Folha de aprovação
PAI
Este trabalho é dedicado a você, como forma de gratidão pelo seu maior presente:
minha vida. Não esqueço que não estás mais ao meu lado, mas sua ausência tem, misteriosamente, se transformado em presença em meu coração. Te levo comigo, em
mim.
AGRADECIMENTOS
Einsten mostrou, há mais de um século, o que os espiritualistas ou as pessoas que se encontram nas últimas etapas de suas vidas sempre afirmaram: “Toda realidade é relativa”. Eu, que não sou uma teórica da física, que não tenho sedimentado um hábito religioso e nem mesmo tenho experiência de vida suficiente para dar peso a essa afirmação, concordo, apesar de tudo, com ela. Tenho sentido essa relatividade das ações e das suas conseqüências em meu dia-a-dia. Como nos dois últimos anos, minha principal ocupação foi a produção dessa dissertação de mestrado, perceber quem fez parte do meu caminho nesse percurso é uma forma de relativizar, não só a minha participação, como a de todos ao meu redor. E esse exercício de localizar importâncias, limitá-las e traduzi-las em palavras, sob o risco de ser omissa ou injusta, em nenhum momento me pareceu fácil. Sinto-me, portanto, mais a vontade começando com os agradecimentos que de alguma forma envolvem menos emoções e são mais facilmente delimitados.
Agradeço então a esta Instituição de Ensino e Educação, UFPR, que me acolheu, tanto durante a graduação como agora nessa segunda etapa que constituiu meu mestrado. A parte dessa Universidade com a qual tenho maior contato é o Departamento de Sociologia, sob o qual estão aqueles cuja presença e convívio agradeço: meus professores Nelson Tomazi, Márcio de Oliveira, Ana Luiza, Miguel Rasia e Miriam Adelman. Ao primeiro sou grata pelas suas provocações, que sempre incomodaram e depois me obrigaram a buscar novamente um lugar de conforto intelectual; ao segundo agradeço sua dedicação como educador, sempre lendo nossos textos e assim nos incentivando paulatinamente a construir um discurso e um ponto de vista acadêmico e científico. Sou grata a Sueli, por estar atenta a todas minhas necessidades burocráticas. Agradeço os esforços de toda a equipe docente que compõem o departamento, por terem, anteriormente ao meu ingresso no programa, se esmerado em alcançar um padrão de qualidade que permitisse um número de bolsas com a CAPES; não fiz parte dessa luta, mas fui de forma definitiva beneficiada pelas conseqüências dela, sem a bolsa eu não teria cursado esse mestrado.
Agradecer, contudo, para mim, é mais do que cumprir um protocolo acadêmico;
a gratidão tem uma função religiosa, pois permite uma ligação consciente e verdadeira com todos aqueles que estiveram comigo durante esse trajeto de vida. Deus, isto é, a VIDA, manifestou-se em cada uma das pessoas e dos eventos que me acompanharam até aqui.
Sou grata a minha mãe, que exercitou durante esse período a face sábia do amor materno. Obrigada por nunca me deixar desistir e sempre acreditar que eu tinha forças suficientes para seguir meu caminho sem medo; obrigada por emanar um amor forte e presente, a ponto de não permitir que a saudade e a sensação de abandono me desmotivassem, apesar da distância de 2.400 km que nos separa fisicamente; obrigada por rezar tão disciplinar e devotamente para que meu caminho fosse abençoado – não consigo imaginar como poderiam ter sido meus dias sem suas bênçãos. Sei também que seu exemplo me guiou e imagino que você sinta tanto orgulho ao me ver terminando esse mestrado como eu sinto ao vê-la no mesmo período finalizando a sua graduação e especialização. Você sempre foi uma referência de força e suavidade em minha vida e por isso lhe sou profundamente grata.
Mix, minha irmã amada, a você sou grata por permitir que eu acompanhasse as intensas mudanças que ocorreram em sua vida nos últimos dois anos. Observar a maneira pela qual você se refez inteiramente em meio a tantas adversidades sempre foi para mim um exemplo de coragem, leveza e determinação. Sua conduta e suas palavras foram meu refúgio em vários momentos de dificuldade. Obrigada, minha linda.
Gu, meu irmão querido, a alegria com que você vive a sua vida e o bom humor com que alcança seus objetivos foram, em meu peito, como uma brisa doce em dias quentes. Obrigada por estar presente ao meu lado na última fase desse mestrado e obrigada por me ensinar, com sua descontração e jovialidade, que a vida não é uma emergência.
Agradeço a Shandha, que me proporcionou momentos de profundo encontro pessoal, depois dos quais nasceu a necessidade de buscar entender, “racionalmente”, qual é o mapa da existência feminina.
Agradeço a minha orientadora, Prof. Drª Maria Tarcisa, que oportunizou um crescimento intelectual que, por ser solitário, nem sempre é fácil, mas ao final do qual me sinto segura e confiante em minha capacidade de análise.
Agradeço ao Prof. Valdo Cavallet, por suas aulas de Docência do Ensino Superior, nas quais, pela primeira vez, a prática se mesclou a teoria de forma equilibrada e de onde saí com a certeza de que o sistema de educação é o mundo do qual eu prazerosamente faço parte.
Agradeço a Prof. Iria, por suas contribuições durante a qualificação desse texto.
Agradeço a Verinha por me mostrar que informação intelectual a respeito do mundo que nos cerca e vida emocional profunda podem conviver na mesma pessoa e, ainda por cima, com graciosidade.
Agradeço a Beatriz pelo apoio diário nos últimos momentos.
Agradeço a Hivis, Eder e Fer, meus conterrâneos e amigos de longa data, por todas as risadas e desabafos que partilharam comigo.
Agradeço ao Santiago, meu companheiro, meu amigo, meu amor, por ter sido meu porto seguro durante todo esse mestrado.
Dizem que, para a realização de cada ação concreta no mundo, dependemos de uma teia que nos liga diariamente a mais ou menos 3.000 outros seres humanos, que com seus trabalhos, nos ajudam de forma indireta. Termino então agradecendo a esses meus amigos e colaboradores “invisíveis”.
Era isso, mas não sei se disse bem, nem se fui assaz convicente Deleuze e Guatarri
RESUMO
Esta pesquisa objetiva identificar uma proposta de identidade feminina subjacente ao discurso de auto-ajuda que tematiza o comportamento de gêneros. A partir da análise de quatro obras que propõem distinções comportamentais para homens e mulheres, procuramos mostrar como o discurso de auto-ajuda atualiza, a partir de novas abordagens, paradigmas secularmente consolidados e mantidos pela sociedade ocidental. Para sustentar nossa análise, apoiamo-nos nas teorias sobre a identidade e a subjetividade de pensadores como Stuart Hall, Anthony Giddens e Félix Guattari; nos estudos sobre a cultura da auto-ajuda desenvolvidos por Francisco Rüdiger e Arnaldo Toni de Souza Chagas; e em pesquisas e teorias propostas pelos pensadores da condição feminina, como Judith Butler, Nancy Chodorow, Fraçoise Collin, Maria Fátima da Cunha, Anne Higgonet e Júlian Marías, dentre outros.
Palavras-chaves: Mulher – Auto-ajuda – Identidade feminina.
ABSTRACT
The aim of this research is to identify the feminine identity underlying the self-help speech present in gender behavior, Through the analysis of four works in which distinctive behavior patterns for men and women are discussed, we intend to point out how the self-help speech updates, from new appwauhci paradigms that have been consolidated and kept by western societies for centuries. We base our analysis on the theories about identity and subjectivity of thinkers such as Stuart Hall, Anthony Giddens e Félix Guattari; on studies about seff-help culture by Francisco Rüdiger and Arnaldo Toni de Souza Chagas; and on researches and theories proposed by thikers of the feminine condition such as Judith Butler, Nancy Chodorow, Fraçoise Collin, Maria Fátima da Cunha, Anne Higgonet and Júlian Marías, amongst others.
Key words: woman – self-help – feminine identity
SUMÁRIO
RESUMO... vii
ABSTRACT... vii
LISTA DE TABELAS... xi
LISTA DE GRÁFICO... xii
INTRODUÇÃO... 01
CAPÍTULO 1 – IDENTIDADE, SUBJETIVIDADE E LITERATURA DE AUTO-AJUDA ... 07
1.1 – A literatura de auto-ajuda ... 20
1.2 – O sujeito feminino no século XX... 34
1.3 – A mulher na mídia e na cultura de massas... 41
1.4 – Constituição histórica e social das identidades femininas e masculinas... 46
1.4.1 – Família e constituição da personalidade ... 51
1.4.2 – A constituição de papéis sociais... 60
1.4.3 – Natureza e cultura... 65
CAPÍTULO 2–A AUTO-AJUDA E A DISTINÇÃO DOS GÊNEROS... 74
2.1 – Resumo das obras... 82
2.1.1 – Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor? ... 82
2.1.2 – Por que os homens mentem e as mulheres choram? ... 90
2.1.3 – Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus ... 104
2.1.4 – Homem cobra Mulher polvo ... 114
2.2 – Comentários sobre as obras ... 119
2.2.1 – Testemunhos e pesquisas de público ... 129
2.2.2 – A autoridade do sujeito do discurso ... 129
2.2.3 – Exemplos ilustrativos... 135
2.2.4 – Interpelações ao leitor ... 137
2.2.5 – Ilustração com episódios do cotidiano “universal”... ... 138
2.2.6 – Apoio em discursos científicos... 138
CAPÍTULO 3 – A IDENTIDADE DA MULHER NO DISCURSO DA AUTO-AJUDA... 152
3.1.1 – Sexualidade, namoro e casamento... 153
3.1.2 – Afetividade... 174
3.1.3 – Maternidade, paternidade e educação dos filhos... 182
3.1.4 – Cognição... 186
3.1.5 – Sociabilidade... 191
3.1.6 – Trabalho... 194
3.2 – Um perfil de mulher... 200
3.3 – Apontamentos finais ... 205
CONSIDERAÇÕES FINAIS... 216
REFERÊNCIAS... 221
LISTAS
LISTA DE TABELA
TABELA 1 LIVROS SELECIONADOS INICIALMENTE 76
LISTA DE GRÁFICO
GRÁFICO 1 CATEGORIAS 205