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CURITIBA - PR 05 A 08 DE JUNHO DE 2019 UNIBRASIL CENTRO UNIVERSITÁRIO AUTÔNOMO DO BRASIL ISBN:

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NIVERSITÁRIO

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08

DE JUNHO DE

2019

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ANAIS DO VII CONGRESSO

INTERNACIONAL DA ABRAMD

Política de drogas, autonomia e cuidados

05 a 08 de junho de 2019

UNIBRASIL | Curitiba | Paraná

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Comissão Organizadora

Presidente: Sandra Regina Fergutz dos Santos Batista, ABRAMD e CRP/PR

Luciane Marques Raupp, UNILASALLE Rubens Adorno, USP

Jardel Fischer Loeck, UNISINOS Danielle Valim, USP

Edward MacRae, UFBA Eduardo Vargas, UFMG Dartiu Xavier, UNIFESP Celi Cavallari, ABRAMD Clínica Helena Albertani, ABRAMD Educação

Comissão Executiva Local Adriane Wollmann, UNIBRASIL Altieres Edemar Freire, FSP/USP Carolina Walger

Cesar Rosario Fernandes Consuelo Fernandes, UNIBRASIL Emilia Senapeschi, CDH CRP/PR

Graciela Santuja Soares Faria, UNIBRASIL Grazielle Tagliamento, CEGES

Iara Lais Raittz Baratieri Omar James Kawa, Marcha da Maconha

Semiramis Maria Amorim Vedovatto, CRP/PR Vanessa Tauschek, CDH CRP/PR

Comissão Científica Nacional | Internacional Presidente: Danielle Valim, USP

Ana Karenina de Melo Arraes Amorim, UFRN Ana Regina Noto, UNIFESP

Antonio Nery Alves Filho, UFBA

Beatriz Labate, NEIP/California Institute of Integral Studies Belchior Puziol Amaral, Rede Multicêntrica/UFRGS

Carla Dalbosco, Hospital de Clínicas de Porto Alegre Celi Cavallari, ABRAMD Clínica | SP

Clarissa Mendonça Corradi Webster, USP Cristiane Barros Marcos, FURG

Daniela Ribeiro Schneider, UFSC Edward MacRae, UFBA

Eduardo Ribeiro dos Santos, INNPD Eroy Silva, UNIFESP

Frederico Policarpo, UFF Graciela Touze , Intercambios

Helena Maria Ramos dos Santos, UEM Jorgina Sales, UFAL

Kátia Varela Gomes, UNICSUL

Laisa Marcorela Andreoli Sartes, UFJF Liana Romero, ABRAMD/Espírito Santo Luís Fernando Tófoli, UNICAMP Marcelo Dalla Vecchia, UFSJ Marcelo Santos Cruz, UFRJ Marcelo Sodelli, PUC SP

Maria Fátima Olivier Sudbrack, UNB Maria Virginia Filomena Cremasco, UFPR Marta Conte, ABRAMD Sul/RS - FERD/RS Michele Gomes Tarquino, ABRAMD Recife/FPS

Maria de Lourdes de Souza Zemel, Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP)

Maria Paula Gomes dos Santos, IPEA Maurício Fiore, CEBRAP

Oriol Romani, URV Taragona | Espanha Oswaldo Fernandez, UEB

Paola de Oliveira Camargo, UFPEL

Patricia Ludmila Barbosa de Melo, Secretaria Estadual de Edu-cação (RR)

Patrícia Maia von Flach, Secretaria Estadual de Saúde (BA) Regina de Paula Medeiros, PUC Minas

Rogerio Azize, IMS/UERJ

Rossana Rameh de Albuquerque, UFPE

Sandro Eduardo Rodrigues, Associação Psicodélica do Brasil Sidarta Ribeiro, UFRN

Taniele Rui, UNICAMP

Tatiana de Castro Amato, ABRAMD Educação/UNIFESP Telmo Ronzani, UFJF

Vera da Ros, REDUC Yone Moura, UNIFESP

Apoio Técnico (CRP-PR) Allana Pazotti Figueiredo Angelo Horst

Ellen Nemitz Jéssica Brasil Skroch Joseli de Fátima Wasik Josiane Tochetto Karina Fernanda Pereira Maurício Cardoso Silva Milena Luiza Poletto Samuel Oliveira de Castro

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Expediente 03 Apresentação 05 Mensagem da Presidenta 06 Resumo da Programação 07 Conferências 08 Rodas de Conversa 09 Mesas Redondas 10 Grupos de Trabalho GT 01 16 GT 02 22 GT 03 28 GT 04 31 GT 05 33 GT 06 35 GT 07 38 GT 08 44 GT 09 46 GT 10 53 GT 11 56 GT 12 57 GT 13 59 GT 14 63 GT 15 65 GT 16 69 GT 17 71 GT 18 77 GT 19 80 GT 20 81 GT 21 85 Pôsteres 86 Fóruns de Discussão 109 Minicursos 110

Índice

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Observamos uma situação política nacional extremamente preocupante, marcada pelo avanço do conservado-rismo radical que insiste em atacar os direitos civis e humanos conquistados ao longo das últimas décadas. Este ce-nário contribui para o aumento dos danos à saúde associados ao(s) uso(s) de droga(s) e aumento da cultura de vio-lência e discriminação racial, que resulta em mortes e encarceramento massivo, especialmente de jovens negros e moradores das periferias brasileiras.

Desta forma, a discussão sobre a reforma da política de drogas a partir do viés da autonomia e dos direitos humanos é necessária. A história da redução de danos no país, como prática e princípio ético do cuidado, não pode ser esquecida neste momento. Pelo contrário, deve ser retomada e servir de inspiração para este momento difícil.

A ABRAMD fundada na insígnia da ciência e diversidade, busca desde sua fundação em 2005 ser um espaço para agregar pessoas interessadas na construção de uma sociedade que lide de forma mais aberta e menos exclu-dente com a questão das drogas. Nesse sentido, o VII Congresso Internacional da ABRAMD foi realizado, visando po-tencializar espaços de discussão e de resistência ao difícil momento vivenciado pela sociedade brasileira capqzes de contribuir tanto na prática de uma reflexão crítica, como na possibilidade de apontar para ideias, utopias, crenças, ações que contribuam para um mundo menos fascista, priorizando a diversidade, as diferenças, os direitos e um mundo menos desigual.

Este volume dos anais do VII Congresso Internacional da ABRAMD, realizado em Curitiba de 05 a 08 de Dezem-bro de 2019, foi preparado para reunir todos os trabalhos que foram submetidos para o evento em um único arqui-vo e que também estão disponíveis na página do evento na internet.

Agora você poderá baixar os anais em PDF com todos os resumos dos trabalhos e acessar individualmente os trabalhos completos. Aqui os anais estão organizados por Grupos de Trabalhos (GTs) e dentro de cada GT pelo tipo de trabalho apresentado. Para localizar algum trabalho específico, localize o GT do trabalho e depois busque pelo título do trabalho que está em ordem alfabética. Para os trabalhos em que o autor ou a autora enviou à organização do evento a versão completa referente ao resumo, colocamos um link do trabalho para que você possa acessá-lo também. Desejamos a todos uma boa leitura!

Diretoria da ABRAMD Gestão 2018-2019

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Em um cenário nacional marcado pelo conservadorismo radical que insiste em atacar os direitos conquistados ao longo das ultimas décadas, a retirada da redução de danos da politica nacional de drogas marca um retrocesso desmesurado agravando, na área da saúde, o cuidado às (aos) usuárias (os). Sob o ponto de vista legal, o cerceamen-to ao direicerceamen-to de escolha, marcado pela ignóbil lei de drogas do país, revela em seus dados de encarceramencerceamen-to massi-vo de negros, mulheres, jovens e pobres, a parcialidade desta lei, bem como, sua total ineficácia. A proibição somen-te agrava danos, aumenta a violência, o risco de overdose, o mercado paralelo e o desvio de bilhões que poderiam ser aplicados na prevenção, tratamento e regulamentação das substancias.

A ABRAMD vem então, em parceria com o CRP-PR, importante protagonista no enfrentamento destas ques-tões, declaradamente antiproibicionista, apoiado por várias instituições e coletivos, realizar o VII Congresso interna-cional da ABRAMD como resposta de resistência. Estamos juntxs!!!!

Sandra Fergutz Batista Presidenta do VII Congresso Internacional da ABRAMD

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Resumo da Programação

05/06/2019 | Quarta-feira

09:00 às 18:30 Credenciamento

09:00 às 12:30 Minicursos e Fóruns de Discussão 14:00 às 16:00 Minicursos e Fóruns de Discussão

16:30 Fórum de Discussão

06/06/2019 | Quinta-feira

08:30 às 10:00 Mesa de Abertura

10:00 às 12:00 Conferência Magna (Conferencia de abertura) | Prof. Dr. Carl Hart 14:00 às 16:00 Roda de Conversa

16:30 às 18:00 Roda de Conversa - RD 30 anos

07/06/2019 | Sexta-feira

08:30 às 18:30 Credenciamento

08:00 às 10:30 Conferencias | Mesas Redondas | Grupos de Trabalhos 10:30 às 12:30 Conferencias | Mesas Redondas | Grupos de Trabalhos 14:00 às 16:30 Conferencias | Mesas Redondas | Grupos de Trabalhos 16:30 Conferencias | Mesas Redondas | Grupos de Trabalhos 18:30 Lançamento de Livros

19:30 Assembléia Extraordinária ABRAMD

08/06/2019 | Sábado

08:00 às 10:00 Conferências

08:00 às 10:00 Seminario | Grupos de Trabalho | Mesas Redondas 10:30 Conferências | Mesas Redondas | Grupos de Trabalho

14:00 Conferências

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Conferência Magna (Abertura do Congresso)

Prof. Dr. Carl Hart (Columbia University/EUA)

Conferência de Encerramento

Prof. Dr. Elisaldo Luiz de Araújo Carlini (Unifesp)

Cannabis: superando desafios

Raquel Peyraube (SUEN/UY)

Sérgio Vidal (Associação Brasileira para Pesquisa e

Desenvolvimento do Cânhamo)

André Feijes (Marcha da Maconha, OAB/PR)

Do Baque ao Crack - 30 anos de Redução de Danos

Maria Angélica de Castro Comis (Centro de Convivência É

de Lei)

Luana Malheiro (UFBA)

Luciana Togni de Lima e Silva Surjus (UNIFESP)

Karin Di Monteiro Moreira (Centro de Convivência É de

Lei)

Michel Willian de Castro Marques (Redutor de Danos)

Drogas em Contextos Homoeróticos e Sexuais

Osvaldo Francisco Ribas Lobos Fernandez (UNEB) Vera Maria Lopes Da Ros (REDUC)

Osvaldo Francisco Ribas Lobos Fernandez (UNEB) Mauricio Alejandro Sepulveda Galeas (Universidad de

Chile)

Edward John Baptista das Neves MacRae (UFBA)

Encarceramento e drogas: Aumentando as grades,

reduzindo direitos

Luciana Boiteux (UFRJ/IBCCRIM) Julita Lemgruber (Cesec)

Matuzalem Santos (CERSAM AD)

Gênero, drogas e violência: como o proibicionismo

influencia na violência

Danielle de Carvalho Vallim (USP) Luana Malheiro (UFBA)

Luciana Boiteux Figueiredo Rodrigues (UFRJ) Flavia Medeiros (UFF)

Novos

desafios

na

Educação

Preventiva:

aproximações e distanciamentos entre experiências

recentes no Brasil e no Uruguai

Helena Maria Becker Albertani (Abramd) Marcelo Sodelli (PUCSP)

Tatiana de Castro Amato Locatelli (UNIFESP)

Marcelo Rossal (Faculdade de Humanidade e Ciencias da

Educação)

Julia Ferreira Bernardo (UNIFESP campus Guarulhos)

Política de Drogas e a luta por Justiça no Brasil

Maria Lúcia Karam (Juíza de Direito aposentada/Ex-Juíza

Auditora da Justiça Militar Federal)

Orlando Zaccone (Delegacia de Polícia Civil – RJ/

Movimento Policiais Antifascismo)

Ana Paula Gomes de Oliveira (Mães de Manguinhos) Eliene Maria Vieira (Mães de Manguinhos)

Política Global de Drogas: Entre caminhos e

encruzilhadas

Rafaela Rigoni (Utrecht University/ Mainline Foundation) Olga Furriel Cruz (ISMAI - PT)

Graciela Touze (Intercambios/AR) Francisco cordeiro (UNODC)

Psicologia e Drogas: Direitos Humanos e

protagonismo em ação

Grazielle Tagliamento (CRP-PR) César Rosário Fernandes (CRP-PR) Hugo Nascimento Resende (CRP-PR) Vanessa Tauschek (CRP-PR)

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Resistir é preciso, viver é impreciso

Sandra Regina Fergutz dos Santos Batista (ABRAMD,

RE-DUC e CRP-PR)

Maurides Ribeiro, Celi Denise Cavallari (REDUC/

ABRAMD)

Maria Tereza Martins Ramos Lamberte (USP) Graciela Touze (Intercâmbios)

Revolução Psicodélica: o novo cenário dos

psico-délicos no Brasil e no mundo

Edward MacRae (UFBA)

Dartiu Xavier da Silveira (UNIFESP)

Fernando Beserra (Associação Psicodélica)

Usos terapêuticos tradicionais de cannabis e suas

contribuições à pesquisa científica

Mauro Leno Silvestrin (Marcha da Maconha) Thamires Regina Sarti Ribeiro Moreira (UNICAMP) Renato Filev (UNIFESP)

Francisney Nascimento (Unila)

Fabiano Soares de Araújo (Grupo REAJA)

Rodas de Conversa

Vozes, Diálogos e Intersetorialidade: Como a

guer-ra às drogas nos afeta?

Mediador(a): Raull Santiago Carl Hart (Columbia University) Nadja Carvalho Santos (RENFA) Nathalia Oliveira (INNPD)

Jessica Nunes de Souto (Movimentos/Rio) Sabrina Martina Evangelista (Movimentos/Rio)

Grande Roda de RD – 30 anos

Espaço para debate com a participação de 30 disparado-res. Venha conhecer a história da Redução de Danos no Brasil com protagonistas destes trinta anos

Tarcísio Mattos (UFBA) Fátima Machado (ARDPOA)

Andrea Domanico e Domiciano Siqueira (ABORDA) Além de outros renomados profissionais

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Ações Afirmativas, Articulações Regionais e

Participação Social do FERD-RS

Autor(es): Marta Conte (Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul), Manuele Monttanari Araldi (Associação Educacional São Carlos), Cristiane Barros Marcos (UNISINOS), Veridiana Farias Machado, Luciane Marques Raupp (Centro Universitário Unilasalle - Cano-as)

Desde 2017 um grupo de pessoas interessadas no tema Políticas Públicas sobre Álcool e outras Drogas tem se reunido com o propósito de pensar as práticas de cuida-do, produção científica e difusão cultural em Redução de Danos (RD) no RS. Este espaço configurou-se como uma retomada do Fórum Estadual de RD (FERD/RS) através de Rodas de Conversa. Essa mesa redonda visa apresentar o trabalho desenvolvido pelo FERD/RS, destacando ações afirmativas, articulações regionais e com movimentos sociais e a participação no controle social para a formula-ção de políticas públicas. Entre as ações regionais essa mesa abordará a construção dos seminários “Outras pa-lavras sobre álcool e outras drogas”, realizado em quatro regiões do RS, com o apoio do CRP/RS. Os seminários tiveram participação ampla e diversificada de trabalha-dores, estudantes e da comunidade em geral. O foco das ações do FERD/RS tem sido promover o reconhecimento da diversidade conceitual (da RD), de ferramentas e ser-viços, focar nas necessidades de cada região, fortalecer coletivos para possibilitar espaços de integração, ampliar o diálogo com diferentes segmentos da sociedade e qua-lificar a rede intersetorial. Nesse sentido, a aproximação do FERD/RS com o Movimento Nacional de População em Situação de Rua (MNPR) permitiu acompanhar o de-senvolvimento da Aldeia Pop Rua - Zumbi dos Palmares, ocupação que desenvolveu ações comunitárias na pers-pectiva da RD. Quanto a participação de representantes do CRP/RS /FERD/RS no CONED (Conselho Estadual de Politicas sobre Drogas do RS) a marca tem sido o dialogo com segmentos da sociedade que não tem proximidade com a perspectiva da RD, visando ressaltar os danos da criminalização do uso de drogas, do proibicionismo e das ações em saúde que se reduzem à exigência da abstinên-cia do consumo.

Álcool, uso e abuso: experiências, estratégias e

cuidados

Coordenação: Ana Paula Martins Mendes (UFSC). Exposi-tores: Francisco Cordeiro (UNODC), Ana Regina Noto (UNIFESP), Tassiane Cristine Santos de Paula (UNIFESP).

Anteprojeto da Lei de Drogas em debate

Autor(es): Luiz Carlos (Piti) Hauer (Comissão de Drogas da OAB-PR). Expositores: André Feiges (Comissão de Drogas da OAB--PR), Maurício Stegemann (OAB), Jacson Zilio (OAB), Décio David Franco (Comissão de Drogas da OAB-PR)

A Redução de Danos na Clínica

Autor(es): Maria de Lurdes de Souza Zemel (Sociedade Brasileira de Psicanálise/Associação Paulista de Terapia Familiar), Marta Conte (Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul), Celi Denise Cavallari (Consultório), Karina Lucena de Mesquita (Clinica de Psicologia), Rodri-go Alencar (Pontifícia Universidade Católica de São Pau-lo)

O percurso de 30 anos de redução de danos no brasil trouxe novas leituras sobre a possibilidade de autorregu-lação da pessoa que faz uso de substâncias psicoativas lícitas e ilícitas. A inclusão da redução de danos pode viabilizar a diminuição de vulnerabilidade para o usuário: desde a elaboração do significado do uso em sua vida, até a preservação da própria vida. Este trabalho preten-de contribuir com aspectos clínicos sob a luz da psicaná-lise no que tange a prática da redução de danos em vá-rias instâncias e momentos de construção. Contextuali-zando a história da redução de danos para chegar na atualidade da autorregulação da pessoa que faz uso de substâncias psicoativas, diferenciando queixa e demanda no trabalho de redução de danos, bem como a formula-ção de estratégias clinicas que abrangem condutas e si-tuações adversas com usuários no território. E ainda, o que pode ser produzido em termos de autonomia, autor-regulação, de consumo a partir de uma escuta compro-metida com as demandas internas do sujeito, ou seja suas reais possibilidades e necessidades de uso. Assim,

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propondo um lugar diferenciado ao profissional à frente da demanda do uso de substâncias psicoativas, não mais como o regulador da abstinência, mas sim como o aco-lhedor da demanda real do sujeito, propondo o debate de suas necessidades e riscos, sempre visando o constru-to de sua auconstru-tonomia e consequente auconstru-torregulação.

Comunidades Terapêuticas e políticas públicas de

atenção a usuários de álcool e outras drogas: o

contexto brasileiro

Autor(es): Jardel Fischer Loeck (Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS), Pablo Kurlander (FEBRACT), Maria Paula Gomes dos Santos (IPEA - Instituto de Pes-quisa Econômica Aplicada), Lucio Costa (Mecanismo Na-cional de Prevenção e Combate à Tortura - MNPCT) As recentes mudanças nas políticas públicas sobre dro-gas e sobre saúde mental, iniciadas ainda em 2017, e com desfechos bastante agudos neste ano de 2019, têm apontado para um fato: o aumento do protagonismo das comunidades terapêuticas (CT) como recurso terapêuti-co preferencial para usuários de álterapêuti-cool e outras drogas que desenvolvem padrões de uso considerados proble-máticos, inclusive com uma inserção institucional na re-de re-de atenção psicossocial (RAPS). Entretanto, esse au-mento de protagonismo pode ser localizado antes, com o lançamento do programa “Crack, é possível vencer”, colocado em ação no ano de 2011 pelo governo federal. Ou seja, não se trata de uma novidade. Esta tendência de protagonismo das comunidades terapêuticas como modelo de cuidado preferencial, no Brasil, não é emba-sada em evidências científicas que comprovem sua mai-or eficácia em relação a outras terapêuticas, o que, de pronto, levanta algumas questões, principalmente sobre como tal modelo pode implicar na rede de atenção como um todo. Quais seriam as implicações de curto, médio e longo prazo da priorização das CT como modelo terapêu-tico preferencial, um vez que nesses locais: o tratamento se desenrola em isolamento do mundo social; há a ne-cessidade de abstinência total; há, muitas vezes, imposi-ção de discursos e práticas religiosas; e, em situações extremas, há a violação de direitos humanos. Conside-rando que a inserção das CTs nas políticas públicas é uma realidade, trata-se de um tema que não pode ser ignorado. A mesa-redonda aqui proposta tem o objetivo de trazê-lo ao debate, em seus diversos aspectos, com

vistas a buscar melhores estratégias de enfrentamento desta questão, bem como de valorização das terapêuti-cas que preconizam o tratamento em liberdade. A mesa-redonda será formada por pesquisadores e profissionais com larga experiência no tema das comunidades tera-pêuticas no Brasil, e que representam áreas de conheci-mento diversas.

Contribuições do Mindfulness na área de drogas:

da prevenção ao tratamento

Autor(es): Mayra Pires Alves Machado (Universidade Fe-deral de São Paulo), Ana Regina Noto Faria (Universidade Federal de São Paulo), Ana Regina Noto Faria (Universidade Federal de São Paulo), Iracema Francisco Frade (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo), Isabel Cristina Weiss de Souza (Espaço Terapêutico Dra Isabel Weiss)

Mindfulness (atenção plena) é uma habilidade metacog-nitiva de trazer atenção ao momento presente de manei-ra intencional com maior abertumanei-ra, curiosidade e gentile-za. As Intervenções Baseadas em Mindfulness (IBM) utili-zam o treino desta habilidade por meio de meditação em conjunto com exercícios psicoeducacionais para promo-ver saúde, bem estar e cuidado em diferentes popula-ções, dentre outros benefícios cientificamente compro-vados. O Programa de Prevenção de Recaídas Baseado em Mindfulness (MBRP) é uma IBM que integra Mindful-ness com a Prevenção de Recaídas da abordagem Cogni-tiva Comportamental, tendo como principais objetivos: maior consciência dos gatilhos e das situações de risco; reconhecimento de padrões mentais e hábitos reativos que levam aos comportamentos prejudiciais; desenvolvi-mento de respostas mais habilidosas e manejo do des-conforto; e promoção de autocuidado e estilo de vida mais equilibrado. Foi desenvolvido originalmente para auxiliar na manutenção após o tratamento de pessoas com transtorno por uso de substâncias, sendo uma inter-venção em grupo de curta duração ocorrendo em 8 en-contros semanais com 2 horas de duração. As pesquisas apontaram para redução do consumo de substâncias nos episódios de recaída, maior período de tempo sem con-sumo, redução de fissura, melhora do manejo de sinto-mas depressivos e redução de problesinto-mas médicos e le-gais, mesmo quando comparado à Prevenção de Recaí-das tradicional. Entretanto, com o avanço Recaí-das pesquisas

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hoje é também aplicado de maneira adjunta aos trata-mentos, para auxílio de familiares e em ambientes aca-dêmicos como forma de prevenção. Nesta mesa redonda serão discutidas as diferentes contribuições do MBRP na área de drogas, incluindo seus mecanismos e os avanços das pesquisas no Brasil.

Cuidados na atenção ao uso de drogas numa

perspectiva de promoção de autonomia: uma

desconstrução das práticas de controle e

alienação

Autor(es): Filipe Aburaya Yamaki (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo), Renato Filev (UNIFESP - Universi-dade Federal de São Paulo), Paulo Rogério Morais (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo), Ariana Gonzaga Evangelista (PROAD), Guilherme Guimarães Manfrinato (PROAD)

Considerando os diferentes modos de uso das substân-cias psicoativas e o papel deste uso na experiência e or-ganização do cotidiano pelo indivíduo, o objetivo desta mesa é fomentar discussões acerca dos fundamentos teóricos e práticas tradicionalmente adotadas no trata-mento dos transtornos por uso de substâncias com foco exclusivo na promoção da abstinência e com pouca aten-ção em outros fatores que podem estar envolvidos no fenômeno do uso de substâncias ou do papel destas na vida da pessoa. As falas apresentadas irão abordar mo-dos e estratégias de atenção ao fenômeno de uso de drogas que buscam promover a autonomia.

Do dispositivo das drogas aos objetos

sócio-técnicos:

desdobramentos

da(na)

produção

científica contemporânea

Autor(es): Altieres Edemar Frei (USP - Universidade de São Paulo), Altieres Edemar Frei (USP - Universidade de São Paulo), Fábio José Orsini Lopes (UEM - Universidade Estadual de Maringá), Daniel Fernando Fischer Lomona-co (Psykhe), Sandra Regina Fergutz dos Santos Batista (CRP/PR)

Pensar a questão das drogas na atualidade tem exigido uma envergadura das produções científica ajustadas aos interesses e ideologias em disputa. Assim, o debate em torno da famigerada “doença dependência-química” se

reveste de “evidências científicas” que, se por um lado, fisgam (forjam) o debate no senso comum atribuindo-lhe certo lastro para além das falas midiáticas, por outro la-do desconsideram o fato de que não há produção cientí-fica isenta da relação intrínseca entre saber e poder. Por essas e outras, a categoria (o conceito) dos dispositivos tal qual vista por Foucault e atualizada por autores como Agamben e Deleuze, e tal qual empregada por uma série de autores brasileiros na cepa mais recente de trabalhos acadêmicos que consideram etnografias ou cartografias como metodologia, parece ser uma chave de leitura ou uma lente interessante para as questões que emergem: que tipo de saber é este, em jogo? O objetivo da e mesa é tecer arguições e fomentar debates sobre o quanto as drogas enquanto dispositivos que engendram consigo saberes e discursos convertem-se em meros objetos só-cio-técnicos, ou chaves de leitura que trazem engodos consigo: debruçam-se sobre sintomas, antes de ver às causas. Perceber essas tramas transcende a mera discus-são sobre ciência: aponta também para a questão biopo-lítica que emerge tanto da tolerância e incentivo a deter-minados usos de produtos e substâncias, quanto as que emergem da proibição e criminalização de outros usos de produtos e substâncias. E, para além disso, acrescen-tam ao ‘saber sobre drogas’ outra questão comum ao controle dos corpos: a produção de conhecimento, em vez de emancipatória e de deixar emergir o que pulsa do sujeito e de sua relação com o mundo, é tachada e re-vestida por clichês, como aqueles reproduzidos nos dis-cursos que clamam por abstinência e dizem que as dro-gas levam aos três cês: cadeia, cemitério e caixão.

Drogas, periferia e overdose: uma perspectiva

sobre Brasil e Portugal

Expositores: Rubens Adorno (USP), Altieres Frei (USP), Luis Vasconcelos (USP)

Fenomenologia como um método rigoroso para o

campo das drogas: é possível um caminho

multidisciplinar?

Autor(es): André Pimenta de Melo (Universidade Estadual de Campinas), Bruno Ramos Gomes (UNICAMP - Univer-sidade Estadual de Campinas), Filipe Aburaya Yamaki (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo),

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Alexan-dre Collarile Yamaguti (Nenhuma), Marcelo Sodelli (PUCSP - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) A mesa é uma atividade proposta pelo núcleo da ABRAMD Fenomenologia, cujo objetivo é apresentar a proposta do núcleo e suas atividades, abordando o pen-samento fenomenológico enquanto um método crítico e reflexivo e sua inserção científica dentro do campo das drogas, visando a construção de um conhecimento mul-tidisciplinar, elaborando assim uma interlocução entre as potencialidades do pensamento fenomenológico e os desafios cotidianos ligados ao campo de drogas. Desse modo se propõe uma apresentação da metodologia rigo-rosa do pensamento fenomenológico de cunho filosófico de um modo não restritivo, trazendo sua múltipla inser-ção em várias disciplinas das ciências sociais e humanas. Em consonância com isso a mesa também trará as apli-cações práticas desse pensamento dentro dos campos de assistência ao uso problemático de substâncias psico-ativas, notadamente dentro da clínica psicológica e no trabalho de redução de danos com usuários em uso pro-blemático de sustâncias. Com isso pretendemos mostrar as múltiplas aplicações relacionadas ao pensamento fe-nomenológico e sua relevância para o campo das drogas, tanto em sua dimensão teórica quanto prática.

Lá fora nas ruas: miséria, vulnerabilidade e drogas

no contexto da população em situação de rua

Coordenação: Adriane Wolmann (UNIBRASIL), Anderson Ferreira (Jornal Boca de Rua), Leonildo Monteiro (MNPR)

Não é apenas a droga: como o proibicionismo afeta

as políticas de Saúde Mental?

Coordenação: Marcelo Kimati (UFPR), Maurides Ribeiro (IBCCRIM), Adriana Tabata dos Santos (Coord. CAPS II MaraBa)

O que pode ser feito agora? Ações educativas e

Redução de Danos no campo das drogas

Expositores: Tatiana Amato (ABRAMD Educação), Marisa Feffermann (ABRAMD Educação), Christiane Sampaio (CAP).

Observação participante no mundo dos psicoativos

- desafios teóricos, metodológicos e éticos

Autor(es): Edward John Baptista das Neves MacRae (Universidade Federal da Bahia), Paulo Cesar Pontes Fra-ga (UFJF), Tiago Coutinho Cavalcante (UFRJ - Universida-de FeUniversida-deral do Rio Universida-de Janeiro), Danielle Universida-de Carvalho Val-lim (USP - Universidade de São Paulo), Regina de Paula Medeiros (PUC MG)

Nos últimos anos, o campo do estudo do uso de substân-cias psicoativas, até recentemente apanágio quase exclu-sivo dos estudos em saúde ou direito, vem também se desenvolvendo de forma muito rápida na antropologia. A nova, mas não inédita, atenção dada aos seus aspectos culturais traz uma série de implicações teóricas, metodo-lógicas, políticas e éticas.. Surgem diversas indagações. Pode/ deve o pesquisador usar substâncias psicoativas em campo junto com seus interlocutores? Qual o lugar da autoetnografia? Tampouco podem ser deixadas de fora questões éticas relacionadas ao estudo de popula-ções com práticas ilícitas ou socialmente estigmatizadas. Que proteção se oferece aos sujeitos da pesquisa? E aos pesquisadores? Pensando nestas, propõe-se uma mesa redonda para refletir sobre instrumentos metodológicos-teóricos- éticos que possibilitam a compreensão dos con-textos sociais onde pesquisadores investigam distintas práticas de uso de psicoativos, sejam eles lúdicos, espiri-tuais ou terapêuticos possam trazer à discussão os vários dilemas encontrados em seus estudos.

Os sentidos da compulsão

Autor(es): Karina Lucena de Mesquita (Clinica de Psicolo-gia), Diva Reale (Instituto Sedes Sapientiae), Silvia Brasili-ano (Programa da Mulher Dependente Química do Insti-tuto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (PROMUD - IPq - HC - FMUSP)), Valéria Lacks (Hospital Estadual de Diadema), Maria de Lurdes de Souza Zemel (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICANALISE/ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE TERAPIA FAMILIAR)

A compulsão ocupa um lugar central nas apresentações psicopatológicas da atualidade. Para além dos mecanis-mos neuroquímicos envolvidos no comportamento com-pulsivo e da caracterização psiquiátrica há uma compre-ensão da psicodinâmica envolvida, que permite

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aprofun-dar o conhecimento e a reflexão sobre esse tema. En-contramos em campos de conhecimento distintos como na psiquiatria e na psicanálise um esforço para diferenci-ar a natureza compulsiva ou impulsiva de comportamen-tos de repetição. Na psiquiatria, a diferenciação entre atos impulsivos e atos compulsivos nos remete à reflexão sobre a dissociação entre a experiencia de prazer e o desejo imperioso de consumir drogas. Esta mesa reúne trabalhos clínicos envolvendo situações múltiplas onde a compulsão se manifesta em distintas configurações. O objetivo é trazer uma contribuição para a elucidação da relação entre a compulsão do uso de álcool e outras dro-gas e diferentes manifestações como aquelas encontra-das em determinados transtornos alimentares, compul-são por sexo/pornografia, instabilidade de gênero, indi-cativos de falhas precoces na constituição de si. Através de vinhetas e casos clínicos buscaremos explorar como esses comportamentos compulsivos se relacionam entre si, podendo ser referidos como fazendo parte do grupo de configurações descritas como falhas ou fraturas narcí-sicas. A busca para sanar tais falhas pode ser a chave para a compreensão do estabelecimento de compulsões em pessoas que experimentam uma impossibilidade do encontro de si com o outro numa relação mutuamente enriquecedora.

Os usos terapêuticos da cannabis na visão da

ciência, dos usuários e do contexto legislativo

Autor(es): Andrea Donatti Gallassi (Universidade de Brasí-lia (UnB)), Larissa Alencar Rodrigues (UNB - Universidade de Brasília), Régis Eric Maia Barros (UNICEUB - Centro Universitário de Brasília), Rafael Evangelista Ladeira (FGV -EAESP - Escola de Administração de Empresas de São Paulo), Gabriel Santos Elias (UNB - Universidade de Brasí-lia)

INTRODUÇÃO. Desde a década de 1970, o israelense Ra-fael Mechoulan e o brasileiro Elisaldo Carlini, entre ou-tros, já postulavam o enorme potencial terapêutico do uso de canabinóides da cannabis sativa. Em 1980, ambos pesquisadores participaram do grupo que apresentou as primeiras evidencias dos efeitos anticonvulsivantes e levemente sedativos do CBD e de sua boa tolerância em humanos. Entretanto, apenas recentemente estudos sobre a planta vem ganhando maior expressividade da-dos seus efeitos: antipsicóticos, ansiolíticos,

anticonvulsi-vante/antiepilético, anti-inflamatórios, suas proprieda-des neuro- e cardioprotetoras, antiemético, no trata-mento de comportatrata-mentos e aspectos patofisiológicos e psiquiátricos associados à dependência de substâncias psicoativas, dentre outros. OBJETIVOS. Apresentar e dis-cutir os diferentes usos terapêuticos da cannabis na vi-são da ciência, dos usuários e do contexto legislativo no Brasil e internacionalmente. METODOLOGIA. Mesa for-mada por duas pesquisadoras da Universidade de Brasí-lia (UnB), um médico psiquiatra do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF), e dois membros da sociedade civil organizada: uma associação de usuários terapêuti-cos de cannabis (Aliança Verde – DF) e um hub de orga-nizações com 52 entidades membros que trabalha pela reforma da política de drogas (Plataforma Brasileira de Política de Drogas). Os temas das apresentações serão: (1) os benefícios terapêuticos do canabidiol no tratamen-to da dependência de crack/cocaína; (2) uso terapêutico da cannabis na neuropsiquiatria; (3) cultivo associativo de cannabis para diferentes necessidades de saúde (4) debatedor, que articulará a regulação da cannabis tera-pêutica com o contexto legislativo (5) moderadora que fará a articulação das exposições. Espera-se que essa mesa redonda possa aprofundar o debate sobre os avan-ços da ciência a respeito dos usos terapêuticos da canna-bis e os desafios enfrentados pelos usuários dado o con-texto legislativo ainda pouco favorável no Brasil.

Processos Formativos e Educação Permanente no

Campo de Álcool e Outras Drogas

Autor(es): Marcelo Dalla Vecchia (Universidade Federal de São João del-Rei), Danilo Polverini Locatelli (UN), Ana Karenina de Melo Arraes Amorim (UFRN), Maria Inês Gandolfo Conceição (UNB - Universidade de Brasília), Maria Aparecida Penso (UCB - Universidade Católica de Brasília)

O uso problemático de álcool e outras drogas precede ou acompanha condicionantes e determinantes sociais rela-cionados à pobreza, a marginalização e a segregação so-cial, com claro recorte de classe soso-cial, gênero e raça/ etnia. Além disso, a estigmatização das pessoas que usam álcool e outras drogas têm consequências que vão além das barreiras de acesso aos serviços de saúde, visto que, mesmo tendo oportunidades de acesso, optam por abandoná-los prematuramente ou por sequer dar início

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aos tratamentos oferecidos. Estima-se que em torno de dois milhões de trabalhadores dos setores de saúde e assistência social atuam diretamente com pessoas que fazem uso problemático de álcool e outras drogas. Isso sugere a relevância de se discutir os processos formati-vos voltados à educação permanente no campo de álco-ol e outras drogas para trabalhadores que atuam em ações de cuidado e prevenção. As conferências compo-nentes desta mesa ressaltarão três enfoques a respeito da temática: (1) o papel dos Centros Regionais de Refe-rência (CRRs) no desenvolvimento de processos formati-vos sensíveis à realidade locorregional das políticas de drogas com protagonismo na articulação da rede interse-torial; (2) a avaliação de resultados dos processos forma-tivos desenvolvidos por CRRs na prática profissional de seus participantes; e (3) os dispositivos e práticas de for-mação em AD em diferentes cenários. Os enfoques de-senvolvidos convergem em ratificar a importância da elaboração de princípios e diretrizes para a educação permanente no campo de álcool e outras drogas, funda-mental para o alinhamento conceitual e normativo.

Redução de Danos no Contexto da Universidade

Autor(es): Clarissa M. Corradi-Webster. (Universidade de São Paulo), Marcelo Dalla Vecchia (Universidade Federal de São João del-Rei), João Diogo Filippini Fernandes (USP - Universidade de São Paulo), João Mauricio Gimenes Pedroso (USP), Andrea Ruzzi Pereira (USP - Universidade de São Paulo)

A discussão sobre o uso de álcool e outras drogas entre universitários se faz relevante por este ser um período em que o consumo geralmente se faz de modo mais in-tenso. Esse consumo está associado a maior número de comportamentos de risco, podendo resultar em conse-quências negativas. O uso de drogas no contexto de fes-tas universitárias tem como objetivo principal a socializa-ção e a diversão, mas pode deixar o jovem mais vulnerá-vel a diferentes situações de risco. Sendo assim, esta me-sa tem como objetivo apresentar e discutir a redução de danos no contexto da universidade. Para isto, serão apresentados resultados de estudo que identificou con-sequências negativas do consumo percebidas pelos estu-dantes, recursos utilizados por eles para lidarem com os problemas relacionados ao uso e estratégias desenvolvi-das para evitarem problemas relacionados ao consumo.

Além disto, como estratégia de discussão sobre a temáti-ca na universidade e bustemáti-cando a criação de espaços de controle social, duas versões do Fórum Estadual de Re-dução de Danos/SP foram realizadas dentro de campi universitários do interior de São Paulo, em São Carlos e Ribeirão Preto. Serão apresentadas as estratégias de pre-paração destes fóruns e discutidos os impactos destes nos campi universitários, com foco para a criação de co-letivos de redução de danos. O período de estudo na universidade é conhecido por ser uma fase de maior consumo de substâncias, fazendo-se necessária a criação de espaços de diálogo sobre a temática, além do estímu-lo para que os jovens sejam protagonistas em fóruns e coletivos que buscam construir e disseminar estratégias para reduzir os danos relacionados ao uso de drogas.

Resistir é preciso, viver é impreciso. (é conferencia)

Autor(es): Sandra Regina Fergutz dos Santos Batista (CRP), Maurides Ribeiro, Celi Denise Cavallari (Consultório), Maria Tereza Martins Ramos Lamberte (USP - Universidade de São Paulo), Graciela Touze Estamos diante de uma condição cuja compreensão exi-ge três níveis de análise: o contexto macrossocial, o con-texto mesossocial e um nível microssocial subjetivo. Uma condição em dois aspectos: reconhecimento subjetivo e reconhecimento social; a dor é significante quando ob-tém reconhecimento social e se torna uma reivindicação. A Redução de Danos em 30 anos no Brasil possibilitou que os usuários de drogas acessassem cuidados multidis-ciplinares na área da saúde e que pudessem tem atenção à sua integridade individual e coletiva; é necessário resis-tir. Na problemática sobre as drogas no âmbito de inter discursividade, quanto as ações de promoção e preven-ção à saúde da criança e do jovem na atualidade. Será apresentado a experiência dos Fóruns já realizados (2012 e 2013- com apoio e aprovação acadêmica do Departa-mento de Pediatria da Faculdade de Medicina do Hospi-tal das Clinicas da Universidade de São Paulo.). Deverá ter continuidade, lançando a questão acerca da vertente transdisciplinar na construção de novos saberes e práxis.

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Sistema Conselhos, Direitos Humanos e Políticas de

Drogas

Coordenação: Grazielle Tagliamento (CRP-PR). Exposito-res: Semiramis Amorim Vedovatto (CRP-PR), Manuele Monttanari Araldi (Associação Educacional São Carlos e CRP/RS), Roberta Priscila Brasilino Barbosa (CFP).

Grupos de Trabalho

GT 01: A Atenção Psicossocial e a Lógica de

Redução de Danos: Desafios e Perspectivas em

Tempos de Retrocessos

Coordenação: Fábio José Orsini Lopes (UEM - Universida-de Estadual Universida-de Maringá)

Esta proposta de Grupo de Trabalho tem como objetivo principal promover discussões e entendimentos acerca do modo de atenção psicossocial em saúde mental e sua relação com a lógica de Redução de Danos a usuários de álcool e outras drogas. Parte da compreensão de que o momento político atual é de aceno a retrocessos na con-solidação destes modelos de atenção e convida os pes-quisadores e profissionais a revisitarem suas diretrizes e conceitos, para defesa dos modelos de atenção alicerça-dos na humanização do cuidado e na não estigmatização dos usuários de drogas. Sendo assim, os objetivos deste Grupo de Trabalho são: • Compreender os fundamentos da Atenção Psicossocial como modelo de atenção em saúde, em sua relação com os movimentos da Reforma Sanitária e Reforma Psiquiátrica; • Promover estudos e reflexões sobre as práticas de atenção em saúde alicer-çadas na suplantação dos modelos asilares e proibicio-nistas, tendo a implicação subjetiva dos usuários de dro-gas como fundamento das propostas de atenção. • Dis-cutir e compreender os fundamentos da lógica da Redu-ção de Danos, enquanto dispositivo de atenRedu-ção em saú-de fundamentado no vínculo e nas condições concretas de uso. • Fomentar posicionamento de resistência ao desmonte das políticas públicas de atenção a usuários de drogas, defendendo as já consolidadas melhores práticas em saúde. Ementa e temas correlatos: • História do Proi-bicionismo no plano político internacional; relações en-tre Direito e Drogas, legislação e tratados econômicos e diplomáticos; psiquiatria de conceitos de dependência e adições; modelos de atenção asilar e da atenção psicos-social; história dos movimentos reformistas da Saúde; melhores práticas de intervenção em contextos de festa; prevenção e educação para uso de drogas; história da Redução de Danos e perspectivas para o futuro.

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Comunicação Oral - Relato de Experiência

A clínica psicanalítica e as políticas de redução de danos Autor(es): Juliana de Oliveira Pierin (UFPR - Universidade Federal do Paraná)

Enquanto algumas práticas de saúde pautam o trata-mento através da relação do sujeito com o objeto-droga, a psicanálise propõe uma visão de olhar para os proces-sos psíquicos inconscientes do sujeito, sendo o uso de substâncias uma consequência de sua cadeia de repeti-ção sintomática. É possível observar que o discurso social visa culpar o objeto causador do sintoma submetendo o indivíduo à tratamentos que o excluem de seu meio soci-al retirando todos os possíveis significantes de vida. Co-mo uma forma de Co-modelagem de comportamento, algu-mas terapêuticas associam a cura com a abstinência do uso, enquanto a psicanálise não almeja esse estado ante-rior ao surgimento do sintoma por compreender que não é possível. Aquele sujeito fora marcado por furos em seu inconsciente e será a partir desses espaços em que deverá encontrar outras possibilidades de ressignifica-ção. Enquanto isso temos em paralelo as políticas de re-dução de danos que consideram o sujeito singular, con-seguindo integrar sua participação no desenvolvimento de seu projeto terapêutico. Sem colocar expectativas sociais e julgamento moral a redução de danos vai muito além da mera substituição de uma substância por outra menos nociva, ela entra no discurso de reeducar e cons-cientizar o sujeito sobre as implicações de seu uso, visan-do lhe conferir maior autonomia e consequente ganho na qualidade de vida. Enquanto a psicanálise parte da escuta do sujeito inconsciente que possui um lugar dis-tinto do que ocupa no saber médico. Para tanto, o deba-te busca discorrer sobre como a psicanálise enquanto práxis pode contribuir com as políticas de redução de danos nos tratamentos de usuários de substâncias psico-ativas. Como uma alternativa aos tratamentos interven-cionistas e limitadores da subjetividade, o trabalho visa propor um outro olhar para o sujeito que faz uso de substâncias, sem que isso o defina por si só, para além de questões morais ou legais.

A redução de danos como prática de cuidado no tratamento de usuários de álcool e outras drogas

Autor(es): Janaína Fernandes Drumond Cetlin (fhemig) Este trabalho pretende uma reflexão sobre a importância da redução de danos como estratégia de cuidado, sendo parte do tratamento dos usuários de álcool e outras dro-gas, contribuindo para o esclarecimento de tal prática e possibilitando a discussão e reflexão para desmistificação em torno do tema. Portanto, este trabalho tem por obje-tivo contribuir para difusão da redução de danos en-quanto estratégia de cuidado na saúde mental. Para tal fim, vamos contextualizar o aparecimento da redução de danos até sua inclusão na rede de atenção psicossocial, traremos os principais desafios e dificuldades encontra-dos para sua efetiva implementação e propomos uma reflexão e uma conceituação aplicável ás práticas psicos-sociais. Sabendo-se que a existência das drogas e seus usos envolvem questões complexas, procuramos explicar que a Redução de Danos se constitui como estratégia que trabalha com aquelas pessoas que não querem, não podem ou não conseguem abandonar o uso de drogas, respeitando a liberdade de escolha de cada um. Pode-mos afirmar que tanto as estratégias redução de danos quanto a política de saúde mental têm como objetivo maior a inclusão de pessoas socialmente estigmatizadas por meio da reabilitação e construção de autonomia e o acesso a dispositivos e espaços negados por formas ex-cludentes de tratamento.

Compreensão do trabalho do redutor de danos junto à população em vulnerabilidade social: desafios, dificuldades e potencial do trabalho

Autor(es): João Mauricio Gimenes Pedroso (USP), Clarissa M. Corradi-Webster. (Universidade de São Paulo)

A Redução de Danos pode ser definida como um conjun-to de estratégias práticas e políticas de cuidado que bus-cam minimizar os danos associados ao uso de álcool e outras drogas de pessoas que não querem ou não conse-guem para de fazer uso. Nesse sentido, os redutores de danos são agentes de promoção dessas políticas inclusi-vas e trabalham diretamente com a população de usuá-rios de drogas no território. Frente a esse recente campo de atuação, o objetivo deste trabalho é compreender o que redutores de danos que trabalham diretamente com

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usuários de drogas em contexto de rua e vulnerabilida-de, pensam sobre o significado de suas próprias práticas de trabalho. Foi conduzido estudo qualitativo, descritivo e exploratório. O paradigma qualitativo se propõe a com-preender os significados e valores que uma determinada comunidade expressa a partir de suas vivências. A sele-ção de participantes foi intencional e não aleatória, con-tando com a ferramenta bola de neve. O número de par-ticipantes está sendo definido pelo critério de saturação. A coleta de dados se deu por meio de entrevistas semi-estruturadas, e ocorreu via internet quando não puder ser feita ao vivo. Os dados estão sendo tratados seguin-do a técnica de análise temática. Os resultaseguin-dos prelimi-nares da análise das entrevistas indicam que para os re-dutores de danos o sentimento de sucesso no trabalho envolve o estabelecimento do vínculo e confiança com os usuários; que os agentes redutores de danos têm difi-culdades em avaliar a efetividade de suas ações de modo quantitativo e também indicam que os agentes reduto-res de danos acreditam ter uma postura ética diferencia-da para atender a população usuária de drogas em con-texto de rua em relação aos outros profissionais de saú-de. Desse modo, o estudo tem contribuído para a com-preensão das vivências e atitudes de agentes redutores de danos em sua experiência de trabalho.

Educação sobre Drogas no Ensino Superior: multiplicando competências

Autor(es): Célia Regina Sousa da Silva (UFRJ - Universida-de FeUniversida-deral do Rio Universida-de Janeiro), Priscila Tamiasso Marti-nhon (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro), Angela Sanches Rocha (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro), Francisco José Figueiredo Coelho (FIOCRUZ), Maria de Lourdes da Silva (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

Cada vez mais se faz necessário ampliar as discussões sobre o uso abusivo de drogas – licitas e ilícitas – nas escolas. Tal fato evidencia que essa temática precisa ser trabalhada também nos cursos de licenciatura. Nesse contexto, o presente trabalho apresenta uma busca con-creta para suprir lacunas na formação de futuros profes-sores de química envolvendo a temática educação sobre drogas como tema gerador, em uma perspectiva de re-dução de danos, apostando em um processo de aprendi-zagem sinergética. A partir de metodologias ativas de

ensino, foi feito o convite à discussão de como ações pautadas na Pedagogia da Convivência e na Pedagogia Social podem auxiliar na promoção sistêmica da emanci-pação dos licenciandos em química e, consequentemen-te, na responsabilidade responsiva docenconsequentemen-te, frente a te-máticas tabus. As atividades foram desenvolvidas como temas transversais em duas disciplinas ofertadas a alu-nos do curso de licenciatura em química - Fundamentos de Termodinâmica e Métodos Eletroquímicos – durante os últimos dois anos (2017-2018), no âmbito da forma-ção de futuros docentes. Durante as disciplinas os alunos elaboram sequências didáticas, que contemplaram ela-boração de projetos, gamificação e flipped classroom. Para validar a proposta, e fazer os ajustes necessários, a sequência didática foi aplicada na própria disciplina. Para tal, o proponente da sequência didática assumiu o papel de docente, e os demais discentes executaram as ativi-dades propostas, propondo alternativas e releituras mais viáveis. A avaliação da disciplina foi feita por intermédio da confecção de um artigo sobre a sequência didática proposta, a construção de um portfólio e da apresenta-ção de um seminário da aapresenta-ção. Os portfólios sobre as se-quências didáticas desenvolvidas pelos alunos pontua-ram a necessidade de experienciar temas geradores ta-bus durante a formação dos futuros professores.

Entre Mulheres: Três anos do encontro de mulheres familiares de jovens com histórico de uso de álcool e outras drogas

Autor(es): Vanessa Tauscheck (CSM Propulsão)

O Centro Social Marista Propulsão é uma instituição que através da Redução de Danos trabalha com a (re) inserção social de adolescentes com histórico de uso abusivo de álcool e/ou outras drogas. Atua com três pú-blicos, jovens atendidos, familiares e as instituições da rede intersetorial. Dentre as atividades ofertadas, tem-se o Encontro de Famílias, que se realiza com o intuito de construir vínculo entre a equipe e os familiares, assim como incentivar a apropriação do espaço e promover um momento de diversão. Em 2016, dos Encontros de Famí-lia surgiu e proposta de realizar encontros de mulheres, com as mães, tias, avós e irmãs das(os) jovens atendidas (os). Assim surgiu o Encontro de Mulheres, que após um piloto em 2016, já vai para seu terceiro anos de ativida-de, totalizando 15 encontros. Os encontros são

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destina-dos as mães, tias, avós, irmãs e primas, das(os) jovens atendidos no CSM Propulsão. Com objetivo de fortalecer as histórias e vivências dessas mulheres, nesses 15 en-contros se estruturou um grupo, um espaço de escuta, cuidado, onde compartilha-se conteúdos que perpassam as realidades vividas. Para ativar essas falas, reflexões e compartilhar, os encontros são decididos junto com as participantes, e já tiveram algumas atividades diferentes, como a confecção de cosméticos naturais, de brincos, de bonecas, ou, apenas uma roda de conversa, sempre ser-vido com um café. Um bate papo que abre para refle-xões, um momento de identificação onde o ser mulher revela desejos e obrigações. Considera-se que esses en-contros aguçam novos lugares, novas experimentações, contribuem para a redução de danos, ampliação da vida e fortalecimento de vínculos das(os) jovens e familiares que frequentam o espaço CSM Propulsão.

Estratégias de implementação da assistência aos usuários de álcool e outras drogas em um CAPS II: Um relato de experiência

Autor(es): Fernanda Fernandes Costa (Fiocruz - Fundação Oswaldo Cruz), Victória Helen Ribeiro Lima (Escola Fio-cruz de Governo), Petruska Barros Alves (FioFio-cruz - Fun-dação Oswaldo Cruz), Amanda Araújo Mendes (Escola Fiocruz de Governo)

A portaria 3.088/2011 do Ministério da Saúde define enquanto demanda do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) II o atendimento às pessoas com sofrimento men-tal e àquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e drogas, de forma multiprofissional e comunitá-ria. Entretanto, em uma cidade de Goiás, caracterizada por cultura conservadora, a discussão sobre cuidado em Saúde Mental, especialmente sobre álcool e drogas, per-manece na perspectiva hospitalocêntrica. Como conse-quência, o CAPS II - único equipamento especializado na temática no município - funciona com características ambulatoriais e divergentes daquelas supracitadas. O reflexo disso é o enfraquecimento dos vínculos e articu-lações intersetoriais da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que inviabiliza a reabilitação e reinserção social dos usuários, gerando desassistência. Esse trabalho rela-ta a experiência de residentes multiprofissionais em saú-de mental, álcool e outras drogas, quanto aos saú-desafios da inserção no território e às estratégias desenvolvidas

para enfrentamento de preconceitos e promoção de re-flexões sobre a atuação dos equipamentos da RAPS, prin-cipalmente na temática da Redução de Danos (RD). Den-tre as ações implementadas, destaca-se o processo de mapeamento do território - através da experiência de um usuário-guia com construção de uma cartilha educa-tiva sobre a RAPS e direitos de seus usuários; a imple-mentação da reunião de equipe no CAPS, como local de educação permanente e reavaliação do equipamento; abertura de diálogo sobre a assistência aos usuários de álcool e drogas na rede; criação de atividades com os usuários, promovendo espaços de conversas, avaliações e reivindicações, fomentando o protagonismo dos mes-mos. Essas ações têm proporcionado a construção coleti-va de estratégias que contribuíram para a comunicação entre os equipamentos da rede, além de sensibilizar as equipes quanto a necessidade de abarcar essa popula-ção nos serviços, através da RD como ética de cuidado, com práticas baseadas no vínculo, no respeito, na auto-nomia e no cuidado em liberdade.

Quem sabe faz a hora? A implantação de um Programa de Álcool e Outras Drogas na USP

Autor(es): Greice Cristina de Oliveira (USP - Universidade de São Paulo)

O presente trabalho tem por objetivo apresentar o Aco-lhe USP - Programa de Acolhimento Relacionado ao Uso de Álcool e Outras Drogas da Universidade de São Paulo. A construção do programa parte das preocupações oca-sionadas pelo uso de álcool e outras drogas no campus, especialmente Butantã, após o encerramento das ativi-dades de Programa desenvolvido pelo Programa do Gru-po Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do IPq/ FMUSP até 2005. Uma comissão com a finalidade de pro-por uma Política de Enfrentamento ao Uso de Álcool e outras Drogas na USP é constituída em 2007, reunindo unidades de ensino e de apoio ao estudante do campus Capital. A proposta da Comissão estava alinhada à con-cepção proibicionista de Guerra à Drogas, no intuito de erradicar o uso de substâncias na universidade. Em mea-dos de 2011, um mea-dos integrantes desta Comissão passa a atuar de forma mais efetiva, garantindo apoio institucio-nal e operacioinstitucio-nal junto à reitoria para a implantação do Acolhe USP, no ano de 2012. Atualmente a equipe é composta por dois assistentes sociais, dois psicólogos,

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um enfermeiro, uma coordenadora e uma funcionária administrativa. O público-alvo do programa é a Comuni-dade USP, composta por alunos, funcionários e docen-tes, e seu objetivo é acolher a demanda relacionada ao uso de álcool e outras drogas no âmbito da prevenção e da assistência. O serviço funciona em um modelo “portas abertas”. Após realizar um acolhimento, é elaborado um projeto terapêutico singular em conjunto com o(a) aco-lhido(a) e se inicia um tratamento. O Programa Acolhe USP, em funcionamento ininterrupto desde 2012, não foi regulamentado por Portaria. A desarticulação da Comis-são de Política de Enfrentamento possibilitou que a equi-pe técnica do Programa tivesse autonomia para uma atu-ação pautada na redução de danos, favorecendo o aco-lhimento de sua comunidade.

Trânsito e Consumo de Álcool: Utilizando Estratégias de Redução de Danos como Forma de Prevenção em Saúde Autor(es): Helena Maria Ramos dos santos (UEM), Franci-ele Holanda de Moura (Conselho da Comunidade de Exe-cuções Penais da Comarca de Maringá)

A ingestão de bebidas alcoólicas é um hábito cultural-mente difundido por todo o mundo, sendo uma prática que permeia a sociedade desde tempos bem remotos. O envolvimento do homem com o álcool sempre esteve presente na história da civilização de diferentes formas, atrelado a hábitos, crenças e práticas individuais. O fato do uso ser tão comum é que as pessoas não se preocu-pam com os riscos que isto pode acarretar, como por exemplo no trânsito. Na tentativa de diminuir as taxas de acidentes de trânsito, e levando em consideração que o álcool é um conhecido fator de risco para esses aciden-tes, o Governo Federal editou a Medida Provisória n° 415, de 2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.705, de 19 de junho de 2008, apelidada de “Lei Seca”, que acresceu dispositivos à Lei nº 9.503, de 23 de setem-bro de 1997, no sentido de imputar penalidades mais severas para os motoristas que dirigem sob efeito do álcool, além de criminalizar aqueles cuja concentração de álcool por litro de sangue seja igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou que estejam sob a influência de qualquer outra substância psicoativa que determine de-pendência. Em função desta problemática o Conselho da Comunidade da Comarca de Maringá/PR se colocou co-mo carro chefe para a implantação de um projeto

utili-zando estratégias de Redução de Danos como forma de prevenção em saúde, para trabalhar com as pessoas que cometeram infração no trânsito por uso de álcool, uma vez que o objetivo é reduzir os danos causados pelo uso, sendo o indivíduo respeitado nas suas escolhas individu-ais quanto à permanência ou não no consumo.

Comunicação Oral - Resultado de Pesquisa

Moradia e Redução de Danos: análise de uma intervenção de cuidado para pessoas em situação de rua que usam drogas baseada no modelo Housing First

Autor(es): Adriana Pinheiro Carvalho (USP - Universidade de São Paulo)

A inserção social de pessoas em situação de rua coloca para pesquisadores e profissionais o desafio de compre-ender e atcompre-ender as necessidades de grupos que apresen-tam alta vulnerabilidade social associada à prevalência de uso prejudicial de drogas. Projetos piloto de moradia assistida com foco na redução de danos e na reabilitação psicossocial desse público vem sendo implantados no Brasil, nos últimos cinco anos. Para compreender a im-plantação dessas iniciativas pioneiras, abordou-se um Projeto de Moradia Assistida para pessoas em situação de rua desenvolvido no Distrito Federal/Brasil, tomando como parâmetro a abordagem Housing First (HF) – de-senvolvida no norte da América para superar a situação de rua de pessoas com transtorno mental e uso abusivo de drogas. Buscou-se produzir conhecimentos que con-tribuam para a análise e implementação de intervenções de moradia assistida para públicos vulneráveis que pos-suem elevada necessidade de suporte. Metodologia: Pesquisa avaliativa qualitativa, com enfoque na análise de implantação, realizada por meio de estudo de caso único. Os dados foram produzidos por observação parti-cipante e análise documental. Foram analisados: a. docu-mentos do governo federal que caracterizam o Progra-ma; b) documentos do Governo do Distrito Federal que regulam e orientam a execução local do programa e c) informações produzidas pela equipe responsável pela execução do programa (projeto técnico, orientações me-todológicas e mensagens eletrônicas de grupo virtual). Foram observadas, no período de fevereiro a setembro de 2018, as atividades desenvolvidas por 04 profissionais

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no âmbito da inserção e acompanhamento dos benefici-ários nas moradias ofertadas pelo projeto. Foi elaborado Modelo Lógico da Moradia Assistida e Matriz de Critérios para abordar o grau de implantação do programa. Foram identificados determinantes do contexto brasileiro - faci-litadores e barreiras - que influenciam a implantação do modelo HF em um contexto particular do Brasil e formu-ladas propostas para qualificação da intervenção.

Redução de danos na política para usuários de álcool e outras drogas: uma discussão necessária dos seus núcleos de sentido

Autor(es): Priscilla Dos Santos Peixoto Borelli Tavares (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Esse trabalho propõe a reflexão sobre a redução de da-nos quanto um novo paradigma para o campo das políti-cas públipolíti-cas de álcool e outras drogas e de como em seus diversos núcleos de sentidos ela se torna central para o debate das políticas sociais que atendem aos usu-ários e da fissura a “guerra às drogas”. A metodologia utilizada foi uma revisão bibliográfica através de uma pesquisa no banco de dados da SCIELO, utilizando como critério as palavras chaves redução de danos e Harm Re-duction, além de realizar um cruzamento com o termo droga no Brasil dos anos de 2000 até 2018. Foram en-contrados trinta e um artigos, e os núcleos de sentido da redução de danos identificados foram: orientadora das políticas de saúde; no controle da epidemia de HIV/ AIDS; agenda de exercício de direitos; na relação com o proibicionismo às drogas; possibilidade de relação do sujeito com a droga e seu agente de intervenção territo-rial, além da relação com a educação e ao sistema de justiça e prisional. A redução de danos, como apresenta-do possui um sentiapresenta-do polissêmico e ampliaapresenta-do, produzin-do uma nova forma de perceber o fenômeno produzin-do uso de drogas, através da introdução de um novo paradigma, que provoca uma fissura no proibicionismo. No momen-to de avanço do proibicionismo a partir dos novos mar-cos institucionais publicados pelo governo federal a par-tir de 2017 discupar-tir a redução de danos e seus núcleos de sentido é de extrema importância para sustentá-la en-quanto perspectiva de cuidado.

Redução de danos: uma conversa entre antropologia e psicanálise

Autor(es): Juliana Maria da Cruz (PUCPR - Pontifícia Uni-versidade Católica do Paraná), Karoliny Felipe Martins (PUCPR - Pontifícia Universidade Católica do Paraná) O artigo proposto pretende analisar o paradigma da re-dução de danos a partir da perspectiva que alia antropo-logia e psicanálise. Sob a perspectiva antropológica, faz-se necessário compreender o fenômeno das drogas en-quanto um fenômeno social e cultural vivenciado em diversos contextos socioculturais. Por outro lado, sob a ótica da psicanálise busca-se compreender o papel do sujeito enquanto consumidor de substâncias psicoativas e a possível dependência física e psíquica das mesmas. Para isso, será realizada uma revisão bibliográfica sobre o assunto compreendendo, primeiramente, o fenômeno das drogas como um fato social (DURKHEIM, Émile, 1968) e posteriormente a toxicomania alicerçada na psi-canálise. Com base nestas duas perspectivas pretende-se discutir como o atual contexto social e cultural influencia na forma subjetiva de cada sujeito se relacionar com substâncias psicoativas, com um olhar que visa a descri-minalização destes consumidores. De acordo com o pai da psicanálise, Sigmund Freud (1930/1996), com o de-senvolvimento das civilizações houve muitas mudanças na sexualidade e na agressividade humana, o que au-mentou o sofrimento, dessa forma foi preciso criar “medidas paliativas”, que segundo ele nada mais são do que maneiras de suportar melhor a vida, entre elas Freud acrescenta as substâncias tóxicas. Sendo assim, o presente artigo buscará nesta conversa antropológica e psicanalítica compreender o lugar das drogas no contex-to social, cultural e na vida dos sujeicontex-tos, além de discutir possíveis soluções a fim de diminuir os danos e os riscos causados pelo consumo de tais substâncias, como pro-põe as medidas de Redução de Danos.

Sentidos sobre internações involuntárias e compulsórias de pessoas que fazem uso de álcool ou outras drogas Autor(es): Cristiana Nelise de Paula Araujo (USP - Univer-sidade de São Paulo), Clarissa M. Corradi-Webster. (Universidade de São Paulo)

Historicamente o movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira foi central na crítica ao modelo

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hospitalocêntri-co e na hospitalocêntri-construção do modelo hospitalocêntri-comunitário de saúde mental. Contudo, as políticas de saúde mental no campo de álcool e outras drogas têm apresentado retrocessos em relação ao questionamento das internações de usuá-rios de drogas. Este estudo buscou compreender a cons-trução dos sentidos sobre a internação involuntária e compulsória do usuário de drogas pelos seus familiares. Foi realizada entrevista semiestruturada com 15 familia-res de usuário de drogas que haviam solicitado esses tipos de internação. Os participantes foram selecionados por meio da abordagem "bola de neve" partindo de gru-pos de apoio para familiares de usuários de drogas. Foi realizada análise temática considerando a epistemologia construcionista social. Quatro sentidos sobre as interna-ções foram construídos: (1) Como punição para que o usuário não voltasse a usar qualquer tipo de droga. (2) Uma forma de garantir a abstinência imediata do usuá-rio, sendo a abstinência a melhor e única opção no cui-dado do familiar desprovido das mínimas condições para cuidar de si. (3) Proteção para o usuário dos perigos vivi-dos na rua, do risco de ser preso, das ameaças de trafi-cantes, da possibilidade de morte por overdose e da es-tigmatização. (4) Mesmo não tendo vantagens as inter-nações forçadas trouxeram alívio, principalmente, para os familiares que estavam muito sobrecarregados diante de tantos conflitos e, em alguns casos, alívio ou desinto-xicação para o corpo do usuário. Portanto, é importante que profissionais de saúde atuem desconstruindo a visão do uso problemático de drogas como um problema indi-vidual e a culpabilização do usuário e da sua família. Con-sidera-se que para reduzir o número de reinternações dos usuários de drogas é necessário também apoiar seus familiares por meio de orientações sobre tratamentos comunitários e intervenções que lhes ajudem a lidar com sentimentos negativos. Apoio FAPESP/CAPES 2015/22929-7.

GT 02: Centro de Atenção Psicossocial - Álcool e

Drogas: potencial do equipamento voltado ao

cuidado ao usuário de drogas no território

Coordenação: Clarissa M. Corradi-Webster (Universidade de São Paulo)

Os Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (CAPS-ad) foram se constituindo como um dos principais serviços de articulação da política de álcool e outras dro-gas. São dispositivos assistenciais inseridos no território, que contam com equipe multiprofissional, propondo diversas práticas terapêuticas, considerando a heteroge-neidade da problemática e do sujeito em tratamento. Trabalham dentro da perspectiva estratégica de redução de riscos e de danos sociais e à saúde, seguindo os pres-supostos da Reforma Psiquiátrica. Considerando-se as particularidades da população atendida por estes servi-ços, como dificuldades para iniciar e manter um trata-mento, e os poucos investimentos na rede assistencial comunitária, como número reduzido de CAPS-ad e de equipamentos comunitários por município/região, faz-se importante discutir quais as potencialidades deste servi-ço na RAPS a partir da apresentação e discussão de estu-dos realizaestu-dos nesta estratégia. Objetivos: A proposta deste Grupo de Trabalho é, com base em resultados de pesquisa, analisar e discutir o papel do CAPS-ad nas polí-ticas de cuidado ao usuário de álcool e outras drogas e disseminar experiências e práticas exitosas de cuidado conduzidas neste serviço. Pontos a serem discutidos: - Estudos científicos sobre CAPS-ad, - Papel do CAPS-ad na RAPS, - Estratégias de cuidado no CAPS-ad, - Indicadores para avaliação do cuidado oferecido em CAPS-ad, - Expe-riências e práticas exitosas de cuidado em CAPS-ad

Comunicação Oral - Relato de Experiência

CAPS na Rua CRATOD: primeiros passos dessa experiência Autor(es): Julia Simões (CRATOD), Gabriela Felix Teixeira (CRATOD), Raquel Cleide da mota Carvalho (CRATOD) O trabalho trata-se de relato de experiência que discorre sobre o cuidado de usuários de álcool e drogas no terri-tório e ações de redução de danos ofertaras pelo Centro de Atenção Psicossocial para álcool e outras drogas do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas

Referências

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