• Nenhum resultado encontrado

1. Educação Superior, multidisciplinar Periódicos. CDD CDU

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "1. Educação Superior, multidisciplinar Periódicos. CDD CDU"

Copied!
84
0
0

Texto

(1)

Revista Eletrônica Inter Texto (recurso eletrônico) – Porto Velho, RO União das Escolas Superiores de Rondônia - UNIRON, 2008.

Semestral, v. 1, Jan/Jun 2008 ISSN 1983- 246X

Modo de acesso: www.revistaintertexto.com.br

1. Educação Superior, multidisciplinar – Periódicos.

(2)

A REVISTA

A Revista Eletrônica Inter Texto é um periódico de acesso aberto, gratuito e semestral destinado à divulgação arbitrada da produção científica nas múltiplas áreas do conhecimento, de autores brasileiros e de outros, contribuindo, desta forma, para o crescimento e desenvolvimento da produção científica.

MISSÃO

Publicação de artigos científicos que contribuam para a expansão do conhecimento, baseados em princípios éticos.

OBJETIVO

(3)

CONSELHO EDITORIAL

Dr. Carlo Ralph - UNIC

Dr. Emerson Machado de Carvalho - UNIGRAN Drª Gisele Souza Rosa - UNESP Drª Nelice Milena Batistelli Serbino - UNIRON

Drª Raquel Volpato Serbino - UNESP Drª Izaltina Silva Jardim - USP Dr. Hamilton Hisano - EMBRAPA

Drª Adriane Braga – UFES Drª Karina dos Santos Paduan - UNESP

Dr. Giovani Sampaio Gonçalves - Instituto de Pesca, IP, Brasil Dr. Marcelo Nogueira Rossi - UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo)

Ms. Jaylson Monteiro- - UNIRON Ms. Daniela Moura Ferreira Cunha - UNIRON

Ms. Danielle Prestes de Bortoli - UNIRON Ms. Marlene Guimarães - UNIRON

Ms. Melissa Volpato Curi - UnB (Universidade de Brasília) Ms. Priscila Yumiko Sakamoto - UNIRON

Ms. Cláudia de Souza Zanella - UEMS Ms. Autran Dias de Almeida - UNIRON Ms. Andréia Alves de Almeida – UNIRON

Ms. Carolina Ribeiro Garcia - UNIRON Ms. Helena Zoraide Pelacani Almada - UNIRON

Ms. Marcus Vinicius Rivoiro - UNIRON Ms. Rogério Montai de Lima - UNIRON

Ms. Paulo Alexandre Serra Coucello da Fonseca – UNIRON Ms. Elza Jacarandá - UNIRON

Ms. Edgar Romeu – UNIRON / CPRM

EDITORES

Profª Drª Nelice Milena Batistelli Serbino Profº Ms. Alexandre Matzenbacher

COORDENAÇÃO EDITORIAL

Profª Drª Nelice Milena Batistelli Serbino

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA

Ancelmo Luiz Evangelista dos Santos

INFORMAÇÕES PARA PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS

Todo material a ser publicado, deve ser enviado para o seguinte endereço eletrônico, aos cuidados da Prof. Dra Nelice M. B. Serbino

biologia@uniron.edu.br

(4)

Sumário

Descrição do primeiro estágio larval de Uca rapax (Smith, 1870) (Brachyura:

Ocypodidae) ...6

Linguagem e ensino ...16

Negociações de consumo na web ...22

Efeito de diferentes substratos na formação mudas de Paricá ...38

O papel da biblioteca universitária brasileira na formação acadêmica do ensino superior: um estudo da biblioteca da faculdade Uniron ...47

Descrição do primeiro estágio larval de Uca urvillei (H. Milne Edwards, 1852) (Brachyura: Ocypodidae) ...62

(5)

EDITORIAL

O desejo de produzir informações relevantes para a comunidade acadêmica e para a sociedade, através de artigos científicos de relevância, sempre foi o desejo da UNIRON. Agora nasce a Revista Eletrônica INTER.TEXTO, que vem ao encontro do sonho e torna-se impar em

sua concretude, embora virtual. Apresentamos aos profissionais das diversas áreas do saber, o conhecimento produzido pela comunidade docente e discente, de forma a contribuir para o desenvolvimento das diversas profissões, no âmbito acadêmico e profissional.

Consonante com a missão que traduz-se na publicação de artigos científicos que contribuam para a expansão do conhecimento, baseados em princípios éticos, a Revista INTER.TEXTO objetiva propiciar meios de socialização do conhecimento construído, tendo em vista o estimulo à investigação científica e ao debate acadêmico. E como visão, um número crescente de colaboradores e a contínua apresentação à sociedade dos frutos de ensino de excelência e comprometimento com a ciência.

Navegue nas páginas da Revista INTER.TEXTO, com um convite à leitura. Aprecie!

(6)

DESCRIÇÃO DO PRIMEIRO ESTÁGIO LARVAL DE UCA RAPAX (SMITH,

1870) (BRACHYURA: OCYPODIDAE) 1

DESCRIPTION OF THE FIRST TRAINEESHIP LARVAL OF UCA RAPAX (SMITH, 1870) (BRACHYURA: OCYPODIDAE)

Nelice Milena Batistelli Serbino2

RESUMO

A família Ocypodidae está representada por aproximadamente 125 espécies de caranguejos, organizados taxonomicamente entre os gêneros Ocypode,

Uca e Ucides. Estas espécies estão distribuídas pelas regiões tropicais e

subtropicais, em manguezais nas zonas de entre-marés, em galerias escavadas no lodo (Uca e Ucides) e em praias arenosas, construindo tocas no supralitoral, desde a marca mais alta da linha d’água até de encosta das dunas (Ocypode). O estudo de caracteres larvais proporciona informações adicionais para diagnosticar inúmeras entidades biológicas. Neste estudo, é redescrito o primeiro estágio larval de Uca rapax. Os exemplares foram dissecados em solução Polivinil Lactofenol, com auxílio de microscópio óptico invertido Leica DMIL para dissecção. No mínimo 5 espécimes foram utilizados para caracterização morfológica.

Palavras-chave: Uca, desenvolvimento larval, Ocypodidae. ABSTRACT

The family Ocypodidae is represented by approximately 125 sorts of crabs, organized taxonomicamente between the types Ocypode, Uca and Ucides. These sorts are even distributed by the tropical and subtropical regions, in manguezais in the zones of entre-marés, in galleries excavated in the mud (Uca and Ucides) and in sandy beaches, building you touch the supralitoral, from the highest mark of the line d'água of slope of the dunes (Ocypode). The study of characters larvais provides additional informations to diagnose countless biological entities. In this study, the first traineeship is re-described larval of Uca rapax. The examples were dissected in solution Polyvinyl Lactofenol, with help of optical microscope when Leica DMIL was altered for dissecção. At least 5 specimens were used for morphological characterization.

Key words: Uca, development larval, Ocypodidae. INTRODUÇÃO

A família Ocypodidae está representada por aproximadamente 125 espécies de caranguejos, organizados taxonomicamente entre os gêneros

Ocypode Weber 1975, Uca Leach 1814 e Ucides Rathbun 1897 (Coelho &

Ramos, 1972; Melo, 1985; Rodrigues & Hebling, 1989). Estas espécies estão distribuídas pelas regiões tropicais e subtropicais, apresentando grande

1

(7)

diversidade no Novo Mundo (Crane, 1975). Uca e Ucides estão distribuídos em manguezais nas zonas de entre-marés, em galerias escavadas no lodo, de profundidades variadas (Crane, 1975; Nascimento, 1993). As espécies pertencentes ao gênero Ocypode habitam praias arenosas, construindo tocas no supralitoral, desde a marca mais alta da linha d’água até de encosta das dunas (Powers, 1977; Ramos-Porto et al., 1978).

Na costa Brasileira está registrado representantes de todos os gêneros que compreendem a família Ocypodidae. Dentre estes, Ocypode e Ucides estão representados por apenas uma espécie, O. quadrata Fabricius, 1787 e

U. cordatus Linnaeus, 1763, respectivamente. Uca está representada por 10

espécies subdivididas em, pelo menos 3 subgêneros: Uca (Uca) maracoani (Latreille, 1802-1803); Uca (Minuca) thayeri (Rathbun, 1900); Uca (Minuca)

mordax (Smith,1870); Uca (Minuca) rapax (Smith, 1870); Uca (Minuca) vocator (Herbst, 1804); Uca (Minuca) uruguayensis (Nobili, 1901); Uca (Minuca) cumulanta (Crane, 1943); Uca (Minuca) victoriana (Hagen, 1987); Uca (Minuca) burgersi (Holthuis, 1967) e Uca (Leptuca) leptodactyla

(Rathbun, 1898) (Melo, 1996; Rosenberg, 2001).

Diante da diversidade de espécies em Ocypodidae, pouco sabemos sobre suas formas larvais. Para Uca, das aproximadas 97 espécies atualmente reconhecidas (Rosenberg, 2001), somente 14 possuem formas larvais descritas, representando um total de 14,5% para o gênero. Para

Ocypode, representado por aproximadamente 26 espécies, apenas 7

possuem formas larvais descritas, totalizando 27% para o gênero. Das 2 espécies de Ucides, conhecemos a larva de Ucides cordatus. Das aproximadas 125 espécies que compõem essa família, 22 possuem formas larvais conhecidas (Tabela 1).

As primeiras descrições larvais entre os Ocypodidae ocorreram com as espécies que se distribuem na costa Americana. Hyman (1920) caracterizou todos os estágios de U. puligator (Bosc, 1902), os dois primeiros estágios de U. pugnax (Smith, 1870) e a primeira zoea de U. minax (Le Conte, 1855). Diaz & Costlow (1972) descreveram todos os estágios de

Ocypode quadrata. Rabalais & Cameron (1983) descreveram os dois

primeiros estágios larvais de U. subcylíndrica (Stimpson, 1859).

(8)

Trabalhos envolvendo descrições larvais com as espécies restritas à região do Indo-Pacífico, iniciaram-se com Chhapgar (1956) que descreveu parcialmente o primeiro estágio de zoea de U. annulipes (H. Milne-Edwards, 1837). Hashmi (1968) descreveu o primeiro e segundo estágio de zoea de U.

annulipes e de U. marionis (Demarest, 1823), esta última colocada em

sinonímia com U. vocans (Linnaeus, 1758), por Crane (1975). Quase concomitantemente, Feest (1969) descreveu o desenvolvimento de Uca

triangularis e U. annulipes. Finalmente, Terada (1979) publicou o

desenvolvimento larval de U. lactea (De Haan, 1835).

(9)

1998) estudou o desenvolvimento larval em laboratório de Uca uruguayensis,

U. mordax e U. burgersi, respectivamente.

Neste artigo, foi descrito e ilustrado os caracteres morfológicos do primeiro estágio larval de Uca rapax, com objetivo de diagnosticar e estabelecer os principais caracteres morfológicos larvais dessa espécie.

MATERIAL E MÉTODOS

COLETASDECAMPO

Coletas de campo foram realizadas nos meses de janeiro e abril de 2001 na região de Ubatuba (Rio Comprido, coordenadas - 2329’20.8”S : 459’53.5”W), visando à captura de fêmeas ovígeras e obtenção de suas respectivas larvas. Fêmeas ovígeras foram coletadas manualmente, transportadas para o laboratório com temperatura controlada (CEBIMar – USP ou NEBECC – UNESP) onde foram identificadas e individualizadas em recipientes de acrílico contendo aproximadamente 400 ml de água do mar constantemente aerada. Salinidade, temperatura e fotoperíodo foram mantidos de acordo com os dados obtidos durante a coleta (34 ‰, 24 °C e 14d/10n, respectivamente).

PREPARAÇÃO DOS ESPÉCIMENS E ANÁLISE MORFOLÓGICA

Exemplares do primeiro estágio larval do gênero Uca, espécie U.

rapax, foram dissecados em solução Polivinil Lactofenol contendo Fucsina

Ácida e Clorazol Black e montadas sobre lâminas e lamínulas.

Para dissecação foi utilizado o microscópio óptico invertido Leica DMIL. Observações, descrições e ilustrações foram efetuados com o auxílio de um microscópio Zeiss Axioskop 2 Plus contendo contraste diferencial de Normarski e câmara clara.

No mínimo 5 espécimes foram utilizados para caracterização morfológica. As descrições das cerdas seguem Pohle & Telford (1981) e a seqüência destas descrições estão de acordo com as sugestões de Clark et

al. (1998).

(10)

dorsal (ED), espinhos rostral/dorsal (R/D), espinho lateral (EL) e comprimento da carapaça (CC) com auxilio de microscópio óptico da Zeiss Axioskop 2 Plus com sistema de imagem. Para cada espécie foram computadas a média e o desvio padrão dos valores adquiridos. Todas as medidas estão expressas em micrômetros, considerando o seguinte formato: limite mínimo e máximo, seguidos da média e desvio padrão entre parênteses.

IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS DE CERDAS

Cerdas são definidas por possuírem articulações em sua base, diferindo-se assim de espinhos. O pedúnculo se estende a partir da base da cerda. O pedúnculo tem duas porções, proximal e distal, sendo separado por um anel ou linha descontínua (ânulo) resultante da invaginação da porção distal do pedúnculo durante a muda (Figura 1A). No pedúnculo, um poro pode ou não estar presente dependendo do tipo de cerda. O crescimento da cerda varia desde um dentículo pequeno a uma estrutura mais longa e flexível. Sub-ramificações, chamadas de setuletes, ocorrem em duas ou mais fileiras ao longo do pedúnculo das cerdas e, geralmente, são limítrofes às setuletes das cerdas adjacentes. Adicionalmente, pode-se encontrar dentículos na região apical da cerda (Figura 1A).

São descritos a seguir os tipos de cerdas encontradas na família Ocypodidae (Figuras 1 A-E):

(11)

Cerdas plumodenticuladas: cerdas de tamanhos variáveis,

apresentando 2 tipos de pedúnculos consistindo em sétulas proximais (geralmente pré-anular) e dentículos distais (pós-anular). Um poro pode estar presente. Quando presente pode estar em posição terminal ou subterminal (Fig. 1A).

Cerdas simples: tem um pedúnculo pequeno, com uma curvatura na

extremidade e um poro terminal (Fig. 1B)

Cerdas plumosas: cerdas longas como se fossem plumas, flexíveis

ao longo quase todo comprimento do pedúnculo (Fig. 1C).

Cerdas plumosas natatórias: cerdas muito longas com poro ausente,

e com ânulo distinto, na metade ou mais próximo à porção apical. Esses tipos de cerdas são restritos aos apêndices locomotores.

Cerdas serratas: são cerdas robustas, com pedúnculo largo que está

disposto pré-anularmente, possui um poro terminal e dentículos cortantes de diferentes tamanhos.

Cerdas cuspidatas: maciças, em forma de cone, com uma curta

porção proximal do pedúnculo terminando em um proeminente anel anular. A região pós anular apresentam pequenos dentículos irregulares e um poro terminal (Fig. 1E).

Estetos: cerdas especializadas de paredes finas, com um pedúnculo

macio, não afilado de tamanho variável não apresentando poro (Fig. 1D).

Denticuletes: estruturas muito pequenas, com processo afiados

ocorrendo em grupos.

Microtríquias: estruturas extremamente finas e flexíveis.

RESULTADOS

Descrição da espécie de Uca rapax (Smith, 1870)

Carapaça: Globosa CC: 270,27 - 303,35 (286,8  10,31), com espinho

(12)

sésseis. Cerdas superficiais ausentes e margem ventrolateral desprovida de cerdas.

Antênula: Unirreme, não segmentada, cônica, com 3 estetos (2

longos e 1 curto) e 1 cerda simples terminal.

Antena: Birreme, com protopodito bem desenvolvido ornamentado por

2 fileiras de espinhos. Exopodito com comprimento equivalente a cerca de 1/3 do protopodito, provido de 2 cerdas simples de comprimentos diferentes e 1 pequeno espinho.

Mandíbula: Processo molar subcilíndrico, provido de dentes

pequenos. Processo incisivo com 3 projeções dentiformes. Palpo ausente.

Maxílula: Endito coxal e endito basal completamente divididos. Endito

coxal possui 5 cerdas plumodenticuladas (4 terminais e 1 subterminal). Endito basal com 5 cerdas, sendo 3 terminais (2 plumodenticulada-cuspidatas e 1 plumodenticulada) e 2 cerdas subterminais plumodenticuladas. Endopodito bisegmentado, proximal desprovido de cerdas e distal com 4 cerdas plumodenticuladas terminais. Margem externa do protopodito e endito basal com microtríquias.

Maxila: Endito coxal e endito basal nitidamente separados,

ornamentados com microtríquias e denticuletes. Endito coxal bilobado contendo 6 cerdas plumosas, 3 no lobo proximal (1 terminal e 2 subterminais) e 3 terminais no lobo distal. Endito basal bilobado com 9 cerdas plumodenticuladas, 5 cerdas no lobo proximal (3 terminais e 2 subterminais) e 4 no lobo distal (3 terminais e 1 subterminal). Endopodito bilobado não segmentado com 3 cerdas plumodenticuladas terminais (1 proximal e 2 distais) e apresentando longas microtríquias marginais. Escafognatito com 4 cerdas plumosas marginais e um processo distal plumoso; denticuletes presentes.

Primeiro maxilípede: Coxopodito desprovido de cerdas. Basipodito

com 9 cerdas plumodenticuladas, distribuídas com a seguinte fórmula: 2, 2, 3 e 2. Margem lateral externa com microtríquias e denticuletes. Endopodito penta-segmentado com 2, 2, 1, 2 e 4+1 cerdas plumodenticuladas. Exopodito unisegmentado, com 4 cerdas natatórias plumosas distais.

Segundo maxilípede: Coxopodito desprovido de cerdas. Basipodito

(13)

Endopodito tri-segmentado com 0, 0 e 5 cerdas plumodenticuladas. Exopodito unisegmentado com 4 cerdas natatórias plumosas distais.

Abdômen: Constituído por 5 somitos. Região dorsal do 2º - 5º somitos

com 1 par de pequenas cerdas simples. Cerdas ausentes no 1º somito, 2º e 3º somitos abdominais há um par de processos dorsolaterais.

Telson: Bifurcado, apresentando 3 pares de cerdas

plumodenticuladas na margem interna, dispostas simetricamente ao sulco mediano. Cada furca apresenta inúmeros espinhos finos. Presença de denticuletes.

3º Maxilípede, pereiópodos e pleópodos: Ausentes.

DISCUSSÕES

Caracteres morfológicos larvais do primeiro estágio de zoea para o gênero Uca são variáveis entre as espécies que se distribuem biogeograficamente na costa do Caribe, Moçambique, Brasil e Oeste-Africano. As maioria das espécies que compõe essas regiões possuem características únicas, algumas são extremamente variáveis, outras não possuem caracteres que possam ser utilizados para distingui-las

Entre as espécies brasileiras, Uca mordax, U. leptodactyla, U. vocator,

U. rapax, U. burgersi, U. thayeri e U. uruguayensis, existe um caracter

comum a todas: a presença de 3 estetos na antênula. Uca rapax possui um caracter morfológico diagnóstico para espécies brasileiras: presença de 1 espinho na antena. No entanto, a presença de espinho no exopodito da antena é compartilhado com Uca tangeri e U. thayeri, embora nesses espécimens ocorram mais que um espinho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHHAPGAR, B.F. On the breeding habits and larval stages of some crabs of Bombay. Rec. Indian Mus. v.54, p.33-52, 1956.

CLARK, P.F., CALAZANS, D.K., POHLE & G.W., Accuracy and standardization of brachyuran larval descriptions. Inv. Repr. and Develop.,v.33, p.127-144, 1998.

(14)

S. 1972. p.133-236. Trabalho realizado no Instituto Oceanográfico - Universidade Federal Pernambuco.

CRANE, J. Fiddler crabs of the world. Princeton University Press, Princeton, NJ, 1975. 736 p.

DIAZ, H. & COSTLOW JR. J.D. Larval development of Ocypode quadrata (Bracyura: Crustacea) under laboratory conditions. Mar. Biol. v.15, p.120-131, 1972.

HASHMI, S.S. Study on larval of (Gelasimus) (Ocypodidae) reared in the laboratory (Decapoda: Crustacea). Pak. J. Sci. Res. v. 20, p.50-56, 1968. HYMAN, O.W. On the development of Gelasimus after hatching. J. Morphol. v.33, p.485-524, 1920.

MARQUES, F.P.L. Phylogeny based on larval morphology within the

Dissodactylus species complex (Decapoda: Brachyura: Pinnotheridae).

University of New Brunswick, Saint John, New Brunswick, Canadá. (Dissetação de Mestrado) 1994.

MELO, G.A.S. DE. Taxonomia e padrões distribucionais e ecológicos dos Brachyura (Crustacea: Decapoda) do litoral sudeste do Brasil. 1985. 247f. Tese Doutorado. Universidade de São Paulo - USP, Mus. Zool.

MELO, G.A.S. DE. Manual de identificação dos Brachyura (Caranguejos e Siris) do litoral brasileiro. São Paulo: ED. Plêiade, 1996. 603 p.

NASCIMENTO, S.A. Biologia do caranguejo-uça (Ucides cordatus). Adema, 1993. 48p.

PEREZ, L.A.V. Desenvolvimento embrionário e larval de Uca pugnax (Smith, 1870) (Crustacea, Brachyura, Ocypodidae) em laboratório. SP-BR.1980, 76f. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, USP, Instituto Oceanográfico.

POHLE, G.W. & TELFORD, M. Morphology and classification of decapod crustacean larval cerdae: a scanning electron microscope study of

Dissodactylus crinitichelis Moreira, 1901 (Brahyura: Pinnotheridae). Bull. Mar.

Sc. v. 31, p.736-752, 1981.

POWERS, L.W. A catalogue and bibliography to the crabs (Brachyura) on the Gulf of Mexico. Contrib. Mar. Sci., Port. Aronsas, v. 2, p.140-142, 1977. RABALAIS, N.N. & CAMERON, J.M. Abbreviated development of Uca

subcylindrica (Crustacea, Decapoda, Ocypodidae) reared in the laboratory.

Crust. Biol. v.3, p.519-541, 1983.

(15)

Brasil). II- Crustacea Boletim do Laboratório de Hidrobiologia, São Luís, v.2, p.77-78, 1978.

RIEGER, P.J. Desenvolvimento larval de Uca (Celuca) uruguayensis Nobili, 1901 (Crustacea, Decapoda, Ocypodidae), em laboratório. Nauplius, p. 4, 73-103 1996.

RIEGER, P.J. Desenvolvimento larval de Uca (Minuca) mordax Smith, 1870 (Crustacea, Decapoda, Ocypodidae), em laboratório. Trab- Oceanogr-Univ. Fed. Pernambuco, v.25, p.227-267, 1997.

RIEGER, P.J. Desenvolvimento larval de Uca (Minuca) burgersis Holthuis (Crustacea, Decapoda, Ocypodidae), em laboratório. Revista Bras. Zool. v.15, p.727-756, 1998.

RODRIGUES, M.D. & HEBLING, N.J. Ucides cordatus (Linnaeus, 1763) (Crustacea, Decapoda). Complete development under laboratory conditions and its systematic position. Revta. Bras. Zool. v.6, p.147-166, 1989.

(16)

LINGUAGEM E ENSINO

Maria da Conceição Barbosa de Souza3

RESUMO

Este artigo visa discutir sobre o ensino da língua portuguesa na escola, bem como, a ênfase dada às regras da gramática Normativa. É necessário que seja feito um trabalho voltado à escrita e a oralidade do aluno à luz da lingüística. Acreditamos que as aulas de Língua Portuguesa proporcionarão melhores resultados, se em sala de aula forem trabalhadas a leitura e a escrita dos diversos gêneros textuais e discursivos, para que o aluno compreenda o funcionamento da língua materna nos s vários contextos de uso social.

PALAVRAS-CHAVES: Lingüística-Ensino-Língua materna.

INTRODUÇÃO

O ensino da língua portuguesa, apesar de muito discutido no meio acadêmico, ainda, precisa ser debatido, principalmente, por todos que estão interessados na sua qualidade. Acreditamos que a dificuldade que o aluno tem para produzir um texto coeso e coerente se deve ao ensino tradicional da língua materna que contribui, para que o problema se agrave. É necessária que a escola como instituição educacional, repense sua prática pedagógica, porque os investimentos feitos na educação por meio de projetos e programas; de pesquisa e extensão universitária; da capacitação de professores e gestores; não surtirão resultados satisfatórios, se não houver um compromisso sério por parte dos atores envolvidos.

O modo como a língua portuguesa é trabalhado na escola faz com que o aluno apreenda- a como objeto compacto, uniforme e distante de sua realidade, como se ela lhe fosse exterior. É inconcebível pensar o sujeito desvinculado de sua própria língua, segundo Bakthin (2002) ambos são desassociáveis, ou seja, não se pode conceber uma língua autônoma, sem a presença do sujeito. O ensino voltado exclusivamente às regras da Gramática Normativa torna-se mecânico, discriminatório e excludente. Vemos

3 Licenciada e Bacharel em Letras Português pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR (2001)

(17)

a necessidade de uma ampla discussão nas instituições que representam a Educação, para que achemos soluções eficazes e eficientes para sanar este problema que tranformou-se numa imensa bola de neve. Entretanto, não podemos esquecer que o professor precisa ter seu trabalho valorizado, Silva (2003) postula pela necessidade de políticas públicas educacionais e de diretrizes curriculares, que contemplem criticamente a situação real e concreta do professor por meio de investimentos econômicos, infra-estrutura e programas de formação continuada que de fato atendam às reais necessidades do professor. Além disso, é importante que os alunos conheçam e utilizem outras variedades lingüísticas para terem possibilidade de adquirir um conhecimento mais completo da língua.

LÍNGUA MATERNA E ENSINO

Um número elevado de alunos, anualmente, termina o ensino médio, porém esta quantidade não é proporcional à qualidade do conhecimento adquirido na escola, o que é lamentável, pois muitos deles vêem na conclusão de seus estudos a oportunidade para melhorar sua qualidade de vida, seja para arrumar ou manter-se no emprego, seja para passar no vestibular, preferencialmente numa Universidade Federal, entretanto, o conhecimento adquirido na escola, não lhes proporciona condições para alcançar o sucesso almejado, prova disso são os resultados das avaliações do 4Enem, do 5PISA, dos vestibulares e dos concursos públicos, que demonstram como está o ensino e a aprendizagem da língua portuguesa. Nessas horas, o professor também é avaliado, muito embora não sendo ele o único responsável pelo fracasso do aluno, contudo, ele é o mediador entre o sujeito, aluno, e o objeto do conhecimento, a língua.

Percebemos que a herança do ensino tradicional, que ainda circula na escola, é evidenciada na insistência da memorização das regras gramaticais que o aluno precisa decorar. Parmigiani (2002) afirma que é necessário que língua seja ensinada de modo que deixe de proporcionar aos seus falantes a experiência de subordinação. Cagliari (1997) postula que o

(18)

objetivo do ensino deve ser mostrar como a língua funciona e sua diversidade de uso na sociedade, além disso:

No ensino de Português é fundamental, essencial e imprescindível distinguir três tipos de atividades ligadas respectivamente aos fenômenos da fala, da escrita e da leitura. São três realidades diferentes da vida de uma língua, que estão intimamente ligadas em sua essência, mas que têm uma realização própria e independente nos usos de uma língua. (1997, p.30).

O ensino da língua materna deve contemplar todos os aspectos :a oralidade, a leitura e a escrita, todas paralelamente, já que fazem parte do

corpus da linguagem humana. A diversidade lingüística reconhecida pelos

órgãos oficiais e que está presente nos 6PCNs legitima o que a ciência da linguagem postula,o trabalho da variação lingüística e dos diversos gêneros textuais,porque vivemos em sociedade, onde existem grupos lingüísticos variados com características singulares.Por isso, no ensino da língua, o professor deve estar atento para não a ensinar de forma compacta e autônoma do sujeito.

Nas redações do Enem, percebemos a dificuldade que o aluno tem de expor suas idéias de forma coerente e coesa, o que nos leva a concordar com Silva (2002) que acredita que geralmente, o aluno organiza a linguagem da redação dentro de um único esquema: o narrativo, por não saber dissertar sobre um tema, já que estão acostumados aos modelos aprendidos na escola, desde o Ensino Fundamental. Logo, é importante colocá-lo em contato com os diversos gêneros textuais e discursivos por meio de materiais impressos como: revistas, receitas, bulas de remédio, cartazes jornais, poesias, livros e outros, para que ele compreenda que a escrita tem função social. A língua vista apenas como uma estrutura, que é exterior ao sujeito, nega-lhe seu papel que é a interação social. De acordo com Bakthin (2002) a linguagem não se resume a um sistema abstrato de normas,

(19)

tampouco é um produto acabado imutável. Ela é construída na interação verbal entre o sujeito e seu interlocutor; por isso, ela é heterogênea e polifônica.

A escola precisa conscientizar-se de sua responsabilidade e proporcionar ao aluno o contato com as variedades lingüísticas, já que não usamos a língua, apenas para organizarmos ou expressarmos idéias e experiências, mas como prática de significação pela qual estabelecemos relações entre grupos diferentes. Acerca disso, Silva (2002) afirma que: Em

termos educacionais, ao forçar um aluno à “a seguir a norma”, o professor pode simplesmente distanciar-se do falar “real” cotidiano... Impedindo que o ser se expresse com liberdade. (2002 p.42). Vale salientar que o ensino e a

aprendizagem de Língua Portuguesa, devem ser resultantes da articulação da tríade: aluno, (o sujeito da ação), língua, (o objeto do conhecimento), e o professor, (que é a prática educacional que organiza a mediação entre o sujeito) e objeto. Parâmetros Curriculares Nacionais (1997).

Muitas vezes, a escola assume uma postura contraditória ao seu papel social, pois, no lugar da inclusão, exclui aqueles que não dominam a norma culta, Soares (1994) afirma que:

A escola como instituição a serviço da sociedade capitalista assume e valoriza a cultura das classes dominantes; assim os alunos provenientes das classes dominadas nela encontram padrões culturais que não são os seus e que são apresentados como certos, enquanto seus próprios padrões são ignorados como inexistentes ou desprezados como errados.(1994,p.15)

Acerca disso, Cagliari (1997) acrescenta que a escola usa e abusa da força da linguagem, para ensinar e para deixar bem claro o lugar de cada um na instituição e até na sociedade, fora dos seus muros.

(20)

lingüística que precisa ser abandonado, para que a população marginalizada por sua condição social deixe de ficar na condição de “7sem-língua”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ensino da língua materna que é oferecido pela escola precisa ser repensado, pelos os que estão envolvidos com a Educação no País, para que a escola cumpra seu papel, que é promover a inclusão social dos que são marginalizados, inclusive, lingüisticamente, além disso, é necessário mostrar ao aluno como a língua funciona e suas variedades de uso.

Portanto, propomos alguns eixos, para que haja um ensino plural. O primeiro é que devemos apresentar aos alunos as variedades lingüísticas, e discutir acerca do preconceito lingüístico que circula na sociedade. Podemos afirmar que saber Português não é só “aprender como a língua funciona”, mas também “estudar” ao máximo seus usos na sociedade. É necessário que os falantes das variedades não-padrão da língua, tenham acesso a um ensino de qualidade, para poderem usufruir os bens que circulam na sociedade, principalmente os culturais. Além disso, é importante que os alunos aprendam que a norma culta e uma das modalidades da língua, para que tenham possibilidade de examinar, selecionar, e de se apropriar dos aspectos da cultura dominante, pois, muitas vezes, os falantes das variedades desprestigiadas são excluídos da sociedade por não saberem usar a língua padrão. Enfim, valorizar a linguagem do aluno é essencial no ensino, já que é por meio dela que ele interage com o mundo, e é a partir dela que deve aprender a língua de prestígio social, a culta.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMARAL, NAIR F. GURGEL DO. PARMIGIANI. TÂNIA; TEZZARI, NEUSA (orgs.). Leitura e Produção de Textos: quando as crianças brincam, lêem

e escrevem. Porto Velho: Edufro, 2002.

CAGLIARI, LUIZ, CARLOS. Alfabetização e Lingüística. São Paulo: Scipione, 1997.

(21)

BAGNO, M. Preconceito Lingüístico: o que é, como se faz. São Paulo: Loyola, 2001.

BAKTHIN, M. Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo: Martins e Fontes, 1992.

SOARES, MAGDA. Linguagem e Escola: Uma Perspectiva Social. São Paulo: Ática, 1994.

SOUZA, MARIA DA CONCEIÇÃO BARBOSA DE. A Oralidade como

Manifestação e Constituição de Cultura e Subjetividade.

Guajará-Mirim/RO. UNIR-2006 (Dissertação de Mestrado).

SILVA, EZEQUIEL THEODORO DA. Os (des) Caminhos da Escola:

Traumatismos Educacionais. São Paulo: Cortez, 2002. (Coleção Questões

da Nossa Época).

(22)

NEGOCIAÇÕES DE CONSUMO NA WEB

Rogério Montai de Lima8

RESUMO

No presente trabalho, abordou-se as relações de consumo nos contratos eletrônicos, dando enfoque especial para a aplicação do Código de Defesa do Consumidor e a proteção jurídica dos consumidores na Internet. Ficou demonstrado que os contratos eletrônicos não constituem um novo instituto jurídico, mas uma modalidade de contratos que apenas diferencia-se dos tradicionais em relação ao seu instrumento de formação, qual seja, o meio eletrônico, e, portanto, aplica-se a ele toda a legislação vigente, inclusive as normas de proteção do Código de Defesa do Consumidor, notadamente quando envolver relações de consumo com fornecedores nacionais. Observou-se, ainda, que embora aplicável à legislação vigente ao comércio eletrônico, a falta de regulamentação específica gera um grande desconforto nestas transações, principalmente no tocante à segurança, causando um óbice no crescimento deste tipo de comércio.

PALAVRAS-CHAVES: Internet; comércio eletrônico; contratos; relações de

consumo.

ABSTRACT

In the present paper, the author has treated the consume relations on the eletronic contracts, focusing mainly the Consumer Defense Code to these contracts and the judiciary protection of the consumers who use the Internet. It is demonstrated that the electronic contracts do not constitute a new juridical institute, but a modality of contracts that only differ from the traditional ones in relation to the formation instrument, that is, the eletronic way, and, therefore, it is applied to them, all the present legislation, inclusive the protection rules of the Consumer Defense Code, notably when it involves consume relations with national providers. It has been observed that although the actual legislation is applicable on the eletronic commerce, the lack of specific regulation generates an huge discomfort in these dealings, mainly referring to security bringing an obstacle on the increasing of this type of commerce.

KEYWORDS: Internet; electronic commerce; contracts; consume relations;

INTRODUÇÃO

A rede mundial de computadores vem causando alterações de grande relevância na vida do homem contemporâneo; é inegável que a humanidade

8

Juiz Substituto do Tribunal de Justiça de Rondônia

Professor do Curso de Direito da Uniron – Porto Velho/RO

Professor do Programa de Pós-Graduação em Direito da Unintes – Porto Velho/RO

Mestre em Direito dos Empreendimentos Econômicos, Desenvolvimento e Mudança social pela Universidade de Marília

(23)

deu um salto tecnológico admirável com o advento e o progresso diuturno da Internet.

O Direito por seu turno, tem por escopo regular a vida social, garantindo à coletividade o mínimo de dignidade e justiça. Desta forma, a ciência jurídica amolda-se incessantemente às conversões que lhe infunde a mesma sociedade que dirige, adaptando-se àquelas novas tendências comportamentais.

A Internet trouxe à baila vários problemas jurídicos que aumentam à medida que cresce a utilização das redes de computadores e a popularização da internet. Destaca-se, assim, o avanço do comércio eletrônico, que traçou novas dimensões aos contratos tradicionais, enfatizando a necessidade de regulamentação deste instrumento.

Surge, assim, o dever inerente aos operadores do direito de se aprofundar nos estudos do tema, a fim de buscar respostas para os carentes de solução.

Ao tratar da questão da relação de consumo, é inevitável a existência de preocupação com o consumidor, de saber se existe uma norma apta para a proteção de seus direitos.

Versando especificamente sobre as relações de consumo formalizadas via Internet, esta preocupação se torna ainda mais consistente, haja vista que no âmbito nacional não há legislação específica para regulamentar esta matéria.

Tem-se, daí, que o direito não pode ficar alheio à evolução tecnológica, mas convir como mecanismo de fomento ao desenvolvimento das relações contratuais na Internet.

RELAÇÕES NA INTERNET: LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

(24)

Cumpre observar que o art. 5° da Constituição Federal constitui-se em cláusula pétrea e encontra-se dentro do título que trata dos direitos e garantias fundamentais.

O Código de Defesa do Consumidor é uma lei complexa e interdisciplinar, que se constitui num micro-sistema jurídico por abranger normas de diversos ramos do direito, seja material ou processual, civil ou penal. A proteção do consumidor tem sido, entre as várias questões suscitadas pelo comércio eletrônico, uma das mais complicadas, já que não tem regulamentação própria.

O comércio eletrônico não possui regulamentação jurídica específica noBrasil, sendo aplicável a ele no que couber a legislação existente por analogia.Desta forma, as relações de consumo formalizadas em meio eletrônico não podem ficar sem proteção somente pelo fato de não existir, no ordenamento jurídico brasileiro, normas específicas de proteção a estes consumidores.

O fato de ter sido realizadas compras em estabelecimentos virtuais - e não em estabelecimentos físicos como de costume - em nada altera os direitos garantidos aos consumidores pelo Código de Defesa do Consumidor, quando cabível, estando o comércio eletrônico de bens e serviços sujeitos a este diploma legal, aplicando-se, portanto, a estas relações todas as disposições contidas nesta legislação.

Os contratos formados na Internet são contratos à distância e sendo assim, apresentam maiores problemas ao consumidor, principalmente no que tange à insegurança destas relações.

As desvantagens dos contratos à distância, segundo Jean Calais-Auloy e Frank Steinmetz (apud MARTINS, 2000, p. 97) são:

(25)

face de um vendedor à distância, em caso de defeito do objeto; e) em casos extremos, pode até mesmo ocorrer que, após a celebração do contrato e pagamento, o comprador não receba a mercadoria desejada, além de não poder sequer se reembolsar, em virtude da insolvência ou mesmo do desaparecimento do vendedor.

Resta ainda, saber se as relações de consumo no e-commerce se diferem das tradicionais, aplicando-se a elas a mesma legislação existente no ordenamento jurídico brasileiro.

Tatiana Machado Corrêa, (2004) aponta algumas diferenças entre as relações de consumo tradicionais e as formadas via Internet, asseverando que estas últimas:

A) não estabelece um contato pessoal entre o consumidor e fornecedor;

B) Ê mais difícil para o consumidor apurar a idoneidade/honestidade do produto/prestador de serviços e vice-versa;

C) Não há certeza de que a prestação contratual de uma ou de outra parte será cumprida;

D) É mais difícil descobrir o endereço e a idoneidade real do fornecedor que pode se ocultar através de um endereço eletrônico para praticar atos lesivos como o estelionato;

E) Há dificuldade de se provar o negócio jurídico firmado por um "click" "sim" no "mouse", sem qualquer contrato assinado pelas partes.

Um dos problemas de maior peso, em se tratando de contratos na Internet é justamente o de que esta rede não conhece barreiras geográficas,acabando com as noções de territorialidade.

Trata-se, portanto, de uma questão delicada, de difícil resolução, posto que ainda não existe uma norma clara e objetiva que dispõe sobre tal assunto.

CONTRATOS ELETRÔNICOS DE CONSUMO

(26)

Na definição de Roberto Senise Lisboa (1999, p. 5), relação de consumo é o vínculo jurídico por meio do qual se verifica a aquisição pelo

consumidor, de um produto ou de um serviço, junto ao fornecedor.

A relação de consumo tem como elementos o fornecedor, o consumidor, o objeto da prestação (produto ou serviço) e a causa. Para uma maior compreensão do alcance das normas de consumo, imprescindível se faz uma breve análise de cada componente desta relação.

O art. 3° caput do CDC traz o conceito legal de fornecedor, dispondo: Art. 3°. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.

Como se pode observar, o conceito inserido pelo CDC é muito amplo e não acarreta maiores problemas no que concerne à sua compreensão.

Já em relação ao consumidor, embora o Código de Defesa do Consumidor traga em seu bojo o conceito legal de consumidor, como se observa do art. 2° deste estatuto9, em outros dispositivos traz outras definições, figuras equiparadas ao consumidor, fornecendo, assim, quatro formas de definição de consumidor em seus artigos 2° caput; 2°, parágrafo único; 17 e 29.

A definição de consumidor utilizada pelo Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 2° caput, é muito genérica, podendo abranger, inclusive uma empresa (pessoa jurídica) que adquirir produtos ou serviços como destinatária final, ou seja, não visando lucro na relação.

No parágrafo único do art. 2°, o CDC equipara a consumidor todas as pessoas que tenha intervindo nas relações de consumo, ainda que não determináveis.

9

"Art. 2°. Consumidor é toda pessoa física ou Jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.

(27)

No art. 17 do CDC10 encontra-se outro tipo de consumidor, qual seja, as vítimas do evento. Destarte, é também considerado consumidor as pessoas que, embora não tenham adquirido o produto ou serviço, sofreram acidentes de consumo em razão da utilização destes.

Ainda tratando do conceito de consumidor, o art. 29 do CDC11 equipara a estes todas as pessoas, ainda que indetermináveis expostas às práticas comerciais abusivas de fornecedores.

Analisando todas estas figuras comparadas a consumidor, percebe-se que o Código de Defesa do Consumidor teve uma especial preocupação com os interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos, protegendo não só um consumidor individual, mas uma massa de consumidores.

Os objetos da relação de consumo são o produto e o serviço e encontram-se definidos nos parágrafos do art. 3° do CDC, in verbis:

Art.3°(...)

§ 1°. Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.

§ 2°. Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

Por fim, para que a relação de consumo se torne completa, é necessário a causa, ou seja, o objetivo da relação de consumo deve ser a aquisição de um produto ou serviço como destinatário final, o que pressupõe o atendimento de uma necessidade própria do consumidor e não de uma atividade negociai que vise lucro.

Ressalte-se, ainda, que na falta de quaisquer destes requisitos acima especificados, não há que se falar em relação de consumo, não incidindo as normas do Código de Defesa do Consumidor, mas a legislação civil ou comercial.

10

"Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento."

11

"Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as

(28)

Os princípios básicos que se aplicam nos contratos paritários, acima assinalados, notadamente o princípio da autonomia contratual, não se aplicam nos contratos de consumo, pois nestes visa-se resguardar o equilíbrio contratual, já que, de modo geral, os contratos de consumo são contratos de massa ou de adesão, presumindo-se estar o consumidor em situação desfavorável frente ao fornecedor, que, de maneira unilateral estabelece as cláusulas que regem o contrato, devendo haver um tratamento diferenciado para o consumidor, fazendo, desta forma, prevalecer à justiça contratual.

Fernando Noronha (apud MANDELBAUM, 1996, p. 179) aponta três problemas dos contratos de consumo, quais sejam, o de saber se as cláusulas devem ou não ser consideradas como integrantes do contrato, o relativo à validade de tais cláusulas e, por fim, a questão atinente à proteção do consumidor.

Via de regra, os contratos de consumo apresentam-se como contratos de adesão, com cláusulas pré-estabelecidas pelo proponente, não tendo como o consumidor discuti-la, cabendo a este somente a aceitação em bloco de tais cláusulas, fato este que pode fazer com que se reúna, nestes tipos de contratos, várias cláusulas abusivas.

As transações realizadas via Internet envolvem um fornecedor de bens ou serviços, um consumidor, usuário da Internet que adquire, como destinatário final, os produtos ou serviços colocadas à disposição num

website pelo fornecedor e por fim, uma contratação bilateral, consistente num

contrato eletrônico. Trata-se, portanto de uma relação de consumo na qual incidirá as normas de proteção ao consumidor.

Manoel J. Pereira dos Santos e Mariza Delapieve Rossi (2000, p. 123), ensinam que, além do preço e qualidade do produto, o consumidor busca,

através da contratação via Internei um modo menos burocrático e mais rápido, almejando privacidade, confiabilidade e segurança.

A maior parte dos contrates celebrados via Internet é de consumo e entre esses, faz-se superioridade os click-through agreements ou mouse-clik

contracts traduzidos para o português como contratos por dique, que são

(29)

Na Internet há muitas ofertas públicas permanentes que ficam a disposição em um website a espera de ser acessada por um usuário que envie uma aceitação para tal proposta. São contratos que contém cláusulas uniformes, bastando que o consumidor, usuário da Internet, preencha os campos faltantes com os seus dados, aceitando todas as condições daquele contrato através de um simples clique.

Estes contratos caracterizam-se principalmente pela existência de cláusulas pré-estabelecidas unilateral mente pelo fornecedor de produtos ou serviços. Trata-se de um contrato por adesão.

O contrato de adesão surgiu como conseqüência do avanço tecnológico, que resultou na massificação dos negócios e, para satisfazer esta necessidade, criam-se os contratos que possibilitem a oferta de serviços ou produtos fabricados em massa, oferecidos ao público em modelos uniformes. Porém, cabe salientar que não constituem nova modalidade contratual, mas tão-somente uma nova técnica de contratação.

O art. 54 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) define a figura dos contratos de adesão, dispondo:

Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido

aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas

unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.

Cláudia Lima Marques (1999, p. 53-54), ao definir aos contratos de adesão, discorre:

Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas são preestabelecidas unilateralmente pelo parceiro contratual economicamente mais forte (fornecedor), isto é, sem que o outro parceiro (consumidor) possa discutir ou modificar substancialmente o conteúdo do contrato escrito.

Manoel J. Pereira dos Santos e Mariza Delapieve Rossi (2000, p. 123) destacam entre as principais características de um contrato de adesão ou contratos de massa - como também são conhecidos - a predisposição

(30)

Renata Mandeibaum (1996, p. 153) aponta como principais características do contrato de adesão:

a) adesão em bioco: a adesão se faz a todo um conjunto de condições e estipulações predispostas; b) vontade sem discussão: a adesão constitui uma verdadeira declaração da vontade sem discussão alguma, a liberdade do contratante fica restrita à possibilidade de contratar ou não;

c) confiança do aderente: principalmente no aspecto que vamos abordar como foco central do presente trabalho, o contrato de consumo como um contrato de adesão, está clara a confiança que o aderente deposita no estipulante, ao eleger determinada marca, por influência da publicidade, tradição no mercado, marca, etc.

d) liberdade viciada: a liberdade de contratar é substituída pelas necessidades do tráfico mercantil de agilização, com conseqüente padronização e predeterminação das condições, que degenerou em império de vontade e foi substituída pela pressão realizada pelos hierarquicamente superiores.

Portanto, este tipo de negociação, prescinde de uma prévia negociação entre os contratantes a fim de ajustar as condições do contrato, posto que tais cláusulas já estão pré-estabelecidas pelo fornecedor, dependendo apenas da adesão pelo usuário.

Fábio Ulhoa Coelho (2000, p. 202-203), assinala quatro características básicas de um contrato de adesão:

(...) pré-estabelecimento (estipulação anterior à formação do vínculo contratual), unilateralidade (formulação por apenas uma das partes do negócio), uniformidade (referência a todos os negócios daquele feito a serem concretizados), rigidez (expectativa de inalterabilidade) e abstração (referência a todas as pessoas interessadas em concretizar o negócio).

Para Cláudia Lima Marques, 1999, p. 54, os contratos de adesão apresentam três características importantes, quais sejam:

(31)

A formação nestes tipos de contratos se dá com a anuência do consumidor, ou seja, quando ele aceita ou adere às condições impostas pelo fornecedor, sendo que antes disto, o contrato redigido não vincula nenhuma das partes.

Se a redação do contrato for dúbia, ou seja, se houver mais de uma interpretação possível, prevalecerá a interpretação mais favorável ao consumidor (art. 47 do CDC12). Outrossim, as cláusulas estabelecidas individualmente, tal qual as escritas à mão ou à máquina após a impressão do contrato, prevalecem sobre as gerais.

O parágrafo terceiro do art. 54 do CDC estabelece ainda que os

contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. Preocupando-se com a proteção do consumidor, dispõe este

mesmo artigo, em seu parágrafo quarto: as cláusulas que implicarem

limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.

Desses dispositivos decorre uma importante conseqüência: os contratos não obrigam os consumidores se estes não tiverem conhecimento de seu conteúdo ou ainda se redigidos de forma a dificultar a sua compreensão, conforme se observa do art. 46 do diploma consumerista, que dispõe:

Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada à oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.

12 Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao

consumidor."

Ressalte-se que o Novo Código Civil introduziu dispositivo semelhante em seu art. 423, in verbis: "Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á

(32)

Caso não seja observada esta disposição, o CDC garante a não vinculação do consumidor aos contratos onde não houve o prévio conhecimento de seu conteúdo, dificultando a compreensão do consumidor.

Assim, se as cláusulas não forem previa e adequadamente apresentadas ao consumidor, este não se vincula ao contrato. O mesmo ocorre em relação às cláusulas de difícil compreensão, independentemente da intenção do fornecedor, pois as cláusulas devem ser claras.

O que ocorre, na realidade, é que o consumidor, na maioria das vezes, não se dispõe a promover a leitura por completa do contrato e, assim, os contratos de adesão não têm suas cláusulas lidas com a devida atenção, devendo, portanto ser observada, nesta relação, a boa-fé objetiva, prevalecendo à interpretação mais favorável ao consumidor.

Os contratos realizados entre o provedor de acesso à Internet e os usuários desta rede, por exemplo, geralmente são contratos de adesão, estando sujeitos às normas do CDC.

Cumpre ressaltar que dentre os contratos eletrônicos de consumo realizados via Internet, os mais comuns não são os contratos que têm por objeto um bem, mas sim os de prestação de serviços, notadamente os serviços de home-banking.

Uma vez delineado o tema atinente a relações de consumo e contratos no Código de Defesa do Consumidor, resta saber se este instrumento é apto para a aplicação nos contratos de consumo realizados on-line, seja entre fornecedores nacionais ou internacionais.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO PROVEDOR DE ACESSO À INTERNET

Conforme já visto, o fornecedor ou consumidor de bens e serviços via Internet, conecta-se a esta rede por intermédio de um provedor de acesso, que nada mais é senão um intermediário nas transações comerciais celebradas on-line.

(33)

Tratando, pois, de relação de consumo, o provedor de acesso, responderá civilmente por eventuais falhas na execução de seu serviço, já que entre ele e o usuário da rede há um contrato de consumo, que também será regido pelo CDC.

O CDC, no art. 1413 dispõe que os fornecedores de serviço respondem por danos causado em razão de vício na prestação do serviço independentemente da existência de culpa.

Tal responsabilidade é chamada objetiva, já que o consumidor não precisa demonstrar que houve culpa na realização dos serviços prestados pelo provedor, apenas demonstra o prejuízo causado em razão da prestação deste serviço. Porém, o provedor poderá se eximir desta responsabilidade se puder provar que não existe defeito na prestação de seu serviço ou que houve culpa exclusiva do consumidor ou terceiro, conforme se denota do parágrafo terceiro do art. 14 do CDC14.

O intermediário, provedor de acesso, em princípio não responde pelas contratações formadas na rede, porém responderá no caso de acarretar prejuízo às partes de uma contratação eletrônica por sua ação ou omissão como prestador de serviços de conexão, ainda que este contrato não envolva a sua participação.

O art. 7° do CDC, em seu parágrafo único dispõe: "Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo". Desta narração conclui-se que o provedor de acesso à Internet responderá solidariamente com o fornecedor, em razão de sua ação, omissão ou negligência na prestação de seus serviços.

Entretanto, não pode o provedor de acesso ser responsabilizado pela falta ou quebra de segurança em um s/te de um fornecedor, pois isto é de responsabilidade da loja virtual.

13 "Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela

reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços,bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos."

14 Código de Defesa do Consumidor, § 3° do art. 14:

"§ 3°. O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar: I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;

(34)

Seguindo a mesma linha de raciocínio, não será responsável o provedor de acesso á Internet por anúncios de publicidade abusivos ou enganosos expostos aos seus assinantes pêlos fornecedores de produtos ou serviços, pois funcionam como um instrumento para viabilizar a conexão à Internet, nada tendo a ver com os anúncios públicos nos websites, a menos que tais anúncios sejam referentes ao seu próprio negócio.

Por intermediar a divulgação de informações questionáveis, o Projeto de Lei 1.589/99, elaborado pela OAB/SP, visando estabelecer regras de comércio eletrônico, a validade e a força probatória dos documentos eletrônicos e a assinatura digital, estabelece a responsabilidade do provedor a partir do momento em que tomou conhecimento do uso indevido da rede, ficando obrigado a tomar atitudes a fim de evitar a conduta irregular do usuário.

MECANISMOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE DISPUTAS

Em razão da falta de regulamentação sobre direitos dos consumidores na Internet, em diferentes ordenamentos jurídicos, surgiu à necessidade de se criar elementos alternativos de proteção que visem assegurar as relações de consumo no meio virtual.

Foi assim que nasceu os denominados "Mecanismos Alternativos de Resolução de Disputas", também conhecidos pela sigla ADR, que em inglês significa Alternativo Dispute Resolution, que tem sido adotado por vários países no mundo inteiro.

Tais mecanismos visam a proteção institucional das relações de consumo através de meios não tradicionais já existentes no mundo jurídico, ou seja, a resolução de conflitos por meio do Judiciário que despende muito tempo para incorporar uma solução definitiva, como é sabido.

(35)

As formas alternativas de proteção ao consumidor de Internet mais utilizadas têm sido a mediação e a arbitragem, dirimindo diversas disputas de consumo on-line, tendo sido, na maior parte das vezes, mais eficazes e efetivas que os mecanismos tradicionais.

Estes mecanismos alternativos não existem somente para dirimir conflitos de consumo na Internet, mas há também os criados especialmente com a finalidade de prevenir a ocorrência de tais conflitos. Ronaldo Lemos da Silva Júnior (2001, p. 163) diz que as empresas que adotam esta forma criam verdadeiros códigos de conduta on-line, criando padrões específicos para as relações de consumo.

O mesmo mestre Ronaldo Lemos da Silva Júnior (2001, p. 161) garante que a tendência é de que em um futuro muito próximo, todos os s/tes

de e-commerce filiem-se a algum órgão de resolução de disputas.

A proteção ao consumidor tem aumentado crescentemente em todo o mundo, inclusive nas contratações eletrônicas, graças ao avanço tecnológico e do comércio eletrônico.

Foi nesta seara que, no Brasil, um grupo de estudiosos tiveram por bem a criação de uma entidade não governamental com o objetivo principal de defesa e proteção dos direitos do consumidor na Internet, aprimorando as relações e consumo no fornecimento de produtos e serviços em meio eletrônico.

O IBCI - como ficou conhecido o Instituto Brasileiro de Proteção e Defesa dos Consumidores de Internet - visou a elaboração de um código deontológico aplicável às relações de consumo via Internet para estabelecer princípios morais e éticos nestas relações.

(36)

Há previsão de que dentro de pouco tempo o IBCI esteja efetivamente servindo à sociedade de consumidores via Internet, aumentando, com isso, os meios de proteção à disposição do consumidor e, conseqüentemente, fornecendo-lhe maior segurança nestas contratações.

CONCLUSÃO

A popularização da Internet trouxe uma forte contribuição e até um incentivo nas contratações eletrônicas, atingindo uma grande massa de usuários de Internet, incentivando, desta forma, os empresários a integrar-se ao e- commerce.

Diante da lacuna existente na legislação sobre os contratos eletrônicos e as relações de consumo na Internet, é certa a aplicação de toda a legislação vigente, posto que, conforme analisado, os contratos eletrônicos diferem-se dos tradicionais somente no que concerne à sua formação, que se dá em meio eletrônico. Porém, é inegável que esta falta de normalização específica causa um grande desconforto nestas contratações, uma vez que fica por conta da interpretação doutrinária e dos tribunais a resolução de possíveis conflitos envolvendo tais questões.

Ao operador do direito compete acompanhar a evolução social e tecnológica para que, desta forma, busque a correia aplicação do direito às novas situações, seja interpretando uma lei já existente para aplicar-lhe a um novo instituto, ou ainda, buscando novas soluções para estas transformações sociais, adequando-se as necessidades que surgem no dia-a-dia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COELHO, FÁBIO ULHOA. Curso de Direito Comercial vol.3. São Paulo: Saraiva, 2000.

CORRÊA, TATIANA MACHADO. Popularização da Internet, relações de

consumo e sua proteção pelo direito. Disponível em:

< http://www.direitovirtual.com.br/artigos.php >. Acesso em 23 out. 2008 LISBOA, ROBERTO SENISE. Relações de consumo e proteção jurídica

(37)

MANDELBAUM, RENATA. Contratos de adesão e contratos de consumo. Biblioteca de direito do consumidor, vol. 9. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1996.

MARQUES, CLÁUDIA LIMA. Contratos no código de defesa do

consumidor: onovo regime das relações contratuais. Biblioteca de direito do

consumidor, vol 1. 3.ed. rev., atual e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999.

MARTINS, GUILHERME MAGALHÃES. Contratos eletrônicos via Internet: problemas relativos à sua formação e execução. Revista dos Tribunais, fase. civ., ano 89, v. 776, jun. 2000, p. 92-106.

SANTOS, MANOEL J. PEREIRA DOS; ROSSI, MARIZA DELAPIEVE.

Aspectos legais do comércio eletrônico: contratos de adesão. Revista de

Direito do Consumidor.Ano 9, n. 36, p. 105-129. São Paulo: Revista dos Tribunais, out./dez., 2004.

SILVA JÚNIOR. RONALDO LEMOS DA; WAISBERG, IVO (org.). Comércio

Eletrônico. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001.

(38)

EFEITO DE DIFERENTES SUBSTRATOS NA FORMAÇÃO

MUDAS DE PARICÁ

15

SUBSTRATUM

EFFECT

DIFFERENT

IN

THE

PARICA

FORMATION DUMB

Idelfonso Leandro Bezerra2 Luciano Pedrosa de Vasconcelos3 Nilton Roberto4 Geônidas José Machado4

Paulo José Biesek4

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo comparar os efeitos de diferentes substratos no crescimento inicial de mudas de paricá Schizolobium

amazonicum Huber ex Duke em tubetes. O experimento foi conduzido no

viveiro de mudas do Batalhão de Polícia Ambiental de Rondônia (BPA), Candeias do Jamarí, RO. Os tratamentos testados, foram: misturas de terra de subsolo (TSS), terra preta de índio (TPI), palha de café (PC), esterco de galinha (EG) e substrato orgânico comercial (SOC). Avaliaram-se: número de folhas, altura de planta e diâmetro de caule. O tratamento S1 apresentou os melhores resultados no crescimento vegetativo (número de folhas, altura de planta e diâmetro de caule).

Palavras Chaves: substratos; formação de mudas; crescimento. ABSTRACT

This study aimed to compare the effects of different substrates in the initial growth of seedlings of paricá Schizolobium amazonicum Huber former Duke in tubes. The experiment was conducted in nursery seedlings of the Environmental Police Battalion of Rondônia (BPA), Candeias of Jamarí, RO. The treatments were: mixtures of land of subsoil (TSS), and Indian black earth (TPI), straw of coffee (PC), chicken manure (EG) and organic substrate business (SOC). It was evaluated: the number of leaves, plant height and diameter of stem. The S1 treatment showed the best results in vegetative growth (number of leaves, plant height and stem diameter).

Words Keys: substrates; formation of seedlings, growth.

15 Parte da Monografia de Graduação apresentada a FARO em 2006 pelo terceiro autor. 2

Prof. Orientador/UNIRON. Fone:(69)3733-5066 Fax:(69)3733-5001. E-mail: idelfonsolb@uol.com.br

3

Prof. Co-orientador/UNIRON. Fone: :(69)3225-1303. E-mail: vasconcelusluba@pop.com.br

(39)

INTRODUÇÃO

O paricá Schizolobium amazonicum Huber ex Duke é também conhecida na Região Amazônica como bandarra ou guapuruvu-da-amazônia. Ocorre naturalmente na Amazônia Brasileira, no Peru e na Colômbia, em mata primária e mata secundária de terra firme e várzea alta (CARVALHO, 1994). A árvore de grande porte assemelha-se bastante ao Schizolobium parahyba (Vell.) Blake (guapuruvu), principamente no que se refere ao crescimento e ao emprego de sua madeira.

Segundo (MELO, 1973) a espécie pode fornecer boa matéria-prima para a obtenção de celulose para papel, com fácil branqueamento e excelente resistência obtida com o papel branqueado. Seu tronco é alto e liso e sua casca cinzenta e de tonalidade bastante clara. A espécie pode alcançar de 20 a 30 m de altura e até um metro de diâmetro. A copa galhosa e regular forma uma abóbada perfeita, mas não impede o crescimento de vegetação de sub-bosque e rasteira. Sua madeira tem coloração branco-amarelo-claro, às vezes com tonalidade róseo-pálido, com superfície lisa, mais ou menos sedosa.

Com o aumento dos sistemas agroflorestais nos últimos anos, principalmente na Região Amazônica e visando a preservação da floresta nativa e o uso racional do solo, o paricá tem se tornado uma importante alternativa para estes sistemas e, em função de seu rápido crescimento (PECK, 1979) incluiu-o na seleção de espécies leguminosas para consórcios agroflorestais naquela região.

O tipo de substrato e o tamanho do recipiente são os primeiros aspectos que devem ser pesquisados para se garantir a produção de mudas de boa qualidade. O tamanho do recipiente deve ser tal que permita o desenvolvimento da raiz sem retrições durante o período de permanência no viveiro. O substrato exerce uma influência marcante na arquitetura do sistema radicular e no estado nutricional das plantas, afetando profundamente a qualidade das mudas (CARNEIRO, 1983).

Referências

Documentos relacionados

O caso sub judice apresenta discussão acerca do enquadramento do sinistro ocorrido no estabelecimento da autora, nas cláusulas do contrato de seguro firmado entre as partes, uma

“Deus não tende para nada, nem Nele, nem fora Dele, pois Ele é todo bem-aventurado; Ele não causa nada, pois Ele é tudo” (77a); “Esta ideia da

Ficam as partes cientes que o prazo para quaisquer medidas processuais contra atos de expropriação, como embargos ou recursos, começará a fluir dez dias após a realização

Quando Christopher Holland trouxe Victoria como esposa para a casa onde sua mãe havia trabalhado e sofrido, e que governara com mão de ferro, Eunice já tinha ido

Mas então uma mulher se jogou do quinto ou sexto andar, às cambalhotas como uma acrobata louca, atingindo um policial que estava olhando para cima e com certeza matando-o

47, do Código do Consumidor (CDC): “as cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor”, evidencia a necessidade de um

No fundo, a gente acha, mesmo que muito inconscientemente, que, por usar uma coisa que ela usa, comer uma coisa que ela come, fazer um tratamento que ela

Se, por um lado, isso distancia de uma Educação Ambiental dita holística para alguns autores, por outro, ao evocar esse caráter naturalista, técnico e ecológico