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Bol. da PM n.º 028 09FEV Portaria PMERJ 407 Instauração da CRD

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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO GABINETE DO COMANDO GERAL

SEÇÃO JURÍDICA Bol da PM n.º 028 - 09 Fev 12

PORTARIA/PMERJ nº 0407, de 10 de fevereiro de 2012.

REGULAMENTA A INSTAURAÇÃO E O FUNCIONAMENTO DA COMISSÃO DE REVISÃO DISCIPLINAR (CRD) NO ÂMBITO DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

O COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO no uso de suas atribuições legais RESOLVE:

Art. 1º – A Comissão de Revisão Disciplinar (CRD) destina-se a julgar a incapacidade presumida das Praças da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro sem estabilidade assegurada em permanecerem nas fileiras da Corporação, o que se fará através de processo disciplinar que propicie condições para se defenderem.

Art. 2º – Ocorrerá a submissão do policial militar a Comissão de Revisão Disciplinar nas seguintes hipóteses:

I – Por determinação do Comandante Geral em publicação constante em Bol PM ou BDR;

II – Através de ato de competência dos Comandantes, Chefes, Coordenadores e Diretores, no âmbito de suas atribuições, mediante publicação em Boletim Interno ou BDR Interno;

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Art. 3º – Não poderão fazer parte da Comissão de Revisão Disciplinar: a) O Oficial que formulou a acusação;

b) Os Oficiais que tenham entre si, com o acusador ou com o acusado parentesco consangüineo ou afim, na linha reta até o quarto grau de consangüinidade colateral ou de natureza civil; e,

c) Os Oficiais que já tenham feito parte outro PAD a que o revisionado tenha eventualmente sido submetido.

Art. 4º – Será submetida à Comissão de Revisão Disciplinar ex officio a praça referida no art 1º desta Portaria que com a sua conduta irregular venha a incidir nos seguintes casos:

I – Acusada oficialmente ou por qualquer meio lícito de comunicação social de ter: a) Procedido incorretamente no desempenho do cargo;

b) Tido conduta irregular; ou,

c) Praticado ato que afeta a honra pessoal, o sentimento do dever, o pundonor policial militar e o decoro da classe.

II – Ter sido afastada do cargo, na forma do art. 42 do Estatuto dos Policiais Militares, por se tornar incompatível com o mesmo ou demonstrar incapacidade ou ineficiência para o exercício da função policial militar;

III – Ter sido condenada por crime doloso, qualquer que seja a pena, ou por crime culposo, a pena superior a 02 (dois) anos, tão logo transite em julgado a sentença; IV –Ingressar pela segunda vez no comportamento “Mau”; e,

V – Ingressando no comportamento “Mau”, pela primeira vez, venha a ser punido com pena de prisão, desde que classificada como grave.

Parágrafo único – Para os efeitos da previsão da alínea “c” do inciso I deste artigo, honra pessoal, sentimento do dever, pundonor policial militar e decoro da classe, possuem a seguinte definição:

a) Honra Pessoal é a qualidade íntima do militar estadual que se conduz com integridade, honestidade, honradez e justiça, observando com rigor os deveres morais que tem consigo e seus semelhantes;

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c) Pundonor Policial Militar é o sentimento de dignidade própria, procurando o militar estadual ilustrar e dignificar a Corporação, através da beleza e retidão moral que se conduz, resultando honestidade e decência; e,

d) Decoro da Classe é a qualidade do militar estadual baseada no respeito próprio dos companheiros e da comunidade para a qual serve, visando o melhor e mais digno desempenho da profissão militar.

Art. 5º – O policial militar submetido à CRD, que receberá a denominação de Revisionado, será afastado do exercício da atividade – fim e terá sua cédula de identidade funcional recolhida e seu porte de arma particular revogado, restrição esta que deverá constar na cédula de identidade provisória que lhe será emitida.

§ 1º – Incumbirá aos Comandantes, Chefes, Coordenadores e Diretores a providência do recolhimento da carteira de identidade funcional dos Revisionados;

§ 2º – Incumbirá, ainda, aos Comandantes, Chefes, Coordenadores e Diretores a apresentação, incontinenti, dos Revisionados à Seção de Perícias Médicas da Corporação para que sejam submetidos à Inspeção de Saúde.

Art. 6º – O Revisionado poderá exercer seu direito de defesa, pessoalmente ou, tecnicamente, através de Advogado constituído.

Art. 7º – O teor da acusação a cada revisionado será transcrito em Libelo Acusatório, que deverá ser assinado por todos os integrantes do colegiado, sempre apontando a falta cometida e as disposições constitucionais, legais ou estatutárias violadas, demonstrando a aparente contrariedade entre a conduta do Revisionado e os deveres e obrigações decorrentes de sua condição de policial militar que fazem presumir a incapacidade de sua permanência nas fileiras da Corporação.

Parágrafo único – se a descrição do libelo tiver como base uma conduta criminosa, além da autoridade processante fundamentar a submissão no art. 4º, inciso I, letras “a”, “b” ou “c”, desta Portaria, deverá mencionar na peça acusatória, também, quais foram os dispositivos do Estatuto dos Policiais Militares violados.

Art. 8º – Reunida a CRD, convocada previamente por seu Presidente, em local, dia e hora designados, presentes o Revisionado e seu defensor, o Presidente fará a leitura da publicação em boletim que determinou a instauração do processo e da portaria de nomeação do Colegiado; em seguida, ordenará a leitura do libelo acusatório pelo Interrogante e Relator, seguindo a qualificação e o interrogatório do Revisionado, o qual será reduzido a termo, assinado por todos os membros do Colegiado, pelo próprio Revisionado e o seu defensor.

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§ 2º - Se o Presidente do Colegiado, ex-officio ou a pedido, verificar que a presença do Revisionado, pela sua atitude, poderá influir no ânimo da testemunha ou do acusador, poderá determinar sua retirada da sessão, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor, devendo, no entanto, fazer constar em ata tal medida e os motivos que a determinaram.

§ 3º - Os acusadores e as testemunhas, enquanto aguardarem a vez para prestar depoimento, deverão permanecer em locais separados do Revisionado.

Art. 9º - Ao Revisionado são assegurados o contraditório e a ampla defesa, tendo, depois da sua oitiva e recebido o libelo acusatório, o prazo de 03 (três) dias úteis, excluído o dia do começo, para oferecer defesa prévia por escrito, contrariando o teor do libelo.

§ 1º – As provas a serem realizadas mediante Carta Precatória, no âmbito do Estado do Rio de Janeiro, serão solicitadas pelo Presidente do Colegiado a Autoridade Policial Militar do local onde for endereçada, ou na falta desta, a Autoridade Judiciária local. Fora do âmbito do Estado do Rio de Janeiro, o Presidente do Colegiado deverá solicitar ao Comandante Geral, via GCG, o envio da carta precatória àquelas autoridades;

§ 2º – As questões de direito suscitadas na defesa prévia, somente serão analisadas pelo Colegiado no relatório final da Comissão, junto com as alegações finais.

Art. 10 – A CRD dispõe de um prazo de 15 (quinze) dias para a conclusão dos trabalhos, a partir do recebimento da portaria de instauração, excluído o dia do começo, podendo ser prorrogada, uma única vez, por mais 05 (cinco) dias, justificadamente, devendo o Presidente do Colegiado, no entanto, solicitar o pedido à autoridade nomeante, com a antecedência mínima de 03 (três) dias úteis, a qual, se concedida, será publicada em Boletim Disciplinar Reservado.

Art. 11 – Realizadas todas as diligências, a CRD passará a deliberar sobre o relatório a ser redigido, em sessão pública, notificando previamente o Revisionado e a defesa, devendo o Presidente, no entanto, antes, abrir vista dos autos à defesa, por 48h (quarenta e oito) horas, excluído o dia do começo, para que, ao término deste prazo, sejam apresentadas as alegações finais por escrito.

 Ver publicação do Bol da PM n.º 049 - 14 Mar 12, que determina:

“ALEGAÇÕES FINAIS EM PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DISCIPLINARES – PRAZO - ESCLARECIMENTO

O Comandante Geral da PMERJ, atendendo proposta do Corregedor Interno da Corporação, relembra aos membros dos Colegiados que o prazo para vistas dos autos e apresentação das alegações finais às defesas dos acusados, em geral, dos processos administrativos disciplinares pertinentes à PMERJ é de 48 horas, nos moldes do artigo 11, caput da Portaria PMERJ n.º 407 de 10 de fevereiro de 2012.

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Página 5 de 7 presente desde o nascedouro jurídico das legislações que as regulamentam e compatível com a garantia constitucional do artigo 5º, inciso LXXVIII da CRFB/1988 e os princípios intrínsecos da Administração Pública Militar, em sintonia com o artigo 37, caput da CRFB/1988. (Nota n.º 00818 - 14 / 03 /2012 – CintPM/SACPP)

§ 1º - O Relatório elaborado pela Comissão de Revisão Disciplinar e assinado por todos os membros, deve decidir se o Revisionado:

a) É ou não culpado da acusação que lhe foi feita; e,

b) Embora sendo culpado, o fato imputado não enseja a incapacidade do revisionado para permanecer na ativa, sendo suficiente uma sanção reclusória, acompanhada de reciclagem profissional.

§ 2º - A decisão da Comissão de Revisão Disciplinar será tomada por maioria dos votos de seus membros, sendo facultada a justificativa por escrito, havendo voto vencido. § 3º - Ao emitir decisão final, o Colegiado deverá considerar, além de outros julgados convenientes, os seguintes fatores:

a) O motivo da submissão;

b) O tempo de serviço na PM, Forças Armadas e Corpo de Bombeiros; c) Os elogios e outras recompensas;

d) A idade do revisionado;

e) O conceito emitido pelo Comandante imediato do revisionado; f) Os antecedentes funcionais do Revisionado;

g) A análise das provas colhidas, para dirimir quaisquer dúvidas, de forma a permitir ao Comandante Geral uma decisão justa; e,

h) Pesquisa Social.

Art. 12 – Encerrados os trabalhos, o Presidente do Colegiado remeterá os autos a autoridade processante, para a emissão de parecer, podendo homologar ou avocar a decisão exarada pelos membros da Comissão, a qual, a seguir, encaminhará o processo ao Comandante Geral para a emissão de juízo final, devendo protocolar a entrega na CIntPM.

Parágrafo único – Se o Comandante Geral figurar como autoridade processante, procederse-á da mesma forma do caput do artigo.

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I – O arquivamento do Processo, se não julga o Revisionado culpado, por ter sido inocentado ou reconhecido em seu favor qualquer causa de justificação ou que exclua a antijuricidade do fato imputado;

II – A aplicação da pena disciplinar, se não considera suscetível de licenciamento ex-officio a razão pela qual o Revisionado foi julgado culpado, levando em consideração os seus antecedentes funcionais e penais, submetendo-o, incontinenti, a reciclagem profissional;

III – A remessa do Processo à Auditoria de Justiça Militar do Estado do Rio de Janeiro, com fulcro no art. 28, letra “a”, do CPPM, se também considera crime militar a razão pela qual o Revisionado foi considerado culpado e não há nenhuma outra diligência a ser feita para a consumação do delito, mas, neste caso, desde que o fato imputado no libelo ainda não se encontra sendo apreciado naquela instância penal; ou,

IV – O licenciamento a bem da disciplina, se o Revisionado foi julgado incapaz de permanecer na ativa.

§ 1º – Todas as decisões finais exaradas na CRD devem ser publicadas no Boletim Disciplinar Reservado da PM e transcrita nos assentamentos do Revisionado;

§ 2º – Enquanto não houver uma decisão final do Comandante Geral, o Revisionado não poderá ser transferido da OPM onde serve.

Art. 14 – O Revisionado ou seu defensor, poderão interpor o recurso de reconsideração de ato da decisão final exarada pelo Comandante Geral.

§ 1º – O prazo para interposição do recurso será de 48h (quarenta e oito horas), contadas a partir da data na qual o revisionado tenha ciência da publicação da decisão do Comandante Geral;

§ 2º – Os recursos interpostos não terão efeito suspensivo, devendo a sanção de licenciamento, ex-officio, ser cumprida no ato da sua publicação.

Art. 15 – Caberá ao Secretário de Estado de Segurança, em última instância, julgar os recursos que forem interpostos nos Processos oriundos da CRD.

Art. 16 – Esta Portaria não se aplica aos alunos Oficiais, alunos dos cursos de especialistas, alunos dos estágios probatórios, alunos dos cursos de formação de Soldados e outros do mesmo gênero, os quais são regidos pela Portaria PMERJ nº. 0205/2001, objeto da publicação constante no BOL PM nº.035, de 19Fev2001.

Art. 17 – Aplicam-se a esta Portaria, subsidiariamente, as normas do Código de Processo Penal Militar.

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Art. 19 – Para efeito do disposto nesta Portaria, os atos ilegais praticados prescrevem-se em 06 (seis) anos, computados a partir da data em que foram cometidos.

 Vale ressaltar que, não prescrevem em 5 (cinco), determinação presente no Caput do Artigo 74 Lei nº 5427/2009, e sim em 6 (seis) anos, conforme estipulado neste Portaria, a aplicação de punições disciplinares oriundas da Comissão de Revisão Disciplinar (Portaria/PMERJ nº 407/2012), uma vez que os preceitos da Lei nº 5427/2009 são subsidiários (artigo Art. 75).

 Ver os casos de interrupção e suspensão da prescrição, e outros temas, previstos no §§ 1°, 2°, 3° e 4º, do artigo 74, da Lei nº 5427, de 01 de abril de 2009, que estabelece normas sobre atos e processos administrativos no âmbito do Estado do RJ, vejamos:

“Art. 74 ...

§1º Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisação, se for o caso.

§2º Interrompe-se a prescrição:

I. pela notificação do indiciado ou acusado, inclusive por meio de edital; II. por qualquer ato inequívoco, que importe apuração do fato;

III. pela decisão condenatória recorrível.

§3º Suspende-se a prescrição durante a vigência de termo de ajustamento de conduta ou outro instrumento congênere.

§4º A prescrição da ação punitiva não afeta a pretensão da administração de obter a reparação dos danos causados pelo infrator.” (grifei)

§ 1º – O fato imputado ao acusado, previsto como crime no Código Penal Militar ou Comum, prescrevem nos prazos neles estabelecidos;

§ 2º – Seja crime ou ilícito administrativo o fato imputado, a prescrição interrompe-se com a instauração do processo administrativo, porém, havendo o trânsito em julgado da sentença penal condenatória o prazo será sempre aferido pela sanção em concreto. Art. 20 – Se no curso da CRD o revisionado adquirir estabilidade, o processo segue no seu curso normal.

Art. 21 – Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogando a Portaria nº 0307/08.

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