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Representações sociais do envelhecimento, da velhice e do velho, nas relações intergeracionais entre crianças, jovens, adultos e velhos no Distrito Federal

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REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO ENVELHECIMENTO, DA VELHICE E DO VELHO, NAS RELAÇÕES INTERGERACIONAIS ENTRE CRIANÇAS, JOVENS, ADULTOS E VELHOS NO DISTRITO FEDERAL.

Dissertação apresentada ao programa de Pós- Graduação Stricto Sensu em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília, como requisito para obtenção do título de Mestre em Gerontologia.

Orientador: Prof. Dr. Vicente de Paula Faleiros .

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Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB

12/12/2012

N445r Neris, Marco Antonio da Luz

Representações sociais do envelhecimento, da velhice e do velho, nas relações intergeracionais entre crianças, jovens, adultos e velhos no Distrito Federal. / Marco Antonio da Luz Neris – 2012.

116f. ; 30 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2012.

Orientação: Prof. Dr. Vicente de Paula Faleiros

1. Representações de grupos. 2. Velhice. 3. Relações humanas. 4. Gerontologia. I. Faleiros, Vicente de Paula, orient. II. Título.

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Dissertação de autoria de Marco Antonio da Luz Neris intitulada “REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO ENVELHECIMENTO, DA VELHICE E DO VELHO, NAS RELAÇÕES INTERGERACIONAIS ENTRE CRIANÇAS, JOVENS, ADULTOS E VELHOS NO DISTRITO FEDERAL”, apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Gerontologia pela Universidade Católica de Brasília, defendida e aprovada em 05 de dezembro de 2012, pela Banca Examinadora abaixo assinada:

________________________________________ Prof. Dr. Vicente de Paula Faleiros

Orientador – UCB

__________________________________________ Prof.ᵃ Dr.ᵃ Juliana Garcia Pacheco

Examinadora externa – SES/DF

_________________________________________ Prof.ᵃ Dr.ᵃ Altair Macedo Lahud Loureiro

Examinadora interna - UCB

___________________________________________ Prof.ᵃ Dr.ᵃ Divaneide Lira Paixão

Examinadora interna – UCB

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo dom da vida e por estar comigo em todos os momentos de minha vida.

Aos meus pais, Eloy Castro Neris (in memorian) e América da Luz Neris, por me incentivarem desde o início de minha vida, a vencer as dificuldades e por me darem as ferramentas possíveis para isso.

A minha esposa Marta Janete e minhas filhas Natalie Louise, Ana Caroline e Sarah Cristina, presenças fundamentais em minha vida, pelo incentivo e apoio que me deram para superar as dificuldades no decorrer do curso.

Ao meu orientador, prof. Dr. Vicente de Paula Faleiros pelo apoio e paciência durante esse tempo de orientação o qual contribuiu para o meu crescimento acadêmico.

Aos irmãos da Igreja Cristã da Misericórdia que me apoiaram para que conseguisse chegar ao fim dessa etapa de minha vida.

A Secretaria de Educação do Distrito Federal, por me proporcionar condições para a realização do curso.

A Direção e aos professores do Mestrado em Gerontologia, pelo carinho, paciência e dedicação no decorrer de todo o curso.

Aos colegas do Mestrado em gerontologia, pelo apoio e companheirismo ao longo de todo o curso.

A Universidade Católica de Brasília, pela oportunidade que me concedeu para a realização deste sonho.

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Sabe velho querido, você é mais importante hoje do

que quando trabalhava com todas as suas forças, da

manhã à noite, todo o dia e todos os dias. Não é

para consolar você, não: você é sabedoria

acumulada, é caminho experimentado; da família

você é a história viva... da sociedade a viva

memória. Você é o ontem que hoje sou... é o hoje

que amanhã serei. [...]

(Fragmentos do poema Velho, querido velho... de

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RESUMO

NERIS, Marco A.L. Representações sociais do envelhecimento, da velhice e do velho nas relações intergeracionais entre crianças, jovens, adultos e velhos no Distrito Federal. 2012. 116 f. Dissertação (Mestrado em Gerontologia) – Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia, Universidade Católica de Brasília, Brasília, DF, 2012.

Introdução. Este estudo se deu em função do surgimento de novas configurações familiares e novas propostas de relações com a presença de três ou mais gerações convivendo juntas, coexistindo com os modelos tradicionais de famílias. Objetivos.

Procurou-se através desse estudo investigar as representações sociais de crianças, jovens, adultos e velhos em relação ao envelhecimento, a velhice e o velho. Método.

Foi realizada uma pesquisa de caráter qualiquantitativa, composta por quarenta (40) sujeitos amostrais de conveniência subdivididos em 04 (quatro) grupos, isto é, 10 (dez) alunos (08 a 12 anos) do ensino fundamental, 10 (dez) alunos (16 a 18 anos) do ensino médio, 10 (dez) alunos (21 a 24 anos) de diversos cursos do ensino superior de Brasília / DF e 10 (dez) idosos de comunidades religiosas (católica, evangélica e espírita) do Distrito Federal, sendo que, metade dos sujeitos amostrais foi do sexo masculino e a outra metade do sexo feminino. A Técnica das Evocações Livres da Teoria do Núcleo Central de Abric (1994) foi escolhida como instrumento para a obtenção do conteúdo e o acesso à estrutura interna das representações sociais. Na análise descritiva dos dados, foram utilizados como auxílio os Softwares, R versão

2.14.2 para a manipulação dos dados, recategorização de variáveis e elaboração das tabelas e gráficos. Foi utilizado também, o Software SPSS versão 17.0 na elaboração

de tabelas. As análises foram realizadas com a ajuda do software SPSS para Windows, versão 17.0 e pela planilha eletrônica Microsoft Excel 2010. As análises das evocações foram feitas em duas fases. Na primeira captação do sistema da categorização utilizada pelos sujeitos participantes, com a finalidade de acessar o conteúdo da representação. Na segunda fase, reorganização dos conteúdos para visualizar a estrutura subjacente. Resultados. As análises dos resultados demonstraram que os participantes alternaram em suas representações aspectos negativos e positivos do envelhecimento da velhice e do velho, com o núcleo central comum formado pelos seguintes elementos: doença, fim da vida, incapacidade estética, experiência. Conclusão. Há divergências quanto a perdas e ganhos entre os grupos pesquisados. Entre as crianças há mais predominância das perdas, enquanto nos grupos de jovens, adultos e velhos, existe a alternância dos ganhos e perdas. Em síntese, as representações do envelhecimento, da velhice e do velho nas relações intergeracionais para os grupos de crianças, jovens, adultos e velhos no Distrito Federal, implicam simultaneamente imagens positivas e negativas.

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ABSTRACT

Introduction. This study was due to the emergence of new family configurations and new proposals for relations with the presence of three or more generations living together, coexisting with the traditional models of families. Objectives. Sought through this study to investigate the social representations of children, youth, adults and elders about aging, old age and old. Method. We performed a qualitative and quantitative study of character, composed of forty (40) subjects convenience sample subdivided into 04 (four) groups, ie, ten (10) students (08 to 12 years) of primary school, ten (10) students ( 16 to 18 years) of high school, ten (10) students (21 to 24 years) from various higher education courses Brasilia / DF and 10 (ten) of elderly religious communities (Catholic, Evangelical and spirit) of the Federal District, that is, half of the subjects sample was male and half female. The Technique of Free Evocations of Nucleus Theory Center Abric (1994) was chosen as a tool to obtain the content and access to the internal structure of social representations. In the descriptive analysis of the data were used as an aid Softwares, R version 2.14.2 for data manipulation, categorization of variables and preparing the tables and charts. We also used the SPSS software version 17.0 on drafting tables. Analyses were performed with the help of software SPSS for Windows, version 17.0 and the Microsoft Excel 2010 spreadsheet. The analyzes the replies were made in two stages. On first capture system of categorization used by the subjects participating in order to access the contents of the representation. In the second phase, reorganization of content to view the underlying structure. Results. Analysis of the results showed that participants alternated in their representations negative and positive aspects of aging and old age, with the common core consists of the following elements: disease, end of life, disability aesthetic experience. Conclusion. There is disagreement about the losses and gains among the groups surveyed. Among children more predominance of losses, while groups of youth, adults and elders, there is the alternation of gains and losses. In summary, the representations of aging, old age and intergenerational relations for groups of children, youth, adults and elders in the Federal District, involving both

positive and negative images.

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RELAÇÃO DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

ANG Associação Nacional de Gerontologia CEP Comitê de Ética em Pesquisa

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística OMS Organização Mundial da Saúde

ONU Organização das Nações Unidas

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilios SBGG Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 - Quadrante das Quatro Casas - Modelo de Análises das Evocações....45

Quadro 02 – Categorias de representações do envelhecimento vivenciadas do grupo de crianças...52

Quadro 03 - Categorias de representações do envelhecimento vivenciadas do grupo de jovens...56

Quadro 04 - Categorias de representações do envelhecimento vivenciadas do grupo de adultos...60

Quadro 05 - Categorias de representações do envelhecimento vivenciadas do grupo de velhos...64

Quadro 06 - Categorias de representações da velhice vivenciadas do grupo de crianças...68

Quadro 07 - Categorias de representações da velhice vivenciadas do grupo de jovens...72

Quadro 08 - Categorias de representações da velhice vivenciadas do grupo de adultos...76

Quadro 09 - Categorias de representações da velhice vivenciadas do grupo de velhos...80

Quadro 10 - Categorias de representações do ser velho vivenciadas do grupo de crianças...84

Quadro 11 - Categorias de representações do ser velho vivenciadas do grupo de jovens...88

Quadro 12 - Categorias de representações do ser velho vivenciadas do grupo de adultos...92

(10)

Quadro 14 - Conteúdos do núcleo central da representação social do envelhecimento dos grupos de crianças, jovens, adultos e velhos, frequências, e ordem média de evocações...102

Quadro 15 - Conteúdos do núcleo central da representação social da velhice dos grupos de crianças, jovens, adultos e velhos, frequências, e ordem média de evocações...104

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01- Frequência e percentual do perfil dos participantes por grupos....47 Tabela 02- Termo indutor envelhecimento do grupo – Crianças... 51

Tabela 03 - Distribuição das evocações de envelhecimento do grupo – Crianças...52 Tabela 04 – Identificação dos elementos centrais e periféricos do envelhecimento em função das frequências e da ordem média de evocação - grupo de crianças...53

Tabela 05 -Termo indutor envelhecimento do grupo – Jovens... 55 Tabela 06 -Distribuição das evocações de envelhecimento do grupo – Jovens...56

Tabela 07- Identificação dos elementos centrais e periféricos do envelhecimento em função das frequências e da ordem média de evocação - grupo de jovens...57 Tabela 08 - Termo indutor envelhecimento do grupo – Adultos...59

Tabela 09 –Distribuição das evocações de envelhecimento do grupo – Adultos...60 Tabela 10 - Identificação dos elementos centrais e periféricos do envelhecimento em

função das frequências e da ordem média de evocação - grupo de adultos...61 Tabela 11 - Termo indutor envelhecimento do grupo – Velhos...63 Tabela 12- Distribuição das evocações de envelhecimento do grupo – Velhos...64

Tabela 13 - Identificação dos elementos centrais e periféricos do envelhecimento em função das frequências e da ordem média de evocação - grupo de velhos...65

Tabela 14 - Termo indutor velhice do grupo – Crianças...68 Tabela 15 - Distribuição das evocações de velhice do grupo – Crianças...68

Tabela 16 - Identificação dos elementos centrais e periféricos da velhice em função das frequências e da ordem média de evocação - grupo de crianças...69 Tabela 17 -Termo indutor velhice do grupo – Jovens...71

(12)

Tabela 19 - Identificação dos elementos centrais e periféricos da velhice em função

das frequências e da ordem média de evocação - grupo de jovens...73 Tabela 20 - Termo indutor velhice do grupo – Adultos...75 Tabela 21- Distribuição das evocações de velhice do grupo – Adultos ...76

Tabela 22 - Identificação dos elementos centrais e periféricos da velhice em função das frequências e da ordem média de evocação - grupo de Adultos...77

Tabela 23 -Termo indutor velhice do grupo – Velhos...79 Tabela 24 - Distribuição das evocações de velhice do grupo – Velhos...80

Tabela 25 - Identificação dos elementos centrais e periféricos da velhice em função das frequências e da ordem média de evocação - grupo de velhos...81 Tabela 26 -Termo indutor do ser velho do grupo – Crianças...83

Tabela 27 - Distribuição das evocações do ser velho do grupo – Crianças...84 Tabela 28- Identificação dos elementos centrais e periféricos do ser velho em função das frequências e da ordem média de evocação - grupo de crianças...85

Tabela 29 -Termo indutor do ser velho do grupo – Jovens...87 Tabela 30 - Distribuição das evocações do ser velho do grupo – Jovens...88

Tabela 31- Identificação dos elementos centrais e periféricos do ser velho em função das frequências e da ordem média de evocação - grupo de jovens ...89 Tabela 32 Termo indutor do ser velho do grupo – Adultos...91

Tabela 33 - Distribuição das evocações do ser velho do grupo – Adultos...92 Tabela 34 - Identificação dos elementos centrais e periféricos do ser velho em função

(13)

Tabela 37 - Identificação dos elementos centrais e periféricos do ser velho em função

(14)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 17

PARTE 1 REVISÃO DA LITERATURA ... 21

CAPÍTULO 1- PROCESSO DE ENVELHECIMENTO, A VELHICE E O SER VELHO 21 1.1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO ... 21

1.2 A VELHICE ... 22

1.3 O SER VELHO ... 24

CAPÍTULO 2- PERSPECTIVA TEÓRICA SOBRE AS RELAÇÕES INTERGERACIONAIS ... 27

2.1 RELAÇÕES INTERGERACIONAIS ... 27

CAPÍTULO 3- REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ... 29

3.1 ABORDAGENS HISTÓRICAS DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ... 29

3.2 CONCEITO DE REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ... 32

3.3 OS PROCESSOS DE OBJETIVAÇÃO E ANCORAGEM DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ... 34

3.4 A COMUNICAÇÃO NAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ... 36

3.5 NÚCLEO CENTRAL E DO SISTEMA PERIFÉRICO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ... 36

PARTE 2 OBJETIVOS, DELINEAMENTO METODOLÓGICO ... 38

4- OBJETIVOS ... 38

4.1 OBJETIVO GERAL ... 38

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 38

5- MÉTODO ... 39

5.1 DEFINIÇÕES DO MÉTODO ... 39

5.2 INSTRUMENTOS ... 40

5.3 PARTICIPANTES ... 41

5.4 MATERIAIS ... 43

5.5 COLETAS DE DADOS ... 43

5.6 ANÁLISE DOS DADOS ... 44

6- REVISÃO DOS RESULTADOS ... 47

(15)

6.2 APRESENTAÇÃO DE RESULTADO – QUESTIONÁRIO DE ASSOCIAÇÃO LIVRE ... 50

6.2.1 Representações sociais, termo indutor “envelhecimento” – grupo de Crianças ... 51

6.2.2 Representações sociais, termo indutor “envelhecimento” – grupo de jovens ... 55

6.2.3 Representações sociais, termo indutor “envelhecimento” – grupo de adultos ... 59

6.2.4 Representações sociais, termo indutor “envelhecimento” – grupo de velhos ... 63

6.2.5 Representações sociais, termo indutor “velhice” – grupo de crianças

...67

6.2.6 Representações sociais, termo indutor “velhice” – grupo de jovens

... ... 71

6.2.7 Representações sociais, termo indutor “velhice” – grupo de adultos . ...75

6.2.8 Representações sociais, termo indutor “velhice” – grupo de velhos

... ... 79

6.2.9 Representações sociais, termo indutor “velho” – grupo de crianças .. ...83

6.2.10 Representações sociais, termo indutor “velho” – grupo de jovens ... ...87

6.2.11 Representações sociais, termo indutor “velho” – grupo de adultos

... ... 91

6.2.12 Representações sociais, termo indutor “velho” – grupo de velhos

... ... 95

7 DISCUSSÃO ... 100 7.1DISCUSSÃO DOS RESULTADOS – ASSOCIAÇÃO LIVRE –

ENVELHECIMENTO ... 100 7.2 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS – ASSOCIAÇÃO LIVRE – VELHICE 103 7.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS – ASSOCIAÇÃO LIVRE – VELHO .. 105

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(17)

INTRODUÇÃO

O número cada vez maior da população de idosos no Brasil tem desencadeado importantes desdobramentos na reestruturação etária que decorre das profundas alterações demográficas. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2010), no Brasil de 1980 até 2010 houve um aumento da expectativa de vida da população em 10.6 anos. Na média nacional, a expectativa de vida chegou a 73,17 anos em 2011.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define o idoso como o indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos de idade nos países em desenvolvimento e 65 anos para os países desenvolvidos, uma vez que a expectativa de vida nesses países é maior.

A previsão da OMS é de que em 2050 o Brasil será o sexto país do mundo com maior número de idosos, podendo chegar a 14% de seus cidadãos.

Dados do IBGE (2010) revelam o aumento significativo da população brasileira idosa, que no censo de 2000 era de 8,6%, passou em 2010 a 11%. Isso corresponde, de acordo com o último censo, a quase 21 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade, contrapondo-se aos 15 milhões do censo de 2000.

Diante dessa nova realidade, das redefinições de papeis e das mudanças que ocorrem na sociedade contemporânea, a perspectiva intergeracional se torna um elemento fundamental para revelar os movimentos de oposição e de novas alternativas visando um novo contexto de relações sociais.

Segundo Vitale (2003) a importância das relações intergeracionais diante do envelhecimento se dá devido ao inegável papel social da mesma nas relações sociais, que conta com um número cada vez maior de idosos no mundo atual.

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Conforme Lopes (2008, p.18) “[...] as representações sociais são teorias do senso comum, conhecimentos sociais sobre determinado objeto e têm como função organizar comportamentos e padronizar a comunicação entre os indivíduos, ou seja, as práticas de dado grupo para com objetos sociais significantes [...]”.

O surgimento de novas configurações familiares e novas propostas de relações com a presença de três ou mais gerações convivendo juntas, coexistindo com os modelos tradicionais de famílias tem sido observado no Brasil. Associado a isso, cresce progressivamente o convívio de crianças, jovens, adultos e velhos, nas escolas, nos templos religiosos, nas universidades, enfim, nos diversos ambientes de interação social.

Diante das várias mudanças que estão ocorrendo em diversos grupos distintos, do desenvolvimento humano, em seu ciclo vital (crianças, jovens, adultos e velhos) na sociedade contemporânea, isto é, o declínio da taxa de fertilidade, o declínio da taxa de mortalidade, o aumento da expectativa de vida, novos arranjos familiares, reformulação dos papeis sociais, os grandes avanços da ciência e da tecnologia e o aumento da população de velhos, procurou-se através desse estudo investigar o que está sendo representado pelos diferentes grupos na sociedade em relação à velhice, e quais os elementos que constituem as representações sociais desses grupos em relação ao envelhecimento, a velhice e o velho nas relações intergeracionais.

É fundamental conhecer os elementos constitutivos das representações sociais de crianças, jovens, adultos e velhos, em relação ao envelhecimento, a velhice e o velho e compreender suas crenças, símbolos, valores, pensamentos e afetos que permeiam suas vivências em seus respectivos grupos e sociedade.

Conforme Agich (2008, p. 109), “[...] ter ciência da mitologia e das metáforas associadas ao velho pode ajudar- nos a compreender as maneiras como nossas interações ou esquivas deles, refletem os preconceitos latentes que precisam ser expostos para que seja avaliado seu status ético [...]”.

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Diante dessas considerações iniciais proponho como problema central desta dissertação: Como as crianças, os jovens, os adultos e os velhos representam e percebem em suas experiências intergeracionais o envelhecimento, a velhice e o velho na sociedade contemporânea?

Na primeira parte desta dissertação serão abordados três capítulos, sendo que o primeiro capítulo sobre a revisão da literatura em relação ao processo de envelhecimento, da velhice e do velho, comparando os pensamentos dos diversos autores sobre o impacto do envelhecimento, da velhice e do ser velho nos diversos grupos sociais. Partimos do princípio de que o envelhecimento é um processo pessoal e social, não sendo igual para todas as pessoas e que modifica as relações entre diferentes gerações, sendo que esse mesmo fenômeno pode ser analisado e percebido de diferentes maneiras.

A perspectiva teórica sobre a velhice abordará os pensamentos dos diversos autores que entendem a velhice como um fenômeno histórico, cultural, complexo e multifacetado. Alguns teóricos percebem a representação social da velhice em termos de processos contínuos de perdas, de inutilidade. Já outros autores entendem a velhice como a busca do equilíbrio entre perdas e ganhos, onde se busca a adaptação constante as mudanças ocorridas no processo vital, sendo que a competência adaptativa do indivíduo é multidimensional, já que abrange aspectos emocionais, cognitivos e comportamentais.

A perspectiva teórica sobre o ser velho descreverá que apesar do envelhecimento ser um processo contínuo, ser velho ou estar velho, é um estado ou um estágio da vida pessoal e social configurado tanto pelo avanço da idade como por condições socioculturais.

(20)

O terceiro capítulo tratará da perspectiva teórica das representações sociais, apresentando o conceito, os processos estruturais, a comunicação, o núcleo central e o sistema periférico das representações sociais.

Na segunda parte da dissertação será retratado todo o delineamento metodológico da pesquisa mediante: apresentação dos objetivos, do método, dos instrumentos utilizados, relatos sobre os 40 (quarenta) participantes, procedimentos de coletas de dados e procedimentos da análise de dados; apresentação dos resultados, revelando o perfil dos grupos estudados e os resultados obtidos na aplicação das escalas; discussão, apresentando o pensamento social dos participantes em relação ao envelhecimento, velhice e o velho nas relações intergeracionais.

(21)

PARTE 1 REVISÃO DA LITERATUTA

CAPÍTULO 1- PROCESSO DE ENVELHECIMENTO, A VELHICE E O SER VELHO

1.1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

O envelhecimento é um processo pessoal e social e difere de época para época; não é igual para todas as pessoas e culturas. Ele envolve não somente o indivíduo, mas a família e a sociedade, uma vez que altera a vida do indivíduo, as dinâmicas e estruturas familiares e a sociedade (FALEIROS, 2007).

Autores como Borgonovi e Papaléo (2002), entendem o envelhecimento como um processo dinâmico e progressivo, em que existem transformações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas. Processo que produz perda progressiva da capacidade de adequação do indivíduo ao meio ambiente, acarretando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos, que terminam por levá-lo à morte.

O homem envelhece em conformidade com cada etapa anterior de sua vida, e reage às angústias e dificuldades de cada uma delas, na maioria das vezes da mesma forma, com os mesmos expedientes e que aspectos culturais interferem na maneira de contemplar o envelhecer e, por conseguinte, na maneira como o velho vai se estabelecer nesse meio (ARANHA, 2003).

Segundo Bassit e Witter (2006), o envelhecimento modifica as relações entre diferentes gerações ao possibilitar o convívio entre novos grupos sociais, que aglutinam cidadãos com diferentes culturas, reinvidicações, histórias de vida e expectativas de direito.

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entre pessoas de diferentes gerações é uma estratégia importante para reduzir a discrepância entre os valores e idéias que causam tensão entre diferentes gerações.

O envelhecimento da população brasileira além de implicar a composição de novos grupos sociais, alerta para novas demandas e problemas que os serviços e políticas públicas na área da saúde, da educação entre outros terão que enfrentar face às mudanças significativas que esse processo promove na sociedade (BASSIT e WITTER, 2006).

Conforme Bassit e Witter (2006), o envelhecimento não apenas modifica a vida daqueles que têm mais anos de vida, como também daqueles que convivem com pessoas com maior ou menor número de anos de vida. Para as autoras, o envelhecimento é um processo que ocupa toda nossa vida, é o conteúdo que preenche a lacuna entre o nascimento e a morte.

1.2 A VELHICE

Segundo Faleiros (2006), é fundamental que se rompa o pacto de silêncio em relação ao envelhecimento e a velhice e que se passe a falar sobre a velhice na família e na sociedade.

Para Faleiros; Rebouças (2006) a velhice é considerada em sua heterogeneidade, diversidade de situações e de grupos ou coletivos, considerando-a também como um processo combinado de perdas e ganhos.

Conforme Alves (2006), a velhice caracteriza-se pela forma como uma sociedade determina e encara o envelhecimento, mais do que a própria percepção do idoso a respeito desse processo e que nem sempre corresponde ao seu estado de velhice.

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(MONTEIRO 2000, p.56). Por sua vez, Goldman (2005), também situa a velhice como um fenômeno histórico, social, cultural, complexo, multifacetado e multidisciplinar, que perpassa as trajetórias de vida pessoal e social e só podendo ser compreendida em determinados tempo, espaço, classe social, relações de gênero e de etnia.

Levando em conta as representações sociais, para Minayo (2002, p.14), “[...] as sociedades constroem suas práticas e representações sobre a velhice, como também determinam o lugar e a posição social que os velhos devem ocupar dentro da comunidade e da família. Tais representações interferem no modo como as relações numa sociedade são estabelecidas [...]”.

A representação, por sua vez, pode ser tanto negativa como positiva como lembra Mercadante (2003, p.48). Além disso, a maneira como a representação social negativa da velhice ocorre, pode passar despercebida. Segundo a autora, “[...] ela pode estar inserida em uma fala, um desenho infantil ou em uma frase velada, que são internalizadas, e podem ser ancoradas, gerando os estereótipos do fenômeno do envelhecimento [...]”.

Segundo Faleiros; Afonso (2008, p.41) em achados de pesquisa sobre representações sociais da qualidade de vida na velhice para um grupo de idosos do projeto “Geração de Ouro” da Universidade Católica de Brasília (UCB), “[...] a representação social da velhice se ancora fortemente nas perdas físicas e sociais, e também, em contraponto, na convivência familiar, no uso do tempo livre e na capacidade de enfrentamento das dificuldades e se objetiva no exercício de atividades [...]”.

(24)

1.3 O SER VELHO

Embora o envelhecimento seja um processo contínuo, ser velho ou estar velho é um estado e um estágio da vida pessoal e social configurado tanto pelo avanço da idade como por suas condições socioculturais.

Minois (1987, p.368), em seu trabalho sobre a história da velhice no ocidente, relata que “[...] da antiguidade ao renascimento, qualquer que tenha sido a evolução das sociedades, estas últimas permanecem fundamentalmente alicerçadas na força física e no vigor corporal e essas condições são a priori desfavoráveis para a velhice [...]”. O mesmo autor reconhece que “[...] no interior desse quadro aparecem algumas variações de pormenor, que contribuem para melhorar ou deteriorar local e temporariamente a situação dos velhos [...]”. Para o autor, diferentes fatores definiam o estatuto social do velho nas sociedades da antiguidade até o renascimento.

O primeiro fator seria que as fragilidades físicas do velho nas sociedades menos policiadas e mais anárquicas pioravam suas condições, pois eram assentadas na lei do mais forte, como aconteceu no mundo merovíngio e em toda a alta Idade Média. Porém, o autor ressalta que em contrapartida sociedades mais estruturadas em que o estado e a lei possuíam mais autoridade para fazer respeitar a ordem tenderiam a proteger os velhos, como foi o caso de Roma e das monarquias absolutas do século XVI (MINOIS, 1987).

Um segundo fator na composição da velhice para Minois (1987, p.369), seriam o conhecimento e a experiência que derivam da duração da velhice, que foram mais favoráveis aos velhos nas civilizações assentadas na oralidade e nos costumes. Segundo o autor, eles representavam um papel de ligação entre as gerações e um papel de memória coletiva; “[...] apelar-se-á a eles nos serões e nos processos, como foi na Grécia e, sobretudo na Idade Média [...]”.

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acrescente-se ainda que no Renascimento a relativa aceleração da História contribuiu para relegá-los a categoria dos vetustos e dos ultrapassados [...]”.

Um terceiro fator seria a alteração dos traços físicos. Para ele, as sociedades que cultuavam a beleza física eram levadas a desprezar a velhice e isso aconteceu, sobretudo, na Grécia e durante o Renascimento. Por outro lado, as sociedades com ideal estético mais abstrato e mais simbólico foram menos afetadas com os velhos pelo fato de procurarem uma beleza mais espiritual além do que é visível como acontecera na Idade Média (MINOIS, 1987).

O século XVIII explora o tempo e o espaço: não é mais o reinado apenas do adulto civilizado. Para Beauvoir (1990, p.224), “[...] o homem idoso adquire mesmo uma importância particular, porque simboliza a unidade e a permanência da família: esta última, através da transmissão das riquezas, permite a acumulação dos bens materiais – é ao mesmo tempo o reino onde desabrocha o individualismo burguês, a base do capitalismo [...]”. Segundo Beauvoir (1990, p.242) o século XIX no ocidente, foi caracterizado em certa medida pelo contraste do destino dos velhos explorados com a condição dos velhos privilegiados. Para ela, “[...] a oposição é tão flagrante que se poderia quase pensar que se tratava de duas espécies diferentes. As mudanças econômicas e sociais, tão nefastas para uns, favoreceram, ao contrário, os outros [...]”.

A autora conclui afirmando que, ao longo dos séculos, os autores cômicos exploraram o sentimento de repulsa aos velhos. Para Beauvoir (1990 pp.269), “[...] o homem idoso aparecendo ao mais jovem como sua caricatura, este se diverte em caricaturá-lo, a fim de lhe retirar a solidariedade através do riso. Nesse ridículo, muitas vezes entra o sadismo [...]”.

Abraham et al (1980, apud ARANHA, 2003) colocam que a atenção dada ao velho modifica-se consideravelmente de cultura para cultura e está sujeita à flutuações históricas, oscilando entre períodos de profundo respeito à períodos de desdenhosa exclusão social.

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ser velho é rodeado por crenças e valores culturais centrais para a nossa vida social contemporânea.

Conforme Minois (1987), cada civilização define seu modelo de velho e julga os velhos dentro desse modelo de escalão. Quando mais o modelo se torna idealizado, mais a sociedade se mostra exigente e cruel e enquanto não for invertida essa marcha o velho não será verdadeiramente integrado ao grupo.

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CAPÍTULO 2- PERSPECTIVA TEÓRICA SOBRE AS RELAÇÕES INTERGERACIONAIS

2.1 RELAÇÕES INTERGERACIONAIS

Conforme Lopes (2008), as relações intergeracionais envolvem vários aspectos: família, trocas, dependência, benefícios e conflitos. Podem dar-se entre indivíduos de quaisquer gerações.

Moragas (1997) e Lopes (2005) definem as relações intergeracionais como sendo, aquelas que ocorrem entre indivíduos pertencentes a diferentes gerações que compartilham os mesmos eventos históricos, sociais e culturais.

Recentemente as relações intergeracionais ganharam um destaque maior, especialmente aquelas que envolvem velhos. Isso porque a velhice, de modo geral, ganhou destaque no cenário científico e político devido às mudanças demográficas ocorridas em nível mundial, as quais resultaram num aumento considerável da população de velhos (LOPES 2008).

A maneira como os mais jovens e saudáveis percebem os velhos, segundo Agich (2008), afeta a maneira como se comportam em relação a eles. Para ele, os indícios empíricos sugerem que esses modos de percepção são influenciados socialmente, ainda que não determinados socialmente.

Cole (1985, apud AGICH, 2008), afirma que em nossa sociedade existe uma distância significativa que separa a velhice da juventude, uma distância que se manifesta no curso burocratizado da vida social, na vida psicológica dos indivíduos e na imaginação coletiva da cultura popular.

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Os relacionamentos necessários para o desenvolvimento humano, segundo Agich (2008), são tornados possíveis não primariamente pela vontade, já que é por meio deles que a própria vontade surge, mas pela afetividade que liga mutuamente pai, filho e indivíduos no mundo cotidiano.

A vida humana e, portanto, o desenvolvimento humano são essencialmente fenômenos que envolvem interdependência. Os indivíduos desenvolvem-se como pessoas humanas não simplesmente porque necessidades biológicas são satisfeitas, mas porque as necessidades psicossociais também são satisfeitas (AGICH, 2008).

Não se trata de relações, em principio, harmoniosas. Vários conflitos podem ocorrer nas relações intergeracionais. Para Sommerhalder e Nogueira (2000, apud LOPES, 2008), os diferentes padrões culturais e sociais de cada geração são os principais motivos de desses conflitos, principalmente na sociedade atual pelas transformações diversas que estão ocorrendo em ritmo acelerado.

Barros (1987, apud LOPES, 2008), ressalta a presença de conflitos entre gerações devido às diferenças existentes entre pessoas idosas e jovens quanto a expectativas, valores e estilos de vida. Para Veras (1994) o convívio entre diferentes gerações poderia reverter, a médio e longo prazo, o processo de desvalorização social do idoso em nossa cultura, tanto em relação ao seu saber, como também à diversidade e à variedade de suas experiências.

A velhice, a infância, a juventude e a idade adulta são construções culturais fundamentadas em classificação etária; sendo importante levar em conta novas classificações que gerem novas formas de pensar, sentir e atuar culturalmente para que a visão estereotipada, fundamentada em generalizações, naturalização e caricaturas sobre a velhice sejam modificadas (MERCADANTE, 2003).

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CAPÍTULO 3 - REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

3.1 ABORDAGENS HISTÓRICAS DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

A Teoria das Representações Sociais foi formulada e desenvolvida pelo psicólogo romeno, naturalizado francês, Serge Moscovici, a partir dos estudos de seu doutoramento, publicadas em 1961, no livro La Psychanalyse: son image et son public- etude sur La representation sociale de La psychanalyse (MOSCOVICI, 1961);

sendo compreendida como “[...] um corpus organizado de conhecimentos e uma das atividades psíquicas graças às quais os homens tornam inteligível a realidade física e social, inserem-se num grupo ou numa ligação cotidiana de trocas, e liberam os poderes de sua imaginação [...]” (MOSCOVICI, 1978, p.28).

Segundo Oliveira (2004), Moscovici através de sua obra, investigou as diversas formas pelas quais a psicanálise era percebida (representada) e difundida entre os parisienses. Para o autor, Moscovici procurou também, compreender e explicar em sua primeira obra, como a produção de conhecimentos plurais pode contribuir para reforçar a identidade de grupos, implicando em suas práticas e reconstituindo seu pensamento.

Segundo Sá (1996, p.23), “[...] a Teoria das Representações Sociais tem sua história entrelaçada com a da psicologia social, mais especificamente com a psicologia social americana e a europeia [...]”. Para Sá (1996, p.23), “[...] a escola européia se contrapôs a alguns aspectos abordados pela escola americana no que se refere ao individualismo, ao experimentalismo, à micro teorização, ao cognitivismo e ao historicismo [...]”. Entretanto para Anadón e Machado (2003, p.09), foi Durkheim (1947) quem utilizou pela primeira vez o termo “representações coletivas”, no prefácio da segunda edição do seu livro As regras do método sociológico.

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das lendas e das tradições populares, das línguas, de que forma as representações coletivas se juntam e se excluem, fundem-se umas às outras ou se distinguem [...]” (DURKHEIM 1947, p.19).

Logo, conforme Anadón e Machado (2003, p.10), “[...] para Durkheim, o termo representação social se refere a representações coletivas, como uma forma de ideação social à qual se opõe a representação individual, e foi por ele aplicado em relação a sociedades estáticas, tradicionais, estabelecidas, sem inovação [...]”.

Compreende também Durkheim (1947), como representação social, diversos tipos de produções mentais sociais, como a ciência, a religião, a ideologia, os mitos e outras produções, estas que de um lado não são idênticas quanto à constituição, formas e funções, e de outro lado se distanciam do que se entende como senso comum. Observa-se ainda, que Durkheim concebia também as leis de ideação social no jogo que se mantém entre elas, abstendo-se de discutir os aspectos cognitivos da representação e a sua produção pelos grupos sociais (ANADÓN, MACHADO 2003, p.10).

Para Moscovici (1961), Marx, Mannhein, Scheler, Gurvich, Sorokin e principalmente Durkheim, tiveram grandes influencias na elaboração de seu pensamento, pois produziram diversos sistemas de análise da realidade social partindo de um postulado comum.

Segundo Moscovici (1961), a grande diferença está na recusa de se olhar os fenômenos intelectuais de uma forma restrita, como formas puras. Moscovici (1961, p.08) considera esses fenômenos como “[...] o produto da atividade concreta dos grupos humanos, de suas normas de seus valores [...]”. Ainda citando Moscovici (1978, p.25): “[...] ao estabelecer o conceito de representação coletiva, Durkheim designou a especificidade do pensamento social em relação ao pensamento individual [...]”. Para ele, Durkheim concebeu a representação como algo exterior, um primado social sobre o individual, não cabendo ao indivíduo qualquer tipo de participação. Nesse sentido, o indivíduo adota as representações sem avaliações ou questionamentos.

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são obrigatórias e decorrem de um poder moral que se impõe aos indivíduos e adquirem uma característica constritiva [...]”. A elas, Moscovici (1961) atribui à estabilidade social.

A partir daí, passa-se então a focalizar os fenômenos no mundo social e a perceber a sociedade com uma dinâmica própria que se transforma (NEGREIROS, 1995, p.19). Daí Moscovici ter afirmado que “[...] trata-se de compreender não mais a tradição, mas a inovação, não mais a vida social já feita, mas a vida social em vias de se fazer [...]”.

Na sua obra Moscovici (1961) acreditava que era possível estudar de forma sistemática o fenômeno de transformação dos processos de compreensão do real enraizado na consciência dos indivíduos e dos grupos.

No entanto a Teoria das Representações Sociais sofreu diversas influências e transformações e está dividida em três fases, segundo Santos (1994):

Na primeira fase, mais psicológica, ocorreu a ênfase para as questões de âmbito individual, focando o indivíduo como objeto de estudo, assim como seus conflitos intrapsíquicos. Contudo, conforme Santos (1994), as críticas em relação ao maniqueísmo da primeira fase, em separar os conflitos intrapessoais dos conflitos interpessoais dão origem a segunda fase.

Nessa etapa que se volta quase que absolutamente para as questões da percepção social e causalidade dos comportamentos, isto é, uma vertente bastante influenciada pelo enfoque sociológico. Seguindo o raciocínio de Santos (1994) esse novo maniqueísmo entre o estudo do indivíduo e sociedade resultou em diversas críticas o que o deu origem a terceira fase. Essa fase foi marcada pela tentativa de síntese entre os estudos que enfocam o indivíduo e a sociedade com um enfoque psicossociológico.

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representações, liderada por Jean- Claude Abric, em Aix-en-Provence (SÁ, 1998 P.65).

3.2 CONCEITO DE REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

Estabelecer o conceito de representações sociais não é uma tarefa simples. Segundo Moscovici (1978, p.41), “[...] se a realidade das representações sociais é fácil de aprender, o conceito não o é [...]”. Para ele, essa dificuldade se deve em parte as razões históricas e as peculiaridades que elas possuem de compreender e agregar conceitos sociológicos e psicológicos. O mesmo autor (1978, p.41) conceitua representação social como sendo, uma modalidade de conhecimento particular que tem por função a elaboração de comportamentos e a comunicação entre indivíduos. Para ele, “[...] as representações sociais circulam, cruzam-se e se cristalizam, incessantemente por meio da fala, dos gestos e dos encontros, em nosso universo cotidiano [...]”.

Conforme Sá (1996, p.19), “[...] o termo representações sociais abrange um conjunto de fenômenos quanto o conceito que os engloba como a teoria construída para explicá-los, definindo um vasto campo de estudos psicossociológicos [...]”.

As representações sociais podem, então, ser definidas como formas de conhecimento, socialmente elaboradas e partilhadas, possuindo orientação prática e concorrendo para a construção de uma realidade comum a um determinado conjunto social. A representação de um dado objeto não se constrói isoladamente; articula informações que, na relação com os outros, a experiência com aquele objeto aportou ao sujeito (JODELET, 2001). Esta autora entende que as representações sociais também são consideradas como o saber ingênuo, popular e se diferencia do saber científico, e que liga o sujeito ao objeto. O objeto é entendido como uma entidade de natureza social, material ou ideal (SÁ 1996, p.32).

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compartilham de uma dada representação, à atribuição de significados próprios a fenômenos sociais (VERGARA e FERREIRA, 2005).

As representações sociais não são necessariamente conscientes. Podem até ser elaboradas por ideólogos e filósofos de uma época, mas perpassam o conjunto da sociedade, ou de determinado grupo social, como algo anterior e habitual, que se reproduz a partir das estruturas e das próprias categorias de pensamento do coletivo ou dos grupos (MINAYO, 1994).

A teoria das representações sociais devolve aos indivíduos sua posição de sujeitos ativos, na medida em que os consideram capazes de pensar e elaborar as informações que lhes são apresentadas, gerando um conhecimento próprio. (LOPES, 2008),

Segundo Frutuoso (1999, p.19), “[...] o meio onde as representações são construídas são as ruas, as instituições, os veículos de comunicação de massa, isto é, todo e qualquer espaço onde se manifestam movimentos de conformismo ou de resistência, enfim, o cotidiano da vida social em todas as suas vertentes [...]”. Continua: “[...] a formação e o desenvolvimento das representações passam pelas práticas sociais através de diálogos, discursos, rituais, padrões de trabalho, de produção, artes; ou seja, elas impregnam as atividades que permitem a construção particular de uma interpretação sobre a realidade social [...]” (FRUTUOSO 1999, p.19).

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3.3 OS PROCESSOS DE OBJETIVAÇÃO E ANCORAGEM DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

Quando se trata de compreender os processos estruturantes das representações sociais, Frutuoso (1999), afirma que são fundamentais dois outros conceitos importantes: a objetivação e a ancoragem. Os dois processos conferem-lhes uma estrutura desdobrada em duas faces indissociáveis: a face figurativa e a face simbólica, indicando que toda figura se relaciona a um sentido e vice-versa.

Moscovici (1978) acrescenta que os processos em questão têm por função destacar uma figura e, ao mesmo tempo, carregá-la de um sentido, inscrever o objeto em nosso universo, isto é, naturalizá-lo e fornecer-lhe um contexto inteligível, isto é, interpretá-lo.

São processos sociocognitivos, conforme Vala (1996), ou seja, estão envolvidos ao mesmo tempo os processos cognitivos e fatores sociais.

Objetivação para Moscovici (2005 apud, Lopes, 2008), significa transformar uma noção abstrata em algo concreto, tornando-a palpável e objetiva, dando uma forma específica ao conhecimento que se tem a seu respeito. Segundo o próprio Moscovici (2005, p.71), “[...] objetivar é descobrir a qualidade icônica de uma ideia ou ser impreciso, reproduzir um conceito em uma imagem [...]”. Para ele, as palavras não falam nada, é preciso uni-las – vinculá-las a equivalentes não verbais.

A objetivação refere-se ao mecanismo que uma pessoa elabora em aliar o conceito de uma imagem a elementos da realidade, ou seja, tornar concreto o que é abstrato, ou transformando o que é concreto em imagens e núcleos figurativos (naturalização do objeto), para em seguida categorizá-lo (OLIVEIRA e WERBA, 1999; SANTOS, 1994).

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Em relação à ancoragem, Moscovici (2005 apud Lopes, 2008), afirma que ancorar significa incorporar algo estranho no sistema particular de categorias dos indivíduos e compará-lo a um paradigma de uma categoria que se acredita apropriado. A ancoragem fará o conhecimento adquirido se consolidar, enraizar, ancorar no universo do sujeito. Ela, conforme Moscovici (2005, p.60) “[...] faz com que ideias estranhas sejam reduzidas a categorias e a imagens comuns, incluí-las em contexto familiar. É uma maneira de classificar de nomear alguma coisa [...]”.

A ancoragem serve para dar sentido ao objeto apresentado à compreensão dos sujeitos envolvidos na representação. A ancoragem está dialeticamente ligada à objetivação, assegurando-se dessa forma as três funções de uma representação: incorporação do estranho ou do novo, interpretação da realidade e orientação dos comportamentos (MOSCOVICI, 2005). Ancorar remete à ideia de somar, aglomerar novos conceitos a outros já existentes, classificando-os e associando-os em espécies de categorias valorativas (SANTOS 1994).

A ancoragem segundo Jodelet (Apud SÁ, 1996, p.46), consiste na integração cognitiva do objeto representado a um sistema de pensamento social pré-existente e nas transformações implicadas em tal processo. Já Doise (Apud SÁ, 1996 p.46) refere-se à incorporação de novos elementos de saberes em uma rede de categorias mais familiares.

A ancoragem permite a incorporação do novo nas redes de categorias que o indivíduo possui. Por meio desse processo, o conhecimento gerado enraíza-se no social, integrando-se à leitura de mundo de cada individuo que procede a uma busca de familiarização das novidades geradas, ancorando-as nas suas vivências, na sua bagagem emocional (MOSCOVICI, 2005).

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3.4 A COMUNICAÇÃO NAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

Sobre a inserção das representações sociais no coletivo, Moscovici, voltou-se para os diversos modelos de sistema de comunicação, podendo ser dividido, basicamente, em três formas: a) a difusão - movimento de grande circulação, como

no caso da imprensa, focalizando um tema em comum para a sociedade, sendo este de interesse público/coletivo; b) propagação – união da imprensa a outra instituição,

com o intuito de propagar a segunda pela primeira, atrelando os seus conceitos e conhecimentos a outras áreas do saber; c) propaganda é responsável por

diferenciar conhecimentos verdadeiros dos falsos, divulgando-os (SÁ, 1996).

A inserção das representações sociais no coletivo possui como conteúdos, algumas dimensões latentes para que sejam construídas e possam estruturá-la: a)

atitude – resposta organizada e latente, como no caso dos pré- conceitos, implicando

em uma tomada de posição e postura pelo sujeito frente ao fenômeno de representação; b) informação – conhecimento do objeto socialmente construído; c) campo da representação – organização hierárquica dos elementos que compõem as

representações sociais, em um “modelo social” (SANTOS, 1994; SÁ, 1996, MOLINER, 1996).

3.5 O NÚCLEO CENTRAL E O SISTEMA PERIFÉRICO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

A Teoria do Núcleo Central surgiu em 1976 como complementar a “grande teoria” das Representações Sociais, através da tese de doutorado de Jean- Claude Abric, intitulada Jeux, Conflits et Representations Sociales. Ao propor essa teoria,

(37)

Para Sá (2002) os elementos mais importantes são organizados no “núcleo central”, o que confere à representação o seu significado, enquanto os de menor importância constituem o sistema periférico.

Os elementos que compõem o núcleo central de uma representação são os que possuem o caráter prescritivo em relação ao comportamento dos indivíduos. Tais elementos representam uma espécie de memória coletiva do grupo que compartilha da representação, desempenhando uma função de construção de significados consensuais que contribuem para uma maior homogeneidade do grupo (SÁ, 2002).

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PARTE 2 OBJETIVOS, DELINEAMENTO METODOLÓGICO

4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Investigar as representações sociais por parte de crianças, jovens, adultos e pessoas idosas em relação ao envelhecimento, a velhice e ao velho, nas relações intergeracionais, no Distrito Federal.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar os elementos positivos (ganhos) ou negativos (perdas) mais evidentes ou centrais da relação simbólica e conceitual de crianças, jovens, adultos e velhos, sobre o envelhecimento, a velhice e o velho, nas relações intergeracionais;

Compreender as formas como esses grupos representam o envelhecimento, a velhice e o velho na sociedade;

Verificar por tipo de expressão se existe diferenças de representação social entre os grupos pesquisados;

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5 MÉTODO

5.1 DEFINIÇÕES DO MÉTODO

A Teoria do Núcleo Central de Abric (1994) foi escolhida como instrumento teórico e metodológico, com o objetivo de identificar o conteúdo das representações sociais do envelhecimento, da velhice, do velho e sua estrutura.

A teoria e a pesquisa do núcleo central fundamentam-se, desde suas origens, sobre uma perspectiva metodológica experimental. Segundo Abric (1984), a primeira hipótese acerca do núcleo central foi formulada em função dos resultados de um experimento de laboratório, por ele realizado, sobre competição e cooperação, segundo o modelo do dilema do prisioneiro.

No que se refere à articulação com a teoria, Moliner (1994) propõe a distinção entre propriedades quantitativas e propriedades qualitativas das representações sociais, estando os métodos de levantamento dos possíveis elementos do núcleo central associados às propriedades quantitativas e os de identificação às propriedades qualitativas.

As propriedades qualitativas são: o valor simbólico dos elementos do núcleo central em relação ao objeto apresentado; o poder associativo que tais elementos apresentam em relação aos demais elementos da representação. Estas propriedades seriam ditadas diretamente pela teoria das representações sociais (SÁ, 1996).

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Segundo Sá (1996, p.31), uma das principais contribuições da teoria do núcleo central “[...] é o fato de ter possibilitado o estudo da comparação – transversal e longitudinal – entre diferentes representações sociais, ou seja, entre representações de um mesmo objeto mantidas por diferentes grupos ou por segmentos de um mesmo grupo sob diferentes conjunturas histórico-sociais [...]”.

Para Sá (1996, p.31), “[...] a teoria do núcleo central parece qualificar-se, melhor do que qualquer outra, para desempenhar o papel de teoria complementar

relevante para o desenvolvimento do campo, pela forma consistente e teoricamente informada com que tem construído seus objetos de pesquisa e respectivas metodologias de acesso [...]”.

5.2 INSTRUMENTOS

A Técnica das Evocações Livres da Teoria do Núcleo Central de Abric (1994) foi escolhida como instrumento para a obtenção do conteúdo e o acesso à estrutura interna das representações sociais. Para Abric (1994), essa técnica permite reduzir as dificuldades e os limites das expressões discursivas habitualmente utilizadas nas pesquisas de representações sociais.

A palavra evocação tem vários significados na língua portuguesa, mas como uma projeção mental significa o ato de evocar, ou seja, trazer à lembrança, à imaginação algo que está presente na memória dos indivíduos (FERREIRA, 1975).

No campo de estudo das representações sociais a técnica de evocação livre consiste em pedir ao indivíduo que produza todas as palavras ou expressões que possa imaginar a partir de um ou mais termos indutores, ou ainda em solicitar um número específico de palavras, seguindo-se de um trabalho de hierarquização dos termos produzidos, do mais para o menos importante (OLIVEIRA, etal, 2005).

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organizada ao redor de alguns elementos simbólicos simples, que substitui ou orienta a informação objetiva ou a percepção real do objeto de estudo (BARDIN, 2009).

A aplicação dessa técnica em estudos de grupos sociais permite o alcance de dois objetivos: o de estudar os estereótipos sociais que são partilhados espontaneamente pelos membros do grupo; e a visualização das dimensões estruturantes do universo semântico específico das representações sociais (BARDIN, 2009).

5.3 PARTICIPANTES

Foi realizada uma pesquisa de caráter qualiquantitativa, composta por quarenta (40) sujeitos amostrais de conveniência subdivididos em 04 (quatro) grupos de crianças, jovens, adultos e pessoas idosas, isto é, 10 (dez) alunos (08 a 12 anos) do ensino fundamental, 10 (dez) alunos (16 a 18 anos) do ensino médio, 10 (dez) alunos (21 a 24 anos) de diversos cursos do ensino superior de Brasília / DF e 10 (dez) velhos de comunidades religiosas (católica e evangélica) do Distrito Federal, sendo que, metade dos sujeitos amostrais foi do sexo masculino e a outra metade do sexo feminino.

O número da amostra correspondeu a 40 (quarenta) sujeitos para a pesquisa e justificou-se pela intenção de se verificar as percepções das representações sociais do envelhecimento, da velhice e do velho, por faixa etária dos grupos subdivididos, sendo que a ênfase da pesquisa foi qualitativa e o número de 10 (dez) sujeitos por grupo, mostrou-se suficiente para que os objetivos da pesquisa fossem alcançados.

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em alguma escola pública do Distrito Federal e que não mantivessem algum tipo de relacionamento familiar com as pessoas idosas.

Para a realização da pesquisa de jovens com os alunos do ensino médio, foram utilizados como critérios de inclusão: que os alunos possuíssem as idades entre 16 e 18 anos completas que residam no Distrito Federal, que estivessem matriculados em alguma escola da rede de ensino público do Distrito Federal, e que mantivessem algum tipo de relacionamento familiar com os velhos. Os critérios de exclusão foram: os alunos que não possuíssem as idades entre 16 e 18 anos completas que residissem fora do Distrito Federal, que não estivessem matriculados em alguma escola pública do Distrito Federal e que não mantivessem algum tipo de relacionamento familiar com os velhos.

Para a realização da pesquisa dos adultos com os alunos dos cursos do ensino superior, foram utilizados como critérios de inclusão: que os alunos possuíssem as idades entre 21 e 24 anos, que residissem no Distrito Federal, que fossem matriculados em algum curso de graduação da Universidade Católica de Brasília – UCB e que mantivessem algum tipo de relacionamento familiar com os velhos. Os critérios de exclusão foram: os alunos que não possuíssem a idade entre 21 e 24 anos, que residissem fora do Distrito Federal, que não estivessem matriculados em algum curso de graduação da Universidade Católica de Brasília – UCB e que não mantivessem algum tipo de relacionamento familiar com os velhos.

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idosas em função, de serem as religiões mais professadas pela população brasileira segundo o censo 2010 do IBGE.

Os sujeitos da pesquisa foram convidados a se dirigirem a sala reservada nas dependências do Mestrado em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília – UCB, onde foram realizados os procedimentos para a coleta de dados da pesquisa, conforme termo de compromisso em anexo. Os sujeitos menores de 18 anos compareceram ao local da pesquisa para os procedimentos de coleta de dados acompanhados dos respectivos responsáveis.

5.4 MATERIAIS

Os materiais que foram utilizados para a construção dos dados da pesquisa foram: Gravador eletrônico; Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE; Formulário impresso estruturado com identificação dos participantes da pesquisa, contendo os espaços para as palavras ou expressões para a numeração correspondente à ordem das evocações realizadas; Comitê de Ética em Pesquisa – UCB – registro CEP/ UCB 231/2011.

5.5 COLETAS DE DADOS

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Em todas as aplicações utilizou-se o procedimento de esclarecimentos sobre os propósitos da pesquisa, logo em seguida a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (Apêndice A) foram realizados os preenchimentos das

informações pessoais e assinatura do termo de acordo com os trâmites preconizados.

5.6 ANÁLISE DOS DADOS

A análise dos dados foi realizada em duas etapas:

Etapa 1 Procedimentos de sistematização e análise dos dados sociodemográficos

Esta etapa constituiu-se em análise descritiva dos dados, com o auxílio de

Softwares, R versão 2.14.2 para a manipulação dos dados, recategorização de

variáveis e elaboração das tabelas e gráficos. Foi utilizado também, o Software SPSS

versão 17.0 na elaboração de tabelas.

Com o objetivo de demonstrar o perfil da amostra os dados foram apresentados resumidamente em tabela. As variáveis quantitativas como sexo, idade, nível de escolaridade, endereço e religião foram categorizadas e foram apresentadas em termos de frequências brutas e percentuais.

Etapa 2 Procedimentos de análise dos questionários de associação livres de palavras

As análises foram realizadas com a ajuda do software SPSS para Windows, versão 17.0 e pela planilha eletrônica Microsoft Excel 2010. Todas as respostas obtidas foram expostas em planilha do EXCEL para análises.

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finalidade de acessar o conteúdo da representação. Na segunda fase, reorganização dos conteúdos para visualizar a estrutura subjacente.

Para análise dos dados coletados, inicialmente os dados foram organizados separadamente, de acordo com os 04 (quatro) grupos. No Quadrado de Quatro Casas

que é obtido através do cruzamento da frequência média de ocorrências das palavras, com a média das ordens médias de evocação, o eixo vertical corresponde a frequência e o eixo horizontal a ordem de evocação, conforme Quadro do Quadrante das Quatro Casas.

Quadro 1 – Quadrante das Quatro Casas - Modelo de Análises das Evocações

FR

E

Q

U

Ê

N

C

IA

Ordem Média de Evocações

1º Quadrante

Núcleo Central

ATRIBUTOS COM ALTA FREQUENCIA E PRONTAMENTE

EVOCADOS

2º Quadrante

Sistema periférico 1ª periferia

ATRIBUTOS COM ALTA

FREQUENCIA E TARDIAMENTE

EVOCADOS

3º Quadrante

Sistema periférico Zona de

Contraste.

ATRIBUTOS COM BAIXA FREQUENCIA E PRONTAMENTE

EVOCADOS

4º Quadrante

Periferia distante 2ª periferia

ATRIBUTOS COM BAIXA FREQUENCIA E TARDIAMENTE EVOCADOS

(46)

Adotou-se para a interpretação do Quadrante das Quatro Casas as

recomendações de Sá (2002), Simoneau e Oliveira (2011) e Paixão (2009):

O 1º. Quadrante corresponde aos elementos que são prontamente evocados e

com frequência (alta) em relação às palavras ou expressões associadas ao termo indutor, e pela ordem de evocação (mais próxima de 1), constituindo-se nos elementos indicadores do provável núcleo central da representação. Em

contraposição, no 4º Quadrante inferior direito, encontram-se as palavras com baixa

frequência e ordem de evocação (mais distante do 1), caracterizando a 2ª periferia;

no 2º Quadrante superior direito, encontram-se as palavras com frequência (alta) e

ordem de evocação (mais distante de 1), caracterizando a 1ª periferia. Finalmente, no

3º Quadrante inferior esquerdo encontram-se as palavras com baixa frequência e

ordem de evocação (mais próxima de 1), caracterizando a zona de contraste.

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6 REVISÃO DOS RESULTADOS

6.1 PERFIL DOS PARTICIPANTES POR GRUPOS

O perfil da amostra por grupos de crianças, jovens, adultos e velhos, foi apresentado resumidamente em tabela. As variáveis quantitativas: idade, sexo, escolaridade, estado civil, cursos e religião, foram categorizados e foram apresentadas em termos de frequências brutas e percentuais.

A seguir serão apresentados os resultados dos dados sócio - demográficos, que foram coletados com a finalidade de delinear situações sociais específicas que moldam os pensamentos sociais desses grupos.

Tabela 1: Frequência e percentual do perfil dos participantes do estudo por grupos

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EJA EM ES Cursos Administração Direito Psicologia Educ. Física Gastronomia Engenharia Religião Católica Evangélica Estado Civil Solteiro Casado Divorciado Viúvo 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 10 (100%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 1 (10%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 10 (100%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 10 (100%) 2 (20%) 1 (10%) 3 (30%) 2 (20%) 1 (10%) 1 (10%) 0 (0%) 0 (0%) 5 (50%) 5 (50%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 7 (70%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 3 (70%) 7 (70%) 1 (10%) 7 (70%) 2 (20%) 0 (0%)

Foram 40 (quarenta), os sujeitos que participaram desse estudo. Todos moradores do Distrito Federal (DF), que foram convidados a participar da pesquisa em 03 (três) cenários diferentes, subdivididos em 04 (quatro) grupos de crianças, jovens, adultos e velhos, isto é, grupo de crianças, 10 (dez) alunos (08 a 12 anos) do ensino fundamental, grupo de jovens, 10 (dez) alunos (16 a 18 anos) do ensino médio, grupo de adultos, 10 (dez) alunos (21 a 24 anos) de diversos cursos do ensino superior de Brasília / DF e grupo de velhos, 10 (dez) idosos de comunidades religiosas (católica, evangélica) do Distrito Federal, sendo que, metade dos sujeitos amostrais (50%) é do sexo masculino e a outra metade do sexo feminino.

Os critérios de idades definidos para as escolhas dos grupos foram os estabelecidos pelo ECA – Estatuto da criança e do adolescente, Estatuto da Juventude e Estatuto do Idoso. As comunidades religiosas católicas e evangélicas foram escolhidas para a pesquisa com os velhos em função de serem as religiões mais professadas pela população brasileira segundo o censo 2010 do IBGE.

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fundamental, 20% o 4ºano, 20% o 5ºano e 20%, o 7ºano. Já no critério residência, 100% dos respondentes residem em Ceilândia (DF).

No grupo de jovens, 50% dos respondentes são do sexo masculino e 50% do sexo feminino, sendo que a média de idade é de 17(dezessete) anos. No critério escolaridade, a maioria dos respondentes (40%) cursa o 1º ano do ensino médio, 30% o 2º ano, 20% o 3º ano e 10% o EJA do ensino médio. No critério Estado Civil, 100% são solteiros, já no critério residência, 40% dos respondentes residem em Ceilândia (DF), 30% residem em Santa Maria (DF) e 30% residem em Brasília (DF).

No grupo de adultos, 50% dos respondentes são do sexo masculino e 50% do sexo feminino, sendo que a média de idade é de 23,1 anos. Já no critério escolaridade, 30% dos respondentes fazem o curso de psicologia, 20% o curso de educação física, 20% o curso de administração, 10% o curso de direito, 10% o curso de engenharia e 10% o curso de gastronomia. No critério Estado Civil, 50% dos respondentes são casados e 50% são solteiros, já no critério residência, 40% dos respondentes residem em Ceilândia (DF), 30% no Gama (DF), 10% em Taguatinga (DF), 10% em Brasília (DF) e 10% no Riacho Fundo 1 (DF).

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Tabela 1: Frequência e percentual do perfil dos participantes do estudo por grupos  Variáveis  Crianças  (N=10)  Jovens (N= 10)  Adultos (N=10)  Velhos   (N=10)  Sexo  Masculino  Feminino  Idade  <10 anos  11-15 anos  16-20 anos  21-25 anos  >60 anos
Tabela 02  –  Termo indutor envelhecimento do grupo  –  Crianças
Tabela 3 - Distribuição das evocações de envelhecimento do grupo  –  Crianças  Categorias  evoc1  evoc2  evoc3  evoc4  evoc5  Freq  OEM
Tabela 4 - Identificação dos elementos centrais e periféricos do envelhecimento em função das  frequências e da ordem média de evocação - Grupo de Crianças
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