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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS E FLORESTAIS CURSO DE AGRONOMIA ANA PAULA DE MOURA

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS E FLORESTAIS CURSO DE AGRONOMIA

ANA PAULA DE MOURA

CRESCIMENTO E ACÚMULO DE NUTRIENTES EM HÍBRIDOS DE MELÃO AMARELO

MOSSORÓ 2019

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ANA PAULA DE MOURA

CRESCIMENTO E ACÚMULO DE NUTRIENTES EM HÍBRIDOS DE MELÃO AMARELO

Monografia apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Agronômica.

Orientador: Prof. D. Sc. Leilson Costa Grangeiro

MOSSORÓ 2019

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M931c Moura, Ana Paula de.

CRESCIMENTO E ACÚMULO DE NUTRIENTES EM HÍBRIDOS DE MELÃO AMARELO / Ana Paula de Moura. - 2019.

34 f. : il.

Orientador: Leilson Costa Grangeiro.

Monografia (graduação) - Universidade Federal Rural do Semi-árido, Curso de Agronomia, 2019.

1. Cucumis melo L. . 2. Demanda nutricional.

3. Nutrição mineral. I. Costa Grangeiro, Leilson, orient. II. Título.

© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leis que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n°

9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n° 9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respective ata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a) sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas

da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.

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À minha mãe, que é o meu maior exemplo de força e superação e sempre esteve ao meu lado durante toda essa difícil jornada.

Ofereço

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AGRADECIMENTOS

Sou grata, acima de tudo, a Deus pelo Seu imensurável amor e infinita bondade. Por ter me concedido a dádiva da vida, por cada oportunidade e cada desafio que foi posto no meu caminho, eles me fizeram mais forte! Sei que o grande “Eu Sou” esteve sempre a me guiar e proteger, mesmo eu não sendo merecedora de todo esse cuidado. Sem Ele, nada seria possível.

À minha mãe, Maria Antônia de Moura, que desde sempre é o meu exemplo de ser humano. Obrigada por ser essa mulher forte e guerreira, por estar ao meu lado para tudo e apesar de tudo, por ter batalhado sozinha para nos dar uma vida digna, por cada olhar de reprovação, cada “carão” e cada conselho que me fizeram entender o valor do “sim” e a importância do “não”, por todas as vezes que intercedeu por mim em oração e por nunca medir esforços para que eu tivesse todo o acesso possível ao conhecimento. Mil vidas não seriam suficientes para expressar toda minha gratidão a ti, mãe. Agradeço a toda minha família, em especial às minhas irmãs, Silvânia Christina e Maria de Fátima, por serem presentes e me apoiarem durante essa caminhada e aos meus sobrinhos: Jayane, Jaênnya, Francisco (Neto), Vitória e ao meu eterno bebê (João Paulo), por me ensinarem, mesmo que indiretamente, o que é ter responsabilidade e por esse sorriso frouxo que conseguem arrancar de mim mesmo em dias de estresse.

À Alana Lays, minha companheira de vida, por ser o meu abraço casa, por me fazer sorrir mesmo quando o choro me parecia a única alternativa, por ter suportado todos os meus dias de estresse, por ser a melhor parte de mim e, principalmente por nunca ter desistido de nós.

Ao meu Orientador, Leilson Costa Grangeiro, por possibilitar minha entrada no grupo de pesquisa (Nutrição de Plantas), por todo o suporte dado para a realização dos experimentos, pela disposição e paciência em me orientar e por estar sempre apto a resolver qualquer imprevisto e tirar quaisquer dúvidas.

À banca examinadora por aceitar o convite e pela disposição em se fazer presente nesse dia tão importante na minha vida. Gratidão pelo auxílio no fechamento de mais esse ciclo.

Agradeço à Equipe Grangeiro et al, pelo acolhimento e por todo conhecimento compartilhado. Obrigada por todas as risadas que aliviavam um pouco o cansaço de um dia (ou uma semana) de trabalho. Em especial à Núbia por ser tão empenhada e dedicada aos trabalhos de pesquisa e por toda ajuda destinada a mim na elaboração deste trabalho. À

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Romualdo e Anna Kézia pela disponibilidade em ajudar sempre que eu estava aflita. Vocês se tornaram bem mais que colegas de trabalho, os considero verdadeiros amigos.

Gratidão em especial à Karolina Rafrana, Rayane Sley e Sara Sebastiana, por terem me tolerado e abrigado nesses cinco anos. Eu não conseguiria dizer de forma resumida a importância que vocês têm na minha vida, mas vocês já sabem.

Sou grata a cada amigo que conquistei durante esses cinco anos de caminhada principalmente à Antônia Rosângela (Rosinha), Elizabel Lemos, Sabrina Sousa, Santiago Alves e Afonso Luiz. Lembrarei de cada choro, das brigas frequentes, de cada noite mal dormida, das notas boas (e daquelas bem ruins também) e de cada risada compartilhada por motivos relevantes ou até por aqueles motivos bem bobos que só os desesperados entendem.

Agora fazemos parte da história um do outro e nada pode mudar isso.

Quero agradecer também aos meus amigos Angefferson Monteiro, Amanda Layanna, Willianny Karem, Fábio Alves e Mikael Kércio, por me acompanharem no dia a dia cansativo da UFERSA, sempre me proporcionando os momentos mais engraçados e me ajudando a suportar os dias ruins. Vocês fizeram parte da luta e também são parte dessa vitória.

Aos demais parentes e amigos que também torceram e torcem por mim, sentam-se abraçados pela minha eterna gratidão.

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Tentar não significa conseguir, mas certamente quem conseguiu tentou.

Aristóteles

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RESUMO

O meloeiro caracteriza-se, quanto a sua exigência nutricional, pela elevada taxa de absorção de nutrientes do solo, se fazendo necessária a realização de adubações para suprir as demandas da cultura. A principal causa para isso é a capacidade de armazenamento significativo de nutrientes pelo fruto. Diante disso, objetivou-se avaliar a massa seca, acúmulo de nutrientes e marcha de absorção no cultivo de híbridos de melão amarelo, Rutênio e MY 2439. O experimento foi conduzido em área comercial da empresa J.L. Produção e Comércio de Frutas Ltda., município de Baraúna – RN. O delineamento utilizado foi em blocos casualizados completos, com sete tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram constituídos pelas épocas de avaliações (7, 14, 21, 28, 35, 42, 49 e 56 dias após o transplantio). Os híbridos de melão Rutênio e MY 2439 apresentaram crescimento lento até 21 DAT intensificando-se, então, até o final do ciclo. O máximo acúmulo diário de nutrientes ocorreu no período de plena frutificação e maturação dos frutos (28 a 49 DAT). Na parte vegetativa (folhas e caule), o maior incremento da massa seca foi verificado no período compreendido entre 28 a 49 DAT, cujo incremento foi de 5,68 e de 4,32 g planta-1 dia-1 respectivamente, no Rutênio e MY 2439. Nos frutos, a massa acumulada a partir dos 35 DAT foi inicialmente pequena, aumentando rapidamente em função do crescimento dos mesmos, atingindo taxas médias de 8,0 e de 5,4 g planta-1 dia-1, na mesma ordem, no período de 49 a 56 DAT. A ordem dos nutrientes acumulados foi para o Rutênio K > N > Ca > P > Mg > Fe >

Mn > Zn e no MY 2439 Ca > K > N > P > Mg > Mn > Fe > Zn.

Palavras-chave: Cucumis melo L. Demanda nutricional. Nutrição mineral.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Massa seca da parte vegetativa (MSPV), fruto (MSF) e total (MST), em melão amarelo, híbridos Rutênio (A) e MY 2439 (B). Em Baraúna- RN...25 Figura 2 – Acúmulo de Nitrogênio (N) da parte vegetativa (PV), no fruto e total em

melão amarelo, híbridos Rutênio (A) e MY 2439 (B). Em Baraúna- RN...… 27 Figura 3 – Acúmulo de Fósforo (P) da parte vegetativa (PV), fruto e total em melão

amarelo, híbridos Rutênio (A) e MY 2439 (B). Em Baraúna- RN...……... 27 Figura 4 – Acúmulo de Potássio (K) da parte vegetativa (PV) fruto e total em melão

amarelo, híbridos Rutênio (A) e MY 2439 (B). Em Baraúna- RN...….. 28 Figura 5 - Acúmulo de Cálcio (Ca) da parte vegetativa (PV), fruto e total em melão

amarelo, híbridos Rutênio (A) e MY 2439 (B). Em Baraúna- RN...…...29 Figura 6 - Acúmulo de Magnésio (MG) da parte vegetativa (PV), fruto e total em melão

amarelo, híbridos Rutênio (A) e MY 2439 (B). Em Baraúna- RN...29 Figura 7 - Acúmulo de Manganês (Mn) da parte vegetativa (PV), fruto e total em melão

amarelo, híbridos Rutênio (A) e MY 2439 (B). Em Baraúna- RN...30 Figura 8 - Acúmulo de Zinco (Zn) da parte vegetativa (PV), fruto e total em melão

amarelo, híbridos Rutênio (A) e MY 2439 (B). Em Baraúna- RN...31 Figura 9 - Acúmulo de Ferro (Fe) da parte vegetativa (PV), fruto e total em melão

amarelo, híbridos Rutênio (A) e MY 2439 (B). Em Baraúna- RN...31

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LISTA DE TABELA

Tabela 1 – Partição da massa seca (MS) em melão amarelo, híbridos Rutênio e MY 2439.

Baraúna - RN... 25 Tabela 2 – Acúmulo de macro e micronutrientes em melão amarelo, híbridos Ruténio e MY 2439. Baraúna-RN... 26

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 13

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 16

2.1 A cultura do meloeiro (Cucumis melo L.) ... 16

2.1.1 Aspectos gerais e econômicos ... 16

2.1.2 Condições edafoclimáticas ... 17

2.2 Nutrição mineral e demanda nutricional ... 18

2.3 Crescimento e marcha de absorção de nutrientes ... 20

3 MATERIAIS E MÉTODOS ... 23

3.1 Caracterização da área ... 23

3.2 Implantação e condução do experimento ... 23

3.3 Coletas de plantas e preparo das amostras ... 23

3.4 Análises químicas ... 24

3.5 Análise estatística ... 24

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 24

4.1 Massa seca ... 24

4.2 Acúmulo de nutrientes ... 25

4.2.1 Nitrogênio (N) ... 26

4.2.2 Fósforo (P) ... 27

4.2.3 Potássio (K) ... 28

4.2.4 Cálcio (Ca) ... 28

4.2.5 Magnésio (Mg) ... 29

4.2.6 Mangânes (Mn) ... 29

4.2.7 Zinco (Zn) ... 30

4.2.8 Ferro (Fe) ... 31

5 CONCLUSÕES ... 33

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REFERÊNCIAS ... 34

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1 INTRODUÇÃO

O meloeiro (Cucumis melo L.) é uma hortaliça de importante valor econômico para o país, sendo uma das hortaliças mais exportadas pelo Brasil (VARGAS et al., 2008). Com base nas vendas externas do ano de 2017, foi a fruta fresca mais exportada (23,7%), seguida da manga (21,14%) e do limão e lima ácida (13%) (FINDBRAZIL, 2018).

O Nordeste é a maior região produtora de melão, correspondendo a 99% de toda a produção nacional. O Rio Grande do Norte é o maior produtor do país (338.665 toneladas), concentrando-se nos municípios de Mossoró, Tibau e Apodi (ANUÁRIO, 2018). Atualmente, 90% das exportações do melão do Brasil têm como destino à União Europeia. Porém, a possível abertura do mercado chinês oferece a oportunidade de triplicar a produção e exportação, além de diversificar os destinos do produto brasileiro (ABRAFRUTAS, 2018).

Diversos fatores são responsáveis pela intensa produção de melão no semiárido nordestino. Entre eles, o processo de adaptação da cultura às condições edafoclimáticas locais, em conjunto ao uso de novas tecnologias no sistema de cultivo, ciclo reduzido e colheita de três safras por ano, conferindo frutos de boa qualidade, atendendo às exigências, principalmente, do mercado internacional (ARAÚJO; CAMPOS, 2011).

Segundo Guimarães (2013) as principais cultivares de melão exploradas no Brasil são do tipo Pele de Sapo, Honey Dew, Amarelo, Cantaloupe, Gália e Charentais. Os três primeiros listados pertencem à variedade inodorus e são preferíveis para a exportação, tanto por sua maior resistência mecânica, como por sua maior vida pós colheita. Entretanto, o sucesso no cultivo de melão não depende somente da escolha da cultivar, o mesmo está diretamente atrelado às práticas de manejo utilizadas, ou seja, a irrigação, a adubação e os tratos culturais (BATISTA et al, 2009).

A introdução de novas cultivares e híbridos tem sido feita de maneira insistente, visando elevar a produtividade com a produção de frutos com qualidade competitiva no mercado externo. Um híbrido desejado é aquele produtivo, com excelentes qualidades de fruto, como alto teor de sólidos solúveis e valor mínimo de firmeza da polpa. Em adição, em razão da distância entre os mercados consumidores do melão nacional. As características relacionadas à vida pós-colheita de frutos de meloeiro são as aparências externa e interna do fruto (GOMES JÚNIOR et al., 2001).

O fruto do meloeiro acumula grandes quantidades de nutrientes, como o N, P e K, que por vezes podem chegar a representar até 70% do total acumulado pela parte aérea da planta (AGUIAR NETO et al., 2014). Dessa forma, é uma das culturas que mais extraem nutrientes do solo (GURGEL et al., 2010; MELO et al., 2011). Além dessa característica, os nutrientes

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que se acumulam nas partes vegetativas da cultura (caule e folhas), são, geralmente, retirados das áreas de cultivo, pois servem de fontes de inóculos de patógenos para o cultivo subsequente. Com isso, há um aumento na taxa de exportação de nutrientes do sistema de produção.

A expansão da cultura na região nordeste deve-se à atuação de grandes empresas, que destinam maior parte da sua produção para exportação. Diante disso, é importante acompanhar o crescimento e desenvolvimento, conhecer a demanda nutricional da cultura nas condições semiáridas, e com isso planejar o manejo da adubação. O estudo da marcha de absorção dos nutrientes permite acompanhar os períodos de demanda nutricional, o que resulta em informações importantes para o produtor programar as épocas de aplicações.

Conhecidas essas épocas, tem-se um guia para a adubação no que tange aos momentos em que se deve empregar um ou outro nutriente. Dessa forma, há um maior controle na prática da adubação, o que influencia tanto no quesito econômico do produtor, quanto no desenvolvimento e qualidade dos frutos.

A marcha de absorção é uma ferramenta utilizada para estudar a curva de acúmulo de nutrientes em função da idade da planta, permitindo identificar como, quando e quanto de adubo deve ser aplicado, além da taxa de exportação por ocasião da colheita e a necessidade de reposição do solo para não exauri-lo. Devido principalmente aos picos de máxima absorção pela planta, a exigência das culturas por nutrientes não pode ser inferida somente a partir da extração total. Dessa forma, determinar a marcha de absorção de nutrientes é uma importante ferramenta para se aumentar a eficiência da adubação (ECHER et al., 2009), especialmente para cultivos sob fertirrigação, onde se pode adaptar facilmente as quantidades e concentrações dos nutrientes específicos exigidos pelas culturas em cada fase fenológica (GURGEL et al., 2010).

Outros autores já realizaram estudos de marcha de absorção de nutrientes em meloeiro (SILVA JUNIOR et al., 2006, GURGEL et al., 2008, MEDEIROS et al., 2008, SANTOS et al., 2008, GURGEL et al., 2010, KANO et al., 2010, MELO et al., 2011, DAMASCENO et al., 2012, AGUIAR NETO et al., 2014). No entanto, poucos estudos acometem a proporção de macro e de micronutrientes acumuladas no fruto em relação à parte aérea total durante o desenvolvimento do fruto do melão amarelo. O conhecimento dessa proporção durante o desenvolvimento do fruto pode ser útil para uma maior efetividade na aplicação das doses de nutrientes via fertirrigação, visando à otimização da eficiência nutricional, produtividade e qualidade do produto colhido (AGUIAR NETO et al., 2014).

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A importância da cultura do melão para a região Nordeste é, de fato, muito significativa. Dessa forma, as pesquisas relacionadas principalmente ao manejo de adubação são essenciais para torná-la ainda mais competitiva no mercado nacional e internacional, em relação tanto a produtividade, quanto a qualidade dos frutos.

Diante disso, o presente estudo teve como objetivo, definir as curvas de crescimento e acúmulo de nutrientes para híbridos de melão amarelo (Rutênio e MY 2439).

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A cultura do meloeiro (Cucumis melo L.) 2.1.1 Aspectos gerais e econômicos

O melão (Cucumis melo L.) é uma olerícola pertencente à família das Cucurbitáceas.

Seu centro de origem é a Ásia e a África (CRISÓSTOMO et al, 2008) . Trata-se de uma planta monoica, dessa forma, flores masculinas e flores femininas estão dispostas numa mesma planta. Possui inflorescência tipo cacho, com flores formadas por cinco pétalas de coloração amarela. As masculinas crescem nas axilas dos ramos principal e laterais, já as femininas ou hermafroditas, crescem nos ramos secundários (CRISÓSTOMO; ARAGÃO, 2013).

Aspectos como a forma, tamanho, coloração, sabor e textura dos frutos de meloeiro são variáveis e apresentam, geralmente, formato arredondado com cerca de 20 cm de diâmetro e peso variável dependendo da cultivar (FERGANY et al., 2011). Podem conter de 200 a 600 sementes na cavidade interna da polpa, e possuir casca lisa ou levemente enrugada. Trata-se de uma planta herbácea, anual e rasteira, sendo as folhas alternadas e simples. Possui um sistema radicular raso e bastante ramificado. Os insetos são os principais agentes polinizadores, principalmente as abelhas (GRANGEIRO et al., 2002).

Com a abertura de novos mercados as empresas tem procurado diversificar e ampliar sua produção, através da introdução de novas cultivares e híbridos. Essas introduções têm sido feitas, na maioria das vezes de forma precipitada, e tem proporcionado em alguns casos, prejuízos para os produtores. Nem sempre uma nova cultivar está adaptada às condições de cultivo da região, refletindo em menor produtividade, frutos de qualidade inferior, e algumas vezes de menor aceitação pelo consumidor (GRANGEIRO et al., 1999).

Assim, não se pode recomendar um determinado híbrido de melão Amarelo para todos os locais de cultivo do Oeste Potiguar, devido ao fato de cada ambiente desta região apresentar as suas peculiaridades de tipo de solo, água, luminosidade, temperatura, pluviosidade, ocorrência de pragas e doenças, dentre outros (ARAÚJO NETO et al., 2003).

Segundo esses autores, a maioria dos híbridos cultivados tem apresentado expressiva instabilidade nos diversos ambientes de cultivo com consequências na produção

O melão é mundialmente conhecido e apreciado, sendo uma das mais populares hortaliças do mundo. A cultura possui mais de um milhão de hectares plantadas no mundo e uma produção de aproximadamente 32 milhões de toneladas (FAO, 2017). O maior produtor mundial é a China com uma produção de mais de 17 milhões de toneladas, seguida do Irã, Turquia, Egito e Índia. Juntos esses países respondem por mais de 71% do total produzido. O

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Brasil contribui com cerca de 540 mil toneladas para o total de produção mundial (FAO, 2017).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2017) foram produzidas no país mais de 800 mil toneladas de melão. O Brasil é autossuficiente em produção de melão, chegando a exportar cerca de 60% do contingente produzido (ANUÁRIO DE FRUTICULTURA BRASILEIRA, 2018).

A região Nordeste é a maior produtora de melão do Brasil, sendo o Rio Grande do Norte o Estado mais produtor com 642.306,177 toneladas (IBGE, 2017). Em conjunto com o Estado do Ceará, produz cerca de 99% de todo o melão nacional e desses, apenas o estado Potiguar abrange 70% da produção (ABRAFRUTAS, 2018). Segundo a mesma associação, as excelentes condições edafoclimáticas da região é o principal fator responsável, pois possibilita o cultivo do meloeiro durante todo o ano. Isso, aliado ao uso de tecnologia pelas empresas produtoras, resulta nas altas produtividades e elevada qualidade dos frutos produzidos.

Contribuindo assim, para o melão se tornar a fruta fresca mais exportada na balança comercial brasileira com valor de exportação de US$ 163 milhões na safra 2017/2018.

2.1.2 Condições edafoclimáticas

Os fatores climáticos, em especial a temperatura, exercem grande influência na adaptabilidade do meloeiro a diferentes regiões, afetando o desenvolvimento, produtividade e qualidade do melão (OLIVEIRA, 2017). No Semiárido brasileiro as condições climáticas são favoráveis para o estabelecimento da cultura. Por apresentar temperaturas elevadas com uma média de 27° C, radiação solar variando de 2.000 horas/ano a 3.000 horas/ano, baixa umidade relativa e baixos índices pluviométricos (500 mm/ano), que são as condições climáticas necessárias ao bom desenvolvimento e qualidade dos frutos do meloeiro (EMBRAPA, 2010).

Ainda segundo a EMBRAPA (2010), a época de plantio deve ser escolhida através da combinação de todos esses fatores climáticos, que vai variar de acordo com a localização, a fim de proporcionar as melhores circunstâncias para a cultura ser estabelecida. A temperatura é um fator importante na cultura do melão, desde a germinação até a qualidade final dos frutos. A faixa de temperatura ideal para produção de melão varia entre 25 a 35 ºC durante todo o ciclo de desenvolvimento (OLIVEIRA, 2017). Segundo Mendes et al. (2010) o cultivo em temperaturas abaixo da faixa ótima inibe a ramificação da planta resultando em baixa produtividade. Já temperaturas críticas com valores abaixo de 12ºC, o crescimento vegetativo é paralisado. O mesmo autor observa que temperaturas muito elevadas, acima de 35ºC, estimulam a formação de flores masculinas e ocasionam problemas na maturação podendo ocorrer ruptura da casca.

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Quanto à umidade relativa (UR), as condições ideais para o meloeiro encontram-se entre 65 a 75% (MENDES et al., 2010). Os autores ainda afirmam que, UR acima de 75%

interfere na sanidade da cultura, tornando-a mais susceptível a doenças fúngicas que podem causar a queda de folhas, diminuindo a área fotossinteticamente ativa e, com isso, originando frutos menores e mais aguados, com menor teor de açúcar, sendo de qualidade inferior.

A precipitação pluviométrica quando a cultura está na fase de maturação e colheita, onde além da redução do teor de açúcar, há também a ocorrência de danos nos frutos, influenciando na qualidade dos mesmos e prejudicando a produção. Entretanto, o déficit hídrico pode prejudicar a germinação (EMBRAPA, 2010).

A alta exigência do meloeiro por luminosidade durante todo o ciclo torna esse fator climático muito importante para a hortaliça e o mesmo deve ser levado em consideração quando a área de produção for escolhida (OLIVEIRA, 2017). A diminuição na intensidade luminosa ou um período de iluminação insuficiente influencia negativamente no crescimento da planta, reduzindo a área foliar. Assim, todos os fatores que afetam a fotossíntese também afetam a produção e a qualidade dos frutos do meloeiro (SILVA et al., 2003).

Apesar do meloeiro se adaptar a diversos tipos de solos, é uma cultura muito exigente em nutrientes e com restrições a áreas de baixadas úmidas, com drenagem deficiente ou solos muito rasos, nesse último caso deve se dar preferência ao cultivo com fertirrigação.

(MENDES et al., 2010).

2.2 Nutrição mineral e demanda nutricional

Nutrição mineral é o modo em que as plantas adquirem e utilizam os nutrientes minerais, e esse conhecimento é muito importante para a agricultura moderna e para a proteção ambiental, sendo que a produtividade e qualidade do produto final vão depender diretamente da quantidade absorvida de nutrientes pelas plantas (TAIZ; ZEIGER, 2013). É necessário que cada nutriente esteja disponível em quantidades e proporções adequadas, caso contrário, a produtividade será afetada (ZEBALOS et al., 2017). Além de todos os cuidados com relação à quantidade de nutrientes necessária para atender a demanda da planta para uma dada produtividade, tem sido questionado como deve parcelar a adubação, de forma a haver uma maior eficiência da planta na aquisição de nutriente, melhorando o rendimento da cultura e gerando uma maior economia na utilização de insumos (LIMA DE DEUS et al., 2015).

A taxa de absorção de nutrientes, geralmente, é afetada pela produtividade da cultura, sendo que, quanto maior a produtividade desejada, mais nutrientes as plantas irão requerer.

Entretanto, os nutrientes são extraídos de formas variadas, a depender de fatores inerentes à cultura, como a genética, ou mesmo de fatores externos como a densidade de plantio,

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adubação e outras práticas culturais necessárias ao cultivo (OLIVEIRA, 2017). De acordo com esses autores, a cultura do melão comumente é mais exigente em nitrogênio (N), potássio (K) e cálcio (Ca), sendo que essa ordem pode variar de acordo com a variedade utilizada.

O nitrogênio (N) influencia diversos processos, exercendo efeito direto na relação fonte- dreno, alterando a distribuição de assimilados entre a parte vegetativa e reprodutiva (TAIZ;

ZEIGER, 2013). O nitrogênio é absorvido nas formas de NO3- e NH4+ sendo essencial para a síntese de aminoácidos que compõem as proteínas, clorofila, alcalóides, ácidos nucléicos, hormônios, enzimas e vitaminas. Além disso, tem influencia sobre o desenvolvimento do sistema radicular e na absorção do potássio e maturação dos frutos (CRISÓSTOMO et al, 2002).

O Fósforo exerce funções vitais na célula, influenciando na disposição dos açúcares e amido, acelerando a atividade enzimática no processo de respiração, além de armazenar energia e influenciar na fotossíntese (BRAGA et al., 2010). Quando as plantas estão deficientes em fósforo apresentam retardo no crescimento, folhas com coloração verde muito intensa, redução do sistema radicular, menor quantidade de flores, frutos de baixa qualidade e tamanho inferior (TAIZ; ZEIGER, 2013).

O potássio (K) está relacionado com a turgidez das células, abertura e fechamento dos estômatos, regula a pressão osmótica, age na formação e resistência dos frutos ao frio e a patologias, no processo de síntese, acumulação e transporte de carboidratos, além de ser o ativador de várias enzimas em algumas reações (TAIZ; ZEIGER, 2013). Quando as plantas apresentam carência de potássio tendem a produzir frutos de qualidade inferior ou chochos, com menos sólidos solúveis, manchas de coloração verde na área basal, prejudicando o amadurecimento e causando desuniformidade na maturação. Quando há o fornecimento adequado de potássio para a planta pode haver o aumento no período de armazenamento pós- colheita (AGUIAR NETO, 2013).

O cálcio (Ca) é um macronutriente secundário e pouco móvel nas plantas, absorvido pelos tecidos vegetais na forma iônica Ca²+. É um nutriente que exerce diversificadas funções nas plantas e no solo, pois atua na estruturação da parede celular, contribuindo para uma maior resistência dos tecidos, funciona como ativador ou constituinte de diversas enzimas, participa do processo de elongação e divisão celular, contribui para uma maior disponibilidade de nutrientes como o molibdênio, diminui a acidez do solo, aumenta a resistência das plantas a toxidez de elementos como o alumínio e o manganês, aumenta a atividade microbiana, além de ser fundamental para o desenvolvimento radicular, pois é sua

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única forma de translocação na planta, sendo assim, a deficiência de cálcio provoca paralisia no crescimento das raízes (CRISÓSTOMO et al., 2002).

De acordo com Crisóstomo et al (2002), o magnésio (Mg) é absorvido pelas plantas na forma de Mg²+. No interior do vegetal o elemento é utilizado como componente da molécula da clorofila e como ativador de várias enzimas que afetam a transferência do fosfato. Dada as suas funções, plantas deficientes em magnésio apresentam clorose internerval das folhas mais velhas. Segundo o autor, o magnésio é antagônico ao cálcio e ao potássio, sendo assim, devem-se analisar bem as quantidades fornecidas de um e outro elemento para evitar que a cultura sofra de alguma forma da chamada deficiência induzidas.

O zinco (Zn) atua como um cofator enzimático e participa de processos bioquímicos das plantas como a síntese proteica, formação de açucares, produção de sementes, resistência a doenças e regulação de crescimento (AIRES, 2009). Segundo Mendes et al (2010), os sintomas de deficiência de zinco são amarelecimento das folhas podendo levar a necrose.

O Ferro (Fe) é um importante componente de enzimas envolvidas nas reações redox, durante o processo de transferência de elétrons, ele é irreversivelmente oxidado de Fe2+ a Fe3+. A deficiência pode ser verificada com a clorose ocorrida primeiramente em folhas jovens, devido ser um elemento imóvel na planta, podendo tornar toda a planta com o aspecto amarelo esbranquiçado, de acordo com a severidade do déficit (TAIZ; ZEIGER, 2013).

O Manganês (Mn) está apto a ser absorvido pelas plantas na forma do íon Mn2+. Atua no metabolismo energético das plantas, é essencial na síntese de clorofila, auxilia do crescimento radicular e age como ativador de várias enzimas. O déficit desse micronutriente causa uma redução no processo de fotossíntese, diminuindo a produtividade, é observado o aparecimento de manchas cloróticas entre as nervuras das folhas mais novas ou mais velhas dependendo da espécie vegetal (TAIZ; ZAIGER, 2013).

O conhecimento acerca das concentrações e épocas de aplicação de cada um desses nutrientes podem favorecer o crescimento e desenvolvimento da planta durante seu ciclo, resultando em uma produtividade significativamente maior e em frutos com aspectos superiores, principalmente no que concerne aos frutos para a exportação.

2.3 Crescimento e marcha de absorção de nutrientes

A matéria seca (MS) produzida pelas plantas é obtida através da fixação do CO2

presente na atmosfera pelo processo da fotossíntese, sendo possível devido ao auxílio energético da radiação solar fotossinteticamente ativa. A distribuição de matéria seca nos órgãos de uma planta é o resultado final de um conjunto de processos metabólicos e de transporte que governam o fluxo de assimilados através de um sistema fonte-dreno (DUARTE

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21

E PEIL, 2008). O sistema fonte-dreno considera como fonte o órgão da planta capaz de realizar fotossíntese e produzir mais fotoassimilados que o necessário para o seu desenvolvimento, podendo armazenar o excesso em órgãos especializados, sendo as folhas adultas a principal fonte da planta, pois as folhas jovens produzem uma quantidade insuficiente de assimilados. Os drenos seriam os órgãos importadores de assimilados que não possuem a capacidade de realizar fotossíntese ou que realizam de forma a não suprir toda a sua necessidade como as raízes, meristemas, folhas jovens e, principalmente, os frutos (PORTES, 2009).

Para a obtenção da curva de crescimento de plantas, é necessário utilizar um método destrutivo, extraindo a massa seca dos órgãos vegetais e realizando as análises químicas que são de fundamental importância quando se estuda nutrição e adubação de plantas. Sendo assim, o fornecimento de quantidades e concentrações adequadas de nutrientes para as plantas é essencial para que a cultura tenha um desempenho ótimo e expresse seu máximo potencial produtivo. Esse fornecimento adequado só pode ser feito se houver o conhecimento sobre as curvas de crescimento e acúmulo de nutrientes da cultura pretendida, vindo a ser muito útil no que concerne a recomendações de adubação de forma geral (ALMEIDA et al., 2012).

A marcha de absorção de nutrientes fornece todo esse entendimento a cerca da exigência nutricional da cultura em função do estádio fenológico da mesma, contribuindo de forma direta com uma adubação equilibrada e eficiente. Contudo, cada nutriente é absorvido de acordo com a capacidade inerente da planta em conjunto com os fatores externos que influenciam a atividade. Não somente os fatores genéticos de uma cultivar é suficiente para determinar a capacidade de extração e requerimento nutricional de uma espécie, pois esses aspectos sofrem variação com o nível de competição na qual está inserida, e por fatores ambientais como a temperatura, umidade e luminosidade, podendo afetar significativamente as concentrações de nutrientes na planta. Esses fatores afetam tanto a disponibilidade dos nutrientes como a extração destes pelo sistema radicular e, dessa forma, o crescimento da parte aérea. Por outro lado, o acúmulo e a distribuição dos nutrientes minerais na planta dependem de seu estádio de desenvolvimento (DAMASCENO et al., 2012).

Algumas espécies de cucurbitáceas apresentaram um comportamento bastante semelhante quando submetidos a estudos de curvas de absorção, onde o acúmulo de nutrientes segue o mesmo padrão da curva de acúmulo de massa seca, apresentando, no geral, três fases de absorção, onde na primeira fase há uma lenta absorção, seguido por um aumento gradativo e intenso na absorção, atingindo o ponto máximo e declinando lentamente a partir de então

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(TYLER e LORENZ, 1964; PRATA, 1999; ARAÚJO et al., 2001; LIMA, 2001;

DAMASCENO et al, 2012).

Araújo et al (2017) verificaram a extração de macro e de micronutrientes pelo fruto, assim como sua proporção em relação a parte aérea durante o desenvolvimento do melão amarelo.Os tratamentos corresponderam às cinco épocas de avaliação para os frutos, sendo:

35, 42, 49, 56 e 63 dias após o transplantio (DAT); e quatro épocas para as sementes: 42, 49, 56 e 63 DAT. Os autores observaram que, para os micronutrientes, se obteve as seguintes sequências de extração: Fe>Zn>B>Cu>Mn no fruto e Fe>Zn>Mn>B>Cu na semente. As proporções dos nutrientes no fruto aumentam continuamente durante seu desenvolvimento.

As porcentagens extraídas de nutrientes pelo fruto, em relação a parte aérea total, segue a seguinte ordem: Ca>K>P>N>Zn>B>Mg>S>Fe>Mn>Cu.

Oliveira (2017) verificou a marcha de acumulação de macro e de micronutrientes e o balanço nutricional do meloeiro cultivado sob fertirrigação. As avaliações foram realizadas aos 14, 21, 28, 35, 42, 49, 56, 63, 70 dias após transplantio (DAT) com quatro repetições. Os autores obtiveram os seguintes resultados: O acúmulo de massa seca nas partes reprodutivas foi maior que nas partes vegetativas, sendo os frutos os órgãos de maior acúmulo de massa seca. Já a marcha de acúmulo de nutrientes seguiu a seguinte ordem:

K>Ca>N>Mg>P>S>Fe>Cu>B>Zn>Mn. Os valores do balanço nutricional foram negativos para o potássio, nitrogênio e cobre, sendo recomendado ajuste na fertirrigação em relação a esses nutrientes.

Dessa forma, a obtenção das curvas de crescimento e acúmulo de nutrientes se fazem ferramentas fundamentais na elaboração de técnicas mais avançadas de adubação, promovendo uma maior eficácia e economia no cultivo dessa hortaliça tão importante.

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23

3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Caracterização da área

O experimento foi conduzido em área comercial da empresa J.L. Produção e Comércio de Frutas Ltda., no município de Baraúna-RN, localizado à Noroeste do estado do Rio Grande do Norte, na microrregião mossoroense, no período de dezembro de 2016 a fevereiro de 2017.

A região apresenta clima do Tipo BSw’h, segundo a classificação de Köppen. Seu período chuvoso está concentrado no período de fevereiro a maio. A precipitação e umidade relativa do ar giram em torno de 700 mm e 65% anuais, respectivamente (INMET, 2009).

Ainda de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia a temperatura média da região é de 27,2ºC, apresentando máxima de 33,4ºC e mínima de 22,7ºC. O solo da região é caracterizado cambissolo háplico (EMBRAPA, 2012).

3.2 Implantação e condução do experimento

Nos dois experimentos o delineamento utilizado foi em blocos casualizados completos, com sete tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram constituídos pelas épocas de avaliações (7, 14, 21, 28, 35, 42, 49 e 56 dias após o transplantio). Em cada coleta foram utilizadas duas plantas por repetição.

O preparo do solo constou de aração e gradagem, seguido do sulcamento em linhas, espaçadas de 2,0 m e com profundidade de 20 cm, onde foi realizada a adubação de fundação com 780 kg ha-1 da formulação comercial 06-24-12 (correspondente a 47 kg ha-1 de N, 187 kg ha-1 de P2O5 e 94 kg ha-1 de K2O), com base no manejo de adubação já utilizado pela empresa.

Foram utilizados os híbridos Rutênio e 2439 no espaçamento de 2,0 x 0,40 m.

O sistema de irrigação utilizado foi por gotejamento, constituído de uma linha lateral por fileira de plantas com gotejador tipo autocompensante, espaçados de 0,40 m e distância entre linhas de 2,0m. As adubações de cobertura foram realizadas via água de irrigação, diariamente de acordo com a necessidade da cultura nas seguintes quantidades 167 kg ha-1 de N; 100 kg ha-1 de P2O5; 129 kg ha-1 de K2O; 35 kg ha-1 de CaO; 6,4 kg ha-1 de MgO; 14 kg ha-1 de S; 3,2 kg ha-1 de B e 4,5 kg ha-1 de Zn. Os demais tratos culturais foram executados de acordo com a necessidade da cultura.

3.3 Coletas de plantas e preparo das amostras

As coletas de plantas foram realizadas nos períodos correspondentes aos tratamentos, geralmente na parte da manhã, para evitar que as plantas murchem até chegar ao laboratório.

Em seguida as plantas foram levadas ao laboratório de “nutrição de plantas” onde foram lavadas e acondicionadas separadamente, em saco de papel e levadas para secagem em estufa com circulação forçada de ar à temperatura de 65 - 70 ºC, até atingir massa constante. Em

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função da massa seca das amostras, foi determinado o acúmulo de massa seca em cada época de coleta, sendo os resultados expressos em g planta-1. Em seguida, as amostras foram processadas em moinho e acondicionadas em recipientes fechados e devidamente identificados.

3.4 Análises químicas

As análises químicas para a determinação dos teores de nutrientes presentes em cada fração foram realizadas nos extratos obtidos pela digestão sulfúrica (nitrogênio), nítrico- perclórica (fósforo, potássio, cálcio, magnésio, zinco, manganês e ferro). O nitrogênio foi quantificado pelo método semi-microKjeldahl, fósforo pelo método do complexo fosfo- molíbdico em meio redutor, adaptado por Braga e Defelipo (1974), potássio por fotometria de emissão de chama, cálcio e magnésio por complexometria e ferro e zinco por leitura direta (EMBRAPA, 1997).

Os resultados das análises forneceram as concentrações dos nutrientes (N, P, K, Ca, Mg, Zn, Fe e Mn). A determinação dos acúmulos destes em cada fração da planta se deu pela multiplicação da concentração pela massa seca da referida fração, sendo que o acúmulo total na planta será determinado através da soma do acúmulo das frações para cada nutriente.

3.5 Análise estatística

Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA), com auxílio do software Sisvar (FERREIRA, 2011), quando houve significância foi realizado análise de regressão com o software Table Curve (JANDEL SCIENTIFIC, 1991).

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Massa seca

O crescimento de plantas dos dois híbridos de melão, expresso pelo acúmulo de massa seca (MS), durante o ciclo foi lento, até 21 dias após o transplantio (DAT), O período de maior acúmulo de MS foi de 28 a 49 DAT em ambos os híbridos. Neste período o Rutênio e MY 2439 acumularam 190,2 g planta-1 e 167,0 g planta-1, com taxas médias de 9,1 e 7,9 g planta-1 dia-1, respectivamente.

Os resultados obtidos se assemelham aos relatados por Silva Júnior et al (2006);

Aguiar Neto et al (2014) e Oliveira (2017) também verificaram o crescimento lento das cultivares analisadas no início do ciclo da cultura, sendo seguido de um aumento significativo no acúmulo de massa seca até atingir o máximo no período próximo à colheita e decrescendo logo após. Conhecendo o comportamento de crescimento da cultura do melão, pode-se verificar o período que a mesma exige uma maior demanda de nutrientes.

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Na parte vegetativa (folhas e caule), o maior incremento da massa seca foi verificado no período compreendido entre 28 a 49 DAT (Figura 1 AB), cujo incremento foi de 5,68 e de 4,32 g planta-1 dia-1 respectivamente, no Rutênio e MY 2439, sendo esse o período que houve um aumento expressivo da parte vegetativa da planta e o início da frutificação. Nos frutos, a massa acumulada a partir dos 35 DAT foi inicialmente pequena, aumentando rapidamente em função do crescimento dos mesmos, atingindo taxas médias de 8,0 e de 5,4 g planta-1 dia-1, na mesma ordem, no período de 49 a 56 DAT.

A B

Ŷ = 3,739x - 45,673 R² = 0,9209 Ŷ = 0,0796x2 - 2,6685x + 18,211 R² = 0,9773 Ŷ = 0,0911x2 + 0,3401x - 18,942 R² = 0,9748

0 50 100 150 200 250 300

7 14 21 28 35 42 49 56

Massa seca (g planta-1)

Dias após o transplantio

MSPA MSF MST

Ŷ = -0,026x2+ 5,3276x - 52,89 R² = 0,9464 Ŷ = 0,053x2- 0,9108x + 0,5971 R² = 0,9508 Ŷ = 6,1148x - 72,102 R² = 0,9569

0 50 100 150 200 250 300

7 14 21 28 35 42 49 56

Massa seca (g planta-1)

Dias após o transplantio

MSPA MSF MST

Figura 1. Massa seca da parte vegetativa (MSPV), fruto (MSF) e total (MST), em melão amarelo, híbridos Rutênio (A) e MY 2439 (B). Em Baraúna-RN.

No final do ciclo, a partição de massa seca no Rutênio foi na parte vegetativa (54%) e nos frutos (46%) do total da planta. No MY 2439 foram verificados na parte vegetativa e nos frutos, respectivamente 56% e 44% do total na planta (Tabela 1). Resultados esses que diferem dos obtidos por Aguiar Neto (2013) que verificou maiores taxas de acúmulo de massa seca nos frutos, trabalhando com as cultivares “Iracema” e “Gran Prix” em Baraúna RN e Petrolina PE.

Tabela 1. Partição da massa seca (MS) e nutrientes na parte vegetativa (PV) e frutos (FR), em melão amarelo, híbridos Rutênio e MY 2439. Baraúna-RN, 2017.

Massa seca Rutênio MY 2439

PV (%) FR (%) PV (%) FR (%)

MS 54 46 56 44

4.2 Acúmulo de nutrientes

O acúmulo de nutrientes seguiu o padrão da curva de acúmulo de massa seca pelas plantas. O acúmulo de macro e micronutrientes foi reduzido nos primeiros 21 DAT, intensificando-se a partir de então continuamente até o final do ciclo. No híbrido Rutênio, o K foi o macronutriente absorvido em maior quantidade, seguido do N, Ca, P e Mg e no MY 2439 a sequência foi Ca>K>N>P>Mg. Para os micronutrientes a ordem foi para Rutênio Fe >

Mn > Zn e MY 2439 Mn > Fe > Zn, como observado logo após na tabela 2.Alguns fatores,

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26

como a demanda metabólica do fruto pelo nutriente (DUARTE E PEIL, 2010) podem explicar a maior demanda da cultura por alguns nutrientes.

Geralmente, a sequência de acúmulo de nutrientes não seguem o mesmo padrão para todos os estudos GURGEL et al., 2010; AGUIAR NETO et al., 2014; DAMASCENO et al, 2012; OLIVEIRA et al., 2016). Dessa forma, entende-se que a acúmulo de nutrientes é influenciado pelo clima, solo, e manejo de adubação da cultura. Porém, o K, Ca e N são os nutrientes extraídos mais intensamente na maioria dos trabalhos. Salienta-se que a extração do nutriente na planta também é dependente da sua taxa de redistribuição, que por sua vez depende da mobilidade de cada nutriente (MAILLARD et al., 2015), assim como sua disponibilidade via solo ou via adubação (MOREIRA et al., 2007)

Tabela 2 Acúmulo de macro e micronutrientes em melão amarelo, híbridos Ruténio e MY 2439. Baraúna-RN.

N P K Ca Mg Fe Mn Zn

---kg/ha--- --- g/ha --- Rutênio

102,00 26,10 103,00 80,80 2,17 273,09 168,64 58,65

MY 2439

87,00 24,00 93,00 102,00 2,31 264,04 281,67 66,10

4.2.1 Nitrogênio (N)

Assim como observado na massa seca da planta, o acúmulo de N foi lento durante os primeiros 21 DAT. A partir dessa idade observou-se um incremento significativo, atingindo máximos de 102,0 e 87,0 kg ha-¹de N aos 56 DAT, respectivamente para Rutênio e MY 2439, sendo que a maior parte do N foi acumulada no período de 28 a 49 DAT, pois se trata de uma época de intenso acúmulo de massa seca pela planta. Segundo Grangeiro e Cecílio Filho (2005) esse fato se deve principalmente ao rápido crescimento vegetativo da planta e ao início da época reprodutiva, onde há uma mudança nas forças de drenos e o fruto passa a ser o dreno preferencial da planta. Dessa forma, há a necessidade de maior translocação de assimilados das folhas para a formação e desenvolvimento dos frutos, havendo um intenso aumento em massa seca. Neste período o Rutênio e MY 2439 acumularam 70,13 e 60,12 kg ha-¹, com taxas médias de 3,3 e 2,9 kg ha-¹ dia-1, respectivamente, (Figura 2 A e B).

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Figura 2 - Acúmulo de Nitrogênio da parte vegetativa, fruto e total em melão amarelo, híbridos Rutênio (A) e MY 2439 (B). Baraúna-RN, 2017.

4.2.2 Fósforo (P)

A quantidade máxima acumulada de fósforo (P) foi de 26,16 kg ha-¹ e 24,0 kg ha-¹aos 56 DAT para os híbridos Rutênio e MY 2439, respectivamente (Figura 3 A e B). O maior acúmulo foi observado no período de 28 a 49 DAT para Rutênio e 28 a 42 DAT para MY 2439. Nos respectivos períodos as médias de acúmulos foram de 0,81 e 1,11 kg há-¹ dia-¹.

Figura 3 - Acúmulo de Fósforo da parte vegetativa, fruto e total em melão amarelo, híbridos Rutênio (A) e MY 2439 (B). Baraúna-RN, 2017.

O acúmulo de P nos frutos foi superior à parte vegetativa, sendo que a retranslocação do nutriente das folhas mais velhas para o fruto, que passa a ser o dreno preferencial, pode ser a explicação para este fato (MAIA et al., 2005). Medeiros et al. (2008), trabalhando também com melão, observaram que houve redução nos teores de N e P ao longo do ciclo da cultura, pelo fato de sua grande maioria serem drenados para os frutos.

As quantidades de fósforo retiradas do solo pelas hortaliças são geralmente baixas, principalmente quando comparadas com o nitrogênio e o potássio. Entretanto, apesar dessa

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28

aparente baixa exigência, os teores desse nutriente na solução do solo, bem como a velocidade do seu restabelecimento na mesma, não são suficientes para atender às necessidades das culturas. Como consequência, nas adubações é o fósforo que entra em maiores proporções.

4.2.3 Potássio (K)

Os acúmulos máximos de potássio (K) foram de 103,0 kg ha-1 e 93,0 kg ha-1, respectivamente para os híbridos Rutênio e MY 2439, tendo a maior demanda deste elemento ocorrido no período de 28 a 49 DAT (Figura 4 A e B).

Figura 4 - Acúmulo de Potássio da parte vegetativa, fruto e total em melão amarelo, híbridos Rutênio (A) e MY 2439 (B). Baraúna-RN, 2017.

Provavelmente esse maior acúmulo é explicado pela redistribuição preferencial do nutriente das partes vegetativas (folhas e ramos) para o desenvolvimento reprodutivo da cultura (ALMEIDA et al., 2012). Além disso, o potássio, entre diversas outras funções, participa do transporte de açúcares, estando associado ao teor de sólidos solúveis no fruto (LESTER et al., 2010), o que aumenta a demanda metabólica por esse nutriente pelo fruto.

4.2.4 Cálcio (Ca)

O Cálcio (Ca) foi o nutriente acumulado em maior quantidade pelo híbrido MY 2439 e o terceiro no Rutênio. O acúmulo náximo foi de 80,80 kg ha-1 para o Rutênio e de 102,0 kg ha-1 para o MY 2349, aos 56 DAT. Dos 21 até os 49 DAT ocorreu à maior demanda por esse nutriente, sendo as taxas médias de acúmulos de 2,47 e 3,23 kg ha-1 dia, respectivamente para Rutênio e MY 2439 (Figura 5 A e B). Diferentemente do que foi verificado para os nutrientes citados anteriormente, o Ca apresentou maior acúmulo na parte vegetativa. Comportamento semelhante foi observado por Araújo et al., (2016) e Gurgel et al., (2008), que verificaram, respectivamente, 21 e 18% de cálcio na parte vegetativa em relação a parte aérea total. O padrão de distribuição do cálcio em favor da parte vegetativa é, portanto, resultado do fato de

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29

ele ser transportado quase que exclusivamente pelo xilema e conduzido principalmente pela corrente transpiratória (GRANGEIRO; CECÍLIO FILHO, 2005).

Figura 5 - Acúmulo de cálcio da parte vegetativa, fruto e total em melão amarelo, híbridos Rutênio (A) e MY 2439 (B). Baraúna-RN, 2017.

4.2.5 Magnésio (Mg)

Os acúmulos máximos de magnésio (Mg), pelos híbridos de melão Rutênio e MY 2439 foram respectivamente de 2,17 kg ha-¹ e 2,31 kg ha aos 56 DAS, observado na (figura 6 A e B). O período de maior acúmulo foi de 21 a 49 DAT, quando apresentaram taxa média de aproximadamente 0,07 kg hadia.

Figura 6 - Acúmulo de magnésio da parte vegetativa, fruto e total em melão amarelo, híbridos Rutênio (A) e MY 2439 (B). Baraúna-RN, 2017.

O Mg acumula-se preferencialmente nos órgãos vegetativos, devido o mesmo fazer parte da molécula de clorofila. Segundo Marschner (2012), dependendo do status de magnésio na planta, entre 6 a 25% do magnésio total estão ligado à molécula de clorofila, outros 5 a 10% estão firmemente ligados a pectatos, na parede celular, ou como sal solúvel, no vacúolo.

Além disso, o resultado corrobora com a hipótese de que o magnésio é um elemento de baixa mobilidade na planta, se acumulando no final da via xilemática que são as folhas (SILVA JÚNIOR et al., 2006).

4.2.6 Mangânes (Mn)

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O manganês (Mn) acumulou no híbrido MY 2439 cerca de 280 g ha, aos 56 DAT. No Rutênio, o máximo foi de 168,64 g ha (Figura 7 A e B). O acúmulo foi crescente até o final do ciclo, no entanto a maior demanda ocorreu no período de 21 aos 56 DAT no Rutênio, quando a taxa de acúmulo foi de 4,67 g ha-1diae no MY 2439, a maior demanda ocorreu de 21 aos 49 DAT com taxa média de 8,71 g ha

Figura 7 - Acúmulo de manganês da parte vegetativa, fruto e total em melão amarelo, híbridos Rutênio (A) e MY 2439 (B). Baraúna-RN, 2017.

Os valores obtidos no presente estudo corroboram com os observados por Oliveira et al (2016) em melão amarelo “Goldex”, onde o teor máximo observado foi de 250 g ha. A mobilidade limitada do Mn na planta pode ser a causa da maior concentração do mesmo nas folhas e ramos em detrimento da quantidade encontrada nos frutos. Além da baixa mobilidade, o manganês é um elemento importante no processo de fotossíntese, o que explicaria sua maior participação nos tecidos vegetativos da planta (TAIZ; ZEIGER, 2013).

Outros autores também constataram maiores quantidades de Mn na parte vegetativa (CHARLO 2008; MELO, 2011; ARAÚJO, 2017).

4.2.7 Zinco (Zn)

Como observar-se na figura 8, o acúmulo de zinco (Zn) atingiu máximos de 58,65 e 66,10 g ha-¹ aos 56 DAT, respectivamente para o híbrido Rutênio e MY 2439 (Figura 8 A e B). As taxas máximas de acúmulo foram de 1,56 g ha-¹ dia-¹ (Rutênio) e 2,13 g ha-¹ dia-¹ (MY 2439) obtidos no período de 28 aos 49 DAT.

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Figura 8 - Acúmulo de zinco da parte vegetativa, fruto e total em melão amarelo, híbridos Rutênio (A) e MY 2439 (B). Baraúna-RN, 2017.

Os frutos provavelmente requerem o zinco em maior quantidade em relação à parte vegetativa devido ao mesmo ser utilizado na síntese de proteínas, tanto nos frutos quanto nas sementes (TAIZ; ZEIGER, 2013). Kano et al (2010) constataram resultados semelhantes, onde os frutos apresentaram teores mais elevados de Zn em relação à parte vegetativa.

Entretanto, os valores observados neste estudo foram muito inferiores aos observados por Oliveira et al (2016) que obtiveram 250 g ha-¹.

4.2.8 Ferro (Fe)

Para o ferro (Fe), os máximos acúmulos foram obtidos aos 56 DAT, sendo Rutênio e MY, respectivamente de 273,09 e 264,04 g ha-1. A taxa de acúmulo de Fe foi baixa nos primeiros 21 DAT, intensificando-se em seguida atingindo o máximo no período compreendido de 21 aos 49 DAT, no MY 2439 quando a taxa média foi de 8,15 g ha-1 dia-¹, e de 21 aos 56 DAT no Rutênio com taxa de 7,6 g ha-1 dia-¹ (Figura 9 A e B).

Figura 9 - Acúmulo de ferro da parte vegetativa, fruto e total em melão amarelo, híbridos Rutênio (E) e MY 2439 (F). Baraúna-RN, 2017.

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Esse maior acúmulo de Fe na parte vegetativa pode ser devido à baixa mobilidade no nutriente na planta e à sua participação no processo fotossintético, atuando na síntese de clorofila (TAIZ; ZEIGER, 2013). Oliveira et al (2016) trabalhando com meloeiro “Goldex”

conseguiram resultados semelhantes em relação ao maior acúmulo de ferro na parte vegetativa das plantas, entretanto, em relação à quantidade, foram observados valores significativamente maiores que os analisados neste estudo, provavelmente devido a uma maior disponibilidade do elemento.

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5 CONCLUSÕES

Os híbridos de melão Rutênio e MY 2439 apresentaram crescimento lento até 21 DAT intensificando-se, então, até o final do ciclo.

O máximo acúmulo diário de nutrientes ocorreu no período de plena frutificação e maturação dos frutos (28 a 49 DAT)

A ordem dos macronutrientes acumulados foi para o Rutênio K > N > Ca > P > Mg e no MY 2439 Ca > K > N > P > Mg .

A ordem dos micronutrientes acumulados foi para o Rutênio Fe > Mn > Zn e para MY 2439 Mn > Fe > Zn.

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REFERÊNCIAS

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