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DIREITO PROCESSUAL CIVIL. 1. Títulos Executivos Judiciais art. 475-N - continuação:

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

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PONTO 1: Títulos Executivos Judiciais – art. 475-N - continuação PONTO 2: Liquidação de sentença

PONTO 3: Execução provisória e execução definitiva de título judicial

PONTO 4: Competência para o desencadeamento do cumprimento de sentença

PONTO 5: Execução de Título Extrajudicial

1. Títulos Executivos Judiciais – art. 475-N - continuação: Art. 475-N. São títulos executivos judiciais:

I – a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia;

II – a sentença penal condenatória transitada em julgado;

III – a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que inclua matéria não posta em juízo; IV – a sentença arbitral;

V – o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente; VI – a sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;

VII – o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal.

Inciso II: sentença penal condenatória transitada em julgado. Há divergências. A execução de uma sentença penal é sempre definitiva, não existe execução provisória de sentença penal, ou seja, sem o transito a sentença penal não pode ser executada.

Jurisprudência do STJ: a sentença penal condenatória transitada em julgado é título executivo apenas em relação ao autor do fato típico, não é título em relação a terceiros que também tenham responsabilidade civil.

Por exemplo, a um determinado motorista trafegando com veículo da empresa da qual é funcionário e acaba se acidentando e atropela alguém que vem a falecer. Quem será o réu em uma ação penal? O motorista, mas a empresa também tem responsabilidade civil. Em havendo a condenação do motorista, apenas o motorista é que poderá ser réu em eventual execução dessa sentença penal, porque apenas ele participou do contraditório. Como a empresa não participou do contraditório ela não poderá ser ré nesta execução. Contra a empresa obrigatoriamente a vítima ou seus sucessores precisará ajuizar ação de reparação de danos.

Contra o autor do fato típico a vítima ou seus sucessores tem duas opções: primeira opção é aguardar o transito em julgado da sentença penal e executá-la; segunda opção a vitima

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ou seus sucessores poderão também não aguardar a solução do crime e resolver ajuizar imediatamente uma ação de reparação de danos, que é a ação civil ex delito.

Nós podemos ter o ajuizamento de uma ação civil ex delito contra o autor do fato típico e contra terceiros tramitando paralelamente com uma ação penal.

A ação penal não obriga a que o juízo civil suspenda a tramitação da ação civil, o juiz suspende se quiser, é discricionariedade.

A relação existente entre a coisa julgada da sentença penal absolutória em relação a indenização civil:

REGRA, a sentença penal absolutória não faz coisa julgada no civil, ou seja, mesmo que o réu seja absolvido no crime ele poderá vir a ser condenado no cível, art. 3861

CPP.

EXCEÇÕES: há casos em que a sentença penal absolutória transita em julgado no cível, como nos casos de reconhecimento de negativa de autoria não há como o réu vir a ser condenado no cível; ainda faz coisa julgada no cível quando reconhecida a inexistência do fato no juízo criminal; também nas excludentes de ilicitudes, como na legitima defesa faz coisa julgada cível, exceto se houver excesso na legitima, caso em que responderá pelo excesso. No que tange ao estado de necessidade há entendimento no sentindo que também há responsabilidade civil.

O que pode ocorrer quando as duas ações tramitam simultaneamente?

Primeira situação, a vitima ajuíza contra o autor do fato típico uma ação de reparação de danos, que é uma ação civil ex delito, paralelamente à esta ação há uma ação penal contra o autor do fato típico, o magistrado resolve não suspender a tramitação da ação cível e julga a cível primeiro procedente, e a sentença transita em julgado, passam-se os dois anos da

1 Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:

I - estar provada a inexistência do fato; II - não haver prova da existência do fato; III - não constituir o fato infração penal;

IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;

VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do

Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; VII – não existir prova suficiente para a condenação

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rescisória e após o juiz do crime julga a ação penal improcedente absolvendo o réu por negativa de autoria.

Há duas posições a respeito de qual das coisas julgadas que valerá, a primeira é sustentada pelo Araken de Assis, e segundo ele o que vale é a primeira coisa julgada, assim, mesmo que o autor não tenha cometido o delito ele será condenado a pegar perdas e danos. A segunda posição da doutrina é sustentada pelo Ministro Teori Zawaski e pelo Theodoro Junior, de acordo com estes, o que deverá prevalecer será a coisa julgada do crime, porque se o sujeito não foi o autor do fato típico, tal como reconhecido na sentença penal não há como ele ser condenado a pagar perdas e danos. Caso o réu já tenha pago caberá uma ação de repetição de indébito.

Segunda situação, também existe uma tramitação simultânea da ação penal com a ação cível, todavia aqui o magistrado julga a ação cível primeiro e improcedente e a sentença transita em julgado, passam-se os dois da rescisória. Após é julgada a ação penal e condena o réu a 10 anos de reclusão. Aqui o que vale é a coisa julgada da improcedência do âmbito cível ou a coisa julgada da condenação penal? Há duas posições: Araken diz que vale a improcedência do cível; e segunda posição sustentada pelo Teori e Theodoro dizendo que vale a condenação penal, sendo a sentença penal titulo executivo basta liquidá-la e executá-la.

No que tange com a alteração legislativa ocorrida em agosto de 2008 no CPP, o magistrado na sentença penal condenatória deverá fixar o valor mínimo do dano, mas o problema é que o magistrado não tem elementos para fixar o valor mínimo, porque a fixação do valor pode depender de perícia, de testemunhas, e não há como abrir uma instrução no processo penal para apurar o valor mínimo, porque não há momento no processo penal para isso.

Se o magistrado fixar o valor mínimo na sentença penal a execução deste valor também será sempre definitiva, porque preciso do transito em julgado para executar a sentença penal. Fixado o valor mínimo nada impede que a vitima ou seus sucessores busquem a elevação deste valor mínimo em sede de liquidação, ou mesmo busque a reparação de outros danos em sede de liquidação.

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Na prática pode-se ter execução do valor mínimo e liquidação de complementação tramitando paralelamente.

Inciso III - trata da sentença homologatória de transação ou de conciliação mesmo que verse sobre matéria não posta em juízo.

De acordo com este inciso as partes podem transacionar em objeto diverso do pedido. E se o acordo foi descumprido poderá ser executado tudo, incluindo o objeto diverso do pedido original (a ideia é evitar o ajuizamento de nova ação). É comum em caso de partes que se demandam reciprocamente em inúmeros processos, sendo possível que as partes pactuem um acordo envolvendo mais de um processo. Se o acordo incluir divida ainda não vencida, no caso de descumprimento ela será devida.

Inciso IV - trata da sentença arbitral, que é o único dos títulos judiciais que não está sujeito a chancela do Poder Judiciário.

Inciso V - Trata do acordo extrajudicial judicialmente homologado, que é título judicial. Quando as partes firmam um acordo extrajudicial tem duas opções:

- primeira opção é revestir o acordo da natureza de titulo extrajudicial e submetê-lo à homologação, por ex: as partes firmam acordo por escritura publica ou instrumento particular e homologam ele, nesta primeira hipótese se o acordo for descumprido a execução será de titulo judicial, o que é melhor para o credor (o que é melhor para o credor, pois para o devedor impugnar terá a matéria restrita).

- A segunda possibilidade das partes é firmar o acordo revestido na forma de título extrajudicial e não homologam, neste caso se o acordo vier a ser descumprida a execução será de titulo extrajudicial.

Inciso VI - trata da sentença estrangeira homologada pelo STJ. A sentença estrangeira só é título executivo se homologada pelo STJ, sendo a homologação condição de eficácia da sentença, ou seja, sem a homologação pelo STJ esta sentença não produzirá efeitos.

Inciso VII - trata do formal e certidão de partilha em relação aos herdeiros, sucessores e inventariante.

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- Primeira posição, segundo Araken apenas os formais e a certidões de partilha extraídos dos inventários e arrolamento é que são títulos executivos, porque o inciso VII afirma que é em relação a herdeiro, sucessor e inventariante, posição restritiva.

- Segunda posição, Ministro Teori e Dinamarco, dizem que também outros formais de partilha são títulos executivos, como os extraídos dos divórcios, separações, dissoluções de união estável, dissoluções de sociedade. A interpretação do Teori é no sentido de atualizar o artigo, porque o mesmo é uma cópia de um artigo que existia na época em que sequer havia divórcio no Brasil. (esta discussão é apenas doutrinária, assim aconselha-se a posição do Araken que traz a literalidade da norma)

Art. 475-N, Parágrafo único - Este parágrafo excepciona uma ideia que vimos na primeira aula, ou seja, que o devedor é intimado para pagar em 15 dias, todavia, em três hipóteses o devedor não será intimado, mas sim citado, são elas: execução de sentença penal, execução de sentença arbitral, execução de sentença estrangeira. Na liquidação e execução também será citado, e não intimado, porque nestas hipóteses ele nunca foi citado no Brasil no processo cível. Ele precisa ser citado para evitar-se eventual arguição de nulidade no processo.

PROBLEMA: se o devedor é citado nestas três hipóteses a execução de título judicial tem natureza de ação ou é mero incidente, a maioria afirma que se é citação a execução seria ação (mas aqui tem outro problema, pois se é ação qual será o rito que será seguido? Há quem entenda que como é ação se aplicaria as regras do Livro II, porque este trata de uma ação de execução, e conseqüentemente, o devedor embargaria. Como aplicar o Livro II se este refere-se as execuções de títulos extrajudiciais, e esrefere-ses três títulos em questão são judiciais. A posição predominante é que é Ação, e em sendo título judicial não há outra alternativa senão a aplicação das regras do Livro I, ou seja, o devedor é citado para pagar em 15 dias, se tiver bens penhoráveis vai impugnar e execução, e não embargá-la, ou seja, para a posição dominante é ação e aplicam-se as regras do Livro I.

2. Liquidação de sentença:

Natureza da liquidação: a liquidação via de regra também não é mais ação, tem natureza meramente incidental, é também é uma fase, seria um prolongamento da fase de conhecimento.

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São três as razões para afirmar que a liquidação tem natureza incidental, as quais estão previstas nos artigos 475-A2 e 475-F3 ambos do CPC: a liquidação é desencadeada por requerimento, se fosse ação seria petição inicial; a parte contraria será intimada para falar sobre a liquidação, se fosse ação seria citada; o recurso cabível contra a decisão que julga uma liquidação é o agravo de instrumento, se fosse ação não seria o agravo, mas sim apelação.

Legitimação para o desencadeamento de uma liquidação: tanto o credor, quanto o devedor tem legitimação para desencadear uma liquidação, o devedor pode ter interesse em pagar a dívida.

Modalidades de liquidação: a maioria da doutrina reconhece duas modalidades, liquidação por artigos e liquidação por arbitramento. E Araken fala ainda da liquidação por cálculo, no caso das sentenças que dependem de cálculo aritmético (sentenças do art. 475-B4 CPC).

A liquidação por artigos será desencadeada sempre que houver a necessidade de se provar um fato novo (o que é um fato novo? Há dois tipos de fato que a doutrina e a jurisprudência consideram novos aptos a desencadear uma liquidação por artigos:

- primeira espécie é o fato ocorrido após a sentença;

- a segunda espécie é um fato que é velho, mas que deixou de ser provado na fase de conhecimento, ex: ação de reparação de danos que um vizinho ajuíza contra o outro por queda de uma barragem e a terra é invadida pelas águas ocorrendo destruição de construção, o prejudicado ajuíza ação de reparação de danos contra o dono da barragem, o juiz condena a pagar perdas e danos, mas na ação de conhecimento não foi feito a prova do prejuízo. Assim será apurada na fase de liquidação por artigos, porque tem-se que comprovar o fato.

Na liquidação por arbitramento será desencadeada quando for da natureza da obrigação ou se assim o magistrado determinar por ocasião da sentença. Ainda na liquidação

2 Art. 475-A. Quando a sentença não determinar o valor devido, procede-se à sua liquidação.

3 Art. 475-F. Na liquidação por artigos, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum (art. 272).

4 Art. 475-B. Quando a determinação do valor da condenação depender apenas de cálculo aritmético, o credor requererá o

cumprimento da sentença, na forma do art. 475-J desta Lei, instruindo o pedido com a memória discriminada e atualizada do cálculo.

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por arbitramento não há que se falarem prova de fato novo, na verdade há o arbitramento de determinado valor pelo magistrado, o que independe da prova de fato, ou porque não se tem como provar o fato.

Súmula 3445 STJ, será possível o desencadeamento de uma liquidação em modalidade diversa aquela que for determinada na sentença, pois do contrario a sentença seria inexequível.

Com base no disposto nesta Súmula pode-se afirmar tranquilamente que aquela parte da sentença que fixar a modalidade de liquidação não transita em julgado materialmente.

Nas sentenças que dependam de cálculo aritmético o requerimento da execução, via de regra, deverá vir acompanhado com a memória discriminada do cálculo, ou seja, o ônus de elaborar o cálculo é do credor. Em duas hipóteses, todavia, o credor poderá requerer a remessa dos autos ao contador para que este elabore o cálculo ante de desencadeada a execução: (estas hipóteses são resquícios da velha liquidação por cálculo que tínhamos antes de 1994) primeira hipótese os beneficiários da AJG, porque há cálculos complexos que o advogado não tem como fazer e a parte não tem como pagar; segunda hipótese jurisprudencial é nos caso em que a Fazenda Pública é parte, aqui é possível a remessa dos autos ao contador, em razão do interesse publico.

Força ou natureza predominante do provimento que vai julgar a liquidação, há três posições:

- Primeira posição é de que este provimento teria natureza declaratória, esta posição é defendida por Candido Dinamarco, segundo ele as ações declaratórias são as únicas que se prestam para que o autor seja autor e que possa também ser réu, ou seja, todo autor de uma ação declaratória de existência pode ser réu de uma ação declaratória de inexistência, ora como as declaratória são as únicas que se prestam para isso a decisão também seria declaratória porque ela pode ser desencadeada tanto pelo credor, quanto pelo devedor (posição é minoritária).

- Segunda posição (dominante), tem três variações de nomenclaturas. Esta posição afirma que a decisão que julga uma liquidação faz muito mais do que só declarar na verdade ela complementa algo que falta na sentença condenatória, razão pela qual ela vai ter a natureza

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integrativa (Pontes de Miranda). O Dinamarco critica a posição de Pontes dizendo que decisão integrativa não existe. Ovídio defende Pontes e diz que quando Pontes refere a natureza integrativa na verdade ele esta se referindo ao efeito constitutivo e diz que ela é constitutiva, ou seja, as expressões integrativas e constitutivas seriam sinônimos. A maioria da doutrina diz que ela é constitutiva, Teori e Araken concordam. O Nelson Nery partilha do mesmo entendimento, mas diz que esta decisão seria integrativa-constitutiva.

- Terceira posição, é sustentada pelo Calamandrei, é importante porque ela enseja a tese da chamada Liquidação Zero, que tem sido adotada pelos Tribunais. Segundo Calamandrei, a verdadeira decisão condenatória é aquela que julga a liquidação, segundo ele a sentença liquidanda é uma falsa condenatória, porque a decisão que julgar a liquidação poderá chegar a conclusão que nenhum valor é devido, que é o que se chama de liquidação zero.

Crítica da terceira posição: Se a resultado da liquidação for zero a sentença não deveria ser de procedência, mas de improcedência. Em que pese a critica do Ovídio, no Foro a liquidação zero existe, porque há fatos que deveriam ser provados na fase de conhecimento e o juiz deixa para a fase de liquidação.

O STJ e a Justiça Federal e a Justiça Estadual admitem esta liquidação zero.

3. Execução provisória e execução definitiva de título judicial: Art. 475-I, § 1°6

CPC - é definitiva a execução de uma sentença transitada em julgado, e será provisória a execução de uma sentença quando pendente de julgamento um recurso recebido apenas no efeito devolutivo. Não apenas as sentenças condenatórias são títulos executivos, como temos outros títulos:

A sentença penal, arbitral e estrangeira a execução será sempre definitiva, não existe execução provisória destes três títulos executivos.

A execução dos provimentos antecipatórios é provisória, porque estes provimentos podem ser revogados.

6 Art. 475-I, § 1o É definitiva a execução da sentença transitada em julgado e provisória quando se tratar de sentença impugnada

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Astreintes em julgados recentes o STJ tem admitido a execução provisória de Astreintes razão pela qual pode-se afirmar que a execução de Astreintes poderá ser tanto provisória, quanto definitiva.

Os Princípios que norteiam a execução provisória estão nos incisos no art. 475-O7, CPC:

1°) A execução provisória se processa do mesmo modo que a definitiva com algumas diferenças, ou seja, é cumprimento de sentença o devedor é intimado para pagar em 15 dias, há nomeação de bens à penhora, devedor impugna, na execução provisória há alienação de bens, há o levantamento do depósito em dinheiro, todavia, a regra na execução provisória é que a alienação de bens e o levantamento do deposito em dinheiro exigem a prestação de caução , que pode ser real ou fidejussória.

Há duas exceções:

- Primeira ocorre nas execuções de alimentos com valor de até 60 salários mínimos o magistrado pode dispensar a prestação de caução se o alimentando demonstrar a condição de necessitado (primeira consideração sobre esta exceção: ela se refere não apenas sobre alimentos decorrentes de parentesco, mas também aqueles decorrentes de atos ilícitos; segunda consideração: não é por ser credor de alimentos que o legislador presumiu a condição de necessitado do alimentando, assim de acordo com o art. 475-o o alimentando tem que provar a condição de necessitado).

- Segunda ocorre se o REsp e o RExt não forem admitidos estando pendente de julgamento recurso de agravo o magistrado pode dispensar a prestação de caução, pois a chance desta decisão ser revertida é mínima, logo o juiz pode dispensar a caução por isso. Todavia nesta mesma hipótese se o REsp e o RExt não forem admitidos estando pendente um agravo de julgamento se o juiz entender que o devedor possa sofrer um dano grave de difícil reparação ele pode exigir caução, ou seja, discricionariedade judiciária.

7 Art. 475-O. A execução provisória da sentença far-se-á, no que couber, do mesmo modo que a definitiva, observadas as seguintes

normas:

I – corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exeqüente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido;

II – fica sem efeito, sobrevindo acórdão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidados eventuais prejuízos nos mesmos autos, por arbitramento;

III – o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem alienação de propriedade ou dos quais possa resultar grave dano ao executado dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.

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2°) Princípio do retorno das partes ao status quo anterior em sendo revogado o provimento que estiver sendo executado, por ex: execução provisória que tem penhora e sentença de procedência é totalmente alterada no Tribunal, desconstitui-se a penhora- PROBLEMA: se já tiver havido venda de patrimônio na execução provisória? Diz Teori, não há como se aplicar a literalidade do art. 475-O CPC, ou seja, não irá se desfazer a venda, porque já há terceiros de boa-fé envolvidos. Na hipótese de venda o devedor que sofreu o prejuízo deverá buscar o prejuízo do credor liquidando nos próprios autos as respectivas perdas e danos.

3°) Princípio da responsabilidade civil do credor na execução provisória. A responsabilidade civil aqui também é de natureza objetiva, porque credor que vende bem ou ainda, credor que levanta dinheiro quando há um recurso pendente de julgamento assume o risco de causar prejuízo ao devedor. Os prejuízos sofridos pelo devedor em execução provisória são liquidados nos próprios autos, sendo que a lei fala no art. 475-J8

que a liquidação será por arbitramento.

Na execução provisória não incide a multa de 10 %. (STJ vincula a multa ao trânsito em julgado).

No sistema revogado a execução provisória era desencadeada através de carta de sentença ou autos suplementares, estava prevista no art. 589, CPC. Hoje isso não existe mais, hoje a execução provisória é desencadeada por requerimento que deve estar instruído com o traslado das peças elencadas no §3°9

do art. 475-O do CPC.

8 Art. 475-J. Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de quinze

dias, o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se-á mandado de penhora e avaliação.

9 Art. 475-O, §3º Ao requerer a execução provisória, o exequente instruirá a petição com cópias autenticadas das seguintes peças do

processo, podendo o advogado declarar a autenticidade, sob sua responsabilidade pessoal: I – sentença ou acórdão exeqüendo;

II – certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo; III – procurações outorgadas pelas partes;

IV – decisão de habilitação, se for o caso;

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4. Competência para o desencadeamento do cumprimento de sentença - Art. 475-P CPC: Art. 475-P. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:

I – os tribunais, nas causas de sua competência originária; II – o juízo que processou a causa no primeiro grau de jurisdição;

III – o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral ou de sentença estrangeira.

Inciso I - nas causas de competência originaria de Tribunais, a execução se processa perante o respectivo Tribunal.

Inciso II - nas sentenças cíveis condenatórias o credor tem três opções quanto ao desencadeamento da execução: ele pode desencadear a execução perante o magistrado que prolatou a sentença, ou perante o foro do domicilio do devedor, ou no foro onde o devedor tenha bens penhoráveis. Essa opção está no parágrafo único do art. 475-P, o propósito foi de eliminar cartas precatórias.

Inciso III - trata da execução da sentença penal, arbitral e estrangeira são seguidas as regras do Livro I.

5. Execução de Título Extrajudicial:

Que tem por objeto obrigação para pagamento/dinheiro, estão no Livro II do CPC: este procedimento teve alterado 85 artigos em 2006.

Obs: A lei de Execuções Fiscais também é de titulo extrajudicial, mas foi feita para a Fazenda Pública.

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