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Academic year: 2021

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A lam ed a Santos, 2441, cj. 10 São Pau lo, SP

C EP 01419-101– Tel/ fax: (11) 2679-3500

Setor Hoteleiro Su l, Qu ad ra 06, C onju nto A , Bl. E, Edifício Brasil XXI , Salas 1020 e1021,

Brasília, D F

C EP 70316-902 - Tel/ fax: (61) 3323-2250

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA 13ª VARA FEDERAL CRIMINAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE CURITIBA,DOUTOR SÉRGIO MORO

Ação Penal nº 5027685-35.2016.4.04.7000

CLÁUDIA CORDEIRO CRUZ, já qualificada nos autos epigrafados, por seus advogados, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, em atenção ao r. despacho exarado em 01 de agosto último (Ev. 59), expor e requerer o quanto segue.

I) DA NECESSÁRIA MANIFESTAÇÃO SOBRE A EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA

Junto à Resposta à Acusação, a Defendente opôs exceção de incompetência em face deste d. Juízo, distribuída sob o nº 5033443-92.2016.4.04.7000, com escopo de discutir a competência territorial para conhecimento e julgamento da presente ação penal.

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Em apertada síntese, busca-se, por meio do referido incidente, o declínio da competência à Seção Judiciária do Estado do Rio de Janeiro, tendo em vista que, de acordo com a ótica da acusação - que imputa à Peticionária a conduta consistente, basicamente, na manutenção de valores em contas no exterior sem declara-los às

autoridades públicas competentes, da qual teria decorrido os crimes de evasão

e lavagem de dinheiro - o local da infração deve ser considerado como aquele no qual os ativos deveriam ser declarados, ou seja, o domicílio fiscal da Peticionária, no Rio de Janeiro.

Este d. Juízo, ao receber a inicial do incidente processual em questão, determinou a remessa dos autos ao Ministério Público Federal para manifestação no prazo de dez dias.

Concomitantemente a isso, uma vez apresentadas as respostas à acusação, após afastar as teses suscitadas pelas respectivas defesas quanto à inépcia da exordial acusatória e a ausência de justa causa para a ação penal, Vossa Excelência recebeu definitivamente a denúncia e determinou o início da instrução, designando o dia 26 de agosto p.f., às 14h00min, para oitiva das testemunhas arroladas pela acusação.

Ocorre que o início da instrução antes de analisada a exceção oposta pode acarretar em prejuízo à economia processual e à própria identidade física do juiz, uma vez que eventual deferimento do pleito consignará a competência de outro Juízo para o processamento do feito, que não terá a oportunidade de participar da oitiva de parte das testemunhas.

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Diante disso, requer-se seja apreciada a

exceção de incompetência antes da data fixada para a audiência inicial de

oitiva de testemunhas, a fim de superar – ao menos neste grau de jurisdição – a questão posta.

Importa destacar que pleito idêntico será apresentado nos autos próprios da exceção de incompetência.

II) GRAVAÇÕES DOS DEPOIMENTOS DE HAMYLTON PINHEIRO

PADILHA JÚNIOR EM MEIO ÁUDIO VISUAL

Em sede de resposta à acusação, a Defesa pugnou pelo acesso às gravações em meio áudio visual dos depoimentos prestados por delatores cujos dizeres foram utilizados como supedâneo à acusação.

Especificamente em relação ao colaborador Hamylton Pinheiro Padilha Júnior, V. Exa. assim se posicionou:

“Quanto a Hamylton Pinheiro Padilha Júnior, não consta que os depoimentos tenham sido colhidos em vídeo”.

Consta dos autos que Hamylton Padilha celebrou acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal, firmado por nove dos Procuradores da República integrantes da chamada Força Tarefa da Operação Lava Jato.

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Sabe-se que os depoimentos colhidos em decorrência de tais acordos, em regra, são gravados em meio áudio visual, em atenção ao quanto previsto no § 13, do art. 4º da Lei nº 12.850/2013.

Por isso, parece plausível que as declarações do colaborador citado também tenham sido gravadas desta maneira – e se o foram, cumpre que os registros sejam disponibilizados à Defesa, inclusive para tornar possível confrontar o colaborador com suas próprias palavras no momento de sua oitiva em fase judicial.

Assim, se não há informações sobre a existência de tais vídeos ou áudios, requer-se sejam intimados os representantes do Ministério Público Federal signatários do acordo de colaboração celebrado com Hamylton Padilha, para que informem a este mm. Juízo da existência ou inexistência do aludidos registros e, no primeiro caso, para que juntem antes da audiência de oitiva das testemunhas de acusação tal material, a fim de possibilitar o exercício do contraditório sobre a plenitude da prova colhida.

III) INDICAÇÃO DAS PEÇAS EM RELAÇÃO ÀS QUAIS DEVE SER RESTRITA A PUBLICIDADE

Conforme já afirmado na resposta à acusação, o Ministério Público Federal, ao oferecer denúncia contra a Peticionária, apresentou uma série de anexos - que vieram a formar os presentes autos - compostos, em grande parte, por documentos e informações de

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natureza sigilosa, tais como extratos bancários e declarações de imposto de renda.

Desta forma, em atenção à garantia da intimidade, não só dos corréus, como também de eventuais terceiros, alheios à relação processual, mostra-se necessária a restrição da publicidade ao menos em relação aos documentos que contém dados sigilosos e aqueles a eles relacionados.

Bem por isso, em atenção à determinação deste d. Juízo, indica-se os seguintes documentos que contém dados de natureza sigilosa a serem resguardados, ensejando restrição de publicidade:

(a) Termo de Declarações Paulo Cezar Lamenza nos autos do PIC nº 1.25.000.003027 2015-14 – contador da Peticionária (Anexo 11), que versa sobre dados fiscais e bancários da Defendente;

(b) Documentos referentes à Conta TRIUMPH e a respectiva tradução (Anexo 21);

(c) Cópia do DVD enviado pela Suíça. (Anexo 22). Embora as cópias dos extratos bancários que integram a mídia não tenham sido encartadas aos autos do processo eletrônico, é fato que tal DVD está acautelado na serventia e à disposição dos interessados em fazer cópias de seu teor, motivo pelo qual se faz necessária a decretação de sigilo também em relação ao seu teor;

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(d) Documentos referentes à Conta TRIUMPH e a respectiva tradução (Anexos 23/24)

(e) Original e tradução dos documentos da Conta ORION (Anexo 25);

(f) Original e tradução documentos da Conta ACONA (Anexo 26);

(g) Original e tradução dos documentos NETHERTON (Anexo 27);

(h) Relatório de Análise SPEA PGR n. 116/2015 (Anexo 28), na qual são realizadas análises de informações bancárias relativas às contas e trusts existentes no exterior atribuídos à Peticionária e seu marido Eduardo Cunha;

(i) Original e tradução dos documentos da Conta KOPEK (Anexos 28/29);

(j) Relatório de Análise SPEA PGR n. 113/2015 (Anexo 30);

(k) Extrato de cartão de crédito de EDUARDO CUNHA (Anexo 30);

(l) Extrato de Cartão de Credito de DANIELLE DYTZ DA CUNHA, enteada da Peticionária (Anexo 31);

(m)Informação n. 255/2015 SPEA/PGR (Anexo 32);

(n) Extratos da Conta Orion no dia 31 de dezembro dos anos de 2008, 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013 (Anexo 32);

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(o) Extratos da Conta NETHERTON no dia 31 de dezembro de 2014 (Anexo 32);

(p) Informação de pesquisa e investigação da Receita Federal – CLAUDIA CRUZ e DANIELLE DYTZ DA CUNHA (Anexo 40);

(q) Declaração de Imposto de Renda de CLAUDIA CORDEIRO CRUZ relativas aos anos de 2009 a 2015 (Anexos 48/56);

IV) IMPRESCINDIBILIDADE DA OITIVA DAS TESTEMUNHAS RESIDENTES NO EXTERIOR E APRESENTAÇÃO DOS QUESITOS

Ao apresentar sua resposta à acusação, a Defesa arrolou funcionários do Banco Merril Lynch - cuja atuação denominação é Julius Bäer - instituição na qual foi mantida a conta

KÖPEK até o bloqueio integral dos valores nela constantes, em 2015 -

e representantes da offshore NETHERTON INVESTIMENTS LTD., totalizando 7 (sete) pessoas residentes no exterior.

Consoante alegado desde logo, tais pessoas estão relacionadas com fatos descritos na inicial, que imputou à Peticionária a prática do crime de lavagem de dinheiro supostamente decorrente do recebimento de valores dos trusts TRIUMPH e ORION SP na conta KÖPEK.

Como indicado por Vossa Excelência, uma das controvérsias a ser dirimida na instrução diz respeito à ciência

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– ou suspeita – por parte da Defendente, da possível origem ilícita dos bens transferidos pelos trusts à conta KÖPEK.

Para esclarecer tal fato, indispensável conhecer quais os registros, anotações e impressões daqueles responsáveis pelas contas e trusts indicados, em especial sobre a origem dos bens, as características dos beneficiários dos trusts, os procedimentos de compliance e de “conheça seu cliente” aplicados no caso concreto.

A existência de um sistema de controle destas instituições sobre as contas e trusts permitirá à Defendente alegar a incidência do “princípio da confiança”, pelo qual se admite que alguém

confie na licitude dos atos de terceiros quando os demais intervenientes

cumprem com as diligências devidas, e quando não existam motivos concretos para suspeitar de irregularidades.

Todas as testemunhas arroladas têm envolvimento direto com as estruturas financeiras mencionadas, participaram de sua abertura, gestão e realizaram procedimentos de

compliance sobre os recursos ali presentes, de forma que sua oitiva é

fundamental para o esclarecimento de pontos essenciais às teses de defesa.

Diante disso, passa-se a expor as razões pelas quais cada testemunha deve ser ouvida:

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Trata-se da gerente do Banco Merryl Lynch S.A., instituição na qual foram mantidas as contas da Peticionária e dos trusts apontados na denúncia.

A testemunha poderá explicar o procedimento de compliance sobre a origem dos recursos nas contas da Peticionária e dos trusts mencionados na inicial, explicar anotações nos documentos financeiros juntados aos autos, e relatar a existência de alguma suspeita de irregularidades.

Poderá, ainda, expor o procedimento de abertura das contas, a existência ou inexistência de contatos com a Defendente para isso, o grau de participação da Peticionária e de seu marido Eduardo Cunha nas operações, bem como outros fatos relevantes para o esclarecimento do ocorrido.

b) MARY KIYONAGA

Trata-se da assessora financeira do Banco Merryl Lynch, envolvida na abertura e gerência da conta KÖPEK.

Poderá esclarecer onde e em que circunstâncias se deu a abertura da conta em questão, os documentos apresentados, quando e onde foram assinados, por quem, de quem surgiu a ideia da abertura da estrutura, quem organizava os repasses, qual a proveniência dos valores, se existia algum procedimento de

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alertada alguma vez sobre indícios de irregularidades, para quem eram transmitidas as informações relativas à conta, como funcionava o sistema de garantias (necessário para afastar a tipicidade da evasão de divisas), entre outras relativas sobretudo à gestão da conta em questão.

c) CARLOS ABRAMOWITZ

Trata-se de assessor financeiro do Banco Merryl Lynch, responsável pela revisão dos documentos de abertura da conta

KÖPEK.

Contribuirá com esclarecimentos sobre os procedimentos de

compliance efetuados pela instituição financeira e atestar a

regularidade na abertura da conta de titularidade da Peticionária e dos recursos que nela ingressaram.

Poderá ainda esclarecer onde e em que circunstâncias se deu a abertura da conta em questão, os documentos apresentados, quando e onde foram assinados, por quem, de quem surgiu a ideia da constituição da estrutura, quem organizava os repasses, qual a proveniência dos valores, se existia algum procedimento de

compliance sobre a origem dos recursos, se a Peticionária foi

alertada alguma vez sobre indícios de irregularidades, para quem eram transmitidas as informações relativas à conta, como funcionava o sistema de garantias (necessário para afastar a tipicidade da evasão de divisas), entre outras relativas sobretudo à gestão da conta em questão.

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d) ANGELA NICOLSON

Na qualidade de acionista e Gerente Geral da NETHERTON

INVESTMENTS PTE LTD, a Sra. Ângela poderá contribuir

com informações sobre a instituição e gestão da empresa, bem como sobre a origem dos valores pertencentes à NETHERTON e as transferências à a conta KÖPEK.

Poderá esclarecer a origem dos recursos daquela conta, a forma de sua gestão, quais os procedimentos de compliance aplicados, relatar se havia alguma suspeita de irregularidade, a quem foi comunicada, de que forma eram efetuados os controles sobre pessoas politicamente expostas, explicar anotações nos documentos financeiros juntados aos autos, dentre outros pontos relevantes.

e) CHIAN SHU XIN CINDY

Trata-se da secretária da NETHERTON INVESTMENTS PTE

LTD. Em virtude de sua ligação com a offshore em questão, a Sra.

Chian poderá fornecer informações sobre a instituição e gestão da empresa, seus titulares e beneficiários, bem como sobre a origem dos valores pertencentes à NETHERTON e as transferências à a conta KÖPEK.

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Nessa senda, na mesma linha do depoimento a ser prestado pela Sra. Angela Nicolson, sua oitiva é imprescindível para demonstrar a ausência de relação entre os valores transferidos para a conta de titularidade da Peticionária e os valores supostamente recebidos por Eduardo Cunha à título de vantagem indevida oriunda da celebração do contrato entre a Petrobrás e a empresa CBH.

f) JORGE HAIEK REGGIARDO

Trata-se de representante da POSADAS&VECINO, CONSULTORES INTERNACIONALES INC., escritório

contratado pela NETHERTON INVESTMENTS PTE LTD especialmente para gerenciamento de sua conta bancária.

Nesse contexto, referido senhor poderá fornecer informações sobre a origem dos recursos, a existência de suspeitas sobre sua licitude, os procedimentos de compliance adotados pelo escritório e pela instituição financeira para evitar práticas ilícitas.

g) LUIS MARIA PINEYRUA PITTALUGA

Trata-se de representante da POSADAS&VECINO, CONSULTORES INTERNACIONALES INC., escritório

contratado pela NETHERTON INVESTMENTS PTE LTD especialmente para gerenciamento de sua conta bancária.

Nesse contexto, referido senhor poderá fornecer informações sobre a origem dos recursos, a existência de suspeitas sobre sua

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licitude, os procedimentos de compliance adotados pelo escritório e pela instituição financeira para evitar práticas ilícitas.

Os quesitos referentes a cada testemunha serão apresentados em apartado.

Em relação à duplicidade de nome no rol de testemunhas, cumpre esclarecer que a Sra. ANGELA NICOLSON foi duplamente inserida.

Deste modo, requer-se a desconsideração do item 3 (três) das testemunhas relativas ao fato 06 (seis), sendo considerado, para fins de intimação da referida senhora o endereço constante à 2 HarbourFront Lugar # 01-01 Bank of America Merrill Lynch HarbourFront, Singapura 098499.

Requer-se, ainda, a desconsideração do nome CINDV, que se trata da testemunha do item anterior, Sra. CHIAN SHU XIN CINDY. Desta forma, requer-se a desconsideração da testemunha arrolada no item 6 (seis), fato 06 (seis), da defesa apresentada.

Assim, resta suficientemente demonstrada a imprescindibilidade do depoimento das sete testemunhas residentes no exterior arroladas pela Defesa, cuja oitiva deverá ser pautada pelos quesitos ora apresentados (Doc. 01).

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Brasil e Cingapura são signatários da Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional (Convenção de Palermo), internalizada em nosso país pelo Decreto nº 5.015, de 12 de março de 2004.

O caput artigo 18 da Convenção de Palermo prevê que “os Estados Partes prestarão reciprocamente toda a assistência

judiciária possível nas investigações, nos processos e em outros atos judiciais relativos às infrações previstas pela presente Convenção, nos termos do Artigo 3, e prestarão reciprocamente uma assistência similar quando o Estado Parte requerente tiver motivos razoáveis para suspeitar de que a infração a que se referem as alíneas a) ou b) do item 1 do Artigo 3 é de caráter transnacional, inclusive quando as vítimas, as testemunhas, o produto, os instrumentos ou os elementos de prova destas infrações se encontrem no Estado Parte requerido e nelas esteja implicado um grupo criminoso organizado”.

Ressalte-se que o artigo 3 do aludido instrumento, prevê a aplicação da Convenção na prevenção, investigação, instrução e julgamento de diversas infrações relacionadas à criminalidade organizada transnacional, dentre elas a lavagem de dinheiro e a corrupção.

Ademais, a cooperação jurídica entre os países signatários pode ser solicitada para os efeitos de recolhimento de testemunhos ou depoimentos, nos termos do artigo 18 da Convenção.

Para que seja viável a assistência entre os países, a Convenção estabelece os requisitos formais do pedido (art. 15). Nesse

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contexto, o pedido deverá conter uma cadeia de informações que torne compreensível e factível para a autoridade requerida; a designação da autoridade requerente; o objeto e a natureza de todos os atos judiciais a que se refere o pedido; um resumo dos fatos pertinentes; descrição da assistência pretendida; se necessária, pormenorização de qualquer procedimento específico que a parte requerente deseje ver aplicado; quando possível, a nacionalidade, a identidade e o endereço da pessoa visada, e por fim, o propósito do pedido.

Tal instrumento pode, portanto, ser indicado como base normativa a possibilitar a cooperação jurídica internacional em matéria penal entre Brasil e Cingapura.

Caso seja obstada a cooperação direta pela ausência de acordo bilateral entre os países mencionados, requer-se o manejo da pertinente carta rogatória, nos termos do art. 222-A do Código de Processo Penal, a ser encaminhada pelo Ministério das Relações Exteriores.

Dessa forma, aponta-se como base normativa para a cooperação internacional entre Brasil e Cingapura as disposições contidas na Convenção de Palermo, ou, em caso de óbice decorrente da ausência de acordo bilateral, o art. 222-A do Código de Processo Penal.

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Aproveita-se a oportunidade para formalmente insurgir-se contra o pleito de decretação de medida cautelar alternativa formulado pelo Ministério Público em face da Peticionária, consistente na proibição de ausentar-se do país.

Conforme é sabido, em sede de resposta à acusação, a Defesa pugnou pela devolução do passaporte da Peticionária, o qual fora voluntariamente entregue a este d. Juízo quando da distribuição do inquérito instaurado para apurar os fatos versados na presente ação penal.

Ao apreciar o pleito, este d. Juízo determinou a oitiva do Ministério Público Federal, que manifestou-se nos seguintes termos:

“A acusação que recai sobre a acusada é de lavagem de dinheiro internacional e manutenção de depósitos não declarados no exterior, crimes transnacionais por excelência. Conforme apontado na denúncia, CLÁUDIA CORDEIRO CRUZ era beneficiária de conta bancária secreta na Suíça, não declarada às autoridades brasileiras, nela recebendo valores de origem criminosa, conforme minuciosamente descrito na denúncia.

Não obstante a conta Köpek estar bloqueada desde 07/04/2015, existe a real possibilidade de CLAUDIA CORDEIRO CRUZ e/ou seus familiares manterem outras contas bancárias no exterior, havendo o risco concreto de eventual fuga e utilização de ativos secretos ainda não bloqueados caso o passaporte seja devolvido.

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C EP 70316-902 - Tel/ fax: (61) 3323-2250 Com efeito, a ocultação de patrimônio e a manutenção não declarada de contas no exterior constitui causa para a decretação de medida cautelar da prisão preventiva, com fundamento no art. 312 do CPP, diante do risco à aplicação da lei penal.

[...]

Ainda que a entrega dos passaportes tenha sido espontânea, a ‘mera entrega de passaportes em Juízo não previne a fuga, máxime quando o acusado é titular de contas secretas milionárias no exterior e ainda considerando os milhares de quilômetros de fronteira terrestre do Brasil com os outros países, sujeitos a um controle de trânsito pouco rigoroso’, conforme já destacado por este Juízo em outras ocasiões5.

Todavia, no caso concreto, o MPF entende adequada a decretação de medida cautelar diversa da prisão, consistente na proibição de ausentar-se do país com o consequente recolhimento do passaporte de CLÁUDIA CORDEIRO CRUZ.”

Ora, com a devida vênia, tal entendimento não pode prosperar!

Houvesse elementos aptos à medida cautelar pretendida, deveria a acusação formular o pleito no momento da Denúncia, quando inclusive formulou requerimentos de natureza semelhante em relação a outros réus – como o pedido de prisão preventiva do corréu João Augusto Rezende Henriques.

A inédita manifestação, nesta fase processual, somente seria plausível diante de fato novo, que justificasse

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medida de tal monta. Mas nada na peça ministerial relata condutas ou comportamentos da Defendente no sentido de se furtar aos compromissos assumidos com a Justiça.

Ao contrário, a Peticionária já bem demonstrou que não representa qualquer risco à instrução penal, na medida em que compareceu a todos os atos até agora empreendidos, apresentou defesa no prazo estipulado e arrolou testemunhas e as provas que pretende produzir.

Não há risco de fuga. A Defendente tem família, residência, filhos e marido no Brasil, possui bens no país, de forma que inexiste qualquer motivo concreto para as aludidas suspeitas.

Além disso, conforme outrora informado a este d. Juízo - a despeito de entender descabida a exigência uma vez que a conta mantida no exterior apenas funcionou para custeio de despesas sem disponibilidade de fundos se não para cobrir utilizações mediante cartão de crédito, sendo que grande parte dos valores mantidos na conta no exterior caracterizavam garantia do uso do cartão de crédito e, portanto, não estavam disponíveis - a Peticionária realizou a declaração da conta ao Banco Central do Brasil, como bem demonstram os documentos já acostados aos autos.

Ainda que a acusação verse sobre crimes “internacionais”, o bloqueio do valor mantido na conta KÖPEK é incontroverso, a demonstrar a desnecessidade de decretação de medida cautelar diversa da prisão.

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A suspeita de existência de outras contas no exterior não apresenta tem respaldo concreto – trata-se de mera ilação, incapaz de ensejar a medida cautelar.

E, mesmo no que tange aos ativos existentes na conta KÖPEK - efetivamente bloqueados - não há que se falar em valores milionários, como pretende a acusação. Como é sabido, o saldo existente no momento do bloqueio era de 140.383,45 francos suíços.

A assertiva de que o crime de evasão de

divisas traz implícito o receio de fuga ensejaria a constrição dos

passaportes de todos aqueles denunciados por tal prática, o que parece insustentável sob uma perspectiva da presunção de inocência.

Nesses termos, requer-se, desde já, seja negado o pleito ministerial, indeferindo-se a decretação da medida cautelar pleiteada.

Nesses termos, Pede deferimento.

De São Paulo para Curitiba, Em 16 de agosto de 2016.

PIERPAOLO CRUZ BOTTINI OAB/SP Nº.163.657

CLÁUDIA VARA SAN JUAN ARAUJO

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