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Lei ou Graça? ou Lei e Graça!

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Academic year: 2021

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‘Lei ou Graça?’ ou ‘Lei e Graça!’

Desde há muito que persiste a ideia no cristianismo em geral de que vivemos numa era de graça – a era do chamado Novo Concerto – por oposição a uma era de Lei (doravante designada Torá1) – a era do Antigo Concerto.

Esta ideia é fruto de várias coisas, a primeira das quais foi o anti-semitismo generalizado que começou a proliferar dentro da igreja desde muito cedo (sécs. I e II d.C.), sobretudo a partir do momento em que os gentios começaram a ter a predominância dentro da chamada ‘igreja primitiva’. Isto conduziu a um generalizado adultério da própria Palavra de Deus, procurando erradicar desta e dos ensinamentos que dela se podiam extrair, toda e qualquer referência que pudesse ser minimamente associada ao povo de Israel. Estes passaram a ser o alvo de um Antigo Concerto, entretanto abolido, sujeitos às arbitrariedades de uma Lei primitiva e a um Deus cruel que matava indiscriminadamente. Passaram a ser um mero tipo de uma igreja espiritual futura, essa sim, alvo de um Novo Concerto no qual essa Lei pesada e injusta fora abolida na Cruz e resgatados por um Deus, já não cruel, mas de amor e infinita misericórdia. Daqui surgiram as ideias dispensacionalistas, segundo as quais Deus terá findo as suas relações com o povo de Israel e dirigido as promessas feitas a este à igreja – as duas dispensações.

O único problema com tudo isto é que estes ensinamentos são total e radicalmente contrários às Escrituras.

Malaquias 3:6

“Porque eu, YHWH, não mudo.”

Bastaria esta passagem para deitar por terra tudo o que atrás foi exposto, mas para além desta temos muitas mais, como por exemplo:

Oseias 1:10

“Todavia o número dos filhos de Israel será como a areia do mar, que não pode medir-se nem contar-se; e acontecerá que no lugar onde se lhes dizia: Vós não sois meu povo, se lhes dirá: Vós sois filhos do Deus vivo.”

Mateus 5:17-18

“17 Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir. 18 Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.

Actos 21:20

“E, ouvindo-o eles, glorificaram ao Senhor, e disseram-lhe: Bem vês, irmão, quantos milhares de judeus há que crêem, e todos são zeladores da lei.” (At 21:20)

1

Torá – tem um significado muito mais amplo que meramente “Lei”. Significa, “instrução” ou “ensinamentos” de Deus.

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A ideia de que a graça de Deus não estava acessível à humanidade antes da vinda de Jesus, é ela própria uma ideia errónea. Na realidade, a graça de Deus tem estado disponível ao homem desde o pecado de Adão. Sempre que um pecador arrependido se apresenta perante YHWH a graça de Deus é-lhe livremente facultada e desde sempre assim foi como vemos pelos seguintes textos:

Génesis 6:8

“Noé, porém, achou graça aos olhos de YHWH.”

Génesis 19:19

“Eis que agora o teu servo [Ló] tem achado graça aos teus olhos, e engrandeceste a tua misericórdia que a mim me fizeste, para guardar a minha alma em vida...”

Êxodo 33:12-13

“12 E Moisés disse a YHWH: Eis que tu me dizes: Faze subir a este povo, porém não me fazes saber a quem hás de enviar comigo; e tu disseste: ‘Conheço-te por teu nome, também achaste graça aos meus olhos.’ 13 Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber o rogo-teu caminho, e conhecer-rogo-te-ei, para que ache graça aos rogo-teus olhos; e considera que esta nação é o teu povo.”

Salmo 84:11

“Porque YHWH Deus é um sol e escudo; YHWH dará graça e glória; não retirará bem algum aos que andam na rectidão.”

Estas e muitas mais passagens bastam para ilustrar o ponto de que a graça e misericórdia divinas têm, desde sempre estado acessíveis ao homem.

O que se passa com a vinda do Messias, Yeshua, é que a graça e misericórdia de YHWH que desde sempre têm estado acessíveis ao homem, passam agora a ser canalizadas pelo Seu filho, Yeshua, uma vez que ele pagou o preço do nosso pecado na sua carne. Mais, podemos mesmo dizer que mesmo desde os tempos antigos, a graça e misericórdia que era estendida aos servos de Deus, o era através de Yeshua, muito embora ele não tivesse ainda aparecido em cena. Afinal, como disse João, o baptista, ele é “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29), mas este Cordeiro foi morto desde a fundação do próprio mundo (Apocalipse 13:8) o que significa que a redenção que nos vem pelo seu sacrifício é intemporal.

2Timóteo 1:9

“Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos;”

1Coríntios 1:4

“Sempre dou graças ao meu Deus por vós pela graça de Deus que vos foi dada em Jesus Cristo.”

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Efésios 2:7

“Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para connosco em Cristo Jesus.”

Actos 15:11

“Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles também [os patriarcas].”

A ideia prevalece ainda hoje de que pelo facto de estarmos debaixo da graça estamos agora livres da Torá, ou seja, das Leis e ensinamentos de YHWH. Nada mais falso e mesmo contraditório. Ninguém discorda de que não devemos pecar e que o sangue derramado pelo Cristo é, na realidade o preço pago pelos nossos pecados. Isto, creio eu, é indiscutível. Porém, muitos que tal afirmam sustentam também que essa mesma Torá foi pregada na cruz revelando assim uma total ignorância acerca do que é, na verdade, o pecado que esse sangue cobre. É precisamente a Torá de YHWH que define o que é e não é pecado.

1João 3:4

“Qualquer que comete pecado, também comete iniquidade; porque o pecado é iniquidade.” E “iniquidade” significa transgressão da Lei.

Romanos 7:7

“Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás.”

Romanos 3:20

“Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.”

Efectivamente a Torá nunca foi dada com o intuito de por ela nos justificarmos. A nossa obediência aos preceitos divinos não apaga nem pode apagar, as nossas faltas passadas. A Torá é o nosso fio de prumo. Por ela nos devemos reger e viver as nossas vidas, porém, o simples facto de sermos obedientes à vontade de Deus não pode de forma alguma, obliterar as nossas insuficiências, ou seja, os nossos pecados. De todas as vezes que ficamos aquém daquilo que Deus traça para nós na Sua Palavra pecamos e o pecado não pode ser ignorado. O pecado pode ser castigado ou perdoado mas nunca ignorado. Na realidade podemos ir mais longe e dizer que ele tem sempre de ser castigado. Não é por cumprirmos a Sua vontade em mil outras coisas que deixamos de ser culpados da única vez que transgredimos. Os restantes cumprimentos não nos redimem da nossa falta. Essa transgressão implica sempre um castigo. Até mesmo perante as leis humanas isto é fácil de entender. Um homem que cometa um assassinato, que não seja apanhado pela polícia e mais tarde se arrependa do que fez pode passar o resto da vida a fazer obras de beneficência para se tentar redimir que nunca o consegue. Se entretanto for descoberto pela polícia e levado a tribunal ele será julgado pelo homicídio que cometeu independentemente das boas obras que possa ter feito ao longo da vida. O mesmo se passa connosco perante o Nosso Pai Celestial. Não é por cumprirmos a Sua vontade (o que não é mais que a nossa obrigação – Eclesiastes 12:13) que nos isentamos do castigo sobre as vezes em que não

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cumprimos. Isto é muito importante: os nossos pecados nunca podem ser perdoados com base na nossa subsequente obediência. A isto chama-se legalismo.

Quando alguém, genuinamente arrependido, confessa perante Deus o seu pecado, Deus estende-lhe a Sua graça e perdoa-o, mas este perdão tem um preço enorme. O pecado acarreta sempre um castigo e foi para pagar esse nosso castigo que o Seu filho Jesus morreu na qualidade de Cordeiro expiador. Porque o pecado não pode ser ignorado. Este processo revela a graça de Deus para com os seus filhos. Quem rejeita o sacrifício redentor do Cristo enfrenta a morte eterna pois terá então de pagar, ele próprio, o preço do seu pecado.

1Timóteo 2:5-6

“5 Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. 6 O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo.”

Efésios 2:8

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.”

Tito 3:7

“Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna.”

É um grave erro supor, como muitos, que por estarmos debaixo da graça já não estamos sujeitos à Lei e que podemos pecar porque Deus perdoa, afinal Ele é Amor. Na verdade, todos aqueles que se encontram debaixo da graça de YHWH não devem viver pecando mas, pelo contrário, devem pautar as suas vidas pelos padrões de santidade estabelecidos na Torá de Deus.

Romanos 6:1-2

“1 Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? 2 De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?”

Romanos 6:14-15

“14 Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça. 15 Pois quê? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum.”

Estas e outras palavras de Paulo têm sido mal interpretadas desde há muito para sustentar uma abolição da Torá. Afinal, não diz ele que já não estamos debaixo da Lei mas sim debaixo da Graça? Não propriamente...

Por causa da má interpretação de passagens como esta a questão tem sido sempre a de colocar Lei e Graça como coisas diametralmente opostas e mutuamente exclusivas. Nada mais falso!

O que Paulo e todos os demais discípulos de Jesus nos transmitem nas Escrituras que nos deixaram é que quando vivemos as nossas vidas, tanto quanto nos for possível, de acordo com os preceitos e instruções de YHWH (ou seja, a Sua Torá)

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e confiamos no Seu Messias como nosso Sumo-Sacerdote e simultaneamente como nosso Cordeiro expiador para proporcionar a necessária redenção pelas nossas transgressões ou pecados (redenção essa exigida pelos próprios preceitos divinos), então deixamos de estar debaixo da Lei do pecado e da morte para passar a estar debaixo da Lei da vida. Isto quer simplesmente dizer que deixamos de estar debaixo da maldição prevista na Lei para todos os que a transgridem (o castigo) para passar a estar debaixo das bençãos e promessas feitas a todos os que por ela vivem. Esta transição do pecado e morte para as bençãos e vida alcança-se somente pela confissão e deposição dos nossos pecados perante Deus confiando na redenção alcançada pelo Seu filho na qualidade de Cordeiro redentor que tira o pecado do mundo. A Torá é, ao fim e ao cabo, uma espada aguda de dois fios. É a Torá da morte e maldição para aqueles que se rebelam contra ela seguindo as suas próprias vontades e concupiscências e uma Torá de vida e bençãos para os que por ela vivem confiando em YHWH, para proporcionar a expiação pelos seus pecados, o que Ele fez através do Seu Messias, Jesus.

Por aqui se conclui que a questão evidenciada no título deste artigo nunca deve ser posta entre Graça e Lei como duas coisas opostas mas, pelo contrário, como duas coisas complementares e ambas necessárias para herdar a vida eterna.

Mateus 7:21-23

“21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai [cumpre a Sua Torá], que está nos céus. 22 Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demónios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? 23 E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade [ou seja, vós que transgredis a minha Torá].”

Por aqui vemos que não basta crer em Yeshua. A própria Palavra nos diz que até os demónios crêem em Deus e estremecem (Tiago 2:19). Pelo contrário, a graça de Deus só vem sobre aqueles que, crendo em Yeshua, é certo, vivem de acordo com os preceitos divinos. A GRAÇA DE DEUS NUNCA É IMPUTADA SEM ARREPENDIMENTO E OBEDIÊNCIA! Para receber e permanecer na graça de Deus, temos de genuinamente nos arrepender das nossas transgressões e obedecer à Sua vontade, por amor a Ele. Nem pela simples crença em Yeshua mas sem obediência nem pela obediência sem o Cristo podemos alcançar a salvação.

Romanos 3:31

“Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei.”

Romanos 1:5

“Pelo qual [Yeshua] recebemos a graça e o apostolado, para a obediência da fé entre todas as gentes pelo seu nome”

Tito 2:13-14

“13 Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo; 14 O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade [transgressão da Torá], e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras [que cumpre a Torá].”

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Tiago 1:22

“E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos.”

Tiago 2:14,17

“Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?... Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.”

O que Tiago nos diz é que a fé que se limita a ser uma mera crença que não se traduz em obras, ou seja, que não passa por pôr em prática os ensinamentos de YHWH, é uma fé balofa e vazia que não pode salvar. O apóstolo João é mais incisivo ainda:

1João 2:4

“Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade.”

Apocalipse 14:12

“Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.”

Referências

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