Lei Complementar Nº 4/1996*
Lei nº 2.557/1996
* (Epígrafe e numeração alterada pela Lei Municipal nº 3.194, de 05 de setembro de 2006).
LEI DE ZONEAMENTO E USO DO SOLO URBANO
Dispõe Sobre O Zoneamento De Uso E Ocupação Do Solo, Da Área Urbana Do Distrito Sede Do Município De Rolândia, E Dá Outras Providências.
A CÂMARA MUNICIPAL DE ROLÂNDIA, ESTADO DO PARANÁ, APROVOU E EU, PREFEITO MUNICIPAL, SANCIONO A SEGUINTE LEI:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1° - O Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo, da área urbana do distrito sede do Município de Rolândia, serão regidos por esta Lei.
Parágrafo Único - Adotam-se as seguintes definições para os termos e expressões utilizados no texto desta Lei:
1. ÁREA CONSTRUÍDA OU ÁREA DE CONSTRUÇÃO - Área total de todos os pavimentos de um edifício, incluídos os espaços ocupados pelas paredes.
2. ÁREA MÁXIMA DE CONSTRUÇÃO - É o limite de área de construção que pode ser edificada em um lote urbano.
3. AMPLIAÇÃO OU ACRÉSCIMO - É o aumento de área construída de uma edificação existente.
4. ÁREA MÍNIMA DE TERRENO POR UNIDADE HABITACIONAL - Fração de área de terreno relativas a cada unidade habitacional.
5. COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO - É o número pelo qual se deve multiplicar a área do lote para se obter a área máxima de construção nesse lote.
6. FRENTE DE LOTE - É a dimensão mínima de um lote voltada para a via pública.
7. FRENTE MÍNIMA NORMAL - É a dimensão mínima da frente de um lote que não se caracterize como esquina.
8. FRENTE MÍNIMA ESQUINA - É a dimensão mínima das frentes de um lote, que possua duas ou mais frentes contínuas, voltadas para vias públicas.
9. GABARITO - É o número máximo de pavimentos que podem ser edificados.
10. PAVIMENTOS - Cada um dos planos horizontais de um edifício.
11. RECUO FRONTAL - Menor distância da edificação ao passeio público.
12. RECUO LATERAL - Menor distância da construção às divisas laterais do lote.
13. RECUO DE FUNDO - Menor distância da edificação às divisas de fundos do lote.
14. TAXA DE OCUPAÇÃO - Valor expresso em porcentagem, e que define a porção de área do lote, que pode ser ocupada pela projeção em planta da totalidade das edificações sobre o lote.
15. TAXA DE PERMEABILIDADE - Valor expresso em porcentagem, e que define a porção de área do lote que deve ficar livre, sem qualquer tipo de edificação ou revestimento.
16. ZONEAMENTO - É a divisão da área urbana em zonas, para as quais são definidos os usos (atividades residenciais, comerciais, serviços, industriais, institucionais, etc), e as normas para se edificar no lote urbano (ocupação).
CAPÍTULO II
DO USO DO SOLO URBANO
SEÇÃO I
DA APROVAÇÃO DE USOS
Art. 2° - Para efeito desta Lei, Uso do Solo Urbano é o tipo de atividades desenvolvida no imóvel urbano.
Art. 3° - A ocorrência das diferentes atividades, nas zonas estabelecidas por esta Lei, ficam regulamentadas em:
I - usos Permitidos;
II - usos Permissíveis;
III - usos Tolerados;
IV - usos Proibidos.
§ 1º - Uso Permitidos, são usos, a priori adequados à zona.
§2º - Usos permissíveis em zonas residenciais, são usos passíveis de serem admitidos nas zonas, a critério da Prefeitura Municipal, e com Termo de Anuência validado por maioria simples dos vizinhos lindeiros consultados na forma desta Lei.
(Nova redação ao § 2º do art. 3º conforme Lei nº 2.897/2002)
a. preferencialmente, a consulta a vizinhos deve obedecer os seguintes critérios:
1. quatro vizinhos laterais ao imóvel em questão (dois vizinhos da cada lado).
2. dois vizinhos à frente do imóvel em questão.
3. dois vizinhos de fundos de imóvel em questão.
b. a consulta será realizada aos vizinhos proprietários, não inquilinos e, preferencialmente, àqueles que usufruem de sua propriedade naquele local.
c. em caso de vizinho com atividades no local, concorrente ao pretendido, esse vizinho não deverá ser considerado.
d. não deverão ser considerados vizinhos que apresentem graus de parentesco com o proprietário requerente.
e. se qualquer um dos vizinhos, lindeiros ou imediatos a ser consultado for condomínio, a anuência deverá ser dada em reunião de condomínio, e será considerado apenas um vizinho.
f. se os imóveis, lindeiros e imediatos estiverem sem edificações ou em casos que não devam ser considerados, deverão ser considerados sempre os vizinhos mais próximos, perfazendo um total de consultas a oito vizinhos.
g. salvo em situações plenamente justificáveis do ponto de vista do interesse público, e/ou em situações onde os procedimentos retrocitados mostrarem-se impraticáveis, poderá não ser realizada a consulta, e/ou reduzido o número de consultas a critério do órgão competente de Planejamento do Executivo Municipal.
h. o Executivo Municipal através de seu órgão competente, a seu critério, poderá ampliar o número de consultas permanecendo a obrigatoriedade do Termo de Anuência validado por
maioria simples dos vizinhos lindeiros consultados na forma da Lei.
(Nova redação a alínea h conforme Lei nº 2.897/2002)
§ 3º - Usos Tolerados em zonas residenciais, são usos passíveis de serem admitidos nas zonas, a critério da Prefeitura Municipal com Termo de Anuência validado por maioria simples dos vizinhos lindeiros ou imediatos ao imóvel em questão e aprovação por maioria simples do Conselho Municipal de Planejamento.
(Nova redação ao § 3º do art 3º conforme Lei nº 2.897/2002)
§ 4º - Para a consulta a vizinhos adotam-se os mesmos procedimentos para usos permissíveis em zonas residenciais.
§ 5º - Usos Permissíveis em Zonas Comerciais e Industriais, são usos passíveis de serem admitidos nas zonas, mediante relatório circunstanciado consoante ANEXO IV, pelo órgão competente de Planejamento do Executivo Municipal. O relatório deverá ser assinado por profissional habilitado junto ao CREA, e de conclusão favorável. O relatório será providenciado pelo interessado.
§ 6º - Usos Tolerados em Zonas Comerciais e Industriais, são usos passíveis de serem admitidos nas zonas, mediante relatório circunstanciado consoante ANEXO IV, aprovado pelo órgão competente de Planejamento do Executivo Municipal e por maioria simples do Conselho Municipal de Planejamento. O Relatório deverá ser assinado por profissional habilitado junto ao CREA, e de conclusão favorável. O relatório será providenciado pelo interessado.
Art. 4° - A seu critério, para os casos de uso permissíveis e tolerados em zonas comerciais e industriais, o Executivo Municipal através do órgão competente de Planejamento, poderá adotar procedimentos de consulta a vizinhos; bem como a órgãos responsáveis por infra-estrutura urbana, meio ambiente e segurança, tais como: Sanepar, Copel, IAP, Corpo de Bombeiros e outros. E também as entidades civis, tais como: Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos, Associação Comercial e Industrial, Comissão de Defesa Civil e entidades afins, cujos pareceres deverão ser parte integrante do relatório circunstanciado, do órgão competente de Planejamento do Executivo Municipal.
Art. 5° - O ANEXO I, define para as diferentes zonas instituídas, os usos permitidos, permissíveis, tolerados e proibidos.
SEÇÃO II
DA DEFINIÇÃO DE USOS
Art. 6° - Para efeitos desta Lei, ficam definidos os seguintes usos:
I - RESIDENCIAL - Edificação destinada a servir de moradia a uma ou mais famílias.
II - COMÉRCIO - Atividade pela qual fica caracterizada uma relação de venda, compra ou troca de mercadorias.
III - SERVIÇO - Atividade pela qual fica caracterizado o préstimo de mão-de-obra ou assistência de ordem técnica, intelectual ou espiritual;
IV - INDÚSTRIA - Atividade pela qual fica caracterizado a transformação de matéria-prima, em bens de consumo ou de produção ou extração de matéria-prima ou bens de consumo de natureza.
SEÇÃO III
DA CLASSIFICAÇÃO HIERÁRQUICA DE USOS
Art. 7° - Para efeito desta Lei, ficam os usos definidos no artigo anterior, classificados hierarquicamente, conforme segue:
a. RESIDENCIAL
1. UNIFAMILIAR: Edificação constituída de uma única unidade habitacional, destinada a abrigar uma só família, unidade autônoma e isolada.
2. MULTIFAMILIAR HORIZONTAL: Conjunto de unidades residenciais, com mais de uma unidade de moradia, não superpostas, geminadas ou isoladas e com acesso coletivo.
3. MULTIFAMILIAR VERTICAL: Edificação destinada a servir de moradia a mais de uma família, em unidades autônomas, superpostas, (prédios de apartamentos).
b. COMÉRCIO E SERVIÇO:
1. COMÉRCIO E SERVIÇO VICINAL: Caracteriza-se por comércio varejista e por serviços diversificados, de necessidades imediatas e cotidianas da população local, não incômodos, nocivos ou perigosos ao uso residencial, sendo:
- Padarias/Panificadoras/Confeitarias;
- Farmácia/Drogarias/Perfumaria/Cosméticos;
- Açougue/Casa de Carnes;
- Mercearias/Empórios;
- Sacolões;
- Quitandas;
- Bazares;
- Floriculturas;
- Frutarias;
- Docerias;
- Banca de Jornais e Revistas;
- Institutos de beleza e barbearias;
- Alfaiatarias;
- Corte e Costura;
- Sapatarias;
- Bijuterias.
2. COMÉRCIO E SERVIÇO DE BAIRRO: Caracteriza-se por comércio varejista e por serviços diversificados, não incômodos, nocivos ou perigosos, e que visam atender a população do bairro ou região, sendo:
- Escritórios Técnicos de Profissionais Liberais;
- Consultórios Médicos, Odontológicos, Psicológicos, Protéticos, etc.;
- Ateliês;
- Livrarias;
- Papelarias;
- Materiais de Desenho e Pintura;
- Lojas de Artesanato;
- Vídeo Locadora;
- Sorveterias;
- Sucos e Refrescos;
- Boutiques;
- Antiquários;
- Lojas de Decoração;
- Artigos de Beleza;
- Joalheiros;
- Relojoarias;
- Óticas;
- Louças, Porcelanas e Cristais;
- Fotos;
- Luminárias e Lustres;
- Copiadoras;
- Eletricistas;
- Encanadores;
- Agência de Turismo;
- Despachantes;
- Agência de Publicidade;
- Especiarias;
- Vidraçarias;
- Molduras e espelhos;
- Amoladores;
- Carimbo;
- Magazines;
- Armarinhos em Geral;
- Discos e Fitas;
- Agência Bancária;
- Agência de Jornais;
- Venda de Eletrodomésticos;
- Bares;
- Lanchonetes;
- Pastelarias;
- Aperitivos;
- Adega;
- Casa Lotérica;
- Restaurantes;
- Cantinas;
- Utensílios Domésticos;
- Estofados e Colchões;
- Bicicletarias;
- Imobiliárias;
- Supermercados;
- Mercados;
- Shopping;
- Materiais Esportivos;
- Roupas, Cama, Mesa e Banho;
- Oficinas de Eletrodomésticos;
- Malharias;
- Agência de Empregos;
- Corretoras;
- Empresa de Seguros;
- Buffet;
- Artigos de Jardinagem;
- Instrumentos e Materiais Médicos e Dentários;
- Instrumentos Musicais;
- Materiais para Escritórios;
- Cartórios e Tabeliões;
- Escritórios de Contabilidade;
- Estacionamentos;
- Agência de Vigilância;
- Diversões Eletrônicas;
- Auto Escola;
- Hotéis e Pensões;
- Administradoras de Bens;
- Casas de Plásticos;
- Casas de Espumas;
- Casas de Barbantes e Fitilhos;
- Casas de lãs e linhas;
- Corretoras de Câmbio;
- Bilhares e Sinuca;
- Presentes;
- Consultoria;
- Artigo de Computadores;
- Choperias;
- Produtos Naturais;
- Artigos Importados;
- Alimentos Congelados;
- Alimentos Prontos e Assados;
- Artigos Religiosos;
- Lonas e Toldos;
- Casas de Ferragens e Ferramentas;
- Selarias;
- Caça e Pesca;
- Enfeites;
- Materiais de Acabamento de Construção Civil;
- Venda de Veículos e Acessórios;
- Vendas de Motocicletas e Acessórios;
- Componentes Eletrônicos;
- Postos de Abastecimento de Combustíveis;
- Lava Rápido;
- Armas e Munições;
- Tintas e Vernizes;
- Lavanderias;
- Charutaria e Tabacarias;
- Artigos Infantis;
- Brinquedos;
- Artigos para Festas;
- Alimentos para Animais;
- Artigos de Couro;
- Tapetes e Cortinas;
- Vestuário;
- Raízes e Plantas;
- Materiais Elétricos;
- Materiais Hidráulicos;
- Equipamentos de Som;
- Materiais de Limpeza;
- Churrascarias;
- Artefatos de Borracha;
- Chaveiros;
- Posto Policial.
3. COMÉRCIO E SERVIÇO GERAL: Caracteriza-se por comércio atacadista e serviços diversificados, sendo:
- Boates;
- Danceterias;
- Discotecas;
- Bailões;
- Casas de Espetáculos;
- Saunas;
- Editora;
- Gráficas;
- Auto Elétrico;
- Escapamento;
- Auto Alarme-Som;
- Auto-bancos, Capas e Estofamentos;
- Comércio Atacadista e Distribuidores;
- Depósito de Armazenagem de Produtos Agrícola;
- Engarrafadores de Bebidas;
- Oficinas Mecânicas;
- Ferro Velho;
- Lataria e Pintura de Veículos;
- Revendedores e Serviços Mecânicos Autorizados;
- Máquinas e Implementos para a Indústria;
- Retíficas;
- Recapagens;
- Produtos de Fibra de Vidro e Lã de Vidro;
- Defensivos Agrícolas;
- Sucatas;
- Serralherias;
- Marcenarias;
- Madeira Industrializada;
- Depósito de Materiais de Construções;
- Transportadoras;
- Garagens de Veículos de Grande Porte;
- Jatos de Areia;
- Oficinas de Compressores;
- Dedetização;
- Oficinas de Pintura em Geral;
- Soldagens;
- Guindastes, Gruas;
- Marmorarias;
- Retífica de Motores.
4. COMÉRCIO E SERVIÇO ESPECÍFICO: Caracteriza-se pela singularidade, e demandam análise caso a caso, sendo:
- Clubes Associativos;
- Quadras e Salões de Esporte;
- Teatro;
- Cinemas;
- Museus;
- Circos;
- Ambulatório;
- Hospitais;
- Maternidade;
- Sanatórios;
- Clínicas Médicas;
- Laboratório de Análises Clínicas;
- Clínicas de Repouso;
- Eletroterapia;
- Asilo;
- Orfanatos;
- Conventos;
- Internatos;
- Faculdades;
- Universidades;
- Albergues;
- Centro de Reintegração Social;
- Delegacia de Ensino;
- Delegacia de Polícia;
- Serviço Funerário;
- Vara Distrital;
- Terminal de Ônibus Urbano;
- Auditório para Convenções, Congressos e Conferências;
- Espaços e Edificações para Exposição;
- Hipódromo;
- Parque de Diversões;
- Casa de Detenções;
- Institutos Correcionais;
- Juizados de Menores;
- Estúdios de Difusão por Rádio e TV;
- Aeroportos;
- Base de Treinamento Militar;
- Cemitérios;
- Central de Correios;
- Central de Polícia;
- Central Telefônica;
- Corpo de Bombeiro;
- Estação de Controle e Depósito de Gás;
- Estação de Controle de Depósito de Petróleo e Diversos;
- Estação de Controle, Pressão e Tratamento de Água;
- Estação e Substação Reguladoras de Energia Elétrica;
- Estações de Telecomunicações;
- Jardim Botânico;
- Jardim Zoológico;
- Penitenciária;
- Quartéis;
- Reservatórios de Água;
- Torre de Telecomunicação;
- Usina de Incineração;
- Usina de Tratamento de Resíduos;
- Clubes Desportivos;
- Academias de Ginásticas, Dança, Lutas, etc.;
- Clínicas Fisioterápicas.
5. SERVIÇOS ESPECIAIS: Caracterizam-se pela singularidade e demandam análise, caso a caso, sendo:
- Igrejas - Templos - Locais de Culto
(Item 5 inserido ao art. 7º conforme a Lei nº 2.881 de 17 de dezembro de 2001.)
c. INDÚSTRIA:
1. INDÚSTRIA NÃO POLUITIVA: Caracteriza-se pela indústria, não nociva ou perigosa.
2. INDÚSTRIA POTENCIALMENTE POLUITIVA: Caracteriza-se pela indústria, potencialmente nociva ou perigosa.
Art. 8° - Para efeito desta Lei, as atividades de comércio, serviço e indústria, definidos no artigo 6°, e classificados hierarquicamente no artigo 7°, ficam caracterizados por sua natureza em:
I - INCÔMODOS: Os que possam produzir ruídos, trepidações ou conturbações no tráfego, e que venham a incomodar a vizinhança.
II - NOCIVOS: Os que possam poluir o solo, o ar e as águas: produzem gases, poeiras, odores e detritos, impliquem na manipulação de ingredientes matéria-prima ou processos que tragam riscos a saúde.
III - PERIGOSOS: Os que possam dar origem a explosões, incêndios e ou colocar em risco pessoas ou propriedades circunvizinhas.
IV - INÓCUOS: Os que não se configuram em incômodos, nocivos ou perigosos.
Art. 9° - Postos de Saúde, Centros de Saúde, Creches, Ensino Pré-escolar, Escolas de 1° e 2°
graus, Escolas de línguas, Escolas Profissionalizantes, Órgãos da Administração Pública Municipal, Estadual e Federal, serão admitidos em qualquer zona, mediante relatório circunstanciado, de parecer favorável, consoante ANEXO IV, do órgão competente de Planejamento do Executivo Municipal.
Art. 10 - Em nenhuma zona residencial, será admitido usos incômodos, nocivos ou perigosos, salvo se relatório circunstanciado, consoante ANEXO IV, obter parecer favorável, do órgão competente de Planejamento do Executivo Municipal, e se forem cumpridas as exigências de consultas a vizinhos, consoante esta lei. O relatório deverá ser assinado por profissional habilitado junto ao CREA e providenciado pelo interessado.
Art. 11 - Os usos não relacionados, deverão ser analisados pelo órgão competente de Planejamento do Executivo Municipal. e a decisão deverá sempre buscar pela semelhança ou similaridade com os usos previstos e, em não sendo possível tal procedimento, o órgão competente de Planejamento, elaborará projeto de lei a ser encaminhado pelo Executivo Municipal à Câmara Municipal, para aprovação e incorporação a esta Lei, visando seu aperfeiçoamento.
CAPÍTULO III
DA OCUPAÇÃO DO SOLO
Art. 12 - Para efeito desta Lei, Ocupação do Solo Urbano, é a maneira com que a edificação pode ocupar o lote urbano, em função dos índices urbanísticos incidentes sobre o mesmo.
Art. 13 - São os seguintes índices urbanísticos, instituídos por esta Lei:
I - tamanho mínimo dos lotes;
II - frentes mínimas;
III - coeficiente de aproveitamento;
IV - taxa de ocupação;
V - recuos frontais;
VI - recuos laterais;
VII - recuos de fundos;
VIII - taxa de permeabilidade;
IX - gabarito de altura;
X - área mínima de terreno por unidade habitacional.
Parágrafo Único - Os ANEXOS II e III, definem os parâmetros da cada índice urbanístico, para as diferentes zonas instituídas.
CAPÍTULO IV DO ZONEAMENTO
Art. 14 - A área urbana, do distrito sede do Município, conforme o Mapa de Zoneamento do Uso e Ocupação do Solo, fica subdividido nas seguintes zonas:
I - ZONAS RESIDENCIAIS;
II - ZONAS COMERCIAIS E DE SERVIÇOS;
III - ZONAS INDUSTRIAIS;
IV - ZONAS DE PRESERVAÇÃO E PROTEÇÃO AMBIENTAL;
V - ZONAS ESPECIAIS.
Art. 15 - As Zonas Residenciais - ZR: destinam-se ao uso residencial predominantemente; os outros usos nas zonas residenciais, devem ser considerados como acessórios de apoio ou complementação.
Art. 16 - As Zonas Comerciais e de Serviços - ZC, destinam-se ao exercício das atividades de comércio e serviço. Deve predominar o uso, especializado ou não, da atividade comercial e de serviços, sem excluir o uso residencial.
Art. 17 - As Zonas Industriais - ZI, destinam-se predominantemente ao exercício das atividades industriais e de comércio e serviços incômodos, nocivos ou perigosos. As zonas industriais subdividem-se em:
I - ZI1 - Zona de Indústrias não poluitivas;
II - ZI2 - Zona de Indústrias potencialmente poluitivas.
Parágrafo Único - Os diferentes tipos de zonas industriais visam:
a. ZI1 - a instalação de indústrias, comércio e serviços não nocivos ou perigosos;
b. ZI2 - a instalação de indústrias, comércio e serviços potencialmente incômodos, nocivos ou perigosos.
Art. 18 - As Zonas de Preservação e Proteção Ambiental - ZPPA, destinam-se exclusivamente a preservação e proteção de mananciais, fundos de vales, nascentes, córregos, ribeirões e matas.
Quaisquer obras nessas zonas, restringem-se á correções de escoamento de águas pluviais, saneamento, combate a erosão ou de infra-estrutura, e equipamentos de suporte às atividades de lazer e recreação.
Art. 19 - As Zonas Especiais - ZE, caracterizam-se pela singularidade do uso atual ou de uso pretendido, e por tais aspectos estão sujeitas a normas próprias. Estas zonas classificam-se de acordo com a finalidade pelas quais foram instituídas.
CAPÍTULO V
DAS ÁREAS DE RECREAÇÃO
Art. 20 - Em todo edifício ou conjunto residencial com quatro ou mais unidades, será exigida uma área de recreação equipada, a qual deverá obedecer aos seguintes requisitos mínimos:
I - Quota de 6,00 m² (seis metros quadrados) por unidade de moradia;
II - Localização em área isolada, sobre os terraços ou no térreo, desde que protegidas de ruas, locais de acesso e estacionamentos.
CAPÍTULO VI DOS ALVARÁS
Art. 21 - Os alvarás existentes para o exercício de atividades que contrariem as disposições contidas nesta Lei, serão respeitados enquanto vigirem.
Parágrafo Único - Será proibida toda ampliação nas edificações, cujas atividades contrariem as disposições desta Lei, ou demais Leis (Municipal, Estadual, Federal) pertinentes.
Art. 22 - A concessão de alvará para construir ou ampliar edificações existentes, somente poderá ocorrer com observância desta Lei.
Parágrafo Único - Edificações existentes aprovadas e regulares, com recuos de frente inferiores aos exigidos por esta Lei, se em bom estado de conservação, poderão ser ampliadas em até 30%
da área total já edificada, obedecendo ao mesmo recuo de sua aprovação, desde que atendidas as demais exigências desta Lei.
Art. 23 - Os alvarás de localização e funcionamento de estabelecimento comercial, de prestação de serviços ou industrial, somente serão concedidos desde que observadas as normas estabelecidas nesta Lei, quanto ao uso do solo para cada zona.
Art. 24 - Os alvarás de localização e funcionamento de estabelecimento, de prestação de serviço ou industrial, serão concedidos sempre a título precário.
Art. 25 - A transferência ou mudança de atividade comercial, de prestação de serviço ou industrial, já em funcionamento, poderá ser autorizada somente se o novo ramo de atividade não contrariar as disposições desta Lei, ou demais Leis (Municipal, Estadual, Federal) pertinentes.
CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES COMPLEMENTARES
Art. 26 - É facultativo os recuos laterais e fundos até o 2° pavimento das edificações, desde que não existam aberturas, exceção às edificações nas zonas industriais.
Art. 27 - Em terrenos situados na direção dos feixes de microondas da Telepar, o gabarito fica subordinado as exigências da Telepar/Embratel, respectivamente.
Art. 28 - A anexação de lotes, somente será permitida em lotes que pertençam a mesma zona.
Art. 29 - Para efeito desta Lei, os lotes de esquina, serão considerados de duas ou mais frentes.
Art. 30 - Os recuos de frente, referem-se também às construções em sub-solo.
Art. 31 - As zonas são definidas por fundos de lotes, onde todos os lotes de ambos os lados das vias que limitam zonas diferentes, terão os mesmos índices urbanísticos da zona de maior coeficiente de aproveitamento.
Parágrafo Único - Em lotes com frentes para duas vias que se caracterizam por zonas diferentes, prevalecem os critérios da zona de menor coeficiente de aproveitamento, salvo os lotes de esquinas.
Art. 32 - Não serão computados na área máxima edificável, para efeito de coeficiente de aproveitamento, e em nenhuma hipótese receber outra finalidade.
I - Terraço de cobertura, desde que de uso comum dos condomínios;
II - Sacadas, desde que não vinculadas a dependências de serviço;
III - Área de escada de incêndio;
IV - Poço de elevadores, casas de máquinas de bombas, de transformadores e geradores, caixa d’água, centrais de ar condicionado, instalações de gás, depósito para armazenamento do lixo;
V - Áreas de recreação equipadas, conforme exigência desta Lei;
VI - Área de estacionamento, quando localizadas sob pilotis e/ou subsolo.
Art. 33 - Respeitada as normas previstas nas zonas ZR2 e ZR3, é permitida a construção de habitação multifamiliar vertical de até 4 pavimentos, desde que obedecidas as seguintes condições:
I - Área mínima do terreno de 5000 metros quadrados e frente não inferior a 50 metros;
II - Área destinada a recreação, de acordo com o previsto nesta Lei;
III - O terreno deverá ser contornado por vias públicas em todo o seu perímetro;
IV - Ter área mínima de terreno por unidade habitacional de 50 m2.
V - As edificações deverão estar recuadas de todas as vias públicas circundantes, de distância mínima igual a altura da construção, medida pelo nível médio do passeio. Para cálculo da altura, não se considera o reservatório e casa de máquinas.
Art. 34 - A profundade máxima de ZI1 - Zona Industrial não poluitiva, quando não limitada por via ou fundo de lote, é de 200 m (duzentos metros)
CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 35 - A aprovação de edificação na área urbana do distrito sede, que apresentar área construída superior a 5.000 m² (cinco mil metros quadrados), será obrigatório relatório circunstanciado, conforme ANEXO IV, elaborado pelo órgão competente de Planejamento do Executivo Municipal.
Parágrafo 1º - Excetuam-se das exigências do artigo as edificações residenciais.
Parágrafo 2º - Excetuam-se das exigências do artigo as edificações na zona industrial potencialmente poluitiva.
Parágrafo 3º - Excetuam-se das exigências do artigo as edificações nos lotes voltados para as Rodovias, contornos rodoviários e ferrovia.
Art. 36 - O Executivo Municipal estabelecerá através de decreto, os recuos frontais obrigatórios, para fins de alargamento futuro, das vias definidas na Lei do Sistema Viário Básico, como:
I - vias principais;
II - vias coletoras;
III - vias paisagísticas.
Parágrafo Único - Os recuos frontais das vias que trata o artigo, serão definidos mediante as necessidades e exigências da Lei do Sistema Viário Básico.
Art. 37 - A presente Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Art. 38 - São partes integrantes desta Lei os ANEXOS I, II, III e IV, e o Mapa de Zoneamento do Uso e Ocupação do Solo.
Art. 39 - A construção de edifícios religiosos em todas as zonas designadas no anexo I será admitida mediante relatório circunstanciado, de parecer favorável do competente órgão de Planejamento Municipal e Termo de Anuência validado por maioria simples dos vizinhos lindeiros consultados na forma desta lei.
Art. 40 - Excluir-se à, perante o órgão de Planejamento Municipal, a exigência do Termo de Anuência dos vizinhos, a que alude o artigo anterior, desde que sejam obedecidas para as normas estabelecidas para a zona em questão e atendidas as seguintes condições mínimas:
I - Destinação de área proporcionalmente adequada ao estacionamento de veículos, de modo a evitar, quanto possível, a obstrução das vias de circulação adjacentes ao local de culto.
II - A apresentação de projeto detalhado de isolamento acústico.
(Arts. 39 e 40 inseridos à Lei conforme a Lei nº 2881 de 17 de dezembro de 2001).
EDIFÍCIO DA PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ROLÂNDIA, aos 20 de setembro de 1996.
LEONARDO CASADO Prefeito Municipal
HORÁCIO FERNANDES NEGRÃO FILHO Secretário da Administração
Anexo I
Características de Uso
Rolândia - Lei de Zoneamento do Uso e Ocupação do Solo Urbano
Zonas Permitidos Permissíveis Tolerados
ZR1 Residencial Unifamiliar e Multifamiliar Horizontal
Comércio e Serviço Vicinal (*) Serviços Especiais
Comércio e Serviço de Bairro Comércio e Serviço Específico ZR2 Residencial Unifamiliar e
Multifamiliar Horizontal
Comércio e Serviço Vicinal Comércio e Serviço de Bairro (*) Serviços Especiais
Comércio e Serviço Geral Comércio e Serviço Específico Indústria não Poluitiva ZR3 Residencial Unifamiliar e
Multifamiliar Horizontal
Comércio e Serviço Vicinal Comércio e Serviço de Bairro
Comércio e Serviço Geral Comércio e Serviço Específico
(*) Serviços Especiais Indústria não Poluitiva ZC1 Residencial Unifamiliar,
Multifamiliar Horizontal e Vertical Comércio e Serviço Vicinal
Comércio e Serviço de Bairro
Comércio e Serviço Geral Comércio e Serviço Específico (*) Serviços Especiais
Indústria não Poluitiva ZC2 Residencial Unifamiliar,
Multifamiliar Horizontal e Vertical Comércio e Serviço Vicinal
Comércio e Serviço de Bairro
Comércio e Serviço Geral Comércio e Serviço Específico (*) Serviços Especiais
Indústria não Poluitiva ZC3 Residencial Unifamiliar,
Multifamiliar Horizontal e Vertical Comércio e Serviço Vicinal, Bairro, Geral e Específico.
(*) Serviços Especiais Indústria não poluitiva
Indústria potencialmente incômoda, nociva ou perigosa
ZI1 Comércio e Serviço Vicinal, Bairro, Geral e Específico.
(*) Serviços Especiais Indústria não poluitiva
Residencial Unifamiliar, Multifamiliar Horizontal e Vertical
Indústria Potencialmente incômoda, nociva ou perigosa
ZI2 Comércio e Serviço Vicinal, Bairro, Geral e Específico.
(*) Serviços Especiais Indústria não poluitiva
Indústria potencialmente incômoda, nociva e perigosa
Residencial Unifamiliar, Multifamiliar Horizontal e Vertical
ZRCH Residencial Unifamiliar e Multifamiliar Horizontal
Comércio e Serviço Vicinal Comércio e Serviço de Bairro Comércio e Serviço Específico (*) Texto incluído pela Lei Municipal nº 2.881 de 17 de dezembro de 2001
Anexo II
Índices de Ocupação
Rolândia - Lei de Zoneamento do Uso e Ocupação do Solo Urbano
Lote Frente Mínima
Coeficiente de
Taxa de Ocupação
Taxa de
Permeabilidade %
Recuos
Zonas Mínimo normal esquina Aproveitamento até 2.
pavto
acima 2.
pavto
com/ind residenc. frente com/ind
frente residenc.
m² m m % % % % m m
ZR1 450 15 15 1,2 60 - 15 15 5 5
ZR2 300 12 15 1,4 70 70 15 15 5 5
ZR3 250 10 15 1,4 70 70 15 15 5(2) 5
ZC1 450 15 15 4,0 80 (1) 60 1/30 (4) 15 (6) 1(3) 5
ZC2 Zona Envolvente Zona
Envolvente
Zona Envolvente 5 5
ZC3 450 15 15 4,0 60 60 15 15 5 5
ZI1 1000 20 20 1 60 60 20 20 10 10
ZI2 1000 20 20 1 60 60 20 20 10 10
ZRCH 3000 30 30 0,6 30 - 50 20 10 10
(1) Em caso de uso estritamente residencial taxa de ocupação 60%.
(2) Loteamentos aprovados até a publicação desta lei permanecerão com recuo frontal de 3,00 m, exceto para lotes voltados para vias estruturais
e coletoras.
(3) Lotes voltados para as vias estruturais e coletoras terão recuo frontal de 5,00 metros.
(4) 1/30 (um trinta avos) da área total do terreno - (Alterado pela Lei nº 2.933 de 27 de julho de 2002).
(5) Alterado pela Lei Municipal nº 2.867 de 21 de novembro de 2001 (área anterior: 300 m2).
(6) Alterado pela Lei Municipal nº 2.924 de 01 de julho de 2002.
Anexo III
Recuos Obrigatórios
Rolândia - Lei de Zoneamento do Uso e Ocupação do Solo Urbano
Número de Pavimentos Recuos Laterais Recuos de Fundos da Edificação metro linear (ml) metro linear (ml)
Até 2 pavimentos 1,5 (3) (5) 1,5
Até 4 pavimentos 2,0 (4) (5) 4,0
Até 8 pavimentos 2,5 (4) (5) 5,0
Até 15 pavimentos 3,0 (4) (5) 5,0
1 - Nas zonas industriais os recuos laterais serão de no mínimo 3,00 (três) metros de cada lado independentemente da existência de aberturas.
2 - Nas zonas industriais os recuos de fundos serão de no mínimo 5,00 (cinco) metros independentemente da existência de aberturas.
3 - Em casos de poço de iluminação, o lado menor do poço será equivalente ou maior que a distância exigida para recuo lateral.
4 - Em casos de poço de iluminação em edificações acima de 2 pavimentos o lado menor do poço será equivalente ou maior que duas vezes a distância exigida para o recuo lateral.
5 - As distâncias entre edificações no mesmo lote será sempre a somatória dos recuos laterais exigidos.
Anexo IV
Relatório Circunstanciado
Rolândia - Lei de Zoneamento do Uso e Ocupação do Solo Urbano
O relatório circunstanciado deverá conter, no mínimo; informações, análise e conclusões, sobre:
01. Localização e descrição do Imóvel;
02. Descrição do projeto e uso pretendido, e/ou da edificação e uso pretendido, e/ou do lote e uso pretendido;
03. Horário de funcionamento;
04. Tipo e característica detalhada da atividade pretendida, sendo no mínimo:
a. Matérias primas que utiliza;
b. Produtos que produz ou comercializa;
c. serviços que presta;
d. equipamentos que utiliza.
05. Adequação a legislação municipal pertinente;
06. Adequação a legislação estadual pertinente;
07. Adequação a legislação federal pertinente;
08. Grau de compatibilidade com as características de usos predominantes na
vizinhança;
09. Grau de complementaridade com as características de usos predominantes na vizinhança;
10. Adequação ao sistema viário existente;
11. Gera ou não conflito de tráfego;
12. Gera ou não a necessidade de investimentos públicos em serviços e/ou equipamentos urbanos;
13. Mostra-se adequado e compatível com a infra-estrutura implantada;
14. Apresenta ou não, adequado as características de incômodo, nocivo ou perigoso;
15. Apresenta ou não, adequado as características do terreno;
16. Gera ou não custos de manutenção para o poder público;
17. Descrição das vantagens e desvantagens:diretas e indiretas, a médio e a longo prazos, do ponto de vista:
a. Urbanístico;
b. Econômico;
c. Social;
d. Ambiental.