• Nenhum resultado encontrado

Mulheres em luta pelo direito à comunicação

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Mulheres em luta pelo direito à comunicação"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

Mulheres em luta pelo direito à comunicação

Carta aberta por um novo marco regulatório para as comunicações no Brasil1

As  organizações  do  movimento  feminista  há  tempos  discutem  necessidade  de  mudanças no sistema midiático em nosso país de forma garantir liberdade de  expressão direito à comunicação de todos todas, não apenas daqueles que  detêm o poder político ou econômico e a propriedade dos meios de comunicação em  massa.  

Historicamente, combatemos mercantilização de nossos corpos invisibilidade  seletiva de nossa diversidade e pluralidade e também de nossas lutas. Denunciamos a  explícita coisificação da mulher na publicidade e seu impacto sobre as novas gerações,  alertando para poder que esse tipo de propaganda estereotipada discriminatória  exerce sobre construção do imaginário de garotas garotos. Defendemos uma  imagem da mulher na mídia que, em vez de reproduzir legitimar estereótipos de  exaltar  os  valores  da  sociedade  de  consumo,  combata  preconceito  as  desigualdades de gênero e raça tão presentes na sociedade.  

No  momento  em que governo  federal,  Parlamento  sociedade  brasileira  discutem a elaboração de um novo marco regulatório para as comunicações em nosso  país,  nós,  mulheres,  trazemos  público  nossas  reivindicações,  somando  nossos  esforços  ao  de  todos  os  movimentos  que  acreditam  na  urgência  de  uma  mídia  efetivamente plural e democrática para a consolidação da democracia brasileira. 

Afirmamos  importância  da  adoção  de  medidas  de  regulação  democrática  pelo  Estado sobre a estrutura do sistema de comunicações, propriedade dos meios e os  conteúdos  veiculados,  de  forma  que  estes  observem  estritamente  os  princípios  constitucionais do respeito aos direitos humanos à diversidade de gênero, étnico‐

racial de orientação sexual. Já passou da hora de Brasil respeitar os acordos  tratados internacionais que ratificou sobre este tema e de colocar em pleno vigor sua  própria  Constituição  Federal,  cujo  capítulo  da  Comunicação  Social  é,  até  hoje,  vergonhosamente, o menos regulamentado.  

Neste sentido, reivindicamos criação do Conselho Nacional de Comunicação, uma  das resoluções centrais da Conferência de Comunicação, até hoje não tirada do  papel. Defendemos ainda instituição de mecanismos de controle de propriedade,  com o estabelecimento de limites à propriedade cruzada dos meios; o fortalecimento  do  sistema  público  das  mídias  comunitárias;  transparência  procedimentos  democráticos no processo de concessão das outorgas de rádio televisão, com fim  das  concessões  para  políticos;  estímulo  à  produção  regional  independente, 

      

1 Este documento é fruto da Reunião Estratégica sobre Banda Larga e Marco Regulatório das Comunicações 

realizada pelo Instituto Patrícia Galvão, Geledés – Instituto da Mulher Negra e Intervozes – Coletivo Brasil de  Comunicação Social, com o apoio da Fundação Ford,  nos dias 3 a 5 de junho de 2011, em São Paulo, que teve  como objetivo a construção de uma agenda feminista de atuação de curto e médio prazo para a incidência no  debate público e também na 3a Conferência Nacional das Mulheres em torno desses dois temas: banda larga e  marco regulatório das comunicações. A reunião contou com a participação de ativistas e especialistas de várias  regiões do país, de diversas organizações feministas e do movimento pelo direito à comunicação. Veja mais  detalhes no site: www.patriciagalvao.org.br / e‐mail: agencia@patriciagalvao.org.br  

(2)

garantindo espaço para expressão da diversidade de gênero, étnico‐racial de  orientação sexual; mecanismos de proteção à infância adolescência, como o fim da  publicidade  dirigida  à  criança;  procedimentos  de  responsabilização  das  concessionárias de radiodifusão pela violação de direitos humanos na mídia, entre  outros. 

Num cenário de digitalização convergência tecnológica, entendemos que marco  regulatório  deve  responder  às  demandas  colocadas  em  pauta  promover  uma  reorganização do conjunto dos serviços de comunicações. Trata‐se de um processo  que não pode ser conduzido de forma apartada das diversas definições que já vem  sendo  tomadas  pelo  governo  federal  neste  campo,  como  os  recentes  acordos  anunciados com as empresas de telefonia em torno do Plano Nacional de Banda  Larga. 

As organizações do movimento feminista se somam à Campanha Banda Larga é um  Direito Seu! e repudiam não apenas o recuo do governo em fortalecer a Telebrás e dar  à empresa pública papel de gestora do PNBL como total entrega ao mercado da  tarefa de ofertar à população aquilo que deveria ser tratado como um direito:  acesso uma internet de qualidade, para todos todas. Para as mulheres, banda  larga é uma ferramenta essencial de inclusão social, acesso à saúde educação,  geração  de  emprego  renda,  acesso  à  informação  exercício  da  liberdade  de  expressão. Um serviço que deveria, portanto, ser prestado sob regime público. 

Por isso, porque queremos um novo marco regulatório para as comunicações, nós  iremos às ruas. Trabalharemos em 2011 para sensibilizar, formar e mobilizar mulheres  em todo o país. Defenderemos esta pauta na III Conferência Nacional de Políticas para  as Mulheres; no processo da Reforma Política; nas marchas que faremos Brasília; 

junto à Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão Direito à Comunicação  com  Participação  Popular;  em  nosso  diálogo  com  governo  federal  com  Presidenta Dilma. 

Esta é uma  luta estratégica para as  mulheres  fundamental para  democracia  brasileira. Dela não ficaremos fora. 

Brasil, julho de 2011. 

 

Instituto Patrícia Galvão – Mídia e Direitos  Geledés – Instituto da Mulher Negra 

Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social  ABCCOM ‐ Associação Brasileira de Canais Comunitários 

 ABCIBER ‐ Associação Brasileira de Pesquisadores em Cibercultura  ABONG – Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais   Acmun ‐ Associação Cultural de Mulheres Negras 

 ALCC‐ Associação de Apoio ao Imigrante em Portugal 

Anas do Brasil ‐ Educação Popular Ampliada ‐ Gênero na Reforma Urbana e Direitos  Humanos 

(3)

ARCCA ‐ Associação para Inclusão à Comunicação, Cultura e Arte  Article 19 ‐ Oficina para Sudamerica 

Articulação Brasileira de Lésbicas  Articulação de Mulheres Brasileiras 

Articulação de Mulheres do Amapá – AMA 

Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras  Articulação Mulher & Mídia Bahia 

Articulação Mulher e Mídia de SP 

Assesoar ‐ Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural ‐ Francisco Beltrão/PR  Associação Cultural e Recreativa Anjo Azul  

Associação Cultural Ilê Mulher ‐ Porto Alegre/RS  Associação de Mulheres da Zona Leste (SP)  Associação Fala Negão/Fala Mulher 

Associação Mulheres na Comunicação ‐ Goiânia 

Associação Multiplicadoras de Cidadania Flôr de Lótus de Nova Friburgo/AMB  Bamidelê ‐ Organização de Mulheres Negras na Paraíba 

Bem Mulher ‐ Direitos e Diversidades 

Casa Laudelina de Campos Mello ‐ Organização da Mulher Negra. Campinas/SP  Católicas pelo Direito de Decidir 

CCLF ‐ Centro de Cultura Luiz Freire (PE) 

Centro de Comunicação e Cultura Popular Olho da Rua  Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé  Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará‐CEDENPA  Centro de Referência da Cultura Negra de Venda Nova   CFEMEA – Centro Feminista de Estudos e Assessoria  CFP ‐ Conselho Federal de Psicologia 

Cipó ‐ Comunicação Interativa da Bahia  Ciranda Internacional da Comunicação   Coletivo de Mulheres Aqualtune – ES  Coletivo de Mulheres da CUT – Amapá  Coletivo Leila Diniz (RN) 

Coletivo Soylocoporti 

Colmeias ‐ Coletivo de Mulheres, Educação, Intervenção e Ação Social ‐ Campina Grande  (PB) 

Comitê pela Democratização do Ceará  Comunicação e Cultura – Fortaleza/CE  Comunicação Mulher – Comulher 

(4)

Conajira ‐ Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial  CONEN ‐ Coordenação Nacional de Entidades Negras 

Confederação das Mulheres do Brasil 

 Conselho Regional de Serviço Social ‐ CRESS 4ª Região  Criola Organização de Mulheres Negras‐ Rio de Janeiro/RJ  Elas por Elas ‐ Vozes e Ações das Mulheres‐S.Paulo 

Escola de Comunicação da UFRJ 

Federação das Associações de Mulheres de Negócios e Profissionais‐ BPW Brasil – MT  Federação Democrática Internacional de Mulheres 

FNDC ‐ Fórum Nacional Pela Democratização da Comunicação   Fopecom ‐ Fórum Pernambucano de Comunicação 

Fórum de Comunicação Sertão do São Francisco – Bahia   Fórum de Mulheres de Pernambuco 

 Fórum de Mulheres de São Leopoldo  Fórum de Mulheres do Espírito Santo 

Fórum Estadual de Mulheres Negras de Minas Gerais  Fórum Nacional de Mulheres Negras 

Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC‐CE)  Fórum Paraibano de Promoção da Igualdade Racial 

 FRENAVATEC ‐ Frente Nacional pela Valorização das TVs do Campo Público  Grupo Cactos (Paulista/PE)  

Grupo Curumim (PE) 

 Grupo de Mulheres Negras Malunga (Goiânia/GO)   Grupo de Teatro Loucas de Pedra Lilás 

 GT Mulheres do Fórum da Amazônia Oriental  IDEC ‐ Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor  IMEL ‐ Instituto Imersão Latina 

Imena – Instituto de Mulheres Negras do Amapá  Instituto AMMA Psique e Negritude 

Instituto Búzios 

Instituto Flores de Dan  Instituto Raízes da Terra ‐ ES  Instituto Telecom RJ 

Laboratório de Políticas de Comunicação (LaPCom) da Universidade de Brasília (UnB)  LBL ‐ Liga Brasileira de Lésbicas 

 MAMA – Movimento das Mulheres do Amazonas 

Mandato da Deputada Estadual Neusa Cadore – PT ‐ Bahia 

(5)

 Marcha Mundial das Mulheres 

Maria Mulher ‐ Organização de Mulheres Negras ‐ Porto Alegre/RS  Maria Mulher ‐ Organização de Mulheres Negras ‐ RS 

Movimento D´Ellas  

Movimento das Mulheres Trabalhadoras Urbanas de São Miguel Oeste SC‐ MMTU  Movimento Negro Unificado‐PE 

Movimento Permanente de Mulheres de Políticas Públicas da Baixada Fluminense e  Território Nacional  

Observatório da Mídia Regional: direitos humanos, políticas e sistemas  Observatório da Mulher 

 Observatório Negro 

Observatório Negro – Recife/PE 

Pastoral Afrobrasileira do Litoral Norte de Ubatuba‐SP  Prevenção Madalena's / Suiça ‐ Brasil 

Programa de Pós‐Graduação da Eco‐UFRJ ‐ Grupo de Pesquisa em Política e Economia  da Informação e da Comunicação (PEIC) 

Projeto Promotoras Legais Populares de Taubaté‐SP   Rede das Mulheres de Terreiro de Pernambuco  Rede de Mulheres da AMARC‐BRASIL 

Rede de Mulheres em Articulação na Paraíba  Rede de Mulheres em Comunicação 

Rede Mulheres Negras – PR 

Rede Nacional da Promoção e Saúde das Lésbicas Negras ‐ Rede Sapatà  Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos  REDEH – Rede de Desenvolvimento Humano 

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul 

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce)  Sociedade das Jovens Negras Feministas 

SOS CORPO ‐ Instituto Feminista para a Democracia  Teatral Grupo de Risco ‐ Mato Grosso do Sul 

TV Comunitária de Brasília 

 Uiala Mukaji Sociedade das Mulheres Negras de Pernambuco  

Umar ‐ União de Mulheres Alternativa e Resposta/ Observatório das Representações de  Género dos Media 

União Alternativa Cultural – UNIAC  União Brasileira de Mulheres – UBM  Via TV Mulher 

Referências

Documentos relacionados

Ficam convocados os 87 cooperados da COOPERTRANSCABO – Cooperativa de Transporte Complementar do Cabo de Santo Agostinho – PE, CNPJ nº 06.922.757/0001-19, para se reunir em

Nenhum governo tem mandato para alienar a nossa soberania, pelo que conclamamos as entidades da sociedade civil a se unirem a nós para solicitar ao Congresso Nacional que impeça

1 Pesquisa realizada pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em parceria com a ONU Mulheres, a partir dos dados com indicadores da PNAD (Pesquisa Nacional por

teórico-políticas do feminismo no Brasil; analisar as principais im- plicações políticas da institucionalização do movimento feminista para a luta pela emancipação das mulheres;

Para o segurado que op- tar pelo pedágio de 100%, a aposentadoria é concedida a quem trabalhar pelo dobro do tempo que faltava para atin- gir o tempo mínimo de con- tribuição, de

Além disso, 20 mulheres que relataram sentirem mais medo do assédio e da violência sexual também afirmaram que não há nenhum local da cidade em que não se sintam

Enquanto o movimento feminista lutava pelo direito das mulheres e do direito ao poder e ao lucro, os homens também foram renegados e negados em suas faltas.. O

No entanto, tais limitações devem obedecer a uma série de exigências, entre as quais a necessidade de haver adequação, necessidade e proporcionalidade da medida, não apenas