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A I Guerra Mundial e a Revolução Russa

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Academic year: 2021

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A I Guerra Mundial e a Revolução Russa

Prof. Alvaro Senra

I - A I Guerra Mundial

1. A Hegemonia Européia até 1914

A superioridade européia no início do século XX era incontestável, tanto no plano econômico quanto no plano político. Neste período, o capitalismo europeu controlava a maior parte da produção e dos investimentos mundiais, além de dominar diretamente a economia das áreas submetidas à colonização. No nível político, a além da manutenção de extensos impérios coloniais na África e na Ásia, os europeus também exerciam forte influência, através da difusão de sua cultura e da existência de mecanismos de pressão econômicos e políticos sobre os países da América Latina.

As origens da I Guerra Mundial ligam-se à disputa colonialista entre as potências européias industrializadas e ao nacionalismo agressivo que justificava o imperialismo, a corrida armamentista e a supremacia naval. Ligam-se, ainda, aos acordos e sistemas de alianças que tornaram extremamente frágil o equilíbrio político europeu. Não se pode subestimar, também, em vários países europeus, o controle de importantes setores do Estado, como a diplomacia e as forças armadas, por membros de uma nobreza que conservava importantes privilégios e que possuía uma mentalidade militarista.

2. As Rivalidades e o Sistema de Alianças

No continente europeu existiam inúmeros pontos de atritos entre as potências, os quais geraram tensões e antagonismos crescentes: podemos citar a rivalidade entre a França e a Alemanha pela Alsácia-Lorena (região do vale do rio Reno que fora conquistada militarmente pelo Império Alemão em 1871, e que os franceses desejavam retomar) e pela influência sobre o Marrocos; a Inglaterra, que temia as conseqüências da expansão da marinha alemã, que poderia ameaçar o seu tradicional domínio sobre os mares; as intensas disputas entre os Impérios Russo e Austro-Húngaro sobre os Bálcãs, agravadas por conflitos étnicos; a disputa entre Rússia e Alemanha pelo controle do estreito de Dardanelos, que liga os mares Mediterrâneo e Negro, e que era controlado por um decadente Império Otomano; a tensão causada pela ocupação da Bósnia-Herzegovina pelo Império Austro-Húngaro, o que não foi aceito pelo reino da Sérvia.

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Europa em 1914 (Fonte: internet)

Foi naquele clima de tensão crescente que a Europa se viu dividida pela formação de dois sistemas de alianças político-militares: a Tríplice Aliança, bloco formado pela Alemanha, Áustria-Hungria e Itália; e a Tríplice Entente, formada por uma aliança militar (França e Rússia) e dois acordos políticos (um envolvendo França e Inglaterra, chamado de Entente Cordiale, e outro englobando Inglaterra e Rússia).

O sistema de alianças serviu para aumentar as tensões já existentes, que foram levadas a um ponto tal que bastavam pequenos incidentes para desencadear uma guerra generalizada. Foi o que ocorreu em julho de 1914, quando o Arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do Império Austro-Húngaro, foi assassinado em Sarajevo, na Bósnia-Herzegovina, por um estudante de origem sérvia. A Áustria-Hungria acusou o governo sérvio de estar por detrás do atentado, e lhe declarou guerra, provocando reações em toda a Europa.

3. Etapas da Guerra

Em agosto de 1914 todos os países europeus ligados ao sistema de alianças já se encontravam em guerra (apenas a Itália não participou); nos seus primeiros momentos, esta se caracterizou pela violenta ofensiva do exército alemão sobre o território francês, e por combates em várias regiões da Europa centro-oriental, sobretudo nos Bálcãs. Após a batalha do Marne, no entanto, os avanços alemães foram detidos e a guerra entrou em um período de estabilização, conhecido como “guerra de trincheiras”.

Entre 1915 e 1916 a paisagem da guerra se caracterizou sobretudo pela imobilização dos exércitos inimigos na frente ocidental, onde, de um lado alemães, e de outro ingleses e franceses combatiam numa frente gigantesca que ia do canal da Mancha até a fronteira da Suíça; na frente oriental, no entanto, estes

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3 anos foram marcados pelo início da derrota dos exércitos russos, incapazes de enfrentar a superioridade material de alemães e austríacos.

Este ponto merece uma análise: a I Guerra Mundial apresenta características que a diferem das guerras travadas até o século passado, sendo por isso mesmo indicada por muitos historiadores como o momento que assinala verdadeiramente o início do século XX. Considerada como conseqüência das tensões da era imperialista, a I Guerra Mundial provocou uma mobilização dos recursos econômicos, tecnológicos e demográficos como nenhum outro conflito havia provocado anteriormente; em países como a França e a Alemanha, a indústria e a agricultura voltaram-se para as necessidades militares, a economia sofreu um direcionamento estatal, o racionamento de bens foi estabelecido para a população civil, o conjunto dos indivíduos adultos do sexo masculino foi convocado para pegar em armas, as mulheres mobilizadas para o trabalho nas fábricas. As necessidades militares levaram a Inglaterra e a França a recrutar soldados oriundos das regiões coloniais, fazendo com que milhares de asiáticos e africanos fossem lutar nos campos de batalha europeus.

Em 1917 ocorreram mudanças decisivas no conflito, em virtude da retirada da Rússia da guerra (causada pela Revolução Soviética) e pela entrada dos Estados Unidos ao lado dos países da Entente. Em 1918, com sua economia sofrendo enormemente os efeitos da guerra e do bloqueio naval imposto pela Entente, os Impérios da Europa Central entraram em colapso. Em novembro, foi proclamada na Alemanha uma República, que pediu o armistício. A guerra estava encerrada.

4. A Conferência de Paris e os Tratados de Paz

Em 1919 os países participantes se reuniram para discutir a paz na Conferência de Paris. O presidente norte-americano, Woodrow Wilson, apresentou um conjunto de propostas, que ficaram conhecidas como os “Quatorze Pontos”, prevendo, entre outras coisas, o estabelecimento de uma Sociedade das Nações, o fim dos tratados secretos, a reorganização política da Europa central a partir das nacionalidades existentes, um desarmamento em larga escala, etc. No entanto, os tratados impostos aos vencidos foram duríssimos, e refletiam um espírito de vingança por parte dos países vencedores, sobretudo França e Inglaterra.

O Tratado de Versalhes foi assinado com a Alemanha, impondo-lhe pesadas condições: a Alsácia-Lorena, conquistada à França em 1871, foi devolvida; as colônias alemãs foram perdidas; o país foi desmilitarizado e teve que pagar pesadas indenizações; seu território foi dividido em dois com a criação de um trecho da recém-criada Polônia (o chamado “corredor polonês”). O Tratado de Versalhes é considerado como uma das causas do fortalecimento das correntes de extrema-direita alemã, inclusive o nazismo, que o consideraram uma humilhação, se recusando a aceitá-lo.

Outros tratados foram o de Saint-Germain, assinado com a Áustria; o de Trianon, assinado com a Hungria; o de Neuilly, com a Bulgária; e o de Sévres, com a Turquia.

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Europa em 1919 (Fonte: internet)

5. Conseqüências da Guerra

A I Guerra Mundial trouxe uma série de problemas que resultaram em mudanças de atitudes e comportamentos nos campos políticos, econômicos e sociais, tais como a intervenção cada vez maior do Estado na vida econômica; o endividamento da Europa e o início da hegemonia dos Estados Unidos; a preponderância do Executivo sobre os Parlamentos nacionais, devido à urgência na tomada das decisões de guerra; a supressão de liberdades políticas consagradas pelas revoluções liberais dos séculos XVIII e XIX em nome das necessidades de segurança do Estado; um aumento das tensões sociais, exemplificado pelo recrudescimento de greves operárias em vários países europeus; o crescimento dos movimentos de oposição, sobretudo socialistas, às políticas do Estado, inclusive militares, exemplificadas na distribuição

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5 de panfletos pacifistas nas cidades e mesmo nas frentes de batalha; a contestação a autoridades políticas antes solidamente estabelecidas, como se deu no caso da derrubada da monarquia na Rússia, em 1917.

As principais conseqüências da guerra foram:

A alteração radical das fronteiras políticas da Europa central e oriental, com o desaparecimento dos Impérios Alemão, Austro-Húngaro, Russo e Otomano (turco) e o surgimento de uma série de novas repúblicas, muito frágeis do ponto de vista político: Polônia, Tchecoslováquia, Áustria, Hungria; além disso, Romênia e Bulgária sofreram alterações nas suas fronteiras, e surgiu uma nova entidade política, a partir da Sérvia e de partes antes pertencentes ao Império Austro-Húngaro: a Iugoslávia.

O estabelecimento do primeiro regime socialista, nascido a partir da revolução na Rússia (que, a partir de 1922, passa a se denominar União das Repúblicas Socialistas Soviéticas); após um período em que explodiram revoluções socialistas em vários países europeus, todas derrotadas, várias ditaduras de direita foram estabelecidas nas novas repúblicas surgidas na Europa central, configurando um “cordão sanitário” em torno da jovem república soviética.

Também pode ser considerado como resultado das condições de guerra o aumento dos direitos políticos e sociais das mulheres, como conseqüência de sua ampla utilização na produção, em virtude da mobilização dos homens para a vida militar.

A utilização de tropas de origem colonial fez com que milhares de soldados africanos e asiáticos entrassem em contato com a realidade de suas metrópoles, inclusive, muitas vezes, se submetendo à propaganda de elementos socialistas; muitos desses homens, ao regressarem ás suas colônias, não se conformavam mais com as humilhações impostas aos seus compatriotas pelos dominadores europeus; por isso podemos afirmar que o final da I Guerra Mundial deu notável impulso aos movimentos anti-colonialistas, como ocorreu na Índia e na África do Sul, onde partidos e movimentos nacionalistas ampliaram as suas atividades pró-independência.

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II - A Revolução Russa

1. A Rússia Pré-Revolucionária

No início do século XX o Império Russo era um Estado atrasado em relação aos centros capitalistas da Europa, tanto no que se refere à vida política, quanto na sua estruturação econômica e social. Na política, até 1905 predominava o absolutismo czarista, que conferia ao Imperador (o Czar) poderes que nenhum outro soberano europeu ainda possuía.

A sociedade era igualmente arcaica: a servidão feudal somente foi abolida no ano de 1861; a enorme população camponesa trabalhava sob duras condições nas propriedades da nobreza. A agricultura era a base da economia, e as poucas indústrias, geralmente de capital estrangeiro, se concentravam em algumas cidades principais da parte ocidental do Império.

A nobreza e a Igreja Ortodoxa Russa constituíam as principais bases de apoio do czarismo. As forças de oposição eram duramente reprimidas, atuando geralmente em condições de clandestinidade.

O liberalismo tinha como base de sustentação a frágil burguesia russa, que defendia a substituição do absolutismo por uma monarquia constitucional que assegurasse os direitos individuais; por sua vez, a oposição radical compreendia movimentos revolucionários, que pregavam inclusive o uso da violência para derrubar o regime; entre estes incluíam-se anarquistas; populistas (narodniks), nome que na Rússia se dava aos grupos que defendiam um socialismo agrário, que evoluísse a partir da tradicional terra coletiva que existia na Rússia rural, o “mir”; e socialistas marxistas, que em 1898 organizaram o Partido Social-Democrata Russo; desde 1903 este partido se dividiu em duas facções, os mencheviques (mais moderado, que defendia formas de organização e atuação mais abertas) e os bolcheviques (mais radicais, que defendiam um partido que atuasse de forma centralizada para promover a revolução).

Em 1904 o Império Russo entrou em guerra com o Japão, por causa de disputas por concessões e bases militares no nordeste chinês; o exército e a marinha russos sofreram uma fragorosa derrota, que abalou a legitimidade do absolutismo e levou à Revolução de 1905. Esta revolução foi conduzida pela burguesia liberal, que conseguiu arrancar ao Estado a convocação de um parlamento, a Duma. Era o fim do absolutismo russo, transformado agora em monarquia parlamentar.

Mas esta revolução assinalou também o nascimento de formas de democracia exercidas diretamente pelo povo, os sovietes, ou comitês. Na criação dos sovietes os bolcheviques tiveram um papel muito destacado, pois viam nestes órgãos revolucionários uma forma de democracia superior ao parlamentarismo, que eles consideravam como um tipo de democracia que atendia aos interesses da burguesia. O surgimento dos sovietes na Revolução de 1905 teve conseqüências muito importantes para a organização dos trabalhadores e para o posterior desenvolvimento dos movimentos revolucionários na Rússia:

O soviete conquistou imediatamente uma autoridade extraordinária. Foi o primeiro órgão eletivo que representou as classes trabalhadoras, até então sem direito a voto. Sob um governo que tinha o maior desprezo pelo princípio mesmo de representação popular, a primeira instituição que materializou este princípio

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7 obscureceu moralmente a administração existente. O soviete tornou-se, logo de início, um fator revolucionário de primeira grandeza. (Isaac DEUTSCHER. Trotsky, o Profeta Armado. 2ª ed., Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1984. Nos anos posteriores a 1905, o Czar tentou esvaziar o poder da Duma, dissolvendo-a e buscando neutralizar a atuação dos grupos oposicionistas. No entanto, foi com a entrada da Rússia na I Guerra Mundial, em 1914, que a monarquia começou a perder o que lhe restava de poder e prestígio político.

A I Guerra exigiu uma forte estrutura industrial e de transportes, elementos que a Rússia não possuía. Seus exércitos eram constituídos em grande parte por camponeses analfabetos e famintos, sem condições de enfrentar os modernos exércitos da Alemanha e da Áustria. As derrotas sofridas pelos russos nas frentes de batalha foram desmoralizantes para o Estado e para a figura de seu chefe, o Czar. Milhões de soldados morreram, e na retaguarda, a miséria e a fome se generalizaram, provocando uma situação social insustentável. O resultado foram greves, insubordinações militares e a derrubada do Czar, em 1917.

2. As Etapas da Revolução

Em março de 1917 (fevereiro, pelo calendário da Igreja Ortodoxa Russa) um amplo movimento de oposição ao czarismo culminou com a derrubada da monarquia e a proclamação de uma república, cujo Governo Provisório era controlado pelos liberais. Vários grupos políticos saíram da ilegalidade e passaram a disputar o apoio da população: além dos bolcheviques e mencheviques, atuavam o Partido Constitucional-Democrata (Cadetes), que representava a burguesia liberal russa e os Social-Revolucionários, partido camponês.

Entre março e novembro (ou seja, entre fevereiro e outubro, pelo calendário russo), o Governo Provisório teve que enfrentar uma série de dificuldades:

Em primeiro lugar, a forte resistência dos grupos monarquistas, que não aceitavam a proclamação da república; exércitos monarquistas brancos controlavam várias partes do território russo, lutando para depor o novo governo.

Ao mesmo tempo, o Governo Provisório enfrentava o crescimento do poder dos sovietes, onde a influência dos bolcheviques se fazia cada vez maior. A incapacidade do Governo Provisório em encerrar a guerra com a Alemanha e promover reformas políticas e sociais aumentava a desilusão do povo. Em abril, o principal líder bolchevique, Lênin, voltou de anos de exílio da Europa ocidental e propôs um conjunto de reformas que ficou conhecido como Teses de Abril. Estas reformas (paz imediata com a Alemanha, reforma agrária, nacionalização das grandes empresas) implicavam o fim do poder do parlamento e a tomada do poder pelos sovietes.

Em novembro de 1917, o Governo Provisório foi deposto e os sovietes, controlados pelos bolcheviques, tomaram o poder. A revolução entrava numa segunda etapa, agora de natureza socialista.

Lênin foi proclamado chefe do governo, e, em pouco tempo, foram promovidas a nacionalização dos bancos e grandes empresas e a distribuição de terras aos camponeses pobres. Em março de 1918 foi

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assinado com a Alemanha o Tratado de Brest-Litovsky, retirando a Rússia da I Guerra Mundial. Finalmente, para defender a revolução da ameaça de invasões estrangeiras e da contra-revolução, foi organizado o Exército Vermelho, sob o comando de Trotsky, outro importante líder bolchevique.

3. A Afirmação da Revolução

Nos anos seguintes a 1917 os bolcheviques enfrentaram e superaram dificuldades absurdas para se consolidar no poder. Uma violentíssima guerra civil explodiu, opondo vermelhos (os bolcheviques) e brancos (monarquistas); horríveis atrocidades foram cometidas por ambos os lados; milhões de homens morreram em combate, em massacres ou de fome; ao mesmo tempo, tropas estrangeiras ocupavam diversas partes do território russo, dando apoio aos contra-revolucionários, sendo também duramente combatidas pelo Exército Vermelho.

A firme liderança e a capacidade de combate dos bolcheviques permitiram a vitória da revolução, a derrota dos brancos e a expulsão dos estrangeiros, completadas no ano de 1921. Esta vitória também foi possível pela adoção de uma política conhecida como Comunismo de Guerra, que consistiu na instauração de uma série de medidas radicais, como o estabelecimento do trabalho forçado, do racionamento dos bens de consumo, do confisco de terras, da estatização da grande maioria das empresas privadas.

A partir de 1921, com o fim da guerra civil, as necessidades de reorganização da economia se fizeram urgentes, tal era a escassez de bens e de dinheiro. Foi então iniciada a Nova Política Econômica (NEP), que restabeleceu os mecanismos de economia de mercado, abolidos durante o período do Comunismo de Guerra. Durante a NEP (de 1921 a 1927) o Estado manteve o controle dos bancos e dos setores estratégicos da economia, mas a liberdade de comércio de produtos agrícolas foi restabelecida, assim como a permissão para o funcionamento de pequenas empresas e os investimentos estrangeiros. Neste período aumentaram as diferenças entre os camponeses enriquecidos (os kulaks) e a massa pobre da população.

Ao longo da década de 1920, também ocorreram significativas transformações política na Rússia. Em 1922, foi proclamada a criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), primeiro Estado socialista da história. Esta se constituiu a partir de uma federação entre a Rússia e outros países outrora pertencentes ao Império czarista. O Partido Comunista (como os bolcheviques passaram a se denominar) controlava toda a política do novo Estado.

Em 1924, morreu Lênin, o principal líder da revolução. Sua morte desencadeou uma luta de facções pelo controle do Partido Comunista e do Estado; seus principais protagonistas foram Trotsky, que defendia a idéia de que o triunfo do socialismo somente seria possível se revoluções socialistas fossem desencadeadas em outros países, principalmente no Ocidente industrializado e tecnicamente desenvolvido. Por sua vez, Stalin liderava aqueles que acreditavam que era necessário consolidar a

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9 construção do socialismo na URSS, promovendo sua industrialização e seu fortalecimento, impedindo que ela fosse destruída por forças contra-revolucionárias.

Mapa da União Soviética (Fonte internet, em inglês)

No final da década de 1920, Stalin e seus seguidores tinham conseguido o controle do poder político na URSS. A partir daí, se consolidou um modelo que teve como características principais:

- O firme controle do Partido Comunista pelo grupo de Stalin, eliminando o debate interno, expulsando os seus adversários e estabelecendo um rígido controle sobre a vida política, ideológica e cultural da sociedade soviética.

- A coletivização da agricultura, através da implantação de sovcoses (fazendas estatais) e colcoses (fazendas coletivas). Estas medidas, que visavam fornecer alimentos a baixo preço para uma crescente população operária, enfrentaram forte resistência dos camponeses, gerando muitas vezes violência e a morte de milhões de pessoas.

- A planificação da economia, através do estabelecimento de planos qüinqënais que, desde 1928, passaram a estabelecer as metas do crescimento econômico soviético. Os primeiros planos qüinqüenais deram prioridade às indústrias de base, como aço e petróleo, em detrimento da produção de bens de consumo.

A ditadura do Partido Comunista, a coletivização da agricultura e a planificação econômica forneceram um modelo alternativo ao capitalismo, que foi adotado por outros países que se tornaram socialistas após o fim da II Guerra Mundial, em 1945, e que foi denominado de “socialismo real” pelos seus defensores.

Referências

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