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Prof. Henrique Santillo

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Academic year: 2022

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(1)

Aula 26 – Juizados especiais cíveis.

Direito Processual Civil para AJAJ e Oficial de Justiça do TJ CE

(2)

Sumário

SUMÁRIO 2

LEI Nº 9.099/1995 E SUAS ALTERAÇÕES (JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS). 4

NOÇÕES GERAIS 5

PRINCÍPIOS INFORMADORES DOS JUIZADOS ESPECIAIS 8

Princípio da Oralidade 8

Princípio da Simplicidade e da Informalidade 9

Princípio da Economia Processual 10

Princípio da Celeridade 10

Conciliação 11

COMPOSIÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS 12

COMPETÊNCIA 14

PARTES 23

Representação por Advogado 26

INTERVENÇÃO DE TERCEIROS,LITISCONSÓRCIO E MINISTÉRIO PÚBLICO 28

ATOS PROCESSUAIS 30

PROCEDIMENTO 35

Petição Inicial 35

Sessão de Conciliação 39

Audiência de Instrução e Julgamento 42

Sentença 47

Recurso 50

Execução 56

Despesas Processuais 60

QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 62

LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS 94

GABARITO 105

RESUMO DIRECIONADO 106

NOÇÕES GERAIS 106

PRINCÍPIOS INFORMADORES DOS JUIZADOS ESPECIAIS 106

Princípio da Oralidade 106

Princípio da Simplicidade e da Informalidade 107

Princípio da Economia Processual 107

Princípio da Celeridade 107

Conciliação 107

COMPOSIÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS 107

COMPETÊNCIA 108

PARTES 110

Representação por Advogado 111

INTERVENÇÃO DE TERCEIROS,LITISCONSÓRCIO E MINISTÉRIO PÚBLICO 112

ATOS PROCESSUAIS 112

PROCEDIMENTO 114

(3)

Sessão de Conciliação 114

Audiência de Instrução e Julgamento 115

Sentença 117

Recurso 118

Execução 120

Despesas Processuais 122

LEI Nº 9.099/1995 123

(4)

Lei nº 9.099/1995 e suas alterações (Juizados Especiais Cíveis).

Minhas saudações!

Como andam os seus estudos?

A aula de hoje é muito importante para o seu concurso :

Lei 9.099/95 – Juizados Especiais Cíveis

Ao contrário do Código de Processo Civil, estamos diante de uma lei simples e de fácil assimilação.

Por esse motivo, é muito importante que você garanta os seus pontos relativos às questões que a abordem.

Vamos lá?

Foca nos seguintes tópicos:

Partes e Representação por Advogado

Competência

Recurso “Inominado”

Efeito Interruptivo dos Embargos de Declaração

(5)

Noções Gerais

Historicamente, o Poder Judiciário sempre foi atingido por dois problemas crônicos:

Ciente de tais problemas, a Constituição Federal determinou que a União, o DF e os Estados deveriam criar órgãos judiciários específicos para julgamento e execução de causas cíveis de menor complexidade, por meio do procedimento denominado sumaríssimo, o que permitiu a criação, nos Estados, dos denominados Juizados Especiais Estaduais Cíveis, disciplinados pela Lei n.º 9.099/95.

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:

I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;

Posteriormente foram editadas:

Lei nº 10.259/01, que dispôs sobre a criação de Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da

Justiça Federal, observando a determinação contida no § 1º do art. 98 da Constituição Federal

De forma simplificada, a Justiça Federal processa e julga as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal estejam presentes.

Foram criados os Juizados Especiais Federais (JEF) para processar e julgar as causas de menor complexidade que tenham como partes os entes acima citados.

Art. 98, § 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal.

Morosidade

Alguns processos, por mais simples que fossem, demoravam anos e anos até que fossem julgados... Isso se devia sobretudo à imposição de

formalismos excessivos ao rito do processo.

Custas Elevadas

Para ajuizar uma ação e fazer o processo

"caminhar", é exigido o adiantamento de várias despesas, o que acaba desestimulando várias pessoas a buscar a solução do seu conflito pelo

Poder Judiciário.

(6)

Lei 12.153/09, que regulamentou a criação do

Juizados Especiais da Fazenda Pública (JEFP) no âmbito dos Estados, Distrito Federal e Municípios.

Até a vigência da Lei 12.153/09, os Estados, o DF e os Municípios não podiam figurar como partes nos processos conduzidos pelos Juizados Especiais Cíveis Estaduais (tampouco pelos Juizados Especiais Federais).

Portanto, caro aluno/a, quero que perceba que ficou instituído um microssistema dos Juizados Especiais Cíveis (JEC, JEF e JEFP). Podemos resumir o seu contexto de criação e sua função da seguinte forma:

Contexto: resposta à insatisfação popular com a lentidão e o formalismo que “travavam” a rápida

resolução dos conflitos através dos procedimentos existentes anteriormente (ordinário e sumário).

Função dos Juizados: simplificar o procedimento e a tramitação das causas de menor complexidade,

fazendo com que os processos tramitem mais rápido do que os que observam os procedimentos tradicionais.

De que forma o procedimento sumaríssimo difere do procedimento comum previsto no CPC?

No âmbito dos Juizados trabalha-se com o modelo da sumarização procedimental através de:

Encurtamento do rito pela eliminação de alguns atos processuais presentes no rito comum.

Concentração de atos processuais em uma mesma etapa.

Veja como normalmente tramitam os processos em cada procedimento:

Procedimento Comum

•Inicial

•Citação

•Audiência de conciliação e mediação

•Contestação

•Réplica,

•Providências Preliminares e Saneamento

•Audiência de instrução

•Alegações finais

•Sentença

Juizados Especiais (padrão)

•Inicial

•Citação

•Audiência de Conciliação

•Audiência de Instrução e Sentença

(7)

Nesta aula, vamos juntos observar outros pontos que sofreram alterações significativas, como competência, composição dos Juizados Especiais, das partes e dos procuradores, dos atos processuais em geral, dentre outras.

ATENÇÃO!

Em respeito ao edital, na aula de hoje vamos estudar a Lei

9.099/95.

(8)

Princípios Informadores dos Juizados Especiais

O processo que tramita pelo rito estabelecido pela Lei dos Juizados Especiais Cíveis orienta-se pelos princípios (ou critérios, segundo a lei) da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação!

Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação.

Olha aí uma questão:

(VUNESP

– PC/SP – 2014)

Segundo a Lei n.º 9.099/95, são orientadores do processo em trâmite perante o Juizado Especial, os critérios da:

a) oralidade, informalidade, seletividade e impessoalidade.

b) informalidade, oralidade, economia processual e celeridade.

c) impessoalidade, abstração, formalidade e economia processual.

d) fungibilidade, informalidade, abstração e economia processual.

e) oralidade, formalidade, impessoalidade e celeridade.

RESOLUÇÃO:

A alternativa ‘b’ retratou de forma correta os critérios que orientam os processos nos Juizados:

Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação.

Vamos fazer um rápido panorama sobre cada um deles:

Princípio da Oralidade

Pelo princípio da oralidade, o uso da “palavra falada” ganha mais relevância que o uso da palavra escrita no âmbito dos juizados.

Veja alguns exemplos:

O mandato conferido pela parte ao seu advogado poderá ser verbal

Contudo, se ela deseja conceder poderes especiais ao seu advogado (confessar, transigir, desistir da ação etc.) será necessária uma procuração - um documento formal e legal que autoriza o advogado a praticar tais atos.

Art. 9º, § 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto aos poderes especiais.

(9)

A parte pode apresentar o seu pedido inicial de forma oral

Isso mesmo! Não é obrigatório que ela chegue com uma petição inicial no Juizado para “dar entrada” com o seu processo, que será reduzido a escrito posteriormente.

Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito ou oral, à Secretaria do Juizado.

§3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado, podendo ser utilizado o sistema de fichas ou formulários impressos.

O réu pode contestar o pedido do autor de forma oral

Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda matéria de defesa, exceto arguição de suspeição ou impedimento do Juiz, que se processará na forma da legislação em vigor.

Serão registrados por escrito apenas atos processuais essenciais.

Por outro lado, os atos não essenciais ficam armazenados digitalmente.

Art. 13, § 3º Apenas os atos considerados essenciais serão registrados resumidamente, em notas manuscritas, datilografadas, taquigrafadas ou estenotipadas. Os demais atos poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente, que será inutilizada após o trânsito em julgado da decisão.

§ 4º As normas locais disporão sobre a conservação das peças do processo e demais documentos que o instruem.

Princípio da Simplicidade e da Informalidade

Os princípios da simplicidade e da informalidade buscam desburocratizar a Justiça e diminuir todas as

formalidades e “papeladas” que se fazem presente no procedimento comum.

Como consequência dessa ideia, os atos processuais devem ser praticados com o mínimo de formalidade possível, buscando eliminar formas inúteis e/ou muito complexas.

Como o sistema dos juizados permite que a pessoa vá por conta própria (sem advogado) buscar os seus direitos na Justiça, a Lei 9.099/95 criou algumas regrinhas para integrar o cidadão comum e leigo ao Poder Judiciário.

Exemplos? Temos vários!

(10)

Autor pode apresentar um pedido com requisitos mais “enxutos” e com uma linguagem simplificada:

Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito ou oral, à Secretaria do Juizado.

§ 1º Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem acessível:

I - o nome, a qualificação e o endereço das partes;

II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;

III - o objeto e seu valor.

Os atos processuais serão considerados válidos sempre que preencherem a sua finalidade essencial, ainda que tenha havido nulidade

Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais forem realizados, atendidos os critérios indicados no art. 2º desta Lei.

§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.

Sim, eu sei que o princípio da instrumentalidade das formas também se faz presente no procedimento comum, mas ele é ainda mais importante no contexto dos Juizados Especiais!

Princípio da Economia Processual

Para o princípio da economia processual, deve-se buscar obter o máximo de resultados pretendidos com o mínimo de esforço e recursos possíveis.

Se possível, a audiência de instrução e julgamento poderá ser realizada logo em seguida à sessão de conciliação.

O objetivo é aproveitar a presença das partes e das testemunhas

Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á imediatamente à audiência de instrução e julgamento, desde que não resulte prejuízo para a defesa.

Princípio da Celeridade

Mesmo nos processos mais complexos que tramitam pelo procedimento comum, vigora a garantia constitucional da duração razoável do processo, buscando o resultado da forma mais célere possível

Contudo, nos Juizados Especiais essa celeridade é ainda mais desejada e estimulada, no sentido de dar uma solução mais rápida ainda aos litígios que por lá tramitam.

Por esse motivo, a Lei 9.099/95 veda a abertura de alguns incidentes que, em sua grande parte, retardam

o andamento do processo:

(11)

Não é admitida a intervenção de terceiros

Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio.

Não é admitida a reconvenção

Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu favor, nos limites do art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que constituem objeto da controvérsia.

Conciliação

Nos processos que correm nos Juizados Especiais, a autocomposição do conflito deve ser sempre buscada.

Há autocomposição quando uma das partes (ou as duas) encontram uma solução para o conflito e chegam a um acordo para atender os seus interesses.

A autocomposição pode ser obtida, dentre outros métodos, pela:

Conciliação Transação

Vamos detonar uma questão recentíssima do CESPE?

(CESPE – TJ/PR – 2019) Entre outros objetivos, os juizados especiais cíveis estaduais buscam extrair do processo o máximo de proveito com o mínimo de dispêndio de tempo e energias, razão pela qual, por exemplo, realiza a colheita de prova pericial de forma simplificada e a oitiva do perito em audiência. Tal objetivo é consoante com o princípio da

a) simplicidade.

b) economia processual.

c) oralidade.

d) informalidade.

RESOLUÇÃO:

Para o princípio da economia processual, deve-se buscar obter o

máximo de resultados pretendidos com o mínimo de esforço e recursos possíveis, como ocorre na colheita de provas de

forma simplificada e na oitiva do perito em audiência!

Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação.

Resposta: B

(12)

Composição dos Juizados Especiais Cíveis

Para os órgãos judiciários em geral, o CPC/2015 previu uma equipe de apoio ao Juiz: são os chamados Auxiliares da Justiça, que não exercem a jurisdição, exclusiva do juiz, mas colaboram com a função jurisdicional.

Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias.

Além dos auxiliares da justiça, os Juizados especiais serão compostos de algumas figuras específicas disciplinadas pela Lei dos Juizados:

Juiz togado: É o juiz de direito, aprovado em concurso público, que irá dirigir o processo por todas as suas fases, sendo incumbido da tentativa de conciliar as partes.

Além disso, é ele o sujeito que vai apreciar as provas e entregar às partes uma sentença que resolverá (ou não) o conflito instaurado entre elas.

Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, para apreciá-las e para dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica.

Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às exigências do bem comum.

Conciliadores e Juízes Leigos: Os conciliadores e os juízes leigos são auxiliares da justiça que receberam muita importância pela Lei 9.099/95.

Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados, os primeiros, preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com mais de cinco anos de experiência.

Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante os Juizados Especiais, enquanto no desempenho de suas funções.

(13)

Vamos ver o papel de cada um?

a. Conciliadores

Têm como função

a tentativa de “acalmar os ânimos” das partes, com vistas a

obter uma solução amigável para o conflito que se instaurou entre elas.

A

TENÇÃO

!

Os conciliadores serão recrutados preferencialmente entre bacharéis em direito.

b. Juízes Leigos

O papel do juiz leigo é muito mais amplo que o do conciliador.

Ele é o “braço direito” do juiz de direito (togado): pois poderá

fazer a instrução do processo

1

e apresentar uma proposta de decisão, que passará pelo crivo do juiz togado, mediante homologação:

Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a supervisão de Juiz togado.

Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferirá sua decisão e imediatamente a submeterá ao Juiz togado, que poderá homologá-la, proferir outra em substituição ou, antes de se manifestar, determinar a realização de atos probatórios indispensáveis.

A

TENÇÃO

! Os juízes leigos serão recrutados entre

ADVOGADOS

com

mais de cinco anos de experiência,

os quais se tornam impedidos de advogar perante o Juizado Especial enquanto exercerem a função de juiz leigo!

Agora, uma questão para conferir se você realmente assimilou as funções de cada um desses sujeitos:

(CONSULPLAN – TJMG – 2014 – Q1370451) Os juizados especiais cíveis e criminais dispõem de Juiz, Conciliadores e Juízes Leigos para a efetivação da prestação jurisdicional. Relacione adequadamente as colunas a seguir.

1. Juiz.

2. Conciliador.

3. Juiz Leigo.

( ) Trata-se do Juiz Togado, ou seja, é o magistrado de carreira lotado no Juizado Especial.

( ) Fica impedido de exercer a advocacia perante os Juizados Especiais, enquanto no desempenho de suas funções.

( ) É auxiliar da Justiça, recrutado preferencialmente entre os bacharéis em Direito.

A sequência está correta em

1 Ou seja, ele vai conduzir a fase de produção de provas: vai ouvir testemunhas, determinar o depoimento pessoal das partes, indeferir provas inúteis etc.

(14)

a) 2, 3, 1.

b) 1, 2, 3.

c) 2, 1, 3.

d) 1, 3, 2.

RESOLUÇÃO:

(1. Juiz) Trata-se do Juiz Togado, ou seja, é o magistrado de carreira lotado no Juizado Especial.

(3. Juiz Leigo) Fica impedido de exercer a advocacia perante os Juizados Especiais, enquanto no

desempenho de suas funções. Isso porque o juiz leigo é recrutado entre advogados, habilitados pela

Ordem dos Advogados do Brasil e que tenham mais de cinco anos de experiência.

(2. Conciliador) É auxiliar da Justiça, recrutado preferencialmente entre os bacharéis em Direito. Não se exige a inscrição na OAB, basta ter graduação em Direito e titulação de bacharel!).

Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados, os primeiros, preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com mais de cinco anos de experiência.

Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante os Juizados Especiais, enquanto no desempenho de suas funções.

Resposta: 1, 3, 2 (alternativa D).

Competência

Que causas poderão ser processadas nos Juizados Especiais Cíveis? O que, de fato, torna uma causa de menor

complexidade?!

Temos vários critérios para essa definição. Confere comigo este importantíssimo dispositivo:

Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para CONCILIAÇÃO, PROCESSO e JULGAMENTO das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:

I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;

II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;

III - a ação de despejo para uso próprio;

IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I deste artigo [quarenta vezes o salário mínimo]

(15)

Além disso, o Juizado Especial tem competência para a execução dos seus julgados e de títulos executivos extrajudiciais que contenham obrigação de até 40 salários-mínimos:

§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:

I - dos seus julgados;

II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o salário mínimo, observado o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei.

Nossa... são muitas! Você deve ter percebido que, para indicar quais causas são de competência do juizado, foram estabelecidos alguns critérios.

Critério Material e Valorativo

A competência do Juizado Especial Cível pode ser estabelecida pelos critérios:

Material

Tem a ver com relação jurídica de direito material que está sendo discutida (é uma causa possessória?

De família? Relativa a imóveis?) e está mais ligada à sua baixa complexidade.

Valorativo

Relaciona-se com o valor que é atribuído à causa.

Levando isso em consideração, podemos dizer que os Juizados Especiais Cíveis têm competência para:

Processar e julgar causas de até 40 salários-mínimos

2

A lei 9.099/95 considerou que as causas cujo valor não exceda 40 salários-mínimos serão processadas e julgadas pelos Juizados Especiais Cíveis!

O Juizado Especial Cível terá competência para processar e julgar uma demanda em que a autor deseja cobrar uma quantia de R$ 9.980,00 (10 salários-mínimos) de uma empresa.

Professor, e se o valor da causa for maior que 40 salários-mínimos? Posso ajuizar minha ação nos Juizados Especiais Cíveis?

2 40 salários-mínimos = R$44.000,00 (considerando o valor de R$1.100,00 do salário-mínimo em 2021)

(16)

SIM ! É possível ajuizar uma ação acima de quarenta salários-mínimos no Juizado Especial, mas deve haver

renúncia ao valor excedente!

Fulano tem uma dívida de R$64.000,00 comigo. Pretendo acionar a justiça para cobrá-lo, mas não quero que meu processo tramite pela Justiça Comum, que é bem lenta... Caso eu queira que meu processo tramite pelo rito dos Juizados, terei de renunciar ao valor que excede 40 salários-mínimos: poderei cobrá-lo o valor referente ao “teto” (R$ 44.000) e renunciar ao que excedeu esse “teto” (R$ 20.000).

Veja:

Art. 3º, § 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em RENÚNCIA ao crédito excedente ao limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.

Contudo, essa restrição não é observada para homologação de acordo entre as partes!

Assim, no Juizado, elas poderão entrar em acordo a respeito de valores acima de 40 salários-mínimos, não incidindo a renúncia obrigatória ao excedente!

Fala se não é um “baita” estímulo para que as partes optem pelo caminho mais rápido e prático da conciliação?

Processar e julgar ações possessórias sobre bens imóveis de até 40 salários-mínimos

As ações possessórias, como sugere o nome, tem por finalidade a proteção da posse.

No âmbito dos Juizados Especiais Cíveis, elas poderão ser ajuizadas para proteger a posse relativa a bens imóveis que não ultrapassem 40 salários-mínimos!

Temos aqui um caso de critério misto de determinação da competência, ou seja, fixado em razão do valor (40 salários-mínimos) e da matéria (ação relativa à posse).

Processar e julgar as causas enumeradas no art. 275, II, do CPC/1973, independentemente do valor da causa.

Temos aqui uma remissão a um dispositivo do CPC revogado que estabelece algumas causas específicas que poderiam seguir o extinto rito sumário:

Art. 275. Observar-se-á o procedimento sumário II - nas causas, qualquer que seja o valor;

a) de arrendamento rural e de parceria agrícola;

b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio;

c) de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico

d) de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre

(17)

e) de cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução;

f) de cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial

g) que versem sobre revogação de doação;

h) nos demais casos previstos em lei

Parágrafo único. Este procedimento não será observado nas ações relativas ao estado e à capacidade das pessoas.

Professor, o Código de Processo Civil de 1973 foi revogado... Essas causas ainda poderão ser ajuizadas nos Juizados Especiais?

SIM , pois o art. 1073 do CPC/2015 estabelece que os Juizados Especiais Cíveis continuam competentes para julgar e processar as causas previstas no art. 275, II do CPC/73 até que seja editada lei específica:

CPC/2015. Art. 1.063. Até a edição de lei específica, os juizados especiais cíveis previstos na Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, continuam competentes para o processamento e julgamento das causas previstas no art. 275, inciso II, da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973.

Os juizados especiais cíveis têm competência para processar e julgar as causas relativas a:

Arrendamento rural e parceria agrícola

Cobrança de condomínio

Ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico (rural)

Ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre

Cobrança de seguro relativamente a danos causados em acidente de veículo

Cobrança de honorários de profissionais liberais (advogados, médicos, dentistas etc.)

Revogação de doação

Demais casos previstos em lei

Processar e julgar a ação de despejo PARA USO PRÓPRIO, qualquer que seja o valor

Nesse caso devemos incluir apenas a ação de despejo que tem um fundamento específico: a retomada para uso próprio do locador!

ATENÇÃO! Se na ação de despejo for requerida a cobrança de aluguéis, será necessário observar

o valor de até 40 salários-mínimos.

(18)

Promover a execução

→ Dos seus julgados (títulos executivos judiciais)

→ De títulos executivos extrajudiciais de até 40 salários-mínimos

Títulos executivos extrajudiciais são documentos – formados fora do âmbito do Poder Judiciário – que asseguram ao seu portador o direito de receber o valor devido, por meio de um processo de execução.

Exemplo: cheque.

A tutela executiva é concedida pelo Poder Judiciário para executar (a) uma decisão formada em um processo judicial (título executivo judicial) ou (b) um título anterior (título executivo extrajudicial), assegurando que o direito nele contido seja concretizado.

Assim, quando uma obrigação contida em um título executivo não é cumprida espontaneamente, é necessária a prática de atos executivos pelo Estado, com o objetivo de satisfazê-la (como a famosa

“penhora de bens do devedor”, por exemplo).

Critério Territorial

Bom, esclarecidos os critérios de determinação da competência em razão do valor e da matéria, resta saber em qual foro (ou comarca) a ação deverá ser proposta.

É a hora que bate aquela dúvida... qual Juizado de qual comarca a ação deve ser proposta? Será no Juizado da comarca de São Paulo (SP)? Será no Juizado da comarca de Campinas (SP)?

A lei 9.099 estabeleceu o seguinte:

Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado do foro:

I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório;

II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;

III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de qualquer natureza.

Assim, nos Juizados Especiais cíveis, as ações poderão ser propostas no foro do:

Domicílio do réu (ou do seu endereço profissional)

Trata-se do foro geral. Além do foro do domicílio do réu, o autor tem a possibilidade de escolher o foro do domicílio em que o réu...

(a) exerça atividades profissionais/econômicas ou

(b) mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório;

(19)

→ Lugar onde a obrigação deve ser satisfeita

Trata-se de foro especial competente para julgar ações em que se pede o cumprimento de obrigações pendentes.

→ Domicílio do autor OU do local do fato

Trata-se de foro especial competente para julgar ações de reparação de dano.

Agora, leia com bastante atenção este aviso:

IMPORTANTE! O autor tem a

FACULDADE

de escolher o

foro de domicílio do réu (ou de seu endereço profissional) mesmo nas ações de reparação de dano e nas que exijam o cumprimento de obrigação!

Art. 4º. Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no foro previsto no inciso I deste artigo [foro do domicílio do réu ou de seu endereço profissional].

Opa! Veja só a que interessante conclusão chegamos:

Hipóteses de Exclusão da Competência

Existem algumas causas que, mesmo possuindo valor de até 40 salários-mínimos, não poderão ser propostas nos Juizados Especiais Cíveis:

Art. 3º, § 2º Ficam EXCLUÍDAS da competência do Juizado Especial as causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.

No JEC, tem competência para processar e julgar ações de reparação de dano de QUALQUER NATUREZA, a critério do autor, o foro...

do domicílio do autor (art. 4º, III

do local do fato (art. 4º, III)

do domicílio do réu ou de seu endereço profissional (art. 4º, p. único)

Zezinho, domiciliado em Barretos (SP) foi passar férias em Recife (PE) e, em uma conhecida casa noturna recifense, foi humilhado por um cidadão domiciliado em Goiânia

(GO). Para facilitar o seu acesso à Justiça, a Lei nº 9.099/1995 permite que ele escolha ajuizar uma ação de reparação de danos no foro da comarca de Barretos (SP), no da

comarca de Recife (PE), ou no da comarca de Goiânia (GO), a seu critério.

(20)

Trata-se de causas consideradas complexas e, dessa forma, incompatíveis com o procedimento dos Juizados Especiais!

Vamos resolver juntos uma questão:

(CESPE – TJ/PB – 2013) Em relação aos sujeitos processuais nos juizados especiais cíveis estaduais, assinale a opção correta.

As ações possessórias não se incluem entre as competências dos juizados especiais, uma vez que a complexidade desse tipo de ação é incompatível com o rito célere desses juizados.

RESOLUÇÃO:

Item incorreto. As ações possessórias poderão sim ser propostas nos Juizados, desde que se refiram a imóveis que não extrapolem o valor de 40 salários-mínimos!

Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:

I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;

II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;

III - a ação de despejo para uso próprio;

IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I deste artigo [quarenta vezes o salário mínimo]

§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:

NÃO são de competência dos

Juizados Especiais Cíveis

as causas:

Alimentares

Falimentares (falência)

Fiscais e de Interesse da Fazenda Pública Acidentes de Trabalho

Relativas a Resíduos ("sobras" de direito sucessório e de herança jacente)

De Estado e Capacidade das Pessoas, ainda

que patrimoniais

(21)

I - dos seus julgados;

II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o salário mínimo, observado o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei.

As causas que não poderão ser propostas nos Juizados Especiais são as seguintes:

Art. 3º, § 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.

Veja só como isso já foi cobrado em uma prova:

(FUNDEP

– TJMG – 2005) Consoante a Lei Federal que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis,

julgue o item abaixo.

Compete aos Juizados Especiais Cíveis processar e julgar ações de natureza alimentar cujo valor não exceda a 40 vezes o salário mínimo.

RESOLUÇÃO:

Opa! Releia novamente o esquema acima. As ações de natureza alimentar estão excluídas da competência dos JECs:

Art. 3º, § 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.

Olha aí uma outra questão:

(VUNESP – TJ/SP – 2012) É cabível, perante o Juizado Especial Cível, ação de despejo a) para uso próprio.

b) por infração contratual.

c) para fins de alienação do imóvel.

d) por falta de pagamento.

e) por perda de garantia locatícia.:

RESOLUÇÃO:

A única modalidade de ação de despejo que pode ser ajuizada nos Juizados Especiais Cíveis é aquela destinada para uso próprio do locatário:

Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:

III - a ação de despejo para uso próprio;

Resposta: A

(22)

Vamos a outra:

(IBFC – PGM de Cabo de Santo Agostinho/PE – 2019) Sobre a competência dos Juizados Especiais Cíveis (JEC) estabelecida na Lei n° 9.099/95, assinale a alternativa incorreta.

a) É de competência do Juizado Especial Cível as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo.

b) É de competência do Juizado Especial Cível a ação de despejo para uso próprio c) É de competência do Juizado Especial Cível promover a execução dos seus julgados

d) É de competência do Juizado Especial Cível as ações possessórias de imóveis cujo valor seja de até sessenta salários mínimos.

RESOLUÇÃO:

As alternativas A/B/C estão corretas, pois contém causas que poderão ser julgadas pelos JEC:

Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:

I – as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;

III – a ação de despejo para uso próprio;

§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:

I - dos seus julgados;

A alternativa D erra ao fixar o limite do valor do imóvel que poderá ser objeto de ação possessória proposta no JEC: ao invés de 60 salários mínimos, o valor do imóvel deve ser de até QUARENTA vezes o s.m., de modo que ela será o nosso gabarito.

Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:

IV – as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I deste artigo.

(23)

Partes

Quem poderá propor uma ação no Juizado Especial? Veja a resposta:

Art. 8º, § 1º Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado Especial I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de direito de pessoas jurídicas;

II - as pessoas enquadradas como microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte na forma da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006;

III - as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, nos termos da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999;

IV - as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos do art. 1o da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001.

Dessa forma, podem propor ações nos Juizados Especiais Cíveis:

Pessoa física capaz

Microempreendedor Individual, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte (ME/EPP)

Pessoa jurídica qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)

Trata-se de uma qualificação jurídica que o Ministério da Justiça concede a pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa de particulares e dedicadas a atividades de finalidades sociais.

Sociedade de crédito ao microempreendedor

Não podem ser autoras de ação no Juizado Especial, portanto, as empresas de médio e grande porte e as pessoas físicas cessionárias de direito de pessoas jurídicas.

Não entendi esse último caso, professor.

Vamos pensar que um cheque tenha sido emitido originariamente em favor de XYZ, uma empresa de grande porte. Como não tem legitimidade para ajuizar uma ação no JEC, a empresa XYZ endossou seu título de crédito em favor de Mário, pessoa física, para que aí sim fosse viabilizada a cobrança do débito contido no cheque. Em termos gerais, houve uma cessão de direitos da pessoa jurídica (cedente) para a pessoa física (cessionária).

A Lei nº 9.099/95, ciente das eventuais fraudes que poderiam ser cometidas nesse sentido, já excluiu

de cara a legitimidade de pessoas físicas que sejam cessionárias de direitos de pessoas jurídicas.

(24)

Quem poderá ser réu em ação que tramita em Juizados Especiais Cíveis?

→ De forma geral, qualquer

pessoa física ou jurídica

tem legitimidade passiva para ser réu no Juizado.

Contudo, quando forem rés no processo, as pessoas jurídicas e os titulares de firma individual podem ser representados por um preposto credenciado, que atuará em nome dessas pessoas no processo, não sendo necessário haver vínculo de emprego nesse caso:

Art. 9º. § 4º O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá ser representado por preposto credenciado, munido de carta de preposição com poderes para transigir, sem haver necessidade de vínculo empregatício.

Contudo, preste muita atenção ao que vou te dizer agora:

N

ÃO

poderá ser parte nos Juizados Especiais Cíveis (seja como autor , seja como réu ):

a. Incapaz b. Preso

c. Massa falida d. Insolvente civil

e. Pessoas Jurídicas de Direito Público (União, Estados, DF, Municípios e suas autarquias e fundações públicas)

f. Empresas Públicas da União

Confere aí comigo:

Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.

NÃO pode ser parte nos JECs o "MEU PIPI"

Massa falida

Empresas públicas da União Preso

Incapaz

Pessoas jurídicas de direito público

Insolvente civil

(25)

Vamos resolver uma questão:

(CESPE – TJ/PB – 2013) Em relação aos sujeitos processuais nos juizados especiais cíveis estaduais, assinale a opção correta.

Não poderão ser partes nos processos que tramitam perante os juizados especiais o incapaz, a massa falida e o insolvente civil, entre outros.

RESOLUÇÃO:

Isso mesmo! Esses sujeitos (incapazes, massas falidas, insolventes civis) não poderão ser partes (seja como autores, sejam como réus) em um processo que tramita nos Juizados.

Além desses, entram na seleta lista do

“MEU PIPI”

o preso, as empresas públicas da União e as pessoas jurídicas de direito público.

Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.

Quero ver você detonar esta questão:

(VUNESP – TJ/SP Capital – 2014) Pode ser autor em ação proposta perante o Juizado Especial Cível:

a) pessoa física cessionária de direito de pessoa jurídica.

b) insolvente civil.

c) sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos da lei.

d) pessoa jurídica de direito público.

e) pessoa presa.

RESOLUÇÃO:

Assim como os microempresários individuais, microempresas e empresas de pequeno porte, as sociedades de crédito ao microempreendedor podem ser autoras em processos que correm nos Juizados:

Art. 8º, § 1º Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado Especial I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de direito de pessoas jurídicas;

II - as pessoas enquadradas como microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte na forma da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006;

III - as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, nos termos da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999;

IV - as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos do art. 1o da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001.

Pelo dispositivo acima, as pessoas físicas cessionárias de direitos de pessoas jurídicas estão

excluídas do rol dos legitimados a ajuizar ação nos Juizados.

(26)

Por fim, o insolvente civil, a pessoa presa e as pessoas jurídicas de direito público não poderão ser autores (nem réus):

Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.

Resposta: C

Representação por Advogado

Nos Juizados Especiais Cíveis, nas causas de valor até vinte salários-mínimos, as partes possuem plena capacidade postulatória.

O que isso significa, na prática?

Significa que as partes podem praticar pessoalmente

sem assistência de advogado – todos os atos do processo!

O autor poderá, inclusive, formular o seu pedido de forma escrita ou oral na Secretaria do Juizado, sem qualquer intervenção de advogado! Veja:

Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito ou oral, à Secretaria do Juizado.

Se o valor da causa for de até 20 (vinte) salários-mínimos, é dispensada a participação do advogado!

Então, podemos concluir que a participação do advogado é indispensável somente nas causas entre vinte

e quarenta salários-mínimos!

Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários-mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória.

§ 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes comparecer assistida por advogado, ou se o réu for pessoa jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se quiser, assistência judiciária prestada por órgão instituído junto ao Juizado Especial, na forma da lei local.

§ 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do patrocínio por advogado, quando a causa o recomendar.

Ah! Para evitar situação de desvantagem, o serviço de assistência judiciária gratuita, presente em todos os órgãos dos Juizados Especiais, deve atuar sempre que a parte interessada assim requerer, por ser hipossuficiente (sob o viés econômico, jurídico ou técnico) ou por estar litigando contra uma pessoa jurídica ou se a parte contrária estiver patrocinada por advogado.

Nesse último caso, fica nítida a posição de desvantagem da parte que não constituiu advogado, podendo o juiz inclusive alertá-la da importância de se ver representada por um profissional da área jurídica, que terá a incumbência de melhor

(27)

Prossigamos!

No procedimento comum, o advogado precisará provar nos autos que a parte lhe conferiu poderes para que possa atuar em nome dela no processo: é necessária a prova de que houve um contrato de mandato entre o cliente e o profissional jurídico.

Isso é feito por meio da apresentação de um documento, que é a procuração – a qual deve ser juntada aos autos do processo:

Código de Processo Civil - Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, EXCETO receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica.

Contudo, você deve se lembrar de um importante detalhe:

Nos Juizados Especiais, o mandato conferido ao advogado poderá se dar de forma verbal!

A não ser se nele houver um dos poderes especiais descritos no art. 105, já que estes devem ser estabelecidos por escrito!

Art. 9º, § 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, SALVO quanto aos poderes especiais.

Por fim, a assistência do advogado é indispensável para apresentar recurso, independentemente do valor da causa:

Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado.

§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado.

Até 20 salários- mínimos

Assistência por advogado

facultativa

Entre 20 e 40 salários-mínimos

Assistência por advogado

obrigatória

Recursos (não importa o valor da causa)

Assistência por advogado

obrigatória

(28)

Vem comigo resolver uma questão:

(VUNESP

– TJ/RJ – 2014) Nos Juizados Especiais Cíveis, sobre a assistência por advogado, julgue o

item abaixo.

A assistência é obrigatória na audiência de instrução, seja qual for o valor da causa.

RESOLUÇÃO:

A assistência do advogado só será obrigatória na audiência de instrução (ato realizado na primeira instância) se o valor da causa superar 20 salários-mínimos:

Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória.

Item incorreto, portanto.

Veja só como isso já foi cobrado em uma prova:

(FUNDEP

– TJMG – 2005) Consoante a Lei Federal que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis,

julgue o item abaixo.

O mandato conferido ao advogado poderá ser verbal, inclusive para a concessão de poderes especiais.

RESOLUÇÃO:

Negativo. Afirmativa incorreta. De fato, o mandato conferido ao advogado poderá se dar de forma verbal, salvo para a concessão de poderes especiais, como confessar, transigir, renunciar ao direito etc.

Intervenção de Terceiros, Litisconsórcio e Ministério Público

Nos Juizados Especiais Cíveis:

Não é permitida a intervenção de terceiros

Ocorre a intervenção de terceiros no processo quando entram no processo (ou são chamados a entrar) sujeitos que não participam da relação jurídica processual, com o objetivo de defender interesses jurídicos próprios.

No CPC/2015 temos 5 formas de intervenção de terceiros:

→ Assistência

→ Denunciação da Lide

→ Chamamento ao Processo

→ Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica;

→ Amicus Curiae.

(29)

Atenção!

O Código de Processo Civil de 2015, em seu art. 1062, afirma que as regras que regulam o procedimento do incidente de desconsideração da personalidade jurídica são aplicáveis aos juizados especiais:

Art. 1.062. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica aplica-se ao processo de competência dos juizados especiais.

Exemplo: um consumidor que ajuíza uma ação de cobrança contra uma empresa no Juizado poderá pedir que o juiz desconsidere a personalidade jurídica da empresa para atingir os bens de determinado sócio.

Poderá haver a formação de litisconsórcio

Assim, dois consumidores poderão juntos ajuizar uma ação indenizatória contra uma mesma empresa (ou contra mais de uma).

É admitida a participação do Ministério Público, observados os casos previstos em lei.

Veja:

Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio.

Art. 11. O Ministério Público intervirá nos casos previstos em lei.

Veja só uma questão:

(CESPE – TJ/PR – 2019) A lei que regulamenta os juizados especiais cíveis admite expressamente a) o litisconsórcio.

b) a assistência simples.

c) a denunciação da lide.

Portanto...

Se a questão se referir apenas à Lei 9.099/95, não é cabível a intervenção de terceiros nos Juizados!

Se a questão mencionar o Código de Processo Civil, é cabível apenas o incidente de desconsideração da personalidade

jurídica nos Juizados!

(30)

d) o chamamento ao processo.

RESOLUÇÃO:

Questãozinha bem tranquila, hein?

A Lei dos Juizados Especiais não admite intervenção de terceiros, mas permite expressamente o instituto do litisconsórcio!

Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio.

Resposta: a)

Atos Processuais

Nos processos que tramitam nos Juizados Especiais os atos processuais serão públicos

3

e

poderão ser realizados inclusive em horário noturno, de acordo com a norma de organização judiciária de cada Estado:

Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.

Assim, como a Lei 9.099/95 não estabeleceu restrição relativa a horário da prática de atos processuais, é possível que, em tese, os Juizados possam funcionar 24 horas por dia, permitindo tal prática no horário noturno.

Vamos aproveitar para revisar: pelo procedimento comum a regra é que a prática dos atos processuais se dê das 6h às 20h, em dias úteis:

CPC Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.

Nos Juizados Especiais Cíveis não foi estabelecida essa restrição.

Aliás, é muito importante que os Juizados Especiais funcionem fora do horário de expediente, sobretudo para permitir a participação pessoal da maioria das pessoas nas audiências!

Sobre os prazos processuais, temos uma informação importante inserida pela Lei nº 13.728, de 2018:

Nos Juizados Especiais, os prazos para a prática de qualquer ato processual (inclusive para interpor

RECURSOS) são contados em dias úteis.

(31)

Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, para a prática de qualquer ato processual, INCLUSIVE para a interposição de recursos, computar-se-ão somente os dias úteis. (Incluído pela Lei nº 13.728, de 2018)

O princípio da instrumentalidade das formas é perfeitamente aplicável aos atos processuais praticados no âmbito dos Juizados:

Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais forem realizados, atendidos os critérios indicados no art. 2º desta Lei.

§ 1º NÃO se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.

Portanto, ainda que com vício, se o ato atingir sua finalidade sem causar prejuízo às partes, não será decretada a sua nulidade.

Veja só um exemplo, em que o juiz fará “vista grossa” para a nulidade da citação quando o réu comparece aos autos do processo de forma espontânea:

Art. 18, § 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou nulidade da citação.

Normalmente, o juízo de uma comarca se comunica com o de outra comarca por meio da carta precatória.

Contudo, nos Juizados, os meios de comunicação entre dois juízos foi bastante ampliado e pode se dar por meio de telefone, e-mail e, dependendo das circunstâncias e da urgência, até mesmo por aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp!

Art. 13, § 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por QUALQUER MEIO IDÔNEO de comunicação.

Resolve para mim esta questão:

(VUNESP – TJ/RJ – 2014 - Adaptada) Julgue o item abaixo à luz da Lei n . 9099/95:

Quando hajam de realizar-se fora dos limites territoriais da comarca do Juizado, os atos processuais devem ser requisitados por carta precatória.

RESOLUÇÃO:

Negativo! A carta precatória pode ser um dos meios para requisitar ato processual em outra comarca (mas não o único!), já que a lei menciona que qualquer meio idôneo de comunicação poderá ser utilizado para esse fim:

Art. 13, § 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio idôneo de comunicação.

(32)

Citações

No Juizado, a citação do réu pessoa física é feita:

→ por correspondência

(regra)

Consiste na entrega de uma carta com aviso de recebimento

→ por oficial de justiça

(excepcionalmente, se necessário)

A citação por oficial só cabe quando for inviável por correio (o domicílio do réu não é atendido pelo serviço de entregas postais, por exemplo).

O oficial de justiça não dependerá da expedição de mandado pelo juiz ou de carta precatória para realizar a citação!

Por não depender de carta precatória, o oficial de justiça pode ultrapassar os limites da comarca para citar os réus!

Acredite: isso agiliza muito o trâmite do processo.

Art. 18. A citação far-se-á:

I - por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria;

III - sendo necessário, por oficial de justiça, INDEPENDENTEMENTE de mandado ou carta precatória.

Por sua vez, quando o réu for pessoa jurídica ou titular de firma individual

4

, a citação será feita:

→ por entrega da carta de citação ao encarregado na recepção

Nesse caso, para agilizar o processo de citação, a carta de citação será entregue para o funcionário responsável por receber as correspondências.

Não é necessário que ela seja entregue, por exemplo, ao representante da pessoa jurídica.

Art. 18. A citação far-se-á:

II - tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado;

ATENÇÃO!

NÃO cabe citação por edital nos Juizados Especiais!

Se esse for o único meio de se citar o réu, o processo será remetido a alguma vara comum para tramitar pelo procedimento comum.

Art. 18, § 2º Não se fará citação por edital.

4 Nos dias de hoje, falamos em empresário individual: trata-se de pessoa física titular de seu próprio negócio, sem a presença

(33)

Qual o conteúdo da carta de citação?

Art. 18, § 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para comparecimento do citando e advertência de que, não comparecendo este, considerar-se-ão verdadeiras as alegações iniciais, e será proferido julgamento, DE PLANO.

A carta de citação deve conter:

a. Cópia do pedido inicial

b. Indicação do dia e da hora para o citando comparecer no Juizado c. Advertência de que, caso não compareça:

→ Será considerado revel

→ Haverá julgamento de plano (antecipado) da lide

Como de praxe, uma questão para você:

(VUNESP

– TJ/SP – 2014)

No que diz respeito às citações realizadas nos procedimentos de competência do Juizado Especial Cível, julgue o item abaixo.

Poderão ser feitas por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria, por mandado ou edital.

RESOLUÇÃO:

De fato, as citações podem ser feitas por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria e por mandado.

Art. 18. A citação far-se-á:

I - por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria;

III - sendo necessário, por oficial de justiça, INDEPENDENTEMENTE DE MANDADO OU CARTA PRECATÓRIA.

Contudo, não é admitida a citação por edital nos Juizados!

Art. 18, § 2º Não se fará citação por edital.

Item incorreto.

Intimações

As intimações seguirão as mesmas formas previstas para as citações:

Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista para citação, OU por qualquer outro meio idôneo de comunicação.

(34)

Além dos meios previstos para a citação, qualquer outro meio idôneo será considerado válido para fins de intimação, incluindo-se aí aplicativos de mensagens como o Whatsapp!

ATENÇÃO! Quando as partes estiverem presentes em audiência e lá se praticarem atos processuais,

elas já saem da lá intimadas de sua respectiva ocorrência.

Art. 19, § 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão desde logo cientes as partes.

Agora imagine o caso do autor que fornece um endereço no início do processo e se muda para outro bairro logo depois, sem que o juiz tenha sido avisado.

Nesse caso, se o juiz enviar uma carta ao antigo endereço, a intimação será considerada válida e eficaz (ainda que o autor não tenha efetivamente lido a carta):

Art. 19, § 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência da comunicação.

Esta parte da aula é muito importante para a sua prova:

(VUNESP – TJSP – 2010) Quanto aos atos processuais praticados perante o Juizado Especial, leia as seguintes assertivas.

I. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.

II. Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.

III. A prática de atos processuais em outras comarcas deverá ser solicitada por meio de oficial de justiça.

IV. As peças do processo, documentos e transcrição magnética que o instruem devem ser conservadas em arquivo próprio do Tribunal de Justiça.

V. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais forem realizados, atendidos os critérios previstos na Lei n.º 9.099/95.

Está correto apenas o que se afirma em a) I e III.

b) III e V.

c) IV e V.

d) I, III e IV.

e) I, II e V.

RESOLUÇÃO:

(35)

I. CORRETA. Os Juizados Especiais permitem que os atos processuais possam realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.

Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.

II. CORRETA. Sem prejuízo para as partes, sem decretação de nulidade do ato processual.

Art. 13. § 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.

III. INCORRETA. A prática de atos processuais em outras comarcas pode ser solicitada por qualquer meio idôneo de comunicação.

Art. 13. § 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio idôneo de comunicação.

IV. INCORRETA. Serão registrados por escrito apenas atos processuais essenciais. Por outro lado, os atos não essenciais poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente, que será inutilizada após o trânsito em julgado da decisão

Art. 13, § 3º Apenas os atos considerados essenciais serão registrados resumidamente, em notas manuscritas, datilografadas, taquigrafadas ou estenotipadas. Os demais atos poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente, que será inutilizada após o trânsito em julgado da decisão.

§ 4º As normas locais disporão sobre a conservação das peças do processo e demais documentos que o instruem.

V. CORRETA. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais forem realizados, atendidos os critérios previstos na Lei n.º 9.099/95.

Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais forem realizados, atendidos os critérios indicados no artigo 2º desta Lei.

Gabarito: E (I, II e V)

Procedimento

Bem no início da nossa aula de hoje, você viu que duas das características mais marcantes dos Juizados Especiais são a concentração de atos processuais e o “encurtamento” do rito pela eliminação de alguns atos que se praticam no procedimento comum.

Vamos estudar agora a etapa inicial do procedimento sumaríssimo dos Juizados Especiais!

Petição Inicial

A petição inicial é o documento escrito por meio do qual o autor provoca a atuação do Poder Judiciário.

Com qual objetivo?

Com a finalidade de solucionar determinado conflito!

‘Petição’ significa ato de pedir. Lembra-se de quando falamos que, regra geral, o Poder Judiciário só deve

agir quando provocado pelo autor? Pois então: é a petição inicial que dá início ao processo!

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