação por dívidas ou por serem espólios de guerras.

Com o passar do tempo, após uma série de desentendimentos entre o senado romano, uma das principais instituições políticas dessa sociedade, e os chamados reis etruscos, que foram acusados de autoritarismo, houve a formação de um regime republicano (509-27 a.C.), que garantiu ao senado grande papel político em Roma. Essa instituição, no entanto, apesar de prezar pelos valores da república (em latim, res publica, que significa “coisa pública”), durante muitos anos foi formada apenas pela elite patrícia, excluindo os plebeus de qualquer participação política.

Dessa forma, com o crescimento da importância dos plebeus para o funcionamento de Roma, a república acabou ficando marcada pelas tensões entre patrícios e plebeus. Os plebeus, além de realizarem grande parte do trabalho nas cidades, também formavam a maioria nas tropas que eram utilizadas na política expansionista romana.

Esses plebeus foram enviados para diversos territórios e se tornaram fundamentais para a vitória romana contra as forças de Cartago nas Guerras Púnicas (264 a.C. – 146 a.C.). Esse conflito que durou anos terminou como muitos outros no passado, com a vitória de Roma, a conquista de terras e riquezas principalmente para os patrícios. A vitória sobre Cartago também garantiu a hegemonia romana sobre o Mar Mediterrâneo.

Assim, enquanto estes trabalhavam e morriam nas guerras, quem continuava mantendo os lucros, anexando mais terras e tomando as decisões políticas eram os patrícios. Portanto, uma das primeiras reivindicações dos plebeus entre esses conflitos sociais foi a criação do cargo de Tribuno da Plebe (493 a.C.), que seria ocupado por um plebeu responsável por garantir os interesses de seu grupo no senado e, além disso, a conquista da Lei das 12 tábuas (451 a.C.), que garantia em escritura o código de regras romanas.

Após mudanças, conflitos e expansões, os generais romanos ganharam cada vez mais espaço na república e conseguiram afastar o poder do senado. Nos chamados triunviratos e na ditadura de Júlio César, os militares puderam demonstrar grande força e até mesmo o início de um culto personalista e de uma centralização de poder que levaria Roma ao fim da República.

Assim, no século I a.C., o general Otávio instituiu o Império (27 a.C.- 476 d.C.) e os governos subsequentes conseguiram manter a ordem e reduzir as tensões sociais. Um dos marcos do período imperial foi a política de Pão e Circo, instituída ainda no período de transição da República para o Império. Através dela, promovia- se o apaziguamento das tensões sociais, através da promoção de festas, banquetes e da distribuição de

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5 alimentos. O seu objetivo era entreter a plebe e os escravizados, a fim de evitar levantes e movimentos de insatisfação.

No século I d.C., o desenvolvimento da religião cristã foi um ponto fundamental na transformação do Império.

Apesar de Roma ter sido marcada pelo politeísmo há séculos, o culto ao imperador ganhou grande força no século I e, posteriormente, o cristianismo se tornou um fenômeno no império, conquistando milhares de seguidores, sobretudo plebeus e escravizados. Com os discursos de Jesus Cristo e as promessas de vida após a morte, redenção e um paraíso onde seria mais fácil entrar um pobre do que um rico, essa religião monoteísta se expandiu entre os oprimidos. Entretanto, inicialmente, com a ameaça de o cristianismo enfraquecer o poder do imperador e a cultura romana, os cristãos foram extremamente perseguidos e cruelmente assassinados.

Apenas no século IV a perseguição ao cristianismo chegou ao fim em Roma, pois o imperador Constantino decretou o Édito de Milão em 313 d.C., permitindo a liberdade de culto religioso, inclusive para os cristãos. Já no ano 380, com o Édito de Tessalônica, de Teodósio I, o cristianismo se tornou a religião oficial do Estado, finalmente se estabelecendo entre a elite e alcançando o auge de seu poder nesse período.

A Idade Média e o feudalismo

A Idade Média começou a se estruturar com a queda de Roma, quando começou a se desenvolver uma nova estrutura social, política e econômica, caracterizada por uma sociedade rural, descentralizada e estamental.

O período durou mais de 1000 anos, suas características estão mais associadas à Europa Ocidental e pode ser dividido em Alta Idade Média (séculos V ao X) e Baixa Idade Média (séculos XI ao XV).

Dessa forma, a Alta Idade Média foi uma fase marcada pela forte presença dos novos reinos na Europa, consolidados por povos como os francos, os visigodos, ostrogodos, saxões e outros. Dentre eles, apesar da forte fragmentação e da falta de centralização política ser uma característica comum, podemos destacar algumas exceções. No caso dos francos, com a expansão desse povo e a conversão ao cristianismo, o Império Carolíngio se destacou na Europa pela quantidade de terras ocupadas e por sua centralização política na Alta Idade Média.

Logo, apesar de termos uma importante experiência centralizadora na Europa, sobretudo com o reinado de Carlos Magno, após a morte desse rei o processo de descentralização passou a ganhar força também entre os francos, com o império se fragmentando entre seus herdeiros (como o caso do Tratado de Verdun – 843) e a declaração de diversos títulos de nobreza, que permitiam o crescimento de poderes locais pela Europa.

Assim, ao longo da Alta Idade Média, o sistema feudal de produção se formou, reunindo características do antigo sistema de colonato romano, dos povos bárbaros e do poder da Igreja Católica. Desse modo, o feudalismo se caracterizava principalmente pelo domínio sobre a terra por um nobre conhecido como Senhor Feudal e pela formação de uma sociedade estamental consolidada por pactos e contratos.

Vale destacar que três grupos foram fundamentais na formação desses estamentos: o clero, a nobreza e os servos. Esses três grupos podem ser associados respectivamente às funções sociais que normalmente tinham: “aqueles que rezam, aqueles que lutam e aqueles que trabalham”. Pelo trabalho braçal ser considerado algo malvisto e degradante, eram justamente os mais pobres que realizavam as atividades laborais e que não possuíam muitos direitos. Já o clero e os nobres concentravam privilégios e direitos, como, por exemplo, a não imposição de impostos sobre suas camadas.

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6 Visto isso, nessa sociedade, na base, a população mais pobre, visando a fugir da

violência e dos saques, desde o século V já migrava, buscando uma vida como camponeses. No feudo, esses camponeses poderiam viver na terra do Senhor Feudal, se alimentar das sobras da produção e seriam protegidos pela nobreza; mas, em troca, o contrato de servidão exigia que eles trabalhassem para o Senhor feudal e pagassem impostos como a talha, a corveia, a banalidade e outros. Esses servos, portanto, não eram escravizados, pois não pertenciam ao Senhor, e dificilmente teriam qualquer tipo de ascensão social, sendo muitas vezes presos a vida toda a terra.

Por parte da nobreza e dos senhores feudais, a principal obrigação que estes tinham era a de manter a segurança no feudo e garantir a estabilidade nas terras. Por isso, realizavam alianças com outros feudos e contratos de suserania e vassalagem para ampliar suas conexões, influências e poderes. Nesse acordo, um nobre doava terras conquistadas por ele (suserano) a outro nobre (vassalo), que, em troca, garantia ao suserano fidelidade nos compromissos militares e conselhos.

Apesar da existência da figura de reis na Europa, na maioria das regiões esses monarcas foram muito limitados, já que o poder estava descentralizado entre diversos senhores feudais. No entanto, com o tempo, essas alianças entre diversos vassalos e suseranos construíram uma rede de proteção entre os feudos na Idade Média, que, por vezes, envolvia até mesmo os reis, que assim passaram a acumular cada vez mais vassalos ao seu redor.

A Igreja Medieval

As relações sociais e o modo de produção feudal foram características fundamentais da sociedade medieval, mas não podemos compreender esse período sem entendermos a importância da influência da Igreja Católica e do clero nesse mundo. A questão espiritual, desde a antiguidade, manifestou-se como característica essencial de diversas culturas, e, no caso europeu, desde o fim do Império Romano, o cristianismo se tornava cada vez mais a grande influência religiosa da região.

Com o período Carolíngio, como visto, a Igreja Católica passou a exercer mais do que um poder espiritual, pois adentrou definitivamente nas questões políticas dos reinos germânicos, passou a influenciar decisões, controlar a vida das pessoas e se tornou, enfim, uma grande proprietária de terras, fortemente vinculada à estrutura feudal. Assim, a Igreja Católica detinha um vasto poder sobre os calendários, as datas, as decisões políticas, as horas de trabalho e até mesmo os dias em que poderia haver batalhas e os dias santos.

Dominando grande parte da Europa e se relacionando com as principais monarquias e nobrezas, a Igreja conseguiu se tornar a principal instituição da Europa Ocidental e realizar obras faraônicas para constantemente reforçar o seu poder. Visto isso, durante a Idade Média, diversas igrejas de arquitetura gótica, mosteiros e abadias foram construídos pela Europa, sendo estes últimos importantes centros de cultura letrada.

Dentro desse processo, muitos monges acumularam vastas riquezas através das doações que recebiam de fiéis que buscavam perdão por seus pecados. Por volta do ano 1000, essa onda de doações se tornou ainda maior, visto que a crença na proximidade do fim do mundo desesperava muitos fiéis, que tentavam de tudo para conseguir o perdão. De fato, o apego de parte desse clero a tais bens materiais acabou gerando muitas críticas e denúncias por parte de fiéis que não concordavam com essa ostentação, antes mesmo das grandes reformas protestantes.

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7 Baixa Idade Média

Em comparação com as disputas territoriais do início da Alta Idade Média, a Europa viveu durante os séculos X e XII uma fase muito mais segura internamente. As alianças realizadas entre os feudos e a proteção dos cavaleiros garantiu uma maior estabilidade para os senhores e servos. No entanto, a condição estável, o desenvolvimento de técnicas e tecnologias para melhorar a agricultura e a redução dos saques e invasões garantiram também um crescimento demográfico nesse período. Esse aumento da população proporcionou um inchaço dos feudos, que não conseguiram garantir alimentação para todas as pessoas, e ainda havia um esforço cada vez maior para submeter tantos servos aos tributos e opressões.

Apesar de inovações técnicas terem facilitado a produção agrícola nesse período, essas novidades foram insuficientes para garantir uma produção que atendesse às necessidades da população desses séculos. Esse cenário, portanto, provocou um deslocamento de massas de camponeses e cavaleiros, que, expulsos de suas terras, passaram a vagar entre feudos ou a vadiar em busca de trabalhos temporários e pequenos saques.

Nessa conjuntura, apesar de muitos ainda vagarem pelos bosques e terras vazios, outros decidiram se aventurar nas antigas ruínas do Império Romano e reocupar as cidades abandonadas. Esse processo de crescimento demográfico e de êxodo marcou o início da Baixa Idade Média e deu origem ao que conhecemos como a crise do feudalismo.

Tendo em vista esse cenário, além do crescimento da população e da miséria na Europa, a nobreza e a Igreja Católica ainda observavam atentas a expansão islâmica no Oriente Médio. Durante o século VII, o profeta Maomé passou a pregar suas visões e mensagens do Anjo Gabriel nas cidades da península arábica e ganhou milhares de seguidores. Enquanto o feudalismo se consolidava na Europa, os árabes muçulmanos conquistaram o Oriente Médio e o norte da África em pouco tempo. Já no século XVIII alcançaram a Península Ibérica e a cidade de Jerusalém, considerada sagrada para os cristãos.

Assim, no ano 1095, diante de tais crises, o Papa Urbano II convocou o Concílio de Clemont, defendendo a paz entre os povos cristãos da Europa e a concessão de indulgência a todos que morressem enfrentando os muçulmanos no Oriente. O discurso do Papa conseguiu reunir exércitos de católicos de todos os estamentos, prontos para combaterem pelo cristianismo. Assim, expedições militares de caráter religioso, conhecidas como cruzadas, foram organizadas para marchar em direção ao Oriente.

Visto isso, o objetivo principal das cruzadas era reconquistar a cidade sagrada de Jerusalém (dominada pelos muçulmanos desde o século VII), expandir a fé cristã e introduzir novamente o catolicismo romano no Império Bizantino. Entretanto, além desses objetivos, muitos nobres, camponeses e trabalhadores livres partiram nas cruzadas buscando interesses próprios, como enriquecimento, conquista de terras, glórias e o próprio perdão.

Dessa forma, as marchas cruzadistas, além de reconquistarem os territórios, também foram fundamentais para a abertura de antigas rotas comerciais, dominadas pelos árabes, para o estabelecimento de postos comerciais ao longo do Mediterrâneo, que garantiram o ressurgimento das cidades, e, enfim, expandiram a fé cristã. Visto isso, podemos perceber que as cruzadas foram fundamentais para desenvolver um processo que já se iniciava há anos na Europa, mas que agora se acelerava com o encontro do Ocidente e do Oriente, que foi o renascimento comercial e urbano.

Apesar das cidades e do comércio nunca terem, de fato, desaparecido da Europa ao longo da Idade Média, é verdade que a ocupação urbana e as relações de troca perderam espaço com a ascensão do feudalismo no final da Alta Idade Média. Entretanto, com o inchaço demográfico do campo, as duras obrigações feudais, o êxodo, as cruzadas, a aproximação dos árabes e a maior circulação de pessoas por essas rotas comerciais, muitos decidiram retomar a vida nas cidades e buscar no comércio uma forma de enriquecer, mesmo não sendo nobres.

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8 É nesse contexto, portanto, que as feiras europeias crescem e algumas cidades comerciais, conhecidas como burgos, passam a ganhar grande importância. Nos burgos surge um grupo voltado para as relações comerciais e para as atividades financeiras que passa a ser conhecido como a burguesia, que inicialmente não contava com qualquer privilégio político, mas que aos poucos passou a crescer e a lutar pelos seus interesses.

O outono da Idade Média

Se a crença na chegada iminente do fim do mundo assolava os cristãos durante o ano 1000, a crise do século XIV representou para a Europa quase um apocalipse atrasado. Durante esse século, a população europeia enfrentou não só as guerras a que já estava acostumada, mas também sofreu com a fome causada pelas más colheitas e pelo fechamento de rotas comerciais por batalhas e, enfim, conheceu a chamada peste bubônica.

Em 1315, intensas chuvas no noroeste da Europa dificultaram a produção agrícola da região, causando uma crise de abastecimento no continente. Para piorar, alguns anos depois os alimentos e produtos que atravessavam as novas rotas comerciais começaram a sofrer com o bloqueio dos caminhos ocasionado por batalhas, como a Guerra dos Cem anos (1337 – 1453). Esse cenário caótico de más colheitas e bloqueio comercial acabou gerando a chamada grande fome do século XIV.

Com a fome e as guerras assolando a maior parte da Europa, um novo problema também surgiu nesse período, para ampliar o número de mortos e devastar cerca de 1/3 da população europeia: a peste bubônica.

Na época, com uma medicina incipiente e com poucos estudos sobre a questão, não havia medicamentos ou tratamentos eficazes contra a doença e nem mesmo uma informação exata sobre seus motivos reais, sendo genericamente associada à grande população de ratos que circulavam pelas cidades reocupadas. No entanto, a verdadeira causa da peste, descoberta graças aos estudos da microbiologia no século XIX, estaria nas pulgas contaminadas que transmitiam a doença.

Sendo assim, essa conjuntura de fome, doenças, guerras e mortes, somados à vida precária e submissa de servos no campo, acabou sendo o estopim para diversas revoltas na Europa e, naturalmente, para o desgaste do próprio feudalismo. Não bastasse todo o infortúnio, os senhores feudais começaram a aumentar o valor dos impostos sobre os camponeses, a fim de suprir a diminuição de seus ganhos em decorrência da baixa produtividade.

Um grande exemplo dessas revoltas que apavorou senhores feudais na Europa foram as chamadas jacqueries, que estouraram no norte da França em 1358. Cerca de 20 mil camponeses foram mortos pelo exército francês após se rebelarem contra as opressões sofridas e contra os problemas que abatiam a população local.

Todo esse contexto gerou um clima de insegurança nos senhores feudais, que começaram a se assustar com as constantes revoltas camponesas. Boa parte deles começam a, gradualmente, ceder o seu poder e sua fidelidade à figura do rei (sim, ele mesmo, aquele que quase não possuía poder político), com o intuito de proteger suas terras. Assim, o monarca foi aos poucos mantendo mais territórios sobre o seu domínio, através de guerras, da diplomacia e de casamentos. Além disso, a ascensão da burguesia e o seu interesse na expansão comercial mostrou como o feudalismo havia entrado em colapso e que ele, na verdade, não dava mais conta das transformações da modernidade, que ganhavam cada vez mais força na sociedade da Europa ocidental.

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Exercícios de fixação

1. Por que as civilizações construídas ao redor da Mesopotâmia são chamadas de sociedades hidráulicas?

2. O que marca o surgimento do Mundo Antigo?

3. Cite três características do feudalismo.

4. Qual foi a importância das cruzadas?

5. Explique como era organizada a sociedade feudal.

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Exercícios de vestibulares

1. (Enem Libras 2017) O sistema de irrigação egípcio era muito diferente do complexo sistema mesopotâmico, porque as condições naturais eram muito diversas nos dois casos. A cheia do Nilo também fertiliza as terras com aluviões, mas é muito mais regular e favorável em seu processo e em suas datas do que a do Tigre e Eufrates, além de ser menos destruidora.

CARDOSO, C. F. Sociedades do antigo Oriente Próximo. São Paulo: Ática, 1986.

A comparação entre as disposições do recurso natural em questão revela sua importância para a a) desagregação das redes comerciais.

b) supressão da mão de obra escrava.

c) expansão da atividade agrícola.

d) multiplicação de religiões monoteístas.

e) fragmentação do poder político.

2. (Enem 2018) Então disse: “Este é o local onde construirei. Tudo pode chegar aqui pelo Eufrates, o Tigre e uma rede de canais. Só um lugar como este sustentará o exército e a população geral”. Assim ele traçou e destinou as verbas para a sua construção, e deitou o primeiro tijolo com sua própria mão, dizendo: “Em nome de Deus, e em louvor a Ele. Construí, e que Deus vos abençoe”.

AL-TABARI, M. Uma história dos povos árabes. São Paulo: Cia. das Letras. 1995 (adaptado).

A decisão do califa Al-Mansur (754-775) de construir Bagdá nesse local orientou-se pela a) disponibilidade de rotas e terras férteis como base da dominação política.

b) proximidade de áreas populosas como afirmação da superioridade bélica.

c) submissão à hierarquia e à lei islâmica como controle do poder real.

d) fuga da península arábica como afastamento dos conflitos sucessórios.

e) ocupação de região fronteiriça como contenção do avanço mongol.

3. (Enem 2014)

Sou uma pobre e velha mulher, Muito ignorante, que nem sabe ler.

Mostraram-me na igreja da minha terra Um Paraíso com harpas pintado

E o Inferno onde fervem almas danadas, Um enche-me de júbilo, o outro me aterra.

VILLON, F. In: GOMBRICH, E. História da arte. Lisboa: LTC, 1999.

Os versos do poeta francês François Villon fazem referência às imagens presentes nos templos católicos medievais. Nesse contexto, as imagens eram usadas com o objetivo de:

a) redefinir o gosto dos cristãos.

b) incorporar ideais heréticos.

c) educar os fiéis através do olhar.

d) divulgar a genialidade dos artistas católicos.

e) valorizar esteticamente os templos religiosos.

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4. (Enem PPL 2019) A ausência quase completa de fantasmas na Bíblia deve ter favorecido também a vontade de rejeição dos fantasmas pela cultura cristã. Várias passagens dos Evangelhos manifestam mesmo uma grande reticência com relação a um culto dos mortos: “Deixa os mortos sepultar os mortos”, diz Jesus (Mt 8:21), ou ainda: “Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos” (Mt 22:32). Por certo, numerosos mortos são ressuscitados por Jesus (e, mais tarde, por alguns de seus discípulos), mas tal milagre — o mais notório possível segundo as classificações posteriores dos hagiógrafos medievais — não é assimilável ao retorno de um fantasma. Ele prefigura a própria ressurreição do Cristo três dias depois de sua Paixão. Antecipa também a ressurreição universal dos mortos no fim dos tempos.

SCHMITT, J.-C. Os vivos e os mortos na sociedade medieval. São Paulo: Cia. das Letras, 1999.

De acordo com o texto, a representação da morte ganhou novos significados nessa religião para a) extinguir as formas de ritualismo funerário.

b) evitar a expressão de antigas crenças politeístas.

c) sacramentar a execução do exorcismo de infiéis.

d) enfraquecer a convicção na existência de demônios.

e) consagrar as práticas de contato mediúnico transcendental.

5. (Enem, PPL, 2014) Veneza, emergindo obscuramente ao longo do início da Idade Média das águas às quais devia sua imunidade a ataques, era nominalmente submetida ao Império Bizantino, mas, na prática, era uma cidade estado independente na altura do século X. Veneza era única na cristandade por ser uma comunidade comercial: “Essa gente não lavra, semeia ou colhe uvas”, como um surpreso observador do século XI constatou. Comerciantes venezianos puderam negociar termos favoráveis para comerciar com Constantinopla, mas também se relacionaram com mercadores do islã.

(FLETCHER, R. A cruz e o crescente: cristianismo e islã, de Maomé à Reforma. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004.)

A expansão das atividades de trocas na Baixa Idade Média, dinamizadas por centros como Veneza, reflete o(a)

a) importância das cidades comerciais.

b) integração entre a cidade e o campo.

c) dinamismo econômico da Igreja cristã.

d) controle da atividade comercial pela nobreza feudal.

e) ação reguladora dos imperadores durante as trocas comerciais.

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6. (Enem 2019) A cidade medieval é, antes de mais uma sociedade da abundância, concentrada num pequeno espaço em meio a vastas regiões pouco povoadas. Em seguida, é um lugar de produção e de trocas, onde se articulam o artesanato e o comércio, sustentados por uma economia monetária. É também centro de um sistema de valores particular, do qual emerge a prática laboriosa e criativa do trabalho, o gosto pelo negócio e pelo dinheiro, a inclinação para o luxo, o senso da beleza. E ainda um sistema de organização de um espaço fechado com muralhas, onde se penetra por portas e se caminha por ruas e praças e que é guarnecido por torres.

(LE GOFF, J.; SCHMITT, J.-C. Dicionário temático do Ocidente Medieval. Bauru: Edusc, 2006.)

No texto, o espaço descrito se caracteriza pela associação entre a ampliação das atividades urbanas e a

a) emancipação do poder hegemônico da realeza.

b) aceitação das práticas usurárias dos religiosos.

c) independência da produção alimentar dos campos.

d) superação do ordenamento corporativo dos ofícios.

e) permanência dos elementos arquitetônicos de proteção.

7. (Enem 2018) A existência em Jerusalém de um hospital voltado para o alojamento e o cuidado dos peregrinos, assim como daqueles entre eles que estavam cansados ou doentes, fortaleceu o elo entre a obra de assistência e de caridade e a Terra Santa. Ao fazer, em 1113, do Hospital de Jerusalém um estabelecimento central da ordem, Pascoal II estimulava a filiação dos hospitalários do Ocidente a ele, sobretudo daqueles que estavam ligados à peregrinação na Terra Santa ou em outro lugar. A militarização do Hospital de Jerusalém não diminuiu a vocação caritativa primitiva, mas a fortaleceu.

DEMURGER, A. Os Cavaleiros de Cristo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002 (adaptado).

O acontecimento descrito vincula-se ao fenômeno ocidental do(a) a) surgimento do monasticismo guerreiro, ocasionado pelas cruzadas.

b) descentralização do poder eclesiástico, produzida pelo feudalismo.

c) alastramento da peste bubônica, provocado pela expansão comercial.

d) afirmação da fraternidade mendicante, estimulada pela reforma espiritual.

e) criação das faculdades de medicina, promovida pelo renascimento urbano.

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8. (Enem 2020) Sexto rei sumério (governante entre os séculos XVIll e XVIl a.C.) e nascido em Babel,

“Khammu-rabi” (pronúncia em babilônio) foi fundador do Império Babilônico (correspondente ao atual Iraque), unificando amplamente o mundo mesopotâmico, unindo os semitas e os sumérios e levando a Babilônia ao máximo esplendor. O nome de Hamurabi permanece indissociavelmente ligado ao código jurídico tido como o mais remoto já descoberto: O Código de Hamurabi. O legislador babilônico consolidou a tradição jurídica, harmonizou os costumes e estendeu o direito e a lei a todos os súditos.

Disponível em: www.direitoshumanos.usp.br Acesso em: 12 fev 2013 (adaptado)

Nesse contexto de organização da vida social, as leis contidas no Código citado tinham o sentido de a) assegurar garantias individuais aos cidadãos livres.

b) tipificar regras referentes aos atos dignos de punição.

c) conceder benefícios de indulto aos prisioneiros de guerra.

d) promover distribuição de terras aos desempregados urbanos.

e) conferir prerrogativas políticas aos descendentes de estrangeiros.

9. (Enem 2018) TEXTO I

Não é possível passar das trevas da ignorância para a luz da ciência a não ser lendo, com um amor sempre mais vivo, as obras dos Antigos. Ladrem os cães, grunhem os porcos! Nem por isso deixarei de ser um seguidor dos Antigos. Para eles irão todos os meus cuidados e, todos os dias, a aurora me encontrará entregue ao seu estudo.

BLOIS, P. Apud PEDRERO SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média: texto e testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000.

TEXTO II

A nossa geração tem arraigado o defeito de recusar admitir tudo o que parece vir dos modernos. Por isso, quando descubro uma ideia pessoal e quero torná-la pública, atribuo-a a outrem e declaro: — Foi fulano de tal que o disse, não sou eu. E para que acreditem totalmente nas minhas opiniões, digo: — O inventor foi fulano de tal, não sou eu.

BATH, A. Apud PEDRERO SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média: texto e testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000.

Nos textos são apresentados pontos de vista distintos sobre as mudanças culturais ocorridas no século XII no Ocidente. Comparando os textos, os autores discutem o (a)

a) produção do conhecimento face à manutenção dos argumentos de autoridade da Igreja.

b) caráter dinâmico do pensamento laico frente à estagnação dos estudos religiosos.

c) surgimento do pensamento científico em oposição à tradição teológica cristã.

d) desenvolvimento do racionalismo crítico ao opor fé e razão.

e) construção de um saber teológico científico.

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10. (Enem 2013) Durante a realeza, e nos primeiros anos republicanos, as leis eram transmitidas oralmente de uma geração para outra. A ausência de uma legislação escrita permitia aos patrícios manipular a justiça conforme seus interesses. Em 451 a.C., porém, os plebeus conseguiram eleger uma comissão de dez pessoas — os decênviros — para escrever as leis. Dois deles viajaram a Atenas, na Grécia, para estudar a legislação de Sólon.

COULANGES, F. A cidade antiga. São Paulo: Martins Fontes, 2000

A superação da tradição jurídica oral no mundo antigo, descrita no texto, esteve relacionada à a) adoção do sufrágio universal masculino.

b) extensão da cidadania aos homens livres.

c) afirmação de instituições democráticas.

d) implantação de direitos sociais.

e) tripartição dos poderes políticos.

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Gabaritos

Exercícios de fixação

1. As primeiras civilizações surgiram ao redor de rios como o Tigre, o Eufrates e o Nilo, e ficaram conhecidas como sociedades hidráulicas, por viverem diretamente em função da exploração das águas e terras férteis próximas desses rios.

2. A sedentarização humana, marcada pelo domínio da agricultura, somada à formação de sociedades com características mais complexas, com instituições políticas, hierarquização e diversificação social, marca o surgimento do Mundo Antigo e das primeiras grandes civilizações.

3. Características: descentralização política / relação de suserania e vassalagem / economia agrária / sociedade estamental / trabalho servil / domínio religioso.

4. As cruzadas foram missões religiosas e militares que tinham o intuito de reconquistar a cidade sagrada de Jerusalém e expandir a fé cristã. Dentro do contexto de ruralização e do fechamento da economia dentro dos feudos, as cruzadas facilitaram a reocupação das antigas cidades, o reavivamento do comércio e a abertura de antigas rotas comerciais.

5. A sociedade feudal era caracterizada por uma estrutura estamental. Os estamentos eram divididos entre os que guerreavam (nobreza), os que rezavam (clero) e os que trabalhavam (servos). A mobilidade social era quase inexistente, já que a posição ocupada era determinada pelo nascimento.

Exercícios de vestibulares

1. C

O trecho aponta para a importância dos rios e do domínio da construção de importantes tecnologias e técnicas para aproveitar a água de cada região, fatores que favoreceram a expansão de uma agricultura mais estável.

2. A

A escolha da região da Mesopotâmia foi estratégica, haja vista que a presença e o controle dos recursos hídricos foram um dos fatores apontados pelo Califa para sua a escolha.

3. C

A maioria dos fiéis católicos, durante a Idade Média, não sabia ler e nem escrever; logo, para fins educativos, os vitrais e as imagens católicas auxiliaram muito na difusão das ideias.

4. B

Quando se tornou a religião oficial do Império Romano, a Igreja Católica promoveu uma perseguição a toda e qualquer manifestação de cunho pagão, assim como precisou absorver algumas das práticas das antigas religiões como forma de consolidar o seu poder.

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16 5. A

Com o renascimento das cidades e o reavivamento do comércio durante a Baixa Idade Média, as cidades comerciais começaram a ganhar importância com suas atividades mercantis.

6. E

As cidades medievais se tornaram, sobretudo na baixa idade média, um espaço de trocas comerciais centrado em uma economia monetária. Apesar do contraste com o ambiente feudal, as cidades mantiveram elementos arquitetônicos dos feudos, como as muralhas.

7. A

O grande projeto de expansão do cristianismo, especialmente com as cruzadas, a partir de uma estratégia de retomada de territórios, levou a Igreja Católica a um processo de militarização da própria instituição.

8. B

O chamado Código de Hamurabi representa um pioneiro conjunto de regras/decisões pautadas na punição de crimes. A famosa frase “olho por olho, dente por dente” está associada à forma como essas leis eram aplicadas, punindo o criminoso de acordo com a gravidade do crime. Vale destacar que as leis eram aplicadas de formas diferenciadas e especialmente de acordo com a posição social.

9. A

Ambos os textos tratam de uma importante característica da filosofia medieval: a valorização dos argumentos de autoridade, isto é, das ideias e perspectivas de autores consagrados. De fato, seja visto sob um prisma positivo (como no texto I) ou negativo (como no texto II), o fato é que o pensamento medieval sempre entendia que as novas verdades devem sempre ser procuradas a partir da tradição, e não contra ela.

10. B

A expansão da cidadania aos homens livres possibilitou que essa oralidade fosse superada, uma vez que a sua atuação contribuiu para a diminuição das diferenças entre patrícios e plebeus, principalmente no quesito da aplicação da lei. Ainda é importante salientar que pode haver uma confusão com relação à letra C, que aponta as Instituições democráticas como solução. Entretanto, é importante lembrar que a democracia no Mundo Antigo se deu de forma diferente e de modos diversos, como apontado acima.

Lembrem-se de que a existência dessas instituições não necessariamente permitia a participação dos homens livres. A noção de cidadão variou bastante ao longo do tempo e do espaço.

Referências

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