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O avesso das palavras Reverse Word

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Academic year: 2021

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O avesso das palavras

Reverse Word

Ana Blaser

Meu corpo todo lateja. Corpo?

Não sei mais o que sou e o que não sou. Estou sonhando?

Acordada, meu sono me persegue. O tempo se mistura.

Navego.

Aberto aos outros tempos, invento outras realidades. Dimensões.

Procurar?

Mas não quero encontrar. Não existo.

Me embriago em mim. Palpito.

Portas que se abrem. Agonizo.

Seria só eu? O grito silenciado. A dor que me engole.

(2)

Ser?

Desordem latente.

Aflição de chegar no tempo que não existe. Na descoberta insaciável.

Fluxos. Mar.

Territórios que se expandem. Não pensar.

O corpo que não é mais meu, se metamorfoseia. Sei? Seria preciso? Fujo de mim. Mundo. Perder-se.

Não existem formas. Apenas a destruição.

(3)

Ver a imensidão da vida refletida na pureza da alma. A beleza da simplicidade.

Barulho de onda. Sopro do vento. Poeira de estrelas.

Ondas iluminadas, iluminantes.

A energia da terra conspira, transpira, ecoa. O sol transborda pelo mundo.

O mar respira. Alma leve.

Leve como areia que se espalha. Lava.

O riso que transborda pela alma toda que invade, rompe as fronteiras.

(4)

Pensamentos que vão longe.

Alcançam o céu, voam com as estrelas.

As paredes tentam impedir, mas é impossível conter os sonhos. Os sonhos precisam de ar.

Precisam de sol brilhando, de céu azul. Todos os azuis num azul infinito. Infinidade.

As cores da nossa alma. A energia sentida no olhar.

O corpo que flutua harmonicamente na dança das cores. Um mundo de mil janelas.

Expansão. Alma, áurea, cor. As almas coloridas. Não quero entender. Quero sentir.

Uma luz que invade o corpo. Olhos que conversam. Profundeza celestial. Grãos de areia. Imensidão. Pés para o ar

(5)

Sentir-se livre. O som da alma. Ressoa. Palavras? O corpo flutua. Pés? Sintonia. O imperceptível. Desordem profunda. Dimensões.

Transfiguração das formas. O toque.

Relações.

Explosões transbordantes. Movimento invisível e intenso. Metamorfose.

Arrepio.

(6)

Ser, sei, sou, vir? Devir.

Ser criança. Bolhas de sabão.

(7)

Mover-se

Sem buscas, nem direções Mover-se para mudar Para transformar Seguir o curso do mar A imensidão da vida Sem propósito ou intenções Buscar o vazio completo O sentido sem sentido

(8)

Pleno vazio

Não pensar no futuro, não temê-lo de forma alguma

Viajar com a intensidade do vento, seguir na direção da maré Se perder nas ondas

Estar aqui é tudo o que preciso, que me desconstrói

Escapar da complexidade da vida, Dos pensamentos que aprisionam Ter o vento como inspiração Fazer da vida: cor

(9)

A pureza da vida

Querer que as vontades se multipliquem, As percepções se afinem

A alma Enfim, Dance

Querer que a leveza invada tudo o que me sufoca Querer pertencer

(10)

Nada que o sol não cure, Nada que o mar não lave,

Nada que me faça esquecer você.

Sonhar Quero voar pelas nuvens Quero ser uma estrela cadente.

(11)

Barulho das almas O som do sol

O sussurro das fadas. Eu e você

(12)

Me sinto presa.

Todos os dias cortam-me as asas. Arrancam-me o sorriso.

Organizam meus pensamentos. Me cercam,

me vigiam, me racionalizam.

Colocam grades nos meus sonhos. Barreiras.

Esfriam meu corpo.

Afogam minha alma na mediocridade dos espíritos vazios de sonhos Cheios de ressentimento.

Cheios de ordem. Querem classificar,

(13)

Olhos brilhantes.

Sonhos que se enlaçam, que me transformam a todos os momentos. Brisa que me expande.

Palavras que me escapam, mas não preciso. Penetram na alma.

Alma que não é mais minha.

O tempo e o corpo que não tem mais importância. Viagens.

Corações cintilantes. Corações que batucam.

Explodem em múltiplas formas e cores. O sorriso.

Os olhos que se cruzam e na mesma sintonia, conversam. Percepções sutis.

Transformação imensa. Pés e cabeças?

Conversas sem fim.

O lugar da inspiração, do encontro. Encontro de sonhos e de trocas infinitas.

Trocas que fluem e deslizam em almas inquietas e infantis. A risada que ecoa e transforma o ambiente.

As cores. Sonoridade.

(14)

Fumaça. Transborda. Sem bordas. Pensamentos, caos. Excesso.

A borboleta que voa para o céu, infinito. O sentido sem sentido.

Desabrocham sonhos, e junto com eles, a felicidade. Uma chama que arde, que é vida.

Janelas.

Sentir o mundo.

A lua que brilha dentro de mim.

O corpo que flutua numa ânsia de viver. Nossos sonhos se misturam numa música. Num corpo que não tem fronteiras. Sol nascendo.

(15)

Ondas flutuam dentro de mim.

Canto de chuva, cheiro de vento, sopro de cor. Imensidão.

Encontrar um eu perdido na natureza? Natureza que sou eu.

As flores e os cactos dentro de mim. Estilhar-se em fragmentos de azul. Compartilhamento de energia.

(16)

Poesia que anda, expande, espalha. Centro que irradia energia

Transcende

Olhos de sabedoria.

O sorriso que surge, inevitavelmente. Cócegas na alma.

Alma leve. Flutua. Colorida.

O corpo que voa na dança das cores. Alegria de criança.

Profundidade de gestos sutis A beleza da tranqüilidade A música das palavras, derrama.

Invade, transtorna, transforma, transborda. Desordem profunda.

Transfiguração das formas Fluir em outros tempos. Múltiplos.

Múltiplas percepções. Sintonia.

Corações cheios de sonhos. Pensamentos que criam asas. Alcançam o céu,

(17)

voam com as estrelas. Loucura essencial. A dança do universo. Era de aquário.

A intensidade do silêncio. O caos que envolve.

Perder-se no excesso desmedido Um mundo de mil janelas. Não quero entender. Quero sentir.

Uma luz que invade o corpo. Olhos que conversam. Profundeza celestial. Grãos de areia. Imensidão. E muito carinho,

(18)

Escrevo para livrar-me de mim. Esquecer-me, transformar-me.

Um eu que me invade, me esmaga, me atravessa. Energias avassaladoras de sentimentos que eclodem Dureza cotidiana de palavras congeladas.

Seria eu outro eu?

Alma que não tem para onde voar. Fugir de mim.

Apenas o vazio.

(19)

Estilhaços de alma. Fragmentos de corpo.

Em meio a escombros, tento juntar os fragmentos de ninguém. Casulo de borboleta.

Será que algum dia terei asas para voar? Invisível e pequena.

Dor que lateja. Chove.

(20)

Alma atormentada só tem espaço no não lugar.

Nos dias de escuridão, sombras descem sob mim como purpurinas de estrelas. Desejo latente de querer.

Invisível. A paz existe?

Vomito palavras de um corpo que não pertence a ninguém. Frestas de sorrisos em meio ao um caos de cor.

Milhões de ventos dentro de mim. Alma que explode longe daqui. Ser outro eu.

Eu, você.

(21)

A linha tênue que separa meus eu de mim Os outros?

Fragmentos de ser que me fizeram ser o que não sou Que as almas dancem perplexas na luz da imensidão Olhos de lua cheia

(22)

Chuva de verão Purpurinas no vento

Pequenas estrelas tintilando no ar O amor faz sentido?

Alma seca que sufuca um grito As palavras que me espacam Regorgitam como vômito Sentir-se viva.

(23)

O mundo desmonora

A corda que rompe, o corpo que caí O vazio que emerge de mim Nao tenho tempo de ser A existência é passiva Destruidora

Cada vez mais sonhos E menos espaços

(24)

Quero encontrar minha alma Alma em comunhão com o silêncio. Pureza da vida

Sensibilidade Ouvir cores Sentir caminhos

Quero me permitir navegar A permanência da inocência viva Dos olhos brilhando

Sorrisos que ecoam Quero a alma dos outros

autora Ana Blaser

Recebido em 10/10/2010

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