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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MIGUEL MOFARREJ FACULDADES INTEGRADAS DE OURINHOS MEDICINA VETERINARIA USO DE COBERTURAS INTELIGENTES EM PEQUENOS ANIMAIS

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MIGUEL MOFARREJ

FACULDADES INTEGRADAS DE OURINHOS

MEDICINA VETERINARIA

USO DE COBERTURAS INTELIGENTES EM PEQUENOS ANIMAIS

HILLARY KETHERINE LIGUORI

OURINHOS-SP

2016

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HILLARY KETHERINE LIGUORI

USO DE COBERTURAS INTELIGENTES EM PEQUENOS ANIMAIS

Relat ório de Estágio Supervisionado e Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Medicina V eterinária das Faculdades Integradas de Ourinhos como pré-requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Medicina Veterinária.

Orientador: Prof. Me. Nazilton de Paula Reis Filho

OURINHOS-SP

2016

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13 HILLARY KETHERINE LIGUORI

USO DE COBERTURAS INTELIGENTES EM PEQUENOS ANIMAIS

Esta monografia foi julgada e aprovada para obtenção do Título de Bacharel em Medicina Veterinária, no Curso de Medicina Veterinária das Faculdades Integradas de Ourinhos.

Ourinhos, 09 de dezembro de 2016.

Prof Dra. Claudia Yumi Matsubara Rodrigues Ferreira Coordenadora do Curso de Medicina Veterinária

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________

Prof. Me. Nazilton de Paula Reis Filho

______________________________________________________

Prof. Me. Felipe Gazza Romão

______________________________________________________

M. V. Guilherme Coutinho Vieira

(4)

14 Dedico o meu trabalho de conclusão de curso

para todos aqueles que fizeram do meu sonho real, me proporcionando forças para que eu não desistisse de ir atrás do que eu buscava para minha vida.

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AGRADECIMENTO

É difícil agradecer todas as pessoas que de algum modo, nos momentos serenos e ou apreensivos, fizeram e fazem parte da minha vida, por isso primeiramente agradeço a todos de coração.

Aos meus pais, pelo amor, incentivo e apoio incondicional. A minha mãe, heroína que me deu apoio nas horas difíceis de desanimo e cansaço.

Ao Vinicius Zamboni, pela paciência, incentivo, pela força e principalmente pelo carinho.

Agradeço aos meus bichos de estimação que alegram a minha casa e a nossa vida. Meus agradecimentos as minhas amigas Daniele, Tamires, Marilia, Mayara, pelo incentivo e apoio constantes,que fizeram parte da minha formação e que vão continuar presentes em minha vida.

Ao professor Me. Nazilton, pela orientação, apoio e confiança durante a elaboração deste trabalho.

A todos os professores do curso, que foram tão importantes na minha vida acadêmica e no desenvolvimento desta monografia.

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RESUMO

A ferida por definição é uma interrupç ão ou ruptura da integridade funcional, anatômica e fisiológica do tecido. A cicatrização começa imediatamente após a lesão e esse processo biológico restaura a continuidade do tecido. O trat amento de feridas cutâneas e o estudo do processo de cicatrização possuem grande relevância na Medicina V eterinária e são frequentes na rotina da clínica cirúrgica. Para uma cicatrização bem sucedida, é necessário o conhecimento da fisiologia da cicatrização das feridas para a melhor intervenção terapêutica. As bandagens são amplament e utilizadas em pequenos animais promovendo a limpeza, o controle do ambiente da ferida, eliminando o es paço morto e minimizam o tecido de cicatrização protegendo a ferida de les ões adicionais. O objetivo deste estudo foi descrever mediante revisão de literatura o uso de c oberturas utilizadas no tratamento de feridas de cães e gatos.

(7)

ABSTRACT

The wound by definition is an interruption or disruption of t he functional integrity, anatomical and physiological factors of the tissue. The healing begins immediately after injury and this biological process restores the continuity of the fabric. The treatment of skin wounds and the study of the healing process have great relevance in Veterinary Medicine and are frequent in the routine clinical surgery. For a healing successful, it is necessary to know t he phy siology of wound healing for the best therapeutic intervention. The bandages are widely used in small animals, promoting the cleanliness, environment control of the wound, eliminating the dead space and minimiz e the healing tissue protecting the wound of additional injuries. The objective of this study was to describe through literature review the use of coverings used in the treatment of wounds in dogs and cats.

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SUMÁRIO

1. RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO... 13

1.1. Introdução... 13

1.2. Descrição do local do estágio no Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina ... 13

1.2.1. Instalações do Setor de Clínica Cirúrgica do Hospital Veterinário da UEL... 14

1.2.2. Atividades desenvolvidas no setor de Clínica Cirúrgica de Animais de Companhia... 19

1.2.3. Casuística acompanhada no período de estágio supervisionado ... 20

1.2.4. Considerações finais ... 23

1.3. Descrição do local do estagio Centro Veterinário Dalila Groke ... 23

1.3.1. Instalações do Centro Veterinário Dalila Groke ... 24

1.3.2. Atividades desenvolvidas no Centro Veterinário Dalila Groke ... 26

1.3.3. Casuística acompanhada no período de estágio supervisionado ... 26

1.3.4. Considerações finais ... 27

2. REVISÃO DE BIBLIOGRAFIA ... 29

2.1. Introdução ... 29

2.2. Classificação das feridas... 30

2.2.1. Classificação quanto à ruptura da pele ... 30

2.2.2. Classificaçãas feridas quanto ao mecanismo da lesão... 31

2.2.3. Classificação quanto ao grau de contaminação ... 32

2.2.4. Classificação de acordo com o grau de lesão tecidual ... 33

2.3. Cicatrização ... 33

2.3.1. Fase inflamatória ... 34

2.3.2. Fase proliferativa ou fase de reparo ... 35

2.3.3. Fase de maturação e remodelamento ... 35

2.4. Tipos de cicatrização ... 36

2.4.1. Cicatrização por primeira intenção ... 36

2.4.2. Cicatrização por segunda intenção ... 36

2.4.3. Cicatrização por terceira intenção ... 37

2.5. Utilização de coberturas ... 37

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13 2.5.2. Hidrogel ... 38 2.5.4. Poliuretano... 39 2.5.5. Alginato de cálcio... 39 2.6. Considerações finais... 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 41

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Entrada do Hospital Veterinário da UEL ... 14

Figura 2: Ambulatório de atendimento do Hospital Veterinário da UEL. ... 15

Figura 3: Ambulatório do pronto socorro do Hospital Veterinário da UEL. ... 16

Figura 4: Sala curativo do Hospital Veterinário da UEL. ... 16

Figura 5: Farmácia do Hospital veterinário da UEL... 17

Figura 6: Sala de paramentação do Hospital Veterinário da UEL ... 16

Figura 7: Centro cirúrgico do Hospital Veterinário da UEL ... 18

Figura 8: Sala de medicação pré - anestésica do Hospital Veterinário da UEL18 Figura 9: Internação de gatos e cães do Hospital Veterinário da UEL ... 19

Figura 10: Fachada do Centro Veteriná rio Dalila Groke... 23

Figura 11: Recepção do Centro Veterinário Dalila Groke ... 24

Figura 12: Sala de estudos e reuniões do Centro Veterinário Dalila Groke... 24

Figura 13: Centro cirúrgico do Centro Veterinário Dalila Groke ... 25

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Frequência de casos acompanhados nos sub- setores do setor de clínica

cirúrgica de animais de companhia, no Hospital Veterinário da UEL (Universidade Estadual de Londrina), no período de 01 de agosto a 30 de setembro de 2016. ... 20

Gráfico 2: Porcentagem dos casos acompanhados durante o estágio obrigatório,

organizada por especialidades, no Hospital Veterinário da UEL (Universidade Estadual de Londrina), no período de 01 de agosto a 30 de setembro de 2016. ... 22

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Distribuição dos casos acompanhados durante o estágio obrigatório,

organizada pela espécie e gênero dos animais, no Hospital Veterinário da UEL (Universidade Estadual de Londrina). ... 21

Tabela 2: Distribuição dos casos acompanhados durante o estágio obrigatório,

organizada por especialidades, no Hospital Veterinário da UEL (Universidade Estadual de Londrina),. ... 21

Tabela 3: Distribuição dos casos acompanhados durante o estágio obrigatório,

organizada por procedimentos cirurgicos, no Hospital Veterinário da UEL (Universidade Estadual de Londrina). ... 22

Tabela 4: Distribuição dos casos acompanhados durante o estágio obrigatório,

organizada pela espécie e gênero dos animais, no Centro Veterinário Dalila Groke. ... 26

Tabela 5: Distribuição dos casos acompanhados durante o estágio obrigatório,

organizada por especialidades na medicina interna, no Centro Veterinário Dalila Groke, no período de 01 de outubro a 31 de outubro de 2016 ... 27

Tabela 6: Distribuição dos casos acompanhados durante o estágio obrigatório,

organizada por cirurgias acompanhadas nos animais, no Centro Veterinario Dalila Groke, no período de 01 de outubro a 31 de outubro de 2016. ... 27

Tabela 7: : Dados coletados no arquivo do Hospital Veterinário Roque Quagliato das Faculdades Integradas de Ourinhos... 48

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1. RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

1.1. Introdução

O presente relatório tem por objetivo descrever as atividades desenvolvidas durante o estágio curricular obrigatório da aluna Hillary Ketherine Liguori, discente do curso de Medicina Veterinária das Faculdades Integradas de Ourinhos, sob a orientação do Prof. Nazilton de Paula Reis Filho.

O primeiro estágio foi desenvolvido na área de Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais na Universidade Estadual de Londrina (UEL), no período de 01 de agosto de a 30 de Setembro de 2016.

As atividades foram desenvolvidas no Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina totalizando 360 horas dividas em quatro diferentes sub setores: internação, centro cirúrgico, atendimento e pronto socorro.

Sob a supervisão da Prof. Dra. Mirian Siliane Batista de Souza foram cumpridas 80 horas no centro cirúrgico, 160 horas na internação, 40 horas no atendimento clinico cirúrgico e 80 horas no pronto socorro.

O segundo estágio foi desenvolvido na área de Clínica Médica e Cirúrgica no Centro Veterinário Dalila Groke (CVDG) no período de 01 de outubro de a 30 de novembro de 2016.

As atividades foram desenvolvidas no Centro Veterinário Dalila Groke (CVDG) totalizando 143 horas, sob a supervisão do M.V. Amir Wainberg.

1.2. Descrição do local do estágio no Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina

O Hospital Veterinário da UEL localiza-se na Rodovia Celso Garcia Cid, na cidade de Londrina, Paraná (Figura 1). O hospital conta com atendimento 24 horas realizados nas áreas de Clínica Médica, Clínica Cirúrgica, Teriogenologia, Anestesiologia, Diagnóstico por Imagem e Emergência.

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Hospital Veterinário da UEL é composto por dois ambulatórios para atendimento de pacientes da área de clínica cirúrgica, três ambulatórios para pacientes da área de clínica médica, dois ambulatórios para pacientes da área de teriogenologia mais uma sala de apoio com microscópio para exames, e dois Ambulatórios para pacientes do pronto atendimento (emergências). Além disso, possui três salas para cirurgias de rotina nas especialidades de ortopedia, tecidos moles, oftalmologia e neurologia, além de uma sala para cirurgias de emergência. Além de farmácia e uma central de esterilização de material. Também possui enfermaria para internamento dos pacientes, nas áreas de clínica cirúrgica e clínica médica, uma sala para radiografias e sala de ultrassom.

Figura 1: Entrada do Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina

(UEL).

Fonte: arquivo pessoal 2016

1.2.1. Instalações do Setor de Clínica Cirúrgica do Hospital Veterinário da UEL

O setor de Clínica Cirúrgica do Hospital Veterinário da UEL realiza o atendimento de rotina de segunda a sexta – feira, das 08h00min as 12h00min, e das 14h00min às 18h00min. O atendimento de emergência funciona 24 horas, sete dias por semana. O setor de Clínica Cirúrgica de Pequenos A nimais é dividido em atendimento, internação, centro cirúrgico e pronto socorro e conta com as seguintes instalações:

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 2 Ambulatórios de atendimento (figura 2)

 1 Ambulatório do pronto socorro ( figura 3)

 1 Ambulatório de curativo ( figura 4)

 Farmácia (figura 5)

 Sala de paramentação (figura 6)

 3 centro cirúrgicos de pequenos animais ( figura 7)

 1 centro cirúrgico do pronto socorro

 Sala de medicação pré-anestésica (figura 8)

 Internação para cães (figura 9)

 Internação para gatos (figura 9)

 Sala de esterilização

 Sala de armazenamento de materiais

O setor conta com o rodízio semanal de professores que auxiliam no atendimento clinico e em procedimentos cirúrgicos. Possui cinco residentes R1 (primeiro ano) e cinco residentes R2 (segundo ano).

Figura 2: Ambulatório de atendimento da Clínica Cirúrgica do Hospital Veterinário da

Universidade Estadual de Londrina

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Figura 3: Ambulatório do pronto socorro da Clínica Cirúrgica e Cl ínica médica do

Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina

Fonte:Arquivo pessoal 2016

Figura 4: Sala de curativo do Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina

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Figura 5: Farmácia do Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina

Fonte: Arquivo pessoal 2016

Figura 6: Sala de paramentação do centro cirúrgico do Hospital V eterinario da

Universidade Estadual de Londrina

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Figura 7: Centro cirúrgico do Hospital V eterinário da Universidade Estadual de

Londrina

Fonte: Arquivo pessoal 2016

Figura 8: Sala de medicação pré-anestésicado Hospital V eterinário da Universidade Estadual de Londrina

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Figura 9: Internação para gat os e cães do centro cirúrgico do Hospit al Veterinário da Universidade Estadual de Londrina

Fonte: Arquivo pessoal 2016

1.2.2. Atividades desenvolvidas no setor de Clínica Cirúrgica de Animais de Companhia

Durante o período de estágio no setor de Clinica Cirúrgica de Animais de Companhia, o estagiário passa pelos quatro subsetores. No início da semana, o estagiário acompanha a reunião clínica semanal, para discussão de casos atendidos durante a semana anterior e que retornaram para algum procedimento ou reavaliação.

No atendimento, o auxilia os residentes no atendimento clínico cirúrgico e realização de exames físicos e complementares.

O internamento possui uma sala para realização de curativos e imobilização externa em que o estagiário acompanha os animais com retorno marcado para trocas. No internamento, auxilia na realização de exame clínico e exames complementares dos animais internados, auxilia na administração de medicamentos e dieta aos animais, na higienização do canil e gatil, além de realizar passeio com os animais internados no setor.

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No centro cirúrgico o estagiário recebe o paciente e realiza o exame físico, internação e auxilia ou acompanha os residentes nas cirurgias de rotina.

No pronto socorro são atendidos pacientes das áreas da clínica médica, cirúrgica, e teriogenologia. No setor era realizado o atendimento de emergência para estabilizar o animal, quando necessário à intervenção cirúrgica. O estagiário acompanhava os residentes nas cirurgias de emergência.

1.2.3. Casuística acompanhada no período de estágio supervisionado

Durante o período de estágio curricular no Hospital Veterinário da UEL, foi possível acompanhar 107 casos no setor de clínica cirúrgica de animais de companhia. A distribuição foi realizada de acordo com a espécie, gênero, especialidades, cirurgias e subsetores.

No gráfico 1, pode-se observar que houve maior frequência de casos no internamento/curativo com 51%, seguido do pronto socorro com 20%, centro cirúrgico com 17% e atendimento 12%.

Gráfico 1: Frequência de casos acompanhados nos subsetores de clínica cirúrgica de anim ais de

companhia, no Hospital Veterinário da UE L (Universidade Estadual de L ondrina), no período de 01 de agosto a 30 de setembro de 2016. 51% 12% 20% 17% Internamento/curativo Atendimento Pronto socorro Centro cirurgico

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Analisando a tabela 1, verifica-se que os cães foram maioria totalizando 89 casos entre machos e fêmeas, seguidos pelos gatos com 18 casos.

Tabela 1: Distribuição dos cas os acompanhados durante o estágio obrigatório, organizada pela

espécie e gênero dos animais, no Hospit al Veterinário da UEL (Universidade Estadual de Londrina), no período de 01 de agosto a 30 de setembro de 2016.

Analisando a tabela 2 verifica-se que entre as especialidades, sobressaem as de tecidos moles com 42 casos, seguido da ortopedia com (17) casos, oncologia com (13) casos e reprodução com (11) casos, além da oftalmologia com (9) casos atendidos. As especialidades neurologia, gastroenterologia e urologia com o menor número de casos, 6, 5 e 4, respectivamente. No gráfico 2, pode-se visualizar a porcentagem de cada especialidade acima descrita.

Tabela 2: Distribuição dos casos acompanhados durante o estagio obrigatório, organizada por

especialidades acompanha das, no Hospit al Veterinário da UEL (Universidade Estadual de L ondrina), no período de 01 de agosto a 30 de setembro de 2016.

Macho Fêmea Total

Cão 43 46 89 Gato 09 09 18 Total 52 55 107 Especialidade TOTAL Tecidos moles 42 Ortopedia 17 Oncologia 13 Reprodução 11 Oftalmologia 9 Neurologia 6 Gastroenterologia 5 Urologia 4 TOTAL 107

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Gráfico 2: Porcentagem dos casos acompanhados durante o estágio obrigatório, organizada por especialidades,

no Hospital Veterinário da UEL (Universidade Estadual de Londrina), no período de 01 de agosto a 30 de setembro de 2016

Analisando a tabela 3 pode-se observar que as cirurgias mais realizadas foram as ovariohisterectomias com nove casos e biópsias incisionais com cinco casos.

Tabela 3: Distribuição dos casos acompanhados durant e o estagio obrigat ório, organizada por

procedimentos cirúrgicos acompanhadas , no hospital veterinário da UEL (Universidade Estadual de Londrina), no período de 01 de agosto a 30 de setembro de 2016.

12% 16% 8% 6% 39% 5% 4% 10% Oncologia Ortopedia Oftalmologia Neurologia Tecidos moles Gastroenterologia Urologia Reprodução Procedimento cirúrgico

Hotz Celsus 1 Denervação 1

Correção de enucleação 1 Amputação de membro pélvico 2

Sutura de esclera 1 Orquiectomia 2

Colecistectomia 1 Enucleação 2

Esplenectomia 1 Cistotomia 2

Osteossintese de pelve 1 Laparotomia exploratória 2

Correção de luxação de patela 1 Biopsia Incisional 5

Osteotomia de nivelamento do platô

da tíbia (TPLO) 1 Ovariohisterectomia (OH) 9

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1.2.4. Considerações finais

O estágio curricular possibilita ao aluno colocar em prática o conhecimento adquirido durante o curso de Medicina Veterinária. Durante o estágio no Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina, o estagiário tem a possibilidade de acompanhar diversos casos devido a grande rotina, praticar e amadurecer as relações com proprietários e profissionais. Porém um fator negativo observado foi que devido ao grande número de pacientes durante o dia, a discussão dos casos não ocorria.

1.3. Descrição do local do estagio Centro Veterinário Dalila Groke

O Centro Veterinário Dalila Groke (CVDG) localiza-se na Rua Padre Chico na cidade de São Paulo no estado de São Paulo. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira das 09h00min as 21h00min e sábado das 09h00min as 15h00min. São realizados atendimentos na área de clínica médica geral, clínica cirúrgica, oftalmologia, dermatologia e medicina felina.

Figura 10: Fachada do Centro Veterinario Dalila Groke

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24

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1.3.1. Instalações do Centro Veterinário Dalila Groke

A CVDG conta com uma recepção, sala de atendimento, centro cirúrgico, internação e uma sala de reuniões.

Figura 11: Recepção do Centro Veterinario Dalila Groke

Fonte: arquivo pessoal 2016.

Figura 12: Sala de estudos e reuniões do Centro Vet erinário Dalila Groke

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25

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Figura 13: Centro cirúrgico do Centro Veteri nário Dalila Groke

Fonte: arquivo pessoal 2016.

Figura 14: Sala de atendimento do Centro Veterinário Dalila Groke

(26)

26

26

1.3.2. Atividades desenvolvidas no Centro Veterinário Dalila Groke

Durante o período de estágio na CVDG, o estagiário auxilia no atendimento, na realização de exame físico e na contenção dos pacientes. Após o atendimento, o estagiário é responsável pela organização do consultório. Ao final, o estagiário discute o caso com o médico veteri nário e tirava as dúvidas que surgiram durante o atendimento. Quando há procedimentos cirúrgicos, o estagiário pode acompanhar o procedimento e auxiliar o cirurgião.

No final do mês o estagiário escolhe um caso clínico que acompanhou para fazer uma apresentação, discutindo o tratamento e diagnósticos diferenciais com os demais estagiários e veterinários.

1.3.3. Casuística acompanhada no período de estágio supervisionado

Durante o período de estágio curricular no Centro Veterinário Dalila Groke, foi possível acompanhar 32 casos no setor de clínica médica e cirúrgica de animais de companhia. A distribuição foi feita de acordo com a espécie, gênero, especialidades e cirurgias.

Analisando a tabela 4, verifica-se que os cães foram maioria totalizando 19 casos entre machos e fêmeas, seguidos pelos gatos com 15 casos.

Tabela 4: Distribuição dos casos acompanhados durante o está gio obrigat ório, organizada pela

espécie e gênero dos animais, no Centro V eterinario Dalila Groke, no período de 01 de outubro a 31 de out ubro de 2016.

Macho Fêmea Total

Cão 9 10 19

Gato 6 9 15

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27

27

Analisando a tabela 5, podemos observar que a especialidade oftalmologia destacou-se com 18 dos casos atendidos, sendo as principais afecções ceratoconjuntivite seca, catarata e úlcera de córnea. Seguida pela oncologia com quatro casos, urologia com três casos, e apresentando com menor número de casos, a dermatologia, endocrinologia, gastroenterologia, cardiologia e pneumologia.

Tabela 5: Distribuição dos casos acompanhados durante o estágio obrigatório, organizada por

especialidades na medicina interna, no Centro Vet erinário Dalila Groke, no período de 01 de outubro a 31 de outubro de 2016.

Tabela 6: Distribuição dos casos acompanhados durante o estágio obrigatório, organizada por

procedimento cirúrgico acompanhadas nos animais, no Centro Veterinário Dalila Groke, no período de 01 de out ubro a 31 de outubro de 2016.

1.3.4. Considerações finais

O estágio supervisionado permite ao estagiário conhecer novos locais, aprender novos protocolos de tratamento e diferentes técnicas. No Centro Veterinário Dalila Groke, um ponto positivo observado foi o atendimento

MEDICINA INTERNA Gastroenterologia 1 Cardiologia 1 Pneumologia 1 Dermatologia 2 Endocrinologia 2 Urologia 3 Oncologia 4 Oftalmologia 18 Procedimento cirúrgico

Ovariohisterectomias (OSH) 1 Trepanação de seio nasal 1

Herniorafia inguinal 1 Sepultamento de glândula

de terceira pálpebra 2

Ressecção da cabeça colofemural 1 Orquiectomia 2

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28

28

especializado em diversas áreas, onde o estagiário pode acompanhar atendimento especifico para cada paciente. O atendimento especializado em medicina felina é um grande diferencial, pois é uma área que vem crescendo e demanda uma grande procura pelos proprietários de gatos.

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29

29

2.

REVISÃO DE BIBLIOGRAFIA

2.1. Introdução

A pele é um receptor sensorial ao toque, pressão, vibração, dor, frio e calor, e que além de possuir muitas funções, armazenamento de água, gordura, eletrólitos, carboidratos e proteínas além de atuar como barreira para agentes químicos e radiação. O sistema tegumentar é o maior órgão do corpo e é a primeira linha de defesa contra microrganismos e ferimentos. Compreende 24% do peso corporal de um filhote, e 12% de um cão adulto (PAVLETIC, 2010).

A ferida por definição é uma interrupção ou ruptura da integridade funcional, anatômica e fisiológica do tecido (AMALSADVALA; SWAIM, 2006). A cicatrização começa imediatamente após a lesão e esse processo biológico restaura a continuidade do tecido que, em combinação de eventos químicos, físicos e celulares restauram ou o substituem por colágeno (MACPHAIL, 2014).

O tratamento de feridas cutâneas e o estudo do processo de cicatrização possuem grande relevância na Medicina Veterinária e são frequentes na roti na da clínica cirúrgica. Há muitas causas como mordidas, acidentes automobilísticos, lacerações por objetos cortantes, lesões térmicas, entre outros. A gravidade da lesão dependerá da força da fonte de energia, de como é disperso ao corpo e a absorção pelo tecido. Todas as feridas são resultado da absorção de energia transferida para corpo, seja de um projétil, corrente elétrica ou a lâmina de bisturi (PAVLETIC, 2010).

Na literatura humana e veterinária, é descrita uma conceitual divisão da cicatrização de feridas em três estágios: inflamação, proliferação, e maturação. Para uma cicatrização bem sucedida, é necessário o conhecimento da fisiologia da cicatrização das feridas para a melhor intervenção terapêutica (FAHIE; SHETTKO, 2007).

Diversos trabalhos descrevem o tratamento de feridas para facilitar o processo de cicatrização. Um fator importante durante a escolha do tratamento é a proteção de traumatismos adicionais e o manejo adequado é importante para a prevenção da infecção microbiana e a perda de água (PAULO, 1998).

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30

O curativo ideal deve conter propriedades que forneçam um ambiente para os diferentes ferimentos e para cicatrização total, deve ser de fácil aplicação e confortável para o paciente, livre de resíduos, não deve causar efeito adverso sobre a cicatrização, deve fornecer isolamento térmico e manter o um ambiente úmido. As bandagens são amplamente utilizadas em pequenos animais promovendo a limpeza, o controle do ambiente da ferida, eliminando o espaço morto e minimizam o tecido de cicatrização protegendo a ferida de lesões adicionais (MACPHAIL, 2014).

O objetivo deste estudo foi descrever mediante revisão de literatura o uso de coberturas utilizadas no tratamento de feridas de cães e gatos.

2.2. Classificação das feridas

Há vários sistemas de classificação que podem ser utilizados para analisar e classificar as feridas. Que podem ser classificadas de acordo com características locais, regionais e sistêmicas, dependendo da lesão, podem ou não estar presentes simultaneamente. O período ouro são as primeiras 6 - 8 horas entre a contaminação e o momento da lesão e a multiplicação bacteriana (SLATTER, 2009).

2.2.1. Classificação quanto à ruptura da pele

As feridas podem ser classificadas como abertas: (lacerações ou perdas de pele); e fechadas: (lesões por esmagamento ou contusões). Feridas fechadas são soluções de continuidade dos órgãos ou tecidos moles que não atingem a superfície da pele, ou seja, com uma compressão ou impacto pode haver a ruptura dos vasos sanguíneos o que leva ao extravasamento de sangue. Estas feridas podem ser diretas, quando a onda de choque atravessa as camadas cutâneas profundas e lesiona qualquer estrutura na sua trajetória, ou indiretas, quando a onda de choque afeta um órgão ou tecido contra outra estrutura corporal (SWAIN, 1999).

Diferentemente das feridas fechadas, nas abertas há solução de continuidade da pele e comunicação dos tecidos subjacentes com o meio externo. Estas feridas são mais susceptíveis à infecção e contaminação (SWAIN, 1999).

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2.2.2. Classificação das feridas quanto ao mecanismo da lesão

2.2.2.1. Lesão por abrasão

Caracteriza-se pela perda da epiderme, envolvendo a destruição de espessuras variadas da pele. Podem ocorrer devido a um trauma rombo, fricção ou forcas de cisalhamento. É sensível à pressão e ao toque e o sangramento é mínimo. Na prática, esse tipo de lesão pode ser encontrado em acidentes automobilísticos em que o animal é arrastado por um veículo (SOUSA, 2010).

2.2.2.2. Incisão

Quando há um corte de profundidade ordenada com um instrumento afiado onde os bordos apresentam um corte uniforme (PAVLETIC, 2010).

2.2.2.3. Laceração

Caracteriza-se por um corte no tecido que apresenta bordas irregulares e que danificam a pele e o tecido subjacente. As lacerações dividem-se em superficiais e profundas, e pode ser causadas por mordedura, vidro, metal ou arame farpado (MACPHAIL, 2014).

2.2.2.4. Avulsão

Essas feriadas são caracterizadas pela laceração do tecido até seu ponto de inserção e pela formação de retalhos de pele. Podem ser de dois tipos: avulsão completa na qual há o descolamento ou ruptura completa de um segmento de tecido, ou avulsão parcial, quando há o descolamento parcial de um segmento de tecido (WHITE, 2008).

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2.2.2.5. Penetrante ou perfurante

Ferida criada por um projétil ou objeto afiado no qual entra em um plano ou estrutura do tecido, mas não emerge para além dela. Feridas por mordedura também podem ser consideradas penetrantes ou perfurantes. A profundidade do ferimento irá variar de acordo com a velocidade e a massa que o objeto criou (TAZIMA, 2008).

2.2.2.6. Contusão

Lesão em que a pele não está rompida, geralmente ilustrada por edema , hemorragia, dor e descolamento de tecido. São provocados pelo impacto de objetos rombos que atuam por pressão quando a direção do choque é perpendicular à lesão (TAZIMA, 2008; SOUSA, 2010).

2.2.2.7. Esmagamento

Este tipo lesão é uma combinação de vários tipos de ferimentos, em que há laceração e contusão de pele e tecidos profundos, com grave perda tecidual (MACPHAIL, 2014).

2.2.3. Classificação quanto ao grau de contaminação

As feridas são classificadas pelo grau de contaminação em limpas, limpas contaminadas, contaminadas e sujas. As limpas são aquelas criadas cirurgicamente em ambiente asséptico, não traumáticas e sem sinais de inflamação, nas quais o trato respiratório, orofaríngeo, gastrointestinal, e geniturinário não são atingidos. As limpas contaminadas são identificadas em ambientes cirúrgicos quando órgãos luminares são penetrados sem escape de conteúdo. Possuem infecção mínima e essa pode ser efetivamente removida, são feridas com tempo inferior a 6 horas entre o trauma e atendimento sem que haja uma significativa contaminação (PEREIRA, 2006).

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As feridas contaminadas são acidentais, com intervalo entre o trauma e o atendimento de mais de 6 horas, onde há presença de contaminantes sem um processo infeccioso. Ocorrem no ambiente cirúrgico, no qual o conteúdo infectado escapa ou quando ocorre uma grande falha na técnica de assepsia. Feridas sujas ou infectadas ocorrem quando há presença de agente infeccioso na ferida com uma reação inflamatória evide nte, com presença de exsudato purulento e desvitalização do tecido. Em ambientes cirúrgicos, os procedimentos em que há perfuração e extravasamento de conteúdo para dentro da cavidade (SLATTER, 2009).

2.2.4. Classificação de acordo com o grau de lesão tecidual

As feridas também são classificadas de acordo com o grau de lesão tecidual, em quatro estágios. No estágio I, há o comprometimento da epiderme, sem perda tecidual, caracterizando-se por lacerações limpas; O estágio II ocorre quando existe perda tecidual e comprometimento da epiderme, derme ou ambas, caracterizando-se por abrasão ou úlcera aprecaracterizando-sentando intensa infecção bacteriana. Já o estágio III caracteriza-se por presença de úlcera profunda, com envolvimento total da pele e necrose de tecido subcutâneo, mas não se estende até à fáscia muscular com intensa infecção bacteriana . Quando há extensa destruição de tecido, chegando a ocorrer lesão óssea ou muscular, classifica-se por estágio IV (TAZIMA, 2002; SLATTER, 2009; ANDRADE et al., 2010).

2.3. Cicatrização

A cicatrização é um processo biológico complexo e dinâmico em que várias fases ocorrem simultaneamente. É influenciada por fatores do hospedeiro, características do ferimento e fatores externos. Características microscópicas dividem as fases da cicatrização, que são mediadas e sustentadas por mediadores bioquímicos conhecidos como citocinas e fatores de crescimento.

Estes eventos bioquímicos da cicatrização são complexos, iniciando pela agregação plaquetária através da liberação de citocinas e fatores de crescimento

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essenciais, estes eventos são sustentados e modificados pelos macrófagos, células endoteliais e fibroblastos (HASGOOD, 2006). O processo de cicatrização é continuo e cada fase é fundamental para o resultado final, pois cada uma delas atua no desenvolvimento e na duração da fase seguinte. Para que a cicatrização seja completa, os agentes agressores devem ser eliminados. Estes fatores determinarão o equilíbrio do evento (ANDRADE, 2006).

Estudos recentes revelaram significativas diferenças na cicatrização cutânea entre o gato e o cão, o que pode levar a reconsiderar o tratamento de feridas que são aplicados às espécies. A cicatrização de feridas cutâneas no gato prossegue mais lentamente do que no cão (BOHLING; HANDERSSON, 2006)

2.3.1. Fase inflamatória

A inflamação é ocasionalmente referida como a fase de latência ou fase preparatória da cura em uma resposta do tecido ao dano. É caracterizada por um aumento da permeabilidade vascular, quimiotaxia das células, liberação de citocinas, liberação de fatores de crescimento e ativação das células (macrófagos, neutrófilos, linfócitos, fibroblastos). As primeiras células a chegarem à ferida são os neutrófilos e os macrófagos. Os neutrófilos chegam à ferida em maior concentração após 24 horas, induzidos por substâncias quimiotáticas liberadas por plaquetas. Os neutrófilos se ligam à parede do endotélio produzindo radicais livres que auxiliam na destruição das bactérias, estes neutrófilos serão substituídos aos poucos por macrófagos. Os macrófagos tem papel fundamental no té rmino do debridamento iniciado pelos neutrófilos e sua maior contribuição é a secreção de citocinas e fatores de crescimento, além de contribuir para a angiogênese, fibroplasia e síntese da matriz extracelular, fundamentais para a passagem para a fase proliferativa (CAMPOS, 2007).

A inflamação aguda é uma parte essencial do processo de cura. É, no entanto, caracterizada por dor, calor, eritrema , edema, e por isso é muitas vezes tratada com drogas anti-inflamatórias, que embora reduzam as características desagradáveis da inflamação aguda, também podem reduzir a sua eficácia em iniciar e manter o sucesso na fase proliferativa (DYSON, 1997).

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2.3.2. Fase proliferativa ou fase de reparo

A fase proliferativa é composta por quatro etapas: angiogênese, formação de tecido de granulação, epitelização e deposição de colágeno. A fase de reparo geralmente começa de três a quatorze dias após a lesão. Em uma ferida simples, a reação inflamatória aguda diminui e o reparo precoce começa em três a cinco dias após o insulto inicial. Cerca de quatro dias após uma simples lesão, o tecido de granulação começa a se formar, macrófagos, fibroblastos, e capilares migram para dentro da ferida (HASGOOD, 2006). Os macrófagos estimulam o ácido desoxirribonucleico e a proliferação de fibroblastos. Os fibroblastos migram para a ferida, provenientes de bordas adjacentes da pele. Essa migração da fase inflamatória para a fase proliferativa é caracterizada pela invasão de fibroblastos. Que transformam o fator - β de crescimento para produzir a fibronectina, a fim de facilitar a ligação celular e o movimento dos fibroblastos (CAMPOS et al, 2007).

2.3.3. Fase de maturação e remodelamento

A força do ferimento aumenta até o nível máximo durante a fase de maturação, durante a transição do tecido de granulação à maturação, a remodelação do colágeno ocorre, com um equilíbrio entre a deposição de colágeno e catabolismo. O colágeno do tipo III diminui gradualmente à medida que o colágeno de tipo I aumenta. A celuridade do tecido de granulação é reduzida à medida que as células morrem, também ocorre à redução no conteúdo de colágeno. Enzimas proteolíticas secretadas por macrófagos, células endoteliais, células epiteliais e fibroblastos degradam o colágeno dentro da matriz extracelular (PAVLETIC, 2010).

A deposição de colágeno está diretamente relacionada com a resistência à tração e a força de uma ferida. O ganho rápido da força da ferida ocorre entre 7 -14 dias após a lesão, sendo que três semanas após a lesão, a cicatriz tem 20% de sua força. Em seguida, os ganhos de tração ocorrem em velocidade mais lenta. Ao longo de várias semanas, a cicatriz irá atingir 70% - 80% da resistência à tração da pele normal. A resistência à tração é principalmente associada à remodelação do colágeno, resultando em feixes de colágeno maiores e espessos, que se orientam ao longo das linhas de tensão. Essa reorganização do tecido conjuntivo e dos feixes

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de colágeno é extremamente lenta e podem levar meses ou até anos (HASGOOD, 2006). Durante a remodelação, o número de capilares e a celularidade do tecido de reparação também diminui, principalmente por apoptose. O resultado é que o tecido de granulação é substituído por tecido cicatricial e a ferida se torna mais clara, e em seguida é finalizada (DYSON, 1997).

2.4. Tipos de cicatrização

A classificação de uma ferida irá permitir a decisão sobre o método adequado do fechamento da ferida, dependendo de características particulares de cada lesão, da quantidade de tecido perdido ou danificado e da presença ou não de infecção. Há três formas pelas quais as feridas podem cicatrizar: por primeira, segunda ou por terceira intenção (TAZIMA, 2008).

2.4.1. Cicatrização por primeira intenção

A cicatrização por primeira intenção é a situação ideal para o fechamento direto de uma ferida recém-criada, quando é possível fazer a aproximação dos bordos da ferida por meio de sutura ou qualquer outro tipo de aproximação. O processo cicatricial ocorre dentro do tempo fisiológico esperado e, como consequência, deixa cicatriz mínima. Ferimentos considerados para cicatrização por primeira intenção incluem feridas que não apresentem contaminação, infecção, tecido necrótico ou desvitalizado e que suas bordas possam ser aproximadas sem tensão, a fim de não ocasionar necrose por pressão (TAZIMA, 2008).

2.4.2. Cicatrização por segunda intenção

A cicatrização por segunda intenção deve ser escolhida em feridas com grande perda tecidual, e está relacionada a ferimentos infectados. As feridas abertas que se fecham por segunda intenção necessitam de mais tempo para cicatrizar, pois

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não é possível realizar a junção das bordas. Além disso, esse processo envolve uma produção mais extensa de tecido de granulação e, também requer maior tempo para a contração e epitelização da ferida, resultando em uma cicatriz exuberante (LIMA, 2006).

2.4.3. Cicatrização por terceira intenção

Chamada de cicatrização por fechamento primário retardado ou cicatrização por terceira intenção, consiste no fechamento da ferida com sutura após cinco ou mais dias. Este tipo de manejo é utilizado quando a ferida apresenta contaminação limítrofe, apesar da exploração inicial, debridamento e lavagem da ferida. Quando a ferida apresenta um aspecto saudável com tecido de granulação em sua superfície é considerado o fechamento da ferida por meio de sutura (TELLO, 2009).

2.5. Utilização de coberturas

Há uma grande variedade de coberturas que possibilita melhor manejo das feridas. Há a possibilidade de dúvidas com relação à forma de como utilizá-las já que diferentes coberturas podem ser usadas em condições bastante semelhantes. As coberturas protegem a ferida mantendo a umidade, promovem o debridamento autolítico, reduzem a infecção, estimulam o tecido de granulação e assim aceleram o processo de cicatrização (TISOLI, 2016).

Elas devem fornecer isolamento térmico, remover exsudato e componentes tóxicos, manter a umidade entre ferimento e o curativo, permitir a troca gasosa, aliviar a dor, proteger de infecções secundárias, e permitir a remoção do curativo sem trauma ou ferimentos (MACPHAIL, 2014).

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2.5.1. Hidrocolóide

O hidrocolóide é composto por uma camada externa de espuma de poliuretano e outra interna composta de gelatina, pectina e carboximetilcelulose sódica, incorporadas em um filme adesivo (FRANCO, 2008). Interagem com o exsudato formando um composto úmido gelatinoso entre o curativo e o leito da ferida, que estimula a angiogênese e o debridamento autolítico, acelerando o processo de granulação tecidual, e promovendo um ambiente ideal para a cicatrização. A cobertura também ajuda a proteger a ferida da contaminação (FAHIE; SHETTKO, 2007; FRANCO, 2008; REIS FILHO, 2014). A cobertura é indicada para feridas abertas não infectadas, com leve a moderada exsudação, e contraindicada em feridas infectadas, e queimaduras de 3° grau. (FRANCO, 2008).

O intervalo recomendado de troca a cada é de sete dias ou quando a superfície externa parecer uma bolha cheia de líquido ou ocorrer o vazamento. Pode ser constatado odor fétido e secreção marrom, que podem dar a falsa impressão de infecção; no entanto, quando o resíduo é removido por uma lavagem suave, a ferida parece saudável (KRAHWINKEL E BOOTHE-JR, 2006).

2.5.2. Hidrogel

O hidrogel é transparente, incolor, e composto por: água (77,7%), carboximetilcelulose (CMC-2,3%) e propilenoglicol (PPG-20%). Os géis retém a umidade fornecendo um efeito calmante e fresco, além de certo alívio da dor. O hidrogel também é indicado em feridas necróticas, pois promove debridamento autolítico, fibroplasia, granulação e contração da ferida. Há melhor eficácia quando utilizada em feridas com mínima ou nenhuma exsudação, como escoriações, bolhas, queimaduras e úlceras. A água mantém o meio úmido, o carboximetilcelulose facilita a re-hidratação celular e o debridamento, e o propilenoglicol estimula a liberação de exsudato. O hidrogel parece favorecer a cicatrização primeiramente por contração da ferida, o que resulta em um processo mais rápido e com menor cicatriz, do que o

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uso de hidrocolóide. A troca ocorre a cada 4-7 dias, dependo do grau de exsudato (FRANCO, 2008; REIS FILHO, 2014).

2.5.4. Poliuretano

Os curativos preenchem a ferida, e possui boa adaptação estrutural a ferida e fornecem proteção física e conforto. São produzidas a partir de poliuretano e frequentemente são cobertas por um filme semipermeável com uma superfície de contato não aderente. A espuma de poliuretano tem a função de absorver grande quantidade de exsudato. A secreção é drenada da parte interna para a parte externa do curativo. O poliuretano reduz a granulação e promove a epitelização e contração. saudável É indicada para feridas profundas e feridas em regiões inguinais e axilares e pode ser usada para cobrir um tecido de granulação. A troca ocorre a cada 3 – 7 dias (PEREIRA, 2006; LIPTAK, 1997).

2.5.5. Alginato de cálcio

O alginato de cálcio é uma bandagem do tipo não aderente e não oclusivo é composta por fibras de puro alginato de cálcio, derivado de algas marinhas Phaeophyceae. O alginato é usado como agente hemostático para lacerações, feridas pós-operatórias, seios nasais ou alveolos. O sódio presente no exsudato e no sangue interage com o cálcio prese nte no curativo de alginato. A troca iônica auxilia no debridamento autolítico, tem alta capacidade de absorção, resulta na formação de um gel que mantém o meio úmido para a cicatrização e induz a hemostasia. É indicado em lesões com exsudato consistente, com ou sem infecção. A troca é realizada a cada um a cinco dias, dependendo da quantidade de exsudato da ferida, feridas (FRANCO, 2008; REIS FILHO, 2014).

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2.6. Considerações finais

Portanto conclui-se que a proteção de feridas cutâneas e a gestão adequada da ferida são fatores importantes para a prevenção da infecção microbiana e da

perda de água, melhorando assim a reparação de feridas. A variedade de curativos

é cada vez maior, portanto o conhecimento e o mecanismo de ação são necessários

para a melhor utilização das bandagens em cada fase da cicatrização para que ocorra de maneira rápida e eficaz.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências

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