ALVOS MOLECULARES DA AÇÃO DE FÁRMACOS
Como os fármacos funcionam?
Prof. Msc.: Inácio Lino
enzimas ácidos nucléicos
receptores
lipídios
Quais são os ALVOS MOLECULARES dos fármacos?
carboidratos
2
ALVOS MOLECULARES:
PROTEÍNAS
PROTEÍNAS COMO ALVOS PARA OS FÁRMACOS
1- Receptores 2- Enzimas
4
Cell Membrane
Cell Receptor Messenger
message Induced fit
Cell Receptor Messenger
Message
Cell
Messenger
Receptor
Mensageiro
M
Phe
Ser
O H
Asp
CO2
Induced
Fit
Phe
Ser
O H
Asp
CO2
EXEMPLO
6
A) RECEPTORES CANAL IÔNICO
B) RECEPTORES ACOPLADOS A PROTEÍNA-G C) RECEPTORES LIGADOS À QUINASE
LIGADOS À MEMBRANA
TIPOS DE RECEPTORES
PLANEJAMENTO DE AGONISTAS
O fármaco deve ter:
- os grupos ligantes corretos;
- os grupos ligantes posicionados corretamente e;
- o tamanho correto para o sítio ligante.
8
Agonistas
• Interações intermoleculares similares às formadas com o mensageiro natural;
• Receptor é ativado;
• Agonistas apresentam estrutura similar ao mensageiro natural.
E Agonista
R E
Agonista
R
Transdução de sinal
Agonista
R
Encaixe induzido
O
N H 2 M e H
O H
O 2 C H
Binding site
Receptor
O
N H 2 M e H
O H H O 2 C
Binding site Receptor INDUCED
FIT
Planejamento de agonistas
Exemplo de um mensageiro e receptor hipotéticos
Encaixe induzido permite interações mais fortes
10
Planejamento de Agonistas
Escolha de grupos adequados para a interação com o receptor
H-bonding group
Neurotransmissor hipotético
H O
N H 2 M e van der Waals H
-bonding group
Ionic binding group
H 2 N
N H 2 M e H
N H M e
H O H O
N H 2 M e H
H
M e H
Agonistas possíveis com grupos de ligação similares
O
O 2 C H
Binding site
Receptor O
O 2 C H
Binding site
Receptor H C H 2 M e
H
Estrutura II tem 2 dos 3 grupos requeridos para interação – atividade fraca
H N H 2 M e H
I
H CH
2Me
H
II
H N H
2M e H
Estrutura I tem apenas um grupo para interagir com o receptor – atividade negligenciável
Número adequado de grupos para a interação com o receptor
Planejamento de Agonistas
12
Grupos na posição correta para interação
O
O 2 C H
Binding site
3 interactions
O
N H 2 M e H
H
O
O 2 C H
Binding site
2 interactions
O H N H 2 M e H
O
N H 2 M e H
H
O M e H 2 N
H H
Enantiômero de uma molécula quiral
Mirror
Planejamento de Agonistas
O
N H 2 H
H
Me
C H 3
No Fit
O
O 2 C H
Binding site
Tamanho e forma adequados
C H 3 Steric block
Me Steric block
Planejamento de Agonistas
ANTAGONISTAS
1- COMPETITIVOS
- atuam no sítio de ligação 2- NÃO COMPETITIVOS - alostéricos;
- irreversíveis (ligam-se covalentemente ao receptor)
15
Antagonistas Competitivos (reversíveis)
An
E R
M
An R
O N
H H
M e H
H
O
O 2 C H
Binding site
Perfect Fit
(No change in shape)
Planejamento de antagonistas
OH
O 2 C
Receptor binding site
Extra binding regions
Antagonistas podem interagir com o receptor em regiões que não são usadas pelo mensageiro natural (interações extra).
17
Antagonistas podem interagir com o receptor em regiões que não são usadas pelo mensageiro natural (interações extra).
Hydrophobic region
O
O
Asp
-
HO
NH
2Me HO
H
Hydrophobic region
O O
Asp HO
-
NH
2Me HO
H
Induced fit
Planejamento de antagonistas
Hydrophobic region
O
O
Asp HO
Hydrophobic region
HO
Ligação inicial
-
NHMe HO
H
Hydrophobic region
O
O
Asp HO
Encaixe induzido diferente
-
NHMe HO
H
Antagonistas podem interagir com o receptor em regiões que não são usadas pelo mensageiro natural (interações extra).
Planejamento de antagonistas
19
Propranolol (b-Blocker)
OH
O N
H CH
3CH
3H
Salbutamol
(Anti-asthmatic) HOCH 2
HO
H N
C CH 3 OH
CH 3 H
CH 3
Adrenaline HO
HO
H N
CH 3 H OH
Exemplo: Agonista X Antagonista
Antagonistas não competitivos (irreversíveis)
X
OH OH
X
O
Covalent Bond
Antagonista irreversível
21
Antagonistas alostéricos (reversíveis)
ACTIVE SITE (open) ENZYME
Receptor Allosteric
binding site
Binding site
(open) ENZYME
Receptor Induced
fit
Binding site unrecognisable
Antagonist
• Encaixe induzido altera a forma do receptor;
• O sítio de ligação é distorcido e não é reconhecido pelo mensageiro;
• O aumento da concentração do mensageiro não reverte o
antagonismo.
23
S E
ES
P E
EP
P
E
E + P
E S
E + S
E
Processo geral de catálise enzimática
A) INIBIDORES QUE ATUAM NO SÍTIO ATIVO DA ENZIMA 1. Inibidores Reversíveis
25
D-Ala D-Ala CO
2H Cadeia
peptídica
OH
Cadeia peptídica
O D-Ala
H +
Gly
Cadeia peptídica
Cadeia peptídica
D-Ala Gly Cadeia
peptídica
OH Mecanismo Normal
Mecanismo Inibido pela Penicilina
Bloqueado Irreversivelmente Bloqueado
O HN N S
H C R O
O
Me Me H
H
COOH H
2O
O HN N S
H C R O
O
Me Me H
H
COOH Gly
Cadeia peptídica Bloqueado
Bloqueado OH
N N S
H R C
O O
Me Me H
H
COOH H +
Representação do sítio ativo da transpeptidase (alvo molecular)
A) INIBIDORES QUE ATUAM NO SÍTIO ATIVO DA ENZIMA
2. Inibidores Irreversíveis
B) INIBIDORES ALOSTÉRICOS Inibidores Reversíveis
26
C) INIBIDORES QUE MIMETIZAM ESTADO DE TRANSIÇÃO
• Inibidores que mimetizam o estado de transição são mais prováveis de se ligarem mais fortemente à enzima que fármacos que mimetizam o substrato ou produto;
• Estados de transição são de alta energia, espécies transientes e não podem ser isolados ou sintetizados;
• Planejamento pode ser baseado no intermediário da reação que é estruturalmente mais semelhante ao estado de transição que o substrato ou produto;
• Planejamento de um fármaco que mimetize o estado de transição, mas
seja estável.
HO
2C N
H CH
3O N
H CO
2H
Tetrahedral geometry at original reaction centre
R N
O
H
His Pro
Reaction centre in angiotensin I
R N
H
His Pro HO OH
Zn
2+Tetrahedral geometry of reaction intermediate Enalaprilate
Estrutura cristalográfica da ECA com o inibidor (lisinopril)
C) INIBIDORES QUE MIMETIZAM ESTADO DE TRANSIÇÃO
Exemplo: Inibidores da ECA
29
Estatinas
OH CO
2H HO
N N
N
S CH
3F
H
3C O O
H
Inibidores da renina
Inibidores da protease
HN
NH N
N
O
CONH2 H O
H H
OH
H H
H N
H O
C) INIBIDORES QUE MIMETIZAM ESTADO DE TRANSIÇÃO
Hidroxietileno
mimetiza o estado de transição MeO
MeO O
CHMe
2H
2N
OH CHMe
2N H O
Me Me NH
2O
Intermediário de reação
HNHO OH
Protein Protein
Exemplos
ALVOS MOLECULARES:
ÁCIDOS NUCLÉICOS
31
FÁRMACOS QUE ATUAM NO DNA
Agentes Intercalantes
Mecanismo de Ação
• Contém um sistema planar;
• Sistemas planares inserem-se entre os pares de base do DNA, distorcendo a forma de dupla hélice;
• Intercalação impede a replicação e transcrição;
• Intercalação inibe a topoisomerase II;
T
DNA DOUBLE HELIX T A G
C A T
C
G C T A A T C G A
T A T A T A
T A T A G C C
T A T A A
G C T
C G C G A T A T
G G
FÁRMACOS QUE ATUAM NO DNA: AGENTES INTERCALANTES
33
Exemplo: Actinomicina D (dactinomicina)
Pentapeptídeos cíclicos:
ligação de hidrogênio com bases do DNA;
interações hidrofóbicas na fenda menor.
FÁRMACOS QUE ATUAM NO DNA: AGENTES INTERCALANTES
Representação da intercalação da Actinomicina D ao DNA
FÁRMACOS QUE ATUAM NO DNA: AGENTES INTERCALANTES
35
Agentes alquilantes
• Contem grupos altamente eletrofílicos;
• Formam ligações covalentes com os grupos nucleofílicos do DNA (e.x. N-7 da guanina).
nucleophilic groups
nucleophilic groups
NH
2N N N
N
1
3
R
H
2N HN
N N
N O
7
R
NH2 N
N R O
3
Cytosine Guanine
Adenine
FÁRMACOS QUE ATUAM NO DNA
• Contem grupos altamente eletrofílicos;
• Formam ligações covalentes com os grupos nucleofílicos do DNA (e.x. N-7 da guanina);
• Impedem a replicação e a transcrição;
• Úteis como agentes antitumorais;
• Efeitos tóxicos (ex. alquilação de proteínas);
• Ligação cruzada inter ou intrafita se dois grupos eletrofílicos estiverem presentes;
• Alquilação das bases nitrogenadas pode levar a codificação ou pareamento errados.
Nu Nu
X X
Nu
Nu Nu
Nu
X X
Nu Nu
Ligação cruzada intrafita Ligação cruzada interfita
FÁRMACOS QUE ATUAM NO DNA: AGENTES ALQUILANTES
37
FÁRMACOS QUE ATUAM NO DNA: AGENTES ALQUILANTES
Exemplo: mostardas nitrogenadas
CH3 N
Cl
Cl
Mechlorethamine
+
Cl N
CH3
Aziridine ion
G = Guanine DNA
G
N H N
N N
N
N NH
N O
O NH2
NH2
G
DNA
N N N
N N
H N
NH N
O
NH2
O NH2
CH3 N
Cl
+
DNA
N N
N
NH N NH2 N
H N
O NH2
N CH3
DNA
CH3 N
N
N N
N N
H N
NH N
O NH2
NH2