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A teimosia do Profeta Habacuque Hc

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Academic year: 2021

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A teimosia do Profeta Habacuque Hc 3.17-19

Quando estamos passando pelo verão, num calor de 40 graus, é difícil imaginar que haverá momentos em nossas vidas que precisaremos usar roupas de lã; mas quando chega o inverno, voltamo- nos para elas; e, como são necessárias e úteis.

O mesmo acontece conosco em tempos de vitória. Parece que tempos difíceis nunca vão acontecer, mas o próprio Jesus nos preveniu que no mundo passaríamos por sofrimentos (Jo 16.33 - Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo).

Embora passageiro, o sofrimento, muitas vezes, tenta nos levar a uma situação de aparente derrota.

Em alguns momentos da vida, quando esperamos a resposta de uma oração, a resolução de um problema, a liberação de uma benção, o dia do nosso milagre parece tornar-se tão distante; há dias em que não conseguimos enxergar a luz no fim do túnel.

Os dias são tão longos, é tão difícil esperar, é tão difícil dizer

“Deus te abençoe meu irmão”, se eu não sinto que Deus está abençoando a minha vida. Nestes momentos, surge até mesmo a dúvida: será que Deus está me escutando? Será que o Senhor ouve o meu clamor?

O profeta Habacuque viveu em um período em que uma grande crise de ordem espiritual, moral e social havia se instalado em sua nação. Mas, mesmo em meio aos "tempos difíceis", Habacuque conseguiu experimentar a vitória.

HABACUQUE, no hebraico, significa “abraço amoroso” ou então

“lutador”. A obra de Habacuque aparece entre as dos chamados oito

“profetas menores”. Essa palavra “menores” nada tem a ver com a estatura do indivíduo ou com a importância de sua obra, mas apenas com o volume dos escritos, em contraste com os “profetas maiores”, como Isaias, Jeremias e Ezequiel, cuja produção fora bem mais volumosas.

Habacuque viveu em tempos dificílimos. À semelhança de Jó, ele

enfrentou o problema do sofrimento dos justos: “Teus olhos são tão

puros, que não suportam ver o mal; não podes tolerar a maldade.

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Por que toleras então esses perversos? Por que ficas calado enquanto os ímpios engolem os que são mais justos do que eles?”

(Ha 1.13).

E a resposta certa é que devemos deixar a questão aos cuidados da vontade soberana de Deus, crendo que Ele continua sendo soberano, e que a Seu próprio modo e no tempo certo, usará de estrita justiça com todos os seres humanos, incluindo os ímpios.

Grandes eventos históricos haviam sacudido o mundo, pouco antes deste livro ter sido escrito. Israel, a nação do norte, fora levada para o cativeiro, pelo poder da Assíria. Mas o poderoso império assírio fora subitamente esmagado. Os egípcios haviam sido derrotados pelos caldeus. Portanto, surgia uma nova potência mundial, e Judá encontrava-se entre suas vítimas potenciais.

Nabucodonosor estava expandindo o seu poder, e, dentre um período de aproximadamente vinte anos, os caldeus já haviam varrido Judá, em sucessivas ondas de ataques, provocando ali uma destruição geral.

Em meio a toda essa tribulação, crise, desastre e abatimento, nós encontramos a produção literária do v. 17, do capítulo 3, onde o profeta Habacuque nos traz um dos mais belos momentos da revelação bíblica.

É na verdade uma extraordinária declaração de fé.

Deixe-me ler este versículo novamente:

“Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas. (Para o cantor-mor sobre os meus instrumentos de corda)”.

O profeta está descrevendo o triunfo final da sua fé, que tinha ficado profundamente perturbada pela observação da prática terrível da injustiça política e social pelos ricos e poderosos contra os fracos e indefesos.

O profeta quis entender como o Senhor Deus podia assim permitir

tanto sofrimento de pessoas justas e inocentes às mãos de homens e

povos arrogantes e cruéis. E o profeta não chegou a receber uma

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solução de todos os problemas relacionados com a vontade livre do homem e a misteriosa providência de Deus, mas chegou, porém, a entender que o homem justo pode, pela sua fidelidade, viver na sociedade injusta.

E além disso o profeta recebeu um novo entendimento da grandeza e da glória do Senhor, o que fortaleceu e aprofundou a sua fé na santidade e na justiça de Deus, que triunfa sobre todos os inimigos.

A beleza e a força deste texto vem a ser mesmo uma declaração de fé em um momento de extrema crise inigualável.

Faltariam figos e uvas (e assim não haveria vinho nem passas), faltariam azeitonas (e obviamente não teria o azeite). Os campos não produziriam (faltariam o trigo e outros alimentos). O rebanho seria exterminado e não haveria carne. Os currais sem o gado significa que não haveria leite.

E tudo isso se resume em quatro letras: FOME! Haveria fome, necessidade, dor, o povo padeceria grandemente, o profeta estaria junto ali, em meio ao abismo da derrota e da desolação, mas mesmo assim diz o profeta: EU ME ALEGRAREI NO DEUS DA MINHA SALVAÇÃO.

O SENHOR DEUS É A MINHA FORÇA….

Essa convicção é a mesma que sucede ao cristão autêntico. Ele não se abate com o presente, embora o veja muitas vezes como um vale sombrio.

Mas o cristão olha para trás, para o passado, e relembra as manifestações do cuidado de Deus. Sente-se confortado ao recordar o cuidado de ontem. E ao mesmo tempo olha para frente, para o amanhã, e aguarda, com absoluta confiança, a resolução dos seus traumas.

A certeza do ontem dá tranquilidade para o hoje e projeta esperanças para o amanhã.

Habacuque nos ensina que a resposta em meio à crise é a fé. E ele permanece seguro e a sua segurança não brota de um pensamento positivo, mas de uma fé viva, de quem crê e não se abala. Porque “Os que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não se abala, mas permanece para sempre” (Sl 125.1).

Eu me alegrarei no meio da crise, diz o profeta. E isso é uma

correção e uma disciplina para tantos cristãos macabros, aborrecidos,

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enfadonhos, emburrados, ingratos para com o Deus da vida e que tem dado a cada um de nós condições para vencer as nossas lutas.

Eles esquecem que a primeira vez que o evangelho de Jesus foi anunciado, foi nestes termos: “Mas o anjo lhes disse: "Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador que é Cristo, o Senhor.” (Lucas 2.10-11).

Portanto, o evangelho é alegria, a alegria de conhecer Deus e o seu poder. Uma alegria que não pode ser quebrada por sofrimento algum. Evangelho é saber que Deus tem tudo em suas mãos e é suficiente para nos levar a viver de bem com a vida.

Meus amados, o profeta Habacuque nos convida a sermos teimosos com Deus. E, neste caso, esta teimosia não é maléfica, mas é uma santa teimosia. Uma teimosia que insiste em acreditar em Deus em toda e qualquer circunstancia.

Não há maior triunfo do que superar pela fé um transtorno qualquer, de pequena ou longa duração, até que se enxergue a luz no final do túnel.

Foi nessa mesma teimosia que o Salmista fincou estaca: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estas comigo, a tua vara e o teu cajado me consolam”

(23.4)

A expressão “ainda que” ou “ainda quando”, usada por Habacuque e por Davi é muito enfática.

Ela quer dizer que mesmo havendo alguma tragédia, grande ou pequena, isso não pode e nem deve perturbar a paz daquele que está firmado no Senhor. – “Porque tu estas comigo…” – “Porque o Senhor é o Deus da minha força...”

Habacuque escreve sobre a figueira. Ainda que a figueira não floresça....

O importante da figueira não é o fruto dado por ela a cada três meses; não é uma arvore que alimenta o povo. O mais importante na figueira são as suas folhas, e Habacuque diz: Ainda que a figueira não dê folhas.

As folhas da figueira mudam e interferem na temperatura. Em

Israel a temperatura era muito alta e o calor do sol recebido pela folha

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da figueira era transformado, embaixo da folhagem, em um ambiente bem melhor, agradável e bem fresco.

Debaixo de suas folhas, há uma mudança de temperatura. As Folhas da figueira significam lugar de descanso. As pessoas conversavam embaixo da figueira para poder se refrescar e descansar.

Habacuque escreve exatamente isso: ainda que a figueira não dê folhas. Ele está nos mostrando o primeiro ato de aflição de alguém quando o seu descanso é tirado.

O diabo tem a intenção de tirar o nosso descanso, objetivando a blasfêmia contra o Senhor. Ele sabe que blasfemando contra Deus estaremos cometendo um pecado terrível.

Se você vive um momento de muitas lutas e pouco descanso, o diabo aposta que você vai murmurar, resmungar e blasfemar contra Deus.

Mas há uma palavra de Deus para a tua vida hoje: MESMO QUE VOCÊ ESTEJA CANSADO, ATAREFADO, SEM REPOUSO, E NÃO ESTEJA CONSEGUIDO DORMIR À NOITE, AINDA ASSIM ALEGRE O SEU CORAÇÃO NO SENHOR E NUNCA BLASFEME CONTRA DEUS, porque daqui a pouco Deus dará folhas à figueira e terás sombra, e o calor será retido da tua vida.

Se você está vivendo um momento de cansaço e estás esgotado, não desespere o teu coração, porque a palavra de Deus nos ensina:

Ainda que a figueira não tenha florescido, eu me alegrarei no Senhor.

Que da nossa boca nunca saia Blasfêmia ao Senhor.

A figueira é lugar de descanso. Às vezes nos falta esse descanso, mas o Senhor fará renascer a figueira sobre a tua vida.

O tempo do cansaço está terminando, tenha paciência, fé e se alegre no Senhor, pois o seu descanso está próximo.

Conclusão

Aqueles que são possuídos por essa santa teimosia são capazes

de adorar a Deus nos momentos humanamente impossíveis. Diz a bíblia

que depois de perder todos os seus bens e os dez filhos: “Jó se

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levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça e lançou-se em terra e o adorou e disse: Nu saí do ventre da minha mãe e nu voltarei: O Senhor o deu e o Senhor o tomou. Bendito seja o nome do Senhor”

(Jó 1:20-21).

Como vai a tua vida? Como vai a tua família? Ainda que a tua vida não esteja como você gostaria, não desista de viver como cristão. Ainda que o teu relacionamento familiar não esteja bom, não desista da tua família. Ainda que a tua fé não esteja firme, não desista de Deus.

O Profeta Habacuque trata do sofrimento dos filhos de Deus e conclama a todos a permanecerem firmes na fé, a fim de que Deus possa lhes dar vitória (Habacuque 2.4 “… O justo viverá pela fé”).

Façamos essa oração de Habacuque e declaremos a nossa fé e confiança em Deus, e tudo vai mudar em nossas vidas. Você crê?

O profeta Habacuque, mesmo vendo a falta de fé do povo, não perdia a esperança de que Deus poderia transformar aqueles corações.

Como vai a sua produção de frutos para Jesus? Saiba que “ainda que a tua figueira não esteja florescendo”, continue crendo e Deus vai honrar a tua fé.

Ainda que você diga não ter fé para crer em Jesus e entregar a sua vida a Ele, Deus pode colocar fé em seu coração e fazê-lo feliz.

Basta Você dizer sim para Jesus e convidá-Lo para entrar na sua vida!

Portanto, meus irmãos, neste início de ano, vamos colocar nossas vidas em ordem; vamos caminhar sem olhar as circunstâncias da vida;

caminhar, crendo que ainda que a terra não floresça e a videira não dê o seu fruto, ainda que a terra trema, eu hei de confiar, porque a paz que eu sinto em minha alma é porque EU SEI QUE DEUS É FIÉL.

Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha força.

Louvado seja o nome do Senhor. Aleluia.

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