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INTRODUÇÃO (capitulo 1)

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INTRODUÇÃO (capitulo 1)

 A microeconomia estuda a forma como as pessoas escolhem em condições de escassez. Mesmo quando os recursos materiais são abundantes outros recursos não o são. Por exemplo o tempo é um recurso escasso bem como o dinheiro, embora importantes não são os únicos.

Análise economiaeconomia normativa: Deve-se ou não fazer tendo em conta os valores

Economia positiva é o estudo positivo daquilo que nos interessa, o impacto que tem

…uma leva à outra…

Hipótese céteris paribus: admitindo que nada se altera, mantendo-se o resto constante…

O que é um mercado?

É a afectação dos recursos através de trocas mutuamente vantajosas, que envolve compradores e vendedores obviamente de um bem ou serviço.

A PROCURA (D) E A OFERTA (S)(Capitulo 2)

 A análise da oferta e da procura constituirá a nossa ferramenta básica para analisar os resultados do mercado.

 É frequente que dois produtos idênticos sejam classificados como diferentes se apenas diferirem no que respeita ao tempo e ao local onde se encontram disponíveis.

Preço real de um produto: O seu preço em relação aos preços de todos os outros bens e serviços.

Curva da procura:

- Indica as quantidades que os compradores estão dispostos a comprar aos vários preços. A sua característica chave é o facto de ser decrescente.

-Lei da procura: quantidade procurada aumenta quando o preço desce, daí o seu declive negativo

No entanto é teoricamente possível que a curva da procura seja crescente embora estas excepções quase nunca se encontrem na prática.

Existem normalmente duas razões independentes que levam a que a quantidade procurada diminua quando os preços aumentam: o facto das pessoas terem tendência a procurar um substituto mais próximo, e a outra razão é o facto do seu poder de compra diminuir.

A curva da procura de um bem é o resumo dos vários cálculos custo/beneficio

A questão com que cada pessoa se depara é: “Será que devo comprar este produto” “Em que quantidade?”

A parcela referente ao custo é muito simplesmente o preço do produto, e a referente ao beneficio é a satisfação conferida pelo produto. O declive negativo da curva da procura indica-nos que o critério custo/benefício será satisfeito para um número cada vez mais reduzido de compradores potencias à medida que o preço do produto aumenta.

Curva da oferta:

A forma linear desta curva específica não constitui em geral uma característica das curvas da oferta. O que estas curvas tendem a ter em comum é o facto de serem sempre crescentes.

O declive positivo da curva da oferta reflecte o facto de a curto prazo os custos tenderem a subir quando os produtores expandem a produção.

Para que um produtor queira vender o seu produto é necessário que o seu preço cubra os respectivos custos de produção ou aquisição.

O custo de produzir unidades adicionais tende geralmente a aumentar à medida que são produzidas mais unidades, especialmente a curto prazo. Quando isto acontece o aumento da produção só será lucrativo a preços mais elevados.

Uma forma alternativa de descrever a curva da oferta consiste em designá-la por um conjunto de pares ordenados preço quantidade para os quais os fornecedores ficam satisfeitos. Qualquer ponto da curva da oferta representa a quantidade que os fornecedores querem vender dado o preço em causa, é claro que estes ficariam Contentes se conseguissem vender a um preço ainda mais alto que a sua oferta.

Quantidade e preço de equilíbrio:

Uma vez obtidas as curvas da oferta e da procura de um determinado bem podemos descrever a quantidade e o

preço de equilíbrio desse mesmo bem. Este será o par ordenado preço-quantidade que satisfaz quer os

compradores quer os vendedores. Ou seja será o par ordenado preço-quantidade onde as curvas da oferta e da

procura se interceptam.

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A intercepção das curvas da oferta e da procura determina o par ordenado quantidade-preço que satisfaz todos os intervenientes no mercado: àquele preço os compradores compram a quantidade que desejavam comprar e os venderes vendem a quantidade que desejavam vender.

Quando o preço ultrapassa o nível de equilíbrio regista-se um excesso de oferta ou excedente. Com um preço inferior ao nível de equilíbrio verifica-se um excesso de procura ou escassez.

Exceptuando o par ordenado referente ao equilíbrio preço-quantidade um dos lados do mercado está sempre insatisfeito em qualquer outro ponto da curva. O primeiro impulso de um vendedor insatisfeito é o de reduzir o preço. A pressão descendente sobre o preço manter-se-á enquanto existirem vendedores insatisfeitos.

Uma característica extraordinária deste processo de equilíbrio é o facto de ninguém a dirigir ou planear. Os fornecedores que querem expandir as respectivas operações têm que escolher entre um leque vasto de opções em termos de equipamentos, os compradores por sua vez são confrontados por um milhares de hipóteses de como gastar o seu dinheiro.

Algumas propriedades do bem-estar do equilíbrio:

Dados os atributos – gostos, capacidades conhecimentos rendimentos… - os compradores e dos vendedores o resultado de equilíbrio tem algumas características. Nenhum ajustamento poderia melhorar a posição de algumas pessoas sem lesar no mínimo outras. Contudo se o preço e a quantidade assumirem qualquer valor diferente dos respectivos valores de equilíbrio será sempre possível proceder a uma reafectação de modo a beneficiar algumas pessoas sem lesar outras.

Os mercados Livres e os pobres:

Todos os mercados podem estar em equilíbrio perfeito continuando no entanto a existir pessoas que não dispõem de um rendimento suficiente para suprimir as necessidades básicas da vida. A preocupação com o bem-estar dos pobres leva a maior parte das sociedades a tentar alterar os resultados do mercado. Uma compreensão mais completa dos mecanismos de mercado permitiria evitar muitas das consequências mais penosas da nossa abordagem actual.

 Funções de Racionamento e afectação dos preços:

Os preços servem duas funções importantes e distintas. Em primeiro lugar Permitem racionar a oferta disponível de produtos. A escassez é uma característica universal da vida económica. As pessoas querem mais de quase tudo o que seja fornecido a preço zero. Os preços de equilíbrio servem para refrear estas pretensões excessivas racionado uma oferta escassa e atribuindo-a aos utilizadores que mais a valorizam. Esta é denominada função de racionamento de preços.

A 2º função do preço é actuar como um sinal destinado a orientar os recursos de produção entre os diferentes sectores da economia. Nas indústrias em que existia um excesso de procura as empresas podem cobrar mais do que necessitam para cobris os seus custos de produção. Os lucros resultantes actuam como um isco que atrai recursos adicionais a estas indústrias. O reverso desta medalha é o facto de as perdas agirem como algo que afasta os recursos das indústrias em que se verifica um excesso de oferta. Esta é chamada função de afectação dos preços.

 Determinantes da procura:

Rendimentos, preferências dos consumidores, preços dos substitutos e dos complementares, expectativas, a população, clima

 Determinantes da oferta:

Tecnologia, preços dos factores produtivos, número de fornecedores, expectativas, clima.

 Um aumento na procura conduzirá a um aumento quer no preço quer na quantidade de equilíbrio

 Uma redução na procura conduzirá a uma redução quer no preço quer na quantidade de equilíbrio

 Um aumento na oferta conduzirá a uma redução no preço de equilíbrio e a um aumento na quantidade de Equilíbrio

 Uma redução na oferta conduzirá a um aumento no preço de equilíbrio e a uma redução na quantidade de equilíbrio.

 Álgebra da oferta e da procura:

Para determinar os valores numéricos será mais conveniente calcular algebricamente os preços e as quantidades

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de equilíbrio. Suponhamos por exemplo que a representação da curva da oferta de um produto é dado pela expressão:

P= 2+3Qs

Sendo a curva da procura traduzida pela expressão: P=10-Qp

Sabemos que em equilíbrio Qs=Qp podemos então igualar as duas funções e resolver: 2+3Qs = 10-Qp O que dá Q= 2, substituindo numa das duas equações obtemos o preço que neste caso é P= 8.

Impostos:

A análise da oferta e da procura constitui também uma ferramenta útil para estudar os efeitos dos diversos impostos.

De que forma serão o preço e a quantidade de equilíbrio de um produto afectados se for aplicado um imposto T= 10 a cada unidade vendida pelo produtor? Existem duas formas de abordas esta questão

 A primeira parte do principio que o imposto é cobrado ao vendedor: ao preço Po=25, os vendedores estão dispostos a oferecer Qo unidades de produto. Se fosse aplicado um imposto T=10 aos vendedores, o preço de mercado teria de passar a ser Po+10 =35, para que estes conseguissem o pagamento líquido que obtinham quando o preço era Po=25. Então a um preço de 35 os produtores oferecem a mesma quantidade de produto que ofereciam ao preço de 25. a curva da oferta após o imposto é a curva da oferta original descolada acima T=10unidades(neste caso).

Mesmo que o vendedor pague um imposto T sobre cada unidade vendida o valor total que o mesmo recebe por unidade situa-se a menos T unidades abaixo do anterior preço de equilíbrio.

Algebricamente a quota de imposto do vendedor representada por Tv é a redução no preço que este recebe dividida pelo imposto: Tv= ( P*-(P*1-T))/(T), . Da mesma forma a quota de imposto do comprador Tc é o aumento do preço (incluindo o imposto) dividido pelo imposto: Tc = (P*1 –P*)/(T).

Em geral Tc e Tv dependerão da forma das curvas da oferta e da procura. O imposto vai afectar mais profundamente o lado do mercado com menos possibilidades de fugir ao mesmo. Se bem que a curva da oferta tenha um declive positivo e o da procura negativo tanto Tv e Tc serão positivos.

A segunda forma de analisar o efeito de um imposto T=10 por unidade de produto consiste em imaginar que o imposto é cobrado directamente ao comprador e analisar a forma como a curva da procura deste produto será afectada. a um determinado preço os compradores procurariam uma determinada quantidade. Após a aplicação do imposto o valor total que os compradores seriam obrigados a pagar se o preço do produto fosse P1, seria P1+T. Consequentemente a quantidade procurada diminuiria. Assim podemos calcular a quantidade procurada para qualquer preço após a aplicação do imposto.

Será o efeito de um imposto aplicado ao vendedor diferente do efeito de um imposto aplicado ao comprador?

Não de forma alguma. O preço recebido pelos vendedores (líquido de imposto) o preço pago pelos compradores (incluindo o imposto) e a quantidade de equilíbrio serão os mesmos quer o imposto seja cobrado aos vendedores quer seja cobrado aos compradores.

OPÇÃO RACIONAL DO CONSUMIDOR (capitulo 3)

A escolha racional do consumidor está subjacente a todas as decisões individuais de compra que por sua vez se adicionam para constituir as curvas de procura estudadas no capítulo anterior.

A teoria da escolha racional começa por admitir o pressuposto de que os consumidores entram no mercado com preferências bem definidas. Considerando os preços como um dado adquirido a sua tarefa é afectar os rendimentos da forma que melhor servir as suas preferências. Para o desempenho desta tarefa são necessários dois passos: o primeiro é descrever as várias combinações de bens que o consumidor pode comprar (que dependem do nível de rendimento do consumidor e do preço dos bens, o segundo passo é escolher de entre as combinações possíveis aquela que se prefere a todas as outras.

O conjunto de possibilidades do consumidor ou a restrição orçamental:

Para simplificar vamos considerar um mundo com apenas dois bens: alimentação e habitação. Um cabaz de

bens é o termo utilizado para descrever uma combinação especial de bens alimentares (medido em libras por

semana) e habitação (medido em jardas quadradasyd^2). De uma forma geral e para facilitar a representação

de dois cabazes A e B (So, Fo). Por convenção o primeiro algarismo do par em qualquer cabaz representa o

bem medido ao longo do eixo horizontal.

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Cabaz é uma combinação específica de bens.

As unidades dos eixos são fluxos ou seja quantidades físicas por unidade de tempo – libras por semana e jardas quadradas por semana.

Restrição orçamental o conjunto de todos os cabazes acessíveis dados o rendimento e o preço, também conhecido por conjunto de possibilidades de consumo.

Suponha que o rendimento de um dado consumidor é de M = 100dólares/semana e que este é gasto numa qualquer combinação de alimentação e habitação, e que os preços de habitação Ps= 5 e alimentação Pf= 10.

 Se o consumidor gastasse todo o seu rendimento em habitação poderia comprar M/Ps=100 / 5 = 20 ou seja poderia comprar o cabaz que inclui 20ydê de habitação e 0 de alimentação (20,0). E vice versa.

 O declive de uma linha recta é a sua altura sobre o seu comprimento (a variação na posição vertical dividida pela variação correspondente na posição horizontal). Em termos absolutos este declive é o custo de oportunidade de uma unidade adicional de habitação—o número de unidades de alimentação que tem de ser sacrificado para comprar uma unidade adicional de habitação aos preços de mercado. Então a forma geral para a obtenção do declive da restrição orçamental será: (M/Ps)/(M/Pf)=Ps/Pf, que é simplesmente o simétrico do quociente dos dois bens. Dados os preços dos bens, esta será a taxa à qual se pode trocar alimentação por habitação.

Para alem de poder comprar qualquer dos cabazes que estão ao longo da restrição orçamental o consumidor poderá comprar também qualquer dos cabazes que estão dentro do triângulo orçamental.

Os cabazes que ficam fora do triângulo orçamental são chamados impossíveis ou indisponíveis.

Se F e S indicam respectivamente as quantidades de habitação e alimentação então a restrição orçamental deverá satisfazer a seguinte equação: PsS + PfF = M, o que significa simplesmente que a despesa semanal do consumidor em habitação e alimentação tem de igualar o seu rendimento semanal.

Para expressar a restrição orçamental da forma convencionalmente utilizada para traduzir uma linha recta, resolve-se a equação para F em termos de S do que resulta: F= (M/Pf)-(Ps/Pf x S). Esta equação é outra forma de ver que a intercepção vertical da restrição orçamental é dada por M/Pf e o seu declive por –(Ps/Pf).

 Alterações na restrição orçamental devido a alterações no preço ou no rendimento.

Alterações de preço O declive e a posição da restrição orçamental são totalmente definidas pelo rendimento do consumidor e pelo preço dos bens em questão. Se qualquer destes valores se alterar teremos uma nova restrição orçamental. Quando o preço da habitação sobe a ordenada na origem da restrição orçamental mantém- se inalterada. A restrição orçamental original roda em torno desta intercepção. Apesar do preço da alimentação não ter sido alterado a nova restrição orçamental diminui não só a quantidade de habitação que o consumidor pode comprar como também a quantidade de alimentação.

 Se se verificar uma descida do preço por exemplo da habitação, a intercepção vertical da restrição orçamental mostra-se inalterável. Desta vez a restrição orçamental roda para fora. Embora o preço da alimentação permaneça inalterado a nova restrição orçamental permite ao consumidor comprar cabazes que contenham não só mais habitação como também mais alimentação do que os que poderia comprar com a restrição orçamental original.

 Se o preço da alimentação é alterado a restrição orçamental roda em torno da sua intercepção horizontal.

Apesar do rendimento e o preço de habitação permanecerem intactos a nova restrição orçamental afecta não só a quantidade de alimentação que o consumidor pode comprar como também a quantidade de habitação

 Quando varia o preço de apenas um dos bens altera-se obrigatoriamente o declive da restrição orçamental O declive de uma restrição orçamental apenas nos informa sobre preços relativos e não sobre o nível dos preços em termos absolutos.

Alterações de rendimento o efeito de uma alteração de rendimentos é exactamente o mesmo efeito de uma

alteração proporcionalmente igual em todos os preços. Ou seja a redução do rendimento a metade é

exactamente igual ao aumento dos preços para o dobro. Qualquer destas duas alterações origina exactamente a

mesma restrição orçamental.

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 Um aumento do rendimento desloca a restrição orçamental paralelamente para fora. Tal como acontece no caso da redução do rendimento o declive da restrição orçamental não se altera.

Se a restrição orçamental se mantiver a decisão deverá ser a mesma?

Mesmo sem sabermos nada sobre as preferências do consumidor podemos utilizar informações relativas ao seu orçamento para prever o comportamento de um consumidor racional. Supúnhamos que os gostos do consumidor não se alteram ao longo do tempo e que ele se confronta precisamente com a mesma restrição orçamental em duas situações diferentes. Se ele agir de forma racional a sua escolha deverá ser exactamente a mesma em ambos os casos, contudo nem sempre é tão evidente o facto das restrições orçamentais serem realmente as mesmas.

Um roubo de 20 dólares de gasolina tem exactamente o mesmo efeito que a perda de 20 dólares em dinheiro. O cabaz escolhido devia portanto ser o mesmo independentemente da fonte de prejuízo.

Embora o modelo de escolha racional torne claro que as decisões devem ser as mesmas se a restrição orçamental e as preferências também forem as mesmas por vezes as pessoas escolhem de maneira diferente.

A restrição orçamental sintetiza as combinações de cabazes que o consumidor pode comprar. A sua posição é determinada conjuntamente pelo rendimento e pelos preços. Compete ao consumidor escolher de entre o Conjunto de cabazes possíveis aqueles de que mais gosta. Para identificar esse cabaz precisamos de arranjar formas de resumir as preferências do consumidor sobre todos os possíveis cabazes que este pode consumir.

 Preferências do consumidor:

Ordenação de preferências um esquema pelo qual o consumidor classifica todos os cabazes possíveis por ordem de preferência.

 Propriedades simples para a ordenação de preferências (4):

- Relação completa: uma ordem de preferências é completa se permite ao consumidor ordenar todas as combinações possíveis de bens e serviços.

- Transitividade: dizer que uma ordem de preferências é transitiva significa que relativamente a 3 cabazes A B C se o consumidor prefere A a B e B a C então gostará ,aos de A do que de C.

- “Quanto mais melhor” – quando tudo o resto se mantém constante, uma maior quantidade desse bem é melhor do que uma menor quantidade desse mesmo bem.

 Curvas de indiferença:

Definição: é um conjunto de cabazes indiferentes para o consumidor, ou seja um conjunto de cabazes, todos eles indiferentes ao cabaz original e consequentemente também indiferentes uns aos outros. Qualquer cabaz Que se situe acima da curva de indiferença é preferido a qualquer outro situado sobre a mesma. Qualquer cabaz localizado na curva de indiferença é preferido a qualquer outro situado abaixo da curva de indiferença.

Mapa de diferença Conjunto completo de curvas de indiferença de um consumidor. É utilizado como resumo gráfico da sua ordenação de preferências, e mostra-nos uma descrição completa das preferências do consumidor.

Uma importante propriedade das preferências do consumidor é a taxa à qual ele está disposto a trocar um bem por outro. Esta propriedade é representada em qualquer ponto da curva de indiferença pela taxa marginal de substituição. Que é definida como o valor absoluto do declive da curva de indiferença nesse ponto.

Taxa marginal de substituição em qualquer ponto da curva de indiferença é definida como o valor absoluto do declive da curva de indiferença nesse ponto. É a quantidade de alimentação que o consumidor tem que receber como compensação pela perda de uma unidade de habitação. Ou seja a taxa á qual o consumidor deseja trocar o bem medido ao longo do eixo vertical pelo bem medido ao longo da linha horizontal é igual ao valor absoluto do declive da curva de indiferença.

Se tirarmos V Fa (pequena variação da quantidade de alimentação no ponto A) unidades de alimentação ao consumidor no ponto A temos de lhe dar VSa unidades adicionais de habitação para o deixarmos tão satisfeito como anteriormente.

Enquanto que o declive da restrição orçamental nos indica a taxa à qual podemos substituir alimentação por

habitação sem alterar a despesa total, a TMS indica-nos a taxa à qual podemos substituir alimentação por

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habitação sem alterarmos a satisfação total. Por outras palavras o declive da restrição orçamental constitui o custo marginal de habitação em termos de alimentação ao passo que a TMS é o benefício marginal de habitação em termos de alimentação.

- Taxa marginal de substituição decrescente: esta hipótese estabelece que ao longo de qualquer curva de indiferença, quanta mais alimentação o consumidor possuir tanto maior vontade terá de renunciar à mesma para obter unidades adicionais de habitação.

Intuitivamente o decréscimo da TMS significa que os consumidores gostam de variar.

O melhor dos cabazes possíveis:

O mapa de indiferença indica-nos como os vários cabazes possíveis são classificados por ordem de preferência.

A restrição orçamental por sua vez mostra-nos quais os cabazes acessíveis. A tarefa do consumidor consiste em juntar os dois factores e escolher dos cabazes disponíveis o preferido.

O melhor que o consumidor pode fazer é optar pelo cabaz da restrição orçamental situada na curva de indiferença mais alta. Ou seja o cabaz que fica na tangente entre a curva de indiferença e a restrição orçamental.

A taxa marginal de substituição é exactamente a mesma que o valor absoluto do declive da restrição orçamental sempre que o cabaz preferido se localizar num ponto de tangencia. A condição que deverá ser satisfeita nesses casos é portanto: TMS= (Ps)/(Pf).

O lado direito da equação representa o custo de oportunidade de habitação em termos de alimentação. Assim se Ps= 5 dólares/yd^2 e Pf =10 dólares /lb, o custo de oportunidade de uma yd^2 adicional de habitação é de ½ lb de alimentação, ou seja o valor absoluto do declive da curva de indiferença no ponto de tangencia. Esta é a quantidade adicional de alimentação que o consumidor deve receber como compensação pela perda de 1yd^2 de habitação.

Se o consumidor estivesse num cabaz da linha do orçamento para o qual as duas inclinações não fossem as mesmas ser-lhe-ia sempre possível comprar um cabaz melhor.

Solução de canto: o caso em que numa escolha entre dois bens o consumidor não consome um desses bens.

Quando a MRS de alimentação por habitação é sempre menos que o declive da restrição orçamental o melhor para o consumidor é gastar todo o seu rendimento em alimentação.

Curvas de indiferença que não são pronunciadamente convexas são características de bens facilmente substituíveis por outros.

 Abordagem da função utilidade à escolha do consumidor.

Função utilidade uma fórmula que permite obter um número que representa a satisfação proporcionada por um dado cabaz de bens.

A determinação da curva da indiferença mais alta que se pode atingir numa restrição orçamental é apenas uma das formas que os economistas encontraram para analisar o problema da escolha do consumidor. Existe uma segunda abordagem com muitas aplicações que também se revelou útil. Nesta abordagem representamos as preferências do consumidor não através de um mapa de indiferença mas como uma função utilidade.

Suponha que o Pedro consome apenas alimento e habitação e que a sua função utilidade é dada por

U (F, S)= FS, sendo F o numero de libras de alimentação, S o numero de Yd^2 de habitação que consome por semana e U a sua satisfação, avaliada em unidades de utilidade por semana. Se F = 4 e S =, Pedro recebe 12 unidades de utilidade por semana.

Na linguagem utilizada nas funções de utilidade uma curva de indiferença representa todas as combinações de F e S que indicam o mesmo nível de utilidade. Suponha que observamos uma curva de indiferença que corresponde a 1 unidade ou seja as combinações de cabazes para os quais FS= 1. Resolvendo esta equação em S temos: S=1/F, que é a curva de indiferença denominada U=1. A curva de indiferença que corresponde a 2 unidades de utilidade é gerada através da resolução FS=2 para obter S=2/F. De uma forma mais geral obtemos a curva de indiferença que corresponde a um nível de utilidade de Uo resolvendo FS=Uo para obter S=Uo/F.

Na abordagem da curva da indiferença o melhor cabaz possível é aquele que na restrição orçamental se situa na

curva de indiferença mais elevada. Do mesmo modo o melhor cabaz na perspectiva de utilidade é aquele que na

restrição orçamental proporciona o maior nível de utilidade. Assim o melhor cabaz possível situa-se no ponto

de tangencia entre a curva de indiferença e a restrição orçamental. No cabaz óptimo o declive da curva de

indiferença ou TMS iguala o declive da curva da restrição orçamental. Suponha que alimentação e habitação

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são os nossos bens e Pf Ps os seus preços. Se Vs/Vf indica o declive da curva de indiferença mais elevada no ponto do cabaz óptimo a condição de tangencia diz que Vs/Vf=Pf/Ps. Qual será a situação semelhante na perspectiva da utilidade?

Utilidade marginal: de um bem é a taxa à qual a utilidade total se altera com o consumo desse mesmo bem. Por exemplo é a taxa à qual a utilidade total se altera quando variam as quantidades de alimentação. e habitação.

(UMf/UMs)=(Ps/Pf) é a condição que na abordagem da função utilidade é equivalente à condição TMS=

PS/PF

(UMf/Pf)=(UMs/Ps) Indica-nos que o quociente da utilidade marginal pelo preço deve ser o mesmo para todos os bens mo cabaz óptimo

PROCURA INDIVIDUAL E DE MERCADO (capitulo 4)

Neste capitulo vamos ver como é que a restrição orçamental afecta as decisões de compra. Empregaremos o modelo da escolha racional para gerar curvas da procura do consumidor individual para um produto e aplicaremos também o modelo na construção de relações que resumam a forma como a procura individual varia com o rendimento.

A variação do preço pode ser decomposto em dois efeitos separados: 1- o efeito substituição assinala a variação na quantidade procurada que resulta do facto de a variação no preço fazer com que os bens substitutos pareçam mais ao menos atraentes, 2 – o efeito rendimento que indica a alteração na quantidade procurada resultante da variação do poder de compra causado por sua vez pela variação do preço.

 Efeitos da variação no preço

- Curva de preço – consumo (PCC): mantendo constantes o rendimento e o preço de Y a PCC de um bem X é o conjunto dos cabazes óptimos determinados num mapa de indiferença quando o preço de X varia.

Suponhamos que desejamos elaborar um esquema de procura de um bem (habitação), mas apenas para um único consumidor. Mantendo constantes os rendimentos, as preferências e os preços de todos os outros bens, de que forma é que uma variação no preço de habitação poderá afectar a quantidade de habitação que o consumidor compra?

Sempre que o preço da habitação decresce a restrição orçamental roda para fora, permitindo ao consumidor Adquirir não apenas mais uma quantidade de habitação mas também uma maior quantidade de bem compósito.

Sempre que o preço da habitação diminui o consumidor escolhe um cabaz que contenha mais quantidade de habitação do que a incluída no cabaz que tinha escolhido anteriormente. Note-se contudo que a quantia de dinheiro gasta no bem compósito pode aumentar ou diminuir quando preço da habitação desce.

 Curva da procura do consumidor individual: Uma curva da procura do consumidor individual é semelhante a uma curva da procura do mercado pois indica as quantidades que o consumidor compra a vários preços. A curva da procura individual é a relação que indica a quantidade que o consumidor está disposto a adquirir a diferentes preços. Assim com os pares de preço-quantidade em número suficiente construímos a curva da procura individual. Repare que ao deslocarmo-nos da PCC para a curva de procura individual nos movemos de uma representação gráfica na qual ambos os eixos medem quantidades para outra em que o preço é evidenciado em relação à quantidade.

 Efeitos das alterações no rendimento:

Curva de rendimento – consumo (ICC): Mantendo constantes os preços X e Y a ICC de um bem X constitui o conjunto de cabazes óptimos traçado num mapa de indiferença em função de variação do rendimento.

Aqui mantemos constantes as preferências e os preços relativos e determinamos os efeitos das alterações no rendimento. Quando o rendimento aumenta a restrição orçamental desloca-se paralelamente para fora.

Mantendo constantes as preferências e os preços relativos, a ICC indica a forma como essas alterações no rendimento afectam o consumo. Trata-se do conjunto de todas as tangências a medida que a linha do orçamento se desloca para fora.

 Bens inferiores e bens normais:

Bem normal: a quantidade procurada aumenta com o rendimento, ou seja é crescente

Bem inferior: aqui a curva tem o declive negativo, à medida que o rendimento do consumidor aumenta, este

está mais disposto a deixar de comprar um determinado bem para comprar outro com preço mais caro, por

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Exemplo deixar de comprar hambúrgueres para comprar lombo.

O bem inferior típico é aquele para qual existem vários bens substitutos preferidos embora mais caros.

 Efeitos rendimento e substituição de uma variação no preço:

Um dos efeitos do aumento do preço será tornar os bens estritamente substitutos de outro bem muito mais atraentes do que anteriormente. Por exemplo quando o preço do arroz sobe o trigo torna-se mais atraente. Este é o efeito de substituição de um aumento no preço.

O segundo efeito de um aumento no preço será a redução do poder de compra do consumidor.

O efeito global de um aumento de preço é a soma dos efeitos de substituição e rendimento. O efeito substituição origina sempre uma variação da quantidade comprada na direcção inversa da variação no preço – quando o preço sobe a quantidade procurada desce, pelo contrário quando o preço baixa a quantidade procurada aumenta.

A direcção do efeito rendimento depende do facto de se tratar de um bem normal ou inferior. Para bens normais o efeito rendimento desloca-se na mesma direcção que o efeito substituição – quando o preço sobe (desce), a descida (subida) do poder de compra faz com que a quantidade procurada desça (suba). Para bens inferiores pelo contrário os efeitos rendimento e substituição funcionam no sentido oposto.

No caso dos consumidores cujas curvas de indiferença apresentem a forma convexa convencional, o efeito substituição de um aumento no preço será sempre a redução no consumo do bem cujo preço foi aumentado.

Contrariamente ao que se passa no caso de um bem normal o efeito rendimento neutraliza o efeito substituição no caso de um bem inferior.

Para bens complementares o efeito substituição de um aumento do preço é igual a zero. O efeito rendimento e o global são exactamente os mesmos.

 Reacção do consumidor a variações no preço:

O efeito global de uma variação no preço é pouco significativo quando: 1- o cabaz de equilíbrio original se Situa perto da intercepção vertical da restrição orçamental, 2- as curvas de indiferença têm a forma aproximada de um Ângulo recto. O primeiro factor faz com que o rendimento seja pequeno o segundo faz com que o efeito Substituição seja também reduzido.

Se um bem for tão inferior que o efeito rendimento de um aumento no preço domine o efeito de substituição, a curva da procura terá um declive negativo.

 Três categorias de elasticidade preço:

Em relação ao preço a procura de um bem será elástica se a respectiva elasticidade for inferior a 1, rígida se a elasticidade preço for superior a 1, e unitária se a elasticidade preço for igual a 1.

 Elasticidade preço da procura:

Variação percentual na quantidade de um bem que resulta da variação de 1% no respectivo preço.

A elasticidade preço da procura é sempre negativa ou zero porque as variações no preço deslocam-se sempre na direcção oposta das alterações na quantidade procurada.

Seja P o preço corrente de um bem e Q a quantidade procurada a esse preço, e VQ a alteração na quantidade procurada que ocorre em reacção a uma pequena variação no preço VP. A elasticidade preço da procura ao preço e quantidades correntes será dada pela seguinte equação: E = (VQ/Q)/ (VP/P), em que o numerador representa a variação proporcional da quantidade, o denominador é a variação proporcional no preço.

 Interpretação geométrica da elasticidade preço:

Outra forma de expressar a elasticidade é: E = (VQ/VP) x (P/Q) - E= P/Q x 1/declive

O declive de uma curva de procura linear é constante em todos os pontos. O quociente do preço pela quantidade pelo contrário toma um valor diferente em qualquer ponto ao longo da curva de procura. À medida que nos aproximamos da intercepção vertical esta aproxima-se do infinito. Decresce continuadamente se nos deslocarmos para baixo ao longo da curva da procura, atingindo finalmente o valor zero na intercepção horizontal.

Quanto mais inclinada for a curva da procura tanto mais elástica será a procura em qualquer dos seus pontos.

Curva perfeitamente elásticas: a elasticidade preço da curva da procura é igual a – infinito em qualquer ponto Curva perfeitamente rígida: a elasticidade preço da curva da procura é igual a 0 em qualquer ponto

 Propriedade de independência das unidades de medida da elasticidade: A elasticidade preço em qualquer

ponto é completamente independente das unidades de medida.

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 Uma redução no preço aumenta a receita total se e só se o valor absoluto da elasticidade preço for superior a 1. Um aumento no preço aumenta a receita total se e só se o valor absoluto da elasticidade preço da procura for inferior a 1.

Determinantes da elasticidade preço da procura:

Quais os factores que determinam a dimensão da elasticidade preço da procura de um produto?

- Possibilidades de substituição: o efeito substituição de uma variação no preço tenderá a ser pouco significativo para bens para os quais não existam substitutos próximos. O valor absoluto da elasticidade aumenta se existirem substitutos atraentes disponíveis.

- Quota no orçamento: quanto maior for a quota relativa do produto na despesa total mais importante será o efeito rendimento de uma alteração no preço. Quanto menor for a quota na despesa total de um bem menos, elástica será a procura respectiva.

- Direcção do efeito rendimento: um factor intimamente ligado à quota no orçamento é a direcção do respectivo efeito rendimento. Enquanto a quota do orçamento nos indica se o efeito rendimento de uma variação no preço tende a ser menor ou maior, a direcção do efeito rendimento determina se este ira anular ou reforçar o efeito substituição. Assim se tudo o resto for constante um bem normal tenderá a ter uma elasticidade preço mais alta do que um bem inferior, porque o efeito rendimento reforça o efeito substituição para um bem normal mas neutraliza-o se tratar de um bem inferior.

- Tempo

A curva da procura no longo prazo é mais elástica do que a curva da procura no curto prazo. Quanto mais tempo

as pessoas têm mais facilmente podem mudar para os produtos substitutos. Os efeitos das alterações da oferta sobre o preço são sempre mais extremos no curto do que no longo prazo.

 Dependência da procura do mercado do rendimento:

Uma vez que a curva da procura do mercado é a soma horizontal das curvas de procura individual, esta será também naturalmente influenciada pelos rendimentos dos consumidores.

Elasticidade rendimento da procura; a variação percentual na quantidade procurada de um bem que resulta de uma alteração no rendimento de 1%. Ao nível de mercado as curvas de Engel são funções que indicam quais as quantidades que serão procuradas a vários níveis de rendimento médio.

Se um bem exibe uma curva de Engel estável, podemos então definir a sua elasticidade rendimento da procura, como uma medida formal que avalia a reacção das quantidades compradas a variações no rendimento médio do mercado e é-nos dada por uma fórmula análoga à da elasticidade preço: E =(VQ/Q)/(VY/Y), em que Y indica o rendimento médio de mercado e VY representa uma pequena variação.

Bens de 1º necessidade: bens como a alimentação para os quais uma alteração no rendimento produz uma alteração menos do que proporcional na quantidade procurada a qualquer preço, têm uma elasticidade rendimento inferior a 1, a respectiva elasticidade rendimento situa-se entre 0 < E<1.

Bens de luxo; são aqueles para os quais E> 1.

Os bens inferiores são aqueles E <0. Os bens para os quais E=1 terão curvas de engel com a forma linear através da origem.

A fórmula da elasticidade rendimento pode também ser representada da seguinte forma: E= (Y/Q)x(VQ/VY), o primeiro factor constitui o quociente do rendimento pela quantidade num ponto da curva de engel. É o declive da linha que passa pela origem e por esse ponto.

 Elasticidade preço cruzada da procura: A variação na quantidade percentual procurada de um bem que resulta da alteração de 1% no preço de outro bem.

A quantidade de um bem comprado no mercado depende não apenas do respectivo preço e do rendimento do consumidor como também dos preços dos bens relacionados com este. Para quaisquer dois bens X e Z a elasticidade preço cruzada da procura pode ser definida da seguinte forma: Exz= (VQX/QX)/(VPZ/PZ).

Em que VQX representa uma pequena variação em Qx, a quantidade de X, e VPz constitui uma pequena alteração em Pz. Exz avalia a forma como a quantidade procurada de X reage a uma pequena variação no preço de Z.

A elasticidade cruzada poderá ser positiva ou negativa. X e Z definem-se como bens complementares se Exz

<0, estes chamam-se bens substitutos.

(10)

EXPLICAÇÃO DOS GOSTOS, A IMPORTÂNCIA DO ALTRUÍSMO E DE OUTROS COMPORTAMENTOS NÃO EGOÍSTAS:

O modelo de interesse próprio ignora o facto de que a maior parte das pessoas prossegue uma variedade de objectivos que parecem em conflito com o interesse em si mesmo.

- O papel estratégico das preferências:

(falta acabar)

LIMITAÇOES COGNITIVAS E COMPORTAMENTOS DO CONSUMIDOR (capitulo 8):

O modelo de escolha que vimos tem limitações. Vamos analisar um comportamento irracional de uma espécie de comportamento diferente, resultante da incapacidade de ver claramente qual a melhor maneira de se atingir um resultado desejado. Os modelos comportamentais não têm carácter normativo. Dizem por exemplo que frequentemente temos tendência a ignorar os custos afundados, não os devemos ignorar.

 Racionalidade limitada:

Herbert Simon, foi o primeiro a convencer os economistas de que os seres humanos são incapazes de se comportar como os seres racionais descritos nos modelos convencionais da escolha racional. E segundo este contentamo-nos em satisfazer e não em maximizar a nossa utilidade. Posteriormente outros economistas escreverem e defenderam que as pessoas têm tendência a ter comportamentos irracionais, o que claro contraria a teoria da escolha racional.

 Função de valor assimétrica:

As pessoas parecem ponderar cada acontecimento separadamente e dão muito menos importância ao ganho do que à perda. Obviamente que no modelo racional tal situação não pode acontecer.

Kahneman e Tversky propõem que as pessoas não avaliam as alternativas com uma função de utilidade convencional, mas em vez disso, com uma função de valor que se define nas alterações de riqueza, esta função é mais inclinada nas perdas no que nos ganhos, mais convoca mos ganhos e convexa nas perdas.

 Custos afundados:

Outro princípio básico do modelo da escolha racional é o de que os custos afundados deveriam ser ignorados quando se tomam decisões, no entanto na pratica as pessoas mostram tendência para não os ignorarem.

 Custos monetários versus custos de oportunidade:

As despesas monetárias são consideradas perdas e, os custos de oportunidades como ganhos perdidos.

 Quadro Hedonista:

- Segregação dos ganhos: uma pessoa que ganhe 2 bilhetes de lotaria: um no valor de 25€ e outro no valor de 50€, fica mais feliz se recebesse apenas um único bilhete no valor de 75€

- Combinação das perdas: a forma convexa da função de valor no domínio das perdas implica que duas perdas separadas se tornam menos dolorosas se ambas forem combinadas numa única perda maior.

- Compensação de uma pequena perda por um ganho maior: o maior declive da função de valor no domínio das perdas pode ser evitado sempre que uma perda se combinar

- Segregação dos pequenos ganhos das grandes perdas: um individuo fica mais feliz se lhe riscarem o carro, em que o arranjo será de 175€, do que se lhe riscassem o carro no valor de 200€, e ele no mesmo dia ganhasse 25€.

 Dificuldade de efectivamente decidir:

No modelo da escolha racional não deveriam existir decisões difíceis. Se são muito parecidas duas alternativas então não interessa muito qual das duas se escolhe. Na realidade as decisões difíceis constituem mais a regra do que a excepção.

PRODUÇÃO (capitulo 9)

A produção é definida como qualquer actividade que crie utilidade no presente e no futuro. Ao longo do

Capitulo vamos considerar a existência de um determinado conjunto de bens e serviços. O objectivo é descrever as possibilidades de produção disponíveis no mercado dada a tecnologia e a dotação de recursos naturais.

Pretendemos saber como varia o produto com a utilização de factores produtivos tanto no curto prazo como a longo prazo.

 A relação factor produto ou função produção:

 Função de produção: é a relação que descreve como os factores produtivos como o capital e o trabalho são transformados em produto.

Produção: é qualquer actividade que produz utilidade presente ou futura. Da mesma forma por ser descrita

(11)

Como o processo que transforma factores produtivos em produtos.

A função produção transforma factores produtivos como a terra o trabalho o capital e capacidade de gestão em produto. Actualmente obtém-se mais produto através de uma determinada combinação de factores produtivos do que aquele que se poderia ter obtido no passado.

Representação matemática da função de produção (admitindo que o processo de produção utiliza dois factores produtivos: o capital (K) e o trabalho (L), para produzir determinada quantidade (Q) ):

Q= F (K,L) , esta função é uma simples regra que nos diz quantas unidades de Q se obtém quando se utilizam determinadas quantidades de L e K.

 Produtos intermédios e valor acrescentado:

 Produtos intermédios: produtos que são transformados através de um processo de produção em produtos com vale superior.

 Factores produtivos fixos e variáveis:

A função de produção diz-nos como o produto varia quando alguns ou todos os factores produtivos forem alterados. Na prática existem muitos processos de produção nos quais as quantidades de pelo menos alguns dos factores produtivos não podem ser alteradas rapidamente.

Longo prazo: o menor período de tempo necessário para alterar os montantes de todos os factores produtivos utilizados no processo de produção.

Um factor produtivo cuja quantidade pode ser alterada livremente é denominado factor produtivo variável. Um factor produtivo cuja quantidade não pode ser alterada num determinado período de tempo é denominado por factor produtivo fixo em relação a esse período de tempo. No longo prazo todos os factores produtivos são variáveis.

O curto prazo é definido como o maior período durante o qual um ou mais factores produtivos não podem ser alterados.

Produção no curto prazo: Considerando o processo de produção descrito pela equação: Q= F(k,L)=2kl, e que estamos preocupados com a produção a curto prazo, em que o factor produtivo capital é fixo com o valor K= Ko =1, e o factor produtivo trabalho é variável, com o capital constante o produto é uma função de um único factor produtivo variável, isto é o trabalho: F(K,L) = 2KoL=2L. Isto significa que a função de produção pode ser representada num plano. Para esta função em particular a função de produção no curto prazo é uma linha recta através da origem cujo declive é duas vezes o valor fixo de K: assim VQ/ VL=2Ko.

No entanto os gráficos das funções a curto prazo nem sempre são linhas rectas.

Por exemplo as funções em forma curvilínea são também frequentes nas funções de produção de curto prazo.

Inicialmente à medida que o trabalho aumenta o produto aumenta a uma taxa crescente. Com os aumentos do factor trabalho, o produto cresce a uma taxa decrescente. Estas funções apresentam características que se encontram frequentemente nas funções de produção observadas na realidade: 1º passa pela origem o que significa que não se produzem quantidades positivas se não utilizarmos do factor produtivo variável, 2º a adição de mais uma unidade de factor produtivo variável às unidades iniciais aumenta o produto a uma taxa crescente, em 3º a partir de um determinado ponto se se aumentar o número de unidades do factor produtivo variável, aumentos cada vez menores de produto serão obtidos.

 Lei dos rendimentos decrescentes: se forem adicionados montantes iguais de factor produtivo variável e todos os outros factores produtivos forem mantidos constantes os aumentos de produto resultantes poderão eventualmente diminuir.

No médio e longo prazo, vai haver aumento da produção o que vai provocar um aumento dos custos numa proporção inferior à da produção vendida, ou seja, quando aumenta a dimenção da unidade os custos médios diminuem

Produtos totais, marginal, médio:

As funções de produção no curto prazo são frequentemente designadas por curvas de produto total. Estas relacionam o montante total do produto com a quantidade de factor produtivo variável.

Produto marginal: é definido como a alteração do produto total que ocorre como resposta a uma alteração

unitária no factor produtivo variável (com todos os factores produtivos constantes).

(12)

Em qualquer ponto a produtividade marginal do trabalho MPl, é o declive da curva do produto total nesse ponto. Se a variação do trabalho indica uma pequena alteração no factor produtivo variável e se a variação da quantidade indica a alteração resultante no produto a produtividade marginal de L designada por MPl, é definida por:

Pmgl= VQ / VL, geometricamente a produtividade marginal em qualquer ponto é simplesmente o declive da curva do produto total nesse ponto.

O ponto máximo na curva de produtividade corresponde ao ponto de inflexão da curva de produto total. A curva de produtividade marginal atinge zero para o valor de L para o qual a curva de produto total atinge o seu máximo

 A produtividade média de um factor produtivo variável: é definida como o produto total dividido pela quantidade desse factor produtivo: PMl = Q /L

Geometricamente a produtividade media é o declive da linha que une a origem ao ponto correspondente na curva do produto total.

 A relação entre as curvas de produtos total, marginal e médio:

Quando a curva da produtividade marginal se situa acima da curva da produtividade média a curva da produtividade média deve estar a crescer, e quando a curva da produtividade marginal se situa abaixo da curva da produtividade média, a curva da produtividade média deve estar a decrescer. As duas curvas interceptam-se no valor máximo da curva da produtividade media.

Se a contribuição para o produto de uma unidade adicional de factor produtivo variável ultrapassar a contribuição média dos factores produtivos variáveis até então a contribuição média deve aumentar.

 O significado prático da diferença entre produtividade média e marginal:

A questão que se coloca, é como é que se deve utilizar os recursos de forma a maximizar o produto total?

Matematicamente o facto de Pmg interceptar PM no valor máximo de PM pode ser demonstrado pelo facto de ela coincidir com a condição necessária para um máximo interior de PM=dQ/dL=Q/L (em que d reprensenta a derivada parcial).

 A Produção no longo prazo:

No longo prazo todos os factores produtivos são por definição variáveis.

Isoquanta: o lugar geométrico de todas as combinações possíveis de factores produtivos que geram uma mesma quantidade de produto. Descreve as propriedades de um processo de produção, da mesma forma que um mapa de indiferença descreve as preferências do consumidor.

Tendo em conta a função: Q= F (K;L)=2KL, suponha que queremos descrever todas as combinações possíveis de K e L que dão origem a uma determinada quantidade de produto, digamos que Q=16. para o fazer resolve-se a equação Q=2KL=16 e exprimimos K em termos de L, K= 8/ L. Os pares (K, L) representam assim geometricamente uma Isoquanta.

A TMST é a taxa à qual um factor produtivo pode ser trocado por outro sem alterar o produto total. TMST tem qualquer ponto é medida pelo valor absoluto do declive da Isoquanta que atravessa esse ponto. Se Vk unidades de capital forem retiradas de um ponto (“A”) e se forem adicionadas VL unidades de L. o produto continuará o mesmo em Qo, unidades.

Qualquer cabaz de factores produtivos numa Isoquanta dá como resultado mais produto do que qualquer cabaz de factores produtivos que se situe abaixo dessa Isoquanta, e menos produto do que qualquer cabaz de factores produtivos que se situe acima dela.

O número atribuído a uma Isoquanta corresponde à quantidade real de produto que se obtém de um cabaz de factores produtivos ao longo dessa isoquanta

A taxa marginal de substituição técnica (TMST)

É definida como o valor absoluto do declive da isoquanta | VK/VL|. Ao manter-se o produto constante quanto menos se tem de um factor produtivo mais se deve adicionar de outro factor produtivo para compensar uma redução de uma unidade no primeiro factor produtivo.

Existe uma relação simples mas muito importante entre a TMST em qualquer ponto e as produtividades

marginais dos respectivos factores produtivos nesse ponto: (Pmg

LA

/Pmg

KA

)=(VK/VL).

(13)

 Rendimentos à escala:

Uma questão importante na organização dos sectores produtivos é a da relação entre a eficiência na produção e a escala ou seja se a produção é mais importante a uma escala maior ou menor.

Rendimentos à escala: é a propriedade técnica da função produção utilizada para descrever a relação entre a escala e a eficiência. Informa-nos sobre o que acontece ao produto quando se aumentam todos os factores produtivos exactamente na mesma escala. Este é um conceito de longo prazo.

Rendimentos crescentes à escala: a propriedade de um processo de produção segundo a qual um aumento proporcional em todos os factores produtivos origina um aumento mais que proporcional do produto. Por exemplo se se duplicarem todos os factores produtivos numa função de produção com rendimentos crescentes à escala obtém-se mais do dobro do produto de que anteriormente. Tais funções de produção criam geralmente condições para que um pequeno número de empresas forneça a maioria de mercado.

Rendimentos constantes à escala: a propriedade de um processo de produção segundo a qual um aumento proporcional de todos os factores produtivos origina um aumento proporcional do produto. Nestes casos ao duplicarem-se todos os factores produtivos duplica-se o produto.

Rendimentos decrescentes à escala: a propriedade de um processo de produção segundo a qual um aumento proporcional de todos os factores produtivos origina um aumento menos que proporcional no produto.

No curto prazo a partir de determinada quantidade a produtividade média sobe e os custos diminuem.

A função de produção não tem de apresentar o mesmo grau de rendimentos à escala para as diferentes quantidades de produto. Pelo contrário um tipo relativamente frequente que caracteriza-se por apresentar rendimentos crescentes à escala para baixas quantidades de produto seguido de rendimentos constantes à escala para quantidades médias e finalmente rendimentos decrescentes à escala para grandes quantidades

Diferença entre rendimentos crescentes e rendimentos crescentes à escala:

Os rendimentos decrescentes à escala referem-se ao que acontece quando todos os factores produtivos são alterados numa mesma proporção. A lei dos rendimentos decrescentes diferentemente refere-se ao caso da variação de um factor produtivo enquanto todos os outros factores produtivos são mantidos constantes. Assim pode verificar-se empiricamente a lei dos rendimentos decrescentes em funções de produção que apresentam rendimentos à escala crescentes constantes ou decrescentes.

 Nos casos em que não é possível pelo menos duplicar o produto através da duplicação de K e L somos forçados a concluir que deverá existir um factor produtivo importante para alem de K e L que não estamos a fazer crescer ao mesmo tempo. Este factor produtivo tanto é referido como organização ou comunicação. A ideia subjacente é a de que quando uma empresa ultrapassa uma determinada dimensão começa a perder o controlo. Se existe na realidade um factor produtivo não mensurável que se mantém constante à medida que se expandem K e L, então por definição ainda se esta no curto prazo. E assim não há razão para se esperar que se duplique o produto através da duplicação de apenas alguns factores produtivos.

CUSTOS (capitulo 10):

Custos no curto prazo:

O custo total de produzir diferentes quantidades de produto é dado simplesmente pelos custos de todos os factores produzidos utilizados.

Tendo em conta que o custo fixo (CF) não varia no curto prazo à medida que a quantidade do produto varia, e se Ko representar o montante de capital e “r” for o seu preço de utilização tem-se que: CF= rKo

O custo variável (CV) é definido como o custo total do factor produtivo variável para cada quantidade de produto. Se L1 é a quantidade de trabalho necessária para produzir uma quantidade de produto Q1 e w é o salário, assim: CV

Q1

= wL1. o custo variável depende da quantidade produzida enquanto que no custo fixo tal não acontece.

O custo total (CT)) é a soma de CF e VC. O custo total de produzir uma quantidade de produto Q1 é

representado por: Custos Totais = Custos Fixos +Custos Variáveis

(14)

Utilizando estas 3 categorias básicas de custo, podem definir-se quatro medidas de custo adicionais:

Custo fixo médio (CFM) é o custo fixo dividido pela quantidade de produto. Em termos gerais o custo fixo médio de produzir uma quantidade de produto Q1 é representado por: CFM

Q1

= (CF/Q1). Esta equação depende da quantidade de produto obtida contrariamente a FC

O custo variável médio (CVM) é custo variável dividido pela quantidade de produto. O custo médio de produzir uma quantidade de produto Q1 pode ser representado por: Custo Variável Médio = Custos Variável_

Quantidade

O custo total médio (CTM) é o custo total dividido pela quantidade de produto, dado que o custo total é a soma do custo fixo total e do custo variável total: CTM

Q1

=CFM

Q1

+ CVM

Q1

= (rKo +wL1)/(Q1).

O custo marginal médio (Cmg) é a variação no custo total resultante da produção de uma unidade adicional de produto. Se VQ representar a alteração no produto, partindo de uma quantidade inicial de Q1, e CTM

Q1

representar a alteração correspondente no custo total, o custo marginal em Q1 é dado por: Cmg

Q1

= (CT

Q1

/Q).

Devido ao facto do custo fixo não variar com a quantidade de produto, a alteração no custo total quando se produzem VQ unidades adicionais de produto é a mesma do que a alteração no custo variável. Assim uma expressão equivalente para o custo marginal é: Cmg

Q1

= (VCV

Q1

/VQ). Onde VCV representa a alteração no custo variável quando se produzem VQ unidades de produto adicionais.

 Representação gráfica das curvas dos custos total, variável e fixo:

A forma da curva do custo variável encontra-se relacionada de uma forma sistemática com a força da função de produção no curto prazo. Como a função de produção mostra qual a quantidade de trabalho necessária para se produzir uma determinada quantidade de produto quando esta quantidade de trabalho é multiplicada pelo salário por hora obtém o custo variável.

A região de rendimentos crescentes em relação ao factor produtivo variável corresponde à região da curvatura descendente da curva do custo variável. De forma idêntica a região de rendimentos decrescentes em relação ao factor produtivo variável corresponde à região da curvatura ascendente da curva do custo variável.

O gráfico dos custos fixos é uma linha recta devido ao facto de este tipo de custos não variar com a quantidade de produto.

Se a curva do custo variável passar pela origem significa que o custo variável é zero quando se produz. O custo total de não se produzir é igual aos custos fixos.

Se a distancia vertical entre as curvas CV e CT é sempre igual a CF. O que significa que a curva do custo total é paralela à curva do custo variável e que se situa CF unidades acima dela.

 Representação gráfica de curvas dos custos médios e marginais no curto prazo:

Como CF não varia com o produto o custo fixo médio decresce de uma forma permanente à medida que o produto aumenta. O processo pelo qual o CFM diminui com o produto é frequentemente designado por diluição de custos à cabeça. À medida que o produto diminui para zero o CFM cresce sem limites e aproxima-se de zero à medida que o produto aumenta.

Geometricamente o custo variável médio para qualquer quantidade de produto Q dado por VC/Q pode ser interpretado como o declive do raio que liga a origem à curva do custo variável em Q.

O CTM é o declive do raio que liga a origem à curva de custo total para essa quantidade de produto.

A distância vertical entre CTM e CVM para qualquer quantidade de produto será sempre dada pelo nível correspondente de CFM, assim a distância vertical entre CTM e CVM aproxima-se do infinito à medida que o produto diminui para zero e tende para zero à medida que o produto aumenta para infinito

Geometricamente o custo marginal para qualquer quantidade de produto pode ser interpretado como o declive da curva de custo total para essa quantidade de produto. Como as curvas de custo total e custo variável são paralelas o custo marginal também é igual ao declive da curva do custo variável

A relação entre as curvas Cmg e CVM é qualitativamente idêntica À relação entre as curvas de Cmg e CTM.

Uma característica comum reside no facto de MC interceptar casa curva no seu ponto mínimo. Ambas as curvas

de Custos médios possuem a característica adicional que quando Cmg é inferior ao custo médio (tanto CTM

como CVM) a curva de custo médio ser decrescente com o produto, e quando MC é superior ao custo médio o

custo médio ser decrescente com o produto.

(15)

Ambas as relações são muito idênticas às que se verificam entre as curvas de produtividade marginal e produtividade media, estas resultam directamente da definição de custo marginal. Produzir uma unidade adicional cujo custo exceda o custo médio tem como resultado aumentar o custo médio, de modo inverso uma unidade adicional cujo custo seja inferior à média fará com que a media diminua.

Afectação da produção a dois processos:

O problema é dividir uma determinada quota de produção entre dois processos de forma a produzir-se a quota ao menor custo possível. Para um processo de produção com custo marginal constante o custo médio e o custo variável são idênticos. O custo marginal situa-se sempre abaixo de CTM para este tipo de processos. A condição de minimização do custo não requer que os níveis de custos médios nos dois processos sejam iguais, na realidade estes apresentam frequentemente valores com diferentes substanciais.

Para se produzir uma determinada quantidade de produto ao custo mínimo a produção deve ser afectada às actividades, de forma a que o custo marginal de cada actividade seja o mesmo.

Relação entre Pmg; PM; Cmg; CVM:

A curva da produtividade marginal interceptava a curva da produtividade media no valor máximo da curva de PM. A curva de custo marginal interceptava a curva de custo variável médio no valor mínimo da curva de CVM. Existe um elo de ligação entre estas duas relações: Cmg= (w)/ (Pmg), a partir desta equação verifica-se que o valor do custo marginal corresponde ao valor máximo de Pmg, CVM = (w) / PM a partir desta equação verifica-se que o valor mínimo de CVM corresponde ao valor máximo de PM.

 Custos no longo prazo

Por definição todos os factores produtivos são variáveis no longo prazo.

 Combinações ópticas de factores produtivos:

Independentemente da estrutura do sector o objectivo da maioria dos produtores consiste em produzir uma determinada quantidade de produto ao menor custo possível. De forma equivalente o produtor pretende produzir a máxima quantidade possível de produto para uma determinada despesa dos factores produtivos.

Para os preços dos factores produtivos a linha de isocusto é o lugar geométrico de todos os cabazes de factores produtivos possíveis que podem ser adquiridos para um determinado nível de despesa total. O declive da linha de isocusto é o simétrico do quociente do preço dos factores produtivos –w/r.

Uma empresa que esta a tentar obter a maior quantidade possível de produto para uma despesa C seleccionará a combinação de factores produtivos para a qual a linha de isocusto para é tangente a uma isoquanta.

Uma empresa que esta a tentar obter uma determinada quantidade de produto, Qo ao custo mínimo seleccionará a combinação de factores produtivos para qual a linha de isocusto é tangente à isoquanta Qo.

(Pmgl* / w) = (Pmgk* /r )  Pmgl* é o produto adicional obtido a partir de uma unidade adicional de L. o quociente MPL+/w é então o produto adicional que se obtém do ultimo dólar gasto em K. ou seja a equação diz-nos quando os custos estão num mínimo, o produto adicional que se obtém do ultimo dólar gasto num factor produtivo deve ser o mesmo para todos os factores.

Sempre que os quocientes dos produtos marginais em relação aos preços dos factores produtivos diferirem para os diferentes factores produtivos será possível fazer uma substituição poupadora de custo em favor do factor produtivo com maior quociente Pmg/P

O trabalho não especializado e o trabalho especializado, são substitutos em muitos processos de produção.

Quando o preço do trabalho não especializado sobe o declive da linha de isocusto aumenta obrigando muitas empresas a empregar mais trabalhadores especializados.

 A relação entre a escolha óptima dos factores produtivos e os custos no longo prazo:

A empresa pode sempre se lhe for dado o tempo suficiente para se adaptar, adquirir o cabaz de factores

produtivos que minimiza os custos de uma dada quantidade de preços relativos dos factores produtivos. Para se

analisar como variam os custos da empresa com o produto no longo prazo é apenas necessário comparar os

custos dos respectivos cabazes óptimos de factores produtivos.

(16)

Via de expressão do produto o lugar geométrico das tangentes (combinações de factores produtivos com custos mínimos) entre as diferentes linhas de isocusto com um determinado declive e as isoquantas.

De forma idêntica ao caso no curto prazo o custo marginal no longo prazo (Cmg L.P) é o declive da curva de custo total no longo prazo:

Cmg L.Pq = (CT L.Pq / VQ)  ou seja Cmg L.P é o custo para a empresa no longo prazo, de expandir o seu produto em uma unidade.

O custo médio no longo prazo (CM L.P) é o quociente entre o custo total no longo prazo e o produto:

CM L.Pq = (CT L.P q /Q)

Não é necessário avaliar as diferenças entre custo médio fixo e variável, porque no longo prazo todos os custos são variáveis.

No longo prazo a empresa tem sempre a opção de cessar as operações e livrar-se de todos os seus factores produtivos. Isto significa que a curva de custo prazo passará sempre pela origem. As curvas de custo médio no longo prazo são derivadas das curvas de custo total no longo prazo de uma forma idêntica ao caso do curto prazo.

A forma dos custos total, médio, e marginal no longo prazo são o reflexo do grau dos rendimentos à escala produção. Para as funções de produção deste tipo à medida que nos deslocamos para fora ao longo dum raio qualquer todos os factores produtivos crescem na mesma proporção.

Quando todos os factores produtivos são duplicados (triplicados etc.) o custo total duplica (triplica etc.) com rendimentos constantes à escala, o produto também duplica (triplica etc.). isto significa que a CT L.P é exactamente proporcional ao produto quando se têm rendimentos constantes à escala.

O custo marginal no longo prazo é constante e igual ao custo médio no longo prazo.

Com rendimentos decrescentes o produto cresce proporcionalmente menos do que os factores produtivos o que significa que o total cresce proporcionalmente mais do que o produto.

Com rendimentos crescentes a empresa de grande escala tem custos médios e marginais inferiores aos da empresa de pequena escala.

 Custos no longo prazo e a estrutura do sector:

Quando existem sempre custos médios decrescentes no longo prazo a tendência será para uma única empresa servir o mercado. Se duas empresas tentarem servir este tipo de mercado produzindo cada uma delas apenas uma parte do produto total vendido, cada empresa terá sempre custos médios superiores aos que se verificariam só se uma delas servisse o mercado.

As curvas de CM L.P em forma de U cujos pontos mínimos se verificam com uma quota substancial da produção total do mercado são características de mercados servidos por apenas um pequeno número de empresas.

A relação entre a estrutura de mercado e a forma da curva de custo médio no longo prazo resulta do facto de em face da concorrência, a sobrevivência no mercado exigir que as empresas tenham os menores custos unitários possíveis, dada a tecnologia de produção existente. Se isto se verifica para níveis baixos ou altos do produto, depende integralmente da forma da curva de CM L.P.

 A relação entre as curvas de custo no longo prazo e no curto prazo:

A condição de sobrevivência para uma empresa em qualquer mercado é ter os custos unitários possíveis. Se o ponto mínimo da curva de CM L.P em forma de U ocorrer para uma pequena fracção do produto do mercado ou se CM L.P for plana ou crescente então a pequena dimensão e a sobrevivência são compatíveis. Cada empresa tenderá a produzir apenas uma pequena quota do produto total do mercado.

Para uma determinada curva de CM C.P, à esquerda da tangencia CM C.P- CM L.P, a empresa possui demasiado capital, pelo que os seus custos fixos são mais elevados do que o necessário, para a direita da tangencia a empresa possui muito pouco capital pelo que os rendimentos decrescentes em relação ao trabalho fazem subir os respectivos custos. Apenas no ponto de tangencia é que a empresa possui quantidades óptimas tanto de trabalho como de capital para produzir a quantidade correspondente do produto.

CONCORRÊNCIA PERFEITA (CAPITULO 11):

Curva da Oferta de uma empresa  Quantidades que a empresa está disposta a colocar no mercado a

determinado preço.

Referências

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